Buscar

Atenção Primária à Saúde - APS


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS
Obs.: essa aula não é sobre uma portaria ou um marco jurídico, mas sim sobre uma contex-
tualização desse ponto da Rede, que é tão importante para que se consiga mudar a 
forma de ofertar e de entender o processo.
A atenção primária em saúde não começou no Brasil, ela tem uma historicidade imensa, 
que faz com que o estudante se encante a cada passo de avanço. A atenção primária em 
saúde mobiliza comunidades e pessoas a entenderem que o cuidado pode ocorrer com baixa 
densidade tecnológica, desde que haja ações de promoção e prevenção, desde que a equipe 
de referência esteja envolvida, e que haja responsabilidade sanitária e população definida.
A atenção primária, como nível de atenção, é de grande importância para a constituição 
da rede, pois tem um papel de centro de comunicação, ordenando a rede e coordenando o 
cuidado. Tudo isso ocorre pela localização estratégica onde suas ações são implementadas 
– no território, perto da vida, do dia a dia das pessoas (que são impactadas pelo território, 
e este, por sua vez, impactando quem ali vive). É preciso olhar para a vida das pessoas, no 
local onde vivem. Diferentemente de outros pontos de atenção (nos quais o indivíduo vêm 
sob referenciamento ou sob situação de urgência/emergência), a pessoa vem caminhando 
até a atenção primária, dizendo o exame que gostaria de ser solicitado ou a prescrição que 
gostaria de ser feita.
Na atenção primária, não se lida com pessoas no leito, mas pessoas que estão no seu 
"nicho", e é necessário fazer parcerias, para melhorar o processo de vida desse indivíduo 
dentro do território. Não existe atenção primária sem o envolvimento trabalhador-usuário 
gestor; da mesma forma, não existe atenção primária sem criação de vínculo, ou sem que os 
profissionais se façam queridos e aceitos para lidar com o processo de cuidado. Isso requer 
um olhar muito atento para a vida da pessoa no seu território.
No Brasil, a atenção primária é organizada por uma política (PNAB), mas já existia muito 
antes da primeira PNAB publicada no Brasil.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Atenção Primária à Saúde
Por que Atenção e não Assistência?
Para Figueiredo e Demarzo (2015), em uma visão ampliada do processo saúde-adoe-
cimento (PSa), as práticas de saúde devem ir além da assistência à saúde de indivíduos, 
ocupando-se também da atenção à saúde. 
Assistência: seria então entendida como um conjunto de procedimentos clínico-cirúrgi-
cos dirigidos a indivíduos, estejam eles doentes ou não.
Obs.: a assistência está mais ligada ao modelo biomédico (que foca no procedimento e na 
doença) – assistir alguém significa prestar cuidados mais direcionados à clínica.
Atenção: seria um conjunto de atividades intra e extra-setor saúde (intersetorialidade) 
que, incluindo também a assistência individual, não se esgota nela, atingindo grupos popu-
lacionais com o objetivo de manter a condição de saúde, requerendo ações concomitantes 
sobre todos os determinantes do PSa.
Obs. 1: é necessário que a atenção primária lide com espaços que extrapolam o setor 
saúde. A isso chamamos intersetorialidade.
Obs. 2: a atenção significa estar atento, desde às ações de promoção até às ações de cuida-
dos paliativos. Estar atento, desde ao indivíduo que reside no território, ao indivíduo 
que trabalha no território de atuação.
Uma breve História da Atenção Primária à Saúde (APS)
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Conforme Figueiredo e Demarzo (2015), a história da (re)organização de serviços e sis-
temas de saúde orientados pelos princípios da Atenção Primária à Saúde (APS) é marcada 
por uma trajetória de sucessivas reconstruções até se consolidar como uma política de 
reforma, uma alternativa diante da permanente crise (financeira e de resultados) dos 
sistemas de saúde contemporâneos.
Obs. 1: a reconstrução se dá até hoje, tanto que a Política da Atenção Básica já foi modifi-
cada diversas vezes. Isso porque precisava-e, e ainda precisa, de alternativas para 
enfrentar a crise financeira – ofertar atenção primária é mais barato e tem maior 
resultado. Sobre a crise de resultados, é necessário pontuar que prevenir aquilo que 
pode gerar o sintoma é muito mais importante do que lidar com os sintomas, depois 
de manifestado.
Obs. 2: a atenção primária é validada como um ponto da Rede que consegue resolver a maior 
parte dos problemas mais comuns. Justamente por isso, ocupa a base da rede, como 
centro de comunicação, que coordena o cuidado e ordena a rede.
De acordo com Mendes (2019), a moderna concepção de APS surgiu no Reino Unido, 
em 1920, no Relatório Dawson que preconizou a organização do sistema de atenção à saúde 
em diversos níveis:
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
• Os serviços domiciliares.
• Os centros de saúde primários.
• Os centros de saúde secundários.
• Os serviços suplementares.
• Os hospitais de ensino. 
Portanto, a Atenção Primária é histórica e já vem sendo considerada como forma de rear-
monizar modelos.
Ainda segundo Mendes (2019), esse clássico documento descreveu:
"as funções de cada nível de atenção e as relações que deveriam existir entre eles e 
representa o texto inaugural da regionalização dos sistemas de atenção à saúde organiza-
dos com base na saúde da população, tendo influenciado a organização desses sistemas em 
vários países do mundo. Além disso, esse documento constitui a proposta seminal das RAS 
coordenadas pela APS."
10m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
Pode-se dizer, portanto, que a Atenção Primária, considerada atualmente, e o papel que 
desempenha dentro da rede, sofreram influência do Relatório Dawson de 1920.
Sobre o relatório Dawson, Figuereido e Demarzo (2015) escrevem que:
"O Relatório Dawson tornou-se um marco na história da organização dos sistemas de 
saúde. Ele propõe a implantação de um sistema integrado de medicina preventiva e curativa 
por meio de ações primárias, secundárias e terciárias.
O Relatório Dawson está na base do sistema de saúde britânico e inspirou a organização 
de sistemas de saúde em vários outros países.
Figuereido e Demarzo (2015) trazem, ainda, que a discussão conceitual no campo da 
Atenção Primária, como percebe-se hoje, está intimamente relacionada à história da Confe-
rência Internacional de Alma-Ata."
Obs.: � a Conferência Internacional de Alma-Ata aconteceu em 1978, no Cazaquistão, sendo 
a primeira conferência a discutir, de forma internacional, os cuidados primários em 
saúde.
ATENÇÃO
Pode-se dizer que, mesmo que o Relatório Dawson tenha influenciado o que hoje conce-
be-se por Atenção Primária, a Conferência Internacional de Alma-Ata, de 1978, teve um 
impacto muito maior, justamente por conta do cenário político-econômico que já vivia-se 
à época, do movimento sanitário, e em razão de a Atenção Primária ser considerada um 
cuidado para e pela população (participação da comunidade).
