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1 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia ANATOMIA HUMANA POSIÇÃO ANATÔMICA NORMAL, VARIAÇÃO ANATÔMICA, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE • Normal: o que ocorre com maior frequência. • Variação anatômica: alterações morfológicas entre indivíduos da mesma espécie, porém sem causar perda funcional. Os fatores gerais de variação anatômica são idade, raça, sexo, evolução e biótipo. • Anomalia: alterações morfológicas entre indivíduos da mesma espécie, que causa perda funcional. • Monstruosidade: alterações morfológicas entre indivíduos da mesma espécie, que causa grande perda funcional, sendo incompatível com a vida. PLANOS DO CORPO • Tangência: superior, inferior, laterais direito e esquerdo, anterior e posterior. • Secção: coronal (divide o corpo humano verticalmente ao meio, em ventral e dorsal [anterior e posterior]), sagital (divide o corpo humano verticalmente ao meio em metade direita e metade esquerda) e transversal (divide o corpo humano horizontalmente ao meio, em superior e inferior). TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 2 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia OSTEOLOGIA É a parte da anatomia que estuda a estrutura, forma e desenvolvimento dos ossos e das articulações. OSSOS Estruturas rijas e flexíveis, de tamanho, cor e forma variados, que em conjunto formam o esqueleto. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS • Osso longo: é aquele cujo comprimento é maior que a largura e a espessura. Ex.: úmero, rádio, ulna, falanges, clavícula, fêmur, tíbia e fíbula. • Osso laminar: é aquele cuja espessura é menor que a largura e o comprimento. Ex.: frontal, parietais, occipital e as escápulas. • Osso curto: é aquele em que as três dimensões se equivalem. Ex.: ossos do carpo e do tarso. • Osso irregular: é aquele que não pode ser enquadrado nas definições anteriores. Ex.: vértebras e os temporais. • Osso pneumáticos: são ossos dotados de cavidades preenchidas por ar e revestidas por mucosa. Ex.: frontal, maxilar, etmóide, esfenóide e temporal. Sendo os 4 primeiros possuem seio paranasal. • Osso sesamóide: são pequenos nódulos ossificados inseridos nos tendões. Ex.: patela. TIPOS DE SUBSTÂNCIA ÓSSEA • Osso compacto: é formado por partes sem cavidades visíveis. Estes tipos ósseos estão relacionados com proteção, suporte e resistência. Geralmente, são encontrados nas diáfises (haste longa do osso). • Osso esponjoso: é formado por partes com muitas cavidades intercomunicantes. Representa a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares. A maior parte é encontrada nas epífises (as extremidades alargadas de um osso longo). PERIÓSTEO É uma membrana conjuntiva que reveste a superfície dos ossos com exceção das superfícies articulares. ESQUELETO Conjunto de ossos e cartilagem que se interligam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções. • As funções do esqueleto são: proteção; sustentação e conformação do corpo; armazenamento de íons; sistema de alavancas, que movimentadas pelos músculos, permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em partes; e produção de células sanguíneas. TIPOS DE ESQUELETO • Quanto à articulação: articulado e desarticulado. • Quanto à localização no corpo: endoesqueleto e exoesqueleto. DIVISÃO DO ESQUELETO • Esqueleto axial (azul): ossos do crânio, vértebras, sacro, cóccix, costelas e esterno. • Esqueleto apendicular (amarelo): é dividido em cinturas e partes livres. A cintura é dívida em: 1. Escapular: escápula e clavícula. 2. Pélvica: osso do quadril (ilíaco) Partes livres são: membros superiores e inferiores. 3 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia ARTICULAÇÃO É a união de dois ou mais ossos. TIPOS DE ARTICULAÇÕES • Fibrosa (sinartrose): composta por tecido conjuntivo fibroso. 1. Sutura: fibras curtas. Ex.: sutura sagital 2. Sindesmose: fibras longas. Ex.: sindesmose tibiofibular distal. 3. Gonfose: entre o dente e o alvéolo dentário. • Cartilaginosa (anfiartrose): composta por cartilagem. 1. Sínfise: cartilagem fibrosa. Ex.: sínfise púbica. 2. Sincondrose: cartilagem hialina. Ex.: sincondrose esfenobasilar. • Sinovial (diartrose): compostas de cartilagem que revestem as extremidades ósseas, ligamentos, líquido sinovial, cápsula articular. 1. Plana: movimentos de deslizamento. Ex.: sacroilíaca. 2. Gínglimo: articulação monoaxial, flexão e extensão. Ex.: úmero-ulnar. 3. Trocóide: articulação monoaxial, rotação medial (pronação) e rotação lateral (supinação). Ex.: rádio-ulnar proximal. 4. Condilar: articulação biaxial, flexão e extensão, e abdução e adução. Ex.: articulação temporomandibular. 5. Em sela: articulação biaxial, flexão e extensão, abdução e adução e circundação. Ex.: articulação carpo metacárpica do polegar. 6. Esferóide: articulação triaxial, flexão e extensão, abdução e adução e rotação. Ex.: articulação gleno-umeral. ARTICULAÇÃO DO QUADRIL • Tipo: esferóide. • Movimentos: adução e abdução, rotações medial e lateral, flexão e extensão e circundução. ARTICULAÇÃO DO OMBRO • Tipo: esferóide. • Movimentos: adução e abdução, rotações medial e lateral, flexão e extensão e circundução. 4 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia ARTICULÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) • Tipo: bicondilar complexa. • Movimentos: deslizamento (translação), rotação (giro) e flexão e extensão. SISTEMA MUSCULAR O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano. Os músculos são tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem a função de permitir a contração e produção de movimentos. As fibras musculares, por sua vez, são controladas pelo sistema nervoso, que se encarregam de receber a informação e respondê-la realizando a ação solicitada. Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular, especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um estímulo nervoso. TIPOS DE FIBRA MUSCULAR Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular: • Músculo liso: está presente em diversos órgãos internos. • Músculo estriado esquelético: permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens. • Músculo cardíaco ou miocárdio: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco é involuntário, ele é controlado pelo sistema nervoso autônomo. ORIGEM E INSERÇÃO Quando um músculo contrai e encurta, uma de suas extremidades geralmente permanece fixa, enquanto a outra extremidade (mais móvel) é puxada em direção a ele, resultando em movimento. • Origem: é a extremidade proximal do músculo e que permanece fixa durante a contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que não se desloca (ponto fixo). • Inserção: é a extremidade distal do músculo que se movimenta durante a contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que se desloca (ponto móvel). 5 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS QUANTO À FORMA • Planos: têm fibras paralelas, frequentemente com uma aponeurose. Ex.: m. oblíquo externo do abdome (músculo plano largo). • Peniformes: são semelhantes a penas na organização de seus fascículos, e podem ser semipeniformes, peniformes ou multipeniformes. Ex.: m. extensor longo dos dedos (semipeniforme); m. reto femoral (peniforme); e m. deltoide (multipeniforme). • Fusiformes: têm formato de fuso com um ou mais ventres redondos e espessos, de extremidades afiladas. Ex.: m. bíceps braquial. • Circulares ou esfincterianos: circundam uma abertura ou orifício do corpo, fechando-os quando se contraem. Ex.:m. orbicular da boca (fecha a boca). • Quadrados: têm quatro lados iguais. Ex.: m. reto do abdome entre suas interseções tendíneas. • Triangulares (convergentes): originam-se em uma área larga e convergem para formar um único tendão. Ex.: m. peitoral maior. 6 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS QUANTO À DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES • Paralelas: a) Longos: m. esternocleidomastoideo Origem: esterno e clavícula. Inserção: processo mastoide (osso temporal). Ação: flexão e supinação do antebraço. b) Fusiformes: m. braquial. Origem: úmero. Inserção: ulna. Ação: flexão do antebraço. c) Largos: glúteo máximo. Origem: sacro e ílio. Inserção: fêmur. Ação: extensão e rotação lateral da coxa. d) Em leque: peitoral maior. Origem: esterno, clavícula e cartilagens costais. Inserção: úmero. Ação: flexão, extensão, adução e rotação medial do braço. • Oblíquas: a) Peniformes: 1. Unipenado: (m. flexor longo dos dedos do pé); Origem: tíbia. Inserção: falange dos 4 dedos laterais. Ação: flexão dos 4 dedos laterais. 