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Antibióticos bacteriostáticos

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@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
1 
Os macrolídios são antibióticos que 
possuem um anel macrocíclico. 
Considerando o número de átomos 
deste anel macrocíclico (constituído 
de carbono, oxigênio e/ou nitrogênio), 
estes antibióticos podem ser divididos 
em três grupos: 
 Com 14 átomos (por exemplo, 
eritromicina); 
 Com 15 átomos (por exemplo, 
azitromicina); apresentam um 
nitrogênio no anel macrocíclico; 
 Com 16 átomos (por exemplo, 
tilosina). 
Em Medicina Veterinária seu uso é 
limitado devido à toxicidade causada 
quando administrado a herbívoros por 
via oral e também à dor no local da 
administração por via intramuscular 
Esses antibióticos são capazes de 
alcançar altas concentrações no 
interior das células, em particular, 
dentro dos fagócitos, boa distribuição 
nos tecidos e, no caso dos macrolídios 
mais modernos, meia-vida longa 
A eritromicina foi obtida a partir de 
culturas de Streptomyces erythreus; é 
um antibiótico complexo formado por 
3 componentes: as eritromicinas A, B 
e C, sendo que a primeira apresenta 
maior atividade. 
A espiramicina é o macrolídio de 
menor espectro de atividade 
antimicrobiana, sendo inefetivo contra 
micoplasma, porém apresenta melhor 
tolerância por via oral e maior 
concentração tissular do que a 
eritromicina. 
A miocamicina também apresenta boa 
tolerabilidade digestiva e a 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
2 
roxitromicina destaca-se pela sua 
longa meia-vida no soro (superior a 12 
h), sendo ambos antibióticos 
semissintéticos. 
A tilosina, isolada de Streptomyces 
fradiae, e a tulatromicina, derivado 
semissintético introduzido 
recentemente no comércio, estão 
disponíveis apenas para uso 
veterinário. 
Alguns macrolídios, como a 
oleandomicina e carbomicina, são 
empregados como aditivo melhorador 
do desempenho zootécnico 
A josamicina é um macrolídio natural, 
obtido de culturas de Streptomyces 
narbonensis, destacando-se pela sua 
ação contra anaeróbicos. 
A azitromicina é um macrolídio 
semissintético, pertencente ao grupo 
das azalidas (anel macrocíclico com 15 
átomos), que se caracteriza pelo 
maior espectro de ação, sendo capaz 
de atuar contra microrganismos gram-
negativos, e com características 
farmacocinéticas mais favoráveis. 
Novos macrolídios têm sido 
estudados, procurando-se obter 
antibióticos com maior espectro de 
ação antimicrobiana e características 
posológicas que facilitem seu 
emprego terapêutico. 
É o caso da tilvalosina, um macrolídio 
bastante ativo contra bactérias gram-
positivas e micoplasma, além de atuar 
em algumas bactérias gram-negativas; 
o seu principal metabólito também 
apresenta atividade antimicrobiana. 
Já a gamitromicina é um macrolídio 
caracterizado por apresentar 
concentrações séricas baixas, porém 
com elevadas concentrações nos 
tecidos, principalmente nos pulmões, e 
meia-vida de eliminação longa, sendo 
indicado para o tratamento em dose 
única 
Mecanismo de ação 
Os macrolídios impedem a síntese 
proteica bacteriana ao se ligar à 
subunidade 50 S do ribossomo. 
O local de ligação dos macrolídios no 
ribossomo é próximo daquele no qual 
se liga o cloranfenicol, podendo 
ocorrer antagonismo, caso sejam 
associados. 
Os macrolídios inibem a translocação 
do RNA transportador no sítio aceptor 
do aminoácido, interferindo na adição 
de novos aminoácidos e, dessa forma, 
impedindo a síntese proteica da célula 
do microrganismo 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
3 
Os macrolídios são antibióticos 
bacteriostáticos; podem ser 
bactericidas em altas concentrações. 
