Parede Celular de Bactérias Gram Negativas

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Parede Celular de Bactérias Gram Negativas
As paredes celulares das bactérias gram-negativas consistem em uma ou poucas camadas de peptideoglicano e uma membrana externa. O peptideoglicano está ligado a lipoproteínas na membrana externa e se localiza no periplasma, fluido semelhante a um gel que se encontra entre a membrana externa e a membrana plasmática. O periplasma contém uma alta concentração de enzimas de degradação e proteínas de transporte. Essa parede celular é suscetível ao rompimento mecânico, por conta da baixa quantidade de peptideoglicano. 
A membrana externa da célula gram-negativa consiste em lipopolissacarídeos, lipoproteínas e fosfolipídeos. Sua carga negativa é importante na evasão da fagocitose e nas ações do complemento, que causa lise de células e promove a fagocitose, componentes da defesa do hospedeiro. Também fornece uma barreira contra a ação de detergentes, metais pesados, sais biliares, corantes, antibióticos e enzimas digestórias. 
No entanto, a membrana externa é permeável a alguns nutrientes, devido à presença de porinas na sua composição, que formam canais e permitem a passagem de moléculas, como nucleotídeos, dissacarídeos, peptídeos, aminoácidos, ferro e vitamina B12. 
O lipopolissacarídeo (LPS) da membrana externa é uma molécula grande e complexa, que consiste em três componentes: lipídeo A, um cerne polissacarídeo e um polissacarídeo O. O lipídeo A é a porção lipídica do LPS e está embebido na parede superior da membrana externa. É responsável pelos sintomas associados a infecções por bactérias gram-negativas, como a febre, a dilatação dos vasos sanguíneos, choque e formação de coágulos sanguíneos. 
O cerne polissacarídeo é ligado ao lipídio A e contém açucares incomuns; apresenta papel estrutural, pois oferece estabilidade. O polissacarídeo O se estende para fora do cerne e é composto por moléculas de açúcar. Funciona como um antígeno, útil para diferenciar espécies de bactérias gram-negativas.