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TC INCLUSÃO PEDAGOGIA

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RESUMO 
 
Ainda existem muitos gargalos em relação à inclusão de pessoas com algum tipo de 
deficiência no Brasil. Apesar de encontrar amparo na legislação, ainda há muito 
despreparo em relação aos profissionais envolvidos, e até mesmo nos espaços que 
deveriam propiciar a inclusão, tais como os centros educacionais, que são de 
extrema importância para o desenvolvimento de todos os indivíduos. Analisaremos o 
verdadeiro sentido da inclusão, tal como os desafios que podem surgir em meio a 
essa busca, e o papel do educador como intermediador na promoção de um ensino 
de qualidade para todos, independentemente de suas limitações. Também vamos 
analisar a importância do amparo jurídico, e das políticas públicas que visem a 
inclusão. O papel da família também é fundamental e de extrema importância, 
tornando a inclusão cada vez mais real e eficiente. 
 
Palavras-chaves: Inclusão. Deficiências. Educação. Família. Escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
There are still many bottlenecks regarding the inclusion of people with disabilities in 
Brazil. Despite finding support in the legislation, there is still much unpreparedness in 
relation to the professionals involved, and even in the spaces that should provide 
inclusion, such as educational centers, which are extremely important for the 
development of all individuals. We will analyze the true meaning of inclusion, as well 
as the challenges that may arise in the midst of this search, and the role of the 
educator as an intermediary in promoting quality education for all, regardless of their 
limitations. We will also analyze the importance of legal protection and public policies 
aimed at inclusion. The role of the family is also fundamental and extremely 
important, making inclusion increasingly real and efficient. 
 
Keywords: Inclusion. Shortcomings. Education. Family. School 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho busca refletir sobre o processo de inclusão na educação, 
envolvendo as perspectivas e desafios do educador neste campo de atuação. A 
escolha desse tema partiu do princípio de que a educação inclusiva é um dos novos 
desafios perante ao ambiente escolar, trazendo novas demandas em um ambiente 
democrático e transformador. É preciso que o educador esteja preparado frente às 
novas exigências e realidade. 
 
De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal de 1988: " A educação, 
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". O artigo 
208, item III define ainda que o dever do Estado é garantir “atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino”. 
 
A educação como direito de todos é citada pela primeira vez na constituição 
de 1934, tendo sua escrita aprimorada até chegar à maneira como é definida em 
1988, também chamada de Constituição Cidadã, onde entre os fatos novos está a 
colaboração da família, através da promoção e do incentivo, no processo educativo, 
além de garantir direitos a grupos sociais até então marginalizados, como as 
pessoas com deficiência – que também participaram ativamente de sua elaboração. 
Mais um passo de suma importância no contexto da inclusão, foi a promulgação do 
Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei nº 13.146 / 2015, que consolida regras e 
garante direitos para pessoas com deficiência. O Estatuto consolida o direito à 
educação inclusiva, onde se uma escola, pública ou privada, recusar a matrícula de 
aluno com deficiência ou cobrar taxas extras, poderá ter seus responsáveis punidos 
pelo crime de discriminação, cujas penas variam de 2 a 5 anos de reclusão e multa. 
 
É muito importante o embasamento e apoio jurídico, porém as escolas 
precisam se especializar para oferecer um atendimento de qualidade, e não só para 
cumprir a legislação. Para garantir a efetivação da inclusão educacional, é 
fundamental a capacitação docente, além de adequar todo o contexto escolar, 
11 
 
englobando políticas pedagógicas, infraestrutura, medidas legais, gerando 
comprometimento e preparação de toda a equipe escolar para uma efetiva educação 
inclusiva. 
 
Além de olhar para a patologia, é preciso olhar para a o aluno que ali está, 
oferecendo acolhimento, recursos e apoio necessários, sem os quais não 
conseguiria adquirir os conhecimentos e habilidades. Segundo Meurieu, 2002: “É 
preciso dar-lhe o direito de escrever (a sua história) por si mesmo.” 
 
Diante do exposto, o seguinte trabalho tem a intenção de pesquisar, estudar e 
questionar o verdadeiro sentido da inclusão, os desafios que podem surgir meio ao 
caminho da inclusão, as melhores formas de promover a inclusão de maneira 
efetiva, e o papel dos educadores nessa caminhada. Alguns atores utilizados como 
embasamento nesse estudo são Sanchez (2005), Meurieu (2002), Sassaki (2003), 
Nogueira (2009), Rodrigues (2006), além de outros autores que abordaram o tema 
tratado em suas obras. 
 
A monografia será dividida em 4 capítulos, o primeiro deles tratando sobre o 
conceito de inclusão e os desafios que são encontrados nesse processo, o segundo 
abordando as patologias e suas implicações na aprendizagem, o terceiro tratando as 
políticas públicas e legislações em apoio à educação inclusiva, e o último capítulo 
tratando o papel do educador frente à inclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
1. INCLUSÃO E SEUS DESAFIOS 
 
A inclusão sugere que todos os alunos tenham uma resposta educativa num 
ambiente escolar que propicie o desenvolvimento de suas habilidades, tal como 
definido pela Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). 
 
O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos 
aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das 
dificuldades e das diferenças que apresente. Estas escolas devem 
reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, 
adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a 
garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos 
adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, 
de utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas 
comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de serviços para 
satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola. (p. 11-12) 
 
Assim, temos um princípio de escola inclusiva mais abrangente, com 
igualdade de oportunidades a todos, onde a qualidade e o sucesso de ensino sejam 
o objetivo maior, e ao falar em educação para todos, abrangemos a totalidade, 
independente das características particulares de cada um. O movimento de inclusão 
defende a ideia de que o ensino regular deve oferecer atendimento a todos, 
independente de suas necessidades específicas, promovendo a participação de 
crianças com necessidades especiais em todos os aspectos da escola e 
comunidade. Porém, para isso, acaba sendo exigido da escola um nível de ensino 
que corresponda com sucesso à todas as necessidades, e infelizmente, ainda são 
poucas as escolas com recursos para tal. 
 
Segundo Nogueira (2009), “as interações que as crianças e os alunos 
estabelecem entre si e os adultos são fundamentais para o seu desenvolvimento”, e 
sendo assim, uma das grandes vantagens da educação inclusiva é favorecer a 
integração, cooperação e troca entre os alunos. 
 
