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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/343858524 PRÁTICAS DE LABORATÓRIO MECÂNICA DOS FLUIDOS Book · June 2020 CITATIONS 0 READ 1 1 author: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Doutorado em Engenharia Aeronáutica View project Dawson Izola University of São Paulo 14 PUBLICATIONS 2 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Dawson Izola on 25 August 2020. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/343858524_PRATICAS_DE_LABORATORIO_MECANICA_DOS_FLUIDOS?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/343858524_PRATICAS_DE_LABORATORIO_MECANICA_DOS_FLUIDOS?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Doutorado-em-Engenharia-Aeronautica?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Dawson_Izola?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Dawson_Izola?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/University_of_Sao_Paulo?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Dawson_Izola?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Dawson_Izola?enrichId=rgreq-b97664217ce0cf0fc28eb196e1f8295e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0Mzg1ODUyNDtBUzo5Mjg0MTI5NDQzMTg0NzRAMTU5ODM2MjMwMzg5OA%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf PRÁTICAS DE LABORATÓRIO MECÂNICA DOS FLUIDOS Centro de Desenvolvimento de Materiais Didáticos – CEMAD Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida sem a autorização, por escrito, da Fundação. Em relação ao material de terceiros utilizado neste livro, o Centro de Desenvolvimento de Materiais Didáticos e os colaboradores esforçaram-se para consultar e pedir a autorização dos responsáveis pelos respectivos direitos autorais. Se, entretanto, for constatada qualquer omissão não intencional, estamos à disposição para solucioná-la. Araras – SP 2020 PRÁTICAS DE LABORATÓRIO MECÂNICA DOS FLUIDOS 1ª edição Dawson Tadeu Izola © 2020 Fundação Hermínio Ometto – FHO Todos os Direitos Reservados Reitor Prof. Dr. José Antonio Mendes Pró-reitores Prof. Dr. Olavo Raymundo Jr. (Graduação) Prof. Dr. Marcelo A. M. Esquisatto (Pós-graduação e Pesquisa) Diretor Administrativo-financeiro Francisco Elíseo Fernandes Sanches Coordenadora de Comunidade e Extensão Profa. Ma. Cristina da Cruz Franchini Desenvolvimento Centro de Desenvolvimento de Materiais Didáticos – CEMAD www.fho.edu.br FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca “DUSE RÜEGGER OMETTO” - UNIARARAS – I99 Izola, Dawson Tadeu. Práticas de laboratório: mecânica dos fluidos. / Dawson Tadeu Izola. – 1. ed. – Araras, SP: Fundação Hermínio Ometto-FHO/CEMAD, 2020. 59p. il. ISBN: 978-65-87624-00-6 1. Práticas de laboratório. 2. Mecânica dos fluidos – Estudo e ensino. I. Fundação Hermínio Ometto – FHO. II. Centro de Desenvolvimento de Materiais Didáticos – CEMAD. III. Título. CDD 620.106 Fundação Hermínio Ometto – FHO Av. Dr. Maximiliano Baruto – 500 Jardim Universitário – 13607-339 – Araras – SP Confúcio 551 a.C. – 479 a.C. Fonte: Estudo Prático (2017). Contaram-me, e eu esqueci. Vi e entendi. Fiz e aprendi. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 8 CAPÍTULO 1 - Determinação da perda de carga em tubulações com acidentes e perda da carga distribuída ......................................................................................................... 9 1.1 Fundamentação Teórica ........................................................................................... 10 1.2 Classificação de Regime de Escoamento .................................................................. 15 1.3 Equação de Bernoulli com Perda de Carga .............................................................. 18 1.4 Perda de Carga – ΔH ................................................................................................. 19 1.5 Perda de Carga Distribuída ....................................................................................... 21 1.5.1 Perda de Carga no Escoamento Laminar .............................................................. 22 1.5.2 Perda de Carga no Escoamento Turbulento .......................................................... 22 1.6 Perda de Carga Localizada ........................................................................................ 25 1.7 Determinação das Perdas de Carga Localizadas ...................................................... 