Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Violência ou abuso contra a criança ou adolescente é toda ação ou omissão, por parte de adulto ou adolescente mais velho, que esteja numa posição superior a ela com o objetivo de causar dor • A mãe e o pai têm sido identificados como os principais agentes perpetradores da agressão, mas outros integrantes da família também poderão fazê-lo Existem 4 tipos de violência ou maus tratos: 1. Abuso físico: o agente agressor se utiliza da força física para ferir a criança com o objetivo de mostrar poder e capacidade de subjugação 2. Abuso psicológico: o agente agressor se utiliza de ações verbais ou atitudes para humilhar, culpar, rejeitar ou até ameaçar a criança. De todas as formas de maus tratos, essa é a de mais difícil identificação 3. Abuso sexual: o agente agressor se utiliza da criança para obter gratificações e estímulos sexuais. Presume-se violência sempre que o indivíduo tiver menos de 14 anos, ou for deficiente mental ou quando a vítima não puder resistir à agressão. Existem duas formas de violência sexual: a intrafamiliar e a exploração comercial do sexo com crianças 4. Negligência: é a omissão praticada pelo responsável pela criança em relação à alimentação, higiene, vestimenta, etc • No relatório mundial sobre violência e saúde em Bruxelas, outubro de 2002, a OMS decretou a violência como um dos cinco problemas de saúde pública mundial • A partir de 1980 aumentou o número de homicídios entre jovens, negros e as classes menos favorecidos • A negligência é os maus tratos mais comum • Em 2017 um estudo realizado pelo IPEA e pelo FBSP, refere aumento na violência entre pardos e negros entre 15 e 29 anos • A 2ª colocação de mortalidade em crianças acima de 2 anos no Brasil pertence às causas externas, que representam os acidentes e violência Violência emocional • Negligência o Indiferença física ou afetiva o Vestes descuidadas o Falta de adequada supervisão escolar e de outras atividades do adolescente o Doença crônica sem tratamento o Saúde bucal precária o Abandono mesmo que apenas por horas o Higiene e nutrição precárias o Atraso na busca de cuidados à saúde sem causa justificável • Síndrome de Munhhausen Forma de violência na qual a criança ou adolescente são levados para cuidados médicos de forma insistente e em frequência acima do esperado, com queixas vagas, não consistentes ou não compatíveis com patologias conhecidas, de sintomas e sinais inventados, simulados ou provocados por seus responsáveis ou cuidadores o Melhora ao chegar ao hospital e piora em casa o Exame físico e exames complementares sem alterações o Genitor muito solícito o Sintomas não se encaixam em doenças ou agravos relatados • Alienação parenteral o Dificultar o exercício da autoridade parenteral o Exagerar em adoecimento do filho/ano retorno de visitas com o genitor o Falsa denúncia de abuso sexual o Solicitar repetidos atestados médicos para evitar o contato do filho com o genitor o Omitir informações escolares e médicas ou alteração de endereço o Fazer julgamento negativo contra ex-cônjuge diante dos filhos Violência física • Maus tratos ou espancamento • Relatos de acidentes repetidos, quedas ou ferimentos inexplicáveis • Equimoses intensas ou dispersas com diferentes fases de resolução, com coloração variada • Ferimentos bilaterais ou várias partes do corpo • Coma sem sinais de infecção, ruptura de vísceras • Fraturas ou hematoma subperiostal em diferentes fases de cicatrização • Equimoses em braços, faces internas e posteriores das coxas, mãos, orelhas, pescoço, genitália e glúteos Violência sexual • Hiper sexualização (exacerbado erotismo ou incompatível com a idade) • Sonolência inexplicável se há uso de sonífero • Maioria dos casos sem lesões evidentes • Enantema, petéquias em mucosa oral • Mordidas no corpo ou pescoço • Lesões de injúria física associadas, região anal: hiperemia, edema, escoriações, fissura anal, pregas anais apagadas, ou alargamento do esfíncter anal • Desenhos ou brincadeiras que sugerem cunho erótico • Genitália: ruptura ou alargamento himenal, ruptura perineal, sangramentos, evidências de IST e gravidez • Suspeitar, reconhecer e identificar os sinais e sintomas • Tratar as lesões e possíveis sequelas • Acompanhar o desencadeamento das medidas legais de proteção cabíveis • Deve se registrar um de violência notificando ao conselho tutelar e denunciando • Acolhimento • Proteção • Intervenção • Prevenção • Sigilo • Pais jovens, sem amadurecimento emocional e sem rede familiar de apoio • Gestação tardia ou com grande distanciamento dos outros filhos • Gestação indesejada ou fruto de relação extraconjugal ou na adolescência • Uso de fumo, álcool e drogas ilícitas • Situação econômica precária • Mae abandonada pelo parceiro • Depressão e outras doenças psiquiátricas maternas • Doença crônica materna • História de violência nos pais • História previa de abandono • Idealização exagerada do filho • Doença crônica, congênita e/ou malformações no bebê • Afastamento do bebê da mãe por prematuridade ou doença • Baixa autoestima • Dificuldade nos relacionamentos sociais • Redução do desenvolvimento do hipocampo (relacionado as emoções) • Transtornos psíquicos como depressão ou ideação suicida • Quadros psicossomáticos como cefaleias, tonteiras, dores abdominais, parada ou desaceleração do