O papel da escola consiste em favorecer que cada um, de forma livre e 
autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige para si. Esta 
13 
 
concepção permite concluir que o conceito de inclusão engloba também aqueles que 
de certa forma são excluídos da sociedade e não somente alunos com deficiências, 
visto que o termo de necessidadesé bastante vago, incluindo a todos que precisem 
de apoio para realizar suas atividades regularmente. 
 
A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada 
em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as 
necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características 
pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não 
deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa 
educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a 
erradicação da ampla desigualdade e injustiça social. SANCHEZ (2005) 
 
Para a preservação de um Estado democrático, é preciso construir uma 
sociedade inclusiva, preservando o direito de todos ao seu lugar em comunidade, 
comunidade essa que deve estar voltada ao acolhimento, aceitação, oportunidades 
de desenvolvimento e qualidade. 
 
Os primeiros registros que se tem de inclusão, ainda que timidamente, são de 
1960, ganhando espaço com o passar das décadas, e representam uma grande 
conquista, visto que impulsionaram um movimento de persuasão para que os 
sistemas de ensino se enquadrassem nas novas determinações legais. 
 
Os maiores obstáculos rumo à inclusão encontram-se principalmente 
relacionados às falhas estruturais e metodológicas no sistema, porém a importância 
de sua disseminação está no fato de tornar o assunto discutido mundialmente, nas 
diferentes esferas educacionais e sociais, de maneira a ganhar visibilidade e 
espaço. Portanto, existe a necessidade de aprender a conviver com a diversidade, 
buscando meios para que a inclusão ocorra de fato, garantindo a eficiência do 
processo, e se tornando o grande desafio e consequentemente conquista da 
atualidade. 
 
É importante destacar que há muito debate em torno da qualidade e 
produtividade no ensino ofertado publicamente, pois há uma preocupação em 
propagar os termos em questão de expansão de vagas e acesso às escolas, sem 
14 
 
levar a mesma importância em conta com relação aos números de permanência e 
qualidade necessária e desejada. 
 
Através da educação é possível oferecer alternativas para que aqueles que se 
encontrem excluídos do sistema tenham a oportunidade de ressocialização, lutas 
por direitos e cidadania, visto que a exclusão social é algo tão antigo quanto a 
socialização do homem. 
 
Educação inclusiva é o conjunto de princípios e procedimentos 
implementados pelos sistemas de ensino para adequar a realidade das 
escolas à realidade do alunado que, por sua vez, deve representar toda a 
diversidade humana. Nenhum tipo de aluno poderá ser rejeitado pelas 
escolas. As escolas passam a ser chamadas inclusivas no momento em 
que decidem aprender com os alunos o que deve ser eliminado, modificado, 
substituído ou acrescentado nas seis áreas de acessibilidade, a fim de que 
cada aluno possa aprender pelo seu estilo de aprendizagem e com o uso 
de todas as suas múltiplas inteligências (SASSAKI, 2003, p.15) 
 
Embora muitas pessoas confundam o processo de integração com o da 
inclusão, é preciso perceber as diferenças de suas propostas e analisar os objetivos 
que cada um desses processos propõe. A integração pode ser tornar excludente, 
quando exige que a pessoa com deficiência se adapte à sociedade, onde ocorre a 
exclusão, por um princípio de sugestão de incapacidade. Inclusão é o processo pelo 
qual a sociedade se adapta para poder incluir, para que as pessoas com algum tipo 
de deficiência possam assumir seus papeis na sociedade. A sociedade precisa se 
transformar e capacitar para atender as necessidades de seus membros. 
 
Para que a inclusão ocorra na prática, os professores precisam inovar, criar novos 
métodos, mudar conceitos. Para uma escola inclusiva, seus planos precisam estar 
voltados para a cidadania, livre de preconceitos, reconhecendo e valorizando as 
diferenças. O processo de inclusão depende das inovações que ocorrerão 
relacionadas à escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todos 
envolvidos nesse processo. Muito já se discutiu e muito há para se discutir sobre a 
inclusão, pois ainda há resistência em perceber as mudanças que estão ocorrendo, 
o que implica em dificuldade para praticar tais mudanças em sua prática social. Não 
15 
 
devemos deixar de buscar meios para que um dia a família, a escola e a sociedade 
em geral interajam em prol da inclusão das pessoas com deficiência, de maneira a 
gerir os recursos disponíveis, ao nível de planejamento e recursos humanos, físicos 
e materiais, em prol das necessidades comuns. Não basta que os alunos com 
deficiência estejam integrados às escolas comuns, eles devem participar 
plenamente da vida escolar e social dessa comunidade. As escolas devem estar 
preparadas para acolher e educar a todos os alunos. A inclusão assume que a 
convivência e a aprendizagem em grupo são a melhor forma de beneficiar a todos. 
 
A Educação Inclusiva implica outras formas de olhar o processo de ensinar, 
assim como de aprender. O enfoque do problema é colocado na Escola e não no 
aluno (UNESCO, 2005 citado em Lima Rodrigues et al., 2007). Assim, Educação 
Inclusiva passa então a assumir uma dimensão mais ampla, uma vez que, não só 
abrange a escola regular como toda a sociedade que se quer inclusiva e solidária 
(Costa, 2006). 
 
Ainda nos deparamos com a falta de apoios técnicos especializados nas 
escolas do ensino regular. Segundo Rodrigues (2006), a escola regular ainda 
precisa de mais psicólogos, terapeutas da fala, equipamentos e recursos materiais 
mais diferenciados para conseguir responder a todos os alunos com um atendimento 
“individualizado” e de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
2. PATOLOGIAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM 
 
Para entender melhor as diferenças, é necessário saber qual o significado de 
deficiência e síndrome. Deficiência quer dizer insuficiente, insatisfatória; segundo a 
psicologia, diz-se de uma pessoa diminuída das faculdades físicas ou intelectuais. 
Pessoas com desenvolvimento incapaz, em termos mais específicos, um déficit, que 
pode ser intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo (quando atinge duas ou mais 
áreas). Já a síndrome é uma série de sinais e sintomas juntos. 
 
2.1 Autismo 
Nas últimas décadas, a incidência de casos de autismo tem crescido de forma 
significativa em todo o mundo (SCHECHTER; GRETHER, 2008). Em países como 
os Estados Unidos, a média de idade das crianças diagnosticadas tem sido de 3 a 4 
anos (CHAKRABARTI; FOMBONNE, 2005). O Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento 
neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em 
conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no 
domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, 
dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. 
 
