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Antibacterianos Antibacterianos Conceitos gerais Os antimicrobianos ou anti-infecciosos são substâncias químicas usadas para combater os microrganismos. Os antibacterianos estão dentro do grupo de antimicrobianos, podendo ser: • Antimicrobianos inespecíficos: atuam nos microrganismos em geral, patogênicos ou não. Pertencem a esse grupo os antissépticos e os desinfetantes; • Antimicrobianos específicos: atuam em microrganismos responsáveis pelas doenças infecciosas, como bactérias, vírus e fungos. São os quimioterápicos e os antibióticos. Paul Ehrlich observou durante estudos que alguns corantes orgânicos tinha a propriedade de se fixar em certos constituintes celulares, e quando isso ocorria com agentes causadores de processos infecciosos, podiam exercer efeito toxico seletivo sobre este. Dessa forma, ele definiu como quimioterápico a substância química definida, que foi totalmente produzida por síntese laboratorial, que introduzida no organismo animal age de maneira seletiva no agente causador infeccioso, sem causar efeito nocivo sobre o hospedeiro. Hoje em dia, não se usa muito o termo quimioterápico quando se trata do combate a agentes infecciosos, pois este termo foi ampliado sendo empregado também com outra conotação, sem que seja medicamentos utilizado para o tratamento de processos infecciosos, como exemplo no tratamento de neoplasias, que se usa o termo, mas indicando o uso de substancias químicas que vão atuar no tumor. Já o termo antibiótico, introduzido por Selman Abraham Waksman, define substâncias químicas produzidas por microrganismos que tem capacidade de, em pequenas doses, inibir o crescimento ou destruir microrganismos causadores de doenças. Houve, posteriormente, a necessidade de ampliação deste conceito, pois era possível obter por síntese laboratorial parcial ou total: • Antibióticos; • Antibióticos biossintéticos: obtidos a partir da cultura de MO, acrescentando substâncias químicas capazes de alterar a estrutura molecular do antibiótico que está sendo produzido; • Antibióticos semissintéticos: obtidos em laboratório acrescentando radicais químicos ao núcleo ativo de um antibiótico isolado de um meio de cultura, no qual cresce um MO. Alexander Fleming, durante um estudo, notou que a presença de um fungo impediu que a bactéria crescesse. Isso fez com que novos estudos fossem iniciados, o que resultou então na criação da penicilina. • Sintobióticos: obtidos exclusivamente por síntese laboratorial. Termo em desuso hoje em dia. Na veterinária, o uso de antimicrobianos é mais amplo, sendo utilizado os antimicrobianos inespecíficos, como os desinfetantes para auxiliar na limpeza e na desinfecção das instalações zootécnicas. Já em relação aos específicos, é utilizado, além de forma terapêutica e profilaticamente, emprega ainda o uso do antimicrobiano na metafilaxia e como aditivo zootécnico melhorador do desempenho. Os fatores determinantes são: Agente etiológico: identificar primeiro o tipo de infecção, para então decidir o melhor tratamento. - Como vai ser o tratamento? • Empírico: onde não tem definição do agente. Sendo utilizada em situações de infecção branda, primária ou pacientes imunocompetentes. o Deve-se saber: início das manifestações, localizar onde é o foco primário da infecção, a faixa etária do animal e estatísticas referentes a comportamento de infecções em determinada espécies etc., encontradas em estudos. • Específico ou seletivo: identificação do agente por meio de cultura, com amostras de urina, sangue, fezes e entre outras, e depois ainda é realizado um antibiograma. o Avaliação quantitativa: Concentração inibitória mínima (CIM) – concentração mínima necessária para inibir o crescimento bacteriano. • Profilático: utilizado de forma preventiva (não está doente, vai prevenir infecção); • Terapêutica: utilizado em animais já doentes, afim de controlar a infecção, normalmente a longo período. Mecanismo de ação: Os antimicrobianos vão agir nas estruturas das bactérias. Mecanismo de resistência: A bactéria vai utilizar deste mecanismo para tentar não morrer, assim gerando uma resposta como mutação, aumento de expressão de genes presentes etc. A passagem do gene resistente pode ocorrer por: • Transformação: genes de resistência de uma bactéria são incorporados por outra; • Transdução: gene de resistência é transmitido para outra bactéria por meio do bacteriófago; • Conjugação: transferência de gene por meio de uma ponte citoplasmática entre 2 bactérias, chamada fimbria ou pilus/plasmídio; • Transposição: transferência de genes de resistência entre bactérias em pequenos segmentos do cromossomo o momento de multiplicação. Mecanismos bioquímicos de resistência: • Enzimáticos: bactéria produz enzima que desconfigura a estrutura do ATB, fazendo com que não tenha ação. Impede o acesso ao alvo. – Penicilases/betalactamases. Penicilina. o Gram +: enzima externa; o Gram -: enzima na membrana plasmática. • Alteração do sítio de ação impede que a molécula se ligue, modificando o local de interação molecular do ATB. – Enrofloxacina • Redução da permeabilidade da célula bacteriana o ATB: os ATB entram pelas porinas, a bactéria vai agir diminuindo a quantidade ou o diâmetro das porinas. – Gentamicina/tobramicina • Bomba de efluxo: ATB a chegar no citoplasma será encaminhado para uma proteína que irá ejetá-lo para fora da célula bacteriana sem que tenha o ligamento no sítio de ação. – Tetraciclina/clindamicina Espectro de ação: Quantidade de bactérias sensíveis a uma substância diante da quantidade total de bactérias presentes. Gram + Aeróbico Gram + Anaeróbio Gram – Aeróbico Gram – Anaeróbio Pequeno/estreito espectro de ação: Intermediário espectro de ação: e alguns gram – Amplo espectro de ação: Para escolher qual usar, deve-se observar o caso de infecção. Há bactérias que precisam de O2 e as que não precisam, com isso há ATB que não vão agir em bactérias anaeróbicas pois eles