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Metodologia_unidades 3 e 4_baixa

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1
Luci Carlos de Andrade
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UNIDADE 3
 TIPOS DE 
PESQUISA
50
 Nesta unidade, estudaremos os tipos 
de pesquisa, as características de cada uma e 
sua aplicabilidade no contexto da necessidade 
e exigência da investigação, que será proposta. 
51
3. Tipologia de Pesquisa
 Temos os tipos de pesquisa que po-
dem ser classificados de diferenciadas for-
mas, dependendo de critérios e enfoques 
diversos. Na perspectiva das Ciências, por 
exemplo, a pesquisa pode ser biológica, mé-
dica, físico-química, matemática, histórica, 
pedagógica, social etc.
 Apresentaremos algumas noções in-
trodutórias. Assim, segue uma classificação da 
pesquisa quanto à natureza, aos objetivos, aos 
procedimentos e ao objeto.
 A pesquisa pode constituir-se em um 
trabalho científico original ou em um resumo de 
assunto, de acordo com a sua natureza. 
 Quando se realiza uma pesquisa pela 
52
primeira vez, podemos dizer que é um traba-
lho científico original. Será uma contribuição 
para as novas conquistas e descobertas na es-
fera da evolução do conhecimento científico.
 Nesse caso, esse tipo de pesquisa é 
desenvolvido por cientistas e especialistas 
em áreas específicas do conhecimento. (AN-
DRADE, 2010)
 O rigor científico está presente no 
resumo de assunto. É um tipo de pesquisa 
isento de originalidade. Está embasada em 
trabalhos mais avançados, publicados por au-
toridades no assunto, e não são simples có-
pias das ideias. 
 Destacam-se nesse tipo de trabalho, a 
análise e interpretação dos fatos e ideias, a utili-
zação de metodologia adequada, assim como o 
enfoque do tema de um ponto de vista original.
 Por ser uma contribuição para a am-
pliação da bagagem cultural do estudante, o 
resumo de assunto oferece subsídios para fu-
turos trabalhos científicos aos mesmos, pois 
funcionam como preparação para trabalhos 
mais amplos e originais.
 As finalidades da pesquisa é que fazem 
a diferença entre o trabalho científico original 
e o resumo de assunto.
53
3.1. A Pesquisa Experimental 
e a Não Experimental
 A pesquisa experimental é a pesquisa 
passível de ser quantificada, mensurada. O 
seu próprio objeto funciona como fonte de 
observação e manipulação experimental na 
perspectiva da pesquisa quantitativa. É possí-
vel a verificação em laboratório.
 Nesse caso, o pesquisador seleciona de-
terminadas variáveis e testa suas relações funcio-
nais, utilizando formas de controle. 
 Esse tipo de pesquisa é perfeitamen-
te adequado para as Ciências Naturais. No 
entanto, essa modalidade é mais complica-
da no âmbito das Ciências Humanas, já que 
não se pode fazer manipulação das pessoas. 
(SEVERINO, 2007) 
 A pesquisa experimental tem como 
objetivo principal investigar as possíveis rela-
ções entre determinados grupos, em compa-
rações com outros grupos que não estão no 
contexto da investigação. Essa pesquisa carac-
teriza-se pelo rigoroso controle e manipulação 
das variáveis experimentais. Geralmente, são 
usados um ou mais grupos de controle para 
54
comparações com o grupo que recebeu o tra-
tamento experimental.
 Gressler (2007) concebe a pesquisa 
experimental como “forte”, devido ao seu 
controle sobre as variáveis, e em algumas 
circunstâncias pode ser considerada restrita 
e artificial, porque em muitos experimen-
tos, as condições ambientais são diferentes 
das condições reais de vida. Podem ocorrer, 
também, comportamentos artificiais de se-
res, quando são submetidos à manipulação 
e observações sistemáticas. 
 No caso da pesquisa não experimen-
tal, as variáveis não são passíveis de manipu-
lação. O pesquisador deverá trabalhar com as 
mesmas, da forma como se apresentam na sua 
natureza. Trabalha-se com fatos e fenômenos 
que já existam. Dessa forma, geralmente, utili-
za-se o método da pesquisa descritiva e explo-
ratória, em que o pesquisador simplesmente 
observa o objeto sem interferência. 
 A pesquisa possibilita, também, diferen-
ciar ou examinar situações que já estão consoli-
dadas. O estudo não experimental aplica-se em 
situações em que as características ou variáveis, 
não podem ou não devem ser manipuladas. 