São transtornos com influência genética causado por defeitos em partes do 
cérebro, como o corpo caloso (que faz a comunicação entre os dois hemisférios), a 
amídala (que tem funções ligadas ao comportamento social e emocional) e o 
cerebelo (parte mais anterior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontais). 
 
Alguns dos sintomas observados são: falta de contato visual, inquietação 
exacerbada, pouca vontade para falar, agressividade, ansiedade, movimentos 
pendulares e repetitivos, resistência a mudanças de rotina. Tem dificuldades na 
interação social, ou de comportamento e de comunicação. Porém alguns têm 
habilidades especiais e se tornam gênios. 
 
17 
 
Não existem exames laboratoriais ou de imagem que ajudem a identificar o 
autismo. Em geral, o médico considera o histórico do paciente, a observação de seu 
comportamento e os relatos dos pais. 
 
Se por um lado há autistas com graves dificuldades, tais como na fala, por 
outro se encontrao problema em pessoas com alto desempenho em alguma 
habilidade, como pintar ou fazer contas matemáticas. Pacientes de alta 
funcionalidade, com ausência dos sinais clássicos da doença, muitas vezes acabam 
recebendo o diagnóstico correto apenas quando adultos. 
 
O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, 
fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o 
indivíduo a realizar, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os dentes e comer. 
Isso, claro, sempre de acordo com o grau de dificuldade de cada criança. Quando as 
intervenções são feitas precocemente, há boa chance de melhora nos sinais do 
autismo. 
 
Agressividades podem se manifestar, principalmente em mudanças de rotina, 
pois as alterações não são bem-vindas e para minimizar a dificuldade de 
relacionamento é preciso criar situações que possibilitem a interação. As instruções 
devem ser claras evitando discursos longos. 
 
A criança autista necessita de acompanhamento familiar e especializado, pois 
seu desenvolvimento acontece de maneira gradual e exige paciência por parte dos 
pais e dos educadores. O processo de aprendizagem de uma criança com autismo 
leva tempo, por isso requer calma e empenho. Sendo assim, deve-se entender que 
o tempo da criança autista é diferente e deve ser respeitado. Desta forma Amy 
(2001) afirma a importância de uma educação voltada para a percepção, na imitação 
e na motricidade, que são ferramentas indispensáveis a comunicação, onde 
somente um método não é o bastante, mas sim a mistura entre eles. Tanto os pais 
como os educadores devem incentivar e mostrar as crianças que elas aprendem 
para que se sintam motivadas. A educação é umas das maiores ferramentas para o 
desenvolvimento de uma criança autista. Através da educação essas crianças 
podem aprender tanto matérias acadêmicas quanto atividades do cotidiano. A 
18 
 
aprendizagem da criança autista não é fácil, contudo fica evidente que com 
dedicação estas crianças podem alcançar uma vida de qualidade. 
 
2.2 Síndrome de Down 
A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em 
todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da 
concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do 
cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior 
parte da população. Segundo Gama: 
 
Acredito que não se deve mais deixar os jovens com Síndrome de Down 
aquém dos assuntos que dizem respeito. Cabe nós ouvi-los e ajudá-los 
diante das dificuldades, dos sonhos e dos questionamentos, principalmente 
se tratando de assunto que auxiliam em sua formação. Se não forem 
resolvidas estas questões, nós, enquanto profissionais, devemos silenciar 
diante desta realidade, porque não teremos subsídios para colocarmos a 
favor ou contra as potencialidades ou limitações desses jovens (GAMA, 
2001, p. 7). 
 
As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter 
algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de 
doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas. São 
sintomas as dificuldades de comunicação e a hipotonia (redução de tônus muscular). 
Também podem sofrer com problemas na coluna na tireoide, nos olhos e no 
aparelho digestivo, entre outros, e muitas vezes já nascem com anomalias 
cardíacas, solucionáveis apenas com cirurgias. 
 
Durante a gestação, o ultrassom morfológico fetal para avaliar a 
transluscência nucal (realizado entre 11 e 14 semanas) pode sugerir a presença da 
síndrome, que só é confirmada pelos exames de amniocentese e amostragem das 
vilosidades coriônicas. Depois do nascimento, o diagnóstico clínico de síndrome de 
Down é comprovado pelo exame do cariótipo (estudo dos cromossomos). 
 
A estimulação precoce desde o nascimento é a forma mais eficaz de 
promover o desenvolvimento dos potenciais da criança com síndrome de Down. 
19 
 
Como todas as outras, essa criança precisa fundamentalmente de carinho, 
alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente acolhedor. 
 
A criança com síndrome de Down tem idade cronológica diferente de idade 
funcional, desta forma, não devemos esperar uma resposta idêntica à resposta das 
crianças sem a síndrome. Esta deficiência decorre de lesões cerebrais e desajustes 
funcionais do sistema nervoso. 
 
O desempenho melhora quando as instruções são visuais, por isso na sala de 
aula é importante reforçar os comandos, solicitações e tarefas preferencialmente 
com modelos que eles possam ver, com grandes e chamativas ilustrações. A 
linguagem verbal deve ser simples por que uma das dificuldades do aluno com 
síndrome de down é cumprir regras. 
 
2.3 Paralisia Cerebral 
Embora se atribua a um cirurgião inglês, William Little, o registro das 
primeiras 
descrições médicas de uma desordem motora que afetava algumas crianças em 
seus primeiros anos de vida (NINDS, 2006), foi Freud, em sua “fase neurológica”, 
quem cunhou o termo “Paralisia Cerebral”, quando, precisamente, estudava a 
Síndrome ou Moléstia de Little. 
 
Paralisia cerebral é um transtorno resultante de um dano cerebral, em geral 
causado ainda na vida uterina, ou durante o nascimento. Também há casos de 
paralisia cerebral adquirida após o nascimento, geralmente durante os primeiros 
meses ou anos de vida. 
 
Alguns fatores que podem favorecer uma paralisia cerebral incluem: 
nascimento prematuro, incompatibilidade sanguínea entre a mãe e a criança, perda 
prolongada de oxigênio antes ou durante o parto, infecções bacterianas que atinjam 
o sistema nervoso central, entre outros. 
 
