Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Redação do texto publicitário a partir da análise de seus componentes e suas linhas de força, além da avaliação de textos curtos (título e slogan). PROPÓSITO Compreender as principais características da redação publicitária, destacando suas linhas de força — apolínea ou dionisíaca. Considerar esses elementos na criação de textos é um dos caminhos mais frutíferos para a criação publicitária. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer o texto publicitário apolíneo MÓDULO 2 Reconhecer o texto publicitário dionisíaco INTRODUÇÃO Você já percebeu que há textos publicitários que despertam mais a razão e a lógica sobre os argumentos de determinado produto? Em contrapartida, há campanhas publicitárias que enfatizam a sensibilidade e a emoção sobre determinado produto ou serviço. Essas linhas de força, pensadas pelo professor João Anzanello Carrascoza em A evolução do texto publicitário , dividem-se em apolínea e dionisíaca, resgatando dois conceitos estéticos nietzscheanos. A seguir, você vai compreender as características de cada uma dessas linhas. MÓDULO 1 Reconhecer o texto publicitário apolíneo AS LINHAS DE FORÇA O texto publicitário, como toda escrita criativa, comporta duas linhas de força que se complementam, embora haja a dominância de uma delas. Carrascoza (2004) as denomina apolínea e dionisíaca, inspirando-se nesses termos trazidos por Nietzsche ao escrever sobre a origem do teatro. NIETZSCHE O filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), em sua obra O Nascimento da Tragédia , traçou investigações estéticas a partir da dualidade apolíneo-dionisíaca: “Apolo, na qualidade de deus dos poderes configuradores, é ao mesmo tempo o deus divinatório [...] e reina também sobre a bela aparência do mundo interior da fantasia” (NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia. São Paulo, Companhia de Bolso, 2007, p. 26). O filósofo ainda cita o impulso apolíneo como associado ao sonho, à perfeição e a um olhar “solar”, enquanto o dionisíaco está mais perto da embriaguez, do êxtase, “da mais elevada alegria” (p. 31), das festas orgíacas gregas, do homem que se sente deus. Objeto com interação. Clique nas figuras a seguir. javascript:void(0) Foto: After Leochare /Wikimedia Commons/ Domínio público O filósofo alemão afirmava que a criação apolínea (do deus mitológico Apolo), centrada na ordem e na racionalidade, predominou por muito tempo na Antiguidade grega. Apolo, After Leochare, cerca de 130 a 140 depois de Cristo. Foto: © Marie-Lan Nguyen / Wikimedia Commons, CC BY 2.5 Até surgir Dionísio promovendo a arte de sensibilizar, de emocionar por meio da narrativa, que recebe o qualificativo de criação dionisíaca. Dionísio, Itália, século 2 depois de Cristo. Vamos abordar primeiramente a linha apolínea, cuja ênfase recai na construção de um texto com argumentos, ou seja, com foco na razão, visando dessa forma afetar o público por meio da lógica (CARRASCOZA, 2004). Esse vetor é explorado preferencialmente em materiais publicitários impressos, nos quais o conjunto de recursos retóricos empregados resulta em uma estratégia textual que apresenta as vantagens e os benefícios do produto ou do serviço anunciado. SAIBA COMO UMA OBRA QUE TEM MAIS DE 2.300 ANOS, A RETÓRICA , DE ARISTÓTELES, PODE AJUDAR PUBLICITÁRIOS A CRIAR SEUS TEXTOS. ORIGENS ARTÍSTICAS DO TEXTO O texto publicitário nasceu nos jornais na forma de pequenas ofertas, chamadas de “classificados” por agruparem em classes produtos ou serviços para facilitar a procura do leitor. Os classificados eram — e ainda são — estruturalmente um empilhamento de informações positivas sobre o objeto anunciado, dispensando imagem (CARRASCOZA; HOFF, 2011). Essa configuração se mantém nos dias atuais, embora encontremos classificados de maior tamanho junto a fotos ou ilustrações. Imagem: Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, Ano 1854\Edição 00001. Acervo da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional Ao longo do tempo, os classificados, para se diferenciarem da matéria jornalística, ganharam um título chamativo, em geral a palavra “atenção”, “advertência”, “anúncio” (CARRASCOZA, 1999). Com a produção dos textos a cargo dos poetas e prosadores — a publicidade era atividade incipiente, sem profissionais formados especificamente para o seu ofício —, surgiram anúncios de formatos amplos, ocupando espaços nobres dos jornais. Na sequência, espalharam-se também por páginas inteiras de revistas — veículo de imprensa que então surgia. Com a expertise