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NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD) Turma: Eletro Professor: Alexandre Sancho Semestre: 2021.1 Aluna: Gabriela de Matos Crouchoud Lima – 4604945 RESUMO: Princípios básicos e aplicação da iontoforese na penetração cutânea de fármacos A iontoforese é uma corrente elétrica fraca que é utilizada para transferir substâncias carregadas, que foi descrita no ano de 1748 por Veratti, que com o passar dos anos foi modificada através da tecnologia. Diversos autores falaram sobre seus avanços. Morton e Leduc foram alguns deles. Morton descreveu um estudo sobre catoforese, que falava sobre a migração e cátions de um eletrodo positivo para o negativo sendo observado em seu braço com grafite em pó sobre ele, provocando manchas pretas que perduraram durante semanas até que sumisse por completo. Já Leduc promoveu um estudo com coelhos na intenção de observar se a corrente elétrica passava pela pele dos animais quando em contato com as medicações. Ambos os estudos ajudaram a entender que a administração e fármacos sobre a pele tem seu efeito aprimorado quando em uso da iontoforese, visto que é baseada na difusão do fármaco através das camadas da pele. A iontoforese tem função de promover a penetração de moléculas polares e de grande massa molecular, aumenta a liberação de substância de meia vida curta diretamente sobre os tecidos, e faz com que o paciente tenha uma boa aceitação do medicamento com uma dosagem adequada. Depois de anos de estudos, a biotecnologia sofreu um avanço a partir do desenvolvimento de microprocessadores, fazendo com que os aparelhos da iontoforese tivessem custos reduzidos. Esses dispositivos de acordo com estudos, podem transformar secreções fisiológicas naturais de um hormônio como se fossem glândulas endócrinas artificiais, liberando o fármaco de maneira pulsátil ou contínua durante o sono do paciente, que só é transmitido quando há a presença de corrente elétrica. Ou seja, quando o aparelho está ligado, emanando corrente elétrica o fármaco é liberado, e assim que desligado, o fármaco deixa de ser liberado, diminuindo seu nível plasmático. A iontoforese possui corrente elétrica de baixa frequência capaz de aprimorar a liberação de diversos tipos de fármacos pela corrente sanguínea. Esta corrente é liberada com auxílio de um eletrodo positivo e negativo, ou seja, anodo e catodo, através de uma solução eletrolítica, como um gel, e direcionada para a corrente sanguínea. Assim que a corrente elétrica entra em contato com os cátions presentes, seguem em direção ao anodo até que cheguem ao catodo, enquanto isso, os ânions seguem na direção oposta. Os eletrodos utilizados podem ser inertes, de metais, ou reversíveis de Ag e AgCl. Os inertes promovem hidrólise da água, fazendo íons de hidroxila e hidrônio que podem reduzir o número de transporte do fármaco, ou seja, podem diminuir a concentração do fármaco na pele e podem causar alteração do ph fazendo com que o paciente sinta uma ardência no local de aplicação do fármaco. Já os reversíveis provocam variação do ph fazendo trocas eletroquímicas com voltagem inferior da que são necessárias para provocar a eletrólise da água. Na pele o transporte de substâncias feitas através da iontoforese ocorre através dos anexos cutâneos como os folículos pilosos e gorduras sudoríparas. O estrato córneo, uma das barreiras para a penetração das moléculas não tem sua função exercida durante a iontoforese, sendo necessárias vias alternativas para que seja feita a liberação e macromoléculas e moléculas apolares. Existem dois tipos de mecanismos de transporte iontoforético, a eletrorrepulsão e a eletrosmose, onde, a eletrorrepulsão se refere ao movimento ordenado de íons na presença da corrente elétrica e sua concentração. A forma farmacêutica usada na liberação de um fármaco na iontoforese pode ser líquida ou sem-sólida, devendo ser hidrofílica para que possa permitir a passagem da corrente elétrica. Os géis hidrofílicos são veículos para a iontoforese, permanecendo no local por um longo período devido sua viscosidade, sendo atóxicos e possuírem estabilidade térmica e capacidade tamponante, o que contribui para que o ph fique entre 5,0 à 7,0. O polímero escolhido para a obtenção do gel deve ser específico e compatível com o fármaco para que não interfira na sua liberação. A rapidez na liberação do fármaco do gel permite que o mesmo se difunda pela membrana da pele, tendo que levar em conta a carga da corrente elétrica, visto que as interações com o ativo podem diminuir sua liberação. Quanto ao ph, os fármacos com carga elétrica no ph da formulação devem ser colocados próximo ao eletrodo que possui polaridade igual, e os que não apresentam uma carga elétrica na formulação com ph fisiológico devem ser colocados de início em contato com o eletrodo positivo na intenção de contribuir na distribuição do fluxo eletrosmótico em seu transporte transcutâneo. De acordo com GRATIERI e autores em 2008, a variação do pH de uma formulação doadora de fármaco pode aumentar ou não a contribuição eletrosmótica no fluxo de uma molécula através da pele, além de determinar o grau de ionização da própria molécula de fármaco. Ao se aumentar o pH de uma formulação contendo uma base fraca, por exemplo, a fração ionizada da base diminui, diminuindo o potencial eletromigratório. No entanto, em valores mais altos de pH a eletrosmose passa a contribuir de maneira mais significativa, uma vez que a membrana se encontra totalmente ionizada.80 O impacto dessas forças oponentes dependerá das propriedades físico-químicas de cada molécula a ser estudada. Em meados de 1993 a iontoforese havia sido aprovada como teste diagnóstico para fibrose cística e tratamento para hiperidose. Atualmente há amplos estudos sobre a técnica, sendo utilizada para diversos tratamentos, inclusive para a liberação de fentanil. A iontoforese é aplicada sobre a pele liberando uma corrente elétrica programável através de eletrodos acoplados sobre a pele, onde através de um reservatório com solução salina, pode fechar o circuito elétrico parando a passagem da corrente e impedindo a liberação do fármaco de forma momentânea. Hoje em dia existe também um tipo de dispositivo que a partir do momento em que os eletrodos estão completamente embebidos da solução, ele muda de coloração para que possa ser entendido que os mesmos estão devidamente hidratados e, portanto, podem seguir seu devido trabalho de conduzir a corrente elétrica sobre a pele. Vale ressaltar que a corrente elétrica adequada para ser aplicada é de no máximo 0,5 mA/cm². A iontoforese está sendo amplamente estudada para que possa aprimorar a eficácia tópica de diferentes tipos de medicamentos, como até mesmo a liberação de ácido ascórbico, na intenção de prevenir o envelhecimento através de radiações UVA e UVB, assim como é estudada para aprimorar a liberação e outros medicamentos como insulina, anti-hipertensivos, ácido 5-amonolevulínico, TBA e diversos outros. REFERÊNCIA GRATIERI, T.; GELFUSO, G. M.; LOPEZ, R. F.V. Princípios básicos e aplicação da iontoforese na penetração cutânea de fármacos. Quim. Nova, Vol. 31, No. 6, 1490-1498, 2008
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