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Hepatites Virais A, B, C, D e E @_keerollen Hepatites Virais A hepatite viral desenvolve uma inflamação do parênquima hepático, o que prejudica a função do fígado e resulta em fibrose/cirrose de acordo com a continuidade da lesão. Isso pode resultar em necrose hepatocelular. A hepatite aguda é aquela com duração de até 6 meses, nela ocorre alteração nas enzimas hepáticas, com valores de TGO e TGP (transaminases) acima do normal. Já a hepatite crônica dura mais de 6 meses, e além da alteração no TGO e TGP acaba gerando a fibrose. A hepatite fulminante acontece, principalmente, durante o desenrolar da hepatite aguda, quando há falência do fígado e isso resulta em coagulopatia (o órgão perde a capacidade de produzir fatores de coagulação, o que resulta em sangramentos) e encefalopatia (por perder a capacidade de remover ou reutilizar os compostos nitrogenados do organismo, a acumulação no SNC resulta em vários sinais característicos, como mostrados na figura 1). FIGURA 1 O quadro clínico é dividido em fases: 1. Período de Incubação; 2. Fase prodrômica (pré- icterícia); 3. Fase ictérica; 4. Fase de convalescência. Na fase prodrômica o paciente apresenta náuseas, vômitos, mal- estar, anorexia, astenia, febre baixa, cefaleia, tosse dentre outras. Pode haver o aparecimento de hepatomegalia e esplenomegalia. E geralmente dura de 1-3 semanas. Na fase ictérica o paciente apresenta icterícia, colúria (urina Hepatites Virais A, B, C, D e E @_keerollen escura ilustrada), acolia fecal (deficiência ou obstrução à excreção de bilirrubina para o intestino, que sugere obstrução biliar extra-hepática), prurido etc. Não é uma fase obrigatória de acontecer, mas quando acontece, dura entre 1-2 semanas. FIGURA 2 – COLÚRIA FIGURA 3 – ACOLIA FECAL A fase de convalescência marca o fim dos sintomas de hepatite aguda, o que pode significar cura ou início de cronicidade. Nesse período o paciente observa melhoras dos sinais e sintomas. HEPATITE A É um tipo de vírus RNA, que causa doença aguda ou fulminante. É um tipo de transmissão muito relacionada a falta de saneamento básico, é transmitida por via fecal-oral. Também pode aparecer em pacientes que tiveram contato com água de enchente, o período de incubação é entre 15 a 45 dias. O paciente infectado pode apresentar os sintomas típicos de icterícia, cefaleia, mal estar, náuseas, vômitos, colúria e acolia fecal. Porém, o mesmo paciente pode estar infectado e não apresentar a icterícia. Interpretação: O enfermeiro deve solicitar anti- HAV IgM e anti- HAV total, além de hemograma, TGO (AST) e TGP (ALT). Se tanto anti HAV total e anti HAV IgM forem reagentes, estamos diante de um caso de Hepatite A aguda. Quando temos Anti-HAV IgM não reagente, mas anti HAV total reagente, significa que o paciente está com imunidade por reposta vacinal, ou Hepatites Virais A, B, C, D e E @_keerollen imunidade após contato com vírus. Agora, quando nenhum dos dois forem reagentes, o paciente nunca entrou em contato com o vírus da Hepatite A, por isso é um indivíduo suscetível. HEPATITE B A hepatite B é uma infecção sexualmente transmissível, já que está presente no sangue e em secreções, além disso também pode ser transmitido de forma vertical (mãe para filho). Geralmente o paciente infectado com essa forma do vírus tem uma infecção aguda com duração de seis meses, que é resolvida espontaneamente, deixando os anticorpos anti-Hbs como prova de infecção passada. Outras formas de infecção incluem: compartilhamento de objetos de higiene íntima, compartilhamento de material para uso de drogas, tatuagens e aplicação de piercing que não atenda normas de biossegurança, além da transfusão sanguínea, mas que não é tão atual, pois agora são realizados testes específicos para identificar este vírus no sangue do doador. Como é uma infecção silenciosa, não é esperado aparecimento de sinais e sintomas, no entanto, quando ocorrem, costumam ser em fases avançadas. O paciente pode apresentar cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre e dor abdominal. Já os olhos amarelados (figura 4) aparecem em menos de 1/3 dos infectados. Interpretação: Assim que o paciente entra em contato