dos escritores das primeiras décadas do século XX, o texto publicitário apolíneo ganhou aprimoramento, chegando às divisas de um modelo que segue sólido na atualidade. Vamos conhecer sua estrutura e os elementos argumentativos mais frequentes de seu cânone. O TEXTO APOLÍNEO NA ATUALIDADE A mensagem publicitária verbal contemporânea, quando apolínea, é composta de três partes: Imagem: Shutterstock.com O título. Imagem: Shutterstock.com O texto propriamente dito, no qual se desenvolve a argumentação. Imagem: Shutterstock.com O slogan do produto, serviço ou da marca anunciante. Essa estrutura segue o modelo teorizado por Aristóteles referente ao discurso deliberativo — cuja ênfase é aconselhar ou desaconselhar o público em relação a algum tema, exatamente o intuito da publicidade (CARRASCOZA, 1999, 2004). Imagem: Detran DF e Governo do Distrito Federal, 2019. Nessa peça, o texto e sua argumentação são visuais, mas guardam, por exemplo, o jogo de palavras/metáfora da lata, que remete à lataria (Campanha educativa, Detran DF e Governo do Distrito Federal, 2019.) RELEMBRANDO O esquema aristotélico, como aponta Carrascoza, divide-se em exórdio (introdução), narração, prova e peroração (epílogo). Na atualização do esquema aristotélico, o título apresenta a tese ou proposição; o texto desenvolve a tese com provas que a sustentam (argumentos) e, em seu fecho, temos a peroração — frase-sentença que resume todo o conteúdo enunciado. CRIAÇÃO DO TÍTULO Como afirmamos, o título abre o circuito do texto na forma de uma tese. A informação principal — o próprio produto ou serviço — não aparece em seu corpo, sendo inserida depois na argumentação. O título é, pois, um chamariz, um enunciado capaz de chamar a atenção do público. Imagem: HEMOSC. Campanha de Natal da HEMOSC para o estímulo à doação de sangue, Governo de Santa Catarina, Secretaria do Estado de Saúde, 2020. Os títulos apolíneos são constituídos de raciocínios cristalizados na nossa cultura, transferidos aos anúncios por meio de intertextualidades — paráfrases ou paródias (CARRASCOZA, 2008, 2015). Apropriam-se de um enunciado familiar que, no entanto, resulta novo. Vejamos alguns exemplos: Imagem: Shutterstock.com. “Sem querer você já leu.” (Central de Outdoor) Foto: Pixabay. “Mais um buraco na cidade.” (Rosquinha Dunkin Donut´s) Foto: Pixabay. “E, no final, tudo acaba na Pizza Hut.” (Pizza Hut) Foto: Pixabay. “1 milhão de views não substituem uma verdade.” (Associação Nacional de Jornais) Foto: Pixabay. “Nunca foi tão fácil tirar o doce da criança.” (Escova de dentes Reach) Foto: Pixabay. “Use Valisère e seu candidato vai para o segundo turno.” (Lingerie Valisère) Foto: Pixabay. “Você fica seco. Ela molhada.” (Toalha Artex) Foto: Shutterstock.com. “O seu dedinho do pé não pode ser o único que repara nos seus móveis.” (Shopping D&D) Foto: Shutterstock.com. “Nem o papa deixa tudo nas mãos de Deus.” (Itaú Seguros) Foto: Portal Satova/Shutterstock.com. “Se ninguém percebe o seu pulso, tecnicamente você está morto.” (Relógio Rolex) Foto: Pixabay. “Saber perder é importante. Um dia a gente aprende.” (Audi) Foto: Shutterstock.com. "É um presente melhor que roupa e não tem perigo de você errar o número." (Aparelho de telefone Semp Toshiba) Foto: Shutterstock.com. “Histórias muito mal contadas em reportagens muito bem escritas.” (Revista Veja) Foto: Shutterstock.com.“Lembre-se: quanto mais você usa calcinha de avó, menos chance você tem de virar uma.” (Lingerie Triumph). Devido à grande quantidade de produtos já conhecidos do público, proliferam anúncios apenas com título, sem necessidade do aparato argumentativo (o texto). É o caso do anúncio das sandálias Havaianas, cuja proposição enfoca a sua beleza e uma de suas “utilidades”: “No pé das mulheres mais bonitas. Na mão das esposas mais ciumentas”. Foto: Shutterstock.com Ou de outra peça de imprensa da rede de academias de ginástica Companhia Athletica: O título “Claro que quem malha vive mais: que alma quer deixar um corpo desse?” ganha ainda maior expressão porque a peça traz a imagem de uma mulher em uma bela posição de ioga, trazendo uma associação à relação corpo-alma, e que visualmente ancora o título. CONSTRUÇÃO DO TEXTO O texto apolíneo publicitário exige dupla abordagem para a compreensão de seu processo criativo: a primeira, quanto aos elementos principais de seu estilo; e a segunda, relativa ao conjunto de argumentos, que atuam como provas das vantagens do produto ou serviço. ANCORA javascript:void(0) Ancorar na publicidade significa dar lastro, peso à mensagem, complementando-a. Clique