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1 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre – 1) CONHECER OS “OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO”, SEUS INDICADORES E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ALCANCE DAS METAS. Foi a partir da década de 70 que se iniciaram efetivamente discursões acerca dos problemas ambientais, envolvendo preocupações com problemáticas econômicas e sociais. Nesse contexto, a partir do ano de 2000, uma quebra de paradigma em relação à preocupação mundial com a pobreza é apresentada: Os objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que é uma agenda a ser cumprida pelos países membros da ONU nos 15 anos que se decorreriam, tratando-se de um instrumento na efetivação de todos aqueles ideais de combate as problemáticas ambientais, econômicas e sociais. Tendo como fim o prazo para sua implementação no ano de 2015, novas metas seriam traçadas pela ONU, no qual as experiências vividas pelos primeiros Objetivos serviriam como uma lição. Assim, foi elaborada uma nova agenda para ser cumpridos nos próximos 14 anos, a qual conte novos 17 Objetivos, chamados de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO Esses objetivos também conhecidos como “8 jeitos de mudar o mundo” são um conjunto de metas pactuadas pelos governos de 191 países-membros da ONU, com finalidade de tornar o mundo um lugar mais justo, solidário e melhor para se viver. Os países envolvidos acordaram em alcançar 8 objetivos do Milênio ate 2015, visando solucionar alguns problemas da humanidade, como: liberdade, igualdade, solidariedade, tolerância, respeito pela natureza e responsabilidade comum. É importante destacar que para o alcance de cada um desses objetivos foram traçados metas especificas, sendo estes: 1. Erradicar a pobreza extrema e a fome: Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população com renda inferior a um dólar por dia e a proporção da população que sofre de fome. 2. Atingir o ensino básico fundamental: Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, tenham recebido educação de qualidade e concluído o ensino básico. 3. Promover a igualdade de gênero e autonomia das mulheres: Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino em todos os níveis de ensino, no mais tardar até 2015. 4. Reduzir a mortalidade infantil: Reduzir em dois terços, até 2015, a mortalidade de crianças menores de 5 anos. 5. Melhorar a saúde materna: Reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna. Deter o crescimento da mortalidade por câncer de mama e de colo de útero. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 2 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre 6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças: Até 2015, ter detido a propagação do HIV/AIDS e garantido o acesso universal ao tratamento. Deter a incidência da malária, da tuberculose e eliminar a hanseníase. 7. Garantir a sustentabilidade ambiental: Promover o desenvolvimento sustentável, reduzir a perda de diversidade biológica e reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso a água potável e esgotamento sanitário. 8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento: Avançar no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro não discriminatório. Tratar globalmente o problema da dívida dos países em desenvolvimento. Formular e executar estratégias que ofereçam aos jovens um trabalho digno e produtivo. Tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial de informação e de comunicações. Muitas das metas foram alcançadas, seja parcial ou totalmente, porem alguma não. Do mesmo modo que alguns países avançaram mais em alguns aspectos específicos dos objetivos, enquanto outros avançaram mais em um contexto geral. AÇÕES DO BRASIL PARA ATINGIR OS OBJETIVOS O desempenho brasileiro para o cumprimento de algumas metas só foi possível em função da participação social e de uma serie de politicas publicas. OBJETIVO 1 – ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA A meta de reduzir a pobreza extrema pela metade foi alcançada pelo Brasil em 2002, e em 2007 alcançou a meta de reduzir a porcentagem de pobres em ¼ . O Brasil sem Miséria potencializou esse esforço, pois o programa pretendia retirar mais de 16 milhões de brasileiros da extrema pobreza, através da inclusão destas no Cadastro Único, para que recebessem o Bolsa Família. Outra iniciativa que integra o Brasil sem Miséria é o Brasil Carinhoso, que oferece um vale de 70 reais para todas as famílias com crianças de 0 a 6 anos, ampliando o acesso à creche, pré-escola e saúde. Outra inciativa é o Programa Fome Zero, que tem como objetivo combater as causas estruturais da fome e da pobreza, através de um conjunto de politicas como: geração de emprego e renda, incentivo à agricultura familiar, reforma agraria, programas de cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 3 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre alfabetização. OBJETIVO 2 - EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS Dados de 2008 garante que 94,9% das crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos estão matriculados no ensino fundamental. Isso prova que o objetivo de universalizar o ensino básico foi praticamente alcançado, mas as taxas de frequência ainda são baixas, principalmente entre os mais pobres e crianças da região Norte e Nordeste. Esses resultados são recorrentes de um maior investimento na educação básica. OBJETIVO 3 - IGUALDADE ENTRE OS SEXOS E VALORIZAÇÃO DA MULHER No que diz respeito ao acesso à educação, o Brasil já alcançou as metas previstas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: meninas e mulheres já são maioria em todos os níveis de ensino. Mesmo que tenha havido melhorias nos indicadores, a desigualdade das mulheres em relação aos homens ainda persiste no mercado de trabalho, nos rendimentos e na política. E a violência doméstica continua atingindo milhares de mulheres brasileiras. O Programa de Autonomia Econômica das Mulheres e Igualdade no Mundo do Trabalho busca minimizar parte dos problemas ao promover ações de inserção no mercado de trabalho, inclusão produtiva e geração de renda, nos meios urbanos e rural. O Brasil celebrou ainda um acordo federativo em torno do “Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher”, que abrange as dimensões da prevenção, assistência, combate e garantia de direitos às mulheres. OBJETIVO 4 - REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL À frente de muitos países, o Brasil alcançou, em 2011, com quatro anos de antecedência, a meta de redução da mortalidade na infância, o quarto dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), propostos pela ONU em 2000. A taxa passou de 53,7 óbitos por mil nascidos vivos, em 1990, para 17,7 óbitos por mil, em 2011. O principal programa do Governo Federal para a redução da mortalidadeé a Rede Cegonha, criado em 2011. Além disso, a Política de aleitamento materno, o Programa Nacional de Imunização e o Aqui tem Farmácia Popular, são outros programas do governo que também contribuem com a diminuição de morte do número de crianças no país. OBJETIVO 5 - MELHORAR A SAÚDE DA GESTANTE Este é o Objetivo que o Brasil tem mais dificuldade de atingir. O país melhorou, mas ainda não alcançou a meta de reduzir em ¾, entre 1990 e 2015, a razão da mortalidade materna. Segundo estimativas da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a razão da mortalidade materna era de 141 por 100 mil nascidos vivos em 1990 e declinou para 68 por 100 mil nascidos vivos em 2010. O governo federal criou o “Saúde Mais Perto de Você” e o “Rede Cegonha”, que é composto por quatro componentes: pré- natal; parto e nascimento; puerpério e atenção integral à saúde da criança; e sistema logístico, com transporte sanitário e regulação. OBJETIVO 6 – COMBATER A AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS. A experiência brasileira de combate à epidemia de HIV/AIDS se tornou uma referência mundial. Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2011, o Brasil registrou 608,2 mil casos de AIDS, mas a taxa de incidência passou de 20,0 por 100 mil habitantes em 2003 para 17,9 por 100 mil habitantes em 2010. Além disso, o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 4 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre proporcionar acesso universal e gratuito para o tratamento de HIV/AIDS na rede de saúde pública. O Brasil tem conseguido controlar a malária. O número de exames positivos por mil habitantes caiu de 33,2, em 1990, para 13,1 em 2010. A malária está concentrada na região norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima), com mais de 95% dos casos. Também em relação à tuberculose, o Brasil tem conseguido alcançar a meta de reduzir a incidência: o número de casos novos por 100 mil habitantes caiu de 51,8, em 1990, para 37,6, em 2010. O Brasil antecipou em cinco anos o cumprimento da meta dos ODM, que era reduzir pela metade os óbitos pela doença entre 1990 e 2015. OBJETIVO 7 – QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE Em relação aos compromissos de Copenhague, O Brasil já havia reduzido a emissão de gases de efeito estufa em 19,2% , até 2011, apenas como efeito da diminuição do desmatamento na Amazônia. Quanto ao desmatamento, o compromisso é alcançar uma redução de 80% em relação à média anual registrada entre 1996 e 2005. A queda do desmatamento já corresponde a 67% dessa meta. O Brasil já atingiu as metas dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio relativas ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário. De uma forma geral, o Brasil ruma à universalização do acesso ao abastecimento de água no meio urbano, com aproximadamente 91,9% dos domicílios ligados à rede de abastecimento; OBJETIVO 8 – TODO MUNDO TRABALHANDO PARA O DESENVOLVIMENTO Alcançar o desenvolvimento é uma responsabilidade