Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instrumentos Ópticos e Microscopia Histórico: • Uso de lentes vem de eras remotas. • Segundo relato de Sêneca, Nero (míope) usava lentes para acompanhar as lutas dos gladiadores. • Lentes para a ampliação de objetos datam do ano de 1625 por Francesco Stelluti que montava num suporte cilíndrico - observar pequenos objetos. • Anton von Leeuwenhoek aperfeiçoou este instrumento a ponto de visualizar formas minúsculas com o seu auxílio, causando espanto os desenhos feitos pelo holandês, tamanha a sua exatidão. Microscópio usado por Leeuwenhoek conservado até hoje na Sociedade Real de Londres Sociedade Real de Londres http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/RoyalSociety20040420CopyrightKaihsuTai.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/RoyalSociety20040420CopyrightKaihsuTai.jpg Histórico: • Hans e Zacharias Jansen - impulso à microscopia ao conjugar duas lentes: uma ocular e outra objetiva, conseguindo um poder de ampliação maior que uma simples lente → microscópio ótico composto. • Com microscópio rudimentar → Robert Hooke → trouxe ao conhecimento público uma obra com várias representações → Micrographia →universo microscópico na forma de desenhos. Microscópio de Hooke e a observação da cortiça, quando da descrição de célula Histórico: • Marcello Malpighi estudou tecidos animais em geral. • Estudo conjunto de um físico, Emst Abbé, e de um construtor desses instrumentos em Jena, Carl Zeiss, para que a qualidade das lentes empregadas, a conjugação de várias delas, o estudo de melhores condições de iluminação, fornecesse fidedignidade às imagens microscópicas → produzindo instrumentos com qualidade praticamente igual aos comercializados na atualidade. Microscopia Óptica Constituintes Ópticos Sistema de Iluminação: • lâmpada de iluminação • lente coletora da lâmpada, pré-condensa os raios luminosos para o condensador • diafragma de campo do coletor, regula a intensidade de luz que atinge o condensador, diminuindo a luz parasitária que chega até o diafragma de abertura do condensador Constituintes Ópticos Sistema de Condensação: • porta-filtros (o uso de filtros neutros também pode servir como regulagem da intensidade de luz) • diafragma de abertura do condensador, regula a intensidade de luz que chega à objetiva e a sua profundidade de campo. Constituintes Ópticos Sistema de Condensação: • condensador, colima os raios luminosos sobre o objeto. • lente frontal do condensador, completa o trabalho de colimação necessário em grandes aumentos. Constituintes Ópticos Sistema ótico • objetiva, forma a imagem real do objeto. • pupila de saída da objetiva, controla a quantidade de luz que sai da objetiva, diminuindo a luz dispersada que faria o contraste da imagem decrescer (luz parasitária). • lente de campo da ocular, juntamente com a lente de observação forma um sistema acromático. • diafragma de campo da ocular. • lente ocular. Constituintes Mecânicos • pé (ou base do microscópio): além de servir de suporte, na maioria dos microscópios, alberga o sistema de iluminação; • mesa (ou platina): serve de suporte para a lâmina; • garra (ou presilha) de lâmina: apreende a lâmina na mesa; • “charriot” (ou carro): desloca a lâmina em direções perpendiculares entre si. Nos melhores microscópios o deslocamento pode ser aferido por escala graduada; Constituintes Mecânicos • tubo canhão: separa as oculares das objetivas. É formado por um cilindro oco, metálico e escurecido internamente, a fim de diminuir os fenômenos de aberração ou dispersão luminosa; • braço do microscópio: sustenta o tubo canhão e o revólver de objetivas; • revólver de objetivas: sustentam o conjunto de objetivas; • parafuso ou ajuste macrométrico: realiza focalizações grosseiras do objeto em estudo; • parafuso ou ajuste micrométrico: usado para focalizações mais acuradas. Requisitos necessários ao microscópio ótico • A principal qualidade de um microscópio é a capacidade de aumento, que é limitada, em função da associação das lentes e da construção do equipamento. • Poder de resolução: capacidade do sistema óptico de separar imagens de objetos muito próximos - capacidade de “detalhamento” do sistema. Normalmente é em função da abertura numérica da lente, da sua integridade e da sua limpeza. Em um microscópio óptico, o poder de resolução máximo é de 0,2 micrômetros aproximadamente; Requisitos necessários ao microscópio ótico • Acromaticidade do sistema: o sistema ótico não deve produzir aberração cromática, como halos coloridos em torno da imagem dos objetos, um fenômeno plasticamente bonito, mas inadequado na investigação científica; Requisitos necessários ao microscópio ótico • Anesfericidade: o sistema ótico não deve distorcer as imagens dos objetos, além de fornecer localização em todas as zonas da imagem, do centro à periferia. Além destes atributos, um bom microscópio possui lentes recobertas com uma fina película de fluoreto de cálcio, para evitar a reflexão da luz em sua