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Sexologia criminal

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SEXOLOGIA CRIMINAL 
 
 
Sexologia criminal, também chamada de Sexologia forense, é a parte da Medicina Legal que trata 
das questões médico-biológicas e periciais ligadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade 
sexual. 
A violência sexual não é apenas uma agressão ao corpo, à sexualidade e à liberdade do homem ou 
da mulher, mas acima de tudo uma agressão à própria cidadania. 
A OMS definiu a violência sexual como “o uso intencional da força ou o poder físico, de fato ou 
como ameaça, contra uma pessoa ou um grupo ou comunidade, que cause ou tenha possibilidade 
de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos do desenvolvimento ou privações”. 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
 
(Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009) 
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. (Redação dada pela Lei no 
12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) 
ou maior de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
2o Se da conduta resulta morte. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
 
Art. 214 (Revogado pela Lei no 12.015, de 2009). 
 
Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009). 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou 
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. (Redação dada pela 
Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também 
multa. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Art. 216 (Revogado pela Lei no 12.015, de 2009). 
 
Assédio sexual (Incluído pela Lei no 10.224, de 2001). 
 
 
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei no 10.224, de 2001.) 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei no 10.224, de 2001.) 
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei no 10.224, de 2001.) 
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela 
Lei no 12.015, de 2009.) 
 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
 
(Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009). 
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009). 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. 
(Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por 
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou 
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei no 12.015, de 
2009.) 
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 4o Se da conduta resulta morte. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
 
Corrupção de menores 
 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem. (Redação 
dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
 
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Incluído pela Lei no12.015, de 
2009). 
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo apresenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. (Incluído 
pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
 
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (Incluídopela 
Lei no 12.015, de 2009). 
 
 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém 
menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. (Incluído pela 
Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
(Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 2o Incorre nas mesmas penas. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e 
maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo. (Incluído pela Lei no 12.015, 
de 2009.) 
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas 
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da 
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei no 12.015, de 
2009.) 
 
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual 
 
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, 
impedir ou dificultar que alguém a abandone. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor 
ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação 
de cuidado, proteção ou vigilância. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei no 12.015, de 2009.) 
§ 2o Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude. 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, além da pena correspondente à violência. 
§ 3o Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Casa de prostituição 
 
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração 
sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente. (Redação dada 
pela Lei no 12.015, de 2009.) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
QUESITAÇÃO: 
 
1. Se há vestígios de ato libidinoso (em caso positivo especificar); 
2. Se há vestígios de violência, e no caso afirmativo, qual meio empregado; 
 
 
3. Se da violência resultou para a vítima incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 
(trinta) dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente de membro, sentido ou função, 
aceleração de parto, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou 
perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade permanente e/ou aborto 
(em caso positivo especificar); 
4. Se a vítima é alienada ou débil mental; 
5. Se houve outro meio que tenha impedido ou dificultado a livre manifestação de vontade da 
vítima (em caso positivo especificar).PERÍCIA 
Como o estupro é um crime que deixa vestígios, considera-se indispensável a realização do exame 
pericial para a devida comprovação da conjunção carnal ou de outro ato libidinoso e dos demais 
elementos que caracterizam o referido delito, entre outros as lesões produzidas por violência 
física, a identidade, a determinação da idade e o estado mental da vítima e a coleta de material 
para as provas biológicas que confirmem o ato ou identifiquem o autor. 
 
No exame subjetivo, devem-se considerar, nas condições psíquicas da vítima, todos os sinais e 
sintomas que possam ser anotados quanto ao seu desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, ou mesmo a um transtorno mental, no sentido de permitir caracterizar agravantes ou 
tipificações penais. 
(1)Exame objetivo genérico. Neste, leva-se em conta o aspecto geral da vitima, lesões e alterações 
corporais sugestivas de violência física. 
(2) Exame objetivo específico. Na virgem, o exame se fundamenta: (a) no estudo da integridade 
himenal; e (b) nos casos de himens complacentes e de mulheres de vida sexual pregressa, a perícia 
se louva na eventual presença de gravidez, de esperma na cavidade vaginal, na constatação da 
presença de fosfatase ácida ou de glicoproteína P30 (de procedência do líquido prostático) ou na 
contaminação venérea profunda 
 
