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RESUMO Ainda existem muitos gargalos em relação à inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Apesar de encontrar amparo na legislação, ainda há muito despreparo em relação aos profissionais envolvidos, e até mesmo nos espaços que deveriam propiciar a inclusão, tais como os centros educacionais, que são de extrema importância para o desenvolvimento de todos os indivíduos. Analisaremos o verdadeiro sentido da inclusão, tal como os desafios que podem surgir em meio a essa busca, e o papel do educador como intermediador na promoção de um ensino de qualidade para todos, independentemente de suas limitações. Também vamos analisar a importância do amparo jurídico, e das políticas públicas que visem a inclusão. O papel da família também é fundamental e de extrema importância, tornando a inclusão cada vez mais real e eficiente. Palavras-chaves: Inclusão. Deficiências. Educação. Família. Escola. ABSTRACT There are still many bottlenecks regarding the inclusion of people with disabilities in Brazil. Despite finding support in the legislation, there is still much unpreparedness in relation to the professionals involved, and even in the spaces that should provide inclusion, such as educational centers, which are extremely important for the development of all individuals. We will analyze the true meaning of inclusion, as well as the challenges that may arise in the midst of this search, and the role of the educator as an intermediary in promoting quality education for all, regardless of their limitations. We will also analyze the importance of legal protection and public policies aimed at inclusion. The role of the family is also fundamental and extremely important, making inclusion increasingly real and efficient. Keywords: Inclusion. Shortcomings. Education. Family. School 10 INTRODUÇÃO O presente trabalho busca refletir sobre o processo de inclusão na educação, envolvendo as perspectivas e desafios do educador neste campo de atuação. A escolha desse tema partiu do princípio de que a educação inclusiva é um dos novos desafios perante ao ambiente escolar, trazendo novas demandas em um ambiente democrático e transformador. É preciso que o educador esteja preparado frente às novas exigências e realidade. De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal de 1988: " A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". O artigo 208, item III define ainda que o dever do Estado é garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. A educação como direito de todos é citada pela primeira vez na constituição de 1934, tendo sua escrita aprimorada até chegar à maneira como é definida em 1988, também chamada de Constituição Cidadã, onde entre os fatos novos está a colaboração da família, através da promoção e do incentivo, no processo educativo, além de garantir direitos a grupos sociais até então marginalizados, como as pessoas com deficiência – que também participaram ativamente de sua elaboração. Mais um passo de suma importância no contexto da inclusão, foi a promulgação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei nº 13.146 / 2015, que consolida regras e garante direitos para pessoas com deficiência. O Estatuto consolida o direito à educação inclusiva, onde se uma escola, pública ou privada, recusar a matrícula de aluno com deficiência ou cobrar taxas extras, poderá ter seus responsáveis punidos pelo crime de discriminação, cujas penas variam de 2 a 5 anos de reclusão e multa. É muito importante o embasamento e apoio jurídico, porém as escolas precisam se especializar para oferecer um atendimento de qualidade, e não só para cumprir a legislação. Para garantir a efetivação da inclusão educacional, é fundamental a capacitação docente, além de adequar todo o contexto escolar, 11 englobando políticas pedagógicas, infraestrutura, medidas legais, gerando comprometimento e preparação de toda a equipe escolar para uma efetiva educação inclusiva. Além de olhar para a patologia, é preciso olhar para a o aluno que ali está, oferecendo acolhimento, recursos e apoio necessários, sem os quais não conseguiria adquirir os conhecimentos e habilidades. Segundo Meurieu, 2002: “É preciso dar-lhe o direito de escrever (a sua história) por si mesmo.” Diante do exposto, o seguinte trabalho tem a intenção de pesquisar, estudar e questionar o verdadeiro sentido da inclusão, os desafios que podem surgir meio ao caminho da inclusão, as melhores formas de promover a inclusão de maneira efetiva, e o papel dos educadores nessa caminhada. Alguns atores utilizados como embasamento nesse estudo são Sanchez (2005), Meurieu (2002), Sassaki (2003), Nogueira (2009), Rodrigues (2006), além de outros autores que abordaram o tema tratado em suas obras. A monografia será dividida em 4 capítulos, o primeiro deles tratando sobre o conceito de inclusão e os desafios que são encontrados nesse processo, o segundo abordando as patologias e suas implicações na aprendizagem, o terceiro tratando as políticas públicas e legislações em apoio à educação inclusiva, e o último capítulo tratando o papel do educador frente à inclusão. 12 1. INCLUSÃO E SEUS DESAFIOS A inclusão sugere que todos os alunos tenham uma resposta educativa num ambiente escolar que propicie o desenvolvimento de suas habilidades, tal como definido pela Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresente. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola. (p. 11-12) Assim, temos um princípio de escola inclusiva mais abrangente, com igualdade de oportunidades a todos, onde a qualidade e o sucesso de ensino sejam o objetivo maior, e ao falar em educação para todos, abrangemos a totalidade, independente das características particulares de cada um. O movimento de inclusão defende a ideia de que o ensino regular deve oferecer atendimento a todos, independente de suas necessidades específicas, promovendo a participação de crianças com necessidades especiais em todos os aspectos da escola e comunidade. Porém, para isso, acaba sendo exigido da escola um nível de ensino que corresponda com sucesso à todas as necessidades, e infelizmente, ainda são poucas as escolas com recursos para tal. Segundo Nogueira (2009), “as interações que as crianças e os alunos estabelecem entre si e os adultos são fundamentais para o seu desenvolvimento”, e sendo assim, uma das grandes vantagens da educação inclusiva é favorecer a