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INCONTINÊNCIA URINÁRIA Definição ♥ Perda involuntária de urina; ♥ Gera um problema de higiene ou ordem social; ♥ 2x mais comum em mulheres, principalmente depois dos 50 anos; - MOTIVO EM IDOSOS: ♥ A senescência favorece o desenvolvimento; ♥ A continência depende, além do trato urinário inferior, da integridade das funções mentais e mobilidade; ♥ Aumentam as contrações involuntárias do músculo detrusor; ♥ A capacidade vesical e a habilidade em se adiar a micção diminuem; ♥ Perda do pico noturno de secreção do ADH; ♥ Em idosos demenciados os sintomas de ITU podem ser inespecíficos, como piora da cognição ou da incontinência; Fatores de agravo / risco ♥ Antecedentes: - Cirurgias prévias; - Tabagismo; - Tosse; - Obesidade; - Neurológicos; - Farmacológicos; ♥ Obesidade; ♥ Envelhecimento; ♥ Menopausa; ♥ Diabetes Mellitus; ♥ Múltiplas gestações; ♥ Histerectomia (retirada do útero); ♥ Traumas na região pélvica; ♥ Hiperplasia Benigna da Próstata; ♥ Parkinson, alzheimer e esclerose múltipla; ♥ Obstruções do trato urinário; ♥ Bebidas diuréticas: álcool, café, chá, refrigerantes, adoçantes artificiais, xarope de milho, alimentos ricos em açúcar; ♥ Medicamentos para doenças cardíacas e pressão arterial, sedativos e relaxantes musculares; ♥ Resumo - D: delirium (delírio); · I: infection (infecção); · A: atrophy (uretrite ou vaginite atrófica); · P: pharmacologic agent (fármaco); · P: psychiatric disorders (psiquiátrico); · E: excess urine output (débito urinário excessivo, comum em ICC e DM); · R: restricted mobility (restrição de movimentos); · S: stool impactation (impactação fecal). CLASSIFICAÇÃO e Fisiopatologia ♥ 4 tipos: - De esforço; - De urgência; - Por transbordamento; - Mista; TRANSITÓRIA ♥ Causa reversível como infecção urinária, constipação intestinal, medicação, desordens psicológicas e outras doenças; NO IDOSO PERSISTENTES ESFORÇO OU ESTRESSE ♥ Aumento da pressão intra-abdominal; ♥ Quando tosse, espirra, agacha, corre; ♥ Pode ser um problema de esfíncter ou de assoalho pélvico; URGÊNCIA ♥ 50 a 60% das incontinências; ♥ Contração involuntária do músculo detrusor ou alterações neurológicas (arco reflexo ou controle neuronal acometido); ♥ Sensação repentina de urgência (micção precedida de desejo); TRANSBORDAMENTO OU PARADOXAL ♥ Por acúmulo de urina dentro da bexiga por uma obstrução na saída, há um aumento da pressão vesical (do líquido dentro da bexiga); ♥ Quando > pressão do esfíncter – transbordamento; ♥ Mais comum no sexo masculino (hiperplasia prostática benigna); FUNCIONAL ♥ Idosos com dificuldade de mobilidade; ♥ Qualquer problema que não permita o paciente chegar a tempo no banheiro; Quadro clínico ♥ Anamnese fundamental para: - Classificar; - Quantificar perdas; - Fatores de risco/causa; - Diferenciais; - Tipo de perda; - Uso de absorvente/forro; ♥ Perguntar sobre hábitos: - Prende muito xixi; - Toma muito café; - Rotina miccional; - Medicamentos; ♥ Atentar para sintomas associados: - Urinário; - Ginecológico/sexual; - Gastrointestinal; ♥ Diário miccional: ⤿ Durante 24h em 3 dias distintos, anotar a rotina urinária; ⤿ Quanto perde, o que sentiu no momento da perda, se estava ou não associada a micção, quando foi a micção normal, se precisou trocar de roupa, estava em casa ou não, ♥ Exame físico: - Trofismo local; - Identificar prolapso genital; - Diferenciais (divertículo de uretra); ♥ Testes: - Manobra de valsava – estufar a barriga; - Tosse; ♥ O exame abdominal e toque retal são necessários para afastar constipação intestinal como fator precipitante; ♥ Avaliar sinais de dermatite; ♥ Diferenciais: - Perda contínua de urina com micção reduzida ou ausente – fístula urinária; - Perda contínua de urina com micção presente – ureter ectópico; QUADRO CLÍNICO DE ESFORÇO ♥ “Eu perco quando tusso”; ♥ Exercício, levantar peso, levantar-se; ♥ Não tem quando está dormindo; ♥ Pequeno volume; QUADRO CLÍNICO DE URGÊNCIA ♥ Acordo a noite várias vezes; ♥ Da a vontade e não consigo chegar a tempo no banheiro; ♥ Volume mais significativo; DIAGNÓSTICO ♥ Investigação: - Urina I/ urocultura; * Infecção urinária