55
3.2 Pesquisa Bibliográfica
 Com referência à natureza das fontes 
utilizadas para a abordagem e tratamento de 
seu objeto, a pesquisa pode ser bibliográfica, 
de laboratório e de campo.
 Para Lakatos (2010), a pesquisa bi-
bliográfica é aquela que se realiza a partir do 
registro disponível, decorrente de pesquisas 
anteriores, em documentos impressos, como 
livros, artigos, teses etc. 
 Esta pesquisa busca os dados ou as 
categorias teóricas já trabalhadas por outros 
pesquisadores e devidamente registradas. As 
contribuições dos autores tornam-se fontes 
para novos temas a serem pesquisados. 
 Vale estendermos um pouco mais as 
questões sobre a pesquisa bibliográfica, con-
siderando que na maioria dos trabalhos cientí-
ficos, utiliza-se essa prática. A pesquisa desse 
tipo tem como objetivo a contribuição de in-
formações e de pesquisas baseadas em acervos 
de diversos autores, que já estudaram sobre o 
tema em questão. 
 Conforme Trujillo, a pesquisa bi-
bliográfica:
56
“Trata-se de levantamentos de toda bibliogra-
fia já publicada em forma de livros, revistas, 
publicações avulsas e imprensa escrita. Sua 
finalidade é colocar o pesquisador em contato 
direto com tudo que foi escrito sobre deter-
minado assunto, com o objetivo de permitir 
ao cientista “o reforço paralelo na análise de 
suas pesquisas ou manipulação das suas in-
formações”. (1974. p 32, grifo do autor)
 
 Com as contribuições dadas pela pes-
quisa do tipo bibliográfica, é possível que o 
pesquisador possa definir ou resolver proble-
mas já conhecidos ou explorar novas áreas, 
onde possam existir problemas que ainda não 
foram solucionados. 
 Para Gil (2002), a pesquisa biblio-
gráfica, geralmente, desenvolve-se a partir 
de buscas em materiais já produzidos, que 
são compostos principalmente de livros e 
artigos científicos. 
 No entanto, a maioria dos estudos 
exige trabalhos dessa natureza, como há pes-
quisas produzidas somente a partir de fontes 
bibliográficas. Essa modalidade de pesqui-
sa cobre uma imensa gama de fenômenos, o 
57
3.3 Pesquisa Exploratória, 
Descritiva e Explicativa
 Os estudos de Andrade (2010) e Seve-
rino (2007) trazem contribuições para enten-
dermos sobre a pesquisa que pode ainda ser 
que oferece grande vantagem ao pesquisador, 
que é fundamental no caso de uma grande de-
manda de dados ou da complexidade do tema, 
para solucionar o problema pesquisado. Por 
exemplo: a pesquisa bibliográfica é aplicada 
nos estudos históricos, pois facilita o conheci-
mento dos fatos ocorridos no passado. 
 Severino (2007) colabora e comple-
menta as considerações sobre a pesquisa biblio-
gráfica, quando aponta suas oito fases distintas:
a) Escolha do tema;
b) Elaboração do plano de trabalho;
c) Identificação;
d) Localização;
e) Compilação;
f) Fichamento;
g) Análise e interpretação;
h) Redação.
58
classificada, quanto aos objetivos em três gru-
pos: exploratória, descritiva e explicativa. Vale 
ressaltar que estes três grupos, geralmente, de-
finem os objetivos específicos de uma pesquisa.
 A pesquisa exploratória - é um tipo 
de pesquisa bibliográfica, que proporciona 
maiores informações sobre determinado as-
sunto; facilita a delimitação e escolha de uma 
temática de estudo; define os objetivos ou 
formula as hipóteses de uma pesquisa e des-
cobre um novo enfoque para o estudo que se 
pretende realizar.
 Essa pesquisa tem como objetivo 
principal, como o próprio nome diz, explorar 
e aprimorar as ideiasou a descoberta de intui-
ções. Severino complementa: “a pesquisa ex-
ploratória levanta informações sobre um de-
terminado objeto, assim delimita um campo 
de trabalho, investigando as condições de ma-
nifestação desse objeto. Pode ser uma prévia 
para a pesquisa explicativa.
 Basicamente, a pesquisa exploratória 
compreende: a) levantamento bibliográfi-
co; b) entrevistas com pessoas relacionadas 
com o problema pesquisado; c) análise de 
exemplos que evidenciem a compreensão 
do fato estudado.
