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Prof. Esp. Fernanda M. Furst Signori Secretaria de Estado de Educação DF Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina ÉTICA PROFISSIONAL Fo n te G o o gl e – A u to r d es co n h ec id o Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 2 TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ÉTICA PROFISSIONAL Olá queridos (as) estudantes! Com o intuito de promover uma ação educativa, cujo objetivo é disseminar e propiciar a construção do conhecimento, contemplando o aprendiz como participante ativo no processo ensino-aprendizado; este texto foi produzido com linguagem textual e gráfica, de modo a proporcionar a você aprendiz, uma maior interação com o que será apresentado. Para que a aprendizagem seja significativa, proponho que trabalhe o texto de forma interativa, anotando as palavras-chave em cada parágrafo, sinalizando de maneira resumida o conceito dessas palavras e relacionando o conteúdo aqui disposto com o conhecimento que você já possui sobre o assunto. Tais estratégias didáticas auxiliam você: aprendiz/ leitor na organização de ideias, permitindo a reflexão e a crítica sobre o que é apresentado. No final do texto encontram-se as referências, caso queira aprofundar os conhecimentos sobre o assunto. Ótima leitura! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 3 Sumário 1. O surgimento do Mundo Social ...................................................................... 4 1.1 O conceito de Ética e Moral na Sociedade .................................................. 6 2. Ética como conjunto de valores e princípios ................................................ 9 2.1 Virtude ........................................................................................................ 10 2.2 Paixão ........................................................................................................ 11 2.3 Justiça ........................................................................................................ 12 2.4 Felicidade ................................................................................................... 13 3. Ética e Política ................................................................................................. 13 3.1 Relativismo Ético .......................................................................................... 15 3.2 Ética no mundo virtual .................................................................................. 16 4. Ética e Moral no ambiente de trabalho .......................................................... 18 4.1 Código de Ética Profissional – regras de conduta ....................................... 22 4.2 Infração Ética .............................................................................................. 23 4.3 Legislação e Ética ...................................................................................... 24 4.4 Código de Ética do Técnico de Segurança do Trabalho ............................ 25 4.5 As Modalidades da Ética- resumo ............................................................... 26 5. Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho ................... 27 5.1 O Registro Profissional ................................................................................ 34 Referências .......................................................................................................... 37 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 4 1. O surgimento do mundo social O Homem, enquanto ser humano, define-se pelo modo como escolhe, divide e executa diferentes ações – tudo aquilo que se faz com intenção, com vontade e que pode ser explicado/ justificado. Desse modo, nesse processo de individualização e escolhas, o Homem torna-se um agente de mudanças. Os atos próprios do Homem são o que o caracteriza como ser racional; assim, dotados de uma consciência moral, a qual funciona como um medidor interno, o Homem é capaz de avaliar a própria atuação, a tomada de decisões e julgar seus próprios atos de acordo com as normas pré-existentes. Dessa forma, podemos definir tais atos em sociedade, como Ato Moral. Nós, enquanto seres coletivos, dotados de racionalidade – capacidade de exercer a razão, a lógica sobre nossas ações, vivemos em Sociedade: definida pelo conjunto de pessoas que dividem o mesmo tempo e espaço, seguindo um padrão comum de coletividade, compartilhando propósitos, preocupações, costumes e interagindo entre si. O Modelo de Sociedade que conhecemos tem características culturais, estruturais e institucionais - estruturas ou mecanismos de ordem social, que possuem a função de regular o comportamento dos indivíduos dentro de uma comunidade - que são definidos por meio de um Sistema de Relações entre seus membros, cujo princípio básico é manter a harmonia, definindo a função social que cada indivíduo exerce e a divisão do trabalho, como uma forma de controle. A esse Sistema dá se o nome de Organização Social. Justamente, para manter essa organização social, que normas, regras e leis foram criadas, como a Constituição Federal Brasileira – CF/ 1988. Consolidando os Direitos (proteção à dignidade humana) e os Deveres (atitudes que todas as pessoas são obrigadas a ter, quando estão em coletivo) de cada cidadão. Fonte: Google Autor: desconhecido Fonte: Google Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 5 Quando somos inseridos em uma Sociedade, passamos pelo Processo de Socialização: um processo de aprendizagem que dura toda nossa vida, desde o nascimento até a vida adulta (pois trata-se de um processo contínuo, onde mudamos nossa forma de ver o mundo de acordo com as mais variadas situações), nos adequando às características e ao modo de viver daquele grupo. Não somos robôs que obedecem automaticamente às regras criadas pelo coletivo; temos o poder do juízo e assim, fazemos escolhas. Contudo, essas escolhas são influenciadas por um conjunto de exigências e prescrições que reconhecemos como válidas, ou seja, escolhemos como agir levando em consideração dois aspectos: (a) Normativo: que são as regras, o como deve ser. Exemplo: Não minta! Não mate! E o (b) Fatual: que é a escolha sobre a experiência vivida. Exemplo: dependendo da situação a pessoa escolhe se deve ou não mentir. O que norteia as pessoas nas suas escolhas e ações é a Ética e a Moral. Essas não são intrínsecas (não nascem com o indivíduo), mas são aprendidas ao longo da vida, nas relações: familiares, escolares, sociais, de trabalho e lazer. Vejamos a seguir as definições de Ética e de Moral. Para refletir Como você lida com as situações na vida? Como você estabelece relações com as pessoas? Que postura você assume e que se refere ao seu modo de ser? Que posturas você assume e que são influência do social? ATENÇÃO Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 6 1.1 O conceito de Ética e Moral na Sociedade Estes são conceitos que, provavelmente você até sabe o que significam, mas não sabe explicar, não é mesmo?! Ética e Moral até podem andar juntas e/ ou serem confundidas, mas possuem conceitos diferentes.A Moral é o conjunto de normas e valores que orientam o comportamento do indivíduo para determinado grupo ou cultura; ou seja, é o julgamento de como cada indivíduo deve agir para ser aceito em determinado grupo. Estas normas para se conviver em sociedade são adquiridas pela educação, tradição e pela convivência no cotidiano (VÁZQUEZ, 2007). A Moral sempre existiu, pois, o Homem possui a consciência que o leva a distinguir o que é certo e errado, o que é o Bem e o Mal. Os momentos históricos e os contextos sociais influenciaram a criação das regras morais de acordo com as necessidades sociais de cada época; mas a questão moral, somente ganhou força quando o Homem passou a se agrupar em sociedade. A Ética é o conjunto de valores morais e