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Historia do Radio

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1.O Profissional de Rádio
.
11 Quem é o profissional de Rádio
Sua principal atribuição é o desenvolvimento das peças eletrônicas, os chamados spots, jingles. O profissional de rádio trabalha em total sintonia com o departamento de Criação e fornecedores, como as produtoras de áudio e as finalizadoras. Na verdade, o radialista também trabalha em conjunto com o Atendimento, que solicita as peças, e com a Mídia, que vai colocar as peças no ar. Fica fácil entender que trabalhar sob pressão é a sua maior virtude. Mas calma quem gosta de viver aventuras diferentes todos os dias, se diverte atuando como Redator em uma agência.
Principais características:
 
Muita pró-atividade e um apurado feeling para intervir diante de alguma “viagem” do diretor são importantes características de um bom profissional.
Principais atividades
Elaborar projetos para mídias eletrônicas
Editar peças de rádio .
Criar vinhetas, chamadas e programas de rádio .
Escrever roteiros para programas 
Supervisionar a produção ou trabalhar junto à produção
Coordenar projetos de mídia
Dirigir programas de rádio .
Supervisionar a produção da estrutura necessária ao projeto
Trabalhar na edição sonora dos projetos
Decidir o conteúdo, os dias e horários de programas de rádio .V
Trabalhar junto à técnica de equipamentos
Operar equipamentos
Escolher o elenco do programa
Supervisionar e auxiliar o apresentador
Escolher o conteúdo a ser exibido em mídias alternativas.
Áreas de atuação e especialidades
O profissional da área de rádio tem um campo de atuação muito amplo, ele pode trabalhar em estações de rádio , produtoras de rádio , produtoras independentes, estações de rádio comunitárias, entre outras empresas, atuando nas áreas de:
Criação: criação e elaboração de programas de rádio.
Direção: trabalha junto à direção de um programa, supervisionando os demais setores da produção
Coordenação: coordena o conteúdo, o horário e o dia que será exibido o programa, assim como escolhe o elenco.
Produção: viabiliza a estrutura necessária ao programa
Edição: seleciona os sons e efeitos sonoros
Técnica: opera os aparelhos ou supervisiona o funcionamento
Roteiro: escreve o roteiro a ser seguido no programa
Mercado de Trabalho
 Radialista é o profissional que atua em empresa de radiodifusão e que exerce uma das seguintes funções: autoria, produção e direção de programas e documentários para o rádio montagem e transmissão de sons .
 O profissional de Rádio vive um momento de crescimento da área, pois, além das emissoras tradicionais de rádio , surgem novas oportunidades de trabalho como as rádios em sistema digital, incluindo internet, produtoras independentes, assessorias de comunicação, além da maior demanda por radialistas com formação superior em função das responsabilidades sociais que a profissão demanda. 
Conceitos sobre Rádio
RÁDIO
A palavra rádio vem do latim radius, o que significa “raio” e difusão vem do latim “difuso”, o que tem ação de espalhar. Rádio+difusão = radiodifusão transmissão dos sons por meio de ondas eletromagnéticas. É um aparelho emissor ou receptor de telegrafia e de telefonia sem fio. É um veículo de comunicação baseado na difusão de informações sonoras por meio de ondas eletromagnéticas, em diversas freqüências. É um veículo auditivo, cuja combinação é formada pela voz (locução) e música (sonoplastia).
É um meio de comunicação de massa onde as mensagens são rápidas, para que possam atingir grandes audiências em tempo relativamente curto, ou mesmo simultaneamente, transitórias, pois a intenção é de que seja consumida imediatamente.
Sabemos que não tem imagem, mas o rádio proporciona que a nossa imaginaçãocrie imagens do tamanho que quisermos, pois nos oferece estímulos sonoros que, quando bem feitos, fazem com que o ouvinte visualize qualquer situação. Age diretamente sobre a imaginação, vencendo as distâncias existentes.
Podemos dizer que é o jornal dos que não sabem ler, de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito das classes mais baixas.
Podemos dizer que é o jornal dos que não sabem ler, de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito das classes mais baixas.
Tem o objetivo de informar, educar e entreter, tornado-se assim um forte meio formador de opiniões.
 (
.
Rádio 
– é uma fonte de diversão e entretenimento e, em grau menor, de
 
informação e cultura. 
É
 um veículo de apelo popular, com o qual se pode atingir
 
rapidamente grandes massas.