Atenção Primária à Saúde (APS) e a Conferência de Alma-Ata
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
De acordo com Starfield (2002), em 1977, em sua trigésima reunião anual, a Assembleia 
Mundial de Saúde decidiu unanimemente que a principal meta social dos governos parti-cipantes deveria ser a obtenção por parte de todos os cidadãos do mundo de um nível de 
saúde no ano 2000 que lhes permitiria levar vida social e economicamente produtiva. Hoje 
conhecida como “saúde para Todos no Ano 2000”.
Ainda de acordo com a autora, os princípios dessa meta social foram enunciados em uma 
conferência realizada em Alma-Ata e trataram do tópico da Atenção Primária à Saúde.
Segundo Figueiredo e Demarzo (2015), durante a Conferência que culminou com a 
Declaração de Alma-Ata, organizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1978, 
na antiga União Soviética, a saúde foi reconhecida como direito fundamental das pessoas e 
comunidades, sendo enfatizado o acesso universal aos serviços de saúde e a intersetoria-
lidade das ações, e ficando evidenciada a APS como estratégia básica para a consecução 
desses objetivos.
Obs.: nossa Constituição Federal de 1988 deixa claro que a saúde, no Brasil, é um direito 
fundamental. 
De acordo com Mendes (2019), a Conferência de Alma-Ata definiu a APS como "cuida-
dos essenciais baseados em métodos de trabalho e tecnologias de natureza prática, cien-
tificamente críveis e socialmente aceitáveis, universalmente acessíveis na comunidade aos 
indivíduos e às famílias, com a sua total participação e a um custo suportável para as comu-
nidades e para os países, à medida que se desenvolvem num espírito de autonomia e auto-
determinação."
ATENÇÃO
Pesquisar sobre o livro de Barbara Starfield, que é muito relevante para entender a discus-
são e o contexto da atenção primária no cenário mundial. É importante também pesquisar 
sobre o Relatório da Conferência de Alma-Ata e o Relatório de Dawson.
15m
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Ainda segundo Mendes (2019), dessa definição emergiram, naquele momento, elemen-
tos essenciais da APS:
A educação em saúde;
A provisão de medicamentos essenciais;
O saneamento básico;
O tratamento apropriado das doenças e danos mais comuns;
A prevenção de endemias;
O programa materno-infantil, incluindo imunização e planejamento familiar;
A promoção de alimentação saudável e de micronutrientes;
A valorização das práticas complementares. Principalmente, aponta para a saúde como 
expressão de direito humano.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS II
RELEMBRANDO
Viu-se que a Conferência de Alma-Ata foi a primeira conferência internacional sobre o 
tema cuidados primários em saúde. Há marcos que antecedem a Alma-Ata, mas esta foi 
a primeira conferência internacional a tratar desse assunto. O resultado dessa conferên-
cia teve grande impacto na organização da atenção primária no Brasil (principalmente no 
momento em que acontecia um movimento sanitário muito forte, por parte de estudiosos, 
universitários e congressistas, que tentavam mudar a forma como a saúde era ofertada). 
A atenção primária sempre foi o primeiro ponto a ser escolhido, porque está mais próxima 
da comunidade – entendimento estabelecido na Conferência de Alma-Ata, que aconteceu 
em 1978, no Cazaquistão.
Ainda segundo Mendes (2019), dessa definição emergiram, naquele momento, elemen-
tos essenciais da APS:
A educação em saúde;
O saneamento básico;
A prevenção de endemias;
O programa materno-infantil, incluindo imunização e planejamento familiar;
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
A provisão de medicamentos essenciais;
O tratamento apropriado das doenças e danos mais comuns;
A promoção de alimentação saudável e de micronutrientes;
A valorização das práticas complementares. Principalmente, aponta para a saúde como 
expressão de direito humano.
Obs.: nota-se como, mesmo sendo de 1978, os conceitos trazidos pela Conferência de 
Alma-Ata são o que se vê atualmente em prática. Exemplos: não se faz atenção pri-
mária sem educação em saúde; não é possível aceitar atenção primária sem atuação 
na imunização e planejamento familiar. Até mesmo as práticas integrativas e comple-
mentares são apontadas na Conferência. Logo, é um dos marcos mais importantes 
para o que há de filosofia da atenção primária no Brasil.
Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil
De acordo com Mendes (2011), a APS tem uma história singular no Brasil que pode ser 
registrada por ciclos de desenvolvimento:
O PRIMEIRO CICLO surgiu em 1924, com os Centros de Saúde criados na USP. Pro-
vavelmente, esses centros sofreram alguma influência do pensamento dawsoniano do 
Reino Unido.
O SEGUNDO CICLO deu-se no início dos anos 40, com a criação do serviço especial de 
saúde pública (SESP), hoje fundação nacional de saúde.
Obs.: a Fundação SESP foi trazida para o Brasil como uma troca entre os governos brasileiro 
e norte-americano, em troca do látex da borracha – os norte-americanos precisavam 
da borracha como matéria-prima e, em contraponto, deram o know-how de como era 
organizado o sistema, nos moldes da Fundação Rockfeller norte-americana.
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO
A Fundação Rockfeller teve grande êxito em ofertar serviços de saúde àquela época, nos 
EUA. No Brasil, esse modelo tinha um formato militar (com método e organização): visita-
dores sanitários, busca ativa, com padronização. Considera-se um dos pontos de avanços 
no acesso a um sistema que, no Brasil, não existia para quem não trabalhava. 
Com a vinda da Fundação SESP para o Brasil, colocaram-se em prática, principalmente, 
ações de higienização, pré-natal, e ações contra tuberculose e hanseníase, ou seja, aten-
dimentos relacionados aos principais problemas da época. Com isso, reduziu-se a taxa de 
mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis. Naquele momento (década de 40, quando a 
assistência à saúde era disponibilizada, apenas para quem trabalhava, através dos Institutos 
de Aposentadorias e Pensões), passou-se a ter mais um ponto de acesso para a população 
que precisava de atenção – pode-se dizer que muito do que a saúde da família é hoje, é em 
razão da Fundação SESP.
Enquanto os sanitaristas (profissionais de nível superior) desempenhavam ações rela-
cionadas ao atendimento à população, os agentes de endemias interiorizavam a saúde no 
Brasil, controlando endemias como a Doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose, 
malária etc.
O TERCEIRO CICLO, instituído a partir da metade dos anos 60, desenvolveu-se nas 
secretarias estaduais de saúde, focalizava suas ações na prevenção das doenças, mas 
incorporando a atenção médica num modelo dirigido especialmente para o grupo materno-
-infantil e para as doenças infecciosas como tuberculose e hanseníase.
Obs.: o cenário político daquela época não permitia algo que abrangesse a população como 
um todo. Até o ano de 1966, havia os Institutos de Aposentadorias e Pensões e, a 
partir de 1966, surgiu o INPS. Os grande focos que tinham visibilidade epidemioló-
gica e os piores indicadores no Brasil conseguiam ser desenvolvidos pelos Estados, 
focando na promoção e prevenção de doenças.
5m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.brAtenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
O QUARTO CICLO é contemporâneo da emergência, na cena internacional, da proposta 
de APS que seria referendada pela Conferência de Alma Ata em 1978.