precisam de O2 para chegar. Índices farmacodinâmicos: É necessário para que se tenha a ação pretendida. • Bactericida: pequenas doses matam as bactérias. IRREVERSIVEL – penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, quinolonas e metronidazol. • Bacteriostáticos: inibem o crescimento/multiplicação, mas não destrói. Alguns podem impedir a produção de enzimas importantes para a multiplicação– sulfa, tetraciclina, cloranfenicol e eritromicina. ATB tempo dependente ATB concentração dependente Mais lerdos Mais rápidos Superar CIM por períodos prolongados Superar CIM em muitas vezes, mesmo que seja por período curto Precisa repetir várias vezes ao dia Chega em grande concentração “tiro, porrada e bomba” – administrados por período de tempo mais longo Melhorar performance: aumentando o período de contato Melhorar performance: aumentar mais a concentração (dentro da dose preconizada) Betalactâmicos (penicilina, cefalosporinas), sulfas/trimetropim, macrolídeos Quinolonas, aminoglicosídeos, metronidazol e azitromicina. Efeito pós-antibiótico: ocorre quando a concentração plasmática fica abaixo do CIM. É de se esperar que a concentração diminua até que não tenha mais ação, porém há ATB que vão ter efeito que, mesmo em baixa dosagem, vão agir sob a bactéria que não morreu no ataque inicial. Não é possível dizer qual o tempo exato desse efeito de cada medicamento concentração dependente, por isso não se deve atrasar a O uso de bacteriostático favorece o sistema imune a conseguir se defender. Deve-se sempre trabalhar acima do CIM administração do medicamento mesmo ele possuindo esse efeito pós-antibiótico. Associação de antimicrobianos: • Sinergismo: associação de dois antimicrobianos supera a açãoquando utilizados isoladamente; • Antagonismo: associação de dois antimicrobianos apresenta resultados menores do que quando utilizados isoladamente. Faz com que um interfira na via do outro, apresenta risco de intensificar resistência e possíveis feitos colaterais. Quando a associação pode ser feita? • Infecções mistas; • Pacientes graves; • Prevenção da resistência - é a ausência de sensibilidade do MO ao antimicrobiano em doses terapêuticas; • Diminuição de efeitos aversos; • Enquanto aguarda antibiograma. evitar: penicilina + penicilina; cefalosporina + cefalosporina; quinolonas + quinolonas aminoglicosídeo + tetraciclina = sinergismo sulfonamida + trimetropim = sinergismo São causas do insucesso: • Tratamento de infecções não sensíveis, como a maioria das viroses; • Tratamento de febres de origem desconhecida, em que o agente causal pode não ser infeccioso; • Erro na escolha do antimicrobiano e/ou na sua posologia (dose, intervalo entre doses, duração do tratamento; • Tratamento iniciado com atraso, quando o microrganismo já causou as lesões no organismo animal; • Focos infecciosos encistados, pus, tecidos necróticos, corpos estranhos, cálculos renais, sequestros ósseos que dificultam a atuação do antimicrobiano; • Processos infecciosos em tecidos não atingidos pelo antimicrobiano ou, quando o fazem, as concentrações são insuficientes; • Persistência, isto é, o agente infeccioso é sensível ao antimicrobiano in vitro, porém nos tecidos do animal o microrganismo pode se encontrar em uma fase do seu ciclo na qual é refratário ao medicamento. Por exemplo, o microrganismo pode se encontrar na fase de esferoplasto ou protoplasto, não sofrendo a ação de antibióticos que atuam na parede celular; Esse efeito ocorre com ATB concentração dependente. Bactericida + bactericida = sinergismo Bactericida + bacteriostático = depende Em geral antagonismo Bacteriostático + bacteriostático = depende Em geral antagonismo • Dependendo do ATB, pode ocorrer uma lentidão da absorção quando associados com alimentos; • Escolha errada da via e administração; • Resistência bacteriana, que pode ser natural ou adquirida. A natural não perturba a terapêutica porque o médico veterinário já sabe que um determinado microrganismo é naturalmente resistente ao antimicrobiano. Já a resistência adquirida é uma propriedade nova adquirida por determinada cepa de microrganismo, tornando-o resistente ao antimicrobiano, esta traz grandes transtornos na clínica médica. A resistência bacteriana adquirida pode ser por mutação (ocorre por acaso) ou transferência de genes de resistência. Esta última pode ser tanto cromossômica (o gene de resistência é incorporado ao cromossomo da bactéria receptora), como extracromossômica (através do plasmídio ou fator de resistência, que representa 1% do material genético do cromossomo) e pode ocorrer por: • Transformação: a bactéria incorpora genes de resistência presentes no meio, os quais foram produzidos por outra bactéria • Transdução: o gene de resistência é transferido de uma bactéria para outra por meio de um bacteriófago • Conjugação: a transferência do gene de resistência é feita através de uma ponte citoplasmática que é estabelecida entre duas bactérias, e uma delas deve possuir o fator F (fertilidade) para que este processo ocorra • Transposição: é feita por meio de transpósons, que são segmentos de DNA que podem transferir-se de uma molécula de DNA para outra. Assim, a transferência de gene de resistência ocorre de um plasmídio para outro, para o cromossomo ou para um bacteriófago, porém, diferentemente do plasmídio, os transpósons não são capazes de replicar- se independentemente. Os transpósons, ao incorporarem-se ao cromossomo bacteriano ou ao plasmídio, podem manter- se estáveis e replicar-se junto com o DNA bacteriano. Há também os intégrons, que são geralmente parte da composição dos transpósons, aumentando a mobilidade dos determinantes da resistência. • Irritação local; • Via oral: vômitos; • Intramuscular: dor e abscessos; • Intravenosa: flebites; • Toxicidade sistêmica; • Hefrotóxico; • Hepatotóxicos; • Depressão medula óssea: ATB, cloranfenicol, interferem na medula óssea causando essa depressão; • Quelantes íons. • Na gravidez: deve-se tomar