)
Vantagens:
• Entretenimento
• Impacto
• Não absorve a atenção total
• Maleabilidade
Limitações:
• Veículo auditivo – age exclusivamente através do som.
• Inadequado para temas complexos e técnicos em que se precisa de tempo para explicações
• É um veículo local
Formas de se apresentar as mensagens publicitárias:
· Textos comerciais
· Jingles e Spots
· Patrocínio de programas
· Chamadas ao vivo
· Blitz
· Poadcast
COMO TUDO COMEÇOU.
Introdução
Em uma sociedade que não possuía o alfabeto, o ouvido era o órgão que orientava socialmente as pessoas e lhes devolvia a cidadania, através da informação.
Marshall McLuhan sacudiu os meios de comunicação com suas idéias revolucionárias sobre o meio é a mensagem, ou seja, em que a forma de veiculação condiciona o conteúdo da mensagem. Todo desenvolvimento tecnológico é o prolongamento das pernas; a escrita é
das mãos e o microfone da voz. Cada meio de comunicação age sobre determinado sentido que modela o cérebro de uma forma diferente. A escrita impera a visão e com ela toda uma estrutura mental lógica. Com o rádio impera a audição e assim sucessivamente.
O som é cara-metade da imagem, ou seja, tão importante quanto, pois não se pode imaginar uma TV sem som.
	
O início.
Começou em 1863, em Cambridge, na Inglaterra, quando James Clerck Maxwell demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas. James era professor de física experimental e depois dessa revelação, outros pesquisadores se interessaram pelo assunto. O alemão Henrich Rudolph Hertz foi um deles e em 1887 começou o princípio da propagação radiofônica. Ele fez saltar faíscas através do ar que separavam duas bolas de cobre.
A industrialização de equipamentos se deu com a criação da primeira companhia de rádio, fundada em Londres, Inglaterra, pelo cientista italiano Guglielmo Marconi. Em 1896, Marconi já havia demonstrado o funcionamento de seus aparelhos de emissão e recepção de sinais na Inglaterra, percebendo a importância comercial da telegrafia, que até então era a função exclusiva do rádio “telegrafia sem fio”, algo útil e inovador para a época.
Outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar seu funcionamento como Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França), que inventaram o “coesor”, um dispositivo que melhorava a detecção. Ainda não se imaginava a possibilidade de o rádio transmitir mensagens faladas, através do espaço.
Mas as inovações continuavam a surgir e o rádio evoluía rapidamente.
Em 1897 Oliver Lodge inventou o circuito elétrico sintonizado, que possibilitava a mudança de sintonia selecionando a freqüência desejada. Lee Forest desenvolveu a válvula triodo. Von Lieben, da Alemanha e o americano Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas eletromagnéticas de forma contínua.
O rádio também crescia no Brasil. Um Padre-cientista gaúcho, chamado Roberto Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861, construiu diversos aparelhos importantes que foram expostos ao público de São Paulo em 1893. Em 1890, previu em suas teses a “telegrafia sem fio”, a “radiotelefonia”, a “radiodifusão”, os “satélites de comunicações” e os “raios laser”. E em 1900, obteve do governo brasileiro a carta-patente nº 3279, que lhe reconhece os méritos de pioneirismo científico, universal, na área das telecomunicações. No ano seguinte ele embarcou para os Estados Unidos onde lhe foram concedidas mais três cartas-patentes: para o telégrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras. Ele foi precursor nas transmissões de vozes e ruídos.Nos Estados Unidos foram anos de pesquisas, tentativas e aprimoramentos até Lee Forest instalar a primeira “estação-estúdio” de radiodifusão, em Nova Iorque, no ano
de 1916. Aconteceu, então, o primeiro programa de rádio de que se tem notícia. Ele tinha conferências, música de câmara e gravações. Surgiu também o primeiro registro de rádio jornalismo, com a transmissão das apurações eleitorais para a presidência dos Estados Unidos.
Primeiras emissoras
 	As emissoras de rádio desenvolvem-se de fato após a I Guerra Mundial. Durante o conflito, a transmissão das ondas eletromagnéticas fica sob o controle do governo dos países em guerra. Esse atraso na implantação da radiodifusão para o grande público, no entanto, é compensado pelos avanços feitos no período, que facilitam o crescimento das estações de rádio no pós-guerra. Em apenas uma década, a radiodifusão espalha-se por todo o mundo. Em 1919 é criada a primeira grande empresa norte-americana de telecomunicações, a Radio Corporation of América (RCA), seguida da National Broadcasting Company (NBC), em 1926, e da Columbia Broadcasting System (CBS), em 1927.
