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A Enfermagem na prevenção e controle das Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde Disciplina: Semiologia e Semiotécnica II Prof. Ms Bruno Valois Principais conceitos COLONIZAÇÃO Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais do hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica. Ex.: Microbiota humana normal. CONTAMINAÇÃO Presença transitória de microrganismos em superfícies, sem invasão tecidual ou relação de parasitismo. Pode ocorrer em objetos inanimados ou em hospedeiros. Ex.: Microbiota transitória das mãos. Principais conceitos em IH INFECÇÃO Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos dos agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica. INTOXICAÇÃO Danos decorrentes da ação de produtos tóxicos , que também podem ser de origem microbiana. Ex.: Toxinfecção alimentar. Principais conceitos em IH INFECÇÃO PREVENÍVEL É a infecção em que a alteração de algum evento relacionado pode implicar na sua prevenção. Ex.: Infecção cruzada – aquela transmitida de um paciente para outro, geralmente tendo como veículo o profissional de saúde. Infecção comunitária • É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente no hospital, desde que não relacionada com a internação anterior no mesmo hospital. São também IC: • Infecção associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos. • Infecção do RN, cuja aquisição por via placentária é conhecida e tornou-se evidente após o nascimento. Ex: Toxoplasmose, herpes simples. • Infecção do RN associada à bolsa rota com mais de 24 horas. Critérios Gerais das Infecções hospitalares Quando na mesma topografia da infecção comunitária for isolado outro germe, seguido de agravamento das condições clínicas do paciente. Infecção que se apresenta com mais de 72 horas após a admissão, quando se desconhece o período de incubação e não houver evidência clínica e/ou laboratorial no momento da internação. São também convencionadas IH as que aparecem antes de 72 horas na internação quando associadas aos procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos no período. Infecção Hospitalar • Pacientes • Funcionários • Visitantes Fonte de Infecção • Pacientes no ambiente hospitalar Hospedeiro Susceptível • Contato, gotículas,via aérea • Veículo comum, vetores Meios de Transmissão Meios de Transmissão CONTATO • Mais frequente e importante meio de transmissão. • Mãos dos profissionais, luvas não trocadas, contato entre pacientes, instrumentos contaminado. • Ex.: Microrganismos multirresistentes, varicela zoster, impetigo VEÍCULO COMUM • Água, alimentos, medicamentos ou mesmo equipamentos. VETORES • Moscas, mosquitos, etc. Meios de Transmissão GOTÍCULAS • Pessoa fonte- tosse, espirro, conversação, aspiração de secreções, realização de procedimentos. • As partículas são depositadas na conjuntiva, mucosa nasal ou boca do hospedeiro susceptível. • Podem atingir a distância de um metro, mas não permanecem suspensas no ar. • Ex.: Meningite por N. meningitidis e por Haemophilus influenzae, difteria, coqueluche, influenza, etc. Meios de Transmissão AÉREA • Os microrganismos são disseminados por correntes de ar e podem ser inalados por hospedeiros susceptíveis, mesmo a longas distâncias. • Ocorre quando os microrganismos estão em pequenas partículas suspensas no ar (≤ 5 µ m) ou gotículas evaporadas que permanecem suspensas no ar por longo tempo. • Ex.: Tuberculose pulmonar, varicela zoster, sarampo Precaução Padrão • Higienização das mãos: lave com água e sabonete ou friccione as mãos com álcool a 70% (se as mãos não estiverem visivelmente sujas) antes e após o contato com qualquer paciente, após a remoção de luvas e após o contato com sangue ou secreções. • Use luvas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas. Calce-as imediatamente antes do contato com o paciente e retire-as logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. • Use óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para proteção da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e superfícies corporais. • Descarte em recipientes apropriados seringas e agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las. Precaução de Contato • Higienize as mãos antes e após o contato com o paciente; use óculos, máscara cirúrgica e avental quando houver risco de contato com sangue ou secreções; • Use luvas e avental em toda manipulação do paciente, de cateteres e sondas, do circuito e dos equipamentos e outras superfícies próximas ao leito. Coloque-os imediatamente antes do contato e retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. • Quando não houver disponibilidade do quarto privativo, a distância mínima entre os leitos deve ser de um metro. • Equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente. Precaução para aerosóis • Precaução padrão: higienize as mãos