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Profa. Mirna Rossi Barbosa Medeiros FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE INTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS DISCIPLINA: TÉCNICA DE REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM LINGUAGEM ORAL Montes Claros - 2017 Afasias Neuroanatomia - Revisão Neuroanatomia - Revisão LOBO FRONTAL Iniciação dos movimentos voluntários; Concepção ou planejamento de sequências complexas de movimentos; Planejamento, emoção, julgamento Área de Broca: planejamento linguístico. Córtex motor primário Córtex pré-motor Área de Broca Neuroanatomia - Revisão LOBO FRONTAL: Doenças cerebrais e sintomas Disfunção Executiva; Inflexibilidade do pensamento; Persistência de um único pensamento; Incapacidade de se concentrar na tarefa; Labilidade emocionalmente; Alterações de personalidade; Inabilidade para expressar a linguagem (Afasia de Broca) Afasia Progressiva Primária / Demência Fronto- temporal Neuroanatomia - Revisão LOBO PARIETAL Córtex sensitivo primário; Áreas associativas envolvidas na capacidade de coordenação, entender os números, a manipulação de diferentes objetos, nomeação, gnosias e tarefas de leitura e escrita; Processamento semântico que nos permite identificar e categorizar objetos; Córtex sensitivo primário Giro Supramarginal Giro Angular Neuroanatomia - Revisão LOBO PARIETAL: Doenças cerebrais e sintomas Anomia (Afasia Anômica); Agrafia / Disgrafia; Dislexia / Alexia; Dificuldade com lateralidade ; Apraxia ideomotora; Falta de consciência de certas partes do corpo (negligência) Neuroanatomia - Revisão LOBO TEMPORAL Córtex auditivo primário; Área de Wernicke; Área associativa que atua na percepção e localização dos sons; Percepção de formas visuais e da cor; Área de Wernicke Córtex auditivo primário Neuroanatomia - Revisão LOBO TEMPORAL: Doenças cerebrais e sintomas Prosopagnosia; Alteração de compreensão oral (Afasia de Wernicke); Dificuldade com a identificação e nomeação de objetos; Perda da memória de curto prazo (Hipocampo); Dificuldade com recuperação da memória de longo prazo; Demência Semântica /Demência Fronto-temporal. Neuroanatomia - Revisão LOBO OCCIPITAL Córtex visual primário; Processamento da cor, do movimento, de profundidade, da distância etc. A área visual primária funciona como receptor de imagens, em seguida, na área visual secundária, os objetos são “compreendidos”. Córtex visual primário Neuroanatomia - Revisão LOBO OCCIPITAL: Doenças cerebrais e sintomas Defeito de visão (campo visual); Dificuldade com localização de objetos no ambiente; Produção de alucinações / ilusões visuais; Cegueira cortical para a palavra – incapacidade de reconhecer palavras; Incapacidade de reconhecer o movimento de um objeto (Agnosia); Dislexias. Neuroanatomia - Revisão LOBO DA ÍNSULA Parte do sistema límbico; Coordenação das emoções; Paladar; Controle motor e autonômico da linguagem e comportamento; Tem papel especializado na programação motora da fala. Neuroanatomia - Revisão TÁLAMO Transmissão de impulsos sensitivos origniários da medula, cerebelo, tronco e de outras regiões do cérebro até o córtex cerebral; Papel importante na cognição e consciência; Ajuda na regulação das atividades autônomas. Neuroanatomia - Revisão OUTRAS ESTRUTURAS IMPORTANTES • Hipocampo • Núcleos da base • Tronco Encefálico • Cerebelo Organização do Sistema Linguístico Fonética (estudo dos sons da fala a partir de suas características fisiológicas e articulatórias) Fonologia (estuda a maneira como os sons se organizam dentro de uma língua) Morfologia (estudo da estrutura, formação e classificação das palavras, ou seja a classe gramatical de cada uma das palavras de uma frase) Organização do Sistema Linguístico Sintaxe (sistema de regras que governa a combinação das palavras em unidades de