Na Europa são implantadas várias empresas de grande porte, entre as quais a italiana Radiotelevisione Italia- na (RAI), em 1924; a inglesa British Broadcasting Corporation (BBC), em 1927; e a francesa Radio France Internationale (RFI), em 1931.
O número de receptores também aumenta drasticamente: nos EUA, por exemplo, os aparelhos de rádio sobem de 50 mil, em 1922, para mais de 4 milhões, em 1925 .
AM e FM – Entre os anos 30 e 60, o rádio alcança enorme popularidade. As emissoras profissionalizam-se e os transmissores e aparelhos receptores tornam-se cada vez mais potentes. Os progressos na amplificação permitem modular as correntes das emissoras (separar as ondas) e melhorar o som, evitando problemas de interferência. Com esses aprimoramentos, o rádio passa a difundir mais música.
Os avanços técnicos continuam na II Guerra Mundial, quando são utilizadas novas freqüências de onda. Os primeiros emissores em freqüência modulada (FM) são produzidos nos EUA, pela General Electric, em 1942. A FM permite uma recepção em alta-fidelidade (qualidade técnica), mas seu alcance é pequeno. Já a difusão em amplitude modulada (AM) tem longo alcance, mas algumas limitações de qualidade. Na AM, a freqüência (ritmo) dos sinais não se altera, apenas a amplitude (alcance).
Assim, os canais de AM, por exemplo, não permite a transmissão dos tons mais altos de uma música, o que é possível pela FM, que utiliza altas freqüências, menos concorridas no espaço. Entretanto, somente com o uso de satélite é que as emissoras de FM ganham meios de melhorar seu alcance.
A transmissão via satélite é inaugurada em dezembro de 1958, com o Score I, o primeiro satélite artificial de telecomunicações. Sua utilização representa o maior salto tecnológico da história da radiodifusão. Com ele, as emissoras podem irradiar seus programas com menos interferências e para qualquer parte do mundo.
As transmissões comerciais iniciam-se sete anos depois com o lançamento do Intelsat 1, da International Telecommunications Satellite Organization.
Rádio no Brasil
O Brasil possui 2.826 emissoras comerciais de rádio licenciadas, segundo dados de 1997 do Ministério das Comunicações . A Região Sudeste tem o maior número de emissoras (1.051) - 526 só no estado de São Paulo -, seguida das regiões Sul (760), Nordeste (611), Centro-Oeste (245) e Norte (159).
A primeira emissão radiofônica brasileira acontece em 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da independência. A Westinghouse Electric International Co. instala no alto do Corcovado , no Rio de Janeiro, uma estação de 500 watts, inaugurada com discurso do presidente Epitácio Pessoa. Seguem-se emissões de música lírica e conferências, captadas nos 80 aparelhos de rádio dispersos pela cidade.
No fim das festividades, a rádio sai do ar, e outra transmissão só acontece no ano seguinte com a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada pelo antropólogo Roquette Pinto e por Henry Morize, diretor do Observatório Nacional. A emissora, com programas educativos e culturais, influencia várias rádios amadoras que aparecem no país na década de 20, como a Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Todas nascem como clubes ou sociedades e, como a legislação proibia a publicidade, são sustentadas pelos associados.
O rádio comercial desponta a partir da legalização da publicidade, no início da década de 30. Com o crescimento da indústria e do comércio, o número de propagandas aumenta e o rádio transforma-se em um negócio lucrativo. Surgem os anúncios cantados, os jingles, que revolucionam a propaganda radiofônica. Na década de 30 são criadas várias rádios, entre elas a Rádio Record, de São Paulo (1931), a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro (1936) - a primeira grande emissora do país -, e a Rádio Tupi (1937), de São Paulo.
Nessa época, o rádio vai abandonando seu perfil educativo e elitista para firmar-se como um meio popular de comunicação. A linguagem torna-se mais direta e de fácil entendimento. A programação diversifica e é mais bem organizada, atraindo o grande público. Nos anos 30 e 40 aparecem os programas de música popular, que lançam ídolos como Carmen Miranda e Orlando Silva. Surgem também os programas de humor, de auditório - que contam com a participação do público -, e as novelas. A primeira delas é Em Busca da Felicidade (1941), da Rádio Nacional.