Crianças com paralisia cerebral são frequentemente lentas para atingir 
marcos do desenvolvimento, tais como aprender a rolar, sentar, engatinhar, sorrir ou 
20 
 
caminhar. Os pais muitas vezes são os primeiros a suspeitar que seu bebê não está 
desenvolvendo habilidades motoras normalmente. Sinais físicos de paralisia cerebral 
incluem fraqueza e hipotonia dos músculos, ou espasticidade e rigidez. Em alguns 
casos, doenças neurológicas (tais como retardo mental ou convulsões) também 
ocorrem em crianças com paralisia cerebral. 
 
Incluir um deficiente de paralisia cerebral na escola não é difícil, o difícil é 
saber como incluir e de maneira correta para que todos tenham um melhor 
aprendizado dentro da sala de aula, para que isso também reflita fora dela. 
Conhecimentos sobre os fenômenos relacionados ao desenvolvimento e à 
aprendizagem, conhecimentos específicos da neurobiologia sobre os mecanismos 
ou alterações neurológicas resultantes da paralisa cerebral e outras deficiências, 
juntamente com outros campos de conhecimento, podem influenciar de maneira 
positiva a ação docente. 
 
2.4 Deficiência Visual 
Segundo Hugonnier e Clayette (1989), são diferentes os sentimentos que 
movem os homens no tratamento da pessoa cega. Compaixão, temor ou admiração 
misturam-se através dos tempos. Deficiência visual é o comprometimento parcial (de 
40 a 60%) ou total da visão. Não são consideradas deficiências visuais as doenças 
que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias. A cegueira ocorre 
quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala e os 
treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais. O 
diagnóstico de deficiência visual pode ser feito muito cedo, exceto nos casos de 
doenças degenerativas como a catarata e o glaucoma, que evoluem com o passar 
dos anos. 
 
A escola pode recomendar aos pais e responsáveis que busquem fazer o 
exame de acuidade visual das crianças sempre que notarem comportamentos 
relacionados a dificuldades de leitura, dores de cabeça ou vista cansada durante as 
aulas. 
 
O aluno cego tem direito a usar materiais adaptados, como livros didáticos 
transcritos para o braile ou a reglete para escrever durante as aulas. A alfabetização21 
 
em braile das crianças com cegueira total ou graus severos de deficiência visual é 
simultânea ao processo de alfabetização das demais crianças na escola, mas com o 
suporte essencial do Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
 
Vale lembrar que, de acordo com o Decreto 6.571, de 17 de setembro de 
2008, o Estado tem o dever de oferecer apoio técnico e financeiro para que o 
atendimento especializado esteja presente em toda a rede pública de ensino. Mas 
cabem ao gestor da escola e às Secretarias de Educação a administração e o 
requerimento dos recursos para essa finalidade. 
 
Através da visão, as pessoas podem identificar objetos, distinguir cores, 
formas, tamanhos, distâncias, gestos e signos além das noções de luminosidade. 
Certas habilidades como observar, comparar, seguir modelo, deduzir, interpretar e 
até mesmo controlar são mais favoravelmente desenvolvidas com as ajudas dos 
canais visuais, como exemplifica Ferrel (1999): “[...] quando você enxerga bem, vê, o 
tempo todo, o que acontece a seu redor. Se quiser, pode fechar seus olhos no 
momento que desejar não vê. Com a visão você tem o controle de tudo. Entretanto, 
quando não vê bem, a história é diferente.” Assim, uma pessoa desprovida da 
capacidade visual tem que lidar com uma gama de obstáculos que poderão afetar 
seu desenvolvimento psicomotor, intelectual e socioemocional, se não receber 
atendimento especializado tão logo seja detectado seu problema. 
 
A atenção deve ser redobrada quando o assunto é mobilidade e orientação, 
sendo preciso identificar os degraus com contrastes (faixas amarelas ou barbantes), 
os obstáculos como pisos com alturas diferentes, e principalmente os vãos livres 
com desníveis. A sinalização de marcos é importante, como tabuletas indicando 
cada sala e espaço, feitas também em braile. Outra atividade necessária é trabalhar 
com maquetes em sala de aula, para que o espaço em que ele esteja inserido seja 
facilmente identificado. Já na sala de aula é sempre aconselhável não deixar 
mochilas no chão ou no corredor entre as cadeiras. O professor deve usar materiais 
maiores e reconhecidos através do tato, os alunos com baixa visão devem sentar 
próximos do quadro negro, sempre nas primeiras cadeiras. Alguns necessitam de 
um material diferenciado. 
 
22 
 
Sobre as deficiências visual e auditiva, que será tratada em seguida, afirmou 
Vygotsky: 
 
 
“O cego e o surdo estão aptos para exercer todos os aspectos da 
conduta humana, quer dizer da vida ativa a questão particular de sua 
educação se reduz apenas à substituição de umas vias por outras para a 
formação das conexões necessárias.” (VYGOTSKY, 1989). 
 
2.5 Deficiência Auditiva 
É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (causa 
genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. De 
origem genética ou pode ser provocada por doenças infecciosas, como a rubéola e a 
meningite. Pode ser também temporária, causada pela otite. 
 
A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com 
intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de 
aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na 
perda auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 
decibéis, em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade 
menor que 91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o 
aprendizado de Libras e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado. 
Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. 
Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição 
da língua oral. 
 
Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de 
receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento 
Educacional Especializado (AEE). Para isso, recomenda-se que a direção da escola 
entre em contato com a Secretaria de Educação responsável. 
 
No dia a dia, posturas simples do professor em sala facilitam o aprendizado 
do aluno surdo. Falar com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a 
turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos que sabem fazê-lo. Dar 
23 
 
preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no 
quadro negro. 
 
Existem duas formas de o aluno com deficiência auditiva desenvolver a 
linguagem. Uma delas é usando o aparelho auditivo e passar por um 
acompanhamento terapêutico, familiar e escolar. Pessoas surdas conseguem falar, 
para isso basta passar por terapia, receber novos moldes e próteses e ter o apoio da 
família e do professor. Outra maneira é aprender a língua brasileira de sinais 
(Libras), fundamental para a comunicação com os demais e para o processo de 
alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas salas de 
AEE. É importante que professores da escola solicitem treinamento para aprender 
libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a 
inclusão mais efetiva dos alunos. O aluno que tem perda auditiva também demora 
mais para se alfabetizar, o professor deve pedir ao aluno que sente sempre nas 
carteiras da frente, para que o mesmo possa ajudá-lo. 
 