O QUINTO CICLO deu-se no início dos anos 80, concomitantemente a uma grave crise 
da previdência social que levou à instituição das ações integradas de saúde (AIS) que leva-
ram, para dentro das unidades de APS do sistema de saúde pública, parte da cultura de 
atenção médica do INAMPS.
Obs.: o marco inicial da atenção primária no Brasil aconteceu entre 1983 e 1984, por conta 
da criação do Plano CONASP, que surgiu para tentar melhorar a crise na previdência. 
A instituição do SUS levou a um SEXTO CICLO, que se concretizou por meio da munici-
palização das unidades de APS dos estados que passaram à gestão dos municípios, o que 
gerou uma enorme expansão dos cuidados primários.
Obs. 1: o movimento SUS e da atenção primária ocorre perfeitamente, em conjunto. Não 
pode-se deixar de relacionar o nascimento do SUS e a melhoria da oferta em quan-
tidade e qualidade para a atenção primária.
Obs. 2: nosso olhar será mais focado para a década de 1990, quando o Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde foi implantado e, também, em 1994, quando o Programa de 
Saúde da Família foi implantado.
A implantação do PSF significou o SÉTIMO CICLO, que se denomina ciclo da atenção 
básica à saúde e que vige atualmente. Aconteceu entre 1990 e 1994.
O OITAVO CICLO da atenção primária à saúde se caracteriza pelo desafio da consolida-
ção definitiva da estratégia de saúde da família (ESF).
Obs.: a partir do oitavo ciclo, entendeu-se que não adiantava, apenas, dar nomenclatura ou 
saber qual é o ponto de atenção com maior capacidade de dar bons resultados. Era 
necessário entender o processo como estratégia (que veio para modificar o modelo 
de atenção à saúde), e não mais como programa.
10m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO
No Brasil, atenção básica e atenção primária são termos equivalentes.
De acordo com Mendes (2019), consolidar a ESF significará construí-la,verdadeiramente, 
a partir das evidências produzidas internacionalmente e no Brasil, como a política da APS no 
SUS, fundada no seu papel de estratégia de organização do sistema público de saúde brasi-
leiro e como centro de comunicação das RASs.
Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil
Cabe aqui um parênteses, para uma breve linha histórica sobre a nossa Estratégia de 
Saúde da Família.
ATENÇÃO
Apesar da equivalência dos termos atenção primária e atenção básica, é preferível falar em 
atenção primária, pois é o primeiro nível de atenção. Atenção básica denota ideia de "pou-
co", "básico". No entanto, para o concurso, lembrar-se de que são termos equivalentes.
Obs.: a UBS (unidade básica de saúde) é aquela que não tem saúde da família, enquanto 
as USF (unidade de saúde da família) é aquela que possui, pelo menos, uma equipe 
de saúde da família. 
15m
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Trajetória da eSF
Ano Dispositivo Informação
1994 Portaria 692 Cria o Programa de Saúde da Família.
1996 NOB-SUS
Fortalece o PSF, operacionalizou a descen-
tralização de recursos e a municipalização 
da saúde, criou o PAB fixo e Variável.
1997 Portaria n. 1.886 Passa a ser oficialmente uma ESTRATÉGIA de mudança de modelo de atenção.
1998 Portaria 3.925
Estabelece o primeiro conceito de Atenção 
Básica e a Estratégia Saúde da Família 
seria considerada como “estratégia prio-
ritária da saúde".
2006 Portaria 648
Incorpora os princípios e Diretrizes do SUS 
e do Pacto pela Saúde à Atenção Básica e 
ratifica a Saúde da Família como prioritária.
2011 Portaria 2.488
Ratifica a Estratégia de Saúde da Família 
como prioritária para consolidação e expan-
são da Atenção Básica. Traz a composição 
mínima de equipe que atualmente se confi-
gura como Saúde da Família.
2017 Portaria 2.436 e suas atualizações
Ratifica a Estratégia de Saúde da Família 
como prioritária para consolidação e expan-
são da Atenção Básica e traz alguns retro-
cessos.
Obs. 1: a Portaria n. 648 foi muito importante, justamente porque traz os princípios do SUS 
para o primeiro nível de atenção. Trazer a filosofia do SUS para uma Portaria é 
muito relevante, pois é necessário alinhar o que se coloca em prática com o que 
está nos termos dos textos legais.
Obs. 2: na Portaria n. 2.488, havia a previsão de número mínimo e máximo de agentes co-
munitários de saúde.
Obs. 3: a Portaria n. 2.436 e suas atualizações já estão presentes na Portaria de Consolida-
ção n. 2/2017 (todas as políticas de saúde foram revogadas com a Consolidação e o 
seu texto foi recepcionado pela Portaria de Consolidação 2/2017).
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS II
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Retrocessos presentes na Portaria 2.436 de 2017 e suas posteriores alterações
será visto no próximo bloco os retrocessos. 
ATENÇÃO
Principalmente, em questões de residência, o examinador pode exigir conhecimentos so-
bre esses retrocessos.
20m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS III
RETROCESSOS PRESENTES NA PORTARIA 2.436 DE 2017 E SUAS 
POSTERIORES ALTERAÇÕES
Para Medina et. al. (2020), as tentativas de desmantelamento da ESF, desde 2017, com 
redução de agentes comunitários de saúde, flexibilização de carga horária de profissionais, 
abolição da prioridade para a ESF, fragilizando o enfoque comunitário, entre outros, repre-
sentam constrangimentos importantes para uma atuação adequada da APS no SUS.
Some-se a tudo isso a extinção dos Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção 
Básica (NASF-AB) (nota técnica n. 03 de 2020), perda de profissionais com a finalização do 
Programa Mais Médicos, desincentivos a abordagem territorial com o novo modelo de finan-
ciamento da atenção básica (programa Previne Brasil) com base em número de cadastrados.
Obs.: � O Programa Previne Brasil muda o financiamento da atenção básica e apresenta 
como forma de recurso não mais a lógica de se ter uma qualidade de trabalho, mas 
sim uma lógica de quantitativo de cadastros, procedimentos e indicadores (Portaria 
n. 2.979/2019).
Ainda é possível concurso para NASF no município? Sim, se o gestor municipal manti-
ver o NASF-AB e tiver o recurso para manter o programa, ele pode fazer isso. A nota técnica 
apenas deixa claro que não haverá mais incentivo do governo federal para as equipes exis-
tentes e não haverá possibilidade de instituição de novas equipes (desde janeiro de 2020).
Importância da ESF
A Saúde da Família é uma das principais estratégias, propostas pelo Ministério da Saúde 
do Brasil, para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde, a partir da 
atenção básica (BRASIL, 1997). 
5m
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: � ESF: Estratégia Saúde da Família; eSF: equipe de Saúde da Família.
Considerações Importantes sobre a Saúde daFamília
A proximidade da equipe de saúde com o usuário permite que se conheça a pessoa, a 
família e a vizinhança. Isso garante uma maior adesão do usuário aos tratamentos e às inter-
venções propostas pela equipe de saúde.