princípios, formulados com base na história e na cultura, que norteiam a sociedade como um todo. Existe para que haja o bom convívio e o bom costume; possibilitando o funcionamento social, sem que ninguém saia prejudicado (VÁZQUEZ, 2007). A Ética é responsável por definir certas condutas no dia a dia, como por exemplo: o Código de Ética Profissional, o qual determina a conduta do profissional naquela área de atuação. No entanto, não deve ser confundida com as Leis - normas escritas, baseadas na experiência das relações humanas, com o princípio de manter a paz e ordem social - embora estas também estejam relacionadas com o sentimento de justiça social. Vejamos abaixo o quadro demonstrativo sobre Moral e Ética: Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 7 Será que tudo o que não é moral, também não é ético? O que seria imoral e amoral? O que seria antiético e aético? Imoral: o que contraria as normas de conduta do coletivo. Exemplo: falta de pudor, indecência. Amoral: é a pessoa que não segue os preceitos morais daquela comunidade, porque os desconhece. Exemplo: os índios com relação à moral do Homem branco. Antiético: é a pessoa que infringe as normas de uma determinada região. Exemplo: funcionário que detém para si, todo o conhecimento sobre uma tarefa e não explica para os demais colegas antes de sair de férias. Aético: são as pessoas que não exercem julgamento sobre o que é certo ou errado, pois a mente está incapacitada. Respondendo à pergunta anterior: Será que tudo o que não é moral, também não é ético? Uma pessoa pode ser moral, pois está inserida em um grupo ou contexto social; mas ser antiética por uma escolha pessoal. Exemplo: embora Mônica esteja inserida em uma sociedade com regras de conduta (moral) estabelecidas, ela escolhe levantar-se ou não do assento preferencial no ônibus. Nesse caso, Mônica tem moral, mas não tem ética! Vejamos os esquemas abaixo: MORAL ÉTICA X ✓ É uma conduta ✓ É temporal (varia com a época) ✓ É cultural (varia com a comunidade) ✓ Acontece na prática ✓ É uma regra Origem: latim “moralis” De onde vem: do Sistema Social Por que a seguimos: porque a Sociedade nos diz o que é certo Exemplo: antes não era moral mulher usar calça; hoje é aceito ✓ É um princípio ✓ É permanente ✓ É universal (comum a todas comunidades) ✓ Acontece na teoria ✓ É uma regra Origem: grego “ethos” De onde vem: motivação individual Por que a seguimos: porque acreditamos que existe o certo e o errado Exemplo: não é ético furar a fila do Banco Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 8 Moral Imoral Amoral Ética Antiética Aética O que é ético em alguns países, pode não ser em outros; por exemplo: utilizar animais em experimentos de cosméticos. As transformações culturais e sociais em uma sociedade tecnológica ganharam força com os meios de comunicação, os quais divulgam as informações com rapidez, de maneira repetitiva e enfática, gerando grande impacto na maneira como os indivíduos pensam. Reflita! O que dizem os noticiários sobre a violência, miséria, competição e indiferença social? E o que noticiam sobre ações assertivas? Que tipo de sociedade é essa, na qual vivemos, que se interessa mais pela polêmica do que pelo bom exemplo? Tais questionamentos valem um debate sobre a moral e ética, resgatando a importância destes conceitos. Todo ato possui uma intenção! O ideal do progresso é que todos os indivíduos sejam capazes de assumir as responsabilidades sobre seus atos; o que significa a construção de identidades pessoais e sociais - conjunto de comportamentos, sentimentos e pensamentos adequados ao convívio em grupo - conscientes das suas obrigações e capazes de fazer escolhas adequadas e justificáveis. Nossos atos, mesmo movidos pela liberdade de escolha individual, precisam estar relacionados com os interesses coletivos, pois nossa liberdade não pode comprometer a integridade social. Como no caso das ações praticadas no ambiente ATENÇÃO Segue uma norma universal Que vai contra as normas Ausência de normas Costumes/ hábitos que são repassados de geração para geração Que vai contra os costumes Ausência de costumes Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 9 de trabalho; onde ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é atuar com respeito, integridade, honestidade, é não prejudicar o próximo. 2. Ética como conjunto de valores e princípios De um modo geral, a principal característica da Ética é fundamentar as ações morais pela razão, a fim de encontrar o melhor modo de viver e conviver em sociedade. Assim, a finalidade da Ética é guiar a conduta do Homem no que condiz às suas virtudes, caráter (traços morais da personalidade) e altruísmo (atitude que visa o bem-estar do próximo). Sendo assim, a Ética norteia o Homem nas suas principais escolhas e decisões: Quero! Devo? Posso? • Há coisas que queremos, mas não podemos; • Há coisas que podemos, mas não queremos; • Há coisas que podemos, mas não devemos. Aristóteles, filósofo grego, discípulo de Platão, o qual defende a classificação sistemática das áreas do conhecimento, a lógica e a valorização do empirismo (conhecimento prático advindo da experiência); traz a ideia do “bem” como o tema principal da Ética; sendo que é este BEM que leva cada indivíduo a ser capaz de viver com os outros. De acordo com Garcia (n.d.), partir desta ideia, Aristóteles coloca em seus estudos duas teses fundamentais, são elas: • Todas as coisas tendem ao “bem”, porque ele é a finalidade de todas as coisas; • Chega-se ao “bem” por dois caminhos: (1) pelas atividades práticas do dia a dia; por exemplo: desejar Bom Dia! Obrigado! Por favor! Com licença! Não jogar lixo no chão para não entupir as bocas de lobo, o que consequentemente alaga as ruas das cidades e (2) pelas atividades produtivas, aquelas ações que planejamos executar; por exemplo: ações ATENÇÃO Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 10 comunitárias – sopão da meia noite, voluntariado para limpar as margens de um rio, campanha do agasalho. Podemos, então, afirmar que o “bem” para Aristóteles, é justamente a harmonia entre o querer, o poder e o dever; ou seja, o Homem aprender a equilibrar suas vontades, suas emoções com a razão e as regras que norteiam o meio social no qual está inserido. Você deve estar se perguntando, como alcançar este “bem”?Portanto, no pensamento aristotélico, o homem torna-se justo pela prática constante de atos justos. Enfim, cometemos erros; mas, também somos capazes de reaver nossas ações; e, assim devemos fazê-lo constantemente. Vejamos a seguir alguns conceitos que Aristóteles utiliza para explicar a ideia do “bem” como o tema principal da Ética: 2.1 Virtude Virtude é a ação ou comportamento moral que, ao tornar-se um habitual, refere-se à identidade da pessoa, aquilo que forma sua integridade, o que ela é. Portanto, a Virtude é uma capacidade exclusivamente humana, pois está ligada à razão (GARCIA, n.d.). Para Aristóteles, a Virtude pode ser entendida sob duas vertentes: Obra de uma vida inteira Fonte: Google Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 11 • Virtude Moral: é gerada em nós pelo hábito – que consiste na justa medida, nem excesso, nem a falta – tornando-nos capazes de praticar atos justos; • Virtude Intelectual: progride à medida que aprendemos, nos adaptamos e nos reinventamos. Dessa forma, podemos afirmar que ter Virtude é ter disposição para praticar o “bem”: fazer a coisa certa, na hora certa, da forma certa. São exemplos: benevolência, justiça, paciência, sinceridade, responsabilidade, otimismo, sabedoria, respeito, autoconfiança, contentamento, coragem, desapego, despreocupação, determinação, disciplina, empatia, estabilidade, generosidade, prudência, persistência e determinação. Não existe uma fórmula para se tornar virtuoso, mas é preciso agir com excelência para alcançá-la. Como vimos anteriormente, a Virtude é o equilíbrio entre o excesso e a falta; os quais são denominados de vícios. Observe o esquema abaixo: Atenção! Buscar a virtude da coragem sem ser medroso e nem imprudente, por exemplo, significa não se colocar em risco; mas, também, não deixar de aproveitar alguma situação. Uma pessoa corajosa encara riscos, mas de forma calculada, para que o resultado seja positivo; mesmo que seja necessário buscar ajuda em uma situação em que não se possa resolver sozinho. 