A ação bactericida é tempo-
dependente, isto é, o fator de maior 
importância para determinar a eficácia 
é o período de tempo que a 
concentração plasmática fica acima da 
concentração inibitória mínima (CIM) 
de uma dada bactéria 
A atividade antimicrobiana da 
eritromicina aumenta em pH maior, 
apresentando efeito antibacteriano 
ótimo em pH 8. 
Por outro lado, em meio ácido, como 
aquele observado em abscessos, 
tecido necrótico e urina, é suprimida 
sua atividade antibacteriana. 
Espectro de ação 
A eritromicina é ativa principalmente 
contra bactérias gram-positivas, como 
estreptococos e estafilococos, 
incluindo os estafilococos resistentes 
aos antibióticos betalactâmicos, 
Arcanobacterium pyogenes, Bacillus 
spp., Corynebacterium spp., 
Rhodococcus equi, Erysipelothix 
rhusiopathiae e Listeria spp. 
São suscetíveis à eritromicina as 
bactérias gram-negativas aeróbicas 
Actinobacillus spp., Brucella spp., 
Campylobacter spp. e Leptospira spp. 
Dentre as bactérias anaeróbicas 
suscetíveis à eritromicina encontram-
se Actinomyces spp., Clostridium spp. 
e Bacteroides spp., exceto B. fragilis. 
Esse antibiótico é ativo também 
contra Chlamydia spp. e Mycoplasma 
spp. e possui atividade moderada 
contra enterococos, Pasteurella spp., 
Bordetella spp., Ehrlichia spp., 
Haemophilus spp. e Legionella spp. 
São resistentes à eritromicina as 
Enterobacteriaceae, Pseudomonas 
spp., Nocardia spp., Mycobacterium 
spp. e algumas Mycoplasma spp. 
A tilosina tem espectro de atividade 
semelhante ao da eritromicina, sendo, 
de modo geral, menos ativa contra 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
4 
bactérias e mais ativa contra 
Mycoplasma spp. 
A espiramicina tem espectro de ação 
menor do que aquele da eritromicina 
e é menos efetiva contra Mycoplasma 
do que a tilosina. 
A tilmicosina tem atividade 
antibacteriana e antimicoplasma entre 
a eritromicina e a tilosina. 
A atividade antimicrobiana da 
tulatromicina parece ser semelhante 
àquela da tilmicosina. 
Dentre os macrolídios mais modernos, 
a azitromicina e a claritromicina têm 
amplo espectro de ação; a primeira 
apresenta o maior espectro in vitro 
contra bactérias gram-negativas, 
incluindo atividade moderada contra 
Salmonella entérica, e a claritromicina 
é a mais ativa contra Rhodococcus 
equi. 
Resistência bacteriana 
A resistência bacteriana aos 
macrolídios é geralmente mediada por 
plasmídeos, porém mutações 
cromossômicas que modificam 
ribossomos também já foram 
observadas. 
Três são os mecanismos que levam a 
resistência bacteriana aos macrolídios: 
(1) modificação no sítio de ligação; (2) 
efluxo ativo; e (3) síntese de enzimas 
bacterianas que hidrolisam o anel de 
lactona. 
Os dois primeiros mecanismos são os 
mais frequentes. 
A modificação no local de ligação 
(metilação do sítio receptor) pode 
levar a resistência cruzada entre 
macrolídios, lincosamidas e 
estreptograminas, pois todos esses 
antibióticos se ligam na subunidade 50 
S do ribossomo 
Características 
farmacocinéticas 
Os macrolídios são bases fracas, com 
pK entre 6 e 9. 
Dentre os macrolídios, o maior 
número de estudos farmacocinéticos 
foi feito com a eritromicina. A 
eritromicina base é pouco absorvida 
quando administrada por via oral, 
sendo inativada no pH gástrico. 
Por esse motivo foram desenvolvidas 
formulações como estolato ou 
estearato de eritromicina e de 
liberação entérica para melhorar sua 
absorção e tolerabilidade. 
Essas formulações têm melhor 
biodisponibilidade pelo fato de 
reduzirem a destruição da eritromicina 
no meio ácido. 
Há também formulações 
desenvolvidas para serem misturadas 
a ração ou água das aves e suínos. 
Após a administração oral do sal, a 
eritromicina se dissocia no intestino, 
sendo absorvida na forma livre. 