Obs.: � É importante fazer o planejamento de acordo com o contexto. É preciso conhecer 
a rede social na qual o indivíduo está inserido. Para esse conhecimento, há alguns 
instrumentos: genograma, que mostra a relação das pessoas da família; ecomapa, 
que é uma forma de identificar a posição do usuário com a coletividade. Ao conhecer 
o indivíduo, é possível tratá-lo de acordo com a necessidade.
O resultado é mais problemas de saúde resolvidos na Atenção Básica, sem a necessi-
dade de intervenção de média e alta complexidade em uma Unidade de Pronto Atendimento 
(UPA 24h) ou hospital.
Obs.: � Conhecer os problemas mais comuns e saber como lidar com eles, por meio de pro-
tocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, contribui para que a maior parte dos proble-
mas seja resolvida. 
10m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Quando o problema deixa de ser comum, a atenção básica continua acompanhando o 
usuário, pois ela coordenada o cuidado dentro da rede. Por mais que o usuário precise ir 
para a oncologia, por exemplo, ele ainda voltará para sua casa, que fica no território onde a 
atenção básica atua.
Caso seja identificado um problema que não seja comum, ele será referenciado para 
outro ponto da rede, que tem o grau de densidade tecnológica suficiente para resolver o pro-
blema, mas a atenção básica não largará o paciente.
A atenção básica resolve os problemas mais comuns.
• Estratégia prioritária da AB;
• Segue os princípios e diretrizes da AB;
Obs.: � São os mesmos princípios doutrinários do SUS.
• Trabalha com população adscrita por equipe de 2.000 a 3.500 pessoas;
• A estratégia saúde da família incorpora os princípios do sistema único de saúde (SUS) 
(brasil, 2000) e se estrutura a partir da unidade saúde da família (USF).
As Interpretações da APS na Prática Social
Conforme Mendes (2019), há três interpretações principais da APS:
APS como atenção primária seletiva:
• APS como o nível primário do sistema de atenção à saúde e a APS como estratégia de 
organização do sistema de atenção à saúde.
• A interpretação da APS como atenção primária seletiva entende-a como um programa 
específico destinado a populações e regiões pobres a quem se oferece, exclusiva-
mente, um conjunto de tecnologias simples e de baixo custo, provido por pessoal de 
baixa qualificação profissional e sem a possibilidade de referência a níveis de atenção 
de maior densidade tecnológica.
APS como o nível primário do sistema de atenção à saúde:
• Conceitua-a como o modo de organizar e fazer funcionar a porta de entrada do sis-
tema, enfatizando a função resolutiva desses serviços sobre os problemas mais fre-
15m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
quentes de saúde, para o que a orienta a fim de minimizar os custos econômicos e a 
satisfazer às demandas da população, restritas, porém, às ações de atenção de pri-
meiro nível.
Obs.: � A atenção primária continua sendo a porta de entrada, mas há outras. A atenção pri-
mária é a porta preferencial, pois ela atua no território onde a comunidade vive.
APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde:
Obs.: � Hoje, essa é interpretação mais correta, mas é importante conhecer os outros apre-
sentados.
• Compreende-a como uma forma singular de apropriar, recombinar e reordenar todos 
os recursos do sistema para satisfazer às necessidades, às demandas e às represen-
tações da população, o que implica a articulação da APS como parte e como coorde-
nadora de uma RAS. Por isso, há quem sugira que a APS deve “ocupar o banco do 
motorista” para dirigir o sistema de atenção à saúde. 
20m
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: � Essa forma de mostrar a rede é chamado de poliarquia, em que há graus de diferen-
tes densidades tecnológicas, mas a atenção primária coordena o cuidado e ordena o 
fluxo da rende, além de ser o centro de comunicação.
Os Atributos e as Funções da APS nas Redes de Atenção à Saúde (RAS)
• De acordo com Brasil (2015), operacionalmente, uma conceituação de APS implica o 
exercício de sete atributos e de três papéis/funções, e só haverá uma APS de qualidade 
quando esses sete atributos estiverem sendo operacionalizados, em sua totalidade.
Os Atributos e as Funções da APS nas Redes de Atenção à Saúde (RAS)
Os atributos e as funções da Atenção Primária à Saúde:
• Atributos 
 – Primeiro contato
 – Longitudinalidade
Obs.: � Na atenção primária, há a característica de atender uma mulher no planejamento 
familiar, orientá-la, ouvi-la e atendê-la no ciclo gravídico e puerpério, atender à crian-
ça até que ela vire adolescente. Isso é longitudinalidade.
 – Integralidade
 – Coordenação
 – Focalização na família
 – Orientação comunitária
 – Competência cultural
• Funções
 – Resolubilidade
 – Comunicação
 – Responsabilização
25m
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Atributos da Atenção Primária, conforme starfield (2002): 
• O primeiro contato: Implica a acessibilidade e o uso de serviços para cada novo pro-
blema ou novo episódio de um problema para os quais se procura atenção à saúde.
• A longitudinalidade: Constitui a existência do aporte regular de cuidados pela equipe 
de saúde e seu uso consistente ao longo do tempo, num ambiente de relação mútua 
de confiança e humanizada entre equipe de saúde, indivíduos e famílias.
• A integralidade: Significa a prestação, pela equipe de saúde, de um conjunto de ser-
viços que atendam às necessidades da população adstrita nos campos da promoção, 
da prevenção, da cura, do cuidado, da reabilitação e dos cuidados paliativos, a res-
ponsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reco-
nhecimento adequado dos problemas biológicos, psicológicos e sociais que causam 
as doenças.
• A coordenação: Conota a capacidade de garantir a continuidade da atenção, através 
da equipe de saúde, com o reconhecimento dos problemas que requerem seguimento 
constante e se articula com a função de centro de comunicação das RAS.
• A focalização na família: Impõe considerar a família como o sujeito da atenção, o que 
exige uma interação da equipe de saúde com esta unidade social e o conhecimento 
integral de seus problemas de saúde e das formas singulares de abordagem familiar.
• A orientação comunitária: Significa o reconhecimento das necessidades das famí-
lias em função do contexto físico, econômico e social em que vivem, o que exige uma 
análise situacional das necessidades de saúde das famílias numa perspectiva popula-
cional e a sua integração em programas intersetoriais de enfrentamento dos determi-
nantes sociais da saúde proximais e intermediários.
• A competência cultural: Convoca uma relação horizontal entre a equipe de saúde e 
a população que respeite as singularidades culturais e as preferências das pessoas e 
das famílias.
Para Mendes (2019), uma APS como estratégia só existirá se ela cumprir suas três fun-
ções essenciais: a resolubilidade, a comunicação e a responsabilização.
• A função da resolubilidade: Inerente ao nível de cuidados primários, significa que ela 
deve ser resolutiva, capacitada, portanto, cognitiva e tecnologicamente, para atender a 
mais de 90% dos problemas de sua população.