2.6 TDAH 
O TDAH é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais conhecidos na 
infância. Devido à baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões 
sinápticas do lobo frontal, leva o indivíduo a uma tríade sintomatológica de falta de 
atenção, hiperatividade e impulsividade, ocasionando sérias dificuldades para o 
processo de aprendizagem. 
 
O Transtorno é causado por um mau funcionamento da neuroquímica 
cerebral. Ainda não foi descoberto o mecanismo exato, porém estudos confirmam 
que há uma alteração metabólica, principalmente na região pré-frontal do cérebro, 
principal reguladora do comportamento humano. 
 
[....] Este transtorno é considerado uma doença relacionada à essência de 
produção de determinados neurotransmissores que são substâncias 
produzidas em maior ou menor quantidade no sistema nervoso central e 
regula o funcionamento do mesmo. (FILHO, 2003) 
 
24 
 
Para o caso da criança portadora de TDAH, o indivíduo não consegue manter, 
por algum tempo, sua atenção em um mesmo objeto, em um mesmo foco. É a 
atenção espontânea que predomina. Hiperatividade significa um aumento da 
atividade motora, deixando a mesma quase constantemente em movimento. 
 
As definições da palavra impulsividade – força que impele estímulo, abalo, 
ímpeto, impulsão – ajudam a compreender a maneira pela qual o indivíduo portador 
do TDAH reage diante do mundo. Pequenas coisas podem despertar-lhes grandes 
emoções e a força dessas emoções gera o combustível de suas ações. 
 
Estudos cada vez mais aprofundados e específicos sobre o TDAH 
desvendam novas técnicas de enfrentamento para esta problemática, novos 
recursos psicoterapêuticos e medicamentosos, com a finalidade de que haja uma 
diminuição da interferência que os sintomas do TDAH causam na vida da pessoa, 
fazendo com que esta consiga aumentar a concentração e controlar a hiperatividade 
e a impulsividade. Recursos estes se tornam especialmente necessários para as 
crianças do período pré-escolar e ensino fundamental, onde a desatenção e a 
impulsividade comprometem além do processo de aprendizagem, os 
relacionamentos e a autoestima. 
 
A falta de informação, conhecimento e compreensão que envolve o processo 
escolar são grandes obstáculos que a criança enfrenta neste período juntamente 
com as características do transtorno, fazendo com que professores colegas e pais 
considerem o comportamento desta criança como sendo rebelde e desinteressado, 
tendo para com ela um tratamento preconceituoso. Estimulada e apoiada, a criança 
participa ativamente do tratamento, evidenciando freqüentemente criatividade e 
entusiasmo no manejo das dificuldadesassociadas ao TDAH (Silva, 2003). 
 
A prevalência do déficit de atenção e hiperatividade está entre 3% e 5% em 
crianças em idade escolar e costuma ser mais comum em meninos do que em 
meninas. É considerada uma das patologias psiquiátricas mais frequentes nesse 
grupo etário, devendo ser assistida por profissionais experientes nas áreas de 
neuropediatria, psiquiatria ou interdisciplinares. 
 
25 
 
2.7 Deficiência Física 
São diversas condições que comprometem a mobilidade, a coordenação 
motora geral, tanto nos membros como na fala. Pode ser causada por lesões 
neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, má formação congênita ou por 
condições adquiridas, que exige dos professores cuidados específicos em sala de 
aula. São exemplo de deficiências físicas: amiotrofia espinhal (doença que causa 
fraqueza nos músculos), hidrocefalia (excesso de líquido que serve de proteção ao 
sistema nervoso central), entre outras. 
 
Podem apresentar dificuldades no grafismo em função de um 
comprometimento motor. Muitas vezes o aprendizado é mais lento, porém, com 
exceção na alteração da motricidade oral, a linguagem é adquirida sem problemas. 
Alguns necessitam de cadeira de roda e muletas para se locomoverem, outros 
apenas de material adaptado. 
 
Paula e Costa (2007), falando sobre escolas inclusivas registram que estas 
têm 
como principais características respeitar, aceitar e acreditar no potencial de cada 
aluno, não apenas os alunos deficientes, mas sim para todos, dando então uma 
educação de qualidade e sem preconceitos. A escola precisa ser adaptada com 
elevadores e rampas. O professor tem que estar atento às necessidades dos alunos 
na questão de ir ao banheiro, é indispensável que seja solicitado um funcionário 
para acompanhá-los. Já nos casos de hidrocefalia, é necessário estar atento quanto 
a vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula 
implantada na cabeça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÕES 
 
A educação inclusiva expressa democracia, essencial no processo de 
formação de cidadãos e tornando a sociedade mais justa e integrada. Na concepção 
de Freire (1996), ensinar não se restringe apenas à simples transmissão de saberes 
prontos e cristalizados, mas sim, constitui um exercício constante de autonomia, 
liberdade e amor ao trabalho. Para concretizar esse objetivo, um meio eficiente são 
as políticas públicas, pois através delas é possível efetivar a educação inclusiva, 
oferecendo aos alunos que necessitam de um ensino especializado, educação 
especial de qualidade dentro do sistema comum de ensino. A principal perspectiva é 
garantir os direitos do aluno, facilitando seu acesso e permanência na escola, e 
criando estruturas adaptadas a todos os tipos de necessidades. Visa também a 
qualificação docente, para que ele possa repassar o mesmo conteúdo a todos, 
levando em conta as particularidades de cada um. 
 
A educação inclusiva vem sendo trabalhada há muito tempo, entretanto, ainda 
há falhas na adequação das escolas, pois o que ocorre é mais uma integração das 
pessoas com deficiência do que de fato inclusão. Assim, o meio judiciário se torna 
uma forma eficiente de exigência a esse direito, infelizmente como uma forma de 
repressão, quando o direito está sendo descumprido, para garantir que todos os 
indivíduos tenham a oportunidade de ensino correspondente às suas necessidades. 
Diversas decisões favorecem a inclusão educacional, ainda que exista um longo 
caminho a percorrer para que de fato ela seja plenamente efetivada. Assim sendo, o 
judiciário é um importante aliado na luta pela garantia do sistema educacional 
inclusivo. 
 