59
 Tal pesquisa viabiliza o desenvolvi-
mento de estudos inéditos e interessantes, 
sobre um determinado tema. Pois, possibilita 
uma maior familiaridade com o problema, e o 
explicita de forma mais ampla.
 O planejamento é bastante flexível e 
geralmente se enquadra na pesquisa e a amplia 
com vistas a torná-lo mais explícito. Consti-
tui um estudo preliminar ou preparatório para 
embasamento de outras pesquisas.
 A pesquisa exploratória - em um 
primeiro momento esse tipo de pesquisa pri-
ma pela observação, pelos registros. Procura 
analisar e classificar minuciosamente além de 
interpretar os fatos ou fenômenos (variáveis), 
em que o pesquisador não utiliza da interfe-
rência ou manipulação. 
 O objetivo principal nesse tipo de pes-
quisa é descrever as características dos fatos 
ou fenômenos. Estuda e investiga as relações 
entre variáveis, ou seja, as características de 
um determinado grupo. Busca com objeti-
vidade a frequência com que um fenômeno 
ocorre, procura compreender sua relação com 
os outros, sua natureza e características. 
 A pesquisa descritiva - pressupõe o 
desenvolvimento de muitos estudos e possui 
60
características próprias. Utiliza-se de técnicas 
já padronizadas de coletas de dados como: 
questionário, observação sistemática, formu-
lário. Essa pesquisa é utilizada também no 
caso de levantamento de dados, o que se usa 
geralmente por pesquisadores das áreas de 
Ciências humanas e sociais, em situações de 
atuação prática. 
 A pesquisa explicativa – também 
registra, analisa e interpreta os fenômenos 
estudados, mas preocupa-se com a identifica-
ção dos fatores determinantes, que influen-
ciam na ocorrência dos fenômenos, buscan-
do suas causas.
 Nessa perspectiva, a pesquisa explica-
tiva permite o aprofundamento da compreen-
são da realidade, quando explica a razão e a 
origem das coisas. 
 O nível de complexidade desse tipo 
de pesquisa é maior tendo em vista a preo-
cupação com os determinantes e as causas 
das ocorrências dos fenômenos. Ao procurar 
compreender e explicar a realidade pode tam-
bém estar sujeito a erros.
 No entanto, as bases da pesquisa ex-
plicativa e seus resultados possibilitam uma 
consistente fundamentação na produção do 
61
3.4 Métodos da Pesquisa 
Qualitativa e Quantitativa
 Alguns autores não fazem distinção 
entre métodos qualitativos ou quantitativos, 
porém, Lakatos (2008) aponta diferenças mar-
cantes em relação à forma como são aborda-
dos os fatos, dependendo de cada estudo.
 As diferenças entre o método quali-
tativo e o quantitativo estão na questão dos 
instrumentos estatísticos e na forma de coleta 
e análise de dados.
conhecimento científico. Essa pesquisa tem 
como finalidade o registro e a análise dos 
fenômenos estudados, buscando a identifi-
cação de suas causas. Utiliza a aplicação do 
método experimental/matemático, e em al-
guns casos por meio da interpretação nos 
métodos qualitativos. 
 As considerações sucintas sobre tais 
tipos de pesquisa visam auxiliar o estudante, 
de forma objetiva na elaboração do seu pro-
jeto de pesquisa, norteando suas intenções 
na estruturação da investigação que consta-
rá no seu projeto. 
62
 Na metodologia qualitativa existe a 
preocupação em analisar e interpretar os as-
pectos mais profundos, detalhando e descre-
vendo a complexidade do comportamento hu-
mano. “Fornece análise mais detalhada sobre 
as investigações, hábitos, atitudes, tendências, 
valores de comportamento etc.” (LAKATOS, 
2008, p. 269)
 No método quantitativo, os pesqui-
sadores lidam com amostras amplas e de in-
formações numéricas em coletas estruturadas. 
Seguem, rigorosamente, um plano previamen-
te estabelecido, com base em hipóteses claras 
e variáveis definidas.
 Podemos considerar a metodologia 
quantitativa como a descrição objetiva e sis-
temática dos dados, cuja análise se dá com 
informação numérica resultante da investi-
gação, que pode se apresentar em forma de 
quadros, tabelas e medidas, portanto, usa 
modelos estatísticos. 