significado mais complexas) Semântica (aspecto que relaciona a palavra ao seu significado; é responsável pelo valor simbólico da linguagem) Pragmática (estudo da linguagem em contexto, função de comunicação, examinando as intenções dos usuários) Organização do Sistema Linguístico Léxico É o nosso dicionário interno ou vocabulário, onde são arquivados os vários elementos da linguagem; Seu conteúdo é sempre atualizado, pois o aprendizado é constante, especialmente por meio da leitura; Organizado por redes semânticas. Organização do Sistema Linguístico Léxico – modelo de características semânticas (Smith et al., 1974) Organização do Sistema Linguístico Léxico – modelo hierárquico Organização do Sistema Linguístico DOENÇA ALTERAÇÃO NÍVEIS DE PROCESSAMENTO ALTERADOS Fonético Fonológico Morfossintático Semântico Pragmático Doenças vasculares Doenças motoras Disartria x x Doenças vasculares TCEs Apraxia de fala x x Doenças vasculares Neoplasias Doenças infecciosas Afasia x x x x Demências Alterações linguístico- cognitivas x x x x Processamento da Linguagem Oral ONDA SONORA IDENTIFICAÇÃO DOS SONS DA FALA LÉXICO: IDENTIFICAÇÃO DE PALAVRAS FAMILIARES SEMÂNTICO: SIGNIFICADO DAS PALAVRAS Giro temporal superior esquerdo Giro temporal superior anterior Giro temporal superior posterior Área de Wernicke Processamento da Linguagem Oral Mansur e Radanovic (2003) apud Belan (2016) Processamento da Linguagem Oral Belan (2016) Classificação das afasias Classificação das Afasias MANIFESTAÇÕES TIPO DE AFASIA Lesões Anteriores BROCA TRANSCORTICAL MOTORA Fluência Não fluente Não fluente Caract. Principal Estereotipia, parafasias fonêmicas, redução e agramatismo Redução da fala, simplificação gramatical, ecolalia Compreensão Levemente comprometida Preservada Repetição Ruim Boa Nomeação Ruim (erros semânticos, fonológicos, estereotipias) Prejudicada (parafasias e perseverações) Escrita Proporcional à fala ou pior Proporcional à fala Classificação das Afasias MANIFESTAÇÕES TIPO DE AFASIA Lesões Posteriores WERNICKE TRANSCORTICAL SENSORIAL CONDUÇÃO Fluência Fluente, jargonofásica Fluente Fluente Caract. Principal Jargonofasia, com neologismos Parafasias semânticas, anomias e circunlóquios Parafasias fonêmicas e formais, anomias Compreensão Ruim Ruim Preservada Repetição Ruim Boa Ruim Nomeação Ruim Prejudicada Variável Escrita Proporcional à fala Proporcional à fala Paragrafias literais e grafêmicas Classificação das Afasias MANIFESTAÇÕES TIPO DE AFASIA Lesões Mistas ANÔMICA TRANSCORTICAL MISTA GLOBAL Fluência Fluente Não Fluente Não Fluente Caract. Principal Anomias, parafasias semânticas Ecolalias e estereotipias Estereotipias Compreensão Boa Ruim Ruim Repetição Boa Boa Ausente Nomeação Ruim Prejudicada Ausente Escrita Variável Leitura e escrita reduzidos Ausente Afasias - Manifestações Parafasia fonética: distorção na produção dos fonemas; Parafasia fonêmica: Trocas, omissões, acréscimos. Ex: sapato = passato ou sacato Parafasia morfêmica: substituição dos morfemas gramaticais das palavras Ex: menino = menina; ferramenta = ferradura; falei = falar Afasias - Manifestações Parafasia formal: troca de fonema que gera outra palavra, pertencente à língua, semelhante à palavra alvo. Ex: janela = panela; Parafasia semântica: Troca de um vocábulo por outro, que tem relação semântica. Ex: bicicleta = moto Parafasia verbal: troca de vocábulos que não tem nenhuma semalhança. Ex: bola – árvore. Afasias - Manifestações Paralexias: fonéticas, fonêmicas, formais, verbais, semânticas e literais. Paralexia literal: troca de letra lida, por falha na decodificaçãoda letra. Sapo = papo Falha na produção oral da letra lida = paralexia fonêmica Falha no reconhecimento da letra S = paralexia literal. Neste caso, o paciente sempre fará trocas nas palavras com S. Afasias - Manifestações Paragrafias: grafêmicas, formais, verbais, semânticas e literais. Paragrafia grafêmica: falha na produção escrita. Ex: escrever cajalo para cavalo. Paragrafia literal: dificuldade na codificação de determinada letra. Ex: sempre erra palavras com S. Cuidado com escolaridade do paciente! Afasias - Manifestações Anomia: dificuldade em acessar a palavra (por falha fonológica, semântica ou lexical). Paráfrase: Eu fui no açougue = Eu fui naquele lugar onde a gente compra carne. Circunlóquio: Tangencia muito o assunto e não chega ao tema central do discurso. "Te chamei aqui, pois o que eu tenho para lhe dizer, é referente a algo que eu creio que você já faça ideia do que seja, e portanto vou ser direto sem mais delongas, caso contrário..." Afasias - Manifestações Agramatismo: trocas morfêmicas ou na ordem das palavras. “Ontem? Shopping... Eu ir...” Redução: discurso reduzido, monossilábico. Ex: - Como foi sua semana? - Boa. - O que você fez? - Comeu. Dormiu. Neologismo: invenção de palavras. Ex: LITA. Afasias - Manifestações Jargão: fala cheia de neologismos. Estereotipias: palavras ou neologismos ditos repetidamente. - O que é isso? - Sabe, sabe. - E isto aqui? - Sabe, sabe. Afasias - Manifestações Perseveração: Mantem a palavra quando muda o assunto. Ex: - Qual é o seu nome? - Antônio. - Quantos anos o Sr. tem? - Antônio. Supressão: Ausência da fala. Mutismo. Afasias - Avaliação • Anamnese detalhada; • Fala espontânea; • Compreensão oral e escrita: através da apresentação de material por entrada auditiva e visual, com complexidade crescente (fonema, grafema, palavra, frase, texto); • Repetição, leitura oral; Afasias - Avaliação • Nomeação: por confrontação visual (objetos e figuras que lhe são mostradas) e nomeação responsiva (nomeação de objetos com base na descrição de sua função); • Escrita espontânea: cópia, ditado e expressão escrita • Praxias orais; Afasias - Avaliação Gnosias visuais (capacidade de reconhecer objetos/figuras/letras/palavras pela visão) Gnosias auditivas (capacidade de reconhecer sons) Gnosias táteis (capacidade de reconhecer objetos por meio do tato) Afasias - Avaliação Existem vários protocolos de avaliação das afasias. A MTL é composta por 22 tarefas que caracterizam a emissão oral e gráfica, compreensão oral e gráfica, praxia não verbal e cálculo. MTL-Brasil- Bateria Montreal-Toulouse de Avaliação de Linguagem (completa) [Autor: VARIOS] Maria Alice de Mattos Pimenta Parente / Rochele Paz Fonseca / Karina Carlesso Pagliarin / Simone dos Santos Barreto / Ellen Cristina Siqueira Soares-Ishi / Lilian Cristine Hübner / Yves Joanette / Jean-Luc Nespoulous / Karin Zazo Ortiz Diagnóstico Diferencial Conceituação Planejamento linguístico Planejamento ou programação motora Execução motora DEMÊNCIA APRAXIA DE FALA AFASIA DISARTRIA Belan (2016) Afasias - Reabilitação Material para terapia Alimentos verdadeiros ou plásticos Afasias Material para terapia Mobílias em miniatura Afasias Material para terapia Bonecos ou retratos dos familiares Afasias Material para terapia Caixas contendo material de higiene Afasias Material para terapia Letras de plástico ou madeira, de diversos tipos Afasias Material para terapia Dicionário para pacientes bilingues Afasias Material para terapia Dinheiro Afasias Material para terapia Espelho Afasias Material para terapia Quadro branco Afasias Material para terapia Retratos, cartões postais, figuras de revista Afasias Material para terapia Figuras de substantivos, advérbios, verbos Afasias Material para terapia Fichário fonético: palavras que se iniciam com o mesmo som Afasias Material para terapia Fichário de leitura: cartões com palavras, frases familiares, verbos, preposições (acompanhadas de figuras representativas), advérbios. Rótulos de embalagens. Afasias Material para terapia Textos de jornais Afasias • Na terapia fonoaudiológica