7 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia 2. Bipenado: (m. reto femural). Origem: espinha ilíaca ântero-inferior (osso do quadril). Inserção: tuberosidade da tíbia. Ação: flexão da coxa e extensão da perna. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS QUANTO AO NÚMERO DE ORIGENS • Bíceps: m. bíceps braquial. Origem: cabeça curta (apófise coracóide da omoplata); e cabeça longa (tubérculo supraglenoide da omoplata). Inserção: tuberosidade radial e fáscia profunda do antebraço (aponeurose bicipital). Ação: braço (abdução, rotação interna [cabeça longa], adução [cabeça curta] e flexão); segurar a cabeça umeral na articulação do ombro; e cotovelo (flexão e supinação). • Tríceps: m. tríceps braquial. Origem: escápula e úmero. Inserção: ulna. Ação: extensão do antebraço. • Quadríceps: m. quadríceps femural. Origem: osso do quadril e fêmur. Inserção: tuberosidade da tíbia. Ação: flexão da coxa e extensão da perna. 8 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS QUANTO AO NÚMERO DE VENTRES • Digástrico: m. digástrico. Origem: mandíbula (ventre anterior) e processo mastóide (ventre posterior). Inserção: osso hióide. Ação: auxilia no abaixamento da mandíbula. • Poligástrico: m. reto do abdome. Origem: púbis. Inserção: 5ª a 7ª cartilagens costais e apófise xifóide. Ação: flexão do tronco, estabilização da coluna vertebral, compressão da parede abdominal, aumento da pressão intra-abdominal e respiração. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS QUANTO À FUNÇÃO • Agonista: o principal músculo do movimento. • Antagonista: músculo que se opõe, em função, ao agonista. • Sinergista: músculo que auxilia o agonista no movimento. • Fixadores: músculos que fixam o corpo em uma determinada posição. SITEMA NERVOSO Controla as funções corporais e está relacionado a todos os outros sistemas do organismo. O sistema nervoso interage com o meio externo e interno, mantendo a homeostase. O sistema nervoso é a parte do organismo que transmite sinais entre as suas diferentes partes e coordena as suas ações voluntárias e involuntárias. Na maioria das espécies animais, constitui-se de duas partes principais: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O sistema central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. Todas as partes do encéfalo e da medula estão envolvidas por três membranas de tecido conjuntivo - as meninges. O encéfalo, principal centro de controle, é constituído por cérebro, cerebelo, tálamo, hipotálamo e bulbo. O SNP constitui-se principalmente de nervos, que são feixes de axônios que ligam o sistema nervoso central a todas as outras partes do corpo. O SNP inclui: neurônios motores, mediando o movimento voluntário; o sistema nervoso autônomo, compreendendo o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático, que regulam as funções involuntárias; e o sistema nervoso entérico, que controla o aparelho digestivo. ORIGEM EMBRIONÁRIA • Ectoderme: origina a pele e o sistema nervoso. O sistema nervoso origina-se da placa neural, sulco neural, goteira neural e, por fim, a goteira neural. O tubo neural desprende-se do epitélio de origem fechando-se na forma de um tubo. Observamos a formação das cristas neurais (mais tarde originarão o sistema nervoso periférico) e a notocorda, que dará origem às vértebras. O disco intervertebral é formado por dois núcleos: fibroso (mais externo) e o pulposo (mais interno), sendo este último um remanescente da notocorda. A extremidade anterior do tubo neural se desenvolve mais que a posterior formando uma dilatação denominada vesícula encefálica ou arquencéfalo. • Mesoderme: origina coração, vasos, músculo, ossos. • Endoderme: origina as vísceras. 9 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Na evolução embrionária a vesícula anterior (encefálica) irá formar outras três vesículas denominadas: • Prosencéfalo: formará o telencéfalo e o diencéfalo. O diencéfalo formará estruturas como o tálamo e o hipotálamo enquanto que o telencéfalo se desenvolverá e dará origem aos hemisférios direito e esquerdo e também aos núcleos da base. • Mesencéfalo: formará o próprio mesencéfalo. • Rombencéfalo: em metencéfalo (formará a ponte e o cerebelo) e o mielencéfalo (medula espinhal). Quando falamos em encéfalo estamos considerando o tronco cerebral, constituído pelo mesencéfalo, ponte e bulbo, como também o cerebelo, ambos, adicionados ao cérebro propriamente dito. Logo, cérebro e encéfalo são denominações que determinam estruturas diferentes. Em um corte transversal do tubo neural identificamos estruturas diferentes. No seu interior há uma cavidade chamada de canal neural delimitada posteriormente, por lâminas alares (formarão os centros sensitivos) e, anteriormente, por lâminas basais (formarão os centros motores). Estas lâminas são separadas por sulcos limitantes (formarão os centros vegetativos), superiormente há a lâmina do tecto e inferiormente a lâmina do assoalho. DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO • Divisão anatômica: Reconhecemos no sistema nervoso duas partes que são o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). A divisão é topográfi-ca e também funcional, embora as duas porções sejam interdependentes. O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. Pode-se dizer que o SNC está constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna ver-tebral e crânio): são a medula espinal e o encéfalo. A porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da porção central. O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas. • Divisão funcional: DIFERENÇA ENTRE SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO O sistema nervoso simpático é responsável pelas alterações no organismo em situações de estresse ou emergência. Assim, deixa o indivíduo em estado de alerta, preparado para reações de luta e fuga. O sistema nervoso parassimpático tem a função de fazer o organismo retornar ao estado de calma em que o indivíduo se encontrava antes da situação estressante. 10 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Ambos são partes do sistema nervoso autônomo. Este é responsável pelas ações espontâneas do corpo, como respiração, batimentos cardíacos, digestão, controle da temperatura corporal, entre várias outras funções, administradas pelos sistemas simpáticoe parassimpático. TECIDO NERVOSO O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios e as células glias. • Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações. São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônios. • Células glias: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural. Além de células neuronais (neurônios propriamente ditos) o sistema nervoso possui uma diversidade de células “auxiliares” denominadas células da glia ou neuróglias. a) As células de Schwann são responsáveis pela formação da bainha de mielina nos neurônios do sistema nervoso periférico. Elas se enrolam em volta dos axônios, isolando-os eletricamente; b) Os oligodendrócitos possuem poucos prolongamentos, por isso têm esse nome (oligo=pouco). Participam do processo de mielinização dos neurônios do sistema nervoso central, ou seja, da formação da bainha de mielina que envolve e protege os axônios; c) Micróglias são macrófagos que atuam na remoção de resíduos do sistema nervoso (fazer fagocitose); d) Gliócitos são células que atuam na sustentação do sistema nervoso; e) Astrócitos são as principais células da glia, atuando na nutrição do neurônio já que estas células estão no caminho entre o vaso sanguíneo e o neurônio. Além de atuar como células de nutrição, são barreiras a componentes exógenos como antibióticos, por exemplo, ou mesmo excesso de alguns íons como o potássio; f) As células ependimárias ou ependimócitos são células de revestimento do sistema nervoso. Elas revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula. • O corpo celular: é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos. • Dendritos: geralmente são curtos e ramificam- se profusamente, a maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios. Em geral os dendritos são não mielinizados. Um neurônio pode apresentar milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos. • Axônios: a grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos dendritos. A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores químicos. Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. 11 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia TIPOS DE NEURÔNIOS São três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP. Um neurônio interneurônio são aqueles que conectam um neurônio a outro, sendo encontrados no SNC. Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas: • Função sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC; • Função integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada; • Função motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC. Os neurônios podem ainda ser divididos em: A. Multipolares: possuem um corpo celular, vários dendritos e um axônio. Constituem a maioria dos neurônios do tecido nervoso. As fibras nervosas são conjuntos de axônios, sem corpos celulares, que interligam o sistema nervoso central com a periferia. B. Bipolares: possuem um dendrito, um corpo celular e um axônio. C. Unipolares: possuem um corpo celular e um axônio. ARCO REFLEXO O arco reflexo é a resposta imediata à excitação de um nervo, sem a vontade ou consciência do animal, ou seja, é um estímulo que não chega até o encéfalo, ele recebe resposta na medula. Um arco reflexo contém 5 componentes básicos: • Receptor: os receptores variam de localização no organismo, porém todos apresentam uma função em comum: captar alguma energia ambiental e transformá-la em potenciais de ação. Por exemplo, receptores da retina captam luz, os da pele captam calor, frio, pressão, receptores do fuso muscular captam estiramento, etc. • Nervo sensorial: o nervo aferente conduz o potencial de ação gerado pela ativação do receptor para o SNC penetrando na medula espinhal por meio das raízes dorsais. • Sinapse: poderá ser única no reflexo monossinaptico ou várias no reflexo polissinaptico • Nervo motor: o nervo eferente conduz potenciais de ação do SNC para o órgão efetor deixando a medula a partir da raiz ventral. • Órgão alvo: é o órgão efetuador, normalmente um músculo, capaz de produzir a resposta motora reflexa. SINAPSE É a região localizada entre neurônios onde agem os neurotransmissores (mediadores químicos), transmitindo o impulso nervoso de um neurônio a outro, ou de um neurônio para uma célula muscular ou glandular. As sinapses são junções entre a terminação de um neurônio e a membrana de outro neurônio. São elas que fazem a conexão entre células vizinhas, dando continuidade à propagação do impulso nervoso por toda a rede neuronal. Os neurônios fazem a comunicação entre os órgãos do corpo e o meio externo, isso acontece através de sinais 12 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia elétricos. Os impulsos elétricos percorrem toda a extensão do neurônio, indo do corpo celular aos axônios, mas não podem passar de um neurônio a outro. O espaço entre as membranas das células é chamado fenda sináptica. A membrana do axônio que gera o sinal e libera as vesículas na fenda é chamada pré- sináptica, enquanto que a membrana que recebe o estímulo através dos neurotransmissores é chamada pós-sináptica. FIBRAS NERVOSAS Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina (camadas de substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina as fibras são denominadas de amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina formada por células de Schwann, no periférico e no central por oligodendrócitos. A bainha de mielina permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos axônios, a condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em estruturas chamadas de nódulos de Ranvier. MEDULA ESPINHAL Medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim temos a medula espinhaldentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral. A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem, entretanto, ocupa-lo completamente. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula tem importância clínica e no adulto situa-se geralmente em L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. • Forma e estrutura da medula: A medula apresenta forma aproximada de um cilindro, achatada no sentido antero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois ela apresenta duas dilatações denominadas de intumescência cervical e intumescência lombar. Estas intumescências medulares correspondem às áreas em que fazem conexão com as grossas raízes nervosas que formam o plexo braquial e lombossacral, destinados à inervação dos membros superiores e inferiores respectivamente. A formação destas intumescências se deve pela maior quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas áreas. A intumescência cervical estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal e a intumescência lombar (lombossacral) estende-se dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal. A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior. 13 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. • Secções da medula espinhal em todas regiões: Na medula, a substância cinzenta (corpos neuronais) localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta, ou de um “H”. Nela distinguimos de cada lado, três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral. A coluna lateral só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. A substância branca (axissonios) é formada por fibras, a maioria delas mielínicas, que sobem e descem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: 1. Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. 2. Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e o lateral posterior. 3. Funículo posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado a substancia cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. • Conexões com os nervos espinhais: nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. As duas raízes se unem para formação dos nervos espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. • Raízes nervosas: Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: • 8 cervicais; • 12 torácicos; • 5 lombares; • 5 sacrais; • 1 coccígeo. Encontramos 8 pares de nervos cervicais e apenas 7 vértebras cervicais porque o primeiro par de nervos espinhais sai entre o occipital e C1. • Relação das raízes nervosas com as vértebras: 14 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Topografia da medula: A um nível abaixo da segunda vértebra lombar encontramos apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda equina. Como as raízes nervosas mantém suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há um alongamento das raízes e uma diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula, levando a formação da cauda equina. Ainda como consequência da diferença de ritmos de crescimento entre a coluna e a medula, temos o afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. Assim, no adulto, as vértebras T11 e T12 correspondem aos segmentos lombares. Para sabermos qual o nível da medula cada vértebra corresponde, temos a seguinte regra: entre os níveis C2 e T10, adicionamos o número dois ao processo espinhoso da vértebra e se tem o segmento medular subjacente. Aos processos espinhosos de T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de L1 corresponde aos cinco segmentos sacrais. • Envoltório da medula: A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: dura-máter, aracnoide e pia-máter. • Dura-máter: é a mais espessa e envolve toda a medula, como se fosse uma luva, o saco dural. Cranialmente ela se continua na dura-máter craniana, caudalmente ela se termina em um fundo-de-saco ao nível da vértebra S2. Prolongamentos laterais da dura- máter embainham as raízes dos nervos espinhais, constituído um tecido conjuntivo (epineuro), que envolve os nervos. • Aracnoide: se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter. Compreende um folheto justaposto à dura- máter e um emaranhado de trabéculas aracnoideas, que unem este folheto à pia-máter. • Pia-máter: é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente o tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser chamado de filamento da dura-máter. Este, ao se inserir no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõem em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula ao longo de uma linha continua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares que se inserem firmemente na aracnóide e na dura-máter em um ponto que se alteram com a emergência dos nervos espinhais. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e importantes pontos de referência em cirurgias deste órgão. Entre as meninges existem espaços que são importantes para a parte clínica médica devido às patologias que podem estar envolvidas com essas estruturas, tais como: hematoma extradural, meningites etc. O espaço epidural, ou extradural, situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno. O espaço subdural, situado entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda estreita contendo uma pequena quantidade de líquido. O espaço subaracnoideo contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cérebro-espinhal ou liquor. Alguns autores ainda consideram um outro espaço denominado subpial, localizadoentre a pia-mater e o tecido nervoso. 15 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia TRONCO ENCEFÁLICO O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo, ou seja, conecta a medula espinal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente. A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as provenientes dele. Dispersas na substância branca do tronco encefálico encontram-se massas de substância cinzenta denominadas núcleos, que exercem efeitos intensos sobre funções como a pressão sanguínea e a respiração. Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou imitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. O tronco encefálico se divide em: bulbo, situado caudalmente, mesencéfalo, e a ponte situada entre ambos. • Bulbo (medula oblonga): Tem forma de um cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. Como não se tem uma linha demarcando a separação entre medula e bulbo, considera-se que o limite está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, o que corresponde ao nível do forame magno. No bulbo localiza-se o centro respiratório, muito importante para a regulação do ritmo respiratório. Localizam-se também o centro vasomotor e o centro do vômito. A presença dos centros respiratórios e vasomotor no bulbo torna as lesões neste órgão particularmente perigosas. Em razão de sua importância com relação às funções vitais, o bulbo é muitas vezes chamado de centro vital. Pelo fato de essas estruturas serem fundamentais para o organismo, você pode compreender a seriedade de uma fratura na base do crânio. O bulbo é também extremamente sensível a certas drogas, especialmente os narcóticos. Uma dose excessiva de narcótico causa depressão do bulbo e morte porque a pessoa pára de respirar. • Ponte: É a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. Sua base situada ventralmente apresenta uma estriação transversal em virtude da presença de numerosos feixes de fibras transversais que a percorrem. A ponte tem um papel fundamental na regulação do padrão e ritmo respiratório. Lesões nessa estrutura podem causar graves distúrbios no ritmo respiratório. • Mesencéfalo: Interpões-se entre a ponte e o cérebro, do qual é representado por um plano que liga os dois corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo, à comissura posterior. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto cerebral. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o tecto do mesencéfalo. Ventralmente, temos os dois pedúnculos cerebrais, que por sua vez, se dividem em uma parte dorsal, o tegmento e outra ventral, a base do pedúnculo. Em uma secção transversal do mesencéfalo, vê-se que o tegmento é separado da base por uma área escura, a substância negra (nigra). Junto à sustância negra existem dois sulcos longitudinais: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral. Estes sulcos marcam o limite entre a base e o tegmento do pedúnculo cerebral. Do sulco medial emerge o nervo oculomotor, III par craniano. Tecto do mesencéfalo: em vista dorsal o tecto mesencefálico apresenta quatro eminências arredondadas denominadas colículos superiores e inferiores, separados por dois sulcos perpendiculares em forma de cruz. Na parte anterior do ramo longitudinal da cruz, aloja-se o corpo pineal, que pertence ao diencéfalo. Caudalmente a cada colículo inferior, emerge o IV par craniano, o nervo troclear. 16 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia CEREBELO O cerebelo, órgão do sistema nervoso supra- segmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital por uma prega da dura- máter denominada tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e a ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere fundamentalmente do cérebro porque funciona sempre em nível involuntário e inconsciente, sendo sua função exclusivamente motora (equilíbrio e coordenação). Anatomicamente, distingue-se no cerebelo, uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. O vérmis é pouco separado dos hemisférios na face superior do cerebelo, o que não ocorre na face inferior, onde dois sulcos são bem evidentes o separam das partes laterais. DIENCÉFALO O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao prosencéfalo. O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80% da cavidade craniana. O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais inferior de cérebro. Ao diencéfalo compreendem as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas relacionadas com o III ventrículo. • III Ventrículo: É uma cavidade no diencéfalo, ímpar, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares. Quando o cérebro é seccionado no plano sagital mediano, as paredes laterais do III ventrículo são expostas amplamente; verifica-se então a existência de uma depressão, o sulco hipotalâmico, que se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular. As porções da parede, situadas acima deste sulco, pertencem ao tálamo; e as situadas abaixo, pertencem ao hipotálamo. • Tálamo: O tálamo, com comprimento de cerca de 3 cm, compondo 80% do diencéfalo, consiste em duas massas ovuladas pareadas de substância cinzenta, organizada em núcleos, com tratos de substância branca em seu interior. Em geral, uma conexão de substância cinzenta, chamada massa intermédia (aderência intertalâmica), une as partes direita e esquerda do tálamo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que participa da delimitação do forame interventricular. O tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que vão da porção inferior do encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do cérebro. O tálamo classifica a informação, dando-nos uma ideia da sensação que estamos experimentando, e as direciona para as áreas específicas do cérebro para que haja uma interpretação mais precisa. Tem como função: sensibilidade; motricidade; comportamento emocional; ativação do córtex; desempenha algum papel no mecanismo de vígilia, ou estado de alerta. • Hipotálamo: É uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com funções importantes principalmente relacionadas à atividade visceral. O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que separa o tálamo. Apresenta algumas formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o infundíbulo e os corpos mamilares. Trata-se de uma área muito pequena (4 g) mas, apesar disso, o hipotálamo, por suas inúmeras e variadas funções, é uma das áreas mais importantes do sistema nervoso. Tem como função: controle do sistema nervoso autônomo; regulação da temperatura corporal; regulaçãodo comportamento emocional; regulação do sono e da vigília; regulação da ingestão de alimentos; regulação da ingestão de água; regulação da diurese; regulação do sistema endócrino; geração e regulação de ritmos circadianos. 