27 
 
A Constituição Federal de 1988, em seu terceiro capítulo trata sobre a 
questão da educação. O artigo 205 garante a todos, sem restrições, o direito à 
educação, que, é dever de Estado e da família, devendo ser promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, no intuito de garantir o pleno 
desenvolvimento, preparando o indivíduo para o exercício da cidadania e 
qualificando-o para o trabalho. 
 
Nos arquivos subsequentes, dispõe a igualdade como um dos princípios 
norteadores do ensino e prevê que a efetivação desse direito, dar-se-á, dentre 
outros meios, através da garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos 
quatro aos dezessete anos de idade, bem como atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino (artigo 208, incisos I, III e IV, respectivamente). 
 
Sobre o termo preferencialmente: 
 
Este advérbio refere-se a atendimento educacional especializado”, ou seja, 
aquilo que é necessariamente diferente no ensino escolar para melhor 
atender às especificidades dos alunos com deficiência. Isto inclui, 
principalmente, instrumentos necessários à eliminação das barreiras que as 
pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. 
Por exemplo: ensino da Língua brasileira de sinais (Libras), do código 
Braile, uso de recursos de informática e outras ferramentas tecnológicas, 
além de linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas comuns 
para que elas possam atender com qualidade aos alunos com e sem 
deficiência (FÁVERO, 2004) 
 
A partir desse entendimento, fica mais fácil definir o atendimento educacional 
especializado, que deve ser ofertado como complemento ao ensino regular. 
 
O atendimento educacional especializado deve estar disponível em todos os 
níveis de ensino escolar, de preferência nas escolas comuns da rede 
regular. Este é o ambiente escolar mais adequado para se garantir o 
relacionamento dos alunos com seus pares de mesma idade cronológica e 
para a estimulação de todo o tipo de interação que possa beneficiar seu 
desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo (FAVERO, 2004) 
28 
 
. 
A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, institui a Coordenadoria para a 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), assim como disciplina a 
atuação do Ministério público e define crimes. Tal lei é regulamentada pelo Decreto 
nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional para a 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consistente no conjunto de 
orientações normativas direcionadas à garantia do pleno exercício dos direitos 
individuais e sociais das pessoas com deficiência e cria, no âmbito do Ministério da 
Justiça, o Conselho nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência 
(CONADE). 
 
Seu artigo 15, inciso III, define a “escolarização em estabelecimentos de 
ensino regular com a provisão de apoios necessários, ou em estabelecimentos de 
ensino especial”, tendo como algumas das medidas a serem tomadas a “matrícula 
compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de 
pessoas com deficiências capazes de se integrar na rede regular de ensino” (art. 
24, inciso I), somada à “inclusão, no sistema educacional, da educação especial 
como modalidade de educação escolar que permeia transversalmente todos os 
níveis e modalidades de ensino.” (art. 24, inciso II). 
 
O artigo 8º, dessa mesma legislação, define: 
 
Art. 8º- Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4(quatro) anos, e 
multa: 
I – recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa 
causa, a inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer 
curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que 
porta. 
 
Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990, estabelece, como dever da família, da comunidade, da sociedade e do Poder 
Público a garantia, com absoluta prioridade, de direitos da criança e do adolescente, 
dentre eles o direito à educação, à dignidade e ao respeito. O quarto capítulo do 
referido estatuto trata da educação, ressaltando o dever do Estado de garantir 
29 
 
atendimentoeducacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino. 
 
O decreto n° 7.611, sancionado em 17 de novembro de 2011, dispõe a 
respeito da educação especial, do atendimento educacional especializado, além de 
dar outras providências. O presente decreto assegura, em seu artigo 1°, ser dever 
do Estado oferecer educação às pessoas que necessitem de educação especial, 
sendo que, para isso, deve garantir um sistema de ensino inclusivo em todos os 
seus níveis, adotar medidas individualizadas e eficazes de apoio, visando a um 
ambiente que favoreça o desenvolvimento acadêmico desses alunos, ofertando, 
ainda, educação especial dentro do ensino regular e apoio técnico e financeiro às 
instituições privadas especializadas somente em educação especial. 
Por meio da Resolução CNE/CEB n.º 4/2009 são instituídas as Diretrizes 
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, 
modalidade Educação Especial, sendo estabelecidas as formas de atendimento em 
“salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional 
Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas sem fins lucrativos”, conforme disposto em seu primeiro artigo: 
 
Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de 
ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do 
ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado 
em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento 
Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
 
A Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas 
Especiais – UNESCO, 1994 (BRASIL, 2016), é o documento que melhor expressa a 
perspectiva da educação inclusiva, e a partir dela, o Brasil, a exemplo dos demais 
signatários, começou a implantar políticas de inclusão no ensino regular de alunos 
com necessidades especiais, por considerarem-nas como a forma mais democrática 
para a efetiva ampliação de oportunidades para essa população. 
 
30 
 
Em qualquer lugar do mundo, os desafios na implantação da educação 
inclusiva são constantes e significativos. Algumas bases legais que sustentam o 
processo desempenham um papel essencial para sua efetivação, desde que haja 
efetividade na aplicação dessas leis, ou seja, as políticas de educação inclusiva e o 
acesso à educação às pessoas com deficiência, seja implementado de maneira 
efetiva. 
 
A legislação tem dado suporte para adequar os sistemas sociais a avançar na 
inclusão. Pós Declaração dos Direitos Humanos de 1948, pós Constituição de 1988, 
pós Declaração de Salamanca de 1994, aumentou-se muito a discussão sobre a 
Educação Especial no Brasil, o que já constitui uma mudança. Diante de diversas 
leis e diretrizes institucionais, vê-se que a inclusão do aluno com deficiência tem o 
inquestionável mérito da socialização e que é crescente o processo de 
transformação das concepções teóricas e das práticas da Educação Especial. 
 
 
31 
 
4. O PAPEL DO EDUCADOR FRENTE À INCLUSÃO 
 
A educação especial é uma área de estudo relativamente nova no campo da 
pedagogia, e por isso ainda se encontram professores desestabilizados no que diz 
respeito às pessoas consideradas “diferentes”. Dessa forma, a educação busca 
teorias e práticas focadas ao ensino de qualidade, com profissionais comprometidos 
em dar aos seus alunos um ensino de qualidade, independentemente de suas 
diferenças individuais. 
 