“Três traços bem definidos no conteúdo quan-
titativo devem ser observados: objetividade, 
sistematização e quantificação dos conceitos, 
evidenciados na comunicação. Na análise 
do conteúdo quantitativo, a ênfase de recair 
63
na quantificação dos seus ingredientes.” 
(LAKATOS, 2008, p. 284)
 No enfoque quantitativo existe o le-
vantamento de dados para provar as hipóte-
ses, com base na medida numérica e na análise 
estatística para estabelecer padrões de com-
portamento. Neste caso, busca-se a expansão 
dos dados, ou seja, a informação.
 Já, a pesquisa qualitativa permite a rea-
lização de articulações entre teoria e prática no 
desenvolvimento do estudo. Pesquisar o coti-
diano em uma abordagem qualitativa é buscar 
aproximações com a realidade. 
 Minayo destaca que:
“A pesquisa qualitativa responde a questões 
muito particulares. Ela se preocupa, nas ci-
ências sociais, com um nível de realidade que 
não pode ser quantificado [...] ela trabalha 
com o universo de significados, motivos, as-
pirações, crenças, valores, atitudes, o que res-
ponde a um espaço mais profundo das rela-
ções, dos processos e dos fenômenos que não 
podem ser reduzidos à operacionalização de 
variáveis”. (2003, p. 21).
64
 A abordagem qualitativa leva o pes-
quisador a entrar em contato direto com o 
problema em questão. Podendo investigar 
sua complexidade, especificidade e diferen-
ciações que o problema apresenta. Com a 
contribuição da abordagem qualitativa, é 
possível reunir uma vasta gama de informa-
ções necessárias e valiosas para o desenvolvi-
mento de uma pesquisa.
1. Qual o seu entendimento sobre pesquisa 
experimental e não experimental? 
2. Defina a pesquisa bibliográfica.
3. As pesquisas exploratória, descritiva e expli-
cativa podem definir os objetivos específicos 
na pesquisa? Esclareça.
4. Quais as diferenças básicas na pesquisa qualita-
tiva e na quantitativa?
5. Explique com suas palavras o método 
qualitativo e o método quantitativo de uma 
pesquisa.
Exercícios Propostos
65
Referências Bibliográficas 
Complementares
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científi-
co e educativo. 8ª. Ed. – São Paulo: Cortez, 
2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de 
pesquisa. Marina de Andrade Marconi - Eva 
Maria Lakatos. – 7ª. Ed. – São Paulo: Atlas, 2008.
UNIDADE 4
 O PROBLEMA 
NA PESQUISA
68
 Nesta unidade, estudaremos o proble-
ma na pesquisa. Discutiremos a formulação do 
problema e as implicações do seu enunciado. 
Apresentaremos os elementos básicos a serem 
considerados na definição de um problema, tais 
como as hipóteses e variáveis. 
69
4. Formulação do Problema 
 O tema de uma pesquisa é o assunto 
que se deseja provar ou desenvolver: “é uma 
dificuldade, ainda sem solução, que é mister 
determinar com precisão, para intentar, em se-
guida, seu exame, avaliação crítica e solução” 
(ASTI VERA, 1976, p. 97)
 Lakatos (2010) diz que é preciso ter 
bem claro o que se quer na pesquisa. É o mo-
mento de enunciar um problema, ou seja, de-
terminar o objeto da pesquisa.
 O tema de uma pesquisa pode ser de 
alguma forma abrangente, porém a formulação 
do problema é específica. É um questionamen-to ou uma dificuldade que se pretende resolver.
70
“Formular o problema consiste em dizer, 
de maneira explícita, clara, compreensível e 
operacional, qual a dificuldade com a qual 
nos defrontamos e que pretendemos resolver, 
limitando o seu tempo e apresentando suas 
características. Dessa forma, o objetivo da 
formulação do problema da pesquisa é torná-
-lo individualizado, específico, inconfundí-
vel”. (RUDIO, 1979, p. 75)
 Geralmente, o processo de investigação 
inicia-se com um problema. Problema é uma 
situação real ou artificial, perplexa e desafiado-
ra, cuja solução exige pensamento reflexivo. É 
uma questão concernente às relações existentes 
entre conjuntos de eventos (variáveis). 
 Conduz-se a pesquisa com o intuito 
de encontrar respostas para os questionamen-
tos. Nesse sentido, o problema exige respostas 
para uma questão, para uma pergunta que se 
faz na pesquisa.
 O problema na pesquisa é o objeto da 
mesma, uma dificuldade, teórica ou prática, 
em que se busca a solução.