2.2 Paixão Para Aristóteles, as paixões são as emoções, as qualidades produzidas pelos sentidos e que nos causam sensações. Como coloca Martha Nussbaum (n.d., citada em MENEZES e SILVA, 2013), a emoção aristotélica é definida como a Ser confiante Virtude falta excesso Timidez Arrogância Vício Vício Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 12 combinação do prazer e da dor, a depender da maneira como o Homem percebe o mundo; por exemplo: o ciúmes é a combinação de um sentimento doloroso com a crença de ter sido passada pra trás; ou acreditar que usar meias vermelhas traz sorte é a combinação de um sentimento de conforto com a crença de que se já deu certo uma vez, pode dar em outras. Desse modo, a Paixão interfere a ponto de deixar a pessoa confusa com seus desejos conflitantes (aquilo que ela é). Contudo, não é algo que acontece passivamente na pessoa, ela tem controle sobre isso, ou seja, se a pessoa perceber que sua crença não tem fundamento, então o sentimento não persistirá (MENEZES e SILVA, 2013). 2.3 Justiça A maior de todas as virtudes é a Justiça; pois é o que torna o Homem propenso a fazer e desejar o justo; ou seja, consiste em projetar-se mais para o outro do que para si mesmo. É buscar o “bem” maior, proteger e favorecer o todo/ o coletivo, uma vez que proteger a Sociedade é mais importante do que proteger ou favorecer somente um ou alguns indivíduos (GARCIA, n.d.). Assim, a justiça alcança seu objetivo de obter a paz social. Aristóteles defende a Justiça Distributiva, aquela que propõe a igualdade proporcional baseada no mérito do indivíduo, em contrapartida da Justiça Corretiva, a qual prevê igualdade absoluta entre todas as pessoas. Como alcançar a Virtude, sem ser atrapalhado pela Paixão? 1. Identifique a Paixão que o domina 2. Reconheça seus extremos (o que é bom e o que é ruim) 3. Procure racionalmente o equilíbrio, chamado de Temperança PESQUISE! Princípio Constitucional Igualdade Art. 5 Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 13 2.4 Felicidade É considerada o “bem” mais desejado por todos os Homens, sendo alcançada com a plena realização da sua excelência. Para Aristóteles a Felicidade é a finalidade do comportamento do Homem; ou seja, tudo o que faz é com o intuito de se sentir feliz; no entanto, não se deve gastar energia buscando a Felicidade em prazeres materiais, por exemplo: alguém que é rico pode perder sua fortuna e consequentemente “perder” sua felicidade; ou em outras pessoas, por exemplo: só serei feliz se fulano (a) casar comigo. Assim, a Felicidade não pode ser confundida com diversão e prazeres, o Homem deve buscar sua Felicidade nas Virtudes, para ter plenitude e não apenas experimentar emoções passageiras. Vale ressaltar que, a aprendizagem é um fator facilitador na tarefa de alcançar a Felicidade; uma vez que você conhece novas teorias, novas perspectivas, reconhece erros e falhas, adquire autoconfiança para enfrentar dificuldades e superá-las; além de experimentar diferentes formas de pensar; podendo praticá-las através da consciência ética e da cidadania. 3. Ética e Política Ao discutir sobre Ética e Moral como norteadores do comportamento do Homem no meio social, predispomo-nos a incluir nesta discussão, as ações humanas além do indivíduo em si; mas, também, as possíveis e desejáveis conexões com a Sociedade como um todo, por um “bem” maior. Assim, estamos falando em Ética e Política, analisada do ponto de vista do cidadão. Uma pessoa torna-se cidadã, quando se junta a outras em comunidades políticas organizadas, denominadas de pólis (cidades) e, assim, passa a intervir na realidade social na qual vive. Tal organização pode ocorrer por três meios: (1) Geográfica: pessoas que moram numa mesma região; (2) Por obediência: porque se sentem acolhidas por aquele grupo; (3) Sentimento de Pertencimento: as pessoas dividem e lutam pelos mesmos princípios. Independente do motivo pelo qual as pessoas se juntam, as práticas do grupo devem ser vistas como uma Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 14 responsabilidade movida pelo interesse de todos (MEDEIROS; SANTOS; LORENSATTO, 2013). Eis que surge o Estado – gestor que institucionaliza seu poder de exercício político para organizar e concretizar os princípios e os fins que a comunidade decidiu como bons. E, assim como a Moral possui o objetivo de estabelecer e fundamentar normas que priorizam a boa convivência, na conjuntura do Estado, o Direito age com o mesmo objetivo; contudo, por meios diferentes (GARCIA, n.d.). Como assim? Enquanto a aceitação e o cumprimento da Moral são escolhas individuais, que podem causar remorso, culpa ou reprovação social, quando não cumpridas, o Direito apresenta-se como leis escritas que garantem a liberdade dos cidadãos e a legalidade da ação, promovendo igualdade, harmonia e justiça. Dessa forma, devem ser cumpridas por todos, independente de aceitação ou concordância; caso contrário, a transgressão será punida com multa, prisão e até pena de morte (a depender das Leis do local). O Estado é, portanto, um complemento e uma condição da atividade moral de cada cidadão; de modo que, a Ética, a Política e o Direito devem manter uma correlação e interaçãoindissociável; sendo a Ética, o fator legitimador da Política, que por sua vez deve conduzir os objetivos e as finalidades do Estado, por meio da eficiência e eficácia. Juntos, a Ética e a Política criam espaços que geram novos Direitos, a fim de manter a Sociedade justa, como coloca Marilena Chauí (n.d. citada em GARCIA, n.d.). Vimos acima, que as pessoas se juntam em comunidades políticas organizadas e tornam-se cidadãs de um Estado que, com seu poder de exercício organiza e concretiza os princípios e os fins que a comunidade decidiu como bons. Mas, você já deve, em algum momento, ter pensado sobre aceitar ou não; sobre pertencer ou não; sobre compartilhar ou não das mesmas ideias da comunidade política da qual faz parte. Então, quais seriam os requisitos para que um grupo Direito é o conjunto de normas que regulam as relações entre os cidadãos, estabelecendo formas de punição para a violação destas. Ética: o que é moralmente correto Política: o que é socialmente útil Direito: o que é racionalmente justo Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 15 social, uma comunidade, uma associação de pessoas deveriam ter para que as pessoas escolhessem legitimá-la? Faria (1978, citado em MEDEIROS; SANTOS; LORENSATTO, 2013) discorre que o índice de aceitação da política do Estado é decorrente da maneira como são abordadas as divergências. Dificilmente um consenso será atingido, pois sempre haverá conflitos; contudo, é possível um “consenso presumido”, ou seja, todos concordam automaticamente, até que se manifestem do contrário. Observe a charge abaixo: 3.1 Relativismo Ético A Ética ajuda-nos a diferenciar os atos corretos dos que não são. Contudo, não existe uma interpretação única do que é certo e do que é errado; ou seja, nem tudo é absolutamente bom ou mau, cada ato deve ser interpretado dentro de um contexto. Esta posição, que questiona o absolutismo dos princípios éticos, dá-se o nome de Relativismo Ético. Diversas interpretações sobre um fato podem ser consideradas corretas, por exemplo: quando grupos sociais julgam de maneira diferente o mesmo ato ou, quando aplicam normas morais diferentes em situações semelhantes. Fonte: O Tempo Autor: desconhecido Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 16 Isso é possível de acontecer devido a subjetividade e o ponto de vista de cada indivíduo que, influenciado pelo convencionalismo social determinam a cultura e os costumes de uma comunidade. Afinal, a cultura, a moral e os costumes modificam-se e se adaptam de acordo com o tempo e espaço (FRITZEN, 2013). O Relativismo Ético tem sua vantagem, uma vez que inviabiliza qualquer norma arbitrária, ao possibilitar uma discussão abrangente. Mas, atenção! O Relativismo Ético torna-se inválido, quando a interpretação sobre os atos prejudica outra comunidade, por exemplo: práticas que diferenciam homens e mulheres; ou quando o relativismo se justifica em pressupostos incompatíveis com a civilidade das relações sociais e com a Ciência, por exemplo: afirmar em pleno século XXI que o planeta Terra é plano. Você deve estar se perguntando: Como questionar as normas que definem o aspecto do comportamento moral e ético, sem invalidar o Relativismo Ético? A resposta é simples! De acordo com (FRITZEN, 2013), utilize como base critérios que atendam a coletividade, são eles: • Liberdade de expressão, sem ofensas; • Responsabilidade pessoal; • Harmonização entre as escolhas individuais e a consciência coletiva; • Pensamento crítico sobre normas alienadas (aquelas que não se justificam); • Priorizar os benefícios sociais em detrimento do pensamento materialista individual. 3.2 Ética no mundo virtual O mundo virtual é um ambiente imersivo, simulado através de recursos computacionais, sendo a internet o meio que conecta todos os dispositivos Online. Assim, a Internet pode ser compreendida como: SUBJETIVIDADE Sentimentos e opiniões próprias de cada indivíduo, de acordo com a maneira como se relaciona com o mundo social Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 17 “o sistema constituído do conjunto de protocolos lógicos, estruturado em escala mundial para uso público e irrestrito, com a finalidade de possibilitar a comunicação de dados entre terminais por meio de diferentes redes” (Art.5º, inciso I, Lei 12.965/ 2014). A internet surgiu na década de 60 e tem se mostrado uma das maiores invenções da humanidade, onde seu uso pessoal e comercial tem transformado a realidade social. Com a tecnologia cada vez mais presente nas relações humanas, torna-se necessário conhecer as Leis que regem o convívio social, este, que se converte do real para o virtual (SILVA da; BEZERRA, 2017). Há pessoas que, pela falsa sensação de anonimato no uso da internet, tem “coragem” de praticar ações, as quais não praticaria durante um contato pessoal; por exemplo: postar ofensas e agressões. Por isso, a importância de reafirmar constantemente os valores ético nas relações sociais. Lembre-se! Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você. De acordo com a ONG – SaferNet Brasil ( http://new.safernet.org.br) a qual tem a missão de defender e promover os Direitos Humanos na Internet, as infrações mais cometidas são racismo, homofobia e pornografia infantil; seguidos de cyberbullying (crimes contra a honra): calúnia, difamação, injúria e crimes como: furtos, extorsão, ameaças, violação de direitos autorais, estelionato, fraudes com cartão de crédito e desvio de dinheiro de contas bancárias. Você já ouviu falar em plágio? É a utilização de textos de outros autores como se fossem seus; o famoso CTRL “C” (copiar) e CTRL “V” (colar). Todos nós apreciamos, quando nossas ideias são disseminadas e, quando recebemos o devido reconhecimento por elas; por isso existe a possibilidade de citarmos as referências (fonte de onde retiramos os conceitos que embasaram nossas ideias); por exemplo: vá ao final deste texto e observe as Referências. Pelo IP – Protocolo de Internet, é possível chegar aos autores de crimes virtuais. ATENÇÃO! http://new.safernet.org.br/ Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 18 De fato, a internet possibilita o seu uso de forma indiscriminada para a prática abusiva, uso criminoso e atos libidinosos. No Brasil, está em vigor desde 23 de junho de 2014 o Marco Civil da Internet, que por meio da Lei 12.965/14 estabelece princípios e garantias que regulamentam a utilização da internet no Brasil. Exerça sua cidadania digital! Denuncie crimes na internet! Além de ser um ato ético, ajuda a coibir futuras práticas prejudiciais no espaço virtual, reforçando o real papel do mundo virtual como: ampliação do direito à informação, veículo de divulgação de boas práticas, de incentivo, de participação e um facilitador das relações humanas e convívio social. 4. Ética e Moral no ambiente de trabalho A discussão sobre Ética no trabalho ganha força ao se resgatar o sentido do trabalho para o Homem – processo coletivo que surge a partir de uma ação intencional do indivíduo, a fim de satisfazer uma necessidade pessoal e/ ou social, gerando transformações. Ao se discutir sobre Ética nas Organizações não se fala da prática da Organização, mas da prática nas Organizações, pois são feitas de pessoas e Ética éum atributo humano. Mas, antes de citarmos sobre comportamento ético do profissional no ambiente de trabalho, falaremos sobre a prática ética da Empresa/ Organização. Toda Empresa/ Organização possui: Missão, Visão e Valores - exemplo: http://www.etecsaude.com.br/p/blog- page_9.html; dessa forma, podemos identificar sua Ética, demonstrada por meio dos valores que cultiva, da influência que exerce e da Cultura Organizacional que dissemina. Você já ouviu dizer que tal Empresa detém Responsabilidade Social? Do que se trata? Chanlat (1999) diz que uma Empresa/ Organização detém Responsabilidade Social, quando avalia os efeitos de suas ações sobre a comunidade ao seu redor. A responsabilidade social da empresa/ organização PESQUISE! Escolha uma Empresa conhecida e pesquise na internet sobre sua Missão, Visão e Valores. http://www.etecsaude.com.br/p/blog-page_9.html http://www.etecsaude.com.br/p/blog-page_9.html Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 19 alcança várias vertentes, como: a social, a ambiental, e com o público interno (colaboradores) e externo (clientes/ usuários). E como funciona esta Responsabilidade Social? A Empresa/ Organização demonstra que não existe somente para explorar recursos econômicos e humanos para obtenção do lucro; mas também existe para contribuir com a Sociedade, por meio de projetos, como: reflorestamento e construção de creches comunitárias – exemplo: http://www.faber- castell.com.br/Sustentabilidade/CompromissoSocial. A Ética Organizacional é um dos pilares para a obtenção da Qualidade de Vida no Trabalho – QVT; uma vez que auxilia na construção de um ambiente positivo, de cooperação e respeito mútuo, o que proporciona aos colaboradores exercer suas funções e promover resultados satisfatórios. Portanto, a responsabilidade social da Gestão de Pessoas – GP ocorre desde a contratação, passa pela permanência e se estende até o desligamento do seu funcionário/ servidor. Uma Empresa/ Organização ética paga seus funcionários/ servidores em dia; reconhece-os como colaboradores independentemente da cor, credo, gênero, classe ou orientação sexual; proporciona salários justos; ambiente de trabalho estável; benefícios compatíveis com o mercado de trabalho. A Meritocracia, também tem sido muito pleiteada pelas Organizações éticas, ou seja, reconhecem seus colaboradores por seus méritos: nível de comprometimento, resultado alcançado e vontade de crescer, ao invés de favorecer alguns funcionários por afinidade ou favoritismo. Com relação aos seus clientes, oferta produtos e serviços de qualidade, oferecem suporte e realizam propagandas publicitárias moralmente corretas. Uma Empresa/ Organização age de maneira ética ao elaborar seu planejamento e atividades pautados na satisfação, credibilidade, confiança e relacionamentos interpessoais significativos, favorecendo