A mesma rádio lança o Repórter Esso (1941), que inaugura o radiojornalismo brasileiro. As técnicas introduzidas por ele - frases curtas e objetivas, agilidade, instantaneidade e seleção cuidadosa das notícias - são usadas até hoje na maioria dos jornais falados.
Ouça a vinheta de abertura um trecho do Repórter Esso.
http://www.youtube.com/watch?v=O51qmZeJh4g
Com a popularização da televisão, no final da década de 50, o apogeu do rádio chega ao fim e as emissoras são obrigadas a redefinir seus objetivos.
Desta forma ocorre o aumento o espaço do radio jornalismo e aos serviços à comunidade. A primeira rádio a divulgar notícias durante toda a programação é a Bandeirantes, de São Paulo, inaugurada em 1954. 
Nos anos 70 a rádio FM ganha força comr o perfil "rádio rock", de caráter experimental, feito pelas rádios Eldorado FM ,Excelsior FM (SP), e o perfil "pop eclético", predominantemente festivo, lançado pela Rádio Cidade (RJ), em 1977. No período que compreende os anos 60 e 70, uma emissora AM já abraçava o perfil rock, a Federal AM, do grupo de Adolpho Bloch (Manchete) o que causou um novo posicionamento e uma mudança no estilo das rádio FMs que passaram a priorizar o entretenimento à informação.
“ As primeiras emissoras em freqüência modulada (FM), com qualidade de som melhor que as AM, no início operavam com músicas instrumentais, ideais para salas de espera e ambientes internos. Não tinham muita audiência do público jovem. Isso só seria alcançado a partir de 1976, quando algumas emissoras começaram a dirigir sua programação para este segmento. Para quem dispunha de um gravador, era uma boa chance de estar atualizado com os lançamentos musicais. Hoje a segmentação da audiência direciona, via de regra, as emissoras de AM à informação e as de FM ao entretenimento. Atualmente o sinal FM é o mais ouvido no Brasil. Diversas rádios AM retransmitem seu sinal em FM (caso da Rádio Gaúcha, da Rádio Globo da Rádio Bandeirantes). Outras rádios resolveram transferir seu sinal de AM para FM (caso da CBN Curitiba). As mais comuns rádios FM no Brasil são aquelas que transmitem música, especialmente de público jovem, adulto, sertanejo e religioso. Os celulares no Brasil captam apenas rádios FM, cerca de 37% destes aparelhos deixam as linhas de montagem com receptores de rádio. Muitas rádios FM se conectam em Redes (caso da Rede Transamérica).” http://www.abert.org.br/site/images/stories/pdf/AHistoriadoR%C3%A1dionoBrasiVERSaO%2020112.pdf
A Era de Ouro do Rádio.
Em 1919, surge o microfone através da ampliação dos recursos do bocal do
telefone, conseguidoem 1920, nos Estados Unidos, por engenheiros da Westinghouse, que fez nascer, meio por acaso, a radiofusão. Ela fabricava aparelhos de rádio para as tropas da Primeira Guerra Mundial e com o término do conflito ficou com um grande estoque de aparelhos encalhados. A solução para evitar o prejuízo foi instalar uma grande antena no pátio da fábrica e transmitir música para os habitantes do bairro. Os aparelhos encalhados foram então comercializados
Nascia o rádio e letrônico, mas suas perspectivas eram avaliadas por uma cultura letrada. Para dominar o veículo, essa cultura precisou retalhar o seu fluxo eletrônico sem começo nem fim, e que só pôde ser compreendido como possibilidade nos últimos vinte anos.
A lógica do compromisso com hora marcada tanto para começar quanto para terminar, importada do mundo dos espetáculos, inventou os programas, organizou os conteúdos e acabou por se impor, disciplinando o público.
De todos esses veículos, aquele que mais chamou a atenção do governo federal foi o rádio. Considerada a mídia com maior alcance dentro daquele Brasil das décadas de 30 e 40, o rádio precisava ser controlado de perto.
Mas só isso não bastava. Foram criadas algumas ferramentas para gerar um núcleo de produção de notícias sempre positivas em relação ao governo federal. Esse mecanismo foi o programa “A Hora do Brasil” e a aquisição da “Rádio Nacional”, principal rádio das décadas de 30 e 40. Dessa maneira, o governo federal podia plantar todas as notícias que lhe eram favoráveis.