das afasias deve haver uma filosofia geral do tratamento, e não um método rígido ou técnicas imutáveis. • O fonoaudiólogo deve ter autonomia para explorar, adaptar, ajustar, investigar. Afasias – Reabilitação Pacientes com Afasia de Broca ou Transc. Motora, com parafasias fonêmicas: • Estratégias de rota fonológica, com treino multimodal (palavra escrita, figura) • Treino de palavras com o fonema-alvo (sequência: plosivos anteriores, posteriores, fricativos anteriores, posteriores) Afasias – Reabilitação Pacientes com Afasia de Broca ou Transc. Motora, com parafasias fonêmicas: • Apresentar a figura, dar pista fonológica, nomear em uníssono com terapeuta, e aos poucos ir retirando a pista. • Atividades de consciência fonológica. Pode usar Método BOCAR. Afasias – Reabilitação Pacientes com Afasia de Broca ou Transc. Motora, com parafasias fonêmicas: • Passar uma lista de palavras para o paciente ler (treinar) em casa. • À medida que o paciente vai melhorando, retirar a palavra e deixar apenas a figura para o paciente nomear. Afasias – Reabilitação Pacientes com estereotipias: • Dar feedback, levar o paciente a ter consciência da estereotipia, para que ele controle a emissão involuntária. • Treino de emissão de palavras com o fonema que o paciente consegue produzir. Ex: sabe, sabe (pode começar com fonema /s/). Afasias – Reabilitação Pacientes com POUCAS estereotipias: • Gravar a fala do paciente, e depois mostrar a ele. • Método dos cartões: entregar um cartão para cada estereotipia falada, e depois contar o número de estereotipias. É ideal para pacientes tranquilos (emocionalmente), com poucas estereotipias. Afasias – Reabilitação Pacientes com anomias semânticas: • Categorização semântica (poucas categorias inicialmente); • Acrescentar subcategorias; • Associação semântica; Afasias – Reabilitação • Associação semântica; Exemplos: O que não pertence ao conjunto? • Cobertor – travesseiro – geladeira Oferecer um objeto para o paciente definir (características, função etc). Afasias – Reabilitação Paciente que ainda apresenta algumas anomias no discurso: • Oferecer discurso temático, e depois ir reestruturando o que ele falou. Ex: falar como foi a semana. Gravar a fala do paciente, para depois analisarem como foi dito. • Dar opções de resposta para as palavras truncadas. Afasias – Reabilitação Exemplo: Paciente disse “Ontem fui lá na... na... Onde compra remédio...” Tp pergunta: “Você foi na fármacia, fisioterapia ou futebol?” (se for anomia fonológica) ou “Você foi na Farmácia, loja de roupa ou padaria?” (se for anomia semântica) Afasias – Reabilitação • Depois de trabalhar as opções, vai retomando o discurso, pedindo ao paciente que fale novamente. • Se truncar de novo, oferece novamente a pista. • Trabalhar em cima do discurso do paciente e não em treino específico. Afasias – Reabilitação Afasias que afetam a compreensão • Apontar figuras que o terapeuta nomear. • Começar com duas figuras cujos nomes são bem distintos. • Trabalhar com ordens simples (pegue isto,aponte aquilo). Afasias – Reabilitação Afasias que afetam a compreensão • Pode oferecer pistas adicionais (gestos + fala). • Contextualizar quando o paciente não souber. Ex: se não souber copo, tp pode dizer “O copo fica na cozinha! Na cozinha tem copo, prato e garfo...” • Quanto mais pistas, melhor. Afasias – Reabilitação Afasias que afetam a compreensão • Utilizar estratégias bem dirigidas (perguntas mais fechadas) e com palavras bastante funcionais para o paciente. • Gravar fala do paciente e dar feedback (porque ele é anosognósico). • Pistas concretas com estímulo gráfico. Afasias • O objetivo primeiro do tratamento da afasia é aumentar a comunicação do paciente, para que ele possa voltar a uma vida igual ou próxima à que levava antes. • Devemos começar por exercícios que ofereçam um certo