O ideal é que na experiência educativa, educandos, educadoras e 
educadores, juntos ‘convivam’ de tal maneira com os saberes que eles vão 
virando sabedoria. Algo que não é estranho a educadores e educadoras. 
(FREIRE, 2005, p. 58) 
 
Atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos 
com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, é 
necessário que os profissionais e principalmente os professores envolvidos com os 
trabalhos da escola estejam capacitados para exercer essa função, atendendo a real 
necessidade de cada educando. 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 
62, situa: 
 
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível 
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e 
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o 
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries 
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. 
(BRASIL, 2006) 
 
O professor, no papel de autoridade, e na função de mediador entre o aluno e 
o conhecimento, deve promover situações pedagógicas que proporcionem aos 
alunos com necessidades educacionais especiais que avancem em seu potencial, 
superando o senso comum e quebrando barreiras. Para isso, organização, 
planejamento de atividades, e registros, para posterior análise sobre o que funcionou 
32 
 
de melhor maneira para os interesses educacionais e inclusivos. É preciso combater 
a visão de incapacidade sobre as pessoas com necessidades especiais, em prol de 
uma visão focada em possibilidades. O professor precisa estar atendo às 
particularidades de seus alunos, pois vai se deparar com desafios, e para superar os 
limites impostos precisa buscar novas estratégias, para superar limites e para que o 
aluno especial possa aprender em conjunto com os demais. 
 
De acordo com pesquisa feita por graduandas da Universidade Federal do 
Acre, 70% dos professores não tiveram, durante sua formação, acesso ao ensino 
adequado para lecionar aos alunos portadores de deficiência. Esse dado alarmante 
não é um caso isolado no país, mas, sim, o reflexo da formação falha de muitos 
professores brasileiros, que se sentem completamente perdidos no momento em 
que se deparam com um aluno que possui necessidades especiais. 
 
Uma preocupação é a insegurança em relação à inexperiência, já que nos 
cursos superiores o professor aprende apenas a lidar com a teoria e não tem acesso 
às práticas pedagógicas, voltada aos alunos especiais. O educador precisa ser 
capaz de organizar as situações de aprendizagem considerando a diversidade dos 
alunos, organizando o tempo e o espaço de aprendizagem. É de extrema 
importância um planejamento flexível que se adapte de acordo com a necessidade e 
capacidade de cada um, visto que o professor se situa como mediador e facilitador 
na organização dos alunos, de forma que possibilite uma melhor interação, mesmo 
em níveis diferentes, incluindo a todos, seja em qualquer proposta pedagógica. 
 
Segundo Mantoan (2009), compreender o espaço que cada um está inserido 
é compreender uma gama de possibilidades partindo da prática educativa dos 
professores. 
 
Para que se ofereça uma qualidade de vida melhor é necessário oferecer não 
só a prática pedagógica, mas atender à necessidade de cada um em ambientes 
integrados. Os professores precisam ser capacitados para desenvolver melhor suas 
habilidades profissionais, estando dispostos a participar de cursos de formação 
continuada e repensar a sua prática pedagógica mesmo quando ainda não se têm 
essa prática. O primeiro passo que o professor deve dar para incluir um aluno com 
33 
 
deficiência é buscar uma qualificação profissional além da graduação. A 
especialização em educação especial inclusiva, por exemplo, auxiliará ao educador 
na capacitação de que ele necessita diariamente na sala de aula. 
 
Diante de tal complexidade no processo de inclusão, faz-se importante a 
formação dos professores, contribuindo para que haja as mudanças necessárias 
exigidas pela educação inclusiva. O trabalho docente com portadores de 
necessidades educativas especiais na contemporaneidadedeve combinar estes dois 
aspectos, o profissional e o intelectual, e para isso se impõe o desenvolvimento da 
capacidade de reelaborar conhecimentos. Desta maneira, durante a formação inicial, 
outras competências precisam ser trabalhadas como elaboração, a definição, a 
reinterpretação de currículos e programas que propiciem a profissionalização, 
valorização e identificação docente (PIMENTA, 2002, p. 131-132). 
 
O serviço de apoio pedagógico, a ser desenvolvido dentro do contexto 
escolar, tem a finalidade de auxiliar o professor e o aluno no processo de 
desenvolvimento e 
aprendizagem, diagnosticando as necessidades educacionais especiais, ajudando a 
escola a definir e implantar respostas educativas à essas necessidades, 
desenvolvendo estratégias de flexibilização, adaptação curricular e práticas 
pedagógicas alternativas que promovam o avanço no processo de aprendizagem 
desses educandos. Um item de apoio que pode ser incluído no ambiente escolar é a 
sala de recursos, espaço no qual um professor especializado pode realizar a 
complementação ou suplementação curricular, fazendo uso de equipamentos e 
materiais específicos. Esse tipo de atendimento deve ser feito em pequenos grupos, 
em outro período, para que não venha intervir no desenvolvimento das atividades 
pedagógicas tirando o aluno da rotina escolar. Além disso, dentro de sala de aula o 
professor deve buscar a inclusão de recursos materiais aliados à atividades lúdicas, 
pois alunos portadores de deficiência aprendem com mais facilidade quando são 
expostos a materiais concretos, no lugar de conceitos abstratos. 
 
A inclusão nada mais é que um processo de inovação que exige um esforço 
de reestruturação e atualização de algumas escolas, fazendo com que essas 
escolas busquem uma reorganização escolar, ampliando seu projeto político-
34 
 
pedagógico, incorporando novas práticas aos currículos e realizem adaptações 
físicas necessárias para acolher os alunos. Nesse momento é importante ressaltar 
que a princípio básico da educação inclusiva consiste que: 
 
[...] todas as crianças deveriam aprender juntas, independente de quaisquer 
dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem 
reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, 
acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e 
assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo 
apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, usam de 
recursos e parceria com a comunidade (UNESCO, 1994, p. 05). 
 
Essas reflexões levam o professor a buscar liberdade, igualdade e 
fraternidade 
dentro da sala de aula, tendo consciência dos limites de sua atuação e buscando 
reverter as limitações impostas, além de valorizar a diversidade como um elemento 
enriquecedor do movimento social e pessoal dentro da sala de aula. O papel do 
professor é também o de ampliar os currículos, fazendo com que se flexibilizem 
diante das diferenças de seus alunos e deixe de lado a visão conservadora, 
destacando a inclusão como inserção social, que tenha como objetivo ultrapassar as 
fronteiras e dar apoio na construção do saber, semeando uma escola integrada na 
inclusão. 
 