nas figuras abaixo. Objeto com interação. Imagem: Shutterstock.com Em termos estilísticos, o texto deve ser elaborado com: Frases curtas e afirmativas, de preferência de orações coordenadas sobre as subordinadas, que garantem ritmo e fluência e facilitam a apreensão; Tempo predominante dos verbos no presente do indicativo, para que o texto, em qualquer momento de sua leitura, simule o “aqui e agora”; Inserção da função conativa (você, sua vida, seus sonhos etc.), visando ampliar o sentido de presença do leitor no texto; Uso moderado de adjetivos, advérbios e conjunções, com a finalidade de assegurar precisão e concisão; Pontuação simples, restrita à vírgula e ao ponto-final, sempre evitando travessões, reticências, exclamações etc.; Frase final retorna à proposição do título (circularidade) e conclui a argumentação textual. Imagem: Shutterstock.com Quanto aos argumentos, que atuam como provas das vantagens do produto ou serviço, os mais frequentes no texto publicitário apolíneo são: Lugar de quantidade: uso da grandeza matemática para demonstrar tamanho, dimensão; Lugar de qualidade: qualificativo voltado a algum aspecto positivo do bem anunciado; Valorização do superior: emprego de palavras ou expressões como o “melhor”, o “pioneiro” etc., que, por si só, evidenciam superioridade; Comparação direta ou indireta: eficientes para revelar diferenças em relação aos produtos concorrentes; Apelo à autoridade: testemunho de pessoas ou instituições que avalizam as propriedades do produto ou serviço; Exemplificação: facilita, pela sua concretude, a percepção de benefícios do produto ou serviço. Vejamos, de modo completo, como se comportam o título e o texto (em sua esfera estilística e argumentativa) neste anúncio da Associação Nacional de Editores de Revistas: Como transformar papel em ouro, prata e bronze O Brasil bateu recorde no Festival de Cannes. Foram oitenta leões conquistados, dezoito só para a mídia impressa. Nenhuma outra categoria ganhou mais. Isso só reforça e prova que a mídia impressa segue sendo um meio impactante e cada vez mais criativo. E o leitor de revistas gosta muito de criatividade nas boas matérias e nos bons anúncios também. Parabéns às agências de publicidade e parabéns às revistas. Imagem: Associação Nacional de Ediotres de Revistas (2012) Título e texto em propaganda da Associação Nacional de Editores de Revistas. COMO ESSE TÍTULO FUNCIONA? VERIFICAR O título do anúncio, Como transformar papel em ouro, prata e bronze , é uma paráfrase da expressão alquímica “como transformar chumbo em ouro”. Denota, por metonímia, que o papel (anúncios veiculados em revistas impressas) pode se transformar em ouro, prata e bronze javascript:void(0) (prêmios dados no Festival de Cannes, cujo troféu é a escultura de um leão, aos anúncios vencedores em primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente). DIVISAS ESTILÍSTICAS O texto segue as premissas correntes: é construído com frases afirmativas, predomínio de verbos no presente do indicativo (“reforça”, “prova”, “segue”, “gosta), isenção de advérbios e conjunções e pontuação simples. A conclusão sintetiza o conteúdo da mensagem dando os “parabéns” a quem fez a “transformação” do papel em metal precioso: as agências (por meios de seus anúncios criativos, premiados em Cannes) e as revistas (veículo em que foram midiatizados). ARGUMENTAÇÃO No que diz respeito aos argumentos, notamos a utilização de lugares de quantidade (“oitenta” leões, “dezoito” para a mídia impressa); lugares de qualidade (a mídia impressa segue sendo um “meio impactante” e cada vez “mais criativo”), comparação e da valorização do superior (“nenhuma outra categoria ganhou mais”) e apelo à autoridade (“o leitor de revistas gosta muito de criatividade nas boas matérias e nos bons anúncios também”). RELEMBRANDO A exemplificação também faz parte da argumentação. E o próprio anúncio da Associação Nacional de Editores de Revistas é um exemplo, pelo desempenho da criatividade publicitária brasileira no Festival de Cannes, da relevância das revistas. Há ainda anúncios duplos, de cunho apolíneo, sequenciais: no primeiro, mostra-se uma imagem sem título e texto; no segundo, repete-se a imagem com alguma mudança junto ao título ou texto. Podemos ver essa estratégia de dois tempos em algumas peças publicitárias do automóvel Fiat Palio: no primeiro momento, temos a silhueta de um rosto feminino que se assemelha à bela atriz Angelina Jolie; em seguida, ao virar a página, notamos com total nitidez a face da mulher, que não é a bela de Hollywood – um engano confirmado pelo título “Fiat Palio. Agora com vidros escurecidos de série”. É possível encontrar essa e outras campanhas citadas aqui em sites de busca na internet. Basta procurar pelo título. TEASER Outra configuração publicitária com textos apolíneos em sequência, mas visando um maior efeito-surpresa, é a que designamos de teaser . Busca-se com essa tática gerar inicialmente a curiosidade do público por meio de um ou dois anúncios para, no último instante, revelar o produto ou serviço. Foto: Shutterstock.com É o caso da campanha de lançamento da cerveja Devassa com a modelo e socialite Paris Hilton, constituído por vários anúncios, que funcionavam como contagem regressiva para desfazer o mistério, e contagem progressiva ao informar, a cada texto veiculado, o aumento de interesse dos consumidores pelo número de tweets gerado no intuito de descobrir o enigma. AS PRIMEIRAS PEÇAS NA PEÇA SEGUINTE NO DIA DO LANÇAMENTO NO ÚLTIMO ANÚNCIO DA CAMPANHA As primeiras peças publicitárias exibiam a imagem de um buraco de fechadura pelo qual se percebia parte do corpo de uma mulher. O texto, com a quantidade de tweets até então, alertava: Bem misteriosa Ela está chegando. Ela é bem misteriosa. E vai deixar você bem curioso. Use o Twitter para esperar. Quanto mais tweets você postar com a tag #bemmisteriosa, mais próxima fica a fechadura. Participe e incentive seus amigos a fazer o mesmo. Finalmente, no anúncio veiculado no dia de apresentar o produto, a imagem da fechadura cresceu de tamanho, evidenciando mais o corpo feminino. O título sentenciava: "É hoje". Paris Hilton é vista de corpo inteiro, o logotipo da cerveja aparece em cena e o título revela a novidade. “Finalmente ela chegou”. O texto dissertativo realça os principais pontos da novidade que o teaser prenunciava: Devassa. Bem Devassa. Ela chegou. Pegando você pelo colarinho. Seduzindo pelo aroma, conquistando pelo sabor. Uma cerveja que assume o que as outras gostariam de ser. Mas morrem de vergonha. Autêntica, dourada, gostosa e sem pudor nenhum de se sentir desejada. Bem na hora. Bem gelada. Bem loura. Bem pra você. Variados argumentos são mobilizadosnesse anúncio de lançamento: lugares de qualidade (“pegando você pelo colarinho”, “autêntica”, “dourada”, “gostosa” etc.); valorização do superior (“ela chegou”, “uma cerveja que assume o que as outras gostariam de ser”), comparação (as outras cervejas “morrem de vergonha”). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SOBRE AS ORIGENS DO TEXTO PUBLICITÁRIO, ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR: I. SENDO OS JORNAIS O VEÍCULO NO QUAL SE INICIOU O TEXTO PUBLICITÁRIO, A PRINCIPAL ESTRATÉGIA ERA USAR IMAGEM ASSOCIADA A TEXTO. II. ATUALMENTE AINDA SE MANTÉM A CONFIGURAÇÃO DE TEXTO QUE AGRUPA INFORMAÇÕES SOBRE O PRODUTO E/OU SERVIÇO CHAMADO DE “CLASSIFICADOS”. III. NO DESENVOLVIMENTO DO TEXTO, SURGIRAM ANÚNCIOS DE FORMATOS MAIS AMPLOS E OCUPANDO ESPAÇOS EM REVISTAS, ALÉM DE JORNAIS. ESTÁ CORRETO O QUE SE AFIRMA EM: A) I apenas B) II apenas C) I e II, apenas D) II e III, apenas E) I, II e III 2. SOBRE O TEXTO PUBLICITÁRIO APOLÍNEO, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) A informação principal do produto e/ou serviço deve aparecer no corpo do texto. B) O título é elaborado a partir de um enunciado já familiar à cultura. C) O título sempre é acompanhado de argumento escrito. D) Na elaboração do texto, consideram-se somente os elementos de estilo, entre eles o uso de frases curtas. E) Sobre os elementos argumentativos, evita-se utilizar exemplos para atestar a vantagem do produto e/ou serviço. GABARITO 1. Sobre as origens do texto publicitário, analise as afirmações a seguir: I. Sendo os jornais o veículo no qual se iniciou o texto publicitário, a principal estratégia era usar imagem associada a texto. II. Atualmente ainda se mantém a configuração de texto que agrupa informações sobre o produto e/ou serviço chamado de “classificados”. III. No desenvolvimento do texto, surgiram anúncios de formatos mais amplos e ocupando espaços em revistas, além de jornais. Está correto o que se afirma em: A alternativa "D " está correta. Apesar de, em seus primeiros anos, a publicidade ser produzida por artistas, esses eram artistas do texto, poetas em especial. Foi apenas com o surgimento de revistas, no século XIX, que a publicidade deu um passo na evolução gráfica. Os “classificados” já não eram mais o único formato de peça. Passaram a ser usadas ilustrações e gravuras, e mais adiante vieram as cores, mas isso tudo mais de um século depois das origens. 