integração, cooperação e troca entre os alunos. O papel da escola consiste em favorecer que cada um, de forma livre e autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige para si. Esta 13 concepção permite concluir que o conceito de inclusão engloba também aqueles que de certa forma são excluídos da sociedade e não somente alunos com deficiências, visto que o termo de necessidadesé bastante vago, incluindo a todos que precisem de apoio para realizar suas atividades regularmente. A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social. SANCHEZ (2005) Para a preservação de um Estado democrático, é preciso construir uma sociedade inclusiva, preservando o direito de todos ao seu lugar em comunidade, comunidade essa que deve estar voltada ao acolhimento, aceitação, oportunidades de desenvolvimento e qualidade. Os primeiros registros que se tem de inclusão, ainda que timidamente, são de 1960, ganhando espaço com o passar das décadas, e representam uma grande conquista, visto que impulsionaram um movimento de persuasão para que os sistemas de ensino se enquadrassem nas novas determinações legais. Os maiores obstáculos rumo à inclusão encontram-se principalmente relacionados às falhas estruturais e metodológicas no sistema, porém a importância de sua disseminação está no fato de tornar o assunto discutido mundialmente, nas diferentes esferas educacionais e sociais, de maneira a ganhar visibilidade e espaço. Portanto, existe a necessidade de aprender a conviver com a diversidade, buscando meios para que a inclusão ocorra de fato, garantindo a eficiência do processo, e se tornando o grande desafio e consequentemente conquista da atualidade. É importante destacar que há muito debate em torno da qualidade e produtividade no ensino ofertado publicamente, pois há uma preocupação em propagar os termos em questão de expansão de vagas e acesso às escolas, sem 14 levar a mesma importância em conta com relação aos números de permanência e qualidade necessária e desejada. Através da educação é possível oferecer alternativas para que aqueles que se encontrem excluídos do sistema tenham a oportunidade de ressocialização, lutas por direitos e cidadania, visto que a exclusão social é algo tão antigo quanto a socialização do homem. Educação inclusiva é o conjunto de princípios e procedimentos implementados pelos sistemas de ensino para adequar a realidade das escolas à realidade do alunado que, por sua vez, deve representar toda a diversidade humana. Nenhum tipo de aluno poderá ser rejeitado pelas escolas. As escolas passam a ser chamadas inclusivas no momento em que decidem aprender com os alunos o que deve ser eliminado, modificado, substituído ou acrescentado nas seis áreas de acessibilidade, a fim de que cada aluno possa aprender pelo seu estilo de aprendizagem e com o uso de todas as suas múltiplas inteligências (SASSAKI, 2003, p.15) Embora muitas pessoas confundam o processo de integração com o da inclusão, é preciso perceber as diferenças de suas propostas e analisar os objetivos que cada um desses processos propõe. A integração pode ser tornar excludente, quando exige que a pessoa com deficiência se adapte à sociedade, onde ocorre a exclusão, por um princípio de sugestão de incapacidade. Inclusão é o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, para que as pessoas com algum tipo de deficiência possam assumir seus papeis na sociedade. A sociedade precisa se transformar e capacitar para atender as necessidades de seus membros. Para que a inclusão ocorra na prática, os professores precisam inovar, criar novos métodos, mudar conceitos. Para uma escola inclusiva, seus planos precisam estar voltados para a cidadania, livre de preconceitos, reconhecendo e valorizando as diferenças. O processo de inclusão depende das inovações que ocorrerão relacionadas à escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todos envolvidos nesse processo. Muito já se discutiu e muito há para se discutir sobre a inclusão, pois ainda há resistência em perceber as mudanças que estão ocorrendo, o que implica em dificuldade para praticar tais mudanças em sua prática social. Não 15 devemos deixar de buscar meios para que um dia a família, a escola e a sociedade em geral interajam em prol da inclusão das pessoas com deficiência, de maneira a gerir os recursos disponíveis, ao nível de planejamento e recursos humanos, físicos e materiais, em prol das necessidades comuns. Não basta que os alunos com deficiência estejam integrados às escolas comuns, eles devem participar plenamente da vida escolar e social dessa comunidade. As escolas devem estar preparadas para acolher e educar a todos os alunos. A inclusão assume que a convivência e a aprendizagem em grupo são a melhor forma de beneficiar a todos. A Educação Inclusiva implica outras formas de olhar o processo de ensinar, assim como de aprender. O enfoque do problema é colocado na Escola e não no aluno (UNESCO, 2005 citado em Lima Rodrigues et al., 2007). Assim, Educação Inclusiva passa então a assumir uma dimensão mais ampla, uma vez que, não só abrange a escola regular como toda a sociedade que se quer inclusiva e solidária (Costa, 2006). Ainda nos deparamos com a falta de apoios técnicos especializados nas escolas do ensino regular. Segundo Rodrigues (2006), a escola regular ainda precisa de mais psicólogos, terapeutas da fala, equipamentos e recursos materiais mais diferenciados para conseguir responder a todos os alunos com um atendimento “individualizado” e de qualidade. 16 2. PATOLOGIAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM Para entender melhor as diferenças, é necessário saber qual o significado de deficiência e síndrome. Deficiência quer dizer insuficiente, insatisfatória; segundo a psicologia, diz-se de uma pessoa diminuída das faculdades físicas ou intelectuais. Pessoas com desenvolvimento incapaz, em termos mais específicos, um déficit, que pode ser intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo (quando atinge duas ou mais áreas). Já a síndrome é uma série de sinais e sintomas juntos. 