É na maioria das vezes a ruptura himenal o elemento mais essencial no diagnóstico de conjunção 
carnal. Daí a necessidade de se descreverem tais rupturas de forma simples e objetiva, dando todas 
as características de idade dessa lesão, sua localização, o número delas e outras particularidades 
que possam se tornar úteis. É também necessário que se registrem na descrição das bordas das 
rupturas, quando houver, a presença de sangramento, de sufusão hemorrágica ou orvalhamento 
sanguíneo, de edema, de reação inflamatória ou de tecido de granulação, ou simplesmente as 
características de seu estágio de cicatrização, enfatizando se as bordas dessa ruptura são espessas, 
delgadas, regulares, irregulares, arredondadas e de que coloração. 
 
Situações especiais. Em tais situações podem surgir as seguintes ocorrências: (1) haver intromissão 
do pênis, não seguida de ejaculação; (2) o agente ativo ser vasectomizado. Na primeira das 
situações – penetração sem ejaculação – é possível detectar células epiteliais (epidérmicas) 
masculinas, oriundas do pênis, no lavado vaginal. Essas células são detectadas no esfregaço 
 
 
realizado a partir do centrifugado, corado pelo amarelo ou laranja de acridina, sob microscopia de 
luz ultravioleta. 
No segundo caso – agente vasectomizado – a “ejaculação” é constatada no fluido vaginal através da 
dosagem de fosfatase ácida (acima de 200 UI) ou pela presença de glicoproteína P30. Essas duas 
substâncias só poderiam ser encontradas na forma de traços, e nunca de forma francamente 
positiva na secreção vaginal. 
 
HÍMEN 
 
• É uma estrutura mucosa que separa a vulva da vagina. 
• Tem duas faces: uma vaginal e profunda e outra vestibular ou superficial. 
• Apresenta ainda duas bordas, uma aderente ou de inserção e outra livre, que limita o óstio. 
• Quando a mulher está de pé sua situação é horizontal, e quando ela se encontra em 
decúbito é vertical. 
 
A borda livre do hímen pode apresentar-se regular, irregular ou recortada, mostrando reentrâncias 
que são conhecidas por entalhes ou chanfraduras. Se elas avançam a pique, chegando quase à 
borda de inserção, e se são simétricas, denominam-se entalhes. Se são superficiais e correm em 
extensão, geralmente de 2 a 3 mm, dá-se-lhes o nome de chanfraduras. 
 
Algumas vezes têm sido elas, principalmente os entalhes, confundidas com rupturas. A diferença 
entre ruptura incompleta e entalhe não é tarefa tão difícil. Eles se mostram com características 
bem diversas, como veremos mais adiante. A altura do hímen é a distância entre a borda livre e a 
borda de inserção. Quanto maior a altura, menor o óstio, e vice-versa. 
O hímen pode ser exíguo, limitando-se a uma delgada e estreita orla, e pode ser considerável, 
fechando bem o óstio ou excedendo-o por fora, como nos himens “em prepúcio” ou “em bolsa”. 
 
 
 
 
 
 
 
Forma e classificação. 
 
Não há um hímen típico. Cada mulher apresenta uma forma quase pessoal. 
As classificações mais usadas são as de Afrânio Peixoto e de Oscar Freire. 
 
 
A classificação de Afrânio Peixoto baseia-se na presença ou não de linhas de junção formando 
ângulos na inserção vaginal. Divide-se em três grupos: acomissurados, comissurados e atípicos. 
A.Himens acomissurados: 
1.imperfurados: sem abertura; 
2. anulares: orifício circular, ovalar ou elíptico; 
3.semilunares: abertura em forma de crescente; 
4.helicoidais: a membrana descreve curvas em hélice; 
5.septados: com septos transversal, longitudinal ou oblíquo, delimitando dois orifícios; 
6. cribriformes: membrana crivada por várias aberturas regulares ou irregulares. 
 
