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Choque - o choque é a via final comum para os vários eventos clínicos potencialmente letais - é caracterizado por hipertensão sistêmica, devido à redução do debito cardíaco ou pela redução efetiva do volume sanguíneo circulante - as conseqüências são a perfusão tecidual deficiente e a hipóxia celular - no início a lesão celular é reversível (1º tumefação celular – desequilíbrio hidroeletrolítico) - o choque prolongado leva, em alguns casos, a uma lesão tecidual irreversível frequentemente fatal - índice de mortalidade: 20% - primeiro lugar entre as causas de óbito nas unidades de terapia intensiva - sua incidência está aumentando: melhorias no suporte de vida para os pacientes; aumento de indivíduos imunocomprometidos (devido quimioterapia, imunossupressão ou infecção pelo HIV) - choque séptico: 1. gram positivos (streptococcus, staphylococcus) 2. gram negativos (diplococcos, H. pylori, bacilos, coccobacilos) 3. fungos (aspergilos) Cardiogênico: IAM, ruptura ventricular, arritmia, tamponamento cardíaco, embolia pulmonar - mecanismos = falência da bomba miocárdica devido a dano miocárdico intrínseco, pressão extrínseca ou obstrução do fluxo Hipovolêmico: perda líquida (hemorragia, diarréia, queimaduras, trauma) - mecanismos = volume plasmático ou sanguíneo inadequados Séptico: infecções microbianas devastadoras (bacterianas ou fúngicas); superantígenos (síndrome do choque tóxico) - mecanismos = vasodilatação periférica com acumulo de sangue; ativação/lesão endotelial; dano induzido por leucócitos; coagulação intravascular disseminada; ativação das cascatas de citocina Aspectos hemodinâmicos · Hipodinâmicos (aumento do RVP, diminuição do DC) **Choque cardiogênico: baixo DC devido a falência da bomba do miocárdio; IAM, cardiomiopatia, arritmias; altas pressões (PVC – pressão venosa central; e PCP – pressão do capilar pulmonar) **Choque obstrutivo: baixo DC devido a obstrução do fluxo sanguíneo; tamponamento, TEP, pneumotórax hipertensivo; altas pressões (PVC no TEP; PVC e PCP no tamponamento) **Choque hipovolêmico: baixo DC devido a perda do volume sanguíneo ou plasmático; hemorragia, desidratação, queimaduras; baixas pressões (PVC e PCP) · Hiperdinâmicos (diminuição do RVP, aumento do DC) **Choque distributivo: vasodilatação e acúmulo sanguíneo periférico como um componente de uma reação imunológica sistêmica, uma infecção bacteriana ou fúngica - sepse (choque séptico), anafilaxia-IgE (choque anafilático), lesão medular (choque neurogênico), disfunções da suprarrenal; - baixas pressões no início e melhoram com a hidratação - sepse avançada cursa co redução do DC (disfunção miocárdica) Estágios do choque 1. Fase inicial não progressiva - os mecanismos compensatórios reflexos são ativados e a perfusão de órgãos vitais é mantida - ex: ativação do SRAA, ativação do SNA simpático 2. Estágio progressivo - hipoperfusão tecidual e início de um agravamento circulatório e desequilíbrio metabólico, incluindo acidose 3. Estágio irreversível - lesão celular e tecidual tão intensa que, mesmo se os defeitos hemodinâmicos fossem corrigidos, a sobrevivência não seria possível Lesões reversíveis · Danos à membrana celular - entrada contínua de água; perda dos fosfolipídios de membrana; perda de aa protetores da membrana (glicina) · Influxo massivo de cálcio - densidades mitocondriais · Alterações nucleares - picnose (condensação nuclear, cariorrexis – fragmentação do núcleo); cariólise (dissolução do núcleo) **OBS: choque anafilático – IgE, degranulação de eosinófilos libera histamina, provoca edema e congestão · Choque neurogênico - qualquer fator que estimula o parassimpático ou inibe o simpático; ativação das células musculares lisas dos vasos; resulta em....? e massiva vasodilatação - causas: injuria na medula espinhal acima de L5; anestesia espinhal; depressão do centro vasomotor - resultados: massiva vasodilatação; decréscimo do tônus vascular; baixa resistência vascular periférica; debito cardíaco inadequado; perfusão tecidual diminuída; metabolismo celular prejudicado · Choque medular: injuria espinhal; perda dos reflexos voluntários. Perda de reflexos, vias sensoriais, injuria por paralisia flácida. Dura de dias a meses · Choque neurogênico: fenômeno hemodinâmico (perda do tônus vasomotor, disfunção simpática). Hipotensão, bradicardia. Poiquilodermia. A partir de 30 min após a injuria. Dura ate 6 semanas. Causado por drogas (opioides e BZDs). Gestão: suporte aéreo; fluidos; atropina (bradicardia); vasopressores (fenilefrina) **ambos podem coexistir no mesmo paciente Sinais e sintomas - hipotensão - pulso fino e taquicardia - enchimento capilar diminuído - pele fria e sudorese abundante - cianose - resfriamento das extremidades - hipotermia - respiração superficial, rápida e irregular - sede - náuseas e vômito - alterações neurossensoriais - livedo reticular - redução do débito urinário - aumento do lactato (laboratorial) SIRS e SEPSE · Síndrome da resposta inflamatória sistêmica: febre (>38), hipotermia (<36); taquicardia; taquipneia; pCO2 (<32); contagem de células brancas (>12.109 ou <4.109) · Sepsis: SIRS maior infecção · Sepse grave: sepse associada com disfunção orgânica, hipoperfusão sistêmica, hipotensão · Choque séptico: sepse com hipotensão arterial; paciente é refratário a terapia com fluidos PACOTE 3H: coleta de lactato, hemocultura, antibiótico precoce, fluidos nos pacientes com hipotensão ou lactato acima de 2x o valor normal. PACOTE 6H: vasopressores para obter PAM > 65mmHg; mensuração de pressão venosa central; mensuração de saturação venosa central de O2
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