2. Sobre o texto publicitário apolíneo, é correto afirmar que: A alternativa "B " está correta. Apesar de o texto apolíneo ser dissertativo, a depender do produto, um anúncio pode conter apenas o título com um enunciado familiar à cultura. Assim, o público fará a associação descritiva necessária, sem que o argumento esteja escrito. MÓDULO 2 Reconhecer o texto publicitário dionisíaco ELEMENTOS DA PEÇA PUBLICITÁRIA DIONISÍACA Imagem: Caravaggio/Wikimedia Commons/ Domínio público. Baco, por Caravaggio, na Galleria degli Uffizi, Florença, 1598. A outra linha de força do texto publicitário de imprensa, a dionisíaca, também surgiu, como afirmamos, graças à atuação dos escritores nos princípios da publicidade. No entanto, seu objetivo, diferentemente do vetor apolíneo (dissertativo), é o de tocar, comover, indignar, enfim, sensibilizar os leitores por meio de narrativas que ilustram a qualidade das mercadorias. Os relatos desse tipo obedecem aos formatos comuns da escrita literária: cartas, diários, depoimentos, crônicas, contos, poesias. Exigem a construção de histórias verossímeis, em moldes realistas, cuja “moral” está, efetivamente, associada ao diferencial do produto ou serviço. Foto: Shutterstock.com O narrador conta a história em 1ª pessoa (testemunhal) ou em 3ª pessoa (como narrador observador). As personagens são planas, em geral tipos humanos ou estereótipos, de fácil reconhecimento. O enredo deve expor um conflito, uma disjunção, entre personagens, ou entre personagem e contexto, que move a narrativa e ilustra, implicitamente, a relevância do bem anunciado. O tempo é cronológico, para não dificultar a compreensão da trama (evita-se, assim, o flash back , o forward , o fluxo de consciência). O espaço pode ser real ou imaginário, em consonância com “a realidade” do produto ou serviço. O desfecho da história deve concretizar o diferencial do produto, seu posicionamento, conforme o objetivo publicitário. PERSONAGEM PLANA javascript:void(0) O termo “personagem plana” foi criado pelo escritor E. M. Forster, analisando uma espécie de personagem menos complexa, centrada em uma única ideia ou qualidade. Em diferentes tipos de narrativa, esse tipo funciona muito bem para a representação de um grupo ou de uma classe social. O anúncio do Masp, criado a partir de uma pintura de Renoir que integra a exposição permanente do museu, é um exemplo de texto dionisíaco na publicidade impressa atual: Imagem: Pierre-Auguste Renoir, Museu de Arte de São Paulo / Wikimedia Commons/ Domínio público Rosa e azul, Pierre-Auguste Renoir, Museu de Arte de São Paulo, 1881. Eu vi tinta sendo transformada em Impressionismo. Eu vi Renoir me pintando. Vi a decepção do banqueiro que me encomendou. Vi seu descaso me jogar num quarto empoeirado. Vi os anos se passando. Vi a Europa reconhecer meu valor. Vi o Brasil me recebendo. Vi um lar em crescimento. Vi esse mesmo lar se transformar no museu mais visitado do país. Mas, em meio a tudo isso, uma coisa eu não vi: você. Venha. Eu quero te ver! A seguir vamos observar algumas características desse texto. O texto se configura como um depoimento, em 1ª pessoa, da “personagem” feminina retratada no quadro do pintor francês, que narra a sua origem e o seu histórico de vida até entrar para o acervo do Masp, onde testemunhou o seu crescimento e aguarda a visita do público. O enredo é simples, apenas a enumeração de fatos que a “personagem” viu (reforçada pela imagem com o close em seus olhos). Desenvolve-se na linha do tempo, mencionando os seus embates (a disjunção necessária para o avanço da história), passando do espaço físico europeu, onde a pintura foi feita e transitou sem a devida valoração, para o seu novo lar, no Brasil, especificamente na cidade de São Paulo, onde o Masp se situa. O desfecho da história “Venha. Eu quero te ver!” materializa a razão da publicidade: o convite, a convocação, o chamado para que as pessoas “vejam” esta pintura e, por extensão, as demais obras do museu. O PROFESSOR JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA APROFUNDA A ANÁLISE DESSA PEÇA DA CAMPANHA PUBLICITÁRIA DO MASP, QUE AINDA CONTOU COM DUAS OUTRAS, A PARTIR DE PINTURAS DE VANG GOGH E REMBRANDT. Outro exemplo é a propaganda da Aspirina C, em que há interação do diálogo entre os personagens — vírus da gripe. – E o Gracie? – Já derrubei. – Mike Tyson? – Também. – Maguila? – Umas quatro vezes. O vírus da gripe não perdoa ninguém. Fique prevenido, tome Aspirina C. Imagem: Interin, Curitiba, v. 21, n.1, p. 129-144, jan./jun. 2016. ISSN: 1980-5276. Anúncio Aspirina