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Atenção Primária à Saúde (APS): conceitos, objetivos e aplicações práticas Gestão da medicina preventiva Ampliar a estrutura e os serviços de assistência primária à saúde (APS) é a melhor estratégia para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde em todo mundo, possibilitando o atendimento das populações de modo preventivo, integrado e contínuo. Aqui no Brasil, dentro do sistema de saúde suplementar, a assistência primária tem se mostrado uma preocupação crescente das entidades reguladoras do setor e já vem sendo adotada em peso pelas principais operadoras do mercado. Neste artigo vamos esclarecer alguns aspectos referentes à esta modalidade de atendimento, partindo do conceito de atenção primária à saúde e de suas principais características até as possíveis aplicações práticas na saúde suplementar. Privacidade - Termos 25 SET https://previva.com.br/categorias/gestao-da-medicina-preventiva/ http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/qualidade-da-saude/4904-forum-discute-qualidade-da-atencao-na-saude-suplementar https://www.google.com/intl/pt-BR/policies/privacy/ https://www.google.com/intl/pt-BR/policies/terms/ http://previva.com.br/ O que é atenção primária à saúde (APS)? A atenção primária é uma forma de organizar o atendimento de saúde de forma a atender à maior parte das necessidades de uma população de forma regionalizada, contínua e sistematizada. Isso é feito integrando ações preventivas e curativas no atendimento a indivíduos e comunidades. A primeira de�nição de APS surgiu após a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978. Eis o que diz o documento emitido ao �nal do evento, conhecido como Declaração de Alma-Ata: Ainda de acordo com a de�nição da OMS, a atenção primária representa o primeiro nível de contato com o sistema, responsável por levar os cuidados de saúde o mais próximo possível dos lugares onde pessoas vivem e trabalham. Qual o objetivo da atenção primária em saúde? Basicamente, a atenção primária deve funcionar como uma espécie de �ltro capaz de organizar o atendimento e o �uxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos. “Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cienti�camente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autocon�ança e automedicação.” http://cmdss2011.org/site/wp-content/uploads/2011/07/Declara%C3%A7%C3%A3o-Alma-Ata.pdf http://previva.com.br/ Por ser a “porta de entrada” dos usuários no sistema, a APS tem como objetivo divulgar orientações sobre a prevenção de doenças e a promoção da saúde, solucionando possíveis agravos e direcionando os casos mais graves para níveis de atendimento especializado. Os quatro atributos da atenção primária Segundo a professora Barbara Star�eld, médica norte-americana considerada uma das principais referências mundiais no tema, existem quatro atributos básicos que devem estar presentes nos serviços de atenção primária à saúde: 1. Atenção ao primeiro contato O que se espera da atenção primária em saúde é que ela seja o serviço de saúde mais acessível à população, em todos os sentidos. E que, por isso mesmo, seja o primeiro recurso a ser buscado a cada novo problema ou novo episódio de um problema recorrente. Neste aspecto, é importante que os seus usuários em potencial percebam o serviço como acessível, seja no tocante à localização geográ�ca ou quanto aos horários de funcionamento, e isto se re�ita na sua utilização. 2. Continuidade do atendimento A continuidade do serviço de APS pressupõe a existência de uma fonte regular de atenção e o seu uso frequente ao longo do tempo. Esse atributo também é conhecido como “longitudinalidade” do atendimento. A pessoa atendida deve manter o vínculo com o serviço para que possa ser atendida de forma mais e�ciente que quando uma nova demanda surgir. Este vínculo deve se converter em fortes laços de relacionamento com o bene�ciário, capazes de re�etir a cooperação mútua entre as pessoas e os pro�ssionais de saúde. Para que isso aconteça, a unidade de atenção primária deve ser capaz de identi�car a população eletiva, bem como os indivíduos dessa população que deveriam receber seu atendimento no local. http://previva.com.br/acoes-de-prevencao-a-doencas/ http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/26066 http://previva.com.br/relacionamento-entre-operadoras-de-saude-e-beneficiarios/ http://previva.com.br/selecao-de-elegiveis-promocao-da-saude/ http://previva.com.br/ É importante se certi�car de que os indivíduos identi�cados como usuários considerem a unidade de saúde uma fonte regular de atenção e a utilizem periodicamente. Todas as consultas devem ocorrer na unidade, exceto quando for necessário consultar um especialista ou fazer algum exame especí�co. 3. Integralidade do serviço A integralidade do serviço implica que as unidades de atenção primária devem oferecer todos os tipos de serviço que lidem com sintomas, sinais e diagnósticos de doenças manifestas, mesmo que parte dos pacientes sejam posteriormente direcionados a outros níveis de atenção. Isso inclui o encaminhamento para consultas com médicos especialistas e para o manejo de�nitivo de problemas especí�cos, bem como para serviços de suporte como a internação domiciliar. É importante garantir que, mesmo que o paciente seja encaminhado a outras unidades, o serviço de atenção primária continue corresponsável pelo seu atendimento. Além do vínculo com outros serviços de saúde, a atenção de nível primário pode incluir ainda a possibilidade de visitas domiciliares, reuniões com a comunidade e ações intersetoriais. Dessa forma, a integralidade também signi�ca a ampliação do conceito de saúde para aspectos sociais, não se limitando ao corpo puramente biológico. 