trabalho de teoria II pronto

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
CAMPUS DE CAMPO MOURÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
CURSO DE HISTÓRIA
ANDREY HENRIQUE S.C. PERDONCINI
LUCAS RODRIGUES BORDINI
RELAÇÃO ENTRE O TEXTO “DOCUMENTO/MONUMENTO” DE LE GOFF E ENTREVISTAS SOBRE A ESTÁTUA DE SÃO JUDAS TADEU
CAMPO MOURÃO – PR
2019
ANDREY HENRIQUE S.C. PERDONCINI
LUCAS RODRIGUES BORDINI
RELAÇÃO ENTRE O TEXTO “DOCUMENTO/MONUMENTO” DE LE GOFF E ENTREVISTAS SOBRE A ESTÁTUA DE SÃO JUDAS TADEU
Trabalho apresentado à Disciplina Teoria II do Curso de História da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), como requisito parcial para obtenção da nota do 2º Bimestre.
Professor: Dr. Ricardo Marques de Mello
CAMPO MOURÃO – PR
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 4
2 DESENVOLVIMENTO:
 2.1 Entrevistas....................................................................................................................... 5
 2.2 Relação com "Documento/Monumento"...................................................................... 7
3 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 9
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 10
 
INTRODUÇÃO
A partir de entrevistas feitas com moradores da cidade de Terra Boa, Paraná, faremos uma relação com o capítulo “Documento/Monumento”, do livro “História e Memória” de Le Goff. A entrevista foi feita com a intenção de juntar material para podermos fazer a análise de como a sociedade vê os monumentos nos dias de hoje, e qual a importância dos mesmos para entendermos melhor a intenção de um monumento como documento.
O monumento em questão será a estátua de São Judas Tadeu, na cidade Terra Boa, onde está localizada na Praça Central da Igreja Matriz São Judas Tadeu, e que infelizmente, não tivemos a possibilidade de encontrar o documento (no qual está contida as informações de altura, data de início da construção, entre outras informações) da obra. 
DESENVOLVIMENTO
2.1 Entrevistas
Nome: Carlos Augusto Magalhães Boschini 
Idade: 18 
Gênero: Masculino 
Grau de instrução: Cursando Superior
	
 O que você sente quando vê a imagem de São Judas Tadeu?
O que eu sinto é proteção, por que eu sou católico, para os de demais eu não sei, mas pra mim é proteção. Por ele ser o padroeiro da cidade, ele mostra um sentimento de ser o protetor da nossa cidade e essa estátua representa o quanto ele foi importante pro povo.
	