coletiva de toda a comunidade internacional. No caso brasileiro, a implementação de políticas públicas é no sentido de aumentar a inclusão social. Sobre a pauta brasileira com outros países, deve-se destacar a intensificação da agenda bilateral e o fortalecimento das relações com países da América Latina e Caribe. OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Em setembro de 2015, os 193 países membros das Nações Unidas adotaram uma nova política global: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que tem como cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 5 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre objetivo elevar o desenvolvimento do mundo e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas. Para tanto, foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com 169 metas – a serem alcançadas por meio de uma ação conjunta que agrega diferentes níveis de governo, organizações, empresas e a sociedade como um todo nos âmbitos internacional e nacional e também local. 2) DIFERENCIAR MORTALIDADE INFANTIL DE MORTALIDADE NA INFÂNCIA E SABER CALCULAR SUAS RESPECTIVAS TAXAS. TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL É o numero de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico. 1. INTERPRETAÇÃO Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida. Refletem, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico, bem como acesso e a qualidade de recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. As taxas de mortalidade infantil são geralmente classificadas em altas (50 por mil ou mais), médias (20-49) e baixas (menos de 20). Mas esses parâmetros precisam de uma revisão periódica, em função das mudanças no perfil epidemiológico. 2. USOS Analisar variações populacionais, geográficas e temporais da mortalidade infantil. Contribuir na avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico da população. Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de politicas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal e ao parto e atenção infantil. Há consistente tendência de redução da mortalidade infantil em todas as regiões brasileiras, que reflete a melhoria nas condições de vida, o declínio da fecundidade e o efeito de intervenções públicas nas áreas de saúde, saneamento e educação. 3. CÁLCULO Podemos ainda calcular a mortalidade infantil, através de outros componentes, como: Mortalidade Neonatal Precoce (0 a 6 dias), neonatal tardia (7 a 27 dias) e pós- neonatal (28 a 364 dias). TAXA DE MORTALIDADE NA INFÂNCIA É o numero de óbitos de menores de 5 anos de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em um determinado espaço geográfico, no ano considerado. 1. INTERPRETAÇÃO Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante os cinco primeiros anos de vida De modo geral, expressão desenvolvimento socioeconômico e a infra-estrutura ambiental precários, que condicionam a desnutrição infantil e as infecções a ela associadas. É influenciada pela composição da mortalidade no primeiro ano de vida (mortalidade infantil), amplificando o impacto das causas pós-neonatais, a que estão expostas também as crianças entre 1 e 4 anos de idade. 2. CÁLCULO cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 6 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre 3) DIFERENCIAR OS FATORES DE MORTALIDADE INFANTIL PERINATAIS E MATERNOS, ALÉM DOS PRINCIPAIS FATORES QUE ACOMETEM CRIANÇAS MAIORES, DESTACANDO AS CAUSAS EXTERNAS MAIS COMUNS. MORTALIDADE INFANTIL PERINATALA mortalidade neonatal tem se configurado como crescente preocupação para a saúde publica no Brasil desde os anos 90, quando passou a ser o principal componente da mortalidade infantil, em decorrência da redução acentuada da mortalidade pós- neonatal. O período perinatal é aquele compreendido entre 28ª semana de gestação e o 7º dia de vida. Enquanto a mortalidade infantil é um indicador da condição de vida e de saúde de uma população, a mortalidade perinatal é considerada um indicador sensível de adequação da assistência obstétrica e neonatal e do impacto de programas de intervenção nesta área. Um dos desafios do Brasil é a qualificação da informação sobre o óbito perinatal, especialmente sobre o óbito fetal. Pois, somente com o registro adequado de informações e o continuo retorno e avaliação das informações produzidas pelos serviços de saúde, que poderá haver uma qualificação deste registro, de modo a propiciar melhor ocorrência desses óbitos, e consequentemente, melhor controle e prevenção dos eventos considerados evitáveis. No Brasil, a prevalência como causas de mortalidade perinatal são: 1) Prematuridade; 2) Infecções; 3) Asfixia/hipóxia; 4) Malformações congênitas; 5) Fatores maternos e relacionados à gravidez 6) Afecções respiratórias do RN. Alguns fatores que podem estar contribuindo para um aumento da prematuridade é um aumento da maternidade entre mulheres com mais de 35 anos, classificando essa gestação como