2.1 Autismo Nas últimas décadas, a incidência de casos de autismo tem crescido de forma significativa em todo o mundo (SCHECHTER; GRETHER, 2008). Em países como os Estados Unidos, a média de idade das crianças diagnosticadas tem sido de 3 a 4 anos (CHAKRABARTI; FOMBONNE, 2005). O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. São transtornos com influência genética causado por defeitos em partes do cérebro, como o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a amídala (que tem funções ligadas ao comportamento social e emocional) e o cerebelo (parte mais anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontais). Alguns dos sintomas observados são: falta de contato visual, inquietação exacerbada, pouca vontade para falar, agressividade, ansiedade, movimentos pendulares e repetitivos, resistência a mudanças de rotina. Tem dificuldades na interação social, ou de comportamento e de comunicação. Porém alguns têm habilidades especiais e se tornam gênios. 17 Não existem exames laboratoriais ou de imagem que ajudem a identificar o autismo. Em geral, o médico considera o histórico do paciente, a observação de seu comportamento e os relatos dos pais. Se por um lado há autistas com graves dificuldades, tais como na fala, por outro se encontrao problema em pessoas com alto desempenho em alguma habilidade, como pintar ou fazer contas matemáticas. Pacientes de alta funcionalidade, com ausência dos sinais clássicos da doença, muitas vezes acabam recebendo o diagnóstico correto apenas quando adultos. O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o indivíduo a realizar, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os dentes e comer. Isso, claro, sempre de acordo com o grau de dificuldade de cada criança. Quando as intervenções são feitas precocemente, há boa chance de melhora nos sinais do autismo. Agressividades podem se manifestar, principalmente em mudanças de rotina, pois as alterações não são bem-vindas e para minimizar a dificuldade de relacionamento é preciso criar situações que possibilitem a interação. As instruções devem ser claras evitando discursos longos. A criança autista necessita de acompanhamento familiar e especializado, pois seu desenvolvimento acontece de maneira gradual e exige paciência por parte dos pais e dos educadores. O processo de aprendizagem de uma criança com autismo leva tempo, por isso requer calma e empenho. Sendo assim, deve-se entender que o tempo da criança autista é diferente e deve ser respeitado. Desta forma Amy (2001) afirma a importância de uma educação voltada para a percepção, na imitação e na motricidade, que são ferramentas indispensáveis a comunicação, onde somente um método não é o bastante, mas sim a mistura entre eles. Tanto os pais como os educadores devem incentivar e mostrar as crianças que elas aprendem para que se sintam motivadas. A educação é umas das maiores ferramentas para o desenvolvimento de uma criança autista. Através da educação essas crianças podem aprender tanto matérias acadêmicas quanto atividades do cotidiano. A 18 aprendizagem da criança autista não é fácil, contudo fica evidente que com dedicação estas crianças podem alcançar uma vida de qualidade. 2.2 Síndrome de Down A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. Segundo Gama: Acredito que não se deve mais deixar os jovens com Síndrome de Down aquém dos assuntos que dizem respeito. Cabe nós ouvi-los e ajudá-los diante das dificuldades, dos sonhos e dos questionamentos, principalmente se tratando de assunto que auxiliam em sua formação. Se não forem resolvidas estas questões, nós, enquanto profissionais, devemos silenciar diante desta realidade, porque não teremos subsídios para colocarmos a favor ou contra as potencialidades ou limitações desses jovens (GAMA, 2001, p. 7). As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas. São sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução de tônus muscular). Também podem sofrer com problemas na coluna na tireoide, nos olhos e no aparelho digestivo, entre outros, e muitas vezes já nascem com anomalias cardíacas, solucionáveis apenas com cirurgias. Durante a gestação, o ultrassom morfológico fetal para avaliar a transluscência nucal (realizado entre 11 e 14 semanas) pode sugerir a presença da síndrome, que só é confirmada pelos exames de amniocentese e amostragem das vilosidades coriônicas. Depois do nascimento, o diagnóstico clínico de síndrome de Down é comprovado pelo exame do cariótipo (estudo dos cromossomos). A estimulação precoce desde o nascimento é a forma mais eficaz de promover o desenvolvimento dos potenciais da criança com síndrome de Down. 19 Como todas as outras, essa criança precisa fundamentalmente de carinho, alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente acolhedor. A criança com síndrome de Down tem idade cronológica diferente de idade funcional, desta forma, não devemos esperar uma resposta idêntica à resposta das crianças sem a síndrome. Esta deficiência decorre de lesões cerebrais e desajustes funcionais do sistema nervoso. O desempenho melhora quando as instruções são visuais, por isso na sala de aula é importante reforçar os comandos, solicitações e tarefas preferencialmente com modelos que eles possam ver, com grandes e chamativas ilustrações. A linguagem verbal deve ser simples por que uma das dificuldades do aluno com síndrome de down é cumprir regras. 2.3 Paralisia Cerebral Embora se atribua a um cirurgião inglês, William Little, o registro das primeiras descrições médicas de uma desordem motora que afetava algumas crianças em seus primeiros anos de vida (NINDS, 2006), foi Freud, em sua “fase neurológica”, quem cunhou o termo “Paralisia Cerebral”, quando, precisamente, estudava a Síndrome ou Moléstia de Little. Paralisia cerebral é um transtorno resultante de um dano cerebral, em geral causado ainda na vida uterina, ou durante o nascimento. Também há casos de paralisia cerebral adquirida após o nascimento, geralmente durante os primeiros meses ou anos de vida. Alguns fatores que podem favorecer uma paralisia cerebral incluem: nascimento prematuro, incompatibilidade sanguínea entre a mãe e a criança, perda prolongada de oxigênio antes ou durante o parto, infecções bacterianas que atinjam o sistema nervoso central, entre outros. Crianças com paralisia cerebral são frequentemente lentas para atingir marcos do desenvolvimento, tais como aprender a rolar, sentar, engatinhar, sorrir ou 20 caminhar. Os pais muitas vezes são os primeiros a suspeitar que seu bebê não está desenvolvendo habilidades motoras normalmente. Sinais físicos de paralisia cerebral incluem fraqueza e hipotonia dos músculos, ou espasticidade e rigidez. Em alguns casos, doenças neurológicas (tais como retardo mental ou convulsões) também ocorrem em crianças com paralisia cerebral. Incluir um deficiente de paralisia cerebral na escola não é difícil, o difícil é saber como incluir e de maneira correta para que todos tenham um melhor aprendizado dentro da sala de aula, para que isso também reflita fora dela. Conhecimentos sobre os fenômenos relacionados ao desenvolvimento e à aprendizagem, conhecimentos específicos da neurobiologia sobre os mecanismos ou alterações neurológicas resultantes da paralisa cerebral e outras deficiências, juntamente com outros campos de conhecimento, podem influenciar de maneira positiva a ação docente. 