êxito e, ao mesmo tempo, um certo grau de dificuldade, e sempre ir acompanhando seus progressos com novas abordagens. Profa. Mirna Rossi Barbosa Medeiros FACULDADES INTEGRADAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DISCIPLINA: TÉCNICA DE REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM LINGUAGEM ORAL Montes Claros - 2017 Intervenção Fonoaudiológica nos Quadros demenciais Saúde BEM ESTAR BIOPSICOSSOCIAL FUNCIONALIDADE GLOBAL AUTONOMIA INDEPENDÊNCIA COGNIÇÃO HUMOR MOBILIDADE COMUNICAÇÃO Envelhecimento Saudável • Idosos passam por transformações físicas, sociais, psicológicas, cognitivas e linguísticas. • Apresentam alterações sintáticas, de acesso lexical (fenômeno de “ponta de língua”), no discurso, mas este não deixa de ser funcional. Comprometimento Cognitivo Leve • Alterações cognitivas mas que não preenchem critérios para demência. • Idosos com CCL possuem risco (10 a 15%) para demência. • O paciente com CCL não tem perda de funcionalidade. Esta é a grande diferença entre CCL e demência! Comprometimento Cognitivo Leve • CCL amnéstico: prejuízo principal na memória, especialmente a episódica. • CCL não-amnéstico: memória preservada, com alteração em um ou mais domínios, como linguagem, funções executivas, habilidades visuo-espaciais. Demências • Condição clínica caracterizada pelo comprometimento de funções cognitivas e/ou comportamentais. • Os distúrbios da comunicação estão entre os principais déficits de pessoas que sofrem demência. • Perda das atividades de vida diárias. Demências • Demência de Alzheimer • Demência Fronto-Temporal (pré-senil) - Variante Comportamental - Afasia Progressiva Primária (não fluente) - Demência Semântica • Demência Vascular • Demência por Corpos de Lewy Perfil da Linguagem - Alzheimer FASE INICIAL • Dificuldade para iniciar e acompanhar conversações em situação complexa; • É repetitivo; • Falhas em situações que envolvem humor, sarcasmo, ironia; • Anomias na fala espontânea (circunlóquios); • Redução da expressão oral; • Compreensão de leitura escrita com sinais de comprometimento. Perfil da Linguagem - Alzheimer FASE INTERMEDIÁRIA • Habilidades semântico-pragmáticas estão gravemente comprometidas; • Falhas para inibir e corrigir os próprios erros; • Falhas na compreensão de enunciados não literais; • Repetições frequentes; • Aumento das anomias; • Podem ocorrer parafasias verbais e semânticas; Perfil da Linguagem - Alzheimer FASE INTERMEDIÁRIA • Perda das habilidades de leitura, e escrita e compreensão oral, principalmente para situações complexas; • Repetição e leitura em voz alta estão relativamente preservadas; • Habilidades fonéticas e fonológicas ainda preservadas. Perfil da Linguagem - Alzheimer FASE FINAL • Comprometimento de todas as funções linguísticas; • Acentuada redução da expressão oral; • Graves problemas de compreensão; • Automatismos e perseverações. DFT Variante Comportamental • Degeneração do lobo frontal bilateral ou unilateral à direita. • As manifestações iniciais mais evidentes são: desinibição, apatia, perda de autocrítica, discurso empobrecido e estereotipado, parafasias. • Alteração significativa da pragmática. • Problemas de memória aparecem mais tardiamente. Afasia Progressiva Primária • APP não-fluente. • Degeneração do lobo frontal esquerdo. • Inicia-se de maneira insidiosa e progressiva, com déficit de linguagem, que se mantém como único transtorno cognitivo durante pelo menos dois anos. • Pacientes com APP obtêm bom desempenho em testes de raciocínio, habilidades visoespaciais e memória. Afasia Progressiva Primária • A alteração de linguagem assume a forma de uma afasia anômica, que evolui para uma afasia não-fluente do tipo Broca. • Possuem parafasias fonêmicas, agramatismo, anomia, e outras alterações de processamento fonológico, apraxia, dificuldades progressiva na