C. Há também casos de micronarrativas sem o desenvolvimento integral do texto dionisíaco. Uma campanha do Boticário remete a contos de fadas usando esse recurso. Uma das peças traz a imagem de uma moça a quem são ofertados diversos sapatinhos de cristal. No diálogo com a tradicional história de Cinderela, o título concentra o enredo: “Gabriela vivia sonhando com seu príncipe encantado. Mas, depois que ela passou a usar O Boticário, foram os príncipes que perderam o sono.” Outros anúncios da mesma campanha nos mostram que as micronarrativas podem, inclusive, ser exploradas em uma série de peças de mídia imprensa, compondo um conjunto de soluções criativas intertextuais. Imagem: Shutterstock.com. EXEMPLO Um destes anúncios, em referência à Chapeuzinho Vermelho, enuncia, em seu breve enredo: “A história sempre se repete. Todo Chapeuzinho Vermelho que se preze, um belo dia, coloca o lobo mau na coleira”. Em outro anúncio, associado à história de Branca de Neve, o título diz:“Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja não por ter conhecido sete anões, mas vários morenos de 1,80m”. Na outra extremidade, em relação à sua dimensão, encontramos textos dionisíacos mais longos, com a estrutura narrativa completa, como é o caso deste anúncio de uma série de histórias narradas por objetos domésticos. Presentes na vida cotidiana de casais, eles testemunham a violência cometida contra as mulheres. Vejamos um destes relatos que fazem parte de uma campanha assinada pelo Instituto Avon: Imagem: Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Campanha da AVON "Você Não Está Sozinha", criada pelo Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. QUER LER O FORTE TEXTO DESTA PEÇA? LEIA AQUI Taça Éramos seis. Todas iguais, novas e empolgadas com essa nova etapa. Foi ela quem nos escolheu. Lembro que não foi uma decisão fácil. Ficou dividida entre algumas outras opções, mas nós é que acabamos voltando para casa com ela. O apartamento era lindo e enorme. Tudo milimetricamente decorado e pensado. Assim como nós, havia muitas outras por ali. De outras cores, tipos e tamanhos. Todas ficávamos sempre juntas. javascript:void(0) Uma funcionária passava o dia sozinha no apartamento. Lavava roupas, passava lençóis e edredons, limpava poeiras e cacos de vidro. Já ela e o marido trabalhavam muito. Chegavam sempre tarde, lá pelas 20h. Ela tomava banho, preparava o jantar e escolhia entre nós seis alguém para participar desse momento. Já ele ia direto para a mesa, em que tudo já estava organizado. Entre uma garfada e outra, goles grandes do vinho. Sempre francês. Um, dois, três, quatro, cinco... No começo, ela bebia também. Dizia que era para comemorar alguma coisa. Mas, com o tempo, trocou o vinho pela água. Estava sempre de dieta. Devo ter participado de uns oito jantares. Eu ficava sempre no fundo da prateleira, então dificilmente era a primeira a ser escolhida. Algumas das outras foram mais vezes. Mas nem todas voltaram para contar como tinha sido. Com o tempo, nos acostumamos com isso. Sabíamos que se o jantar demorasse muito, ou se o vinho fosse substituído pelo uísque, alguém não estaria de volta. Grito. Grito. Grito. Vidro. “Desculpa, eu te amo”. Em dois meses, viramos três. Os jantares dos quais participei costumaram se repetir da mesma maneira: um gole atrás do outro até que a garrafa francesa estivesse vazia. E à medida que a bebida entrava, as palavras saíam de forma diferente. Ele falava muito. Ela, um pouco menos. Ele falava alto. Ela se controlava para apenas concordar. Ele perguntava, questionava, queria sempre saber de todos os detalhes do dia. Ela contava, com calma e tranquilidade. Dava atenção, servia mais vinho e tirava os pratos da mesa. Ela fazia exatamente tudo do jeito que ele queria. Pelo menos até então. O meu nono jantar foi numa quinta-feira. Era uma daquelas noites geladas, em que nada é melhor que um bom vinho. Ela pensou em acompanhá-lo, mas foi rapidamente lembrada do regime. Acabou bebendo água. A noite continuou da mesma maneira de sempre: às vezes, com um tom de voz elevado, um ou outro xingamento e perguntas das quais ele não queria saber a resposta. Lá pela quinta ou sexta vez que ela me encheu, as coisas começaram a mudar. Ele, já exaltado, pediu para que ela trocasse a bebida. Nesse momento, ela congelou. Ergueu a postura e foi até a cozinha pegar a outra garrafa. Ela tremia, como se já soubesse o que ia acontecer ali. Serviu um copo e entregou para ele. Eu, já deixada de lado na mesa, olhei para ela e não reconheci sua expressão. A cada gole de