2.4 Deficiência Visual Segundo Hugonnier e Clayette (1989), são diferentes os sentimentos que movem os homens no tratamento da pessoa cega. Compaixão, temor ou admiração misturam-se através dos tempos. Deficiência visual é o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. Não são consideradas deficiências visuais as doenças que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias. A cegueira ocorre quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala e os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais. O diagnóstico de deficiência visual pode ser feito muito cedo, exceto nos casos de doenças degenerativas como a catarata e o glaucoma, que evoluem com o passar dos anos. A escola pode recomendar aos pais e responsáveis que busquem fazer o exame de acuidade visual das crianças sempre que notarem comportamentos relacionados a dificuldades de leitura, dores de cabeça ou vista cansada durante as aulas. O aluno cego tem direito a usar materiais adaptados, como livros didáticos transcritos para o braile ou a reglete para escrever durante as aulas. A alfabetização21 em braile das crianças com cegueira total ou graus severos de deficiência visual é simultânea ao processo de alfabetização das demais crianças na escola, mas com o suporte essencial do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Vale lembrar que, de acordo com o Decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008, o Estado tem o dever de oferecer apoio técnico e financeiro para que o atendimento especializado esteja presente em toda a rede pública de ensino. Mas cabem ao gestor da escola e às Secretarias de Educação a administração e o requerimento dos recursos para essa finalidade. Através da visão, as pessoas podem identificar objetos, distinguir cores, formas, tamanhos, distâncias, gestos e signos além das noções de luminosidade. Certas habilidades como observar, comparar, seguir modelo, deduzir, interpretar e até mesmo controlar são mais favoravelmente desenvolvidas com as ajudas dos canais visuais, como exemplifica Ferrel (1999): “[...] quando você enxerga bem, vê, o tempo todo, o que acontece a seu redor. Se quiser, pode fechar seus olhos no momento que desejar não vê. Com a visão você tem o controle de tudo. Entretanto, quando não vê bem, a história é diferente.” Assim, uma pessoa desprovida da capacidade visual tem que lidar com uma gama de obstáculos que poderão afetar seu desenvolvimento psicomotor, intelectual e socioemocional, se não receber atendimento especializado tão logo seja detectado seu problema. A atenção deve ser redobrada quando o assunto é mobilidade e orientação, sendo preciso identificar os degraus com contrastes (faixas amarelas ou barbantes), os obstáculos como pisos com alturas diferentes, e principalmente os vãos livres com desníveis. A sinalização de marcos é importante, como tabuletas indicando cada sala e espaço, feitas também em braile. Outra atividade necessária é trabalhar com maquetes em sala de aula, para que o espaço em que ele esteja inserido seja facilmente identificado. Já na sala de aula é sempre aconselhável não deixar mochilas no chão ou no corredor entre as cadeiras. O professor deve usar materiais maiores e reconhecidos através do tato, os alunos com baixa visão devem sentar próximos do quadro negro, sempre nas primeiras cadeiras. Alguns necessitam de um material diferenciado. 22 Sobre as deficiências visual e auditiva, que será tratada em seguida, afirmou Vygotsky: “O cego e o surdo estão aptos para exercer todos os aspectos da conduta humana, quer dizer da vida ativa a questão particular de sua educação se reduz apenas à substituição de umas vias por outras para a formação das conexões necessárias.” (VYGOTSKY, 1989). 2.5 Deficiência Auditiva É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. De origem genética ou pode ser provocada por doenças infecciosas, como a rubéola e a meningite. Pode ser também temporária, causada pela otite. A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado. Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral. Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para isso, recomenda-se que a direção da escola entre em contato com a Secretaria de Educação responsável. No dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado do aluno surdo. Falar com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos que sabem fazê-lo. Dar 23 preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no quadro negro. Existem duas formas de o aluno com deficiência auditiva desenvolver a linguagem. Uma delas é usando o aparelho auditivo e passar por um acompanhamento terapêutico, familiar e escolar. Pessoas surdas conseguem falar, para isso basta passar por terapia, receber novos moldes e próteses e ter o apoio da família e do professor. Outra maneira é aprender a língua brasileira de sinais (Libras), fundamental para a comunicação com os demais e para o processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas salas de AEE. É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos. O aluno que tem perda auditiva também demora mais para se alfabetizar, o professor deve pedir ao aluno que sente sempre nas carteiras da frente, para que o mesmo possa ajudá-lo. 2.6 TDAH O TDAH é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais conhecidos na infância. Devido à baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões sinápticas do lobo frontal, leva o indivíduo a uma tríade sintomatológica de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, ocasionando sérias dificuldades para o processo de aprendizagem. O Transtorno é causado por um mau funcionamento da neuroquímica cerebral. Ainda não foi descoberto o mecanismo exato, porém estudos confirmam que há uma alteração metabólica, principalmente na região pré-frontal do cérebro, principal reguladora do comportamento humano. [....] Este