Era o meio de Getúlio Vargas, com o controle do veículo de comunicação do Brasil, doutrinar este povo, sem este saber, com as idéias do populismo.
O rádio foi um dos mecanismos encontrados por Getúlio Vargas para tentar se perpetuar no poder. Foi a melhor arma, durante o período de 1937-45, para manter o presidente-ditador à frente da nação. Mas, quando os regimes totalitaristas europeus começaram a ruir, nem mesmo todo poder da “Rádio Nacional” e da “A Hora do Brasil” foram suficientes para manter Getulio Vargas no poder. Aliás, foi com a ajuda de vários donos de jornais que Getúlio Vargas perdeu o governo.
A força de manipular a imprensa, que tanto foi utilizada por Getulio Vargas, foi a maior causadora de sua queda. O ditador tinha razão em querer controlar de todas as maneiras os veículos de comunicação da época, principalmente, o rádio.
Abelardo Barbosa, o Chacrinha, aparece no final dos anos 1930, na PRA-8 Rádio Clube de Pernambuco. Afinal, “quem não se comunica se trumbica”. Em 1942 ele está na Rádio Difusora Fluminense, onde surge a figura do “Chacrinha”. Seu apelido é esse, pois a emissora se localizava numa chácara que ficava afastada do centro de Niterói, onde nos fundos havia plantação de frutas, verduras e legumes. É criado o “Cassino do Chacrinha”... Cassino foi provavelmente inspirado nas casas de jogos existentes no País, que foram proibidasem 1946, por Gaspar Dutra. Em 1959, o Velho Guerreiro estréia na TV. “TERESINHA UH! UH!”
Almirante Henrique Foréis Domingues, cantor, compositor, ator, produtor, fez sucesso nas décadas de 1930 e 1940. Em 1934, estréia no programa de Ademar Casé. Em 1939, na Rádio Nacional, cria o 1º programa de auditório do rádio brasileiro, “Caixa de Perguntas”.
César Ladeira, locutor imortalizado por suas memoráveis irradiações de tom político nos anos Revolucionários da década de 1930. Foi um inovador no rádio, definindo vários padrões de linguagem e regime trabalhista.
Um gongo tocou três vezes e ao som de “Luar do Sertão”, às 21 horas do sábado, 12 de setembro, o microfone anunciaria: “Alô, alô Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro!” Assim entrou no ar o grande marco do desenvolvimento do rádio no Brasil, a PRE-8. Após essa fala de Celso Guimarães, foi executado o Hino Nacional e estava inaugurada a mais completa emissora da América do Sul.
A rádio era adquirida, por apenas 50 contos de réis, da antiga Rádio Philips.
Inaugurada pela empresa jornalística editora de “A Noite”, a Nacional era intimista, falava como que ao ouvido dos ouvintes. A vinheta inaugural era uma bela melodia, tocada por vibrafone, seguida por uma voz tranqüila de um locutor, que anunciava o prefixo e o nome da emissora. A Nacional se tornaria, durante muito tempo, um marco na história do rádio, com seus programas de auditório, suas comédias, seus musicais e suas radionovelas. Entre o final dos anos 1930 e a primeira metade dos anos 1950 a Nacional foi uma das líderes de audiência do rádio brasileiro, em todo o país, tendo um desempenho até hoje insuperável por qualquer emissora de rádio, mesmo operando em rede. A Rádio Nacional exportava sua programação do então Distrito Federal (Rio de Janeiro), que era gravada e dias depois transmitidos em outras cidades brasileiras. Havia também programas regionais nas emissoras que recebiam programas da Nacional, e a emissora carioca acabava se tornando escola para muitas rádios brasileiras. Naquele tempo, as pessoas podiam ir para os estúdios das rádios, verdadeiros teatros, para assistir ao vivo à programação realizada. Era época de grandes emoções, em que as pessoas podiam ver pessoalmente os comunicadores em ação. A Nacional funcionou
também como uma mídia criadora de grandes ídolos, estabelecendo correspondência entre eles e os fãs e promovendo concursos. Programas de auditório lotavam os estúdios da emissora e lançaram a figura das “macacas de auditório”, que faziam parte da platéia da Rádio Nacional.
No seu auge, nos anos 1950, a Nacional chegou a ter mais de 50% da preferência do público, que formava filas de madrugada para assistir aos programas. Com o sucesso, a entrada deixou de ser grátis.
