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Gabriela Lacerda 1 Introdução à Parasitologia Conceitos gerais Endoparasitas X Ectoparasitas: Em relação a localização do parasita em re- lação ao hospedeiro, podemos dividi-los em endoparasitas e ectoparasitas. Um endopa- rasita é aquele que está presente no interior de uma cavidade ou no interior de alguma célula. Já os ectoparasitas ficam fora do corpo do hospedeiro, como por exemplo o Piolho. Estenoxenos X Eurixenos: Em relação ao número de hospedeiros que um parasita pode infectar, podemos dividir em estenoxenos e eurixenos. Os parasitas es- tenoxenos são aqueles específicos de uma determinada espécie. humanos. Já os Eurixe- nos são parasitas que podem acometer uma grande variedade de hospedeiros. Estenotrófico x Euritrófico: Esses termos dizem respeito a forma de ali- mentação do parasito. Entende-se como es- tenotrófico aquele parasita que se nutre apenas um tecido. sangue. Já os euritróficos, nutre-se de vários tipos de tecido. Hospedeiro Definitivo x Intermediário: Nos casos em que o parasita apresenta uma forma sexuada e outra assexuada, entende- se que hospedeiro definitivo é aquele onde se desenvolvem as formas sexuadas do pa- rasito. Enquanto isso, no hospedeiro interme- diário que ocorre o ciclo assexuado. Hospedeiro Vertebrado x Inverte- brado: Essa divisão é feita quando o parasitismo exige mais de um hospedeiro, mas as formas sexuadas não existem ou estão presentes em ambos os hospedeiros. Por exemplo, o Trypa- nosoma cruzi tem reprodução sempre de maneira assexuada. Nesses casos, o humano é o hospedeiro vertebrado e o barbeiro é o hospedeiro invertebrado. Infecção x Infestação: A infecção ocorre quando há invasão do or- ganismo por agentes patogênicos microscó- picos. Já a infestação, é a invasão do orga- nismo por agentes patogênicos macroscópi- cos. Reservatório x vetor: O reservatório é onde o parasita permanece viável, mas sem causar a doença. Podemos ter como reservatório do Trypanosoma cruzi, o gambá que não se infecta pelo protozoá- rio. Enquanto isso, o vetor ou transmissor é qualquer organismo responsável pela trans- missão do patógeno. Zoonose: Entende-se como zoonose as doenças que circulam em animais e podem ser transmiti- das ao homem. Doenças tropicais negligenciadas (NTD): O NTD se refere a doenças endêmicas de re- giões tropicais e subtropicais que geralmente atingem populações de baixa renda. As in- dústrias farmacêuticas têm pouco interesse em desenvolver novos medicamentos para o combate dessas doenças típicas de países pobres. Gabriela Lacerda 2 Tipos de Associações Competição: Nesses casos, indivíduos de espécies diferen- tes ou mesma espécie lutam entre si pelo mesmo abrigo ou alimento. Os mais “fracos” perdem, regulando o nível ou número popu- lacional de certas espécies. Neutralismo: Ocorre quando duas espécies ou popula- ções não interagem ou afetam uma a outra. Acredita-se que o neutralismo não existe, pois todas as espécies são interdependentes de algum modo. Canibalismo: Nesses casos, um animal se alimenta de outro da mesma espécie ou da mesma família. Geralmente isso ocorre devido à superpopu- lação ou deficiência alimentar. Predatismo: É quando uma espécie se ali- menta de outra espécie. Isso nada mais é do que a nossa conheci da cadeia alimentar. Parasitismo: Nessa associação, existe benefício apenas para um dos lados. Sendo assim, o hospe- deiro é espoliado pelo parasito, pois fornece alimento e abrigo para este. Quase nunca isso resulta em morte, já que a morte do hos- pedeiro é prejudicial para o parasito. Comensalismo: Essa relação ocorre entre duas espécies, na qual uma obtém vantagens, o hóspede, sem prejuízos para o outro, o hospedeiro. Mutualismo: Nesses casos obrigatoriamente ocorre quando duas, espécies se associam para vi- ver, e ambas são beneficiadas. Simbiose: É a associação entre seres vivos, na qual há uma troca de vantagens a nível tal que esses seres são incapazes de viverem isolada- mente. Nesse tipo de associação, as espécies realizam funções complementares, indispen- sáveis a vida de cada uma. Ciclos Biológicos Os parasitas possuem um ciclo bioló- gico que compreende um conjunto de trans- formações que acontece em um único hos- pedeiro ou em vários, com ou sem passagem pelo meio exterior e que permitem ao para- sito atingir a forma adulta da geração se- guinte. Portanto, são determinados dois prin- cipais tipos de ciclo de vida parasitária, le- vando em conta o número de hospedeiros necessários para que o mesmo ocorra: Ciclo monoxênico: Esse ciclo acon- tece quando apenas um hospedeiro está envolvido durante toda a vida do parasita. Ciclo heteroxênico: Nesses casos, dois ou mais hospedeiros estão envolvidos nas fa- ses de desenvolvimento do parasita. Dentro desse ciclo, quando existem dois hospedeiros, é denominado ciclo dixeno, como na Taenia e Trypanosoma cruzi, em que o protozoário passa pelo barbeiro e pelos seres humanos. Já quando são necessários mais de dois hos- pedeiros, chamamos de ciclo polixeno. Um exemplo disso, é o ciclo dos Diphyllobothrium latum, que pode infectar artrópodes, depois peixes e, por fim, pode infectar seres huma- nos que consomem o peixe infectado pela larva. Gabriela Lacerda 3 Ação dos parasitas sobre o hospedeiro Ação espoliativa: A espoliação ocorre quando o parasito ab- sorve nutrientes ou mesmo sangue do hospe- deiro. Ação tóxica: Nesses casos ocorre a produção de enzimas ou metabólitos por parte dos parasitas que lesam de algum modo o hospedeiro. Ação mecânica: Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar, agindo mecanicamente como pontos de obstrução. Ação traumática: Em alguns casos, certos tipos de parasitas, principalmente, na forma larvária, podem causar lesões traumáticas em órgãos ou es- truturas. Ação irritativa: Deve-se a presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado. Ação enzimática: Nesses casos, os parasitas produzem substân- cias que possuem ação enzimática em al- guma estrutura do hospedeiro. Anoxia: A anoxia pode ocorrer quando há a infec- ção de um parasita que consume oxigênio da hemoglobina ou leva a anemia. Com isso, a infecção é capaz de provocar uma anoxia generalizada. Classificação Taxonômica REFEÊNCIAS: Resumos SANAR Flix
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