a motivação, respeito a todos, espaço para capacitação e surgimento de novos talentos. Falaremos agora sobre o comportamento ético do profissional no ambiente de trabalho. Quando um colaborador age diferente dos princípios éticos da Empresa/ Organização, desequilibra todo o sistema; pois, além de reconhecido Fonte: Google Autor: desconhecido http://www.faber-castell.com.br/Sustentabilidade/CompromissoSocial http://www.faber-castell.com.br/Sustentabilidade/CompromissoSocial Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 20 pelos conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA, o bom profissional, também é reconhecido por sua conduta ética e moral idônea (adequada, que convém). A Ética Profissional é baseada nos comportamentos que são adequados para uma boa convivência no ambiente de trabalho, podendo ser descrita como: conjunto de normas e regras que devem ser seguidas na Empresa/ Organização, servindo de guia para os colaboradores conviverem em um ambiente profissional favorável, amigável e produtivo; considerados de extrema importância para garantir um bom clima organizacional, a saúde do trabalhador, o crescimento e reputação da empresa. Assim, podemos entender por Ética Profissional, a maneira como o indivíduo comporta-se dentro e fora do ambiente de trabalho, contemplando de maneira coerente suas ações, atitudes e modo de pensar. Você é o que você faz! A Ética no trabalho está diretamente relacionada à honestidade, seguir valores e princípios morais que levem a condutas e práticas exemplares. Então, o que é ser ético no trabalho? Vejamos alguns comportamentos assertivos: 1. Responsabilidade: assumir e cumprir compromissos, zelar pelo patrimônio da empresa, manter a descrição sobre informações sigilosas. 2. Integridade: tudo o que fazemos na vida ou na empresa/ organização tem consequências e por isso, independentemente de você gostar ou não da empresa ou mesmo do seu chefe, você deve ser honesto e correto em suas ações. 3. Retidão: não usar o cargo para obter vantagens, não fazer intrigas, não criar situações de desavença. 4. Capacidade de reconhecer erros: errar não é o fim, mas aprender com os erros pode ser um começo! Por isso é essencial saber reconhecer que falhou e procurar acertar, sem responsabilizar o outro pelo seu erro. Isso é antiético. 5. Congruência: não adianta falar uma coisa e fazer outra diferente. 6. Respeito ao trabalho dos outros: auxiliar o colega nas tarefas, compartilhar conhecimento operacional, colaborar para a construção conjunta de resultados positivos. ATENÇÃO Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 21 7. Equidade: não existe ética sem igualdade! Promover a igualdade é ser justo, respeitar os direitos de todos e proporcionar as mesmas oportunidades. 8. Humildade e Empatia: ninguém é melhor que ninguém! Existem sim, os mais dedicados e esforçados. Repasse seus conhecimentos e/ ou técnicas, pois isso é trabalhar em equipe. Exerça a escuta ativa, compreender o que o outo quer dizer, colocar-se no seu lugar, dar espaço ao outro. 9. Pontualidade: procurar não faltar ao trabalho, não se ausentar por muito tempo (nem mesmo na pausa para o café), não chegar atrasado ou sair mais cedo repetidas vezes. 10. Vestimenta: o local de trabalho é um lugar formal, deve-se priorizar por roupas mais neutras, sem decotes ou muito curtas, limpas, sapato fechado, não exagerar na maquiagem e/ ou no perfume. 11. Limpeza e organização: manter o local de trabalho limpo, organizado, apresentável. 12. Ser tolerante e flexível: não levar para o lado pessoal críticas e sugestões feitas ao seu comportamento em determinada situação ou sobre seu trabalho; aproveitar as dicas para melhorar. 13. Fazer críticas construtivas educadas: saber escolher as palavras, não usar de ironia e nem desmerecer o outro, não criticar alguém na presença de todos, é mais adequado conversar no reservado. Vale destacar, que no ambiente de trabalho encontramos pessoas diferentes, com ideias e costumes diferentes; contudo, um ponto de ligação entre a Ética da Organização e a Ética Profissional é o papel do Líder. A Ética na Empresa é representada por um Líder justo, atuando como incentivador, motivador, colaborador, como exemplo de idoneidade (adequado, que convém), como elo entre os colaboradores e os princípios da empresa/ organização. Manter uma postura ética no ambiente de trabalho pode não ser uma tarefa fácil, no dia a dia do profissional podem surgir muitas situações, onde sua integridade seja testada. Dessa forma, torna-se essencial contra-atacar, cultivando hábitos positivos e ações assertivas. Observe o quadro abaixo:Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 22 Atenção! Uma postura antiética pode levar ao assédio moral: exposição de alguém a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções – Código Penal (Art. 138, se configurado como calúnia; Art. 136 Decreto-lei n. 2848/40) e/ ou assédio sexual: um tipo de coerção de caráter sexual praticada geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior em relação a um subordinado - Leis Laborais Consolidadas (Lei nº 5.452/43); Código Civil (Art.932); Código Penal (Art. 216). Os quais se configuram como crime. 4.1 Código de Ética Profissional – regras de conduta Na prática do profissional, a Ética é analisada sob três aspectos: (a) A relação com o cliente/ usuário; (b) O relacionamento dos profissionais entre si na equipe multidisciplinar e transdisciplinar; (c) A relação dos profissionais com a Sociedade. A Responsabilidade Ética cabe a todos os participantes envolvidos no ambiente laboral, desde o funcionário administrativo, a equipe técnica, ao porteiro/ segurança, passando pela equipe de limpeza, o pessoal da cozinha, até o médico, o gestor e o político que delibera sobre as ações trabalhistas. Vejamos exemplos de conduta ética: Para refletir O que motivou meu ato? Qual a relação dos meus atos com o interesse da coletividade? Estão em conflito ou em harmonia? Quais as minhas intenções com essas ações? Quais meios utilizo para atingir minhas intenções? Quais os resultados dos meus atos? Já agi de maneira a ignorar as consequências? Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 23 • Respeitar a necessidade do cliente/ usuário; • Conquistar gradualmente a confiança sua, fazendo-o sentir-se seguro; • Explicar sobre todo o procedimento a ser realizado; • Manter registros, relatórios, e informações para contato atualizadas e arquivadas em sigilo; • Não divulgar informações sobre o cliente/ usuário, nem comentar sobre com os demais; • Utilizar uniforme ou crachá no ambiente de trabalho, para distinguir-se dos demais; • Cuidado com as aproximações emocionais com o cliente/ usuário, o que não significa manter uma relação fria isenta de respeito e afeto, mas é preciso separar o profissional do “amigo”; • Cautela ao comentar com o cliente/ usuário sobre casos de procedimentos; • Manter postura ética com os demais profissionais da equipe, evitando atritos que possam afetar a qualidade do atendimento ao cliente/ usuário; • Notificar casos de violência, abuso sexual, extorsão, desvio de verba etc.; • Respeitar as normas internas, titulações, hierarquia, condutas éticas específicas e as legislações estabelecidas pela ordem, associação ou Conselho Profissional. 4.2 Infração Ética A infração ética está relacionada a uma ação negligente, omissa ou de conivência (cumplicidade, coparticipação em atitudes que causem malefícios), seja por desobediência às normas ou por desconhecimento das disposições do Código de Ética. Dessa forma, podemos classificar o ato cometido contra os Princípios Éticos, pelos profissionais (MUÑOZ; FORTES, 1998), como: • Imperícia: falta de conhecimento, preparo técnico, habilidade para executar determinada ação, Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 24 • Imprudência: agir com descuido e causar danos que poderiam ter sido previstos ou evitados, • Negligência: deixar de fazer o necessário gerando o resultado prejudicial. O aperfeiçoamento técnico é importante para a credibilidade do profissional, junto aos gestores, equipe multiprofissional e clientes/ usuários; contudo também é necessário assumir uma postura ética, pois é por meio dela que se adquire confiança e respeito. Assim, é responsabilidade do profissional seguir tanto os padrões éticos da Sociedade, quanto as normas e regimentos internos da Empresa/ Organização, buscando por uma conduta exemplar. 