Buscar

Educação Especial e Inclusiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Educação Especial e 
Inclusiva
Aula 1
Unidade 1
Educação Especial e Inclusiva
Aula 1
Sumário
Aula 01
Educação Especial e Inclusiva
Objetivos da Unidade
Conteúdos da Unidade
O grande problema do educador não é discutir se a Edu-
cação pode ou não pode, mas é discutir onde pode, como pode, 
com quem pode, quando pode; é reconhecer os limites que sua 
prática impõe. É perceber que o seu trabalho não é individual, é 
social e se dá na prática de que ele faz parte.
Paulo Freire in Carvalho (2004, p9)
A Educação é um dos mais importantes ins-
trumentos de inclusão social, essencial para a redução 
das desigualdades no Brasil.
De acordo com Carvalho (2004, p.10), a reali-
dade educacional brasileira aponta severos limites, para 
refleti-la é necessário repensar o real significado de di-
versidade, como também sobre a prática pedagógica 
(acesso ao currículo, avaliações,...) nas várias escolas.
Historicamente, no século passado, havia um 
olhar positivista, tendo a igualdade como padrão, 
como uniformidade, precisão e clareza. Esta ideia 
trouxe uma prática escolar, e na sociedade, de ex-
clusão. O parâmetro colocado foi quem pode mais, 
quem pode igual, quem pode menos, uma prática que 
norteou o pensamento da competência, da justiça em 
avaliação educacional, e, a comparação e a seleção. Ca-
tegorias classificatórias foram criadas, e socialmente a 
dimensão de aprovado/reprovado, incluído/excluído. 
A Constituição Federal, de 1988, incorpora ban-
deiras e traz avanços consideráveis dos pontos de vista 
jurídicos, normativo e institucional para a garantia dos 
direitos sociais. Apresenta uma concepção ampla de 
Educação, tratando-a como direito social inalienável e 
fundamental para o exercício da cidadania, asseguran-
4
do o acesso ao ensino como direito público subjetivo, 
impondo a co-responsabilidade dos entes federados 
por sua implementação e garantindo a aplicação de 
percentuais mínimos da receitas provenientes de im-
postos, para sua manutenção e desenvolvimento.
Para Pensar
A escola, espaço educativo e legítimo, é onde é 
possível construir identidade, cidadania, deve exercer 
o seu papel para a sociedade.
Calar-se ou omitir-se diante da exclusão da 
criança com deficiência ou dificuldade em aprendi-
zagem, nos diversos espaços sociais, seria contribuir 
para o crescimento e desenvolvimento destas pessoas 
e para uma sociedade mais humana?
 ”...Somos diferentes. Essa é a nossa condição 
humana. Pensamos de jeitos diferentes, agimos 
de formas diferentes, sentimos com intensidades 
diferentes. E tudo isso porque vivemos e apreen-
demos o mundo de forma diferente.”
Carvalho (2004, p.10)
Portanto, pensar na perspectiva da inclusão sig-
nifica tomar consciência e valorizar a diversidade dos 
alunos, relativizar o certo/errado, repensar os proble-
mas e rediscutir as classificações.
Existem diversas formas de aprender e apre-
ender as questões do mundo que nos cerca, como 
há saberes e saberes, e também experiências múlti-
5
plas. Valorizar a diversidade implica em possibilitar 
ao outro vir a ser no seu tempo e a seu tempo, cui-
dando, acolhendo,compartilhando diferentes jeitos 
de aprender.Trata-se de desigualar condições para 
igualar possibilidades.
Freire fala in Carvalho, (2004, p.11):
 “... é por isso que este desrespeito à criança e a 
sua identidade, este desrespeito ao mundo e ao 
mundo em que a criança está se fazendo pelo 
fato mesmo de estar tocando neste mundo, re-
vela indiscutivelmente uma ideologia elitista e au-
toritária da escola. Quer dizer, a escola é elitista 
entre outras coisas porque só aceita como válido 
o saber já montado, o saber pseudamente termi-
nado. Aí há um erro científico, também um erro
epistemológico. E que não há saber nenhum que
esteja pronto e completo. O saber tem historici-
dade pelo fato de se construir durante a história e
não antes da história nem fora dela.”