 Ao definir o problema, estaremos es-
pecificando também os caminhos para solu-
71
cioná-lo. Desse modo, é interessante ter clare-
za, concisão e objetividade. Além de facilitar a 
construção da hipótese central, orienta quanto 
ao método e o tipo de pesquisa a ser utilizado. 
“A caracterização do problema define e 
identifica o assunto em estudo, ou seja, um 
problema muito abrangente torna a pesqui-
sa mais complexa. Quando bem delimitado, 
simplifica e facilita a maneira de conduzir a 
investigação”. (MARINHO, 1980, p. 55)
 Para definir o problema na pesquisa é 
necessário refletir com tranquilidade; requer 
leituras sobre o assunto a ser pesquisado, ou 
seja, conhecimentos prévios, com o máximo 
de informações possíveis que assegurem con-
dições de formulação do mesmo.
 A proposição do problema não é ta-
refa fácil, e não se faz de imediato; é o mer-
gulho no assunto em todos os seus aspectos, 
que viabiliza definir o problema no plano de 
hipóteses e de informações.
“Nem sempre é possível ao pesquisador for-
mular clara, precisa e adequadamente o seu 
72
problema de pesquisa. Em muitas situações, 
o pesquisador possui uma dúvida bastante 
geral, vaga, desordenada e até mesmo confu-
sa, a respeito do que pretende investigar. Ele 
identificou o problema, mas sente dificuldades 
na formulação clara e operacional do enun-
ciado”. (GRESSLER, 2003, p. 113)
 A definição ou formulação do proble-
ma permite seguir as etapas previstas, para se 
atingir o objetivo da pesquisa. No entanto, an-
tes de ser considerado apropriado, o problema 
deve ser analisado.
 Veja os seguintes aspectos e as possi-
bilidades de execução:
a) Viabilidade: pode ser eficazmente resolvi-
do através da pesquisa.
b) Relevância: deve ser capaz de trazer co-
nhecimentos novos.
c) Novidade: estar adequado ao estádio atual 
da evolução científica.
d) Exequibilidade: pode chegar a uma con-
clusão válida.
e) Oportunidade: atender a interesses parti-
culares e gerais.
73
 Na visão de Gressler (2003), o pro-
blema, assim, consiste em um enunciado 
explicitado de forma clara e compreensível, 
com possibilidades de operacionalização. 
O problema também pode se constituir em 
forma de pergunta. 
 Algumas questões apontadas por 
Gressler (2003) auxiliam-nos a proposição 
do problema.
a) Corresponde a interesses pessoais, sociais e 
científicos, isto é, de conteúdo e metodológi-
cos? Estes interesses estão harmonizados?
b) Constitui-se o problema em questão cientí-
fica, ou seja, relacionada entre si pelo menos 
dois fenômenos (fatos, variáveis)?
c) Pode ser objeto de investigação sistemática, 
controlada e crítica?
d) Pode ser empiricamente verificado em suas 
consequências?
4.1 Problema e Hipótese
 A definição ou formulação do proble-
ma e a verificação de sua validade científica 
supõe uma provável resposta, que é provisó-
ria, a que chamamos de hipótese. O problema 
74
4.2 Formulações de Hipóteses
 Lakatos (2010) considera a hipótese 
como um enunciado geral de relação entre vari-
áveis (fatos, fenômenos) e podem ser:
a) Formulada como solução provisória para 
um determinado problema;
b) Apresentando caráter explicativo ou pre-
ditivo;
c) Compatível com o conhecimento científico; 
d) Sendo possível a verificação empírica em 
suas consequências.
 A hipótese enquanto uma suposta, pro-
vável e provisória resposta a um problema, de-
verá ser verificada através da pesquisa; interes-
sa-nos o que é como se formula um problema.
 Para a ciência é imprescindível três re-
quisitos básicos à formulação das hipóteses: 
1) a hipótese deve ser formalmente correta e 
não se apresentar “vazia” semanticamente; 
ou a hipótese são enunciados de relação entre 
variáveis (fatos, fenômenos); o que difere en-
tre ambos, é que o problema consiste em uma 
interrogação e a hipótese é uma sentença afir-
mativa mais detalhada. (GRESSLER, 2003)
75
2) a hipótese deve estar fundamentada, até 
certo ponto, em conhecimento anterior; 
3) a hipótese tem de ser empiricamente con-
trastável, por intermédio de procedimentos 
objetivos da Ciência.