25 1.8 Descrição do Equipamento e Objetivos do Experimento ......................................... 27 1.9 Procedimento Experimental ..................................................................................... 29 1.10 Operação e Funcionamento do Equipamento ....................................................... 29 1.11 Equações Auxiliares ................................................................................................ 31 CAPÍTULO 2 – Procedimento experimental: Determinação da massa específica de três líquidos ................................................................................................................... 33 2.1 Procedimento Experimental ..................................................................................... 33 CAPÍTULO 3 – Procedimento experimental: Determinação da viscosidade de fluidos – método Stokes e viscosímetro Copo Ford .................................................................... 36 3.1 Fundamentação Teórica ........................................................................................... 36 3.2 Viscosidade pelo Método de Stokes ........................................................................ 37 3.3 Procedimento Experimental ..................................................................................... 40 3.4 Viscosímetro Copo Ford ........................................................................................... 44 3.5 Procedimento Experimental ..................................................................................... 45 3.6 Resultados ................................................................................................................ 45CAPÍTULO 4 – Cinemática dos fluidos: definição de vazão volumétrica ...................... 46 4.1 Vazão Volumétrica ................................................................................................... 46 4.2 Procedimento Experimental ..................................................................................... 46 4.3 Relação entre Área e Velocidade ............................................................................. 46 CAPÍTULO 5 – Experimento: associação de bombas centrífugas ................................. 48 5.1 Descrição do Equipamento ...................................................................................... 48 5.2 Procedimento Experimental ..................................................................................... 50 5.2.1 Curva de uma bomba (exemplo B1) ...................................................................... 50 5.2.2 Curva de duas bombas em série (B1 e B2 ou B3 e B4) .......................................... 51 5.2.3 Curva de duas bombas em paralelo ...................................................................... 51 5.2.4 Curva de quatro bombas em associação combinada ............................................ 52 5.3 Tratamento dos Dados Experimentais ..................................................................... 53 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 54 ANEXO ............................................................................................................................ 57 APRESENTAÇÃO Este livro foi elaborado como ferramenta auxiliar para as práticas de laboratório da FHO. É bom salientar que, embora contenha alguma fundamentação teórica, não substitui o livro didático, que deve ser consultado pelo aluno para a elaboração dos relatórios dos experimentos. A prática em laboratório é de fundamental importância para o aprendizado. Quando se observa o fenômeno na prática, facilita-se a consolidação da informação. Grande parte das sinapses é formada por memória visual. Assim, quando se tem a teoria de determinado assunto e depois essa abordagem é apresentada experimentalmente, facilita-se a formação do aprendizado. As medidas realizadas nos experimentos confirmam a teoria. Intimamente temos a consciência de uma aplicação da teoria. O chamado: Isso serve! Tem aplicação! Tem utilidade! Nem toda ciência é possível de ser comprovada em laboratório, mas a Mecânica dos Fluidos tem esse privilégio. Os principais modelos saíram de experimentos; são aplicados e usados largamente nas engenharias. Os principais equipamentos utilizados pelos grandes cientistas da Mecânica dos Fluidos podem ser construídos e utilizados pelos alunos. O Centro Universitário Hermínio Ometto de Araras, a nossa FHO, possui os principais equipamentos de Mecânica dos Fluidos. Temos um laboratório experimental do mesmo nível de grandes centros de pesquisas do Brasil e do mundo. Portanto, aproveitem essa oportunidade de aprendizado. Façam esses experimentos com dedicação e esmero. Prof. Dr. Dawson Tadeu Izola Engenharias – FHO 9 O objetivo da aula é determinar a perda de carga. Figura 1.1 Experimento didático de perda de carga. Figura 1.2 Equipamentos auxiliares. 