cuidado. Os Betalactâmicos são os mais seguros; • Interação medicamentosa. A parede celular é uma estrutura que recobre a membrana citoplasmática encontrada apenas nas bactérias, com função de proteção, sustentação e manutenção da forma da bactéria. A parede celular é uma estrutura fundamental para a manutenção da vida da bactéria, pois o seu meio interior é hiperosmolar em relação ao meio exterior, a falta dessa síntese vai causar a desintegração da célula. A parede celular é constituída de peptidoglicano, este composto por ácido N- acetilmurâmico e por N-acetilglicosamina associados a aminoácidos. Essa composição e a estrutura da parede celular vai determinar o comportamento da mesma frente a coloração de Gram. As positivas, que se coram em roxo, possuem apenas uma camada homogênea e espessa de peptidoglicano. Já as negativas, coram em rosa, a camada de peptidoglicano é mais delgada e sobre ela tem uma camada constituída de lipopolissacarídeos (folheto interno) e lipoproteínas (folheto externo), a coesão entre os dois folhetos se dá por meio de ligações covalentes entre as lipoproteínas do folheto externo e os peptidoglicano. No folheto externo existem ainda canais proteicos, as porinas, que permitem passagem de água e pequenas moléculas hidrofílicas. Alguns MO possuem ainda uma cápsula envolvendo a parede celular. A síntese da parede celular é realizada em quatro etapas: 1. Bactérias sintetizam os precursores do peptidoglicano, a uridina difosfato (UDP) do ácido N-acetilmurâmico e a UDP do N- acetilglicosamina. Esse aminoaçúcares do peptidoglicano são unidos dando origem a longas fitas, sendo o UDP descartado. Fixo no N-acetilmurâmico há um peptídeo de cinco aminoácidos, os dois terminais são a D-alanina; 2. Ocorre o a transferências a um transportador de natureza lipídica existente na membrana citoplasmática da bactéria; 3. Os dissacarídeos se polimerizam em cadeias lineares no exterior da membrana citoplasmática, porem permanecem unidos ao undercaprenil fosfato (que faz o transporte de substâncias hidrofílicas) sendo liberados para ação de uma fosfatase especifica que elimina o fosfato terminal, regenerando o transportador para retornar ao ciclo; 4. Clivagem da D-alanina terminal das cadeias peptídicas pela Transpeptidase, formando Antibióticos Betalactâmicos uma ligação cruzada com o peptídeo adjacente proporcionando à parede celular estabilidade e rigidez. Os Betalactâmicos são ATB que interferem na síntese da parede celular da bactéria. Os Betalactâmicos prejudicam o desenvolvimento das paredes das células bacterianas ao interferir com as enzimas Transpeptidases responsáveis pela formação das ligações cruzadas entre as fitas peptidoglicano. Essas enzimas estão associadas a um grupo de proteínas em bactérias gram + e gram – chamadas proteínas de ligação a penicilina (PBPs). Pelo menos 9 PBPs diferentes compreendem a parede celular, diferentes antibióticos β- lactâmicos podem ter como alvo diferentes PBPs, sendo responsáveis pelas diferenças de espectro e resistência. Possui um efeito bactericida, em que pequenas doses matam, porém, deve-se ressaltar, que não são capazes de atuar na parede celular já formada. A condição essencial para ação bactericida destes antibióticos é que os MO estejam se multiplicando (fase de crescimento logarítmico), quando, então, há necessidade da síntese da parede celular. São antimicrobianos tempo-dependente, isto é, o fator de maior importância para determinar sua eficáciaé o período de tempo no qual a concentração plasmática fica acima do CIM para uma dada bactéria. Em alguns casos, por exemplo, no tratamento de infecções por estafilococo, a concentração do antibiótico betalactâmico pode cair abaixo da CIM e ainda obter-se cura devido ao efeito pós-antibiótico, contudo, esse efeito não é observado em infecções causadas por bacilos gram -. Nesse sentido, considerando que as CIMs são mais baixas em bactérias gram +, podem ser empregados intervalos maiores entre as doses para o tratamento de infecções causadas por bactérias gram +, quando comparados com os intervalos das bactérias gram -, uma vez que é mais fácil manter a concentração plasmática acima da CIM na primeira situação. • O mais importante mecanismo de resistência é a produção de betalactamases pelas bactérias, estas inativam o antibiótico quebrando o anel betalactâmico. • Modificação no sítio de ação – as bactérias gram – podem produzir parede celular com modificação no folheto externo, tornando-as menos permeáveis aos antibióticos betalactâmicos. Assim, as proteínas porinas modificadas podem impedir a passagem dos antibióticos betalactâmicos. Podem também retardar ou reduzir a entrada desses antibióticos, tornando-os mais vulneráveis à atuação das betalactamases. A descoberta da penicilina se deu quando um pesquisador, Alexander Fleming, observou que, no meio da cultura em que havia semeado estafilococos, ocorreu contaminação por um fungo, causando a lise das bactérias ao seu redor, o fungo era do gênero Penicillium, nesta época ele tentou usar como terapêutico, porém não obteve sucesso. Cerca de 10 anos depois, um grupo de pesquisadores aperfeiçoou a penicilina como agente terapêutico. Elas são ácidos fracos, sendo sensíveis ao calor e pH. Deterioram em solução aquosa, por serem instáveis nesse meio. Podem causar reação alérgica, decorrente da formação do ácido peniciloico. Possuem boa distribuição em tecidos moles, mas não são utilizados para infecções em SN, placenta e próstata. Biotransformação hepática é baixa e possui excreção renal. Seus efeitos adversos podem ser: alergias, distúrbios no TD, como vomito e diarreia. E deve-se tomar cuidado com interações de: sulfas – probenecidas; anticoagulantes; aminoglicosídeos. Penicilina Via Latência Níveis terapêuticos Observações G Cristalina Sódica/Potássica SC/IM/IV 30’ 4-6h G+ Megapen G Procaína SC/IM (profunda) 1-3h 12-24h G+/despacilina G Benzatina SC/IM (profunda) 8h 3-30d G+/Benzetacil V (Fenoximetilpenicilina