Além do professor, a família dos alunos com necessidades educacionais 
especiais pode participar a todo o momento do processo de ensino-aprendizagem 
dessas crianças, pois o tripé escola-família-comunidade é de suma importância, pois 
através dessa participação os professores têm a oportunidade de melhor conhecer o 
seu educando e suas especificidades, surgindo a partir daí uma troca de 
informações a fim de possibilitar o melhor aprendizado a todos, pois sozinho não 
poderá efetivar uma escola fundamentada numa concepção de inclusão. 
 
Se o professor acreditar que incluir é destruir barreiras e que ultrapassar as 
fronteiras é viabilizar a troca no processo de construção do saber e do sentir, ele 
exercerá seu papel, fundamental, para assegurar a educação inclusiva que todos 
35 
 
nós desejamos, semeando assim um futuro que sugerirá menos discriminação e 
mais comunhão de esforços na proposta de integrar e incluir. 
 
Para uma educação de qualidade é necessário uma formação sólida e 
contínua para que aconteça uma progressão continuada, e uma reflexão sobre as 
suas práticas pedagógicas. Caso o motivo de preocupação seja a sua inexperiência, 
precisa repensar seus planos para que não fique preso na questão do espaço físico 
ou na sala de aula, procurando criar situações que envolvam essas crianças 
utilizando materiais e meios de recursos ofertados pela instituição. A história da 
inclusão começa com a exclusão, e só depois de muita discriminação começam a 
surgir os primeiros casos de inclusão, um processo em andamento até hoje, e que 
ainda há muito a ser feito para que se tenha uma educação inclusiva de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Durante essa pesquisa, foi possível conhecer o processo histórico da 
educação inclusiva, sua reorganização e ainda abordar a questão da importância da 
formação docente na busca de uma educação de qualidade. Os programas de 
intervenção precoce desde o nascimento até os três anos de idade são 
indispensáveis para a promoção das potencialidades e aquisição de habilidades e 
competências. 
 
Embora os direitos voltados aos portadores de necessidades especiais 
estejam previstos em lei, é necessário frisar que as regras e teorias não são 
suficientes, vistas as singularidades de cada aluno. Apesar dos muitos documentos 
que discutem a inclusão, ainda falta evolução no sentido de oferecer condições para 
que ela se torne real e efetiva. As políticas públicas por si só não garantem a 
efetivação dos direitos e cabe ressaltar, que o sentido da inclusão não cabe somente 
à escola, principalmente quando não se tem as adequações necessárias para 
garantir uma educação inclusiva na sua totalidade. 
 
É preciso de um trabalho contínuo de estudo, pesquisa, conscientização e 
politização de diversos segmentos da sociedade para que exista uma luta coletiva 
na defesa de melhores condições de trabalho docente, formação continuada gratuita 
e também pela objetivação no cotidiano dos direitos que assegurem dignidade aos 
alunos, professores e todos os envolvidos direta ou indiretamente com a educação 
formal para todos. Conquistas desta amplitude só serão conseguidas mediante uma 
mobilização social consciente e firme na reivindicação de dignidade, respeito e 
cidadania. 
 
Em relação a didática inclusiva, o planejamento do professor precisa ser 
flexível, assegurando ao aluno o seu direito e assim driblar as principais dificuldades 
ou limitações existentes. Vale ressaltar que somente a participação dos professores 
no papel de incluir não basta, é preciso um trabalho pedagógico coletivo e abrangido 
37 
 
com todo o grupo escolar, fundado em um projeto político-pedagógico eficaz, aberto 
às diferenças e funcional. 
 
A escola é considerada como um espaço necessário à transformação da 
sociedade, da família e do próprio portador de necessidades especiais no processo 
de educação e aceitação, pois a própria pessoa, muitas vezes necessita de apoio 
para enfrentar as diferenças comuns ocasionadas pela exclusão. 
 
O ambiente escolar também é importante pelo fato da relação aluno-aluno e 
professor-aluno, que funciona como uma terapia através da amizade, das boas 
relações, da autoestima e da própria identidade pessoal. 
 
O professor e a gestão escolar, por sua vez, acabam sendo os principais 
responsáveis pelo trabalho e pela melhoria da aplicação de métodos e a busca de 
objetivos relativos à aceitação e a inclusão de seus alunos portadores de 
necessidades especiais. 
 
A escolha desse tema se baseia na convicção de que é de suma importância 
debater, de maneira cada vez mais efetiva, a importância da EducaçãoInclusiva, 
visto que as diversidades são cada vez mais presentes na rotina escolar, e para isso 
é necessário cada vez mais incentivar o preparo em todos os âmbitos, partindo da 
Gestão Escolar, percorrendo o projeto pedagógico, toda a estrutura e equipe 
escolar, principal e essencialmente o professor, englobando inclusive a participação 
familiar, e todos esses fatores resultando em uma experiência educacional cada vez 
mais completa, acolhedora, e inclusiva aos portadores de necessidades especiais. 
Além disso, para formar uma sociedade cada vez mais consciente, é essencial 
trabalhar desde cedo, na rotina escolar, a educação inclusiva, já que é neste 
ambiente que a formação e caráter do indivíduo iniciam, ainda na infância, 
aprendendo a lidar com as diferenças, obstáculos, limitações e dificuldades, 
refletindo diretamente em seu comportamento futuro. Estudos como esse ajudam a 
compreender que a educação, por si só, não é capaz de resolver todas as limitações 
da humanidade, mas é um elemento primordial para a transformação social dos 
indivíduos, contribuindo em seu pleno desenvolvimento, e colaborando com uma 
38 
 
convivência mais harmoniosa não só no ambiente escolar, mas também em 
sociedade. 
 
Pessoas ''especiais'' são seres humanos que enfrentam grandes desafios 
diariamente, a sociedade precisa estar inteiramente envolvida e interessada no 
processo de inclusão. Afinal, a educação possibilita que sejamos mais humanos e 
seres de consciência social. Antes de ser deficientes todos são pessoas com 
sentimentos, que precisam de cuidado afeto e proteção independente da sua 
deficiência. Todos têm a possibilidade de conviver, interagir, aprender e ser feliz. O 
seu modo de ser e viver é o que torna o ser humano único, e essas pessoas devem 
ser vistas não como especiais e sim como pessoas com desafios diferentes e que 
nos ensinam todos os dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
 
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