uísque, o tom de voz dele aumentava. As provocações se tornavam mais intensas e ela ia ficando cada vez mais assustada. Não lembro exatamente o que ele dizia, mas daquela vez, ela não abaixou a cabeça. Retrucou. Respondeu. Pediu respeito. Pediu carinho. A cada palavra que saía da boca dela, ele gritava um pouco mais. Descontrolado. Chamava ela de louca, de nomes que não quero nem repetir. Levantou bruscamente, jogou a cadeira longe. Empurrou tudo no chão. Os pratos, o copo de uísque, a garrafa de vinho. Ela. Eu. Grito. Grito. Grito. Vidro. Fiquei ali. Quebrada, despedaçada. Do mesmo jeito que aquelas outras três. Aquelas outras três que não tiveram tempo de contar o que acontecia antes do pedido de desculpa. “Desculpa, eu te amo”. Ele a ajudou a levantar do chão e a levou para o quarto. Depois daquilo, nunca mais os vi. No dia seguinte, a funcionária juntou meus cacos e jogou fora. Em dois meses, viramos três. Em dois meses e meio, restaram apenas duas. Às vezes, a única testemunha não pode falar por você. Há outras peças desta campanha, como você pode ver abaixo: Imagem: Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Sobre violência patrimonial. Campanha da AVON "Você Não Está Sozinha", criada pelo Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Imagem: Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Sobre violência psicológica/infantil. Campanha da AVON "Você Não Está Sozinha", criada pelo Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Imagem: Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Sobre violência moral/patrimonial. Campanha da AVON "Você Não Está Sozinha", criada pelo Hub Avon, formado pelas agências J. Walter Thompson, Mutato e I-Cherry, para o Instituto Avon, 2019. Essencial frisarmos que há também uma vertente, muito explorada, de anúncios dionisíacos sem texto verbal. No entanto, a narratividade visual “conta” a história. Para materializar a história, o redator participa com sua habilidade de descrever cenas e detalhar situações fictícias verossímeis. Imagem: Russel Heubach, ADS of the World. Anúncio criado pela JWT, Emirados Árabes Unidos, para Band-Aid, dentro da categoria: Casa, Jardim, 2020. Representa essa categoria o anúncio de Band-Aid, cuja imagem nos faz compreender que, em algum combate, o Incrível Huck se feriu e fez uso desse pequeno curativo, indicado até mesmo para criaturas descomunais como ele. Outro exemplo nessa linha é o anúncio a seguir da CNN: pela foto, sabemos que o repórter dessa rede de televisão, por estar à frente na investigação das notícias, tornou-se fonte de informações para outros jornalistas. Foto: Diretor de criação: Karpat Polat, Diretor de arte: Koray Sahan e Fotógrafo: Bora Subakan, adsoftheworld. Anúncio impresso criado pela DDB, Turquia, para a CNN. DDB & Co., Istambul, Turquia, 2010. PRESENÇA DO SLOGAN Imagem: Shutterstock.com Ambos os modelos de texto, tanto o apolíneo quanto o dionisíaco, costumam ser acompanhados de um slogan — frase que resume o posicionamento publicitário do produto ou do anunciante —, inserido abaixo de seu logotipo ou de sua logomarca. A frase-conceito, diferentemente do título que é criado especificamente como abertura de texto de um anúncio, é inserida em todos os anúncios veiculados pela marca durante certo tempo. Também concebido nos primórdios da publicidade, graças à habilidade dos escritores, o slogan guarda semelhança com o verso poético: costuma trazer figuras de linguagem e outros recursos literários (como a rima, a musicalidade, a aliteração etc.) para que se fixe mais facilmente na memória do público. A seguir alguns exemplos de slogans consagrados pela publicidade. Foto: Shutterstock.com “Melhoral é melhor e não faz mal.” Foto: Shutterstock.com “Se a marca é Cica, bons produtos indica.” Foto: Shutterstock.com “Mate Leão, use e abuse.”Foto: Shutterstock.com “Nescau, energia que dá gosto.” Foto: Shutterstock.com “Danoninho, vale por um bifinho.” Foto: Shutterstock.com “Coca-Cola, emoção pra valer.” Foto: Shutterstock.com “Bombril tem 1001 utilidades.” Foto: Shutterstock.com “Brastemp, não tem comparação.” Foto: Shutterstock.com “Tomou Doril, a dor sumiu.” Foto: Shutterstock.com “Ortopé, tão bonitinho.” Veja, agora, alguns slogans contemporâneos de marcas comerciais de domínio popular: Foto: Shutterstock.com “Kibon, é gostoso e faz bem.” Foto: Shutterstock.com “Brahma, refresca até pensamento.” Foto: Shutterstock.com “Omo, porque se sujar faz bem.” Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock.com “Itaú, feito para você.” Foto: Windwalk/Shutterstock.com “Bradesco. Bra de Brasil.” Foto: Pixabay “O Boticário. A natureza em frascos.” Foto: Pixabay. “Folha de S. Paulo. Não dá para não ler.” Foto: Shutterstock.com “Sundown, o sol na medida certa.” Foto: Shutterstock.com “Sport TV, o canal campeão.” Foto: Shutterstock.com “Ninguém voltou pra reclamar.” (Funerária Nascimento) Para a criação de slogans, levamos em conta os seguintes pontos: Sua formulação deve ser simples e curta; As palavras devem ser relacionadas ao universo linguístico do produto, serviço ou da marca; Palavras-ferramentas (conjunções e preposições) devem ser evitadas; A frase precisa carregar a essência do produto, serviço ou da marca. ATENÇÃO Vale sublinhar que os slogans são reconfigurados, atualizados ou renovados, em virtude das mudanças pelas quais as empresas imprimem em sua comunicação, visando ao seu reposicionamento de marca. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. REFERENTE À LINHA DE FORÇA DIONISÍACA DO TEXTO PUBLICITÁRIO, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA FALSA. A) A narrativa visa ilustrar a qualidade dos produtos (ou serviços). B) A narrativa pode seguir o formato de carta, crônica ou depoimento. C) A narrativa se apresenta invariavelmente por longos textos. D) O espaço narrado pode ser real ou imaginário. E) O diferencial do produto é destacado ao final da história. 2. SOBRE O SLOGAN, IDENTIFIQUE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR COMO VERDADEIRAS (V) OU FALSAS (F): ( ) O SLOGAN DEVE SER INSERIDO EM TODOS OS ANÚNCIOS VEICULADOS PELA MARCA. ( ) O SLOGAN SUBSTITUI O TÍTULO. ( ) O SLOGAN PODE UTILIZAR FIGURA DE LINGUAGEM OU OUTROS RECURSOS LITERÁRIOS. ( ) O SLOGAN É UTILIZADO POR TEMPO INDETERMINADO E NÃO MUDA. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A SEQUÊNCIA CORRETA, DE CIMA PARA BAIXO: A) V, V, V, V B) F, V, V, F C) V, F, V, F D) F, F, V, V E) V, F, F, V GABARITO 1. Referente à linha de força dionisíaca do texto publicitário, assinale a única alternativa falsa. A alternativa "C " está correta. O essencial do texto dionisíaco é sensibilizar o público, seja pela indignação, comoção ou por outros caminhos emocionais. Esse vetor pode usar narrativas longas ou curtas e mesmo narrativas visuais, sem texto. 2. Sobre o slogan, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O slogan deve ser inserido em todos os anúncios veiculados pela marca. ( ) O slogan substitui o título. ( ) O slogan pode utilizar figura de linguagem ou outros recursos literários. ( ) O slogan é utilizado por tempo indeterminado e não muda. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo: A alternativa "C " está correta. O slogan é um frase-conceito e deve representar, em uma frase rápida, a essência da marca, sendo veiculado em todos os anúncios de determinado período. Ele é geral e não substitui os títulos de peças específicas e que mudam de anúncio a anúncio. O slogan pode mudar de tempos em tempos para acompanhar um reposicionamento da marca. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Abordamos a origem e evolução do texto publicitário, destacando as linhas de força apolínea e dionisíaca. Como vimos, na primeira predomina uma ênfase e uma leitura por vias da razão e da lógica. No texto dionisíaco, ao contrário, a sensibilidade busca comover e despertar a emoção no leitor. A partir de campanhas publicitárias apresentadas e analisadas, foi possível conhecer melhor essas linhas de força, assim como alguns elementos dos textos curtos da publicidade, em especial o slogan e os títulos. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário. São Paulo: Futura, 1999. CARRASCOZA, J. A. Do caos à criação publicitária. São Paulo: Saraiva, 2008. CARRASCOZA, J. A. Estratégias criativas da publicidade. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2015. CARRASCOZA, J. A. Razão e sensibilidade no texto publicitário. São Paulo: Futura, 2004. CARRASCOZA, J. A.; HOFF, T. Narrativa publicitária – Modernização e consumo no Brasil dos anos 1950: primeiro movimento. São Paulo: Schoba, 2011. EXPLORE+ Conheça o site Ads of the world , que, como o nome indica, traz amostras de material publicitário de todo o mundo. Porém, é possível filtrar por país, mídia ou ainda por segmento da marca. Formar uma bagagem cultural é essencial ao publicitário. Portanto, leia muita literatura, assista a filmes, peças teatrais, show e concertos, visite museus e esteja sempre atento às manifestações culturais de todos os tipos. CONTEUDISTA João Anzanello Carrascoza CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
Compartilhar