Nome: Padre Lorival João Back 
Idade: 48 
Gênero: Masculino 
Grau de instrução: Ensino Médio completo
 Qual é a relação/sentimento, que a imagem de São Judas Tadeu te passa?
Então, é, veja, São Judas é um apóstolo de Jesus e ele é mártir, então não é uma pessoa qualquer, uma pessoa comum, é alguém que acompanhou a formação, era discípulo, ele faz parte da catequese de Jesus e ele deu a vida pela causa de Jesus, inclusive tem a causa de São Judas aonde ele chama a atenção, chama as pessoas à fé e mandam elas perseverarem. Essa imagem aqui eu vejo que tem a ver com o nome da paróquia, é o nome de São Judas Tadeu, e eu sinto que as pessoas se sentem abençoadas, não só ao olhar a imagem, mas a gente vê muitos comércios com nomes de São Judas Tadeu e a pessoa repercute um nome quando tem significado a ela. 
 Então eu penso que essa imagem é um pouco grande, a gente brinca né, Imagem de Itu, cidade do interior de São Paulo, aonde tudo é grande, né, Mas enfim, ela tem essa finalidade, mas eu acho que mais importante que essa imagem é a devoção que se tem, as pessoas que foram fiéis a Jesus, estão juntas com Jesus e é isso que intercede por nós, assim como nós rezamos um pelos outros como Jesus nos pede: “pedi e recebereis” e assim esse Santo também traz esse significado, e nós como discípulos, eu como padre e você como leigo, nós também devemos viver a mesma causa que ele viveu que é a causa de Jesus que nos amou e se entregou por cada um de nós por isso ele morreu e ressuscitou, e sua paixão, morte e ressurreição nos deu vida nova na medida que nós também nos doamos um para os outros. Nós não só imitamos o Santo, mas também vivemos o que é da nossa fé, que é a fé fundada em Jesus Cristo.
Então padre, o senhor imagina o motivo da construção da imagem de São Judas Tadeu pelo fato dele ser o padroeiro da cidade, mas o senhor imagina que isso foi realmente para marcar a sentimento aqui ou você acha que existe outro motivo? E o senhor se lembra de quando foi construída?
Eu creio que foi para marcar verdadeiramente o sentimento e a grandiosidade, né? O que significa verdadeiramente São Judas, alguém que marcou, por que quando você faz uma imagem ou você faz uma placa comemorativa, quando você faz algo é pra justamente acentuar aquilo, né? E se eu não me engano foi inaugurada em 28 de outubro de 2008.
2.2 Relação com "Documento/Monumento"
 As entrevistas feitas servirão de base, como dito anteriormente, para a relação com o último capítulo do livro de Le Goff, capítulo que explica as questões de documentos e monumentos, e ainda faz uma contextualização de como que o monumento anteriormente era usado para perpetuação do conhecimento do passado através de atos escritos, ainda contextualizando, na Antiguidade serviu como uma obra (arquitetura/escultura) comemorativa e como monumento funerário para recordar pessoas importantes para a memória coletiva, e é nesse segundo ponto da Antiguidade que entra o monumento apresentado (a estátua de São Judas Tadeu).
	Como podemos notar na entrevista feita com Carlos Augusto Magalhães a estátua traz o sentimento de proteção, não só a ele, mas também para a cidade inteira, já que o Santo é padroeiro de Terra Boa. 
Como o próprio entrevistado diz: “O que eu sinto é proteção, por que eu sou católico...”, logo, podemos notar que a estátua do Santo tem um significado de proteção para ele, por conta de sua criação católica, e isso remete ao texto no que diz respeito aos monumentos perpetuarem significados para uma memória coletiva: “O monumento tem como característica o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva) [...]” (LE GOFF, 1924, p. 536).
Podemos notar também, em outro momento da entrevista, que a imagem também tem como função a recordação de uma figura importante para a Igreja Católica: “(...) essa estátua representa o quanto ele foi importante pro povo. ” E analisando a entrevista do Padre Lorival podemos notar que nele também está contida essa visão de perpetuação da importância de São Judas Tadeu para a sociedade: “[...] eu sinto que as pessoas se sentem abençoadas, não só ao olhar a imagem, mas a gente vê muitos comércios com nomes de São Judas Tadeu e a pessoa repercute um nome quando tem significado a ela. ”, e assim podemos relacionar com a contextualização de Le Goff no início do capítulo: “O monumentum é um sinal do passado. Atendendo suas necessidades filológicas, o monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos. ” (LE GOFF, ibid., p. 535).
Também podemos notar que para o Padre há uma diferenciação de “poder” em relação à São Judas e as pessoas “comuns”, pois para ele: “Então, é, veja, São Judas é um apóstolo de Jesus e ele é mártir, então não é uma pessoa qualquer, uma pessoa comum, é alguém que acompanhou a formação, era discípulo [...] ”, além dessa relação de poder, podemos notar a relação de poder que o Santo tem para com as pessoas dentro da Igreja Católica: “[...] inclusive tem a causa de São Judas aonde ele chama a atenção, chama as pessoas à fé e mandam elas perseverarem.”, aqui também podemos relacionar com o capítulo de Le Goff, não acerca do monumento como uma estrutura de recordação, pois para o autor, o monumento não seria somente isso, aliás, o monumentodeve ser sempre visto como “documento/monumento”, mas esse assunto não é o ponto da questão, então a relação que tiramos da passagem do padre é:
“O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de forças que aí detinham o poder. Só a análise do documento enquanto monumento permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente, isto é, com pleno conhecimento de causa. ” (LE GOFF, ibid., p. 545).
CONCLUSÃO
	Com esse trabalho e as relações feitas nele através da leitura do capítulo “Documento/Monumento” e através também das entrevistas, podemos concluir que ainda há um pensamento “antigo” no qual o monumento é apenas para a lembrança do passado; porém temos a percepção de que o poder também é algo notado pelos entrevistados, uma vez que ambos, o primeiro falando sobre a importância que aquela figura tem para a cidade como padroeiro, e o segundo falando sobre o poder da imagem dentro da própria Igreja Católica, como discípulo de Jesus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JACQUES LE GOFF. Documento/Monumento. In: LE GOFF, Jacques. História e Memória. [S. l.: s. n.], 1924. p. 535-553.
Fotos e Áudios gravados para entrevista: Lucas Rodrigues Bordini.
 
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