no idoso tende a se manifestar de forma muito mascarada; - Eletrólitos, glicemia, função renal em casos selecionados; - Imagem: USG de rins e vias urinárias; - Teste funcional: urodinâmica; URODINÂMICA ♥ Cistometria; ♥ Análise gráfica da micção; ♥ Analisa o armazenamento, a complacência vesical, sinais de hiperatividade detrusora, perdas aos esforços; - Picos – manobra de valsava; - Se tossiu e o detrusor ativou – contração involuntária; ♥ Esvaziamento – hipocontratilidade detrusora e resíduo miccional; ♥ Pressão de perda ao esforço (PPE) = - Abaixo de 60 cm H2O – deficiência esfincteriana; - Entre 60 e 90 cm H2O – zona duvidosa; - Acima de 90 cm H2O - hipermobilidade uretral; * Acima de 90 mmHg – hipermobilidade do colo vesical por posição infrapúbica do mesmo durante o aumento da pressão abdominal TRATAMENTO ♥ Medidas comportamentais: - Cessar tabagismo; - Perda de peso; - Evitar grandes ingestas hídricas em um curto espaço de tempo, distribuir melhor; - Treinamento vesical (horas); - Tratamento de condições associadas (HAS descompensada, IC descompensada, neurológico); - Eliminar barreiras físicas de acesso ao banheiro; - Eletroestímulos; ♥ Exercícios de Kegel: específicos para fortalecer os músculos da região pélvica; - Recomendação da OMS como primeira linha de tratamento para incontinência urinária de esforço; 1. Esvaziar a bexiga 2. Identificar o músculo pubococcígeo, que pode ser feita ao interromper o jato de xixi, por exemplo; 3. Voltar a contrair o músculo pubococcígeo depois de urinar para se certificar que sabe contrair o músculo corretamente; 4. Realizar 10 contrações seguidas do músculo, evitando acionar outro músculo; 5. Relaxar por alguns instantes; 6. Retomar o exercício, fazendo pelo menos 10 séries de 10 contrações todos os dias. ♥ Fisioterapia: - Assoalho pélvico; - Biofeedback; Ele é dividido em etapas: 1. Urofluxometria (avalia o esvaziamento da bexiga) 2. Cistometrografia (avalia o enchimento da bexiga e manobras de força) 3. Fluxometria de pressão (esvaziamento final da bexiga). Dessa forma, é possível caracterizar as perdas com dados objetivos para melhor planejamento terapêutico. ♥ Medicamentos: - Anticolinérgicos (contraindicados para idosos – risco de déficit neurológico); ⤿ Tratamento da hiperatividade detrusora primária – Tolterodina, oxibutinina, darifenacina; ⤿ Efeitos colaterais: boca seca, aumento da pressão ocular, retenção urinária, constipação, agravo cognitivo e arritmias cardíacas; ⤿ Iniciar o tratamento com a menor dose possível de avaliar; - Beta3agonistas; ⤿ Mirabegrona; - Toxina botulínica intravesical; - Perda de trofismo genital feminino – estrógeno tópico; ♥ Cirurgia: - Múltiplos procedimentos; - Avaliar prolapso genital; - IU de esforço simples – Sling de uretra média: ⤿ Tela sintética ou aponeurose do retoabdominal; ⤿ Também chamada de cirurgia de cinta; ♥ Uso de absorventes e roupas de proteção; NOCTÚRIA ♥ Exames básicos: função renal (para insuficiência renal), eletrólitos (cálcio e sódio e polaciúria), glicose (DM descompensada); ♥ Evitar cafeína; ♥ Rever diuréticos (ex trocar hidroclorotiazida por IECA ou bloqueadores de canal de cálcio); ♥ Anticolinérgicos muscarínicos; ♥ Exercícios do assoalho pélvico; ♥ Orientar sobre prevenção de quedas; RELAÇÃO DA INCONTINÊNCIA COM A INFECÇÃO URINÁRIA ♥ Uma das causas mais comuns de incontinência urinária é a infecção urinária; ♥ Infecçãourinária: - Pode acometer: bexiga, uretra e rins; - Sintomas principais: poliúria, ardência e dor ao urinar, esvaziamento incompleto da bexiga; ♥ Público feminino: - Proximidade do canal uretral, vagina e ânus; - Uretra menor – 3 a 5 cm (homens – 15 a 20 cm); ♥ Fisiopatologia da infecção urinária: - ITU NÃO COMPLICADA – sem anormalidade estrutural ou funcional do trato urinário; - ITU COMPLICADA – quando causa anormalidade estrutural do aparelho urinário ou funcional e obstrução do fluxo de urina, comorbidades que aumentem os riscos e instrumentação ou cirurgia recente no trato urinário; IATROGENIA ♥ Pode ser consequência de diagnósticos incorretos por apresentações atípicas; ♥ Pode se manifestar de modo atípico; ♥ Mais frequente