Administração subcutânea ou 
intramuscular de eritromicina pode 
causar irritação tecidual e dor; 
portanto, prefere-se, 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
5 
quando possível, a administração oral 
da eritromicina 
A tilosina é bem absorvida no trato 
gastrintestinal e nãonecessita de 
formulações especiais para manter 
sua estabilidade no estômago. 
Já a tilmicosina tem baixa absorção 
Os macrolídios tendem a concentrar-
se em algumas células por causa de 
seu caráter básico, sendo então 
captados por células que apresentam 
o pH mais ácido do que o plasma. 
As concentrações teciduais de 
eritromicina, tilosina e tilmicosina são 
maiores que as concentrações 
plasmáticas, particularmente, nos 
pulmões, sendo, por isso, indicadas 
para o tratamento de infecções 
pulmonares 
As concentrações de eritromicina são 
iguais ou superiores àquelas do 
plasma em vários líquidos do 
organismo, como a bile, nos líquidos 
prostático, seminal, pleural e 
peritoneal, bem como em vários 
tecidos, como no fígado, no baço, nos 
rins etc. 
A eritromicina não atravessa a 
barreira hematencefálica em 
quantidade suficiente para uso 
terapêutico, porém cruza a barreira 
placentária e alcança concentrações 
terapêuticas no feto 
A biotransformação dos macrolídios é 
feita pelas enzimas microssomais 
hepáticas e sua eliminação é pela bile 
e pelas fezes. 
A eritromicina sofre desmetilação 
pelas enzimas hepáticas, perdendo 
grande parte da sua atividade 
antimicrobiana. 
Essas enzimas podem ser induzidas, 
por exemplo, pelo fenobarbital; 
portanto, pacientes tratados com 
fenobarbital e eritromicina podem ter 
prejuízo na resposta ao 
antimicrobiano, devido ao aumento da 
sua biotransformação. 
Grande parte da eritromicina 
biotransformada no fígado (90%) é 
eliminada pela bile e apenas cerca de 
2 a 5% são excretados inalterados 
pela urina; portando, disfunção renal 
não tem efeito significativo na meia-
vida de eliminação da eritromicina. 
Toxicidade e efeitos adversos 
A incidência de efeitos colaterais com 
o uso dos macrolídios é relativamente 
baixa, sendo os relatos mais comuns 
na espécie humana do que nos 
animais. 
O efeito adverso mais importante 
provavelmente seja a irritação tecidual 
que eles acarretam, levando a dor, 
quando da administração 
intramuscular, tromboflebites e 
periflebites, quando da administração 
por via intravenosa, além de reações 
inflamatórias após administração 
intramamária. 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
6 
Distúrbios gastrintestinais (náuseas, 
vômito, diarreia, cólica intestinal) 
ocorrem na maioria dos animais que 
recebem estes antibióticos, sendo 
bastante sérios em coelhos e equinos; 
nesta última espécie animal foram 
relatados até mesmo óbitos 
A administração oral de eritromicina 
não é recomendada também para 
ruminantes devido a sua reduzida 
absorção e a promoção de grave 
diarreia. 
Em cães e gatos a eritromicina causa 
poucos efeitos adversos, tendo sido 
relatado vômito, particularmente, em 
cães. 
Embora a eritromicina possa causar 
diarreia grave em equinos, é indicada, 
associada à rifampicina, para o 
tratamento da pneumonia causada 
por Rhodococcus equi em potros. 
Como a eritromicina é um inibidor das 
enzimas microssomais hepáticas, pode 
reduzir a biotransformação de 
substâncias que usam essa mesma via 
metabólica, como teofilina, ciclosporina, 
digoxina e varfarina. 
Na presença da eritromicina, a 
concentração plasmática desses 
medicamentos pode aumentar, 
potencializando os efeitos 
farmacológicos e tóxicos. 
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7 
As lincosamidas são também 
denominadas de lincomicinas e 
lincocinamidas. 
Embora tenham estrutura química 
diferente daquela dos macrolídios, as 
lincosamidas apresentam espectro 
antimicrobiano e mecanismo de ação 
semelhante a estes. 