17 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Epitálamo: Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal, glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o tecto mesencefálico. A base do corpo pineal se prende anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam um plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas, entre as quais penetra na glândula pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal. • Subtálamo: Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Sua visualização é melhor em cortes frontais do cérebro. Verifica-se que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. Lesões no núcleo subtalâmico provocam uma síndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos anormais das extremidades. TELENCÉFALO O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, e uma pequena linha mediana situada na porção anterior do III ventrículo. Os dois hemisférios cerebrais são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo o assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios. Os hemisférios possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o III ventrículo pelos forames interventriculares. Cada hemisfério possui três pólos: frontal, occipital e temporal; e três faces: súpero-lateral (convexa); medial (plana); e inferior ou base do cérebro (irregular), repousando anteriormente nos andares anterior e médio da base do crânio e posteriormente na tenda do cerebelo. • Sulcos: Durante o desenvolvimento embrionário, quando o tamanho do encéfalo aumenta rapidamente, a substância cinzenta do córtex aumenta com maior rapidez que a substância branca subjacente. Como resultado, a região cortical se enrola e se dobra sobre si mesma. Portanto, a superfície do cérebro do homem e de vários animais apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros ou circunvoluções cerebrais. A existência dos sulcos permite considerável aumento do volume cerebral e sabe-se que cerca de dois terços da área ocupada pelo córtex cerebral estão “escondidos” nos sulcos. Em qualquer hemisfério, os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral e o sulco central. a) Sulco lateral: é o sulco que separa o lobo frontal do lobo temporal. Ele é subdividido em ascendente, anterior e posterior. b) Sulco central: separa o lobo parietal do frontal. O sulco central é ladeado por dois giros paralelos, um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. As áreas situadas adiante do sulco central relacionam-se com a motricidade, enquanto as situadas atrás deste sulco relacionam-se com a sensibilidade. 18 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Outro sulco importante situado no telencéfalo, na face medial, é o sulco parieto-occipital, que separa o lobo parietal do occipital. Os lobos cerebrais recebem o nome de acordo com a sua localização em relação aos ossos do crânio. Portanto, temos cinco lobos: frontal, temporal, parietal, occipital e o lobo da ínsula, que é o único que não se relaciona com nenhum osso do crânio, pois está situado profundamente no sulco lateral. A divisão dos lobos não corresponde muito a uma divisão funcional, exceto pelo lobo occipital que parece estar relacionado somente com a visão. MENINGES O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou membranas) de tecido con-juntivo chamadas, em conjunto, meninges. Estas lâminas são, de fora para dentro: a dura-máter, a aracnóide-máter e a pia-máter. A dura-máter é a mais espessa de-las e a pia-máter a mais fina. Esta última está intima-mente aplicada ao encéfalo e à medula espinhal. Entre as duas está a aracnóide, da qual partem fibras delicadas que vão até a pia-máter, constituindo uma rede semelhante a uma teia de aranha. A aracnóide é separada da dura-máter por um espaço capilar denominado espaço subdural e da pia-máter pelo espaço subaracnóide, onde circula o líquido cérebro-espinhal (ou líquor). Líquor: é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A são função primordial é proteção mecânica do sistema nervoso central. GÂNGLIOS NERVOSOS São aglomerados de corpos celulares de neurônios que se localizam fora do sistema nervoso central, próximo à coluna vertebral, que se associam aos nervos, funcionando como estações de interligação entre neurônios e estruturas do organismo. Estes gânglios nervosos se mostram como pequenas dilatações em alguns nervos. O gânglio é envolvido pelo tecido conjuntivo, e internamente o gânglio é constituído por neurônios esféricos ou asteriscos (que são grandes células com núcleos que possuem vesículas). Existem dois tipos de gânglios: os sensitivos e os autônomos. NERVOS CRANIANOS São os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido rostrocaudal. Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras corticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex, descendo principalmente na parte genicular da cápsula interna até o tronco do encéfalo. Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam- se dos neurônios situados fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos. Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância cinzenta da medula espinhal. 19 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em: motores, sensitivos e mistos. • Motores (puros): são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero- posteriores do pescoço. São eles: III – Nervo oculomotor; IV – Nervo troclear; VI – Nervo abducente; XI – Nervo acessório; XII – Nervo hipoglosso. • Sensitivos (puros): destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais são: I – Nervo olfatório; II – Nervo óptico; VIII – Nervo vestibulococlear. • Mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro: V – Trigêmeo; VII – Nervo facial; IX – Nervo glossofaríngeo; X – Nervo vago. Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do sistema autônomo. São os seguintes: III – Nervo oculomotor; VII – Nervo facial; IX – Nervo glossofaríngeo; X – Nervo vago; XI – Nervo acessório. A sequência craniocaudal dos nervos cranianos é como se segue: I. Nervo olfatório: As fibras do nervo olfatório distribuem-se por uma área especial da mucosa nasal que recebe o nome de mucosa olfatória. Em virtude da existência de grande quantidade de fascículos individualizados que atravessam separadamente o crivo etmoidal, é que se costuma chamar de nervos olfatórios, e não simplesmente de nervo olfatório (direito e esquerdo). É um nervo exclusivamentesensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo classificados como aferentes viscerais especiais. Mais informações sobre o nervo olfatório podem ser encontradas em telencéfalo (rinencéfalo). II. Nervo óptico: É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao pólo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no tracto óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se como aferentes somáticas especiais. 20 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia III. Nervo oculomotor; / IV. Nervo troclear; / VI. Nervo abducente: São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior, oblíquo inferior. Todos estes músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho são classificadas como eferentes somáticas. O nervo oculomotor nasce no sulco medial do pedúnculo cerebral; o nervo troclear logo abaixo do colículo inferior; e o nervo abducente no sulco pontino inferior, próximo à linha mediana. Os três nervos em apreço se aproximam, ainda no interior do crânio, para atravessar a fissura orbital superior e atingir a cavidade orbital, indo se distribuir aos músculos extrínsecos do olho. O nervo oculomotor conduz ainda fibras vegetativas, que vão à musculatura intrínseca do olho, a qual movimenta a íris e a lente. V. Nervo trigêmeo: O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigemial, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios. O problema médico mais freqüentemente observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo. VII. Nervo facial: É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial gustatória. Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando-se assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial. A raiz motora é representada pelo nervo facial propriamente dito, enquanto a sensorial recebe o nome de nervo intermédio. Ambos têm origem aparente no sulco pontino inferior e se dirigem paralelamente ao meato acústico interno onde penetram juntamente com o nervo vestibulococlear. No interior do meato acústico interno, os dois nervos (facial e intermédio) penetram num canal próprio escavado na parte petrosa do osso temporal, que é o canal facial. As fibras motoras atravessam a glândula parótida atingindo a face, onde dão dois ramos iniciais: o temporo facial e cérvico facial, os quais se ramificam em leque para inervar todos os músculos cutâneos da cabeça e do pescoço. Algumas fibras motoras vão ao músculo estilo-hioideo e ao ventre posterior do digástrico. As fibras sensoriais (gustatórias) seguem um ramo do nervo facial que é a corda do tímpano, que vai se juntar ao nervo lingual (ramo mandibular, terceiro ramo do trigêmeo), tomando-se como vetor para distribuir-se nos dois terços anteriores da língua. O nervo facial apresenta ainda fibras vegetativas (parassimpáticas) que se utilizam do nervo intermédio e depois seguem pelo nervo petroso maior ou pela corda do tímpano (ambos ramos do nervo facial) para inervar as glândulas lacrimais, nasais e salivares (glândula sublingual e submandibular). Em síntese, o nervo facial dá inervação motora para todos os músculos cutâneos da cabeça e pescoço (músculo estilo-hioideo e ventre posterior do digástrico). VIII. Nervo vestibulococlear: Constituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo. Ocupa juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal. A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio. A parte coclear é constituída de fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição. As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como aferentes somáticas especiais. 21 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia IX. Nervo glossofaríngeo: É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida. X. Nervo vago: O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório. Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traqueia, esôfago, vísceras do tórax e abdome. Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe.As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior. XI. Nervo acessório: Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula, constituindo um tronco que penetra no crânio pelo forame magno. A este tronco unem-se filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo. O tronco divide-se em um ramo interno e um externo. O interno une-se ao vago e distribui-se com ele, e o externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastoideo. As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são: Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe; Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas. XII. Nervo hipoglosso: Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este, emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e dirige-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (está relacionado com a motricidade da mesma). Suas fibras são consideradas eferentes somáticas. SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é o conjunto de órgãos responsáveis pela distribuição de nutrientes para as células e coleta de suas excretas metabólicas para serem eliminadas por órgãos excretores. • Funções do sistema circulatório sanguíneo: a) Transporte de gases dos pulmões aos tecidos e dos tecidos aos pulmões, de nutrientes das vias digestivas aos tecidos e de toxinas; b) Distribuição dos hormônios vindos das glândulas e de anticorpos; c) Manutenção da temperatura corporal. O sistema circulatório é dividido em linfático e sanguíneo. O sistema circulatório é constituído pelos seguintes componentes: • Coração: o coração é um órgão muscular, que se localiza na caixa torácica, entre os pulmões. Funciona como uma bomba dupla, de modo que o lado esquerdo bombeia o sangue arterial para as diversas partes do corpo, enquanto o lado direito bombeia o sangue venoso para os pulmões. O coração funciona impulsionando o sangue por meio de dois movimentos: contração ou sístole e relaxamento ou diástole. 22 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Localização do coração: mediastino médio. • Posição do coração: a) Ápice: ântero inferior à esquerda da linha mediana. b) Base: póstero superior à direita da linha mediana. • Faces do coração: a) Anterior ou esternocostal; b) Inferior ou diafragmática; c) Posterior. • Câmaras cardíacas: a) Átrios: dois (esquerdo e direito). b) Ventrículos: dois (esquerdo e direito). Obs.: entre os átrios temos o septo interatrial, entre os ventrículos o septo interventricular e entre átrios e ventrículos as valvas atrioventriculares. • Vasos da base: Os vasos pelo qual o sangue chega ou saem do coração, têm suas raízes situadas na base do coração e por esta razão esta região não apresenta uma nítida delimitação. a) Átrio direito: chegam a veia cava superior e cava inferior e seio coronário (sangue venoso). b) Átrio esquerdo: chegam às veias pulmonares (sangue arterial). c) Ventrículo direito: saem à artéria tronco pulmonar. d) Ventrículo esquerdo: saem à artéria aorta. • Valvas do coração: a) Átrioventriculares: tricúspide e bicúspide. b) Semilunares: aórtica e pulmonar. Obs.: se encontram ancoradas no miocárdio por cordas tendíneas e músculos papilares. • As principais estruturas do coração são: c) Pericárdio: membrana que reveste o exterior do coração. d) Endocárdio: membrana que reveste o interior do coração. e) Miocárdio: músculo situado entre o pericárdio e o endocárdio, responsável pelas contrações do coração. f) Átrios ou aurículas: cavidades superiores por onde o sangue chega ao coração. g) Ventrículos: cavidades inferiores por onde o sangue sai do coração. h) Válvula tricúspide: impede o refluxo de sangue do átrio direito para o ventrículo direito. i) Válvula mitral: impede o refluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. • Vasos sanguíneos: são as vias de transporte por onde o sangue circula. São divididos basicamente em artérias (vasos que saem do coração e conduzem o sangue para todo o corpo), veias (vasos que carregam sangue dos tecidos ao coração) e capilares (vasos sanguíneos microscópicos que se originam das ramificações das artérias e veias e tem como função irrigar as células). • Sangue: material liquido que transporta os nutrientes e oxigenação para o corpo. • Sistema de condução do coração: Nó sinoatrial (átrio direito, próximo à veia cava superior) -> Feixes internodais -> Nó atrioventricular -> Feixe interventricular (de His) -> Fibras subendocárdicas (de Purkinje). 23 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia PEQUENA CIRCULAÇÃO A pequena circulação ou circulação pulmonar consiste no caminho que o sangue percorre do coração aos pulmões, e dos pulmões ao coração. Assim, o sangue venoso é bombeado do ventrículo direito para a artéria pulmonar, que se ramifica de maneira que uma segue para o pulmão direito e outra para o pulmão esquerdo. Já nos pulmões, o sangue presente nos capilares dos alvéolos libera o gás carbônico e absorve o gás oxigênio. Por fim, o sangue arterial (oxigenado) é levado dos pulmões ao coração, através das veias pulmonares, que se conectam no átrio esquerdo. GRANDE CIRCULAÇÃO A grande circulação ou circulação sistêmica é o caminho do sangue, que sai do coração até as demais células do corpo e vice-versa. No coração, o sangue arterial vindo dos pulmões, é bombeado do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Do ventrículo passa para a artéria aorta, que é responsável por transportar esse sangue para os diversos tecidos do corpo. Assim, quando esse sangue oxigenado chega aos tecidos, os vasos capilares refazem as trocas dos gases: absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando o sangue venoso. Por fim, o sangue venoso faz o caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito pelas veias cavas superiores e inferiores, completando o sistema circulatório. • Resumindo: a pequena circulação transporta sangue do coração aos pulmões e, destes, novamente ao coração (coração – pulmão – coração). A grande circulação conduz o sangue do coração a todos os órgãos do corpo e é responsável pelo seu retorno ao coração (coração – corpo – coração). SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é o principal sistema de defesa do organismo. Ele é constituído pelos nódulos linfáticos (linfonodos), ou seja, uma rede complexa de vasos, responsável por transportar a linfa dos tecidos para o sistema