repetição, e na compreensão de frases sintaticamente complexas. Demência Semântica • APP fluente. • Degeneração bilateral das áreas anteriores do lobo temporal. • Perda de conhecimento semântico, com déficits de acesso ao léxico, anomias, parafasias semânticas e deterioração dos conceitos subjacentes às palavras (ambiguidade, sentido figurado, prosódia). • Existe semelhança entre pacientes com DS e DA. Demência Semântica • O discurso é fluido, com articulação e sintaxe corretas, mas com pausas anômicas frequentes, substituição por palavras relacionadas, paráfrases e imitação do uso dos objetos. • A característica precoce mais evidente é a redução de vocabulário expressivo. • Também ocorre alteração da compreensão de palavras isoladas e agnosia para objetos. Belan, 2017 Demência Vascular • Origina-se a partir de múltiplos AVCs, pequenas isquemias. • As manifestações iniciais são parecidas com as sequelas de AVC, mas de forma branda. • Progressivamente, há alteração de memória e outros déficits cognitivos. • As manifestações de linguagem são semelhantes à afasia. Demência por Corpos de Lewy • Placas senis por depósito de corpúsculos de Lewy no tronco encefálico; • Doença mais rara em que há outras alterações que podem ser demanda de outros profissionais prioritariamente. • Síndrome com curso flutuante, alucinações visuais, sinais parkinsonianos, hipersensibilidade a antipsicóticos. Avaliação na demência • Testes de rastreio cognitivo (Mini-mental, MOCA, Bateria Breve de rastreio cognitivo); • Testes de Funcionalidade (Pfeffer, IQCODE, Índice de Katz, Escala de AIVD de Lawton & Brody) • Escala de depressão geriátrica (GDS): teste de screening que auxilia no rastreio de uma pseudodemência. Avaliação na demência • Testes abrangentes (Clinical Dementia Rating –CDR *útil para realização de pesquisas, NEUPSILIN *avalia oito funções neuropsicológicas); • Testes de específicos de Linguagem (Bateria MAC e MONTREAL-TOULOUSE) • MAC: linguagem figurada, metáfora, ironia, prosódia (importante na avaliação das DFTs, além de lesões de HD e TCE). Avaliação na demência • Testes de específicos de Linguagem (ASHA- FACS *avaliação funcional da linguagem, TOKEN Test, Prancha do Roubo dos Biscoitos *para avaliar o discurso) Avaliação na demência De um modo geral... • Aspectos pragmáticos e sintáticos, por meio de discurso; • Vocabulário, aspectos fonológicos em provas de nomeação e repetição; • Compreensão oral; • Avaliação da leitura e escrita. Intervenção Fonoaudiológica O fonoaudiólogo busca diminuir a velocidade do declínio cognitivo, manter a funcionalidade do paciente e, assim, melhorar sua qualidade de vida. Para o sucesso da reabilitação, é necessário envolvimento do paciente, família, cuidadores e equipe multidisciplinar.O planejamento da reabilitação deve considerar a heterogeneidade dos pacientes quanto a sua história de vida, seu nível intelectual e cultural e suas preferências anteriores, bem como as alterações de comportamento, os sintomas psiquiátricos e a progressão da doença. Intervenção Fonoaudiológica • Utilizando estímulos multimodais (fala, escrita, gestos etc). • Envolvendo ativamente o paciente. • Utilizar pista escrita sempre que a escolaridade do paciente permitir. • Eliciar uma resposta correta (aprendizagem sem erros) Proporcionar condições para recuperar as informações PROCESSAMENTOS: • Fonético-Fonológicos; • Morfossintático; • Semântico; • Pragmático. Fase Aguda – Redes de Processamento Trabalho válido para a terapia de afasias, apraxias e demência • Para Demência Semântica, Alzheimer, afasias receptivas; • Nomeação de figuras ou objetos; • Completar sentenças; • Múltiplos significados (polissemia); • Sinônimos e antônimos; • Agrupamento por categorias; • Formação de palavras novas. Rede Semântica Terapia de Análise de Traços Semânticos Pegar uma