Os principais representantes desse 
grupo são a lincomicina e a 
clindamicina 
Além destes, recentemente foi 
introduzida no comércio a pirlimicina, 
de uso intramamário em bovinos 
A lincomicina é usada também como 
aditivo em animais de produção 
A lincomicina foi isolada de culturas de 
Streptomyces lincolnensis. 
A clindamicina é um derivado 
semissintético que possui espectro de 
ação antimicrobiano um pouco maior 
que o da lincomicina e é melhor 
absorvida quando administrada por via 
oral. 
Mecanismo de ação 
As lincosamidas inibem a síntese 
proteica da célula bacteriana ao se 
ligar na subunidade 50 S do 
ribossomo, da mesma forma que 
fazem os macrolídios 
As lincosamidas são antibióticos 
bacteriostáticos; podem ser 
bactericidas em altas concentrações. 
A ação bactericida é tempo-
dependente 
Espectro de ação 
As lincosamidas, de modo geral, têm 
espectro de ação semelhante ao dos 
macrolídios. 
A clindamicina difere dos macrolídios e 
da lincomicina por sua maior atividade 
contra bactérias anaeróbicas, incluindo 
anaeróbicos gram-negativos 
como Bacteroides spp. 
Resistência bacteriana 
Os microrganismos podem 
desenvolver resistência apenas às 
lincosamidas, porém é mais comum a 
resistência cruzada entre lincosamidas, 
macrolídios e estreptograminas 
Características 
farmacocinéticas 
As lincosamidas são antibióticos de 
caráter básico, com valores de pK 
em torno de 7,6; são bastante 
lipossolúveis 
A clindamicina, quando administrada 
por via oral, tem maior absorção no 
trato gastrintestinal do que a 
lincomicina. 
As lincosamidas sofrem 
biotransformação hepática, sendo a 
bile a principal via de eliminação; cerca 
de 20% são eliminados de forma 
intacta pela urina. 
Devido ao caráter básico, as 
lincosamidas podem ser captadas por 
tecidos que apresentem o pH mais 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
8 
baixo do que o plasma, como o úbere 
e a próstata. 
A grande ligação com proteínas 
plasmáticas e a eliminação 
relativamente rápida impedem que 
esses antibióticos alcancem 
concentrações terapêuticas no líquido 
cerebrospinal. 
Toxicidade e efeitos adversos 
O efeito tóxico mais importante das 
lincosamidas refere-se à capacidade 
de elas produzirem diarreia grave, 
podendo ser fatal, em seres humanos, 
equinos, coelhos (além de cobaias e 
hamsters) e outros herbívoros. 
Em equinos, a administração 
parenteral ou oral de lincosamidas 
causa colite hemorrágica e diarreia, 
conduzindo ao óbito; isto se deve à 
proliferação no cólon de cepas de 
Clostridia resistentes às lincosamidas. 
Em cães e gatos, as lincosamidas são 
pouco tóxicas, ocorrendo raramente 
vômitos e diarreia 
As lincosamidas causam bloqueio 
neuromuscular e efeitos depressores 
cardíacos, não devendo ser 
administradas com agentes 
anestésicos e rapidamente por via 
intravenosa. 
A injeção intramuscular de 
clindamicina causa dor local. 
 
A tiamulina e a valnemulina são 
derivados semissintéticos do antibiótico 
diterpeno pleuromutilina, o qual é 
produzido pelo fungo Clitopilus 
passeckerianus. 
As pleuromutilinas são ativas 
principalmente contra bactérias gram-
positivas e apresentam atividade 
moderada contra alguns bacilos gram-
negativos e Mycoplasma. 
Esses antibióticos são empregados 
exclusivamente em Medicina 
Veterinária, principalmente em suínos 
Mecanismo de ação 
As pleuromutilinas inibem a síntese 
proteica da bactéria ao se ligar à 
subunidade 50 S do ribossomo. 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
9 
As pleuromutilinas podem competir 
com os macrolídios e as lincosamidas 
pelo sítio de ligação no ribossomo 
Espectro de ação 
A tiamulina e a valnemulina têm 
importante atividade contra bactérias 
anaeróbicas (Fusobacterium 
necrophorum, Brachyspira 
hyodysenteriae) e Mycoplasma; são 
ativas contra algumas bactérias gram-
positivas aeróbicas como 
Staphylococcus spp., Arcanobacterium 
pyogenes e alguns estreptococos. 