10 1.1 Fundamentação Teórica Leonhard Euler, em 1750, aplicou a Segunda Lei de Newton ao movimento de partículas fluidas, e obteve: 1 0 P Z V V g V ρ S S S t + + + = A equação (1) é a forma geral da equação de Euler, válida para escoamento ao longo de uma linha de corrente e sem atrito (ideal), em derivadas parciais. 1 0 P Z V V g V ρ S S S t + + + = (1) Se o escoamento for permanecente: 0 V t = (Velocidade não varia no tempo) Assim, a equação (1) resulta em: 1 0 P Z V g V ρ S S S + + = (2) A equação (2) é a equação de Euler quando a velocidade não varia no tempo. Essa abordagem é aplicada em escoamentos ao longo de uma linha de corrente e para escoamentos invíscidos. 1 P ρ S é a variação da pressão ao longo de uma linha de corrente. Z g S é a variação das relações entre a direção da trajetória e o eixo Z. V V S é a variação da velocidade ao longo da linha corrente. V t é a variação da velocidade ao longo do tempo. Leonhard Euler (1707-1783), matemático e físico suíço. Fonte: Kunstmuseum Basel (s/d). Artista: Jakob Emanuel Handmann (1753). Crédito: Rudolf Bischoff-Merian (1849). https://pt.wikipedia.org/wiki/1707 https://pt.wikipedia.org/wiki/1783 https://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tico https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a 11 Figura 1.3 Linhas de corrente em um escoamento laminar. Substituindo por derivadas totais: 1 dP 0 dS dZ dV g V ρ dS dS + + = (3) Se o escoamento for incompressível (ρ = cte) ➔ Integrando a equação (3), tem-se: 2 . 2 P V g Z cte ρ + + = (4) A equação (4) é uma simplificação da equação (1) de Euler, válida para o escoamento IDEAL (Newtoniano). A equação de Bernoulli é um caso particular da equação da energia aplicada ao escoamento, em que se adotam as seguintes hipóteses: Escoamento em regime permanente. Escoamento incompressível. Escoamento de um fluido considerado ideal, ou seja, aquele em que a viscosidade é considerada nula ou aquele que não apresenta dissipação de energia ao longo do escoamento. Escoamento apresentando distribuição uniforme das propriedades nas seções. 12 Escoamento sem a presença de máquina hidráulica, ou seja, sem a presença de um dispositivo que forneça ou retire energia do fluido. Escoamento sem troca de calor. 2 . 2 P V g Z cte ρ + + = (4) A equação (4) é conhecida como equação de Bernoulli, obtida a partir da Integração da equação de Euler. Multiplicando a equação (4) por ρ (densidade): 2 2 ρV γZ P cte+ + = Essa abordagem é mais utilizada em escoamento de gases em que não há variação de altura e nem variação no peso específico, ou seja, Z=0. Dividindo a equação (4) por g: 2 2 V P Z cte g γ + + = (5) Em que: Z ➔ Energia de posição. 2 2 V g ➔ Energia cinética. P γ ➔ Energia de pressão. Na equação (5), de energia por unidade de peso, todos os termos estão expressos em função de carga (ou linha), que é a altura da coluna de líquido. Essa é a representação gráfica da equação de Bernoulli. As alturas denominadas Z foram classificadas conforme as nomenclaturas a seguir, citadas no livro publicado por Daniel Bernoulli, Hydrodynamica, em 1738. Z = Linha altimétrica. P Z γ + = Linha piezométrica. 13 2 2 P V Z γ g + + = Linha de energia. A equação (5), da energia por unidade de peso, é mais utilizada para abordagens de escoamentos de fluidos na presença de superfícies livres, em um leito fluidizado, por exemplo. Figura 1.4 Exemplo de energia em pontos do sistema de um êmbolo com água. Tabela 1.1 Classificação da energia nos pontos. Cinética Potencial Pressão Ponto 2 / 2ρV γz ρ 1 Pequena Zero Grande 2 Grande Pequena Zero 3 Zero Grande Zero Fonte: adaptada de Comolet e Bonnin (1964). Aplicando a equação (5) em dois pontos de um escoamento, tem-se a equação de Bernoulli. 14 Figura 1.5 Dois pontos arbitrários em um duto com fluido. 