B.Himens comissurados: 
1. bilabiados: transversais ou longitudinais; 
2. trilabiados: três valvas ou três comissuras; 
3. quadrilabiados: quatro valvas e quatro comissuras; 
4.multilabiados ou coroliformes: a membrana toma a forma de flor. 
 
C. Himens atípicos 
1. fenestrados: com um orifício grande e outro pequeno; 
2. com apêndices salientes; 
3. com apêndices pendentes. 
 
Na classificação de Oscar Freire, foi levado em conta, principalmente, o orifício. São classificados 
como: imperfurados, perfurados e atípicos. 
 
A. Himens imperfurados: constituindo-se em uma forma rara, embora seu conhecimento seja de 
muito tempo. Cícero chamou de “natureza selada”, e Plínio, de “natureza fechada”. Quando existe 
tal situação, indica-se uma incisão cirúrgica para dar saída ao fluxo menstrual. 
 
B. Himens perfurados: 
1. punctiformes: central ou lateral; 
2. circulares, ovalares ou elípticos; 
3. lineares: em forma de fenda; 
4. Triangulares: trilabiado; 
5. quadrangulares: orifício com quatro bordas; 
6. multiangulares: com muitos lábios; 
7. com dois orifícios: limitando um septo; 
8. com três ou mais orifícios; 
9. com vários orifícios (cribriforme). 
 
C.Himens atípicos: que não se enquadram entre os anteriormente referidos nesta classificação. 
 
 
1. Himens múltiplos. Há casos de dois ou mais himens situados em um mesmo plano ou em planos 
diferentes, um adiante do outro. Registram-se casos de três e até quatro. Deve-se ter o cuidado de 
não confundir essa multiplicação himenal com as colunas rugosas da vagina. 
2. Elasticidade e permeabilidade do hímen: Tem o hímen a propriedade de elastecer-se, dando-lhe 
maior ou menor dilatabilidade. Sua elasticidade pode chegar ao ponto de permitir a penetração 
de corpos mais calibrosos sem se romper. São os himens complacentes, por excesso de 
membrana. Geralmente, sua complacência, quando existe, sempre é por exiguidade de membrana. 
 
O conceito de hímen complacente com certeza é o mais discutível na prática médico legal corrente, 
tanto pelo seu caráter subjetivo quanto pela ausência de outros meios propedêuticos, além da 
apreciação visual, por isso é tão discutível entre aqueles que exercem essa atividade pericial 
 
Não é nenhum exagero encontrar-se uma integridade himenal em mulheres já iniciadas na vida 
sexual. Algumas apenas após um parto vagínico verificam-se as rupturas, das quais surgirão após 
sua cicatrização as chamadas “carúnculas mitriformes” (em forma de mitra – insígnia que os 
cardeais colocam na cabeça em solenidades pontifícias) ou “carúnculas mirtiformes” (semelhante à 
folha do mirto). Podem ser considerdas como “sobras” insignificantes de hímen. 
 
▶ Carúnculas mirtiformes ou mitriformes. São retalhos de hímen roto pelo coito ou mais 
propriamente 
pelo parto, os quais se retraem, formando verdadeiros trabéculos. O número de carúnculas é 
variável, sempre de dois a cinco. Acima desse número são muito raras. O seu conjunto tem sempre 
o aspecto de trabéculas, vegetaçõesou excrescências multiformes, dando a aparência de folha de 
mirto, daí seu nome. 
▶ Lesões do hímen. Quando a distensão do hímen ultrapassa o limite de sua resistência ele se 
rompe. A ruptura pode-se dar em sua borda livre ou em qualquer outra parte da membrana. As 
rupturas da borda livre são, em geral, sangrentas, de hemorragia leve e passageira. Entre 2 e 4 
dias, mostram-se orvalhadas de sangue, equimosadas e recobertas de um exsudato fibrinoso. Por 
outro lado, existem himens tão delgados que se rompem sem sangramento ou cuja hemorragia é 
despercebida. São conhecidos como “hímen em pele de ovo”. 
 