“É preciso não confundir hipótese com pressu-
posto, com evidência prévia. Hipótese é o que 
se pretende demonstrar e não o que já se tem 
demonstrado evidente, desde o ponto de partida. 
[...] nesses casos não há mais nada a demons-
trar, e não se chegará a nenhuma conquista e 
o conhecimento não avança” (SEVERINO, 
2006, p. 161)
 O trabalho de formular hipóteses a 
serem testadas é sempre um desafio que de-
pende da área na qual está sendo desenvolvida 
a pesquisa. É uma fase de reflexão e análise, 
com base em algumas considerações a respei-
to do assunto que será explorado, para supor 
possíveis resultados.
 Não é possível, o pesquisador pen-
sar em uma pesquisa, projetar o seu inte-
resse e intenção sem formular hipóteses 
necessárias ao andamento da pesquisa. Mui-
76
tas vezes, pode ser levantada mais de uma 
hipótese em um projeto; a única diferença 
é que pode ser uma hipótese geral e várias 
específicas. (LAKATOS, 2008)
4.3 Variáveis
 O que são variáveis? 
 Podemos dizer que variáveis são 
características passíveis de observação do 
fenômeno a ser estudado e estão presentes 
todos os tipos de pesquisa. Esclarecemos 
o seguinte: nas pesquisas quantitativas, são 
mensuráveis; nas pesquisas qualitativas são 
descritas ou explicadas. 
 As chamadas variáveis apresentam ca-
racterísticas sociais, econômicas, ideológicas, 
demográficas, estatísticas, matemáticas, mer-
cadológicas etc. Depende do tipo de pesquisa 
e das características de cada estudo proposto. 
 Para Lakatos e Marconi (2007, p. 139), 
“uma variável pode ser considerada como uma 
classificação ou medida; uma quantidade que 
varia; um conceito operacional que contém ou 
apresenta valores; ou ainda, um aspecto, pro-
priedade ou fator, discernível em um objeto 
de estudo e passível de mensuração.”
77
 É preciso o cuidado com as variáveis, 
pois todas interferem no objeto a ser estudado 
e de certa forma podem comprometer ou in-
validar a pesquisa, se não forem controladas. 
 Encontra-se em Lakatos e Marconi 
(2007, p. 139-155), um estudo mais aprofun-
dado sobre variáveis independentes e depen-
dentes, fixidez (fixas) ou alterabilidade das va-
riáveis; variáveis moderadoras e de controle; 
variáveis extrínsecas e componentes; variáveis 
intervenientes e antecedentes.
 Segundo Lipset e Bendix (In: Trujillo, 
1974, p. 144), “variável é um conceito opera-
cional, sendo que recíproca não é verdadeira: 
nem todo conceito operacional constitui-se 
em variável. Para ser definida, a variável pode 
conter valores.”
 Entendemos uma variável como clas-
sificação ou medida; uma quantidade que va-
ria; um conceito operacional, que contém ou 
apresenta valores; aspecto, propriedade ou fa-
tor, que está evidenteno objeto de estudo e 
passível de ser medida. 
 Existem os valores que são adiciona-
dos ao conceito operacional, para transformá-
-lo em variável, por exemplo: quantidades, 
qualidades, características, magnitudes, traços 
78
Exercícios Propostos
1. Em sua opinião, o que é o problema na pes-
quisa? 
2. Aspectos importantes precisam ser leva-
dos em conta na formulação do problema. 
Aponte-os.
3. Por que o problema está relacionado com as 
hipóteses? Esclareça.
4. Defina com suas palavras o que é hipótese.
5. Defina com suas palavras o que é variável.
etc., podem ser alterados dependendo do caso, 
são abrangentes e exclusivos, problema etc.
 Imaginemos o “universo” da ciência 
como constituído de três níveis: no primeiro, 
ocorrem as observações de fatos, fenômenos, 
comportamentos e atividades reais; no segundo, 
encontramos as hipóteses; finalmente no ter-
ceiro, surgem as teorias, hipóteses válidas e sus-
tentáveis. O enunciado das variáveis viabiliza a 
constatação ou a refutação dos fenômenos, fatos 
ou comportamentos.
79
Referências Bibliográficas 
Complementares
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico 
e educativo. 8ª. Ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de 
Pesquisa. Marina de Andrade Marconi - Eva 
Maria Lakatos. – 7ª. Ed. – São Paulo: Atlas, 2008.

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