transtorno é considerado uma doença relacionada à essência de produção de determinados neurotransmissores que são substâncias produzidas em maior ou menor quantidade no sistema nervoso central e regula o funcionamento do mesmo. (FILHO, 2003) 24 Para o caso da criança portadora de TDAH, o indivíduo não consegue manter, por algum tempo, sua atenção em um mesmo objeto, em um mesmo foco. É a atenção espontânea que predomina. Hiperatividade significa um aumento da atividade motora, deixando a mesma quase constantemente em movimento. As definições da palavra impulsividade – força que impele estímulo, abalo, ímpeto, impulsão – ajudam a compreender a maneira pela qual o indivíduo portador do TDAH reage diante do mundo. Pequenas coisas podem despertar-lhes grandes emoções e a força dessas emoções gera o combustível de suas ações. Estudos cada vez mais aprofundados e específicos sobre o TDAH desvendam novas técnicas de enfrentamento para esta problemática, novos recursos psicoterapêuticos e medicamentosos, com a finalidade de que haja uma diminuição da interferência que os sintomas do TDAH causam na vida da pessoa, fazendo com que esta consiga aumentar a concentração e controlar a hiperatividade e a impulsividade. Recursos estes se tornam especialmente necessários para as crianças do período pré-escolar e ensino fundamental, onde a desatenção e a impulsividade comprometem além do processo de aprendizagem, os relacionamentos e a autoestima. A falta de informação, conhecimento e compreensão que envolve o processo escolar são grandes obstáculos que a criança enfrenta neste período juntamente com as características do transtorno, fazendo com que professores colegas e pais considerem o comportamento desta criança como sendo rebelde e desinteressado, tendo para com ela um tratamento preconceituoso. Estimulada e apoiada, a criança participa ativamente do tratamento, evidenciando freqüentemente criatividade e entusiasmo no manejo das dificuldadesassociadas ao TDAH (Silva, 2003). A prevalência do déficit de atenção e hiperatividade está entre 3% e 5% em crianças em idade escolar e costuma ser mais comum em meninos do que em meninas. É considerada uma das patologias psiquiátricas mais frequentes nesse grupo etário, devendo ser assistida por profissionais experientes nas áreas de neuropediatria, psiquiatria ou interdisciplinares. 25 2.7 Deficiência Física São diversas condições que comprometem a mobilidade, a coordenação motora geral, tanto nos membros como na fala. Pode ser causada por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, má formação congênita ou por condições adquiridas, que exige dos professores cuidados específicos em sala de aula. São exemplo de deficiências físicas: amiotrofia espinhal (doença que causa fraqueza nos músculos), hidrocefalia (excesso de líquido que serve de proteção ao sistema nervoso central), entre outras. Podem apresentar dificuldades no grafismo em função de um comprometimento motor. Muitas vezes o aprendizado é mais lento, porém, com exceção na alteração da motricidade oral, a linguagem é adquirida sem problemas. Alguns necessitam de cadeira de roda e muletas para se locomoverem, outros apenas de material adaptado. Paula e Costa (2007), falando sobre escolas inclusivas registram que estas têm como principais características respeitar, aceitar e acreditar no potencial de cada aluno, não apenas os alunos deficientes, mas sim para todos, dando então uma educação de qualidade e sem preconceitos. A escola precisa ser adaptada com elevadores e rampas. O professor tem que estar atento às necessidades dos alunos na questão de ir ao banheiro, é indispensável que seja solicitado um funcionário para acompanhá-los. Já nos casos de hidrocefalia, é necessário estar atento quanto a vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula implantada na cabeça. 26 3. POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÕES A educação inclusiva expressa democracia, essencial no processo de formação de cidadãos e tornando a sociedade mais justa e integrada. Na concepção de Freire (1996), ensinar não se restringe apenas à simples transmissão de saberes prontos e cristalizados, mas sim, constitui um exercício constante de autonomia, liberdade e amor ao trabalho. Para concretizar esse objetivo, um meio eficiente são as políticas públicas, pois através delas é possível efetivar a educação inclusiva, oferecendo aos alunos que necessitam de um ensino especializado, educação especial de qualidade dentro do sistema comum de ensino. A principal perspectiva é garantir os direitos do aluno, facilitando seu acesso e permanência na escola, e criando estruturas adaptadas a todos os tipos de necessidades. Visa também a qualificação docente, para que ele possa repassar o mesmo conteúdo a todos, levando em conta as particularidades de cada um. A educação inclusiva vem sendo trabalhada há muito tempo, entretanto, ainda há falhas na adequação das escolas, pois o que ocorre é mais uma integração das pessoas com deficiência do que de fato inclusão. Assim, o meio judiciário se torna uma forma eficiente de exigência a esse direito, infelizmente como uma forma de repressão, quando o direito está sendo descumprido, para garantir que todos os indivíduos tenham a oportunidade de ensino correspondente às suas necessidades. Diversas decisões favorecem a inclusão educacional, ainda que exista um longo caminho a percorrer para que de fato ela seja plenamente efetivada. Assim sendo, o judiciário é um importante aliado na luta pela garantia do sistema educacional inclusivo. 