Lacassagne e Capraro recomendam, pela localização das rupturas, relatar-se para a membrana um 
mostrador de relógio, determinando-se, por exemplo, em 3, 6 ou 9 h etc., ou utilizando-se o 
processo de Oscar Freire que divide a região em quadrantes: dois superiores (direito e esquerdo) e 
dois inferiores (direito e esquerdo), conforme o esquema a seguir: 
 
 
 
 
Nos himens septados, a ruptura pode ser verificada no próprio septo ou na orla de um dos 
orifícios. 
A ruptura pode ir da borda livre até a borda de inserção (ruptura completa) ou partir da borda 
livre, detendo-se em plena membrana (ruptura incompleta). Excepcionalmente, podem ser 
encontradas lesões apenas na face vestibular e que não ultrapassam a face vaginal, denominadas 
rupturas parciais. 
 
A causa das rupturas é quase sempre o coito. Divergie afirmava que, se um hímen for encontrado 
roto, há 999 possibilidades entre 1.000 de defloramento. No entanto, pode ser ele roto por 
traumatismos, por manobra digital, por corpos estranhos, por acidentes em cuidados higiênicos 
mal orientados, por parto ou aborto, por estados patológicos locais, por imprudência médica. As 
rupturas por afastamento violento das coxas, por equitação ou montagem de bicicleta, embora 
sejam justificativas algumas vezes alegadas, nunca nos convenceram. 
 
Cicatrização da ruptura himenal. A cicatrização da ruptura se faz, em geral, em cada borda da 
ferida isoladamente. O tempo de cicatrização varia de acordo com o estado geral da mulher, 
condições de assepsia vaginal, repouso do órgão, critério subjetivo do examinador, espessura da 
membrana, extensão e número de rupturas. Nossa observação mostrou que a cicatrização se dá, 
em média, aos 20 dias: o período de sangramento, até 3 dias, orvalhamento sanguíneo e 
equimose, de 2 a 6 dias; com bordas esbranquiçadas, com exsudação ou supuração, de 6 a 12 dias; 
com bordas de cicatrizes recentes de coloração rósea, de 10 a 20 dias. Daí em diante a ruptura se 
apresenta cicatrizada e somente por meios muito especiais, como a anatomia patológica, pode-se 
dizer que uma cicatrização é recente ou antiga, mas sem precisar dias ou meses. 
 
Resumindo 
 
 
• Entalhes naturais: mostra pouca penetração na orla himenal, não alcançando a borda de 
implantação, bordas irregulares, disposição frequentemente simétrica, justaposição 
impossível das bordas, sem hematomas, ausência de sinais de cicatrização recente e de 
infecção localizada e bordas revestidas por epitélio pavimentoso estratificado idêntico ao 
restante do hímen. 
• Ruptura completa: Alcançam a borda de implantação, assimétricos, possui hematomas, 
equimoses, despitelizados, podendo haver presença de carúnculas mirtiformes. 
• Ruptura incompleta: partindo da borda livre detendo-se em plena membrana, não 
alcançando as bordas de implantação... 
 
 
 
Da perícia do coito anal. O exame subjetivo deve considerar, nas condições psíquicas da vítima, 
todos os sinais e sintomas que possam ser anotados quanto ao seu desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, ou mesmo a um transtorno mental, no sentido de permitir caracterizar 
agravantes ou tipificações penais. 
 
• Da perícia do coito anal: Avaliar os vestígios deixados pelo ato sexual e pela agressão física ou 
psíquica produzida na vítima. 
• Fissura: Causa desconhecida, crônica, localizada na linha média posterior e em geral única. 
• Rágade: São traumáticas, aguda e sem preferência de local, sendo em geral múltiplas. 
Equimoses e sufusões na margem do ânus, escoriações, hemorragias por roturas, congestão e 
edemas nas regiões circuvizinhas, orifício doloroso ao toque retal. 
• Esses sinais são tão mais frequentes e graves quanto mais brutal foi o coito. 
• Em crianças, essas lesões são quase sempre mais acentuadas em virtude da desproporção física 
entre o autor e a vítima. 
 