30m
7 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material?Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS III
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
• A função da comunicação: Expressa o exercício, pela APS, de centro de comuni-
cação das RAS, o que significa ter condições de ordenar os fluxos e contrafluxos das 
pessoas, dos produtos e das informações entre os diferentes componentes das redes.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS IV
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS IV
Para Mendes (2019), uma APS como estratégia só existirá se ela cumprir suas três fun-
ções essenciais: a resolubilidade, a comunicação e a responsabilização.
A função de resolubilidade: Inerente ao nível de cuidados primários, significa que ela 
deve ser resolutiva, capacitada, portanto, cognitiva e tecnologicamente, para atender a mais 
de 90% dos problemas de sua população.
Obs.: Existe divergência entre os autores. Alguns colocam 80, outros 85%.
A função de comunicação: Expressa o exercício, pela APS, de centro de comunicação 
das RAS, o que significa ter condições de ordenar os fluxos e contrafluxos das pessoas, dos 
produtos e das informações entre os diferentes componentes das redes.
A função de responsabilização: Implica o conhecimento e o relacionamento íntimo, nos 
microterritórios sanitários, da população adstrita, o exercício da gestão de base populacional 
e a responsabilização econômica e sanitária em relação a essa população.
Obs.: Microterritório sanitário é um espaço onde a equipe de saúde da família atua (eSF). 
Uma equipe atende em um território chamado área de atuação, que é considerado 
um microterritório. Essa equipe terá responsabilidade por esse microterritório, que 
é chamado de área. Um agente comunitário de saúde atua em outro microterritório, 
que é a microárea.
Modelos de Atenção Primária no Brasil
No Brasil, não obstante o discurso oficial da APS como estratégia de organização do SUS, 
convivem diferentes modelos de estruturação dos cuidados primários (MENDES, 2019).
Mesmo sob os nomes genéricos de PSF ou de ESF convivem variados modelos de cui-
dados primários.
Modelo tradicional: Médicos e enfermeiros generalistas sem formação específica 
em saúde da família atendem a uma população com ênfase em consultas médicas e de 
enfermagem.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS IV
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: O modelo tradicional está muito ligado à lógica do ambulatório, em que não há uma 
visão de equipe, mas sim de cada um fazendo seu papel de forma isolada.
Modelo semachko: Oriundo da experiência russa bolchevique de organização de cui-
dados primários providos por uma tríade de médicos especialistas: clínico, gineco-obstetra e 
pediatra. 
Obs.: No Brasil, pode ser usado o termo atenção primária estendida, com ampliação de 
cuidado.
Modelo de medicina de família e comunidade strictu sensu: Calcado em modelos 
europeus e canadense, em que a centralidade do cuidado se faz por meio de consultas 
médicas propiciadas por médicos generalistas ou por especialistas em medicina de família e 
comunidade.
Modelo do PSF: Em que se ofertam serviços de médicos e enfermeiros generalistas, de 
técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, de alguns outros profissionais de nível superior sob 
a forma de núcleos de apoio à saúde da família (NASF) e de agentes comunitários de saúde.
Obs.: � O termo correto é Estratégia de Saúde da família.
Modelos mistos: Que articulam alguns desses diferentes modelos em uma única uni-
dade de APS.
Para Mendes (2019), há um sentimento difuso em relação ao fracasso do modelo de PSF 
e um movimento no sentido de substituição através de propostas complementares.
Ainda de acordo com o autor, é preciso ter claro que as propostas de substituição do 
PSF pelos modelos tradicionais de APS não estão sustentadas por evidências científicas. O 
que parece moderno é, na realidade, uma volta ao passado que, certamente, aprofundará a 
crise contemporânea do SUS, prejudicando a sua política mais consequente que é da saúde 
da família.
Segundo Mendes, pesquisas realizadas no SUS demonstraram que o PSF, ainda que 
apresentando deficiências quantitativas e qualitativas, tem se mostrado efetivo, eficiente e 
equitativo e superior às formas tradicionais de prestação de cuidados primários.
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS IV
SAÚDE PÚBLICA
Um Novo Ciclo da APS no SUS: O Ciclo da Estratégia da Saúde da Família 
O PSF não fracassou, mas o ciclo da atenção básica à saúde, no qual ele nasceu e cres-
ceu, esgotou-se.
Para Mendes (2019), a saída não está em retroceder, mas em avançar, radicalizando o 
PSF para transformá-lo, de fato, numa Estratégia de Saúde da Família (ESF), indo além da 
mudança semântica já realizada. Ou seja, é hora da superação do ciclo da atenção básica à 
saúde, instaurando-se um oitavo ciclo de evolução da APS no SUS, o ciclo da atenção 
primária à saúde.
De acordo com Mendes (2019), a proposta de um ciclo que se denomine de atenção pri-
mária à saúde em vez de atenção básica vai além de uma opção semântica porque propõe 
uma nova forma de estruturar a APS como uma estratégia de organização do SUS.
Em 2017, através da publicação da nova Portaria da Atenção Básica, os termos Atenção 
Básica e Atenção Primária foram considerados equivalentes. Mendes, no entanto, guarda 
posicionamento distinto.
Para Mendes, a expressão atenção primária à saúde refere-se, na sua origem, à aten-
ção que se dá no primeiro contato das pessoas usuárias com o sistema de atenção à saúde, 
o atributo mais fundamental da APS. A palavra básica não significa esse atributo essen-
cialíssimo da APS. Além disso, aproximaria a denominação brasileira do que é regra em 
todo o mundo.
Ainda de acordo com Mendes (2019), esse novo ciclo aproximará a APS do SUS da con-
cepção de uma estratégia de reordenamento do sistema de atenção à saúde, superando, 
definitivamente, as interpretações mais estritas da atenção primária seletiva e de um primeiro 
nível de atenção (a porta de entrada).
10m
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS IV
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
O novo ciclo da atenção primária à saúde se caracterizará, além da significação semân-
tica, pela consolidação definitiva, no plano paradigmático, da ESF, indo além do PSF.
Isso representará uma saída para frente e não uma substituição ou flexibilização do PSF 
que traz, consigo, os perigos do retrocesso.
Consolidar a ESF significará construí-la, verdadeiramente, a partir das evidências produ-
zidas internacionalmente e no Brasil, como a política da APS no SUS, fundada no seu papel 
de estratégia de organização do sistema público de saúde brasileiro e como centro de comu-
nicação das RAS (MENDES, 2019). 
Obs.: Vale lembrar que o oitavo ciclo é uma tentativa de consolidar a estratégia de saúde 
da família.
O oitavo ciclo da atenção primária à saúde se caracteriza pelo desafio da consolidação 
definitiva da estratégia de saúde da família (ESF): De acordo com Mendes (2019), consolidar 
a ESF significará construí-la, verdadeiramente, a partir das evidências produzidas internacio-
nalmente e no Brasil, como a política da APS no SUS, fundadano seu papel de estratégia de 
organização do sistema público de saúde brasileiro como centro de comunicação das RASs.