A tiamulina é inativa contra 
Enterobacteriaceae. 
Resistência bacteriana 
Pode haver resistência cruzada das 
pleuromutilinas com os macrolídios e 
as lincosamidas, pois esses antibióticostambém se ligam na subunidade 50 S 
do ribossomo, e também resistência 
moderada à espectinomicina 
(aminoglicosídeo) e ao cloranfenicol. 
Características 
farmacocinéticas 
Há poucas informações sobre as 
características farmacocinéticas das 
pleuromutilinas 
A tiamulina é uma base orgânica 
fraca, lipofílica, com pK de 7,6. 
Esse antibiótico é bem absorvido após 
a administração oral em 
monogástricos, mas pode ser 
inativado pela microbiota do rúmen 
quando administrado por essa via em 
ruminantes; em bezerro (bovino pré-
ruminante) é rapidamente absorvido. 
Em suínos, a administração da 
tiamulina na ração reduz sua absorção 
e, consequentemente, a sua 
concentração sérica. 
Já a biodisponibilidade da valnemulina 
em suínos excede 90% quando 
administrada na ração. 
A tiamulina penetra no interior das 
células e também pode ser 
encontrada no leite de vacas com 
mastite em concentração 1,2 vez 
superior àquela do pico plasmático 
após a administração por via 
intramuscular em bovinos. 
As concentrações de tiamulina nos 
pulmões, no fígado e nos rins de 
bovinos 1 h após a administração 
intravenosa é 4 a 7 vezes superiores 
àquelas do plasma. 
Em cães, a meia-vida da tiamulina 
após a administração intramuscular é 
de 4,7 h e as concentrações 
plasmáticas são superiores e mantidas 
por um período de tempo maior, 
quando comparada com a 
administração por via subcutânea 
Toxicidade e efeitos adversos 
A tiamulina e a valnemulina não 
devem ser associadas aos ionóforos, 
como a monensina, a nasarina e a 
salinomicina, pois podem causar 
redução grave do crescimento, ataxia, 
paralisia e morte, de maneira dose-
dependente 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
10 
Os suínos e aves não devem receber 
o ionóforo por pelo menos 5 dias 
antes ou após o tratamento com 
pleuromutilinas. 
Em equinos as pleuromutilinas não 
devem ser administradas por causa do 
potencial risco de causar desequilíbrio 
na microflora colônica e da 
predisposição a enterocolite 
A injeção intramuscular de algumas 
preparações de tiamulina pode causar 
irritação local. 
Foi relatado que a administração de 
tiamulina por via intravenosa em 
bovino causou neurotoxicidade e 
morte 
As estreptograminas (ou sinergistinas) 
constituem um grupo de antibióticos 
formados por uma mistura de duas 
classes de componentes 
quimicamente distintos, designados 
estreptograminas A (macrolactonas) e 
B (hexadepsipeptídios). 
Há estreptograminas naturais 
(virginiamicina, pristinamicina), 
produzidas como metabólitos 
secundários por Streptomyces spp., e 
as semissintéticas 
(quinupristina/dalfopristina). 
A virginiamicina foi desenvolvida para 
uso como aditivo melhorador do 
desempenho zootécnico, é uma 
combinação da pristinamicina IIA 
(virginiamicina M1) e virginiamicina S1 
A pristinamicina e a 
quinupristina/dalfopristina foram 
desenvolvidas para uso clínico na 
espécie humana. 
Esta última é uma estreptogramina 
semissintética injetável, resultante da 
mistura de quinupristina e dalfopristina, 
que, por sua vez, são derivados 
semissintéticos de pristinamicina IA 
(estreptogramina B) e pristinamicina 
IIA (estreptogramina A). 
As estreptograminas inibem a síntese 
proteica bacteriana devido a sua 
ligação irreversível à subunidade 50 S 
do ribossomo. 