Oral 30-60’ 6-8h G+/Meracilina (Meningite suína) Grupo Exemplos Espectro de ação Via de administraç ão Uso Clínico Observações Aminopenicilinas Ampicilina Amoxicilina G+. >Ação G- (maior que a penicilina G) (Bacilos -) Aeróbios/Anaer óbios VO/IM/SC VO/IM/SC TR, ITU não complicada, otite Sensíveis às betalactamases Aminopenicilinas potencializadas Amoxicilina + Clavulanato de K Ampicilina + Sulbactam G+/ >> ação G- Sulbactam age sobre betalactamases de enterobactérias, proteus etc. VO/IM TR, ITU e Otite Resistente à betalactamases Antipseudomonas Carbenicilina* Ticarcilina ** Piperacilina Pseudomonas Aeruginossa* Proteus (G-) **>>* IM/IV (Indanilcarb ecilina, VO) Otite, mastite bovina, ITU, artrite bacteriana Sensível à betalactamases pseudomonas Antiestafilocócic as Meticilina Oxacilina S. aureus e epidermidis produtores de betalactamases < atividade G- Parenteral VO/IM Mastite estafilocócic a Meticilina: resistente à betalactamases S. aureus As cefalosporinas provêm do fungo Cephalosporium acremonium, o núcleo básico é o ácido 7- aminocefalosporânico que é bastante semelhante àquele das penicilinas. O isolamento deste núcleo foi fundamental para obtenção dos derivados semissintéticos das cefalosporinas. As cefamicinas apresentam propriedades bastante semelhantes às cefalosporinas, diferindo-se das cefalosporinas pela substituição de um hidrogênio na posição 7alfa do anel bicíclico, por um grupo metoxila. O mecanismo de ação é semelhante ao das penicilinas, ou seja, impedem a síntese da parede do MO, e, portanto, são bactericidas tempo-dependentes. São mais estáveis a mudanças de temperatura e pH. São também resistentes à diversas betalactamases. A excreção é hepática. São classificadas em gerações, segundo certas características e a ordem cronológica de sua síntese. Na 5° geração, na veterinária, é utilizado o ceftobiprol e ceftarolina em casos de Sthaphylococcus resistente à Meticilina. Grupo Exemplos Espectro de ação Via de administraç ão Uso Clínico Observações 1° geração Cefalexina Cefadroxila Cefalozina * G+ >G- Nenhuma em anaeróbio VO *Parenteral ITU, Abscesso, profilaxia, cirurgia, feridas, pele, mastite por estafilo/est reptococos Resistentes às betalactamases estafilococos Sensível betalactamases de enterobactéria s 2° geração Cefoxitina G+ >>G- Pouco anaeróbio IV/IM ITU, pneumonia, pleurite, profilaxia cirurgia intestinal Resistentes à várias betalactamases 3° geração Ceftriaxona* Ceftiofur** Cefovecina (15d)*** >>>G- Pseudomonas auregionosa (G- )/proteus (G-) Anaeróbicas: ação moderada *IV/IM **IM Septicemia, osteomielite, meningite, mastite, ITU complicadas, TR Resistente à várias betalactamases ***convenia VET 4° geração Cefepima G+/G- anaeróbio Pseudomonas G+ Aeróbias IV Septicemias, TR, meningites (doentes graves) Resistente à betalactamases estafilo, entero e pseudomonas Estes antibióticos vão interferir na síntese proteica, atuando nas atividades dos ribossomos. • Compostos de cadeias de carboidratos de grupo amina; • Origem do fungo Streptomyces griseus; • O 1° foi o medicamento estreptomicina em 1994; • Mecanismo de ação: o São substâncias hidrofílicas – consegue permear bem compostos solúveis em água; o São compostos catiônicos (+) – para permear cargas neutras iram precisar de ajuda. Dessa forma, eles não possuem ação em anaeróbias, pois para chegar ao citoplasma e ter ação no ribossomo ele vai precisar de 02; o Tem ação no sítio de subunidade menor do ribossomo. • Ação bactericida; • Concentração dependente; • Possui efeito pós-antibiótico; • Sem ação em anaeróbios e não possuem estabilidade em pH ácido; • Espectro de ação muito bom em Gram -; • Não tem ação muito boa em Salmonella e Brucella; • Sofre pouca biotransformação hepática; • Excreção predominantemente renal; • Grande parte da administração é parenteral, por conta da instabilidade em pH ácido; • Mecanismo de ação - bloqueia o início da síntese proteica. Vai ser utilizado em casos de infecções complicadas como: • Septicemias; • ITU (pH baixo não); • Endocardites; • Infecções respiratórias; • Infecções intra-abdominais; • Infecções oculares (tópico); • Infecções de articulações; • Osteomielites. Associação sinérgica: Betalactâmicos (dar separado) e Quinolonas. Porque o mecanismo de ação, entre Betalactâmicos e antibióticos que interferem na síntese proteica, favorece esse sinergismo? Pois o Betalactâmico vai inibir a síntese da parede celular e vai então facilitar a entrada dos aminoglicosídeos. Antibacterianos que interferem na síntese proteica Mecanismo de resistência • Enzimático; • Mudança de sítio de ligação; • Alteração de permeabilidade. Efeitos adversos: • Ototoxicidade – destruição de células sensoriais da cóclea e de vestíbulo = equilíbrio (ramo vestibular: estreptomicina e gentamicina) e audição (ramo coclear: neomicina, Canamicina e amicacina). Efeito depende de família e dose/tempo. Pode ser irreversível. • Nefrotoxicicdade – atração aminoglicosídeo catiônicos para os fosfolipídios aniônicos (<<TFG).Necrose tubular aguda. Neomicina > tobramicina/estreptomicina. Pode ser reversível com suspensão. • Neurotoxicidade – BNM. Diminuição da liberação de receptores nicotínicos. Fatores predisponentes para efeitos adversos • Não respeitar a posologia; • Idade; • Insuficiência renal; • Polifarmácia – uso de outros medicamentos; • Estado geral. • Origem Streptomyces spp. • Recebem esse nome por causa da sua estrutura química formada por 4 anéis; • Utilização em várias espécies; • Espectro de ação: amplo, atuam em Gram+/-, incluindo micoplasmas, Ehrlichia/anaplasma, clamídias, riquétsias, e até alguns protozoários parasitas como Plasmodium falciparum, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Leishmania major, Trichomonas spp., e Toxoplasma gondii. • Bacteriostáticos – em algumas regiões do corpo pode ocorrer, às vezes, de ter o efeito bactericida; • Tempo dependente; • Atravessam barreira placentária, mas não BHE. Por conta disso deve-se tomar