de alto risco. Da mesma forma, o numero elevado de mortes por asfixia, demonstra de forma geral, o despreparo para um cuidado imediato das complicações do parto/nascimento, como a reanimação e estabilização. Além disso, os riscos da cesariana eletiva ou programada vêm sendo apontados em estudos recentes, que identificaram maior frequência de prematuridade, síndrome de angústia respiratória, maior probabilidade de o recém-nascido apresentar baixos escores de Apgar, de requerer tratamento em UTI, de demandar maior suporte respiratório, de maior risco de apresentar icterícia neonatal de interferência negativa no aleitamento materno, entre outros, do que os bebês nascidos por via vaginal. Não há duvidas de que os maiores riscos de mortalidade neonatal são geralmente associados à qualidade de atenção pré- natal, ao atendimento, ao parto e aos cuidados recebidos pelo RN. Entretanto, os resultados na saúde perinatal não estão apenas relacionados com a eficiência obstétrica e neonatal, mas também do desenvolvimento econômico e social da sociedade. Há clara associação entre a condição socioeconômica da mulher, sua saúde e o uso dos serviços de saúde. A desigualdade econômica e social brasileira se reflete no diferencial de acesso à assistência qualificada de pré-natal, ao parto e ao RN, com concentração de óbitos nos grupos sociais de baixa renda. Além da assistência pré-natal e a assistência hospitalar à mulher e ao RN, que são as principais variáveis relativas aos serviços de saúde, algumas características maternas cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 7 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre têm sido tradicionalmente relacionadas à mortalidade neonatal, como a idade materna, estado civil, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas e patologias maternas. MORTALIDADE MATERNA Em muitos países, as mortes relacionadas à gravidez são importantes causas de morte de mulheres em idade reprodutiva. A mortalidade materna é um indicador do acesso à atenção obstétrica de qualidade e das condições de vida das mulheres No Brasil, as principais causas de óbitos maternas são as obstétricas diretas, sobressaindo-se as doenças hipertensivas e as síndromes hemorrágicas. Além disso, estudos têm revelado como fatores de risco para a mortalidade materna a idade materna mais elevada, o menor nível de escolaridade, o tipo de ocupação, o número reduzido de consultas de pré-natal, a ausência de companheiro e as condições prévias de saúde. Conceitos Morte Materna: é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação. É causado por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Morte Materna Obstétrica: podem ser por dois tipos: a) Morte materna obstétrica direta: é aquela que ocorre com complicações obstétricas durante a gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto. b) Morte materna Obstétrica indireta: é aquela resultante de doenças que existiam antes da gestação ou que desenvolveram durante esse período. CAUSAS EXTERNAS MAIS COMUNS Os acidentes e violências representam o grupo predominante de causas de morte entre as crianças. Excluindo-se os óbitos infantis, as causas externas são o primeiro motivo de morte no país na infância. No Brasil, a cada ano, uma em cada 10 crianças necessita de pelo menos um atendimento no sistema de saúde em virtude de traumas físicos. Esses agravos correspondem a 20% das causas de internação hospitalar e deixam mais de 200 mil crianças e jovens com incapacidade física para o resto da vida. As principais causas externas de morte em crianças no Brasil são os acidentes de transporte, afogamentos, outros riscos acidentais à respiração e agressões (violências). As lesões mais comuns decorrentes dessas causas são os traumatismos de cabeça/face e membros superiores e inferiores. A falta de informação, de infraestrutura adequada, de espaços de lazer, creches e escolas e de políticas públicas direcionadas à prevenção de acidentes são alguns exemplos desta relação. Sabe-se que alguns fatores como pobreza, mãe solteira e jovem, baixo nível de educação materna, habitações precárias e famílias numerosas estão associados aos riscos de acidentes. Por outro lado, é importante ressaltar que qualquer criança, independentemente de sua classe social, está vulnerável à ocorrência de um acidente. O Ministério da Saúde implantou em 2006 o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), que possui um componente realizado por inquéritos periódicos em serviços de urgência e emergência da rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS), considerados sentinelas para causas externas. Neste contexto, medidas de prevenção devem ser adotadas pelos pais e cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Nota As causas mais frequentes são as doenças hipertensivas (incluindo eclâmpsia, síndrome HELLP), hemorragias e infecção puerperal cecel Nota As causas mais frequentes são: diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 8 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre responsáveis, como cuidados com pisos molhados, proteção em quinas de móveis, em objetos de vidros, proteção nos berços, nas janelas e escadas, cuidados com tapetes soltos,brinquedos espalhados, pequenas peças que possam ser introduzidos em orifícios, cuidados com as cozinhas, panelas aquecidas. 