Ter em conta ainda que uma ou outra lesão isolada, como, por exemplo, uma fissura, um eritema 
ou uma escoriação, pode ser resultante de pruridos ou de patologias locais, ou mesmo um 
relaxamento ou dilatação do esfíncter pode ser oriundo de tenesmos e puxos de diarreias crônicas 
ou agudas na chamada “dilatação forçada do ânus”. Outro fato: não confundir rágades com 
fissuras anais, pois estas últimas podem preexistir na vítima. A fissura é sempre de causa 
 
 
desconhecida, crônica, localizada na linha média posterior e em geral única. A rágade é traumática, 
aguda, sem preferência de local e em geral múltipla. 
 
Da perícia do coito oral. As dificuldades periciais são maiores em face da necessidade de o exame 
ser realizado na secreção bucal e, como é óbvio, o mais precocemente possível. As lesões nessa 
forma de atentado são raras, tanto nos lábios como na cavidade bucal. O diagnóstico é feito através 
de provas biológicas que identifiquem o sêmen na boca, das possíveis manifestações tardias de 
doenças sexualmente transmissíveis na mucosa lábio-bucal e, mais raramente, das lesões 
encontradas nos genitais externos do agressor. Aqui pode-se usar também a pesquisa de 
glicoproteína P30 ou PSA na secreção oral. 
 
Da perícia do coito vestibular. O coito vestibular, vulvar ou interfemoral é um dos tipos não raros 
de atos libidinosos e que se caracteriza pelo ato sexual realizado pelo contato do órgão sexual 
masculino atingindo a vulva, o vestíbulo e o períneo da vítima, com ou sem a emissio seminis. Esse 
tipo de perícia é muito delicado, principalmente nos praticados sem violência física, pois as lesões, 
as alterações e os achados são mais raros. Daí a importância em se valorizar muito as lesões mais 
sérias, como lacerações e hematomas, e, principalmente, a presença de esperma, que deve ser 
evidenciada através dos exames já recomendados. 
Da perícia de penetração de objetos. Não é tão rara como parece, e a perícia se propõe a 
identificar tal penetração por via vaginal ou retal, tanto de forma coativa e violenta como de 
procedência da própria vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
01. Os “Quadrantes de Oscar Freire" são utilizados para designara posição: 
a) da vítima em relação ao atirador de uma arma de fogo. 
b) do atirador de uma arma de fogo em relação a vítima. 
c) da lesão provocada pela ruptura da caixa craniana atingida por projétil de arma de fogo. 
 
 
d) da lesão provocada pela ruptura do hímen. 
e) da lesão de entrada provocada per projétil de arma de fogo no tórax da vítima. 
 
02. Com relação ao crime de estupro, é correto afirmar que o exame pericial: 
a) é restrito ás vítimas do sexo masculino. 
b) pode ser realizado em homens. 
c) não pode ser realizado em mulheres grávidas. 
d) não pode ser realizado em crianças. 
e) não pode ser realizado em pessoas virgens. 
 
03. De acordo com a himenologia, é correto afirmar que 
a) o hímen tem uma face vaginal ou externa e uma face vulvar ou interna. 
b) no hímen, a orla situa-se internamente ao óstio. 
c) a borda de inserção, no hímen, relaciona-se com as paredes vaginais e a borda livre, com o óstio. 
d) a prática de ato libidinoso diverso de conjunção carnal desvirgina a mulher. 
e) o hímen é um folheto epidérmico duplo, entremeado por estroma conjuntivo, contendo 
delicadas fibras elásticas e colágenas, inervação e vascularização. 
 
04. No que se refere à classificação dos himens, assinalea opção correta. 
a) Complacente é o hímen que jamais se rompe. 
b) Labiado é o hímen de óstio único, centralizado e em forma de anel. 
c) Cribiforme é o hímen com um óstio. 
d) Helicoide é o hímen cuja orla descreve uma espiral, o que não faz coincidirem seus extremos. 
e) Septado é o hímen sem perfuração. 
 