4. Coordenação (integração) do cuidado Como já mencionado no tópico anterior, mesmo quando parte do atendimento se dá em outros níveis de atenção, cabe à equipe de atenção primária organizar, coordenar e integrar esses cuidados. Isso se deve ao fato de que esse tipo de atendimento costuma ser feito por pro�ssionais de áreas diferentes ou terceirizados, com pouco (ou nenhum) diálogo entre si. Por isso, a coordenação dos cuidados implica em uma alguma forma de continuidade no contato entre os pro�ssionais ou por meio de prontuários. http://previva.com.br/por-que-investir-em-programas-de-atencao-domiciliar/ http://previva.com.br/ Nesse contexto, é fundamental garantir que os problemas observados em consultas anteriores ou que tenham motivado encaminhamento para outros pro�ssionais sejam constantemente avaliados. Este reconhecimento de problemas será facilitado se o mesmo pro�ssional examinar o paciente durante o processo de acompanhamento ou se houver um prontuário médico com todas as informações pertinentes ao atendimento. Atenção primária e promoção da saúde No livro Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia (que pode ser acessado aqui), a professora Star�eld a�rma que muitas vezes as funções da atenção primária são confundidas com as tarefas necessárias para realizá-las. Segundo ela, a atenção primária freqüentemente é caracterizada pelo tipo de serviços que oferece dentro dos interesses de obtenção da integralidade. Exemplos típicos desses serviços são a promoção de saúde e a prevenção de doenças em todos os níveis, além do diagnóstico e manejo de uma ampla variedade de problemas médicos. Veja o que diz a autora sobre a relação entre atenção primária e promoção da saúde: http://previva.com.br/inteligencia-de-dados-promocao-da-saude/ https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000130805 http://previva.com.br/niveis-de-prevencao-na-medicina-preventiva/ http://previva.com.br/ Equipe mínimapara trabalhar com APS Segundo as orientações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a equipe de pro�ssionais para atuar na atenção primária deve ter caráter multipro�ssional e interdisciplinar. Sua composição mínima envolve um médico de família e comunidade ou especialista em clínica médica com capacitação e experiência em APS, além de um enfermeiro especialista em saúde da família ou generalista e outro pro�ssional de saúde de nível superior. Caso a carteira de serviços de atenção básica da sua operadora inclua procedimentos, é necessário contar ainda com um segundo pro�ssional de enfermagem com formação superior ou técnica. Outros pro�ssionais de saúde podem ser agregados a este time básico, incluindo como �sioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais etc. Tudo vai depender das condições de saúde abrangidas pela área de APS e das especi�cidades de cada projeto. Por exemplo, se a atenção primária na sua operadora incluir saúde bucal, então torna-se necessária a presença de um cirurgião dentista na equipe. “De�nir e medir a atenção primária pela da obtencão de suas funções cardinais resultará, pelo efeito destas funções, em uma lista de tarefas similar ou idêntica. As funções é que são cruciais, porque muitas das tarefas que fazem parte da atenção primária (por exemplo, prevenção, atenção emergencial, proteção do paciente, educação em saúde, atenção reabilitadora) são tarefas que também fazem parte de outros níveis de atenção e podem, até mesmo, ser assumidas por outros níveis de atenção (por exemplo, atividades de saúde pública) em vez de ser oferecidas nas unidades de atencäo primária.” http://previva.com.br/ g q p Atenção primária na saúde suplementar Segundo a ANS, a implantação de redes de atenção ou linhas de cuidado em atenção primária é o caminho para que as operadoras de planos de saúde possam desenvolver um cuidado cada vez mais quali�cado aos seus bene�ciários. A agência lançou recentemente o Projeto de Atenção Primária à Saúde (APS), que concede uma certi�cação às operadoras que cumprirem alguns requisitos pré-estabelecidos. Vale notar que a participação nesse projeto é uma das formas de aumentar a pontuação no IDSS, o índice de desempenho da saúde suplementar mantido pela ANS. O que a agência pretende com isso é demonstrar que investir em atenção primária é uma excelente oportunidade para as operadoras organizarem um sistema de gestão de saudáveis focado na prevenção e na promoção da saúde. Algumas empresas estão inclusive lançando planos mais baratos no mercado, focados justamente na atenção básica. Quem adquire estes produtos deve fazer suas consultas sempre no serviço de atenção primária, que muitas vezes tem uma sede especí�ca. Chegando lá, o bene�ciário vai ser atendido pela equipe de APS e, caso haja necessidade, será encaminhado para o atendimento com um especialista ou para fazer exames mais complexos. Reduzindo custos assistenciais com a APS Ao priorizar a atenção primária, os gestores das operadoras de saúde buscam aumentar o indicador de custo evitado, reduzindo o desperdício de recursos em casos que demandam apenas um atendimento de atenção básica. Outro aspecto que mostra a importância da APS para a redução dos custos assistenciais é justamente sua função de “�ltro”, http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/qualidade-da-saude/4763-ans-lanca-programa-para-incentivar-a-atencao-basica-nos-planos-de-saude http://previva.com.br/aumentar-idss-medicina-preventiva/ https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/05/reducao-de-custos-da-saude-suplementar-exige-fortalecimento-da-atencao-primaria.shtml http://previva.com.br/desperdicio-de-recursos-na-saude/ http://previva.com.br/controle-custos-assistenciais-operadoras-saude/ http://previva.com.br/ voltar para Blog Leia também possibilitando identi�car entre a população atendida as pessoas mais indicadas para participar de programas de saúde. Por isso, é fundamental que a operadora esteja devidamente equipada e organizada para fazer um levantamento do per�l de saúde da população atendida na APS. Dessa forma é possível identi�car, por exemplo, quem são os pacientes com tendência a desenvolver doenças crônicas e encaminhá-los para um programa de medicina preventiva. Agora que você sabe por que a atenção primária deve ser uma prioridade também para a saúde suplementar, não esqueça de buscar as melhores ferramentas para facilitar a organização desse atendimento na sua operadora! 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