em idosos; ♥ Um dos 7 gigantes da geriatria: iatrogenias, incontinências, incapacidade comunicativa, insuficiência familiar, insuficiência cognitiva, imobilidade e instabilidade postural; ♥ “Síndrome não punível, caracterizada por um dano inculpável, no corpo ou na saúde do paciente, consequente de uma aplicação terapêutica, isenta de responsabilidade profissional” ♥ Terminologia: Iatrós – médico / genia – dano; - Iatron – local onde os médicos guardavam seus instrumentos, davam consultas, faziam Visão além do alcance para prevenir futuros desfechos negativos curativos e operações; - Manifestações decorrentes do emprego de medicamentos em geral, atos cirúrgicos ou quaisquer processos de tratamento feitos pelo médico ou por seus auxiliares; ♥ Qualquer prejuízo ao paciente não decorrente da sua doença, mas de qualquer intervenção da equipe de saúde; - Pode estar certa ou errada, justificada ou não, esperada ou inesperada; - Sinal ou sintoma de instalação subsequente ao início de um novo medicamento – suspeitar de causa farmacológica; IATROGENIA Possui nexo entre conduta e dano Conduta perita, prudente e diligente Dano previsível, conduta necessária Cumpre obrigação anterior Não gera dever de indenizar Âmbito da licitude ♥ Quando suspeitar de efeito adverso medicamentoso no idoso? ⤿ Surgimento agudo/subagudo de: - Confusão mental; - Declínio funcional; - Déficit cognitivo; - Distúrbios comportamentais; - Sintomas depressivos; - Tontura; - Alteração de marcha e equilíbrio; - Quedas repetidas; - Incontinência urinária ou fecal; - Síndrome extrapiramidal; ♥ Deve-se pensar sempre nos princípios bioéticos: beneficência e não-maleficência; - Conduta necessária; ♥ Diferente de erro médico: - Alguns erros médicos parram desapercebidos, mas alguns causam alguma iatrogenia; TIPOS ♥ Por ação: diagnóstico, tratamento, prevenção / por erro médico: imperícia e imprudência; ♥ Por omissão: diagnóstico, prevenção, tratamento / por erro médico: negligência; ♥ Por comunicação: deficiências do paciente e do profissional, conteúdo e modo de dar más notícias, grafia. EPIDEMIOLOGIA ♥ Incidência internados: 3-4 a 34%; ♥ Idosos – mais frequente (2x após os 65 anos) e mais graves; ♥ Reação adversa a medicamentos (RAM): - Principal em todas as faixas etárias; - Idosos hospitalizados: 3-7x mais frequente; - 2 a 10% de mortes; ♥ RAM em idosos: - 3x mais chance no idoso; - 7x mais quando internados; - Mais da metade das hospitalizações; CONSEQUÊNCIAS ♥ Complicações e incapacidade; ♥ Aumento de tempo de internação e terapêuticas; ♥ Aumenta o custo e o uso dos recursos de saúde; FATORES DE RISCO EM IDOSOS ♥ Múltiplas doenças crônicas e reserva funcional diminuída; ♥ Farmacodinâmica e farmacocinética; ♥ Múltiplos médicos/profissionais se saúde e polifarmácia (acima de 4 drogas); ♥ Excesso ou falta de diagnóstico e/ou tratamento; ♥ Hospitalizações e procedimento médicos ou cirúrgicos; ♥ Sintomas atípicos e ocultos; ♥ Dificuldade de comunicação e socioeconômicas; ♥ Idade avançada, fragilidade, declínio cognitivo e polifarmácia; IMPACTOS PSICOSSOCIAIS DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO ♥ Lesões perineais; ♥ Quedas e fraturas; ♥ Úlceras de pressão; ♥ Prejuízo do sono; ♥ Infecções urinárias; ♥ Isolamento social; ♥ Depressão; ♥ Conotação de maus hábitos de higiene; ♥ Mal-estar; ♥ Perda da auto estima; ♥ Constrangimento: - A cada 3 pessoas que sofrem de incontinência urinaria, apenas uma não se sente constrangida em falar sobre o assunto com familiares, amigos ou com profissionais médicos; ♥ Consequências: sociais, psicológicas, ocupacionais, domésticas, sexuais; ♥ Restrições de atividades; ♥ Demora a procurar ajuda; ♥ Sentimentos de ansiedade, receio, preocupação, baixa autoestima, frustração; ♥ Autoexclusão do convívio social; ♥ Sentimento de impotência; ♥ Desconforto e constrangimento; ♥ Perdas materiais; ♥ Vergonha; ♥ Demora na procura de ajuda profissional: - Relacionam com a velhice ou ao processo fisiológico da idade; Qualquer sintoma novo em um idoso é relacionado a medicamento até que se prove o contrário!
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