Os problemas que se apresentam na APS:
As pessoas buscam a atenção na APS por diversos motivos:
• Uma solicitação burocrática
• Um anseio
• O medo de uma doença
• Uma informação técnica
• A necessidade de discutir situações logadas a questões não biomédicas
• Além de sinais e sintomas de doenças estabelecidas
15m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS V
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS V
Obs.: para resolver a maior parte dos problemas de saúde, é preciso identificá-los e enfren-
tá-los, preferencialmente, de forma multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. 
São situações que ultrapassam a clínica e o biológico. Deve-se respeitar o que o 
indivíduo quer.
Os Problemas que se Apresentam na APS
As pessoas buscam a atenção na APS por diversos motivos:
• Uma solicitação burocrática;
• Um anseio;
• Um desconforto psicológico;
• O medo de uma doença;
• Uma informação técnica;
• A necessidade de discutir situações ligadas a questões não biomédicas;
• Além de sinais e sintomas de doenças estabelecidas.
Obs.: percebe-se que são diversas demandas.
Para Mendes (2019), a visão restrita da demanda na APS, ainda prevalecente, leva a 
problemas sérios na prestação de serviços de qualidade como, por exemplo, o manejo das 
condições de saúde como se todas elas pudessem ser, sempre, catalogáveis na Classifica-
ção internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID).
Obs.: na atenção primária, não se pode agrupar situações, pois cada pessoa é um ser ím-
par. Às vezes, aparecem demandas que não são da saúde física, mas de toda uma 
relação. Por isso, existe a proposta de uma outra classificação, que é a Classificação 
Internacional da Atenção Primária – CIAP. Essa classificação já é usada, inclusive, 
em prontuários eletrônicos.
Na APS, é preferível trabalhar com a Classificação Internacional da Atenção Primá-
ria – CIAP.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS V
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
O que é CIAP? O sistema de Classificação Internacional de Atenção Primária é uma 
ferramenta adequada à Atenção Básica (AB) que permite classificar questões relacionadas 
às PESSOAS, e não às doenças. Permite classificar não só os problemas diagnosticados 
pelos profissionais de saúde, mas os motivos da consulta e as respostas propostas pela 
equipe seguindo a sistematização SOAP, de Lawrence Weed (Subjetivo, Objetivo, Avaliação 
e Plano). Pode ser utilizado por todos os profissionais de saúde.
Obs.: o subjetivo é aquilo que o indivíduo leva, a verbalização. Exemplo: dor de cabeça. 
O objetivo é quando se transforma o que foi levado pelo indivíduo em uma situação 
após um exame, até o momento em que se se conflita com a teoria. A avaliação é 
aquilo que se faz com o indivíduo. O plano é a proposta terapêutica de acordo com o 
que levou o indivíduo à consulta. 
Não substitui o CID. É uma classificação específica da atenção primária.
Atualmente, o CIAP encontra-se em sua segunda edição.
Retomando a discussão sobre os principais problemas apresentados na APS, Mendes 
afirma que:
• Estudos demonstraram que somente 50% da demanda da APS é passível de 
diagnóstico.
Obs.: os problemas que as pessoas levam estão mais relacionados ao modo de vida do 
que com a questão clínica. Por isso, sugere-se a utilização do CID e a complemen-
tação do CIAP.
• Sendo assim, na APS, é preferível trabalhar-se com problemas de saúde ou com 
condições de saúde do que com diagnósticos de doenças.
• Entende-se problema de saúde como o que requer ou pode requerer uma ação da 
equipe de saúde que motivará um plano de cuidados.
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS V
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Demandas na APS
Obs.: em relação à barreira financeira, deve-se lembrar que é preciso sempre levar em 
consideração a cultura do espaço em que se está inserido. É preciso ofertar a aten-
ção primária a toda a população, mas é preciso começar, primeiramente, por aqueles 
que mais precisam. Nesse ponto, surgem as barreiras geográficas e barreiras orga-
nizacionais.
Transformam-se em demandas efetivas que levam, na APS, ao acolhimento e à elabora-
ção de listas de problemas e/ou de diagnósticos (BRASIL, 2015).
A lista de problemas ou diagnóstico estrutura diferentes perfis de demandas que podem 
ser agrupados em: 
• Demanda por condições agudas;
• Demanda por condições crônicas agudizadas;
• Demanda por condições gerais e inespecíficas;
• Demanda por condições não agudizadas;
10m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS V
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: é aquele paciente que recebe o diagnóstico na própria atenção primária.
• Demanda por enfermidades;
• Demanda por pessoas hiperutilizadoras.
Obs.: é a pessoa que vai muito à unidade de saúde.
• Demandas administrativas;
• Demanda por atenção preventiva.
Obs.: exemplos: rastreamento do câncer de colo de útero e mama; teste rápido; ações de 
saúde bucal.
• Demanda por atenção domiciliar;
• Demanda por autocuidado apoiado.
Obs.: autocuidado apoiado está muito ligado às doenças e às condições crônicas que es-
tão estáveis. Por isso, o cuidado é necessário.
A estrutura da demanda na APS é ampla e diversificada. Contudo, na prática social, 
opera-se com uma estrutura de demanda limitada que desconhece essa diversidade. Em 
geral, trabalha-se com uma estrutura restrita de demanda: 
• Demanda espontânea: Que cobre as condições agudas e as agudizações das condi-
ções crônicas.
• Demanda programada: Que se limita às condições crônicas não agudizadas; deman-
das administrativas; demandas por atenção preventiva; e demandas por visitas 
domiciliares.
Obs.: a lógica de um cuidado na atenção primária cada vez melhor é diminuir a demanda 
espontânea e aumentar a demanda organizada. A lógica é trabalhar na lógica de li-
nhas de cuidado, em que se acompanha os ciclos vitais, garantindo consultas porque 
é preciso acompanhar como está sendo o ciclo de vida.
15m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS V
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
De acordo com Mendes (2019), a construção social da APS implica uma coerência 
entre a estrutura da demanda e da oferta. Assim, parte-se do estabelecimento da estrutura 
da demanda e busca-se adequar as respostas sociais a cada tipo de demanda específica 
por meio de uma estrutura de oferta singular. Ou seja, há de se harmonizar a estrutura de 
demanda com a estrutura de oferta.
Como toda demanda requer uma estrutura de oferta, segundo Brasil (2015), as diferentes 
demandas na APS podem ser agrupadas em seis perfis de oferta.
Perfis de Oferta
1. Atenção aos eventos agudos
• Que agrupa a demanda por condições agudas, por condições crônicas agudizadas e 
por condições gerais e inespecíficas.
2. Atenção às condições crônicas não agudizadas, às enfermidades e às pessoas 
hiperutilizadoras
• Que agrupa a demanda por condições crônicas não agudizadas (estabilizadas ou não), 
a demanda por enfermidades e a demandapor pessoas hiperutilizadoras.
3. Atenção às demandas administrativas;
4. A atenção preventiva;
5. A atenção domiciliar; e
6. A atenção à demanda por autocuidado apoiado.
A construção social da APS faz-se pelo desenvolvimento e pela implantação das estru-
turas e dos processos que permitem dar respostas satisfatórias às diferentes demandas, 
o que equivale a implementar soluções estruturais e processuais nos seis perfis de oferta 
(MENDES, 2019).