As estreptograminas do grupo A e 
aquelas do grupo B se ligam a sítios 
distintos da subunidade 50 S do 
ribossomo; as primeiras induzem 
mudança conformacional que 
aumenta a afinidade do ribossomo 
pelas estreptograminas do grupo B. 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
11 
Isoladamente, cada componente 
apresenta moderada atividade 
bacteriostática, mas a combinação 
mostra efeito sinérgico bactericida. 
Essa atividade sinérgica tende a 
reduzir o aparecimento de resistência 
bacteriana 
A resistência às estreptograminas 
pode ser cromossômica ou mediada 
por plasmídeos. 
A virginiamicina é ativa principalmente 
contra bactérias gram-positivas 
aeróbicas e anaeróbicas 
Há poucos dados disponíveis sobre as 
propriedades farmacocinéticas desse 
antibiótico em animais 
As tetraciclinas são antibióticos 
produzidos por diversas espécies de 
Streptomyces e algumas são 
semissintéticas 
Mecanismo de ação 
As tetraciclinas são antibióticos 
bacteriostáticos que inibem a síntese 
proteica dos microrganismos 
sensíveis, ligando-se aos ribossomos. 
Estes antibióticos, após penetrarem 
no interior da bactéria por um 
processo mediado por carreador, 
ligam-se reversivelmente à 
subunidade 30 S do ribossomo do 
microrganismo, impedindo que o RNA-
transportador (RNAt) se fixe ao 
ribossomo e, com isto, a síntese 
proteica é inibida 
Embora as tetraciclinas tenham maior 
afinidade pela subunidade 30 S do 
ribossomo microbiano, podem ligar-se 
também à subunidade 40 S do 
ribossomo dos animais superiores, 
explicando algumas reações adversas 
decorrentes do seu uso terapêutico 
Espectro de ação 
São classificadas como antibióticos de 
amplo espectro de ação 
antimicrobiana. 
As tetraciclinas atuam em bactérias 
gram-positivas e gram-negativas, 
incluindo micoplasmas, 
Ehrlichia/anaplasma, clamídias, 
riquetsias, e até em alguns 
protozoários parasitas como 
Plasmodium falciparum, Entamoeba 
histolytica, Giardia lamblia, Leishmania 
major, Trichomonas spp. e 
Toxoplasma gondii. 
Doxiciclina e minociclina, de modo 
geral, são mais ativas contra 
Staphylococcus aureus que a 
tetraciclina. 
Resistência bacteriana 
A resistência adquirida às tetraciclinas 
é comum entre as bactérias e 
Mycoplasma, fato que reduziu sua 
utilização terapêutica. 
Por outro lado, é rara a resistência 
para os patógenos intracelulares, 
como Clamydia, Chlamydophila, 
Ehrlichia e Anaplasma. 
A resistência às tetraciclinas pode ser 
mediada por três mecanismos: efluxo 
@STDSELVAGEM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA 
 
12 
das tetraciclinas por mecanismo 
dependente de energia, o que reduz 
sua concentração no interior do 
microrganismo; proteção ribossômica, 
na qual as tetraciclinas não se ligam 
mais ao ribossomo bacteriano; e 
modificação química necessitando de 
oxigênio, NADPH e catálise por 
enzimas. 
Os dois primeiros mecanismos são os 
mais comuns. 
Características 
farmacocinéticas 
As tetraciclinas podem ser 
administradas tanto por via oral, sendo 
absorvidas no sistema digestório, 
como por vias parenterais. 
A injeção intramuscular provoca dor 
local. 
A presença de alimentos no sistema 
digestório pode prejudicar a absorção 
das tetraciclinas administradas por via 
oral, com exceção da minociclina e da 
doxiciclina. 
As tetraciclinas formam quelatos 
insolúveis com o cálcio, o magnésio, o 
zinco, o ferro e o alumínio. 
A presença de leite e derivados, as 
preparações vitamínicas, os antiácidos 
e os catárticos podem reduzir a 
absorção das tetraciclinas. 
As concentrações plasmáticas 
máximas são alcançadas cerca de 1 a 
3 h após a administração oral. 
