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Poder Constituinte Originário Poder constituinte originário · Poder constituinte originário é a força política consciente de si que resolve disciplinar os fundamentos do modo de convivência na comunidade política. · Como força que cria a ordem primeira da sociedade · Desvinculação a normas anteriores e realçando a sua onipotência, capaz de criar do nada e dispor de tudo ao seu talante. · Entendia que o povo é soberano para ordenar o seu próprio destino e o da sua sociedade, expressando-se por meio da Constituição. · O povo, titular do poder constituinte originário, apresentasse não apenas como o conjunto de pessoas vinculadas por sua origem étnica ou pela cultura comum, mas, além disso, como “um grupo de homens que se delimita e se reúne politicamente, que é consciente de si mesmo como magnitude política e que entra na história atuando como tal” · É possível que um segmento do povo aja como representante do povo, dele obtenha o reconhecimento, e atue como poder constituinte originário · É inicial, porque está na origem do ordenamento jurídico. É o ponto de começo do Direito. · É ilimitado. Se ele não se inclui em nenhuma ordem jurídica, não será objeto de nenhuma ordem jurídica. O Direito anterior não o alcança nem limita a sua atividade · Pode decidir o que quiser. De igual sorte, não pode ser regido nas suas formas de expressão pelo Direito preexistente, daí se dizer incondicionado. · Se o poder constituinte é a expressão da vontade política da nação, não pode ser entendido sem a referência aos valores éticos, religiosos, culturais que informam essa mesma nação e que motivam as suas ações. · Momentos de expressão do poder constituinte originário · PODER permanente, que é expresso em momentos específicos · Como o poder constituinte originário traça um novo sentido e um novo destino para a ação do poder político, ele será mais nitidamente percebido em momentos de viragem histórica, exemplificados nas ocasiões em que se forma ex novo um Estado Constituição de 1988: Resultado de exercícios do poder constituinte originário · A dúvida pode surgir do fato de a Constituição de 1988 ter sido resultado de uma convocação de Assembleia Constituinte efetuada por meio de emenda à Carta passada (a Emenda Constitucional n. 26/85). Seria, assim, fruto da iniciativa do poder de reforma. · O poder originário, mas se exprime sempre que entende de mudar a estrutura constitucional do Estado nos seus aspectos mais elementares. · Não bastasse isso, houve eleições antes da instauração da Assembleia Nacional, e o povo sabia que estava elegendo representantes que também tinham por missão erigir uma nova ordem constitucional para o País. Formas de manifestação do poder constituinte originário · o poder constituinte fixe algumas regras para si mesmo, para ordenar os seus trabalhos. Essas disposições não têm sanção, podem ser superadas ou desrespeitadas pelo constituinte, sem que se invalide o seu trabalho final · se o ato constituinte compete a uma única pessoa, ou a um grupo restrito, em que não intervém um órgão de representação popular, fala-se em ato constituinte unilateral, e a Constituição é dita outorgada · Constituição é promulgada por uma Assembleia de representantes do povo · Procedimento constituinte direto, quando o projeto elaborado pela Assembleia obtém validade jurídica por meio da aprovação direta do povo, que se manifesta por meio de plebiscito ou referendo · procedimento constituinte indireto ou representativo. Aqui, a participação do povo esgota-se na eleição de representantes para uma assembleia, que deverá elaborar e promulgar o texto magno. Questões práticas relacionadas com o poder constituinte originário 4.1. Supremacia da Constituição · Carta Magna produto do poder constituinte originário, ela própria elevando-se à condição de obra suprema, que inicia o ordenamento jurídico, impondo-se, por isso, ao diploma inferior com ela inconciliável. 4.2. Recepção · fenômeno da recepção, que corresponde a uma revalidação das normas que não desafiam, materialmente, a nova Constituição. · Kelsen sustenta que as leis anteriores, no seu conteúdo afinadas com a nova Carta, persistem vigentes, só que por fundamento novo. A força atual desses diplomas não advém da Constituição passada, mas da coerência que os seus dispositivos guardam com o novo diploma constitucional. 4.3. Revogação ou inconstitucionalidade superveniente? · Se a norma anterior à Constituição não guarda compatibilidade de conteúdo com esta, não continuará a vigorar, · se entendido que o caso é de inconstitucionalidade superveniente haveria a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal apreciar a validez da norma em ação direta de inconstitucionalidade. Se a hipótese for vista como de revogação, por outro lado, os tribunais não precisariam de quórum especial para afastar a incidência da regra no caso concreto 4.4. Normas da Antiga Constituição compatíveis com a Nova Constituição? · Prevalece a tese de que a antiga Constituição fica globalmente revogada · Se a nova Constituição não prevê expressamente a desconstitucionalização, a Lei Maior anterior inteira fica superada 4.5. Normas anteriores à Constituir e modificações de competência · Que acontece com a lei produzida por um dos entes da Federação quando a nova Constituição entrega a competência para legislar sobre o mesmo tema, agora, para outro ente? · não há cogitar de uma federalização de normas estaduais ou municipais · Por isso sustenta que se o tema era antes da competência, por exemplo, dos Municípios e se torna assunto de competência federal com a · Sugere que se tenha por prorrogada a vigência da lei federal quando a competência se torna municipal ou estadual 4.6. Repristinação · Não se admite a repristinação, em nome do princípio da segurança das relações, o que não impede, no entanto, que a nova Constituição expressamente revigore aquela legislação. · Lei revogada, já não mais existindo então, não tem como ser recebida 4.7. Possibilidade de se declarar inconstitucional norma anterior à Constituição, com ela materialmente compatível, editada com desobediência à Constituição então vigente 4.8. Poder constituinte originário e direitos adquiridos · Pode a pessoa invocar direito adquirido para manter a situação que lhe é benéfica? A questão se resume a saber se é possível invocar direito adquirido contra a Constituição · Somente é direito o que com ela é compatível, o que nela retira o seu fundamento de validade. · O que é repudiado pelo novo sistema constitucional não há de receber status próprio de um direito, mesmo que na vigência da Constituição anterior o detivesse. · Em outras palavras, a Constituição, ao aplicar-se de imediato, não desfaz os efeitos passados de fatos passados (salvo se expressamente estabelecer o contrário), mas alcança os efeitos futuros de fatos a ela anteriores (exceto se os ressalvar de modo inequívoco) 4.9. Poder constituinte originário e controle de constitucionalidade dos seus atos · Não há se cogitar de fiscalização de legitimidade por parte do Judiciário de preceito por aquele estatuído