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VI
SAÚDE PÚBLICA
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS VI
Vale lembrar que a atenção primária vem de 1920, com o Relatório Dawson.
O Processo da Construção Social da APS: A Metáfora da Casa
Para Mendes (2019), o processo da construção social da APS que se propõe pode ser 
mais bem entendido utilizando a metáfora da construção de uma casa.
Obs.: fala-se em construção social porque não se pode separar a atenção primária do con-
texto social. É preciso conhecer o território, a vida e como as pessoas lidam com a 
saúde no dia a dia.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VI
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: imagine que se esteja começando a implantação de estruturas de atenção primária 
no município. O item 1 é a base, o alicerce. 
1. Os macroprocessos básicos: são aqueles que vão dar suporte ao atendimento das 
diversas demandas da população.
Obs.: quando se atua na atenção primária, lida-se com as demandas da população, que, 
depois, são transformadas em necessidades.
• A territorialização.
Obs.: quando se define o território cartográfico e qual o perfil da população que nele reside, 
fica mais fácil identificar qual a necessidade da população.
• O cadastramento das famílias.
Obs.: o cadastramento é feito pelo Sistema de Informação de Atenção Básica (SISAB). É 
cadastrada uma ficha domiciliar e, nesse domicílio, há uma ficha para cada indivíduo. 
Na ficha domiciliar, entende-se toda a estrutura do domicílio, traçando um perfil sani-
tário. A ficha individual apresenta, para cada pessoa que reside no domicílio, toda a 
lógica, incluindo informações como comorbidades, plano de saúde, religião etc.
• A classificação de risco familiar.
Obs.: o SISAB tem um espaço específico para colocar o grau de risco e vulnerabilidade 
(alto, intermediário, baixo).
• O diagnóstico local.
Obs.: o diagnóstico local é construído com os dados do SISAB e dados de outros sistemas 
de informação, como sistema de mortalidade, nascimento, Sinan, sistema ambulato-
rial, além do IBGE.
• 
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VI
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
• Agenda de atendimentos.
Obs.: é construída a partir do diagnóstico.
• A estratificação de risco populacional e identificação das subpopulações alvo por fator 
de risco ou condições de saúde, de acordo com a sua complexidade.
Obs.: exemplos de subpopulações alvo: diabéticos, hipertensos, pessoas portadoras de 
hanseníase, tuberculose, pacientes com deficiência física, pessoas que usam álcool 
ou outras drogas.
• A programação e monitoramento e a contratualização;
• A organização da carteira de serviços da unidade. 
Obs.: a carteira deve ficar exposta, mostrando quais os serviços são oferecidos. Ela é 
construída a partir do perfil da comunidade.
Os Microprocessos Básicos da APS
São aqueles que garantem condições para a prestação de serviços de qualidade, espe-
cialmente no aspecto da segurança das pessoas usuárias.
Obs.: o acolhimento pode não ser um espaço físico. O preparo pode ser associado à tria-
gem.
10m
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VI
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Voltando à metáfora da casa, o número 2 é representado pelos macroprocessos de aten-
ção aos eventos agudos.
2. Os Macroprocessos da Atenção aos Eventos Agudos
Na metáfora da casa, esse momento corresponde à construção de uma das partes da 
casa. Os eventos agudos são o somatório das condições agudas, das agudizações das con-
dições crônicas e das condições gerais e inespecíficas que se manifestam, em geral, de 
forma aguda. Apesar de se apresentarem em três formas de demandas diferentes, o padrão 
da resposta social é único e informado por um modelo de atenção aos eventos agudos con-
siderado na Figura 3, Capítulo 1.
A organização dos macroprocessos da atenção aos eventos agudos implica implantar 
os processos de acolhimento e de classificação de risco. Ou seja, organizar, sob a égide da 
atenção centrada na pessoa, um acolhimento eficaz e humanizado. Há resistências à utiliza-
ção de sistemas de classificação de riscos na APS.
Contudo, na teoria de redes, aplicada às RAS, é central a utilização de uma linguagem 
comum por todos os nós das redes. Na atenção aos eventos agudos, essa linguagem comum 
é um sistema de classificação de risco que deve ser o mesmo em todos os pontos de aten-
ção das RAS. A organização dos macroprocessos da atenção aos eventos agudos significa, 
também, capacitar as equipes de APS para o atendimento às urgências menores e o primeiro 
atendimento às urgências maiores. 
Obs.: o próximo item da metáfora da casa é “Macroprocessos de Atenção às Condições 
Crônicas não agudizadas, Enfermidades e Pessoas Hiperutilizadoras”.
3. Macroprocessos de Atenção às Condições Crônicas não agudizadas, Enfermida-
des e Pessoas Hiperutilizadoras
As condições crônicas não agudizadas (estabilizadas ou não), as pessoas hiperutiliza-
doras e as enfermidades exigem respostas sociais articuladas de forma inovadora e que se 
expressam num conjunto variado de tecnologias de intervenção. 
15m
20m
5 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VI
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: esse tópico remete à questão da longitudinalidade e à dos vínculos criados. Na aten-
ção primária, há a equipe de referência.
4. Macroprocessos da Atenção Preventiva
O foco desses macroprocessos é na prevenção dos fatores de risco proximais e dos fato-
res de risco individuais biopsicológicos.
Obs.: exemplos: são fatores ligados aos hábitos de vida. Lidar com atenção primária é lidar 
com promoção e prevenção. Na lógica da prevenção, é preciso levar em considera-
ção todo risco relacionado aos determinantes proximais (hábitos de vida) e lembrar 
também das características individuais (carga genética, por exemplo).
5. Macroprocessos das Demandas Administrativas
A demanda administrativa é aquela que tem caráter não clínico como atestados médicos, 
renovação de receitas e análise de resultados de exames.
Obs.: esse tópico não tem a ver com uma conduta clínica.
6. Macroprocessos da Atenção Domiciliar
A atenção domiciliar ou cuidado domiciliar é uma categoria ampla que se baseia na inte-
ração dos profissionais de saúde com a pessoa, sua família e com o cuidador, quando está 
presente, e se constitui num conjunto de atividades realizadas no domicílio de forma progra-
mada e continuada segundo a necessidade das pessoas e famílias atendidas.
Obs.: é uma atividade sine qua non, ou seja, inerente à atenção primária. Lembre-se da 
metáfora: esse tópico está representado na porta.
7. Macroprocessos do Autocuidado ApoiadoO autocuidado apoiado sustenta-se no princípio de que as pessoas portadoras de condi-
ções crônicas conhecem tanto quanto, ou mais, de sua condição e de suas necessidades de 
atenção, que os profissionais de saúde.
25m
6 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VI
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Obs.: é preciso orientar o indivíduo para que ele possa se cuidar. É preciso atuar com a 
educação em saúde.
8. Macroprocessos Cuidados Paliativos 
Para se desenvolverem adequadamente os cuidados paliativos respondendo às neces-
sidades das pessoas portadoras de condições muito complexas e suas famílias, é impres-
cindível que a APS esteja em rede com outros pontos de atenção à saúde e que ocorra um 
trabalho multiprofissional interdisciplinar.