antes e após o contato com o paciente, use óculos, máscara cirúrgica e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções, descarte adequadamente pérfuro-cortantes • Mantenha a porta do quarto SEMPRE fechada e coloque a máscara antes de entrar no quarto. • Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros pacientes com infecção pelo mesmo microrganismo. • Pacientes com suspeita de tuberculose resistente ao tratamento não podem dividir o mesmo quarto com outros pacientes com tuberculose • O transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário o paciente deverá usar máscara cirúrgica durante toda a sua permanência fora do quarto. Precaução para gotículas • Indicações: meningites bacterianas, coqueluche, difteria, caxumba, influenza, rubéola, influenza A (H1N1), etc. • Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. A distância mínima entre dois leitos deve ser de um metro. • O transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda a sua permanência fora do quarto. Higienização das mãos Microbiota Transitória da Pele • Coloniza a camada superficial da pele; • Sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos (água e sabão); • É adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente (colonizados ou infectados), ambiente, superfícies próximas e equipamentos contaminados; • Consiste de microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, que raramente se multiplicam na pele. Alguns podem provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. Microbiota Residente da Pele mai s • Está aderida às camadas mais profundas da pele e é resistente à remoção apenas com água e sabonete; • As bactérias que compõem esta microbiota são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato. Ex.: estafilococos coagulase negativos e bacilos difteróides. • No entanto, as mãos de profissionais de saúde podem ser persistentemente colonizadas por microrganismos patogênicos (ex. Staphylococus aureus); • Nesses casos, podem tem importante papel como causa de infecção relacionada à assistência à saúde em unidades críticas. Higienização das mãos • Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. • O termo engloba a higienização simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos. • Consiste emremover sujidade, suor, oleosidade, pelos e células descamativas da microbiota da pele, com a finalidade de prevenir e reduzir as infecções relacionadas a assistência à saúde. Higienização simples das mãos Fricção antisséptica das mãos Antissepsia cirúrgica ou preparo pré operatório das mãos Higienização das mãos Algumas medidas recomendadas: Ø Lave as mãos com água e sabão quando visivelmente sujas. Ø Use preferencialmente produtos à base de álcool para antissepsia rotineira (sem sujeira visível). Ø Nunca use simultaneamente produtos à base de álcool com sabão antisséptico Ø O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. Ø Estimule os familiares e visitantes a higienizar suas mãos, antes e após o contato com o paciente. Equipamentos e insumos necessários para a Higienização das mãos • Segundo a RDC/ ANVISA Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, sempre que houver paciente (acamado ou não), examinado, manuseado, tocado, medicado ou tratado, é obrigatória a provisão de recursos para a higienização das mãos por meio de lavatórios ou pias para uso a equipe de assistência. • Nos locais de manuseio de insumos, amostras, medicamentos, alimentos, também é obrigatória a instalação de lavatórios/pias. Equipamentos e insumos necessários para a Higienização das mãos Equipamentos e insumos necessários para a Higienização das mãos Os 5 momentos para Higienização das mãos Sequência da Higienização das Mãos Referências • ALVES, N. F. et al. Conhecimento da enfermagem na prevenção de infecção hospitalar. Rev Inst Ciênc Saúde. 2007; 25(4):365-72. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de vigilância Sanitária. Pediatria: prevenção e controle de infecção hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 116p – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em : http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_pediatria.pdf. Acesso em 18/02/2014. • BRASIL. . Ministério da Saúde. Agência Nacional de vigilância Sanitária. Manual de Segurança do Paciente. Higienização das mãos. Disponível em: www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf. Acesso em 02/2011 • Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. 10 passos para a segurança d o p a c i e n t e . S ã o P a u l o , 2 0 1 0 . D i s p o n í v e l e m : http://inter.coren- sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente.pdf. Acesso em: 31/01/2013. • SILVA, L. D.; PEREIRA, S .R. M.; MESQUITA, A. M. F. Procedimentos de Enfermagem: Semiotécnica para o Cuidado. Rio de Janeiro: Medsi. 2004.
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