com o vírus, ele irá apresentar o marcador HBsAG para fase aguda (até 6 meses). Os marcadores Anti-HBc IgM e IgG indicam, respectivamente, infecção aguda/recente e infecção passada. Caso este paciente esteja em fase de replicação viral, o que indica que ele está com alta infecciosidade, o marcador é o HBeAG, quando esta fase é cessada, o marcador Anti-HBe é notado. Por fim, Hepatites Virais A, B, C, D e E @_keerollen quando este paciente está curado ou imune, por meio de vacinas, o marcador Anti-HBs está presente. No entanto, se após seis meses os exames forem repetidos e o marcador HbsAg for percebido, isso é indicativo de uma hepatite crônica. Além disso, o Hbe-Ag estará presente novamente em etapa de replicação e, quando o Anti-Hbe estiver presente em fase crônica, é indicativo de redução ou ausência dessa replicação. HEPATITE C FIGURA 4 A hepatite C é um vírus com infecção silenciosa, e que geralmente acontece de forma crônica. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), 60% a 85% dos casos se tornam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. As formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B, são elas: contato com sangue contaminado, falha na esterilização de equipamentos de manicure, procedimentos invasivos sem a devida biossegurança. No entanto, tem algumas diferenças em relação a hepatite B, pois a transmissão vertical e a sexual não são tão comuns. Ainda de acordo com o MS: “A hepatite C não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada”. Um dos motivos que torna essa infecção tão perigosa, é o fato de sinais e sintomas serem raros, não aparecendo em 80% dos pacientes infectados. Por causa disso, o vírus continua a lesionar as células por um longo período de tempo. Interpretação: Caso o paciente apresente Anti- HCV não reagente, ele não está infectado e pode ser liberado. É importante ressaltar que não há como saber, a partir de Hepatites Virais A, B, C, D e E @_keerollen macardaroes, em qual fase um paciente infectado se encontra, apenas a partir da observação clínica. Caso ele apresente reatividade, é necessário encaminhá-lo para um centro de tratamento adequado, pois apesar de haver cura, é uma infecção grave. HEPATITE D FIGURA 5 O vírus da hepatite D é, na verdade, um fragmento do vírus da hepatite B, e por isso está associada a esse segundo vírus. Caso o paciente apresente a forma crônica dessa infecção, ele corre grave risco, pois é o tipo de hepatite que evolui para cirrose (figura 5) em menor tempo. Além disso, tem isco aumentado para descompensação, carcinoma hepatocelular (CHC) e morte. As formas de transmissão são as mesmas da hepatite B, já que esta é um subproduto dela. Quanto aos sinais e sintomas, estes não são tão comuns, mas quando aparecem, podem ser: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, acolia fecal (figura 1) e colúria (figura 2). Para saber se o paciente está com essa variante, o enfermeiro deve solicitar o Anti-HDV. Caso esteja negativo, não há infecção, caso esteja, há. HEPATITE E Assim como a hepatite A, é um vírus com transmissão fecal-oral ou água contaminada, de curtaduração e que se resolve de forma espontânea. Além disso, ele é raro no Brasil, sendo mais comum na Ásia e África. Por ter uma auto delimitação, não costuma ser grave, exceto em casos de gestação e pessoas com imunodeficiência. Nesses casos, é necessário maior cuidado, Ainda sobre a transmissão, essa também pode ocorrer por: ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados (por exemplo, fígado de porco); transfusão de produtos sanguíneos infectados; e transmissão vertical. Sinais e sintomas não costumam aparecer, mas quando aparecem são aqueles característicos das hepatites. Hepatites Virais A, B, C, D e E @_keerollen Após o diagnóstico, o paciente deve cessar a ingestão de bebidas alcóolicas, repousar e evitar dieta gordurosa. Caso haja suspeita, o enfermeiro deve solicitar Anti-HEV IgM e Anti- HEV IgG. Se o IgM for positivo, é uma infecção aguda, o que independe do IgG. Mas, se apenas o IgG for positivo, significa que o paciente, em algum momento, teve contato com o vírus, mas agora tem imunidade.
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