Obs.: é preciso trabalhar na lógica de redes.
PNAB
As ações e serviços da Atenção Básica deverão seguir padrões essenciais e ampliados:
Padrões Essenciais – ações e procedimentos básicos relacionados a condições bási-
cas/essenciais de acesso e qualidade na Atenção Básica.
Padrões Ampliados – ações e procedimentos considerados estratégicos para se avan-
çar e alcançar padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando 
especificidades locais, indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde.
30m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
1 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VII
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE – APS VII
EXERCÍCIOS
1. (UPENET/IAUPE/FCM-UPE/2010) Leia as assertivas abaixo sobre a história da Atenção 
Primária à Saúde no Brasil e no mundo e marque a CORRETA.
a. A Declaração de Alma-Ata afirma a responsabilidade dos governos sobre a saúde 
dos seus povos, sem priorizar os que têm mais necessidades.
b. A Atenção Primária à Saúde Seletiva, utilizada no Brasil no início da reorganização do 
sistema de saúde, surgiu como uma estratégia para o controle das principais doenças 
em países pobres.
c. O documento “Renovação da atenção primária em Saúde nas Américas” (OPAS/
OMS 2005) defende uma organização de saúde, baseada na cura e unisetorialidade.
d. A primeira proposta governamental formal de organização de um primeiro nível de 
atenção está definida no Relatório Dawson que difunde um modelo de saúde limitado 
a serviços preventivos.
e. Na década de 60, difundiu-se, no Brasil, um modelo de organização do sistema de 
saúde baseado na construção dos Centros de Saúde, definidos como uma instituição 
equipada para serviços curativos e preventivos.
COMENTÁRIO
a) Prioriza aqueles que têm mais necessidade.
b) Hoje já não se trabalha mais o padrão seletivo. A lógica da atenção primária é universal 
e não seletiva. É um serviço que tem baixa densidade tecnológica para a população e para 
a maior parte dos problemas da população.
c) A saúde de atenção primária envolve outros setores.
d) O Relatório de Dawson amplia.
e) A data está incorreta.
2 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VII
SAÚDE PÚBLICA
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
2. (Mestrado Em Saúde da Família 2018) A pesquisadora Barbara Starfield (2002). pesquisou 
as diferenças na orientação da atenção primária nos sistemas de saúde de 12 nações 
industrializadas ocidentais e concluiu que países com uma orientação mais forte para 
atenção primária possuem maior probabilidade de ter melhores níveis de saúde e cus-
tos mais baixos. Para essa comparação formulou atributos que qualificam as unidades 
de saúde em relação à força de sua associação à atenção primária, EXCETO:
a. organização por programas de saúde e tecnologias médicas.
b. continuidade e coordenação do cuidado.
c. primeiro contato no sistema de saúde.
d. orientação familiar e comunitária.
COMENTÁRIO
c) Hoje existem outras formas de contato, mas a atenção primária ainda é considerada o 
primeiro contato preferencial. 
3. (Residência/Multi/UFPR/2018) Sobre a Atenção Primária à Saúde (APS), assinale a alter-
nativa correta.
a. Deve ser a porta de entrada obrigatória ou preferencial do sistema de saúde.
b. É o primeiro nível do sistema de saúde porque lida com os casos mais simples.
c. A função de filtro do sistema (gatekeeper) diminui os custos, mas não melhora os 
indicadores de saúde.
d. A proporção de médicos generalistas e especialistas em um sistema de saúde não 
tem relação com a morbimortalidade.
e. Deve centrar-se na promoção de saúde e não nas doenças.
5m
3 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VII
SAÚDE PÚBLICA
COMENTÁRIO
b) Lida com os casos mais comuns (maior prevalência ou mais incidência). Exemplo: dia-
betes, hipertensão, parasitoses, dermatite simples, hanseníase, tuberculose.
c) Se filtra através da atenção primária, justamente essa caraterística de ordenadora do 
sistema, é porque é possível identificar o que é mais comum e cuidar na atenção primária 
com baixa densidade tecnológica, que exige menos recurso. Se não filtrasse e tudo fosse 
para os outros níveis que têm uma maior densidade tecnológica, consequentemente have-
ria mais custos.
d) Para dar conta de problemas não tão comuns e para situações de agudização, é pre-
ciso dos especialistas generalistas. A proporção impacta nos indicadores, exemplo: há na 
atenção primária generalistas que terão que ter o suporte de matricialmente dos especia-
listas do nível secundário. A proporção impacta nos indicadores porque, por exemplo, é 
preciso para dar continuidade no tratamento do diabético, do hipertenso de profissionais 
que orientam como matriciamento. É preciso de especialistas para lidar com problemas 
nos domicílios, muitas situações que não são possíveis de resolver na atenção primária 
são enviadas para o nível secundário ou terciário.
e) A atenção primária se centra na promoção na saúde, mas foca nas doenças também. 
Isso não exclui um ou outro, é sempre um somando um com o outro. Ações de promoção, 
proteção e recuperação é o olhar biopsicossocial, da clínica ampliada, do todo. A clínica 
ampliada é o cuidado centrado na pessoa, envolve outras situações que extrapolam o lado 
bio, que é a doença.
4. (INSTITUTO AOCP/EBSERH/2015) São atributos relacionados à Atenção Primária em 
Saúde no Brasil, EXCETO
a. primeiro contato.
b. descentralização de serviços especializados.
c. longitudinalidade do cuidado.
d. orientação para comunidade.
e. foco na família.
COMENTÁRIO
b) A atenção primária opera os serviços básicos de saúde.
4 www.grancursosonline.com.br
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br
Atenção Primária à Saúde – APS VII
SAÚDE PÚBLICA
5. (CESPE / CEBRASPE/HUB/2010) Julgue o item seguinte acerca do sistema de saúde no 
Brasil. A atenção primária, entendida na atualidade, como forma de organização dos 
serviços de saúde, atende às necessidades da população realizando serviços preventi-
vos, curativos, reabilitadores e de promoção da saúde.
Obs.: ler a PNAB atual e atenção primária.
Inclui ainda o cuidado paliativo, redução de danos.
Obs.: ler sobre o conceito de atenção primária descritos na política vigente.
Referências
A construção social da atenção primária à saúde/Eugênio Vilaça Mendes, Marco Antônio 
Bragança de Matos, Maria José de Oliveira Evangelista, Rúbia Pereira Barra. – 2.ed. – Bra-
sília, DF. CONASS, 2019.
Brasil.Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A Atenção Primária e as Redes de 
Atenção à Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2015.
Figuereido, Elisabeth Niglio; Demarzo, Marcelo. Atenção Primária à Saúde e Política 
Nacional de Atenção Básica. UNASUS – UNIFESP. Maio, 2015.
STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tec-
nologia. Brasília: Unesco/Ministério da Saúde, 2002.
GABARITO
 1. b
 2. a
 3. a
 4. b
 5. C
10m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Natale Oliveira de Souza. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
COMENTÁRIO