circulatório. Além disso, ele possui outras funções como a proteção de células imunes, pois atua junto ao sistema imunológico. Outro importante papel do sistema linfático está na absorção dos ácidos graxos e no equilíbrio dos fluidos (líquidos) nos tecidos. • Órgãos linfoides primários: medula óssea e timo; • Órgãos linfoides secundários: linfonodos, baço e tonsilas; • Vasos linfáticos; • Ductos linfáticos: ducto torácico, ducto linfático direito e cisterna do quilo. • Funcionamento do sistema linfático: 24 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia Para desempenhar sua função de eliminar as impurezas do nosso corpo, o sistema linfático trabalha junto com o sistema imunológico. O sistema linfático atua em conjunto com diversos órgãos e elementos do organismo. É dessa forma que ele consegue alcançar as partes do corpo para filtrar o líquido tissular que nutriu, oxigenou os capilares sanguíneos e saiu levando gás carbônio e excreções. Diferente do sangue que é impulsionado pela força do coração, no sistema linfático a linfa semovimenta de forma lenta e com baixa pressão. Ela depende da compressão dos movimentos dos músculos para pressionar o líquido. É a partir da contração realizada pelo movimento dos músculos que o fluído é transportado para os vasos linfáticos. Como eles são maiores acabam se acumulam no ducto linfático direito e no ducto torácico, percorrendo assim para o resto do corpo. • Componentes do sistema linfático: a) Linfonodos: os linfonodos (gânglios linfáticos) são chamados de nódulos linfáticos. Eles são pequenos órgãos (com até 2 cm) presentes no pescoço, no tórax, no abdômen, na axila e na virilha. Formados por tecido linfoide e distribuídos pelo corpo, os linfonodos são responsáveis por filtrarem a linfa antes dela retornar ao sangue. Além disso eles também atuam na defesa do organismo, impedindo a permanência de partículas estranhas no corpo. b) Linfa: é um líquido transparente e alcalino semelhante ao sangue e que circula pelos vasos linfáticos. Porém, ele não possui hemácias e, por isso, apresenta um aspecto esbranquiçado e leitoso. Responsável pela eliminação das impurezas, a linfa é produzida pelo intestino delgado e fígado. Seu transporte é feito pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional), filtrada pelos linfonodos e lançada no sangue. c) Vasos linfáticos: são canais, distribuídos pelo organismo, os quais possuem válvulas que transportam a linfa na corrente sanguínea num único sentido, impedindo assim o refluxo. Eles atuam no sistema de defesa do organismo, visto que retiram células mortas e transportam os linfócitos (glóbulos brancos) que combatem as infecções no organismo. d) Baço: maior dos órgãos linfáticos, o baço é um órgão de ovalado, localizado abaixo do diafragma e atrás do estômago. Ele é responsável pela defesa do organismo e exerce as seguintes funções: produção de anticorpos (linfócitos T e B) e hemácias (hematopoiese), armazenamento de sangue e liberação de hormônios. e) Timo: é um órgão localizado na cavidade torácica, próximo do coração. Além de produzir as substâncias como a timosina e a timina, o timo produz anticorpos (linfócito T), atuando, dessa maneira, na defesa do organismo. f) Tonsilas palatinas: popularmente, esses dois órgãos localizados na garganta, são conhecidos como amídalas ou amígdalas palatinas. Elas são responsáveis pela seleção dos microrganismos que penetram no corpo, principalmente pela boca. Nesse caso, auxiliam no processo de defesa do organismo visto que produzem linfócitos. SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é o conjunto dos órgãos responsáveis pela absorção do oxigênio do ar pelo organismo e da eliminação do gás carbônico retirado das células. Ele é formado pelas vias respiratórias e pelos pulmões. Os órgãos que compõem as vias respiratórias são: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios. • Divisão do sistema respiratório: a) Porção condutora: nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. b) Porção respiratória: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. Obs.: espaço morto é a região do sistema respiratório onde não ocorrem trocas gasosas. • Funções do sistema respiratório: a) Troca gasosa: quando inspiramos o ar atmosférico, que contém oxigênio e outros elementos químicos, ele passa pelas vias respiratórias e chega aos pulmões. É nos pulmões que acontece a troca do dióxido de carbono pelo oxigênio. E, graças aos músculos respiratórios que este órgão cria forças para o ar fluir. Tudo isso a partir de 25 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia estímulos e comandos emitidos pelo sistema nervoso central. b) Equilíbrio ácido-base: corresponde à remoção do excesso de CO2 do organismo. Nesta função, novamente temos a atuação do sistema nervoso, que é responsável por enviar informações para os controladores da respiração. c) Produção de sons: é realizada pela ação conjunta do sistema nervoso e dos músculos que trabalham na respiração. São eles que permitem o fluxo do ar das cordas vocais e da boca. d) Defesa pulmonar: ao respirar, é praticamente impossível eliminar as impurezas contidas no ambiente atmosférico. A inspiração de microrganismos se torna inevitável. Para evitar problemas de saúde, o sistema respiratório apresenta mecanismos de defesa, que por sua vez, são realizados a partir da atuação dos diferentes órgãos. • Órgãos do sistema respiratório: a) Cavidades nasais: são dois condutos paralelos revestidos de mucosa e separados por um septo cartilaginoso, que começam nas narinas e terminam na faringe. No interior das cavidades nasais, existem pelos que atuam como filtro de ar, retendo impurezas e germes, garantindo que o ar chegue limpo aos pulmões. A membrana que reveste as cavidades nasais contém células produtoras de muco que umidificam o ar. Ela é rica em vasos sanguíneos que aquecem o ar que entra no nariz. b) Faringe: é um tubo que serve de passagem tanto para os alimentos quanto para o ar, portanto, faz parte do sistema respiratório e do sistema digestório. Sua extremidade superior se comunica com as cavidades nasais e com a boca, na extremidade inferior se comunica com a laringe e o esôfago. Suas paredes são musculosas e revestidas de mucosa. c) Laringe: é o órgão que liga a faringe à traqueia. Na parte superior da laringe está a epiglote, a válvula que se fecha durante a deglutição. Este é também o principal órgão da fala. Nela estão localizadas as cordas vocais. d) Traqueia: é um tubo situado abaixo da laringe e formado por quinze a vinte anéis cartilaginosos que a mantêm aberta. Este órgão é revestido por uma membrana mucosa, e nela o ar é aquecido, umidificado e filtrado. e) Brônquios: são duas ramificações da traqueia formados também por anéis cartilaginosos. Cada brônquio penetra em um dos pulmões e divide-se em diversos ramos menores, que se distribuem por todo o órgão formando os bronquíolos. Os brônquios se ramificam e subdividem-se várias vezes, formando a árvore brônquica. f) Pulmões: o sistema respiratório é composto por dois pulmões, órgãos esponjosos situados na caixa torácica. Eles são responsáveis pela troca do oxigênio em gás carbônico, através da respiração. Cada pulmão é envolvido por uma membrana dupla, chamada pleura. Internamente, cada pulmão apresenta cerca de 200 milhões de estruturas muito pequenas, em forma de cacho de uva e que se enche de ar, chamados de alvéolos pulmonares. Cada alvéolo recebe ramificações de um bronquíolo. Nos alvéolos, realizam-se as trocas gasosas entre o ambiente, denominada hematose. Tudo isso acontece graças às membranas muito finas que os revestem e abrigam inúmeros vasos sanguíneos bem finos, os capilares. 