27 A Constituição Federal de 1988, em seu terceiro capítulo trata sobre a questão da educação. O artigo 205 garante a todos, sem restrições, o direito à educação, que, é dever de Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, no intuito de garantir o pleno desenvolvimento, preparando o indivíduo para o exercício da cidadania e qualificando-o para o trabalho. Nos arquivos subsequentes, dispõe a igualdade como um dos princípios norteadores do ensino e prevê que a efetivação desse direito, dar-se-á, dentre outros meios, através da garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, bem como atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (artigo 208, incisos I, III e IV, respectivamente). Sobre o termo preferencialmente: Este advérbio refere-se a atendimento educacional especializado”, ou seja, aquilo que é necessariamente diferente no ensino escolar para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência. Isto inclui, principalmente, instrumentos necessários à eliminação das barreiras que as pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. Por exemplo: ensino da Língua brasileira de sinais (Libras), do código Braile, uso de recursos de informática e outras ferramentas tecnológicas, além de linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas comuns para que elas possam atender com qualidade aos alunos com e sem deficiência (FÁVERO, 2004) A partir desse entendimento, fica mais fácil definir o atendimento educacional especializado, que deve ser ofertado como complemento ao ensino regular. O atendimento educacional especializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino escolar, de preferência nas escolas comuns da rede regular. Este é o ambiente escolar mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com seus pares de mesma idade cronológica e para a estimulação de todo o tipo de interação que possa beneficiar seu desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo (FAVERO, 2004) 28 . A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, institui a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), assim como disciplina a atuação do Ministério público e define crimes. Tal lei é regulamentada pelo Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consistente no conjunto de orientações normativas direcionadas à garantia do pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência e cria, no âmbito do Ministério da Justiça, o Conselho nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE). Seu artigo 15, inciso III, define a “escolarização em estabelecimentos de ensino regular com a provisão de apoios necessários, ou em estabelecimentos de ensino especial”, tendo como algumas das medidas a serem tomadas a “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas com deficiências capazes de se integrar na rede regular de ensino” (art. 24, inciso I), somada à “inclusão, no sistema educacional, da educação especial como modalidade de educação escolar que permeia transversalmente todos os níveis e modalidades de ensino.” (art. 24, inciso II). O artigo 8º, dessa mesma legislação, define: Art. 8º- Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4(quatro) anos, e multa: I – recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta. Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, estabelece, como dever da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público a garantia, com absoluta prioridade, de direitos da criança e do adolescente, dentre eles o direito à educação, à dignidade e ao respeito. O quarto capítulo do referido estatuto trata da educação, ressaltando o dever do Estado de garantir 29 atendimentoeducacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. O decreto n° 7.611, sancionado em 17 de novembro de 2011, dispõe a respeito da educação especial, do atendimento educacional especializado, além de dar outras providências. O presente decreto assegura, em seu artigo 1°, ser dever do Estado oferecer educação às pessoas que necessitem de educação especial, sendo que, para isso, deve garantir um sistema de ensino inclusivo em todos os seus níveis, adotar medidas individualizadas e eficazes de apoio, visando a um ambiente que favoreça o desenvolvimento acadêmico desses alunos, ofertando, ainda, educação especial dentro do ensino regular e apoio técnico e financeiro às instituições privadas especializadas somente em educação especial. Por meio da Resolução CNE/CEB n.º 4/2009 são instituídas as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, sendo estabelecidas as formas de atendimento em “salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos”, conforme disposto em seu primeiro artigo: Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. A Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais – UNESCO, 1994 (BRASIL, 2016), é o documento que melhor expressa a perspectiva da educação inclusiva, e a partir dela, o Brasil, a exemplo dos demais signatários, começou a implantar políticas de inclusão no ensino regular de alunos com necessidades especiais, por considerarem-nas como a forma mais democrática para a efetiva ampliação de oportunidades para essa população. 30 Em qualquer lugar do mundo, os desafios na implantação da educação inclusiva são constantes e significativos. Algumas bases legais que sustentam o processo desempenham um papel essencial para sua efetivação, desde que haja efetividade na aplicação dessas leis, ou seja, as políticas de educação inclusiva e o acesso à educação às pessoas com deficiência, seja implementado de maneira efetiva. A legislação tem dado suporte para adequar os sistemas sociais a avançar na inclusão. Pós Declaração dos Direitos Humanos de 1948, pós Constituição de 1988, pós Declaração de Salamanca de 1994, aumentou-se muito a discussão sobre a Educação Especial no Brasil, o que já constitui uma mudança. Diante de diversas leis e diretrizes institucionais, vê-se que a inclusão do aluno com deficiência tem o inquestionável mérito da socialização e que é crescente o processo de transformação das concepções teóricas e das práticas da Educação Especial. 31 4. O PAPEL DO EDUCADOR FRENTE À INCLUSÃO A educação especial é uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia, e por isso ainda se encontram professores desestabilizados no que diz respeito às pessoas consideradas “diferentes”. Dessa forma, a educação busca teorias e práticas focadas ao ensino de qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de qualidade, independentemente de suas diferenças individuais. O ideal é que na experiência educativa, educandos, educadoras e educadores, juntos ‘convivam’ de tal maneira com os saberes que eles vão virando sabedoria. Algo que não é estranho a educadores e educadoras. (FREIRE, 2005, p. 58) Atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, é necessário que os profissionais e principalmente os professores envolvidos com os trabalhos da escola estejam capacitados para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada educando. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62, situa: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 2006) O professor, no papel de autoridade, e na função de mediador entre o aluno e o conhecimento, deve promover situações pedagógicas que proporcionem aos alunos com necessidades educacionais especiais que avancem em seu potencial, superando o senso comum e quebrando barreiras. Para isso, organização, planejamento de atividades, e registros, para posterior análise sobre o que funcionou 32 de melhor maneira para os interesses educacionais e inclusivos. É preciso combater a visão de incapacidade sobre as pessoas com necessidades especiais, em prol de uma visão focada em possibilidades. O professor precisa estar atendo às particularidades de seus alunos, pois vai se deparar com desafios, e para superar os limites impostos precisa buscar novas estratégias, para superar limites e para que o aluno especial possa aprender em conjunto com os demais. De acordo com pesquisa feita por graduandas da Universidade Federal do Acre, 70% dos professores não tiveram, durante sua formação, acesso ao ensino adequado para lecionar aos alunos portadores de deficiência. Esse dado alarmante não é um caso isolado no país, mas, sim, o reflexo da formação falha de muitos professores brasileiros, que se sentem completamente perdidos no momento em que se deparam com um aluno que possui necessidades especiais. Uma preocupação é a insegurança em relação à inexperiência, já que nos cursos superiores o professor aprende apenas a lidar com a teoria e não tem acesso às práticas pedagógicas, voltada aos alunos especiais. O educador precisa ser capaz de organizar as situações de aprendizagem considerando a diversidade dos alunos, organizando o tempo e o espaço de aprendizagem. É de extrema importância um planejamento flexível que se adapte de acordo com a necessidade e capacidade de cada um, visto que o professor se situa como mediador e facilitador na organização dos alunos, de forma que possibilite uma melhor interação, mesmo em níveis diferentes, incluindo a todos, seja em qualquer proposta pedagógica. Segundo Mantoan (2009), compreender o espaço que cada um está inserido é compreender uma gama de possibilidades partindo da prática educativa dos professores. Para que se ofereça uma qualidade de vida melhor é necessário oferecer não só a prática pedagógica, mas atender à necessidade de cada um em ambientes integrados. Os professores precisam ser capacitados para desenvolver melhor suas habilidades profissionais, estando dispostos a participar de cursos de formação continuada e repensar a sua prática pedagógica mesmo quando ainda não se têm essa prática. O primeiro passo que o professor deve dar para incluir um aluno com 33 deficiência é buscar uma qualificação profissional além da graduação. A especialização em educação especial inclusiva, por exemplo, auxiliará ao educador na capacitação de que ele necessita diariamente na sala de aula. Diante de tal complexidade no processo de inclusão, faz-se importante a formação dos professores, contribuindo para que haja as mudanças necessárias exigidas pela educação inclusiva. O trabalho docente com portadores de necessidades educativas especiais na contemporaneidadedeve combinar estes dois aspectos, o profissional e o intelectual, e para isso se impõe o desenvolvimento da capacidade de reelaborar conhecimentos. Desta maneira, durante a formação inicial, outras competências precisam ser trabalhadas como elaboração, a definição, a reinterpretação de currículos e programas que propiciem a profissionalização, valorização e identificação docente (PIMENTA, 2002, p. 131-132). O serviço de apoio pedagógico, a ser desenvolvido dentro do contexto escolar, tem a finalidade de auxiliar o professor e o aluno no processo de desenvolvimento e aprendizagem, diagnosticando as necessidades educacionais especiais, ajudando a escola a definir e implantar respostas educativas à essas necessidades, desenvolvendo estratégias de flexibilização, adaptação curricular e práticas pedagógicas alternativas que promovam o avanço no processo de aprendizagem desses educandos. Um item de apoio que pode ser incluído no ambiente escolar é a sala de recursos, espaço no qual um professor especializado pode realizar a complementação ou suplementação curricular, fazendo uso de equipamentos e materiais específicos. Esse tipo de atendimento deve ser feito em pequenos grupos, em outro período, para que não venha intervir no desenvolvimento das atividades pedagógicas tirando o aluno da rotina escolar. Além disso, dentro de sala de aula o professor deve buscar a inclusão de recursos materiais aliados à atividades lúdicas, pois alunos portadores de deficiência aprendem com mais facilidade quando são expostos a materiais concretos, no lugar de conceitos abstratos. A inclusão nada mais é que um processo de inovação que exige um esforço de reestruturação e atualização de algumas escolas, fazendo com que essas escolas busquem uma reorganização escolar, ampliando seu projeto político- 34 pedagógico, incorporando novas práticas aos currículos e realizem adaptações físicas necessárias para acolher os alunos. Nesse momento é importante ressaltar que a princípio básico da educação inclusiva consiste que: [...] todas as crianças deveriam aprender juntas, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, usam de recursos e parceria com a comunidade (UNESCO, 1994, p. 05). Essas reflexões levam o professor a buscar liberdade, igualdade e fraternidade dentro da sala de aula, tendo consciência dos limites de sua atuação e buscando reverter as limitações impostas, além de valorizar a diversidade como um elemento enriquecedor do movimento social e pessoal dentro da sala de aula. O papel do professor é também o de ampliar os currículos, fazendo com que se flexibilizem diante das diferenças de seus alunos e deixe de lado a visão conservadora, destacando a inclusão como inserção social, que tenha como objetivo ultrapassar as fronteiras e dar apoio na construção do saber, semeando uma escola integrada na inclusão. Além do professor, a família dos alunos com necessidades educacionais especiais pode participar a todo o momento do processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, pois o tripé escola-família-comunidade é de suma importância, pois através dessa participação os professores têm a oportunidade de melhor conhecer o seu educando e suas especificidades, surgindo a partir daí uma troca de informações a fim de possibilitar o melhor aprendizado a todos, pois sozinho não poderá efetivar uma escola fundamentada numa concepção de inclusão. Se o professor acreditar que incluir é destruir barreiras e que ultrapassar as fronteiras é