Seguindo as ideias de Mantoan (2003, p.13),... 
“a inclusão não prevê a utilização de práticas de ensino 
escolar específicas para esta ou aquela deficiência, e ou 
dificuldade de aprender. Os alunos aprendem nos seus 
limites e se o ensino for, de fato, de boa qualidade, 
o professor levará em conta esses limites e explorará
convenientemente as possibilidades de cada um.”
Acredito ser importante fundamentar esta re-
flexão a partir do conceito de paradigmas.
Para Mantoan (2003, p14), paradigmas são um 
6
conjunto de regras, normas, crenças, valores, princí-
pios que são partilhados por um grupo em um deter-
minado momento histórico e que norteiam o nosso 
comportamento, até entrarem em crise, porque não 
nos satisfazem mais, não dão conta dos problemas 
que temos de solucionar.
Para Pensar
A crise educacional, em que vivemos, nos re-
mete a suscitar novas bases teóricas que não são fá-
ceis de haver, pois implica em mexer com princípios, 
crenças enraizadas culturalmente e arriscando aqui, 
cientificamente. Toda crise é tomada de incertezas, 
de insegurança, mas também de muita liberdade de 
criação, de ousadia para buscar alternativas, outras 
formas de leitura das coisas, fatos que nos cercam, 
novos olhos, novos sentidos. Neste cenário, no centro 
de tensão esta a escola onde se faz urgente a ruptu-
ra de padrões organizacionais, comportamentos para 
se haver com o contexto atual. A partir desta visão, 
não é difícil perceber que os velhos paradigmas da 
modernidade não compõem mais “matéria-prima” 
da educação escolar. As diferenças culturais, sociais, 
étnicas, religiosas, de gênero, estão sendo defendidas 
nos documentos nacionais e internacionais, como 
os direitos humanos e a democracia tornam-se im-
prescindíveis para que busquemos novas concepções 
de mundo, de homem, de planeta.Novas redes de 
ações,parcerias,conhecimentos são gerados pela velo-
cidade das tecnologias,comunicações e informações.
Manter as posturas tradicionais compromete o 
7
Para Pensar
movimento do mundo globalizado, dinâmico e margi-
naliza as diferenças.
Mantoan (2003, p. 17) coloca que a comunida-
de acadêmica não pode continuar a pensar que só há 
um único modelo de cientificidade e uma única epis-
temologia. A escola abriu as portas para a deficiência, 
a novos grupos sociais, mas não aos novos conheci-
mentos quando não cria possibilidade de diálogo en-
tre diferentes lugares epistemológicos.
A fragmentação do conhecimento em discipli-
nas é uma prática que dificulta a articulação dos as-
suntos, temas desenvolvidos, como também, a pos-
sibilidade de se ter uma visão da essência e do todo.
Qual a diferença entre Educação Especial e Educação 
inclusiva?
De acordo com Raiça (2006, p.13), Educação 
Especial e educação inclusiva, na legislação brasileira, 
estão cada vez mais próximas, embora, do ponto de 
vista histórico e estrutural, as duas modalidades pos-
sam nos parecer significativamente antagônicas.
Historicamente, Educação Especial e Educação 
inclusiva são modelos de conhecimentos socialmente 
aceitos em determinada época. Por esta óptica, os dois 
modelos podem num dado momento, coexistir e ao 
mesmo tempo exercer influência em determinado meio 
social. Hoje, estamos diante de vários paradigmas, que 
vão da segregação, à integração e até à inclusão.