26 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia SISTEMA DIGESTÓRIO Ele é formado por um conjunto de órgãos que atuam no corpo humano. A ação desses órgãos está relacionada ao processo de transformação do alimento, que tem o objetivo de ajudar na absorção dos nutrientes. Tudo isso acontece por meio de processos mecânicos e químicos. • Componentes do sistema digestório: Divide-se em duas partes, tubo digestório e órgãos anexos. O tubo digestório (propriamente dito), antes conhecido como tubo digestivo. Ele se divide em três partes: alto, médio e baixo. • Tubo digestório alto: É formado pela boca, faringe e esôfago. a) Boca: A boca é a porta de entrada dos alimentos no tubo digestivo. Ela corresponde a uma cavidade forrada por mucosa, onde os alimentos são umidificados pela saliva, produzida pelas glândulas salivares. Na boca ocorre a mastigação, que corresponde ao primeiro momento do processo da digestão mecânica. Ela acontece com os dentes e a língua. Em um segundo momento entra em ação a atividade enzimática da ptialina, que é amilase salivar. Ela atua sobre o amido encontrado na batata,farinha de trigo, arroz e o transformando em moléculas menores de maltose. • Partes da boca: a) ´Lábios superior e inferior: b) Vestíbulo oral: 27 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia c) Palato duro: ossos maxilares (processo palatinos das maxilas) e palatinos (lâmina horizontal do palatino). d) Palato mole: músculos elevador e tensor do véu palatino, palatoglosso, palatofaríngeo e da úvula. e) Assoalho da boca: músculos milo-hioideo, glândula sublingual, ducto da glândula submandibular, músculo gênio hioideo, nervos linguais e hipoglosso e vasos sublinguais. f) Lingua: Está constituída por músculos extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos a prendem à mandíbula, ao osso hioide, ao processo estiloide e ao palato. Quando estes músculos se contraem, movimentam a língua em todas as direções. Os músculos intrínsecos, por sua vez, estão contidos inteiramente na língua, com origem e inserção nela e são responsáveis pela alteração de sua forma. • A face dorsal da língua é dividida em terços: a) Os dois terços anteriores: separados do terço posterior por um sulco em forma de V, o sulco terminal. Este sulco tem seu vértice mediano voltado para o terço posterior; nele encontramos um forame de profundidade variável, o forame cego. b) O terço posterior da língua: sua raiz, está voltado para a orofaringe. Sua mucosa possui bastantes saliências ou pequenas massas de tecido linfoide que recebem o nome de tonsila lingual. Ainda cobertas por esta mucosa, temos pequenas glândulas salivares linguais. Espalhadas por todo dorso e bordas marginais da língua, temos as papilas linguais, denominadas de papilas circunvaladas, fungiformes e filiformes e folhadas. 28 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia g) Glândulas salivares: As glândulas salivares são divididas, segundo o seu tamanho, em glândulas salivares menores e maiores. As glândulas salivares menores apresentam ductos excretores pequenos e segundo a sua localização topográfica são denominadas de: labiais, bucais, palatinas e linguais. O grupo das glândulas salivares maiores, é formado por glândulas bilaterais de maior tamanho, volume, e que apresentam ductos excretores grandes e geralmente longos. Compreendem as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. • Parótidas: é formada por uma parte superficial e outra profunda, sendo unidas por um istmo. No istmo, encontramos o nervo facial perfurando o horizontalmente e a veia retromandibular verticalmente. No lobo profundo, temos a artéria carótida externa atravessando verticalmente a glândula, e a artéria maxilar emergindo daí. h) Dentes: a) Dentição decídua: 20 dentes (8 incisivos, 4 caninos, 8 molares). b) Dentição permanente: 32 dentes (8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares, 12 molares). b) Faringe: A faringe é um tubo muscular membranoso que se comunica com a boca, através do istmo da garganta e na outra extremidade com o esôfago. Para chegar ao esôfago, o alimento, depois de mastigado, percorre toda a faringe, que é um canal comum para o sistema digestório e o sistema respiratório. No processo de deglutição, o palato mole é retraído para cima e a língua empurra o alimento para dentro da faringe, que se contrai voluntariamente e leva o alimento para o esôfago. A penetração do alimento nas vias respiratórias é impedida pela ação da epiglote, que fecha o orifício de comunicação com a laringe. c) Esôfago: O esôfago é um conduto musculoso, controlado pelo sistema nervoso autônomo. É por meio de ondas de contrações, conhecidas como peristaltismo ou movimentos peristálticos, o conduto musculoso vai espremendo os alimentos e levando-os em direção ao estômago. 29 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Tubo digestório médio: O tubo digestório médio é formado pelo estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo). a) Estômago: O estômago é uma grande bolsa que se localiza no abdômen, sendo responsável pela digestão das proteínas. A entrada do órgão recebe o nome de cárdia, porque fica muito próxima ao coração, separada dele somente pelo diafragma. Ele possui uma pequena curvatura superior e uma grande curvatura inferior. A parte mais dilatada recebe o nome de "região fúndica", enquanto a parte final, uma região estreita, recebe o nome de "piloro". O simples movimento de mastigação dos alimentos já ativa a produção do ácido clorídrico no estômago. Contudo, é somente com a presença do alimento, de natureza proteica, que se inicia a produção do suco gástrico. Este suco é uma solução aquosa, composta de água, sais, enzimas e ácido clorídrico. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco que a protege de agressões do suco gástrico, uma vez que ele é bastante corrosivo. Por isso, quando ocorre um desequilíbrio na proteção, o resultado é uma inflamação da mucosa (gastrite) ou o surgimento de feridas (úlcera gástrica). A pepsina é a enzima mais potente do suco gástrico e é regulada pela ação de um hormônio, a gastrina. A gastrina é produzida no próprio estômago no momento em que moléculas de proteínas dos alimentos entram em contato com a parede do órgão. Assim, a pepsina quebra as moléculas grandes de proteína e as transformam em moléculas menores. Estas são as proteoses e peptonas. Por fim, a digestão gástrica dura, em média, de duas a quatro horas. Nesse processo, o estômago sofre contrações que forçam o alimento contra o piloro, que se abre e fecha, permitindo que, em pequenas porções, o quimo (massa branca e espumosa), chegue ao intestino delgado. b) Intestino delgado: O intestino delgado é revestido por uma mucosa enrugada que apresenta inúmeras projeções. Está localizado entre o estômago e o intestino grosso e tem a função de segregar as várias enzimas digestivas. Isto dá origem a moléculas pequenas e solúveis: a glicose, aminoácidos, glicerol, etc. O intestino delgado está dividido em três porções: o duodeno, o jejuno e o íleo. O duodeno é a primeira porção do intestino delgado a receber o quimo que vem do estômago, que ainda está muito ácido, sendo irritante à mucosa duodenal. Logo em seguida, o quimo é banhado pela bile. A bile é secretada pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, contendo bicarbonato de sódio e sais biliares, que emulsificam os lipídios, fragmentando suas gotas em milhares de micro gotículas. Além disso, o quimo recebe também o suco pancreático, produzido no pâncreas. Ele contém enzimas, água e grande quantidade de bicarbonato de sódio, pois dessa forma favorece a neutralização do quimo. Assim, em pouco tempo, a “papa” alimentar do duodeno vai se tornando alcalina e gerando condições necessárias para ocorrer a digestão intra-intestinal. Já o jejuno e o íleo são considerados a parte do intestino delgado onde o trânsito do bolo alimentar é rápido, ficando a maior parte do tempo vazio, durante o processo digestivo. Por fim, ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos, sobra uma pasta grossa formada por detritos não assimilados e com bactérias. Esta pasta, já fermentada, segue para o intestino grosso. 30 @ortognaticatro7ao - Jonathan Melo – Odontologia • Tubo digestório baixo: O tubo digestório baixo é formado pelo intestino grosso, que possui os seguintes componentes: ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto. a) Intestino grosso: O intestino grosso mede cerca de 1,5 m de comprimento e 6 cm de diâmetro. É local de absorção de água (tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas), de armazenamento e de eliminação dos resíduos digestivos. Ele está dividido em três partes: o ceco, o cólon (que se subdivide em ascendente, transverso, descendente e a curva sigmoide) e reto.
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