4) AVALIAR OS FATORES QUE PREVINEM E QUE AUMENTAM AS TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL E DA INFÂNCIA. A mortalidade em menores de 5 anos (ou mortalidade na infância) consistiu um indicador chave na avaliação da situação de saúde da população de um determinado país. Como foi discutido acima, a mortalidade infantil foi incluída entre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) no período de 1990-2015, bem como entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o período de 2030. O acompanhamento dos dados da mortalidade infantil, bem como outros indicadores sociais permite aos governos subsídios importantes para implementação de uma política pública direcionada para minimizar tais situações. Nos últimos 25 anos houve um declínio importante da mortalidade na infância no Brasil, basta ver que o país atingiu a meta 4 dos ODM antes de 2015. Entretanto, os níveis ainda continuam altos, sobretudo quando comparamos cada região é possível notar as desigualdades bem evidentes. Sobre a mortalidade infantil é importante salientar que a maioria acontece no primeiro ano de vida, sobretudo no primeiro mês. Os fatores relacionados a essa problemática envolve questões perinatais como prematuridade, fatores relacionados ao parto e ao pós- parto. O Ministério da Saúde tem realizado investimentos na sistematização sobre a mortalidade infantil em âmbito nacional. Isso por meio da Programação Pactuada e Integrada dos municípios permite a busca ativa de óbitos e a investigação das causas dos óbitos declarados como mal definidos, além de estímulo aos comitês de prevenção do óbito materno, infantil e fetal. Entretanto, ainda é evidente as diferenças regionais de subnotificação de óbito e de preenchimento incorreto das causas de morte. Os resultados mostram que houve declínio acentuado da mortalidade infantil entre nos anos de 1990-2015. Essa redução possibilitou uma maior homogeneização das taxas de mortalidade na infância no país, com expressiva redução da amplitude dos diferenciais de mortalidade entre os estados ao longo do tempo. Essa redução foi expressiva, sobretudo, na região Nordeste a qual apresentava os níveis mais elevados no ano de 1990. Em relação às causas de morte: (1) óbitos por doenças transmissíveis, afecções maternas neonatais e nutricionais ainda se constituem as principais causas em 2015, embora sejam classificadas como preveníeis; (2) uma mudança importante sobre causas de óbitos foi a redução expressiva de casos relacionados com doenças diarreicas passando da 2ª posição para a 7 ª no ranking; Essa alteração reflete a melhora das condições sanitárias e nutricionais do país e do acesso à atenção de saúde, além de possível impacto de ações específicas como a introdução da vacina contra o rotavírus em 2006 e a terapia de reidratação oral na atenção básica. (3) as afecções respiratórias, em especial, a coqueluche apresentou uma redução expressiva. Essa meta só foi alcançada devido as ações do Programa Nacional de Imunização (PNI) o qual possibilitou o aumento da cobertura vacinal e introdução da vacina tríplice viral e pneumocócica. (4) por outro lado, as anomalias congênitas apresentaram taxas estáveis no Brasil, sobretudo em locais de alta renda. A participação de causas externas – acidentes e violência – se encontra entre as 15 principais causas de morte em menores cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 9 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre de 5 anos, configurando-se como um importante problema de saúde pública para famílias e sociedade. Em 2015 foram registrados 2,358 óbitos de crianças por aspiração de corpo estranho, acidentes de trânsito, afogamentos e homicídios, sendo que uma a cada 20 crianças com menos de 5 anos morre por essas causas em nosso país. É importante ressaltar que os casos de violência contra crianças, muitas vezes é derivado de uma violência familiar, indicando que a violência social atinge também a infância. O Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2013 destacou a importância da combinação de estratégias nacionais as quais foram fundamentais para o declínio da mortalidade infantil no Brasil, em particular o papel do Sistema Único de Saúde o qual passou por diversos aprimoramentos durante a última década, como melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido, além da adoção de políticas de assistência social como o programa de transferência de renda Bolsa Família. A criação do Programa de Saúde da Família ampliou o acesso à assistência básica à saúde nos municípios