cuidado com prenhez; • Excreção renal – com exceção da doxiciclina. Mecanismo de ação Após penetrarem no interior da bactéria por um processo mediado por carreador, ligam-se reversivelmente à subunidade 30 s do ribossomo do microrganismo, impedindo que o RNA- transportador se fixe ao ribossomo e, com isto, a síntese proteica é inibida. Embora tenham maior afinidade pela subunidade 30 s do ribossomo microbiano, podem também se ligar a subunidade 40 s do ribossomo dos animais superiores, explicando algumas reações adversas decorrentes do seu uso terapêutico. Inibem síntese proteica de células procariontes e as vezes de eucarióticas Administração • VO – dar em jejum o Pode ter alteração na absorção quando administrado com alimentos. Com exceção da doxiciclina. o Pode se ligar a íons de alimentos, como queijos e leite, alterando a concentração plasmática. o As concentrações plasmáticas máximas são alcançadas cerca de 1 a 3h após a administração oral. • Parenteral – IM/IV Doxiciclina • Mais lipofílico, pode então ser administrado com alimentos e medicamentos. Por ser mais lipofílico penetram com mais facilidade os tecidos; • Excreção biliar, isso permite que seja empregada em infecções sistêmicas em cães e gatos com insuficiência renal Mecanismo de resistência • Enzimático; • Bomba de efluxo; • Mudança do sítio de ligação. Efeitos adversos • Irritação tecidual, manifestações gástricas, diarreia, dor – parenteral • Ligação com cálcio: efeitos cardiovasculares (arritmias), deposição/hipoplasia ossos e dentes (evitar em animais em crescimento e gestantes) • Danos hepáticos e renais: normalmente relacionado ao acondicionamento do medicamento - ver data de validade etc. • Equinos são bem sensíveis >>>>> Salmonella (diarreia grava – óbito). Possuem um anel lactâmico macrocíclico, ao qual se ligam açucares. Os grupos são divididos de acordo com o número de átomos do anel macrocíclico. Mecanismo de ação Impedem a síntese proteica bacteriana ao se ligar à subunidade 50 s do ribossomo. Eles inibem a translocação do RNA transportador no sítio aceptor do aminoácido, interferindo na adição de novos aminoácidos e, dessa forma, impedindo a síntese proteica da célula do microrganismo. Em geral, eles não se ligam ao ribossomo dos mamíferos já que estes apresentam subunidade 40 e 60 s. Características • Bacteriostáticos em dose baixa • Em alta dose pode apresentar ação bactericida • Tempo dependente • Azitromicina – concentração dependente • A atividade antimicrobiana da eritromicina aumenta em pH maior, apresentando efeito antibacteriano ótimo em pH 8. (pulmão) Por outro lado, em meio ácido, como aquele observado em abscessos, tecido necrótico e urina, é suprimida sal atividade antibacteriana Espectro de ação • Amplo o Principalmente contra gram +, como estreptococos e estafilococos, incluindo os estafilococos resistentes aos antibióticos betalactâmicos, Arcanobacterium pyogenes, Bacillus spp., Corynebact erium spp., Rhodococcus equi, Erysipelothix rhusiopathiae e Listeria spp. São suscetíveis à eritromicina as bactérias gram-negativas aeróbicas Actinobacillus spp., Bruc ella spp., Campylobacter spp. e Leptospira spp. Dentre as bactérias anaeróbicas suscetíveis à eritromicina encontram- se Actinomyces spp., Clostridium s pp. e Bacteroides spp., exceto B. fragilis. Esse antibiótico é ativo também contra Chlamydia spp. e Mycoplasma spp. e possui atividade moderada contra enterococos, Pasteurella spp., Bor detella spp., Ehrlichia spp., Haemop hilus spp. e Legionella spp. São resistentes à eritromicina as Enterobacteriaceae, Pseudomonas spp., Nocardia spp., Mycobacteriu m spp. e algumas Mycoplasma spp. o A tilosina tem espectro de atividade semelhante a da eritromicina, sendo, de modo geral, menos ativa contra bactérias e mais ativa contra Mycoplasma spp. o Dentre os macrolídeos mais modernos, a azitromicina e a claritromicina têm amplo espectro de ação; a primeira apresenta o maior espectro in vitro contra bactérias gram-negativas, incluindo atividade moderada contra Salmonella entérica, e a claritromicina é a mais ativa contra Rhodococcus equi. Utilizados para: • Pneumonia/endocardite pós TP/infecção pele/rins/fígado etc. • Equinos: azitromicina ou eritromicina (estolato) + rifamicina = pneumonia potros Características farmacocinéticas • A eritromicina é pouco absorvida quando administrada por via oral, sendo inativada no pH gástrico. Por isso, há formulações como estolato ou estearato de eritromicina e de liberação entérica para melhorar sua absorção e tolerabilidade. Essas formulações têm melhor disponibilidade pelo fato de reduzirem a destruição da eritromicina no meio ácido. • A tilosina é bem absorvida no TGI e não necessita de formulações especiais para manter sua estabilidade no estomago. • Os macrolídeos tendem a concentrar-se em algumas células por causa de seu caráter básico, sendo então captados por células que apresentam o pH mais ácido do que o plasma. As concentrações teciduais de eritromicina, tilosina e tilmicosina são maiores que as concentrações plasmáticas, particularmente, nos pulmões, sendo, por isso, indicadas para o tratamento de infecções pulmonares. • Biotransformação - hepática • Excreção – bile e fezes Efeitos adversos • Os efeitos adversos são relativamente baixo, sendo que os relatos mais comuns são mais comuns em humanos do que em animais. • Via IM – irritação tecidual levando a dor (equinos não usar); • Via IV – tromboflebites e periflebites; • Administração intramamária – reações inflamatórias; • Distúrbios TGI (náuseas, vômito, diarreia, cólica intestinal) – bem sério em coelhos e equinos; • Em cães e gatos a eritromicina causa poucos efeitos adversos, tendo sido relatado vômito, particularmente em cães. Mecanismo de resistência • Alteração de permeabilidade • Bomba de efluxo São monoglicosídios ligados a um aminoácido. Pode ser utilizado em diferentes espécies. Os principais representantes são: • Clindamicina – anaeróbios como Bacterioides