A inclusão aparece como ramificação da Edu-
8
cação Especial, tal como é formada nas diretrizes 
legislativas brasileiras, de outro, surge como um mo-
vimento opositivo às concepções paradigmáticas da 
Educação Especial focada nos déficits e na separação.
Para Pensar
Sobre a função da Educação inclusiva - seria mesmo 
do eixo da Educação Especial, ou seria mais coerente 
situá-la como aprimoramento dos serviços educati-
vos regulares?
Muitos profissionais relacionam a inclusão à 
presença de alunos com deficiência nas classes regu-
lares. É comum escutar queixas nas escolas, os profes-
sores sentem-se despreparados para trabalhar com alu-
nos deficientes em suas turmas, alguns concordam que 
eles têm direito à escola opinam que, igualmente, têm 
direito à presença de especialistasque os atendam em 
classes especiais ou que ofereçam supervisão aos pro-
fessores; consideram falta de respeito aos alunos e aos 
seus professores incluí-los no ensino regular. Reivindi-
cam que as escolas sejam adaptadas para esse trabalho, 
seja na arquitetura ou nas atitudes. Alguns sentem-se 
inseguros,mas desejam enfrentar o desafio que não é 
simples,nem impossível, pois, reconhecem vantagens 
na inclusão de deficientes,nos aspectos sociais e nos 
cognitivos na medida em que preconceitos serão eli-
minados na convivência,no cotidiano escolar. A inte-
gração social desses alunos gera solidariedade entre os 
colegas que se sentem sensibilizados e estimulados para 
ajudar na aprendizagem. Nas reflexões de professores 
que se mostram receptivos, estes entendem que, para 
9
enfrentar o desafio é necessário (Carvalho-2004, p.133):
Revisão da metodologia didática atualmente 
adotada,intensificação da relação família/escola,
oferta de mais cursos para os professores,
redução do número de alunos por turma.
É importante lembrar que alunos com dificul-
dades de aprendizagem não são, necessariamente, de-
ficientes. Observação importante, pois muitos são en-
caminhados, marcados em sua trajetória escolar como 
tal, como deficiente, sem diagnóstico real.
É possível observar também, entre os profes-
sores, que quando o tema é inclusão, as referências 
aparecem, apenas, em relação aos alunos com defici-
ência, particularmente a mental. Para se evitar tal erro, 
pois estamos contaminados por uma formação exclu-
dente, devemos observar e perceber mecanismos que 
favorecem tal prática em nossas atitudes, mesmo que 
sejamos defensores da inclusão. 
Segundo Carvalho (2004, p.137), na fase de 
transição para o novo paradigma (inclusão), as mu-
danças devem estar nas atitudes dos educadores fren-
te às diferenças e na conscientização da força social de 
seu papel, para as práticas de significação dos conteú-
dos curriculares e para a leitura crítica do mundo. Para 
ela, escolas inclusivas para todos e com todos, capazes 
de promover a integração e de remover as barreiras 
para a aprendizagem e para a participação de qual-
quer aprendiz, deve vir com atitudes proativas, com 
acolhimento e compromisso da equipe pedagógica. 
10
Torna-se fundamental a ressignificação do papel do 
professor que, em vez de ser profissional do ensino, 
deve assumir-se como profissional da aprendizagem, 
com enorme responsabilidade social e política. O 
mundo, em que vivemos, exige que os educadores de-
sempenhem papéis que vão muito além de transmitir 
conhecimentos e cultura. 
A base conceitual do que fazemos é da maior 
importância, pela competência técnica que nos ofere-
ce como também a competência política. O aspecto 
atitudinal pode acarretar mudanças duradouras e con-
sistentes, mas as atitudes não mudam com o piscar dos 
olhos, geralmente, é sofrido, com obstáculos afetivos, 
cognitivos, organizacionais a serem superados. Estu-
dar as atitudes humanas, analisar conceitos, é uma for-
ma favorável para que nossas ações não sejam impul-
sivas e passionais, mas teoricamente fundamentadas.