A distribuição pode variar com a 
lipossolubilidade das diferentes 
tetraciclinas; a doxiciclina e a 
minociclina são mais lipossolúveis do 
que a tetraciclina e a oxitetraciclina, e, 
por isso, penetram nos tecidos com 
mais facilidade. 
As tetraciclinas penetram em vários 
tecidos e líquidos corpóreos, exceto o 
líquido cefalorraquidiano. 
Esses antibióticos atravessam a 
barreira placentária e atingem o feto; 
são secretadas no leite, no qual 
alcançam concentrações próximas 
daquelas do plasma. 
Todas as tetraciclinas, exceto a 
minociclina e a doxiciclina, são 
excretadas na sua forma ativa pela 
urina ou, em menor proporção, pela 
bile 
A filtração glomerular é o processo 
responsável pelo mecanismo de 
excreção renal destes antibióticos. 
A minociclina parece ser parcialmente 
biotransformadano organismo e 
eliminada pelos rins e fezes. 
A eliminação da doxiciclina não 
envolve a excreção renal, o que 
permite que seja empregada em 
infecções sistêmicas em cães e gatos 
com insuficiência renal. 
As tetraciclinas são antimicrobianos 
tempo-dependentes 
Em relação às interações 
medicamentosas, a absorção das 
tetraciclinas é reduzida na presença 
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de antiácidos contendo alumínio, cálcio 
ou magnésio, por preparações 
contendo ferro e sais de bismuto. 
Por outro lado, há sinergismo entre 
tetraciclinas e tilosina contra 
Pasteurella e a associação com 
polimixinas pode resultar em efeitos 
sinérgicos pelo fato de facilitar a sua 
entrada no interior da célula 
bacteriana. 
Efeito sinérgico foi também 
observado com a associação 
doxiciclina com rifampicina ou com 
estreptomicina no tratamento da 
brucelose. 
Toxicidade e efeitos adversos 
As tetraciclinas causam irritação 
tecidual. 
Este efeito pode provocar 
manifestações gastrintestinais 
(náuseas, vômito, diarreia), quando 
administradas por via oral e, quando 
administradas por vias intramuscular 
ou subcutânea, dor no local da 
injeção. 
Distúrbios da microbiota intestinal 
podem ocorrer mesmo quando as 
tetraciclinas são administradas por vias 
parenterais, uma vez que podem ser 
eliminadas pelas fezes. 
Devido à capacidade que as 
tetraciclinas têm em ligar-se com o 
cálcio, podem provocar efeitos 
cardiovasculares (arritmias), além da 
deposição no tecido ósseo e dentes. 
Por causa destes últimos efeitos 
deve-se evitar a administração de 
tetraciclinas em animais jovens ou em 
fase de crescimento, ou mesmo em 
fêmeas prenhes, uma vez que estes 
antibióticos atravessam a barreira 
placentária, podendo produzir 
deformidades ósseas no feto. 
As tetraciclinas podem também 
causar efeitos tóxicos em células 
hepáticas (infiltração gordurosa) e 
renais (necrose em túbulos proximais). 
Dano em túbulos renais pode 
também ser causado pela 
administração de tetraciclinas com 
prazo de validade vencido, quando se 
formam produtos de degradação que 
são tóxicos. 
Em equinos, relata-se com frequência 
a interferência na microbiota intestinal, 
permitindo a superinfecção por 
Salmonella resistente a estes 
antibióticos; este efeito pode conduzir 
a grave diarreia, podendo levar a 
óbito. 
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Fazem parte desse grupo o 
cloranfenicol, o tianfenicol e o 
florfenicol. 
O cloranfenicol produzido pelo 
Streptomyces venezuelae, também 
pode, atualmente, ser obtido por 
síntese laboratorial. 
O tianfenicol e o florfenicol são 
análogos do cloranfenicol. 
O cloranfenicol e o tianfenicol têm 
espectro de atividade antimicrobiana 
semelhante, e o florfenicol tem 
espectro maior. 