superfície. Cuidados com o Microscópio Ótico • Acondicionamento: quando não em uso, a melhor forma de acondicionamento é na sua embalagem original, desde que em lugar seco e ventilado, acompanhado de sachês de sílica gel. Quando em uso continuado, a embalagem pode ser dispensada, desde que se cubra o equipamento com uma capa adequada, de tecido ou plástico, sobre uma bancada firme; • Limpeza: – feita com lenço de papel macio e seco, para evitar qualquer risco na superfície anti-refletora. – Pode ser umedecido em álcool isopropílico ou mistura de éter-clorofórmio (meio-a-meio); Cuidados com o Microscópio Ótico • Cuidados na operação: O acidente maior que pode ocorrer é a inutilização da lente frontal de uma objetiva por contato com a lâmina em observação. Embora tal acidente seja raro, ele pode acontecer se o operador não tomar cuidado na localização. Para minimizar esse fato, a objetiva de imersão tem característica retrátil. Operação do Microscópio Ótico Composto Toda a técnica de focalização no microscópio ótico composto possui dois objetivos básicos, a melhor observação possível do material e a preservação do microscópio e dos olhos do observador. Etapas: • Posicionar-se da forma mais confortável. Colocar-se de tal forma que o corpo fique ereto e a cabeça ligeiramente inclinada sobre a ocular; • Acender o sistema de iluminação; • Escolher a objetiva panorâmica (de menor aumento). Ela pode ser reconhecida, como sendo a mais curta do revólver de objetivas ou aquela de menor numeral impresso em seu corpo; Operação do Microscópio Ótico Composto Etapas: • Colocar a lâmina sobre a mesa de observação e deslocar o objeto a ser estudado até o foco de luz produzido pelo condensador, com o auxílio do “charriot”; • Olhando lateralmente, aproximar a objetiva o máximo possível da lâmina em observação, usando o botão macrométrico. Na quase totalidade dos microscópios o curso da mesa ou do tubo canhão chega ao seu máximo sem que lâmina e objetiva se toquem; • Com o(s) olho(s) no canhão, mover o botão macrométrico, realizando a focalização grosseira; • Com o botão micrométrico, realizar a focalização do objeto; Operação do Microscópio Ótico Composto Etapas: • Mudar para objetivas de maior aumento, promovendo, novamente, a focalização com o botão micrométrico; • Completada a observação, retornar à objetiva de menor aumento, abaixar a mesa com o botão macrométrico e promover a remoção da lâmina; • Desligar o sistema de iluminação; • Cobrir o microscópio e guardá-lo em local seguro. Observações do Microscópio Ótico Composto • objetivas são parafocais: quando a focalização é feita para uma delas, as outras estão focalizadas, embora sem total exatidão; • ajuste do diafragma de abertura do condensador sempre que necessário. Quanto maior o aumento, maior deve ser a abertura do diafragma para manter o poder de resolução Observações do Microscópio Ótico Composto • fazer o ajuste da altura do sistema de condensação ao passarde um aumento menor para um aumento maior. Quanto maior o aumento, mais próximo da mesa do equipamento ele deve estar. Aumento no Microscópio Ótico A capacidade de ampliação depende dos conjuntos de lentes instaladas no tubo do microscópio: a ocular e a objetiva. A objetiva na parte inferior do tubo, produz uma imagem real projetada no plano focal, imagem essa depois ampliada pela ocular para a imagem final observável. Os microscópios são equipados com várias objetivas com diferentes capacidades de ampliação. Ampliação Ampliação Final (Objetiva) (Ocular) (Objetiva X Ocular) 4 X 10 X 40 X 10 X 10 X 100 X 40 X 10 X 400 X 100 X 10 X 1000 X Uso do Óleo de Imersão As objetivas de imersão se distinguem por trazerem gravada a palavra “imersão”, “óleo” ou ainda, uma faixa negra. Elas são lentes de grande aumento, que criam a situação: n (ar)=1 n (vidro)=1,52 n (óleo)=1, 51 Ajuste Interpupilar/ Correção Dióptrica É a distância compreendida entre o centro de 2 pupilas. Esse ajuste varia de pessoa para pessoa e é realizado, alterando- se a distância entre as 2 oculares de um microscópio com dois canhões. É necessária nos indivíduos que possuem olhos com capacidade de focalização diferente. Para isso: • focaliza-se a preparação com o olho direito, utilizando-se os botões macro e micrométrico; • focaliza-se a preparação com o olho esquerdo, com o auxílio do anel existente na ocular esquerda. Aplicações nas Ciências Farmacêuticas • O farmacêutico industrial faz uso do microscópio no estudo da morfologia vegetal, visando o controle de qualidade e estudos farmacognósticos. Além disso, a estabilidade de emulsões pode ser verificada através desse aparelho. Dentro das Análises Clínicas, o microscópio é imprescindível, sendo usado para: • identificação de microrganismos patógenos ou não; • estudo de tecidos e das alterações fisiopatológicas; • análise de secreções e líquidos biológicos. Exemplo: contagem diferencial de células sanguíneas, presença de cristais na urina, motilidade dos espermatozóides no sémem, etc.
Compartilhar