mais carentes e teve impacto positivo na redução da mortalidade infantil. Sobre esse impacto positivo podemos destacar a redução da prevalência da desnutrição, bem como o aumento do aleitamento materno. Além disso, o Brasil avançou na cobertura da atenção pré-natal e o desafio atual é qualificação do cuidado, visando assegurar o manejo adequado e a disponibilidade de recursos para as diversas situações apresentadas. Um fato preocupante em relação a essa atenção é o aumento da taxa de incidência de sífilis congênita, bem como o risco da infecção pelo Zika vírus. Outro agravante na busca da redução da mortalidade infantil é a prematuridade, sendo ela constantemente associada as elevadas taxas de parto cesariano no país. Para isso, o país desenvolveu políticas de incentivo ao parto normal, visando a redução da prematuridade, buscando melhorias na sobrevivência e também na qualidade de vida na infância. Algumas estratégias são fundamentais para reduzir as taxas de mortalidade infantil, entre elas temos: Assistência pré-natal O Programa Saúde da Família, por meio de uma equipe multidisciplinar tem contribuído para a redução da mortalidade infantil. Nesse sentindo, o MS recomenda que seja feita no mínimo 7 consultas durante o pré- natal, para que essa gestante possa ter um acompanhamento adequado. Assistência ao parto A maior parte das mortes maternas, fetais e infantis precoces ocorre por causas evitáveis no período periparto. Por isso, uma equipe capacitada e um ambiente preparado são fundamentais para reduzir essas taxas. Aleitamento Materno Desde a década de 80, entre todas as estratégias adotadas para a redução da mortalidade infantil, a amamentação foi a que reuniu o maior número de evidências cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 10 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre para salvar vidas e para o desenvolvimento saudável da criança. São várias as evidências disponíveis de benefícios positivos do aleitamento materno na prevenção da diarreia, de infecções respiratórias e de otite média, e de doenças infecciosas. A amamentação diminui a mortalidade por causas tais como a enterocolite necrotizante, a síndrome da morte súbita na infância, entre outras, conferindo ainda proteção contra infecções infantis, má oclusão, excesso de peso e diabetes, influindo até mesmo no aumento na inteligência. Entre as medidas sintonizadas estão o Banco de Leite Humano (BLH) e a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), aplicadas aos serviços especializados na promoção e no apoio ao aleitamento materno naprimeira hora, além de realizarem intervenções oportunas para a atenção ao recém-nascido, de baixo peso ao nascer, grave ou potencialmente grave. Método Canguru O Método Canguru tem sido uma das principais estratégias de intervenção utilizadas pelo SUS para a qualificação da atenção humanizada ao recém-nascido. O método incorpora tecnologias simples e práticas humanizadas na unidade de terapia intensiva neonatal com finalidade de garantir a sobrevida de bebês pré-termo ou gravemente enfermos. Este método teve papel relevante na redução da mortalidade infantil no componente neonatal, tanto tardia como precoce. Programa Nacional de Imunização O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza gratuitamente à população 44 tipos diferentes de produtos, entre soros, vacinas e imunoglobinas. Essa elevada cobertura vacinal leva a um controle de varias doenças imunopreviniveis, reduzindo consequentemente a mortalidade materna- infantil; 5) AVALIAR OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DA MORTALIDADE INFANTIL E NA INFÂNCIA NO BRASIL, IDENTIFICANDO OS FATORES QUE COLABORAM COM AS DIFERENÇAS. De acordo com os dados, podemos ver uma queda na TMI no período de 2010 a 2017, com um significativo aumento no ano de 2016, exceto no Sul, devido à epidemia do Zika, que reduziu o numero de nascimentos no período, levando a população a reforçar o planejamento familiar. Com relação à TMI por região, observamos um aumento no ano de 2016 em todas as regiões com exceção a Região Sul que apresentou estabilidade. Em 2017, as maiores Taxas de Mortalidade Infantil foram registradas no Amapá, Roraima, Amazonas, Piauí e Maranhão; por sua vez, as menores taxas foram registradas em Santa Catarina, cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar 11 Marcela Oliveira – Medicina 4º semestre Rio Grande do Sul e Paraná. Em relação às causas de óbito destacam-se: prematuridade no Brasil (15%), malformações congênitas (23%), seguido dos fatores maternos (14%), infecções perinatais (11%), asfixia/hipóxia (10%), infecções da criança (6%) e causas externas na criança (3%). No Brasil, a TMI pode ser acompanhada por meio dos dados disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), os quais podem ser obtidos por meio do (DATASUS). cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar
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