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ESTUDO ORIENTADO - SOBRADOS E MUCAMBOS de Gilberto Freyre

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
Disciplina: Antropologia III 
Prof.ª: Gustava Bezerril
Obra: Sobrados e Mucambos
Autor: Gilberto Freyre
Estudo Orientado
1. Observando o título da obra de Gilberto Freyre - Sobrados e Mucambos - quais os elementos de análise que podemos relacionar?
Para começar, Gilberto Freyre traz o próprio título como uma ideia, no caso a ideia de separação de lugares, o que anteriormente era a casa grande e a senzala agora são os sobrados e mucambos, respectivamente, entrando aí a ideia da casa do rico e a casa do pobre, e fazendo a imagem da casa grande e senzala como horizontalizada.
Um dos elementos também trazidos é a questão do período histórico, em que se sai do patriarcado rural, que é a casa grande, para o patriarcado urbano, que são os sobrados, isso como uma transição entre os dois.
2. Qual é o tema central da obra? Explique.
O autor traz diversas questões em sua obra, como as relações de raça, classe, região, trazendo discussões sobre a importância e a ligação entre elas. Como a casa dos pobres – e aí entra os mestiços, os negros – como uma consequência dessa transição que falei na questão anterior, já que como os pobres não viviam mais nas casas grandes eles precisavam de outros lugares para morar, e como a desigualdade no Brasil era muito forte, as casas também possuíam suas desigualdades.
Gilberto Freyre fala dos surgimentos das favelas devido a diversas questões sociais e de classe, já que essas favelas ficavam distantes dos centros comerciais – estes que eram preenchidos pela nova burguesia, que queria estar perto do comércio.
Sua obra traz muitos questionamentos, fala da questão de raça e da sociabilidade. Apesar do título trazer somente a ideia de moradia, o autor traz diversos questionamentos, mas em especial seu tema é sobre as relações entre raça, classe e região.
3. Segundo o pensamento do autor como os conceitos de raça, classe e região foram "critérios" que caracterizaram o Brasil?
Logo no começo da obra, Gilberto Freyre traz a questão dos invasores brancos e seus descendentes, estes considerados os dominantes sociais, e em que os dominados eram as pessoas de cor, os mesclados, aqueles que serviriam de instrumentos de produção.
A desigualdade no Brasil se deu por anos de escravidão, e relacionado a isso também tem a questão de a raça ser igual a origem, devido aos negros que vieram “ajudar” o país. O autor traz elementos de caracterização, como a religião sendo muito importante, especialmente sobre os índios, que deveriam ser convertidos, coisas ditas como culturais pelo estigma de uma raça.
Mesmo falando de todos os conceitos, o de classe ainda era o que Gilberto considerava o mais importante, pois o status político tinha mais impacto que a cor, porque em algumas regiões se uma pessoa negra tivesse status, o resto era o menos importante, e ele fala da questão de raça se perder com a de classe.
4. Para o autor a situação regional é um fator "determinante". Explique.
Gilberto Freyre traz sim a região como um fator muito importante, falando dos aspectos geográficos, no caso rural e urbano. Mesmo sendo também moldado por sua raça e classe, a região trazia um diferencial cultural, sendo assim, mesmo pertencentes da mesma classe e raça, sofriam influencias culturais diferentes baseadas em sua região, especialmente ao considerar subgrupos dentro do Brasil enquanto país continental.
Um exemplo disso é quando ele fala das diferenças dos negros que ficavam no Rio Grande do Sul com de outros estados brasileiros, os negros no Sul eram mais vistos como amigos. Ou seja, apesar de dividirem uma vivência singular, que era da cor e da classe – enquanto escravos – eram tidos diferentes pela sua região. Não somente os negros, mas mesmo os senhores de engenho estavam numa hierarquia de região, o senhor de engenho de açúcar no Piauí não poderia competir com o senhor de engenho do Paraná.
E também ele fala sobre uma pessoa negra em algumas regiões, se ela tiver status político, a cor é algo que pouco importa. Sendo assim, a situação regional modifica a raça, já que o Brasil não era uma coisa unificada, a região era capaz de modificar a raça e a classe.
Ele fala também de como o prestígio de alguém variava com o poder econômico e as condições regionais, mais do que com a origem social ou étnica. Resumidamente ele falava que status e região era o que determinava alguém, e não sua cor ou etnia, ainda que houvesse uma hierarquia de importância.
Existiam também novas e diferentes formas de ser brasileiro, que eram formadas por características culturais de cada região.
4. Escolha uma prática cultural que o autor apresentou no decorrer do texto e explique, associando as dimensões de raça, classe e região.
No decorrer da metade para o fim da obra, Freyre traz diversas situações culturais que foram representadas diversas vezes e em como hábitos de determinado público eram passados para outros numa mudança de hábitos.
Um dos exemplos trazidos é o da questão do uso da bengala, que antes era dos brancos, burgueses, etc., que a usavam como representação da sua imagem, tanto que na ponta da bengala, onde apoiavam a mão, usava-se imagens de tigres, dragões... Símbolos para representar sua força, masculinidade. O próprio autor fala de situações em que esses homens eram obrigados a entregar sua bengala para outro alguém e como uma discussão poderia surgir disso.
A questão do fumo também, em que apesar do mesmo hábito – o de fumar – faziam uma diferenciação, em que o do negro era a desprezível maconha, a do branco tinha toda uma performance com o tabaco, o cachimbo, enfim.
Numa diferença ainda mais clara disso, há a questão da hierarquização dos instrumentos musicais, o símbolo do burguês e branco era o piano trazido da Europa, o violão e outros instrumentos que outrora eram usados por essa classe começaram a ser usado pelos menos abastados.
Usaram os brancos também a lógica cristã em cima de corpos de outras etnias, como a censura da nudez, entre outras questões.

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