spp. • Lincomicina – semelhantes aos macrolídeos • Pirlimicina – intrmamário em bovinos. Mecanismo de ação Inibem a síntese proteica da célula bacteriana ao se ligar na subunidade 50 s do ribossomo, da mesma forma que fazem os macrolídeos. • Bacteriostáticos, podem ser bactericidas em altas concentrações. A ação bactericida é tempo dependente; Espectro de ação • Tem espectro de ação semelhante ao dos macrolídeos. • A clindamicina difere dos macrolídeos e da Lincomicina por sua maior atividade contra bactérias anaeróbias, incluindo anaeróbios Gram -; • São anaerobicidas; • A concentração tecidual pode ser maior que a concentração plasmática em alguns tipos celulares, como úbere e próstata. Caracteristicas farmacocinéticas • São bastante lipossolúveis e, consequentemente,apresentam grande volume de distribuição. • A clindamicina quando administrada via oral tem maior absorção no TGI do que a Lincomicina . • Biotransformação – hepática; • Excreção – bile sendo a principal; cerca de 20% são eliminados de forma intacta pela urina. Mecanismo de resistência • Enzimático • Bomba de efluxo Utilizado em: • Infecções intra-abdominais; • Infecções pulmonares: abscesso pulmonar, pneumonia aspirativa causadas por anaeróbios Gram -; • Infecções odontogênicas; • Sinusites; • Otite crônica; • Osteomielites; • Infecções de pele por estreptococos ou estafilococos. Efeitos adversos • Diarreia grave (fatal equinos/coelhos/herbívoros; • IM – Dor; • IV rápida – depressão cardíaca; • Cães e gatos – poucas alterações TGI Ou alfenicois. Fazem parte desse grupo: cloranfenicol, tianfenicol e o florfenicol . • Usado em várias espécies – tem se usado cada vez menos em animais de produção alimentar, pois os resíduos podem causar impactos importantes em humanos. Mecanismo de ação Inibem a síntese proteica dos microrganismos sensíveis, ligando-se irreversivelmente à subunidade 50 s do ribossomo bacteriano e, deste modo, interferem na formação do peptídeo pelo bloqueio da enzima peptidiltransferase, impedindo o alongamento da cadeia polipeptídica. Eles inibem a síntese proteica mitocondrial das células da medula óssea dos mamíferos de maneira dose-dependente. São bacteriostáticos. Tempo dependente. Espectro de ação • Amplo espectro – atuam em bactérias Gram +/-, riquétsias, espiroquetas e micoplasmas. Utilizado em: • Infecções sistêmicas e locais; • Salmonelose e sepse por bacteroides • Doenças TR em bovinos São utilizados em várias espécies. Características farmacocinéticas • VO – Em monogástricos o cloranfenicol é bem absorvido no sistema digestório, já em ruminantes é destruído pela microbiota ruminal; • Lipossolúvel – liga-se a proteínas plasmáticas e distribui-se relativamente bem por todos os tecidos, atravessando barreira placentária. • Atravessa também BHE. • Biotransformação – hepática; • Excreção – renal, conjugado com o ácido glicurônico. Isto faz com que apresente meia vida diferente nas várias espécies animais. Mecanismo de resistência • Alteração na permeabilidade; • Enzimático. Efeitos adversos • Supressão da medula óssea; o Anemia arregenerativa com ou sem trombocitopenia/leucopenia. Reversível. Dose dependente o Aplasia aplástica irreversível (não relacionada à dose/tempo de tratamento). Surge depois de suspender tratamento; • Distúrbio TGI – depende da sensibilidade do animal. Porque tem antagonismo quando associado penicilina G com cloranfenicol? Betalactâmico impede a síntese da parede celular, e isso ocorre no crescimento e multiplicação, o cloranfenicol diminui a atividade de multiplicação e crescimento. São um grupo de substâncias químicas antibacterianas, com grande aplicação na em Medicina Veterinária. A primeira quinolonas foi o ácido nalidíxico, sendo denominada de quinolona de 1° geração, apresentam grande eficiência contra a maioria das Enterobacteriaceae (E. coli, Salmonella e Proteus.), por conta disso se tornou escolha no combate a infecções urinárias de difícil tratamento, por outro lado, nenhuma das quinolonas de 1° geração apresenta qualquer atividade contra Pseudomonas aeruginosa, anaeróbicos e bactérias gram +. Na década de 80, estudos foram feitos a partir das quinolonas de 1° geração, pois estas começaram a apresentar resistência e não conseguindo atingir concentração suficiente para ter ação pretendida nos demais tecidos, houve então melhorias. Foi adicionado o Flúor, e então originaram as quinolonas de 2° geração, denominadas de fluorquinolonas. Nas fluorquinolonas houve melhora na concentração plasmática adequada, melhor distribuição nos tecidos, e no espectro de ação que, além de ação contra Enterobacteriaceae, tem ação contra P. aeruginosa, Chlamydia sp., Mycoplasma sp. e Brucella sp. As de 3° e 4° geração, além de atuarem nos microrganismos sensíveis às quinolonas de segunda geração, são eficientes em anaeróbios. Mecanismo de ação • Bactericidas, concentração-dependente; • Possui efeito pós-antibiótico – 3 a 4h de ação com baixa concentração; • Inibem a enzima topoisomerase II (G+), também chamadas de DNA girase; inibem também topoisomerase IV, porém não s sabe se esse fato contribui para ação antibacteriana; • As topoisomerase são enzimas que catalisam a direção e a extensão do espiralamento das cadeias de DNA. Assim, embora as quinolonas apresentem diferentes características de ligação com a enzima, todos estes quimioterápicos inibem a DNA girase, impedido o enrolamento da hélice de DNA em uma forma superespiralada; • Vai quebrar momentaneamente as ligações (pontes fosfodiester) para as fitas se abram de uma forma que não cause nenhum dano à fita, impedindo o crescimento da bactéria, pela atividade não adequada do DNA. Antibacterianos quimioterápicos Quebra transitória de pontes de fosfodiester adicionando ou removendo superenrolamentos – mecanismo de ação. Caracteristicas farmacocinéticas • Biotransformação hepática; • Via de excreção principal – renal, por meio da filtração glomerular; o Excreção pouco expressiva - biliar; • Não