viabilizar a troca no processo de construção do saber e do sentir, ele exercerá seu papel, fundamental, para assegurar a educação inclusiva que todos 35 nós desejamos, semeando assim um futuro que sugerirá menos discriminação e mais comunhão de esforços na proposta de integrar e incluir. Para uma educação de qualidade é necessário uma formação sólida e contínua para que aconteça uma progressão continuada, e uma reflexão sobre as suas práticas pedagógicas. Caso o motivo de preocupação seja a sua inexperiência, precisa repensar seus planos para que não fique preso na questão do espaço físico ou na sala de aula, procurando criar situações que envolvam essas crianças utilizando materiais e meios de recursos ofertados pela instituição. A história da inclusão começa com a exclusão, e só depois de muita discriminação começam a surgir os primeiros casos de inclusão, um processo em andamento até hoje, e que ainda há muito a ser feito para que se tenha uma educação inclusiva de qualidade. 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante essa pesquisa, foi possível conhecer o processo histórico da educação inclusiva, sua reorganização e ainda abordar a questão da importância da formação docente na busca de uma educação de qualidade. Os programas de intervenção precoce desde o nascimento até os três anos de idade são indispensáveis para a promoção das potencialidades e aquisição de habilidades e competências. Embora os direitos voltados aos portadores de necessidades especiais estejam previstos em lei, é necessário frisar que as regras e teorias não são suficientes, vistas as singularidades de cada aluno. Apesar dos muitos documentos que discutem a inclusão, ainda falta evolução no sentido de oferecer condições para que ela se torne real e efetiva. As políticas públicas por si só não garantem a efetivação dos direitos e cabe ressaltar, que o sentido da inclusão não cabe somente à escola, principalmente quando não se tem as adequações necessárias para garantir uma educação inclusiva na sua totalidade. É preciso de um trabalho contínuo de estudo, pesquisa, conscientização e politização de diversos segmentos da sociedade para que exista uma luta coletiva na defesa de melhores condições de trabalho docente, formação continuada gratuita e também pela objetivação no cotidiano dos direitos que assegurem dignidade aos alunos, professores e todos os envolvidos direta ou indiretamente com a educação formal para todos. Conquistas desta amplitude só serão conseguidas mediante uma mobilização social consciente e firme na reivindicação de dignidade, respeito e cidadania. Em relação a didática inclusiva, o planejamento do professor precisa ser flexível, assegurando ao aluno o seu direito e assim driblar as principais dificuldades ou limitações existentes. Vale ressaltar que somente a participação dos professores no papel de incluir não basta, é preciso um trabalho pedagógico coletivo e abrangido 37 com todo o grupo escolar, fundado em um projeto político-pedagógico eficaz, aberto às diferenças e funcional. A escola é considerada como um espaço necessário à transformação da sociedade, da família e do próprio portador de necessidades especiais no processo de educação e aceitação, pois a própria pessoa, muitas vezes necessita de apoio para enfrentar as diferenças comuns ocasionadas pela exclusão. O ambiente escolar também é importante pelo fato da relação aluno-aluno e professor-aluno, que funciona como uma terapia através da amizade, das boas relações, da autoestima e da própria identidade pessoal. O professor e a gestão escolar, por sua vez, acabam sendo os principais responsáveis pelo trabalho e pela melhoria da aplicação de métodos e a busca de objetivos relativos à aceitação e a inclusão de seus alunos portadores de necessidades especiais. A escolha desse tema se baseia na convicção de que é de suma importância debater, de maneira cada vez mais efetiva, a importância da EducaçãoInclusiva, visto que as diversidades são cada vez mais presentes na rotina escolar, e para isso é necessário cada vez mais incentivar o preparo em todos os âmbitos, partindo da Gestão Escolar, percorrendo o projeto pedagógico, toda a estrutura e equipe escolar, principal e essencialmente o professor, englobando inclusive a participação familiar, e todos esses fatores resultando em uma experiência educacional cada vez mais completa, acolhedora, e inclusiva aos portadores de necessidades especiais. Além disso, para formar uma sociedade cada vez mais consciente, é essencial trabalhar desde cedo, na rotina escolar, a educação inclusiva, já que é neste ambiente que a formação e caráter do indivíduo iniciam, ainda na infância, aprendendo a lidar com as diferenças, obstáculos, limitações e dificuldades, refletindo diretamente em seu comportamento futuro. Estudos como esse ajudam a compreender que a educação, por si só, não é capaz de resolver todas as limitações da humanidade, mas é um elemento primordial para a transformação social dos indivíduos, contribuindo em seu pleno desenvolvimento, e colaborando com uma 38 convivência mais harmoniosa não só no ambiente escolar, mas também em sociedade. Pessoas ''especiais'' são seres humanos que enfrentam grandes desafios diariamente, a sociedade precisa estar inteiramente envolvida e interessada no processo de inclusão. Afinal, a educação possibilita que sejamos mais humanos e seres de consciência social. Antes de ser deficientes todos são pessoas com sentimentos, que precisam de cuidado afeto e proteção independente da sua deficiência. Todos têm a possibilidade de conviver, interagir, aprender e ser feliz. O seu modo de ser e viver é o que torna o ser humano único, e essas pessoas devem ser vistas não como especiais e sim como pessoas com desafios diferentes e que nos ensinam todos os dias. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMEN, D. G., Transforme seu Cérebro, Transforme sua Vida, São Paulo, Ed. Mercúrio Ltda., 2000. AMORIM, A. D. A inclusão de crianças com paralisia cerebral na escola. Disponível em < http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/a-inclusao-de-criancas-com- paralisia-cerebral-na-escola/> Acesso em 01 Out 2019 AMY, Marie Dominique. Enfrentando o autismo: a criança autista seus pais e a relação terapêutica. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2001. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 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