05. A pesquisa da glicoproteína P30 nos casos de estupro, é especialmente importante: 
a) nos casos de rotura himenal. 
b) nos casos de himem cribiforme. 
c) nos casos de gravidez. 
d) nos casos de doenças sexualmente transmissíveis. 
e) a suspeita de introdução do dedo do agressor. 
 
06. Para a sexologia forense, a conjunção carnal é a penetração do pênis em ereção na vagina 
(intrommissio penis in vaginam). Acerca desse tema, assinale a alternativa correta. 
a) A penetração de um instrumento contundente na vagina, por analogia, sempre deve ser 
considerada como uma conjunção carnal. 
b) Conceitualmente, coito vestibular é o mesmo que conjunção carnal. 
c) Na demonstração pericial de apuração dos crimes contra os costumes, a utilização de métodos 
de higiene e a troca das vestes de uma suposta vítima são prejudiciais às finalidades da perícia, uma 
vez que podem fazer desaparecer sinais ou evidências que auxiliariam na interpretação do fato. 
 
 
d) São elementos constitutivos do crime de estupro a ação de constranger, a conjunção carnal, a 
violência ou grave ameaça e o dolo; desse modo, pode-se concluir que somente a mulher pode ser 
vítima desse tipo de crime. 
e) No exame pericial, são sinais de certeza de uma conjunção carnal recente: rotura himenal, 
presença de espermatozoide na vagina e gravidez. 
 
07. A himenologia é ferramenta de grande utilidade na realização das perícias envolvendo violência 
sexual. Com relação a esse assunto, é correto afirmar que 
a) a única prova material de virgindade é a integridade da membrana himenal. 
b) o hímen que permite a conjunção carnal sem se romper é denominado hímen cribiforme. 
c) a rotura himenal recente caracteriza-se pela presença de retalhos sangrantes, com hiperemia, 
edema, equimose e exsudato fibrinoso. Após a conclusão do processo natural de cicatrização, 
ocorre a reepitelização das bordas e a reconstituição da membrana himenal. 
d) o hímen complascente decorre da presença de entalhes anatômicos em sua borda livre. 
e) carúnculas mirtiformes são consideradas resquícios de uma membrana himenal. 
 
08. São sinais doutrinários em Medicina Legal de que houve conjunção carnal com uma mulher, que 
evidenciava hímen não complacente roto, EXCETO: 
a) presença de entalhes no hímen. 
b) gravidez. 
c) presença de esperma na vagina ou canal vaginal. 
d) presença de fosfatase ácida acima de 300U.K./mL no canal vaginal. 
e) presença de glicoproteína P30 no canal vaginal. 
 
09. Uma mulher comparece ao IML alegando que, sob a ameaça de um revólver, foi obrigada a 
manter conjunção carnal com um desconhecido. O exame pericial não apurou vestígios de violência 
física. O exame ginecológico apurou a presença de carúnculas mirtiformes. O exame laboratorial da 
secreção vaginal colhida não revelou a presença de espermatozóides e a dosagem de fosfatase 
ácida estava elevada. 
A análise do caso apresentado permite concluir que 
a) a periciada não é virgem e houve conjunção carnal recente comprovada pela dosagem da 
fosfatase ácida na secreção vaginal. 
b) a periciada apresenta vestígios de conjunção carnal recente pela presença de carúnculas 
mirtiformes. 
c) a periciada é virgem pela ausência de rotura himenal e de espermatozóides na secreção vaginal. 
d) a periciada não é virgem mas não é possível determinar se houve conjunção carnal recente. 
e) a presença de carúnculas himenais é incompatível com a dosagem de fosfatase ácida. 
 
10. Retalhos de hímen roto pelo parto vaginal, os quais se retraem constituindo verdadeiros 
tubérculos em sua implantação, correspondem a 
 
 
a) entalhes himenais. 
b) hímens cribriformes. 
c) carúnculas mirtiformes. 
d) chanfraduras vulvo-himenais. 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
 
1.D 
2. B 
3. C 
4. D 
5. A 
6. C 
7. E 
8. A 
9.A 
10.C

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