deve ser administrado com alimentos, pois ele pode diminuir a absorção do medicamento; • Após a administração VO (principal), as quinolonas são rapidamente absorvidas por animais monogástricos e pré-ruminantes. Uso clínico • Infecções do sistema urinário (principalmente por P. aeruginosa); • Prostatites (acumulam leucócitos/fagócitos); • Gastrenterite bacteriana grave; • Pneumonia causada por bacilos gram -; • Otites por pseudomonas; • Infecções dérmicas; • Osteomielite por gram -; • Meningoencefalites bacterianas; • Endocardite estafilocócica; • Bactérias intracelulares. Mecanismo de resistência • Alteração de permeabilidade; • Bomba de efluxo. Efeitos adversos Entre os principais efeitos adversos tem sido descritos danos na cartilagem articular de cães jovens e potros, bem como em algumas espécies de animais de laboratório. Estudos em animais de laboratório indicam que algumas quinolonas podem causar efeitos teratogênicos (capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez), portanto, a utilização de qualquer fluorquinolonas é contraindicada para animais em fase de crescimento e em fêmeas prenhas. Tem-se relacionado o aparecimento de cristalúria em animais com urina alcalina e tratados com fluorquinolonas, neste caso, quando o uso deste medicamento for por períodos longos o recomendado hidratação adequada e acidificação da urina em espécies que apresentam urina com pH elevado. Também deve-se tomar cuidado com pacientes com insuficiência renal, uma vez que a maior parte é excretada por esta via. TGI tem como efeito o vômito, diarreia e dor abdominal. Em felinos, tem sido descrito um quadro caracterizado por degeneração da retina, levando normalmente à cegueira, causada particularmente com o enrofloxacina e tem sido sugerido que esta retinopatia se deva à maior vulnerabilidade da barreira encefálica em felinos, associado às características lipofílicas do enrofloxacina, o que permitiria o acúmulo da fluorquinolonas no SNC. Como alguns estudos sugerem que esta alteração da retina está associada a altas doses de enrofloxacina, recomenda-se que a maior dosagem deste medicamento em felinos seja de 5mg/kg/dia. Interação • Cloranfenicol/tetraciclina + fluorquinolonas = antagonismo • Metronidazol + fluorquinolonas = sinergismo. Geração Espectro de ação Observação 1° geração Ácido nalidíxico G-> Sem ação sobre G+, anaeróbios e pseudomonas ITU complicadas 2° geração Enroflo/Orbi/Diflo/Marboxacino* Cipro**/Nor/Ofloxacino G->>G+> Pseudomonas **clamídia/Mycoplasma >ação pseudomonas *Vet Enro: Baytril, Flotril, Enropet Orbi: Orbax Difloxacino: Dicural Marbofloxacino: Marbopet 3° geração Moxi/levo/esparfloxacino Gatifloxacino G->>> G+>> MERS Levo/esparto: cardiotóxico 4° geração Prodofloxacina (Veraflox), trovafloxacina G- G+ Anaerobios Trova: hepatotóxico – uso hospitalar Tem um composto chamado de nitroimidozólico. A entrada em bactéria anaeróbia causa a redução do grupo nitro por elétrons, e com isso há a produção de outros radicais livres que são tóxicos, agindo no DNA causando: quebra estrutural hélice, ruptura de cadeia e inibição de proteínas. As vias de administração são: • IV: administração deve ser lenta, pois consegue ultrapassar a barreira BHE e a concentração pode ter alta ação no SN; • VO: não trabalhar com doses muito altas. Ação Caracteristicas Redução do grupo nitro - Aceptor de elétrons - Liberação de radicais livres - Ação contra anaeróbias; - Ação contra protozoários (Giardia sp, Ameba sp e Trichomonas); - Sem resistência. Lesões no DNA - Perda da estrutura helicoidal do DNA - Bloqueio de síntese enzimática Tem ação bactericida e sã concentração dependente A biotransformação é hepática, por oxidação e conjugação com glicuronídeo; entretanto, uma grande parte do metronidazol (mais da metade) é excretada na urina, em sua forma ativa. Os efeitos colaterais observados quando na administração oral de metronidazol são raros e incluem ataxia, convulsão e neuropatia periférica. Em cães, vem sendo relatadas neutropenia e hematúria. • Boa distribuição fluidos orgânicos e coleções purulentos (abscessos); • Lipossolúvel, alcança BHE e placentária; • Cuidado fármacos: inibição enzimática (>>meia vida) X indução enzimática (<<meia vida); • Cuidado com hepatopata; • Grande parte da excreção é renal e pouco biliar. Uso clínico • Abscesso (hepático, abdominal, cerebral); • Bacteremia; • Infecções de partes moles; • Peritonite, osteomielite; • Infecções orais e dentárias; • Fistulas perianais; • Cirurgia TGI; • Giardíase etc. Interação • Sulfas + metro = sinergismo (Giardicid); • Espiramicina + metro = sinergismo (Stomargyl e Spiraphar). São um grupo de compostos químicos com amplo espectro de ação (Gram +/- e protozoários). O termo sulfa é comumente empregado como denominação genérica dos derivados de para-aminobenzenossulfonamida. As sulfas foram os primeiros antimicrobianos eficazes utilizados por via sistêmica na prevenção e cura das infecções bacterianas. Estes quimioterápicos vêm sendo amplamente utilizados na ração de animais de criação, com o objetivo de prevenir as denominadas “doenças de confinamento. • Sistêmica ação rápido – latência curta e ação curta (7 a 4h) – sulfadiazina e sulfametoxazol; • Sistêmica ação lenta – latência curta e ação lenta (17 a 40h) – sulfadimetoxina; • Uso tópico – sulfadiazina de prata: queimadura + infecção. Usado na pele, ultrauterina e intramamária; • Pouca absorção – administração VO. Concentram muito em mucosa intestinal. Usado para infecções entéricas. Sulfasalazina.. Vias de administração: VO, IM, IV, IP, intrauterina e tópica. Quando veiculadas na água de bebida, devem ser preparadas como sais de Diaminopirimidinas (sulfonamida potencializadas); Trimetoprim – metoprim, ormetoprim, aditoprim e pirimetamina. sódio, pois, de outra maneira, são muito pouco solúveis na água. Não é recomendado o uso tópico, uma vez que, com exceção da sulfadianiza de prata, as sulfas podem promover reações alérgicas e retardo na