Marcaram época os seus programas humorísticos, cuja fórmula só começou a ser superada na década de 1980, com o surgimento da geração do Casseta & Planeta. O programa PRK-30 é um clássico do humor radiofônico, que atingiu sua fase de maior popularidade na Nacional do Rio de Janeiro no período de 1947 a 1950.
O PRK-30 tinha uma programação padrão: programa de auditório, show de calouros, noticiário, radionovela, texto de boa-noite etc. Os dois locutores do programa parodiavam figuras comuns no rádio da época: Megatério Nababo, o apresentador desinformado, com seu forte sotaque português, emitindo opiniões equivocadas sobre todos os assuntos, e Otelo Trigueiro, o locutor sedutor, com voz extremamente sensual e com o vasto repertório de clichês românticos da ‘espécie’.
Deve-se ainda à Rádio Nacional a definição do padrão de um dos mais característicos produtos brasileiros, a novela. O dia 5 de junho de 1941 ficou na história do rádio brasileiro como a data mais importante do rádio-teatro. Exatamente às dez e meia da manhã, Aurélio Andrade anunciou ao microfone da Rádio Nacional do Rio de Janeiro: “Senhoras e Senhores, o famoso Creme Dental Colgate apresenta... o primeiro capítulo da empolgante novela de Leandro Blanco, em adaptação de Gilberto Martins... Em Busca da Felicidade”.
Era a primeira autêntica história seriada radiofônica, que haveria de durar 2 anos e que marcaria uma época, abrindo novos horizontes. O maior sucesso das radionovelas foi o dramalhão cubano Direito de nascer, um fenômeno de massas que na década de 1950 esvaziou as ruas das principais cidades do país no horário das oito da noite, e que depois foi adaptado para a televisão. A emissora foi a pioneira das radionovelas, que foram responsáveis pelo surgimento de um tipo de profissional interessante, o sonoplasta.
Em 28 de agosto de 1941 foi lançado outro produto típico da Rádio Nacional: o Repórter Esso, primeiro radiojornal brasileiro, que a partir de 1944 ia ao ar na voz de Heron Domingues, acompanhando em detalhes os episódios da Segunda Guerra Mundial, e teve fim em 1968. Foi o informativo que marcou época no rádio brasileiro, transmitido também em outras capitais. As técnicas introduzidas por esse programa - frases curtas e objetivas, agilidade, instantaneidade e seleção cuidadosa de notícias são até hoje usadas na maioria dos jornais falados.
Em março de 1949, o governo de GetúlioVargas assumiu o controle da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A partir de então, a programação radiofônica passou por profundas transformações. Um exemplo: os artistas da Nacional, ao invés de receberem apenas por
apresentação, ganharam o direito de ter contrato assinado, com salário fixo. Alguns eram exclusivos da Rádio, e só podiam se apresentar em outros lugares com autorização da emissora.
Com a ajuda do governo federal e da verba que recebia pelos anúncios, a Nacional chegou ao posto de maior emissora do país. Programas musicais, de auditório, humorísticos, radionovelas e jornalísticos invadiram os lares de milhares de brasileiros definitivamente conquistados pela magia sonora do rádio. Em setembro de 1956, a Nacional tinha no ar: 16 novelas, 10 programas de radioteatro; 15 programas mistos; 22 programas de auditório e 6 programas especializados.
A Rádio Nacional de hoje tem um quadro dramático, que reflete o total descaso para com a memória artística e cultural brasileira: o transmissor opera com a terça parte da
sua potência e está afundando no terreno em Itaoca, subúrbio do Rio de Janeiro; o gerador continua quebrado, ocasionando interrupção nas transmissões. No dia 20 de janeiro de 2003, a Rádio Nacional ficou fora do ar das 9h às 15h; fitas de áudio e vinil ainda são utilizadas como única forma de reprodução técnica; banheiros e poltronas estão quebrados; 118 funcionários resistem.
A Rádio Nacional do Rio de Janeiro chegou a um plano inatingido por qualquer outra emissora em toda a América Latina. Mais do que reveladora de talentos, a Nacional foi, muito antes da televisão, o primeiro fenômeno de comunicação de massa a atingir boa parte de um país de dimensões continentais. Para isso contribuía o fato de o Rio de Janeiro, ainda capital federal, exercer sobre as mais remotas regiões um grande fascínio. “O povo brasileiro falava a língua da Nacional”, dizia o cronista Rubem Braga.

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