crescimento, baixo rendimento escolar • ITU de repetição • Feridas genitais • IST ou gravidez • Depressão • Ansiedade • Alterações do sono • Comportamento sexual desajustado na vida adulta • Tendência à revitimização • Enurese noturna • Conduta automutiladoras e auto aniquiladoras como abuso de drogas • Aversão sexual • Dispareunia • Raiva • Fuga do lar • Tentativa e risco suicida • Homossexualidade feminina • Transtorno do pânico ou estresse pós- traumático • Agressividade • Isolamento • Medo • Vergonha • Danos físicos • Culpa Abuso físico • Atitude geral o A criança se apresenta triste, fala pouco, encolhe-se, não olha para o médico, fecha os olhos e protege o rosto. Pode haver desnutrição e baixa estatura Pele ➢ É o local mais frequentemente acometido, podendo ocorrer equimoses, hematomas, escoriações, lacerações, vergões. Nenhuma dessas lesões é patognomônica de maus tratos ➢ As lesões decorrentes de abuso dao encontradas particularmente em nádegas, coxas, dorso, face, pinhos e tornozelos ➢ Queimaduras são sugestivas de maus tratos quando ocorre em nádegas, dorso, plantas, palmas, interdigitos e região inguinal. A apresentação em “luva” ou em “meia”, sugere imersão das mãos ou dos pés em líquido quente. A forma numular (arredondada) pode sugerir queimaduras por cigarro Ossos ➢ Segundo tipo de lesão mais frequente, podendo ocorrer por impacto de grande intensidade, por torção (espiral) ou por encurvamento forçado ➢ Mais frequentemente ocorre o deslocamento periósteo ➢ Fraturas sugestivas de abuso físico: as múltiplas, bilaterais e, em diferentes estágios de evolução, as de fêmur em espiral ou em crianças menores de 3 anos; e região de metáfise epifisária de ossos longos, as de costelas posteriores, escápulas e processos espinhosos; mandíbula; as que ocorrem repetidamente no mesmo lugar SNC ➢ As sequelas podem ser observadas em cerca de 80% dos que sofreram, quando crianças, agressões envolvendo a região encefálica, sendo deficiência mental e déficits motores descritos em muitos casos ➢ TCE é a principal causa de mortalidade em vitimados. Neste contexto, está incluída a síndrome do bebê sacudido (sacudidas vigorosas em bebêsaté 2 anos e apresenta hemorragia subdural, subaracnóidea, edema cerebral difuso e hemorragia retiniana ➢ Síndrome “orelha de lata”: equimose unilateral da orelha, edema cerebral ipsilateral, com obliteração das cisternas basilares e retinopatia hemorrágica ➢ O encontro de fraturas complexas na ausência de história de trauma é sugestivo de abuso Abdome ➢ Correspondem à segunda causa de morte ➢ São provocadas geralmente em crianças maiores por socos ou pontapés ➢ Os órgãos mais atingidos são o duodeno e o jejuno ➢ Esse tipo de trauma pode desencadear hemorragias em fígado, baço e pâncreas Lesões oculares ➢ São comuns em espancamentos e podem provocar hemorragias de corpo vítreo, de câmara posterior, de retina e luxação de cristalino, com graves consequências ➢ O encontro de lesões bilaterais em região de orbitas, isoladas, sem comprometimento de nariz ou outra área da face é altamente sugestivo de maus tratos Frente à suspeita de maus tratos, a investigação radiológica completa de esqueleto é obrigatória até os 2 anos de idade, visando à detecção de fraturas antigas e associadas; acima dessa faixa etária, desde que a criança consiga informar sobre traumas anteriores, as radiografias podem ser seletivas Abuso sexual ➢ A maioria não apresenta sinais clínicos evidentes ao exame físico ➢ Muitas apresentam queixas vagas: dor abdominal, encoprese, constipação, enurese, disúria, corrimento vaginal, masturbação excessiva, distúrbios do sono, distúrbios alimentares, baixo desempenho escolar e distúrbios do comportamento Lesões genitais ➢ Região vulvar: hematomas, lesões de mucosa, de uretra, lacerações clitoridianas ➢ Vagina: local mais frequente lesado. Ocorrem hemorragias, rotura himenal, cicatrização viciosa e infecções ➢ O encontro de infecções genitais nem sempre faz o diagnóstico de abuso Lesões anais ➢ O exame da região pode ser normal; porem, podem ocorrer lacerações de mucosa, rotura de esfíncter, rotura de mucosa retal ou formação de abscessos locais ➢ Pode haver dilatação do esfíncter anal Abuso emocional ➢ Ocorre quando há coerção, rejeição afetiva, tortura psicológica, depreciação, desrespeito, cobrança excessiva, e punições humilhantes que interfiram no desenvolvimento psicológico e social adequado da criança ➢ Sinais: apatia, agressividade, isolamento, medo ou ansiedade constantes, baixa autoestima, dificuldades de fala e gagueira, anorexia, enurese, encoprese, uso de drogas, história de fugas e tentativa de suicídio ➢ Exemplos: testemunho da violência, síndrome da alienação parental (sequelas emocionais sofridas pela criança), assédio moral ou violência moral que ocorre no trabalho, bullying Negligência ➢ Quando os pais ou responsáveis falham em termos de prover suporte básico ou quando falham em supervisionar ou monitorar de forma adequada um comportamento que pode prejudica-la ➢ Exemplos: crianças desnutridas por oferta insuficiente e intencional de nutrientes, atraso do cartão vacinal ➢ Negligência sociocultural: acontece em situações de miséria, por ausência de condições sociais mínimas de sobrevivência e/ou ignorância dos cuidados ➢ Negligência intencional: está ligada à desvinculação entre pais e filhos
Compartilhar