cicatrização. Além disso, o pus, os produtos do metabolismo tecidual e o sangue diminuem bastante a eficiência desses quimioterápicos. Caracteristicas farmacocinéticas Com exceção daquelas sulfonamida preparadas para atuarem localmente, após a administração oral desses quimioterápicos haverá a absorção, podendo a taxa desta variar enormemente, dependendo da sulfa empregada. A espécie animal também é outro fator para considerar a taxa de absorção, as aves são os que mais rapidamente absorvem, seguindo-se dos cães e gatos, suínos e equinos colocam-se em uma posição intermediária, enquanto os ruminantes absorvem lentamente. Outros fatores também podem influenciar, como a privação de água e a estase ruminal retardam a absorção, já a diarreia a o exercício aumentam. As sulfas se distribuem amplamente por todos os tecidos do organismo. Eles atravessam as barreiras hematoencefálica e placentária, podendo apresentar níveis fetais semelhantes aos dos plasmáticas. São biotransformadas no fígado, principalmente por acetilação e oxidação. A acetilação faz o grupo amino ligado ao C4 do núcleo benzênico, resultando um metabólito denominado N4-acetil derivado, este metabólito além de não apresentar atividade antimicrobiana, é menos solúvel em água, portanto, há aumento dos riscos de efeitos tóxicos, decorrente da maior probabilidade de precipitação nos túbulos contornados no rim. Os produtos de oxidação são os responsáveis por várias reações tóxicas sistêmicas, como lesões cutâneas e fenômenos de hipersensibilidade. A eliminação é por via renal, por filtração glomerular, embora também possa haver também secreção tubular. Uma pequena proporção de sulfas pode ser eliminadas por meio de secreções como saliva, suor e leite, devido à excreção por está ultima via, preconiza-se que a utilização do leite de vacas tratadas com estes quimioterápicos só deva ocorrer, em média, 4 dias após a última a administração. É mais eficaz se administrado no inicio da infecção. Mecanismo de ação As sulfonamida, quando administradas em concentrações terapêuticas, são bacteriostáticas e, em concentrações altas, são bactericidas, porém nessas concentrações podem causar graves reações adversas ao hospedeiro. É um análogo estrutural do PABA (ácido para-aminobenzoico), uma substancia essencial para a síntese de ácido fólico, o qual, por sua vez, quando em sua forma reduzida, o ácido tetra- hidrofólico, é fundamental para a síntese de DNA e RNA bacteriano, por conta disso, elas funcionam como um antimetabólito. A viabilidade clínica dos sulfonamídicos deve-se, fundamentalmente, à sua toxicidade seletiva, não causando efeito tóxico para o hospedeiro, pois este consegue utilizar o ácido fólico da dieta. Portanto, são sensíveis aos sulfonamídicos apenas os microrganismos que não conseguem utilizar o ácido fólico pré-formado. O PABA + Pteridina com ação da di- hidropteroato sintetase terá a 1° fase formando o ácido di-hidrofólico (ácido fólico). Sobre este terá a ação da enzima di-hidrofalato redutase produzindo ácido tetrahidrofílico (ácido foliníco). A sulfa tem a estrutura parecida com o PABA, que vai competir com a iteração da enzima di- hidropteroato sintetase inibindo então a síntese do ácido fólico, tendo uma ação bacteriostática (para ação bactericida deve-se aumentar a dose, porém acarreta efeitos adversos). O trimetoprim vai ter ação na enzima di- hidrofalato redutase, competindo com o ácido fólico por sua semelhança., tendo ação bacteriostático. Uso clínico • Na avicultura é amplamente empregada, em casos de enterite, coccídeos e ITR. • Em bovinos: flora ruminal, Pasteurelose, coccidiose, poliartrite, sulfametazina/sulfadimetoxina – VO/IV. • Equinos: uso da associação para ITR e poliartrite (VO/IV); • Cão e gato: ITU, respiratório, pele, toxoplasmose. Sulfametoxina (IV) e Sulfasalazina (VO); • Suínos: infecção por estreptococos, rinite atrófica (Bordetella bronchiseptica e Pasteurella multocida). Sulfadimetoxina (IV) Efeitos adversos • Toxicidade pode ser aguda ou crônica, sendo que a aguda é bem rara e normalmente associada a altas doses ou então à administração rápida da sulfa pela via intravenosa. Tendo como sintomao aumento da salivação, diarreia, hiperpneia, excitação, fraqueza muscular e ataxia; • Na crônica o sintoma mais comum é a cristalúria sulfonamídica, efeito relacionado com a precipitação das sulfas e principalmente de seus metabólitos acetilados nos túbulos contornados renais. Ocorre pois a sulfa que é pouco solúvel ficam concentradas no lúmen tubular renal, e ai com a reabsorção tubular passiva da água ao longo dos gradientes osmóticos e, em alguns casos, pela secreção tubular da sulfa. Apresentará sinais de dor e diminuição da micção, hematúria e cristalúria. – pode ser evitado/dificultado aparecimento desse efeito se realizar hidratação do paciente, acidificação da urina, combinar sulfas pois se solubilizam independentemente uma das outras e deve-se evitar tratamento prolongado com sulfas; • Anemia aplástica, trombocitopenia (> com trimetoprim); • Aves – diminuição da postura e casca fina e enrugada, com doses elevadas; • Entre outros efeitos. A associação dos dois tem ação bactericida, pois irá inibir as duas fases, impedindo a formação do ácido foliníco. • Pode ocorrer mutação, das que sobrevivem a sulfa, ocorrendo um aumento da produção de PABA. Mecanismo de resistência • Enzimático; • Mudança do sítio de ligação. Mecanismo de ação de cada classe de antimicrobiano Betalactâmicos ATB que interferem na síntese da parede celular bacteriana Inibidores da síntese proteica Interferem nas atividades dos ribossomos, inibindo a síntese proteica, interferindo na transcrição e assim o crescimento da bateria. Quimioterápicos Agem na atividade do DNA, impedindo o crescimento da bactéria, pela atividade não adequada do DNA. Nú m er o de b ac té ria s viá ve is Tempo Sem antibacteriano Trimetoprim Sulfas Sulfas + trimetoprim
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