Mecanismo de ação 
Os anfenicóis inibem a síntese 
proteica dos microrganismos 
sensíveis, ligando-se irreversivelmente 
à subunidade 50 S do ribossomo 
bacteriano e, deste modo, interferem 
na formação do peptídeo pelo 
bloqueio da enzina peptidiltransferase, 
impedindo o alongamento da cadeia 
polipeptídica 
São antibióticos bacteriostáticos. 
Estes antibióticos inibem também a 
síntese proteica mitocondrial das 
células da medula óssea dos 
mamíferos de maneira dose-
dependente. 
Espectro de ação 
Os anfenicóis são considerados 
antibióticos de amplo espectro de 
ação, atuando em bactérias gram-
positivas, gram-negativas, riquetsias, 
espiroquetas e micoplasma. 
De modo geral, o tianfenicol é uma a 
duas vezes menos ativo quando 
comparado ao cloranfenicol, enquanto 
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o florfenicol é levemente menos ativo 
que o cloranfenicol. 
Resistência bacteriana 
O mecanismo de resistência 
bacteriana ao cloranfenicol mais 
frequentemente encontrado é a 
inativação do antibiótico 
Foram descritos também outros 
mecanismos de resistência, como 
sistemas de efluxo, inativação de 
fosfotransferases e mutação de sítios-
alvo ou barreiras de permeabilidade. 
Há resistência cruzada entre o 
cloranfenicol e outros antibióticos, 
como os macrolídios e lincosamidas. 
Características 
farmacocinéticas 
Em animais monogástricos o 
cloranfenicol é bem absorvido no 
sistema digestório; em ruminantes é 
destruído pela microbiota ruminal. 
Liga-se às proteínas plasmáticas e 
distribui-se relativamente bem por 
todos os tecidos (é lipofílico), 
atravessando inclusive a barreira 
placentária. 
O cloranfenicol se difunde bem no 
leite e nos líquidos pleural e ascítico. 
O cloranfenicol é biotransformado no 
fígado, sendo eliminado conjugado 
com o ácido glicurônico. 
Isto faz com que apresente meia-vida 
diferente nas várias espécies animais. 
Assim, em equinos é de 1 h e de 5 a 
6 h em gatos. 
Parte do cloranfenicol pode ser 
excretada de forma intacta pela urina, 
pela filtração glomerular, sendo 10% 
em cães, 20% em gatos e quase 
ausente em herbívoros. 
Os metabólitos inativos são eliminados 
principalmente pela urina e pequena 
parte através da bile 
Em relação às interações 
medicamentosas, foi observado 
antagonismo entre cloranfenicol e 
penicilina G no tratamento de 
meningite e endocardite em seres 
humanos. 
A associação de cloranfenicol com 
fluorquinolonas também não é 
recomendada, uma vez que a inibição 
proteica induzida pelo cloranfenicol 
interfere na produção de autolisinas 
necessárias para lise celular após a 
fluorquinolona interromper o 
superenrolamento do DNA. 
Deve ser salientado também que o 
cloranfenicol age no mesmo sítio do 
ribossomo que os macrolídios 
Toxicidade efeitos adversos 
Na União Europeia, EUA, Canadá, 
Brasil e em outros países, o uso de 
cloranfenicol é proibido em animais 
utilizados para consumo humano, 
devido ao risco da ocorrência de 
anemia aplásica em seres humanos 
que vierem a consumir alimentos com 
resíduo deste antibiótico. 
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A depressão da medula óssea, 
ocasionando anemia hipoplásica e 
redução da síntese de anticorpos, são 
efeitos adversos relacionados com a 
dose e a duração do tratamento, 
sendo os gatos mais sensíveis que os 
cães. 
A suspensão do tratamento faz com 
estes sinais desapareçam. 
Manifestações digestivas, como 
vômito e diarreias, são ocasionalmente 
descritas em cães e gatos, bem 
como reações alérgicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SPINOSA, H. S., et al. (2017). Farmacologia aplicada à Medicina Veterinária. 6ª edição. 
Rio de Janeiro: Guanabara. Koogan Capítulo 39 – Antibióticos Bacteriostáticos que 
Interferem na Síntese Proteica: Macrolídios, Lincosamidas, Pleuromutilinas, 
Estreptograminas, Tetraciclinas e Anfenicóis.

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