Na sociedade, o paradigma da inclusão não 
se modifica pela imposição da lei. Para isso, são ne-
cessárias transformações nas concepções de homem 
e de educação, por parte das pessoas envolvidas no 
processo em relação às crianças com deficiência, para 
que estas ao serem matriculadas em classes regulares, 
não continuem sendo excluídas das oportunidades de 
desenvolvimento social e pedagógico.
As matrículas das crianças com deficiência, nas 
classes regulares do ensino, não significa inclusão, elas 
podem estar ali, mas excluídas do processo pedagógi-
co e até mesmo das relações sociais no grupo no qual 
estão inseridas.
Cabe às escolas especiais reestruturar suas con-
cepções principalmente em relação ao apoio às escolas 
11
regulares. Há escolas especiais **que realizaram a entra-
da à diversidade de público, diversas deficiências e para 
as crianças ditas normais, e desta forma conseguem 
manter uma postura inclusiva. Citando estes exemplos, 
não são somente as escolas regulares que precisam mu-
dar suas posturas, as escolas especiais precisam e de-
vem ajustarem-se aos novos desafios da inclusão.
Para isso, são necessários os serviços técnicos 
especializados tanto na área da saúde como na edu-
cação. Compromissos comunitários de toda a socie-
dade para promover a causa da inclusão. Dificuldades 
de acesso e aprimoramento do conhecimento, não 
se restringem, apenas, a população com deficiência. 
É importante defender a escola pública de qualidade 
para todos, negros, pobres, mulheres, índios,..., pois 
esta beneficiará todas as crianças que de alguma forma 
são tocadas pela exclusão. Mudanças na concepção e 
prática pedagógica no cotidiano escolar, considerando 
as múltiplas inteligências, as diversas áreas de saber, as 
formas de aprendizagem, tendem a promover o aten-
dimento às diferenças e necessidades de aprendizagem.
Raiça (2006, p.19) relaciona algumas caracterís-
ticas predominantes no paradigma da Educação Es-
pecial e no paradigma inclusivo.
12
Paradigma Especial
Foco nos déficits da criança.
Ênfase no treinamento da criança visando 
a que ela se ajuste ao meio escolar.
Diagnóstico baseado em testes de inteligência, 
realizado por psicólogo e médico.
O objetivo do diagnóstico é identificar o quociente 
intelectual (QI) e as limitações para que se possa 
estabelecer o tipo de escola especializada, assim 
como o nível do agrupamento apropriado à criança.
Atendimento em classe ou escola especializada, 
isto é, separado das demais crianças.
Escolas preparadas para receber os alunos com 
uma especificidade de problema. 
Por exemplo: escola só para deficientes mentais 
moderados; escolas que só recebem surdos etc.
Professores especialistas em 
determinada deficiência.
Objetivo educacional centrado no treinamento, com 
o intuito de favorecer a adaptação social da pessoa.
13
Paradigma Inclusivo
Foco nas ilhas de inteligência que estão preservadas.
Ênfase na mudança do ambiente para 
proporcionar a todas as crianças melhores 
condições de aprendizagem e desenvolvimento.
Diagnóstico multidisciplinar, realizado por 
médico, psicólogo, assistente social, 
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, 
pedagogo, professores, entre outros.
O objetivo do diagnóstico é identificar habilidades 
prévias e necessidades de apoio, com a finalidade de 
elaborar um programa educacional individualizado.
Atendimento em classe regular junto 
a seus pares de idade; apoio especializado 
com suporte ao professor.
Escolas preparadas para educar na diversidade.
Educadores preparados para oferecer 
ensino de qualidade a qualquer criança.
Objetivo educacional centrado na aprendizagem 
significativa, favorecendo a aquisição de habilidades 
pessoais, sociais profissionais, que contribuam para 
a inclusão social da pessoa com deficiência.
14

Continue navegando