palavra-alvo e explorar tudo que está relacionado a ela (semanticamente) Rede Semântica • Para Afasia Progressiva Primária, Demência Vascular, apraxia, afasias emissivas (Broca, T. Motora); • Atividades de consciência fonológica; • Estimulação da alça fonológica da memória operacional, com bombardeamento de figuras e palavras com um mesmo fonema-alvo; Rede Fonológica Terapia de Análise de Traços Fonológicos Pegar uma palavra-alvo e explorar tudo que está relacionado a ela (fonologicamente) Rede Fonológica • Para pacientes com agramatismo, como é o caso da Afasia Progressiva Primária, afasias emissivas; • Atividades de completar frases; • Oferecer palavras isoladas fora da ordem para o paciente organizar a frase; • Trabalhar a compreensão do verbo, que é o principal elemento da frase. Rede Sintática Terapia para fortalecimento da Rede de Verbos Rede Sintática Ação QUEM? O QUE? QUANDO? ONDE? Sugestão de material Terapia Temática de Estimulação de Linguagem: foco nos aspectos funcionais da comunicação (pragmática) Eleger um tema do interesse do paciente • Questões fechadas (sim/não) • Responder questões de múltipla escolha • Organização de sentenças • Construção de sentenças • Leitura de parágrafos e questões de múltipla escolha • Questões conversacionais Terapias Abrangentes Terapia para Compreensão: semelhante à estimulação da compreensão em pacientes com afasias receptivas • Sons verbais e ambientais • Palavras isoladas que variam em duração, intensidade e frequência • Frases simples sujeito + verbo • Frases simples sujeito + verbo + complemento • Frases complexas com e sem preditividade • Textos simples e complexos Terapias Abrangentes Terapia de Orientação para Realidade (TOR) A TOR busca a orientação do paciente para sua realidade, ajudando na evocação de datas, locais, horários e pessoas que tenham significado para ele. Utilização de relógios, calendários, revistas, figuras, músicas, fotos e outros objetos facilitadores. Inicialmente define-se um tema norteador e trabalha-se com várias formas de orientação temporal, espacial e conhecimento geral. Terapia de Orientação para Realidade (TOR) Terapia de Orientação para Realidade (TOR) A Terapia de Evocação Espaçada também ajuda na melhora do aprendizado e retenção de informações com o uso de intervalos de tempo cada vez mais longos para a evocação de informações importantes para o paciente. Ela se chama Ana! Informação nova 1 minuto depois 10 minutos depois Como ela se chama mesmo? Como ela se chama mesmo? Terapia de Evocação Espaçada 1 minuto Evocação correta Terapia de Evocação Espaçada 2 minutos Evocação correta 4 minutos Evocação correta 8 minutos Evocação correta 4 minutos Evocação incorreta 8 minutos Evocação correta 16 minutos Evocação correta Evocação correta APRENDIZADO Fornecer letras gradativamente até que o paciente consiga evocar a palavra. A partir daí, retirar as letras uma a uma e solicitar que ele continue emitindo a palavra. JA JACARÉ JACA JACAR JACARÉ JACA JAC JA Apagamento de pistas Uso de pistas externas (auxílios mnemônicos) A Terapia de Reminiscências é também muito usada, consistindo na discussão de atividades passadas, eventos e experiências, geralmente com auxílio de pistas como fotos, itens familiares e música. Para esta terapia, a linguagem oral do paciente deve estar relativamente preservada. Terapia de Reminiscências Os ambientes em que os pacientes vivem deverão ser seguros e as adaptações devem ser feitas gradualmente, com a criação de rotinas de atividades. Fornecer no ambiente o máximo de pistas de orientação temporal e espacial. Envolver o paciente a participar de AVDs ou mesmo solicitar que ele observe aquelas que ele não pode desempenhar. A participação em eventos sociais também deve ser encorajada. Adaptações Ambientais
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