4.3 Legislação e Ética É fundamental que o profissional conheça as normas e legislações vigentes que regem o exercício da profissão, assim como sobre seus direitos e deveres para uma atuação segura e ética; evitando casos de imperícia, imprudência e negligência que impliquem em infrações éticas e disciplinares, o que pode gerar um Processo Administrativo Disciplinar – PAD: instrumento destinado a apurar as responsabilidades do servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre. A Lei basilar (aquela que serve de base, fundamento) do ordenamento jurídico brasileiro é a Constituição Federal Brasileira de 1988 – CF, nela consta o alicerce (estrutura) do Estado Democrático: a organização, as competências, os direitos fundamentais dos cidadãos e os princípios norteadores para um convívio social, familiar e no trabalho, ético. Contudo, cada Estado e Município brasileiro também possui suas legislações, assim como cada Conselho Profissional, seja Federal ou Regional. Pesquise! www.normaslegais.com.br/g uia/clientes/sindicanciaproce sso-administrativodisciplinar- lei.htm Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 25 4.4 Código de Ética do Técnico de Segurança do Trabalho O reconhecimento das complexas responsabilidades do profissional da área de Segurança do Trabalho junto aos trabalhadores, empregadores e ao público em geral e o crescente número de profissionais adentrando no mercado de trabalho implica na necessidade de estabelecer e elencar um conjunto de condutas procedimentos e normas para que o trabalho possa ser executado com lisura. O Código de Ética Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho foi definido de forma ampla, tendo como um fim comum o compromisso do profissional. Dessa forma, este Código de Ética Profissional abrange tanto os profissionais que atuam em sua capacidade individual (autônomos) como aqueles que atuam dentro de Organizações/ Empresas, sejam elas públicas ou privadas. Todas as profissões são importantes no ambiente de trabalho, mas a de Técnico de Segurança do Trabalho possui algumas condições que a torna essencial e por isso a responsabilidade é maior, pois tem como premissa proteger a vida, o bem-estar e a saúde do trabalhador. Assim, é ético que este profissional, mesmo em situações árduas não deve medir esforços para criar e manter um ambiente seguro. Dentre as atribuições éticas do Técnico de Segurança do Trabalho podemos destacar, de acordo com Rodrigues (2018): • Estabelecer relações de confiança mútua e de equidade com as pessoas que prestam serviços • Tratar igualmente todos os trabalhadores, sem discriminação com base na classe social, etnia, idade, religião, sexo e opiniões políticas • Informar a alta Administração e os Trabalhadores sobre os riscos da empresa que possam gerar acidentes ou prejudicar a saúde, mas devem manter sigilo desse tipo de assunto com pessoas externas, incluindo-se colegas de profissão. Atenção! Ter postura ética com a empresa e com os colegas não significa consentir com os erros deles. Lembre-se, a responsabilidade é sua! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 26 4.5 As Modalidades da Ética - ResumoÉtica Comportamental Ser ético em suas atitudes Agir com honestidade O comportamento pode variar de indivíduo para indivíduo, de acordo com os valores e princípios de cada um; contanto que não prejudique outra pessoa. Ética da Organização Ter princípios políticos, sociais e ambientais responsáveis Coerência sobre suas estratégias e atividades de produção e prestação de serviço Respeito aos seus colaboradores e clientes/ usuários Ética Profissional Código de Ética das Profissões – cada área de atuação tem sua categoria representada por um Conselho Federal e Estadual com Estatuto de Ética próprio Estabelece parâmetros comportamentais, que demarcam a conduta do indivíduo no exercício de sua profissão Assim, estrutura, sistematiza, fiscaliza e protege o profissional Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 27 5. Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho Há um Projeto de Lei em trâmite solicitando a criação dos: Conselho Federal dos Técnicos de Segurança do Trabalho – CONFETEST e do Conselhos Regionais dos Técnicos de Segurança do Trabalho – CORETEST dotados de personalidade jurídica própria, de direito privado, sem vínculo com a administração pública. O Projeto de Lei nº 1.597 de 1999 propõe por meio da criação dos Conselhos de Classe, especificar os profissionais com competência exclusiva para o exercício da profissão, estabelecendo as atividades e atribuições da categoria conforme a legislação já existente, bem como todo o escopo de funcionamento, estrutura e atribuição dos Conselhos a serem criados. Com a criação dos Conselhos Federal e Regionais, fica a obrigatoriedade de registro de todas as pessoas jurídicas, que admitam em suas atividades serviços de qualquer natureza relacionados às funções do Técnico de Segurança do Trabalho, inclusive as entidades e instituições de ensino que mantenham cursos de formação profissional de Técnicos de Segurança do Trabalho. Para que o Projeto de Lei seja aprovado, é necessário apoio e aprovação do Ministério do Planejamento, Casa Civil, Congresso Nacional e Presidência da República. Assim, os profissionais e organizadores convidam todos a assinar o abaixo assinado, para que a categoria ganhe força e expressão. Atualmente, quem atua prestando apoio, informações e assistência aos profissionais desta área; como podemos verificar no documento apresentado abaixo, o qual estabelece o Código de Ética Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho, é a Entidade Sindical Representativa da Categoria com base no Território Nacional: Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho. https://peticao publica.com.br/ Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 28 CÓDIGO DE ÉTICA DOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO Considerando a intensificação do relacionamento do profissional na área da segurança do trabalho, sendo imperativo para a disciplina profissional, resolve adotar o código de ética do técnico de segurança do trabalho, elaborada pelos integrantes da Comissão de Ética instituições representativas da categoria dos Técnicos de Segurança do Trabalho, como indicativo provisório até a regulamentação do Conselho Federal dos Técnicos de Segurança do Trabalho. RESOLVE: Art.01 – Fica aprovado o anexo código de ética profissional do técnico de segurança do trabalho. Art. 02 – A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação. Art.03 – Revogam-se as disposições em contrário. As instituições representativas da categoria dos Técnicos de Segurança do Trabalho existem como pessoa física até a sua regulamentação. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO CAPÍTULO I DA ATIVIDADE PROFISSIONAL Art. 04 – As funções, quando no exercício profissional do técnico de segurança do trabalho, são definidas pela Portaria 3.275, de 21 de setembro de 1989, não sendo permitido o desvio desta. CAPÍTULO II DO PROFISSIONAL Art.05 – Exercer o trabalho profissional com competência, zelo, lealdade, dedicação e honestidade, observando as prescrições legais e regulamentares da profissão e resguardando os interesses dos trabalhadores conforme Portaria 3214 suas NRs. e demais legislações prevencionistas. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 29 Art.06 – Acompanhar a legislação que rege o exercício profissional da segurança do trabalho, visando a cumpri-la corretamente e colaborar para sua atualização e aperfeiçoamento. Art.07 – O técnico de segurança do trabalho poderá delegar parcialmente a execução dos serviços a seu cargo a um colega de menor experiência, mantendo- os sempre sob sua responsabilidade técnica. Art. 08 – Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade. Art.09 – Cooperar para o progresso da profissão, mediante o intercâmbio de informações sobre os seus conhecimentos e contribuição de trabalho às associações de classe e a colegas de profissão. Art.10 – Colaborar com os órgãos incumbidos da aplicação da lei de regulamentação do exercício profissional e promover, pelo seu voto nas entidades de classe, a melhor composição daqueles órgãos. Art.11 – O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz nem justifica a participação ou conivência com o erro ou com os atos infringentes de normas técnicas que regem o exercício da profissão. CAPÍTULO III DOS DEVERES Art. 12 – Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, salvo os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes e as instituições representativas da categoria Art.13 – Se substituído em suas funções, informar ao substituto todos os fatos que devam chegar ao seu conhecimento, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a serem exercidas. Art.14 – Abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração de programas prevencionistas de segurança e saúde no trabalho. Art.15 – Considerar e zelar com imparcialidade o pensamento exposto em tarefas e trabalhos submetidos a sua apreciação. Art. 16 – Abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos. Art.17 – Atender à instituições representativas da categoria, no sentido de colocar à sua disposição, sempre que solicitados, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 30 Art. 18 – Os deveres do técnico de segurança do trabalho compreendem, além da defesa do interesse que lhe é confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da técnica de trabalho. Art. 19 – Manter-se regularizado com suas obrigações com as instituições representativas da categoria. Art.20 – Comunicar as instituições representativas da categoria fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivados pela necessidade do profissionalem preservar os postulados, éticos e legais da profissão. CAPÍTULO IV DA CONDUTA Art. 21 – Zelar pela própria reputação, mesmo fora do exercício profissional. Art. 22 – Não contribuir para que sejam nomeadas pessoas que não tenham a necessária habilitação profissional para cargos rigorosamente técnicos. Art.23 – Na qualidade de consultor ou árbitro independente, agir com absoluta imparcialidade e não levar em conta nenhuma consideração de ordem pessoal. Art. 24 – Considerar como confidencial toda informação técnica, financeira ou de outra natureza que obtenha sobre os interesses dos empregados ou empregador. Art. 25- Assegurar ao trabalhador e ao empregador um trabalho técnico livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. CAPÍTULO V DOS COLEGAS Art.26 – A conduta do técnico com os demais profissionais em exercício na área de segurança e saúde no trabalho deve se basear no respeito mútuo, na liberdade e independência profissional de cada um, buscando sempre o interesse comum e o bem-estar da categoria. Art.27 – Deve ter para com os colegas apreço, respeito, consideração e solidariedade, sem, todavia, eximirse de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à Comissão de Ética da instituição em que exerce seu trabalho profissional e, se necessário, às instituições representativas da categoria. Art.28 – Abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento. Art.29 – Não tomar como suas ou desqualificar os trabalhos, iniciativas ou soluções encontradas por colegas, sem a necessária citação ou autorização expressa. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 31 Art. 30 – Não prejudicar legítimos interesses ou praticar de maneiras falsas ou maliciosas, direta ou indiretamente, a reputação, a situação ou a atividade de um colega. CAPÍTULO VI DAS PROIBIÇÕES Art.31 – É vetado ao técnico de segurança do trabalho anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na diminuição do colega, da organização ou da classe. Art.32 – Assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígio para classe. Art.33 – Auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra exclusivamente de sua prática lícita ou serviços não prestados. Art.34 – Assinar documentos ou peças elaborados por outros, alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização. Art.35 – Exercer a profissão quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não habilitados ou impedidos. Art.36 – Aconselhar o trabalhador ou o empregador contra disposições expressas em lei ou contra os princípios fundamentais e as normas brasileiras de segurança e saúde no trabalho. Art. 37 – Revelar assuntos confidenciais por empregados ou empregador para acordo ou transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento. Art.38 – Iludir ou tentar a boa fé do empregado, empregador ou terceiros, alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou elaborando peças inidôneas. Art.39 – Elaborar demonstrações na profissão sem observância dos princípios fundamentais e das normas editadas pelas instituições representativas da categoria. Art.40 – Deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou intimações para instrução de processos. Art.41 – Praticar qualquer ato ou concorrência desleal que, direta ou indiretamente, possa prejudicar legítimos interesses de outros profissionais. Art.42 – Expressar-se publicamente sobre assuntos técnicos sem estar devidamente capacitado para tal e, quando solicitado a emitir sua opinião, somente fazê-lo com conhecimento da finalidade da solicitação e em benefício da coletividade. Art. 43 – Determinar a execução de atos contrários ao código de ética dos profissionais que regulamenta o exercício da profissão. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 32 Art.44 – Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas e jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem. Art.45 – Utilizar forma abusiva o poder que lhe confere a posição ou cargo para impor ordens, opiniões, inferiorizar as pessoas e/ou dificultar o exercício profissional. CAPÍTULO VII DA CLASSE Art.46 – Acatar as resoluções votadas pela classe, inclusive quanto a honorários. Art.47 – Prestigiar as entidades de classe contribuindo, sempre que solicitado, para o sucesso de suas iniciativas em proveito da profissão, dos profissionais e da coletividade. CAPÍTULO VIII DOS DIREITOS Art.48 – Representar perante os órgãos competentes as irregularidades comprovadamente ocorridas na administração de entidade da classe. Art.49 – Recorrer às instituições representativas da categoria, quando impedido de cumprir o presente código e as leis do exercício profissional. Art.50 – Renunciar às funções que exerce logo que positivar falta de confiança por parte do empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia. Art. 51 – O técnico de segurança do trabalho poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico– profissional e assinado sob sua responsabilidade. Art. 52 – O técnico de segurança do trabalho, quando assistente técnico, auditor ou árbitro poderá recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida. Art.53 – Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal. Art. 54 – Considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar tarefas em não conformidade com as normas de segurança e saúde no trabalho, e orientações editadas pelas instituições representativas da categoria. Art. 55 – O técnico de segurança do trabalho poderá requerer desagravo público às instituições representativas da categoria quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua profissão. Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 33 CAPÍTULO IX DAS PENALIDADES Art. 56 – A transgressão de preceito deste código constitui infração ética, sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades: – Advertência reservada; – Censura reservada; – Censura pública; Na aplicação das sanções éticas são consideradas como atenuantes: – Falta cometida em defesa de prerrogativa profissional; – Ausência de punição ética anterior; – Prestação de relevantes serviços à classe. Art.57 – O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do Código de Ética incumbe, originariamente, as instituições representativas da categoria, que funcionarão como Comissão de Ética, facultado recurso dotado de efeito suspensivo, interposto no prazo de trinta dias. Art.58 – Não cumprir, no prazo estabelecido, determinação das instituições representativas da categoria, depois de regularmente notificado. Art.59 – O recurso voluntário somente será encaminhado a Comissão de Ética, para manter ou reformar parcialmente a decisão. Art.60– Quando se tratar de denúncia, as instituições representativas da categoria comunicarão ao denunciante a instauração do processo até trinta dias depois de esgotado o prazo de defesa. Art. 61 - Compete às instituições representativas da categoria, em cuja jurisdição se encontrar inscrito o técnico de segurança do trabalho, a apuração das faltas que cometerem contra este Código e a aplicação das medidas previstas na legislação em vigor. Art.62 – As infrações deste código de ética serão julgadas pelas Comissões Especializadas instituídas pelas instituições representativas da categoria, conforme dispõe a legislação vigente. Art. 63 – A cassação consiste na perda do direito ao exercício da profissão de técnico de segurança do trabalho e será por decisão do Ministério do Trabalho e Emprego. Art.64 – Considera-se infração ética a ação, omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do código de ética dos profissionais técnicos de segurança do trabalho. Art. 65 – Atentar para as resoluções específicas sobre as graduações das penalidades. COMISSÃO DE ÉTICA E CONSELHO DE CLASSE Presidente - FENATES Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 34 5.1 O Registro Profissional Apesar de não haver um Conselho de Classe Profissional, os Técnicos de Segurança do Trabalho precisam ter um registro profissional; como consta na Lei 7.410/85, no Decreto-Lei 93.412/86 e na Portaria 262/08, no Ministério do Trabalho e Emprego, que é o órgão fiscalizador desta profissão. A Carteira Profissional (Figura 1) deixou de ser utilizada em 2008, dando espaço ao carimbo na Carteira de Trabalho e Previdência Social (Figura 2). Em 2017 o Ministério do Trabalho lançou o Cartão de Registro Profissional (Figura 3) para os Técnicos de Segurança do Trabalho, onde tendo o acesso ao site do SIRPWEB, o profissional poderá emitir seu cartão, imprimir e plastificar. Mas, por que se registrar? Veja abaixo a lista de vantagens de se registrar profissionalmente, de acordo com Getúlio Valadares Alves, Técnico em Segurança do Trabalho e criador do Blog - Blog Segurança do Trabalho na Net: • Exercício Legal da profissão; • Desenvolvimento pleno da função, como elaboração e assinatura de programas de segurança juntamente com o levantamento ambiental, Análises Ergonômicas, Procedimentos de Segurança etc.; • O Ministério do Trabalho e Emprego atua como mediador direto entre a Empresa e o trabalhador; • Possibilidade de formação de jurisprudência por meio das demandas judiciais sobre o exercício profissional; • Formação de um Conselho de Classe Próprio; • Filiação gratuita; https://segurancadotrabalhonet.com.br/ Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 35 Como fazer o Registro no Ministério do Trabalho e Emprego Acessando o site SIRPWEB é possível dar entrada e acompanhar o andamento do processo via protocolo. Para isso, será necessário preencher os campos obrigatórios, de acordo com os documentos que posteriormente apresentará na Unidade Regional do Ministério do Trabalho. São eles: • Requerimento em 2 (duas) vias, devidamente assinado; • Fotocópia do documento de identificação que será apresentado ao órgão; • Fotocópia do Cadastro de Pessoa Física (CPF); • Fotocópia da série e qualificação civil da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS); • Fotocópia do documento de reservista (para homens); • Documentos de capacitação específicos da profissão: certificado de conclusão do curso e histórico escolar (onde conste as horas de estágio). Algumas Empresas de Engenharia, Órgãos da Administração Direta e Indireta da União, dos Estados e dos Municípios, exigem que os profissionais sejam, também, habilitados na área de Engenharia, Arquitetura e Agronomia para exercer certos cargos e funções; assim, exigem ainda, a inscrição no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA; contudo, este órgão não tem poder de fiscalizados assim como o Ministério do Trabalho e Emprego, não tendo efeito Figura 1 Figura 2 Figura 3 Atenção! Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 36 legal. Dessa forma, para evitar coação e constrangimento com o trabalhador que não quiser se inscrever no CREA, foi estabelecida a PL 0092/2007 na Plenária Ordinária nº 1.339 que decidiu ser facultado aos Técnicos de Segurança do Trabalho o registro no CREA (Figura 4). Veja abaixo a lista de vantagens de se registrar profissionalmente no CREA, de acordo com Getúlio Valadares Alves, Técnico em Segurança do Trabalho e criador do Blog - Blog Segurança do Trabalho na Net: • Recebimento de uma Carteira Profissional; • Manutenção do Emprego que solicitou o registro; • Realização de cursos dentro do CREA de forma gratuita ou com desconto; • Aceitabilidade em Empresas. Desvantagens de se registrar profissionalmente no CREA, de acordo com Getúlio Valadares Alves, Técnico em Segurança do Trabalho e criador do Blog - Blog Segurança do Trabalho na Net: • Exercício Ilegal da profissão; • Desenvolvimento parcial da função, como impedimento de assinatura de qualquer programa de segurança e muito menos, do levantamento ambiental, como também, de Análises Ergonômicas, Procedimentos de Segurança etc. • Impossibilidade de formação de jurisprudência por meio das demandas judiciais sobre o exercício profissional; • Impedimento de formação de um Conselho de Classe Próprio; • Filiação paga anualmente. Chegamos ao fim desta Disciplina! Não deixe de buscar mais informações para agregar ao seu conhecimento, pesquise! Lembre-se! “Comece de onde está, use o que tem e faça o que puder” para o seu sucesso pessoal e profissional. Figura 4 https://segurancadotrabalhonet.com.br/ https://segurancadotrabalhonet.com.br/ Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Planaltina - Prof. Fernanda Signori 37 Referências ___________A Ética e a Moral no Cotidiano. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=he3VZnr8oVc ALVES, Getúlio Valadares. Blog Segurança do Trabalho na Net. Disponível em: Registro no CREA ou MTE? Técnico de Segurança no Trabalho (segurancadotrabalhonet.com.br) CHANLAT, Jean-François. Ciências sociais e management: reconciliando o econômico e o social. São Paulo: Atlas, 1999. ____________Constituição Federal Brasileira. Disponível em: http://www2.planalto.gov.br/conheca-a-presidencia/acervo/constituicao-federal __________Dicas de Conduta no Trabalho. Por Hugo Vera. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WJXQZTaNNVA FRITZEN, A. Relativismo Ético, 2013. Disponível em: http://sites.google.com/site/aloisiofritzen/home/etica/relativismo_etico. Acessado em: 06 de março de 2020. GARCIA, R.B. 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