2 2 1 21 21 2 2 2 v vP P Z Z γ g γ g + + = + + (6) ou 2 2 1 21 21 2 2 2 v vP P Z Z cte γ g γ g + + − + + = As variáveis da equação, descritas por Bernoulli, em 1738, são: P = Pressão (Pa). v1 e v2 = Velocidades (m/s). g = Aceleração da gravidade = 9,8 m/s2. ρ = Densidade (kg/m3). ɣ = Peso específico = ρ.g. ∆Z = Variação de altura (m). A equação (6), de Daniel Bernoulli,foi apresentada no seu livro Hydrodynamica, em 1738. Livro Hydrodynamica, de Daniel Bernoulli. Fonte: Wikimedia Commons (s/d). 15 1.2 Classificação de Regime de Escoamento Reynolds, no seu trabalho sobre transição do regime de escoamentos, publicado originalmente em 1883, estabeleceu a relação entre as forças viscosas e a velocidade de um fluido. Figura 1.6 Experimento de Reynolds. Fonte: Reynolds (1883). As variáveis definidas por Reynolds, no seu trabalho de 1883, são: Re = Número de Reynolds. v = Velocidade média do fluido. d = Longitude característica do escoamento ou diâmetro para o escoamento em tubos. υ = Viscosidade cinemática do fluido. µ = Viscosidade dinâmica do fluido. ρ = Massa específica. Re ρvD μ = (7) Re vd υ = (8) Re iscosidade forças de inércia ρvd vd forças de v μ υ = = = Daniel Bernoulli (1700-1782), matemático suíço. Fonte: Wikimedia Commons (s/d). Artista: Johann Jacob Hayd (1704-1767). Osborne Reynolds (1842-1912), físico britânico. Fonte: Wikimedia Commons (s/d). Artista: John Collier (1904). Coleção: Universidade de Manchester. 16 Reynolds é um número adimensional: υ pvd vd Re μ = = ³ ² ² kg m m m sRe m s kg s m = (Viscosidade Dinâmica) ² m m sRe m s = (Viscosidade Cinética) Viscosidade dinâmica (µ) (N × s/m²) Viscosidade cinemática (υ ) (m²/s) Figura 1.7 Comportamento do filete de tinta, de acordo com a classificação do escoamento. 17 Figura 1.8 Escoamento Laminar Re < 2000. Figura 1.9 Escoamento turbulento Re > 4000. Re < 2000 – Laminar; Re > 2000 < 4000 – Transição; Re > 4000 – Turbulento. Figura 1.10 Viscosidade cinemática (ν) (m2/s). Fonte: Fox e McDonald (1992). 18 Figura 1.11 Viscosidade dinâmica (μ) (N.s/m2). Fonte: Fox e McDonald (1992). 1.3 Equação de Bernoulli com Perda de Carga A equação de Bernoulli aplicada entre dois pontos é o balanço de energia entre os pontos analisados. Quando se subtrai um termo da equação de Bernoulli de outro termo, temos uma constante, relacionada à perda de energia entre os pontos analisados. Essa perda de energia é diretamente proporcional às perdas viscosas e rugosas (viscosidade do fluido e rugosidade do conduto de fluido) (IZOLA, 2013). 2 2 1 21 21 2 2 2 v vP P Z Z Ht γ g γ g + + − + + = (9) A equação (9) é chamada de equação de Bernoulli com perda de carga, sendo Ht a representação da soma das perdas viscosas e por rugosidade. A perda de carga 19 também é relacionada à carga ou altura manométrica. Assim, se o fluido em análise é a água, a perda de carga H é dada em metros ou mca (metros de coluna de água), que pode também se relacionar à perda de pressão entre os pontos analisados, convertendo mca em pressão, através da densidade do fluido e da gravidade (MACIEL; IZOLA, 2007). 1.4 Perda de Carga – ΔH Como Henry Darcy apresentou em seu trabalho de 1857, a perda de carga é uma função complexa de diversos elementos, tais como: • Rugosidade do duto. • Viscosidade e densidade do fluido. • Velocidade do escoamento. • Grau de turbulência do movimento. • Comprimento percorrido. Dois pesquisadores desenvolveram as expressões para a perda de carga por meio de trabalhos experimentais. As curvas perda de carga foram traçadas e corrigidas ao longo de vários anos (BISWAS; 1970). A equação de Darcy-Weisbach, que representa a perda de carga em escoamentos internos, tem uma longa história de desenvolvimento. O nome da equação é uma homenagem a dois engenheiros hidráulicos do século 19, embora outros pesquisadores tenham contribuído para o aperfeiçoamento desse modelo. Julies Weisbach propôs, em 1845, a equação que se usa atualmente (BROWN, 2002). 2L Δh f D 2 v g = (10) Julius Ludwig Weisbach (1806-1871), matemático e engenheiro alemão. Fonte: Biswas (1970). 20 Sendo: • Δh= perda de carga ao longo do comprimento do tubo. • f = fator de atrito de Darcy-Weisbach (adimensional). • L = comprimento do tubo. • D = diâmetro do tubo. • v = velocidade do fluido no tubo. • g = gravidade (9,81 m/s2). De acordo com Brown (2002), Weisbach não conseguiu dados precisos para a variação do fator de atrito f com a rugosidade relativa do duto e com a velocidade do escoamento. Além disso, apresenta um resgate do modelo que hoje denominamos de equação de Darcy-Weisbach. Por volta de 1770, Antoine Chézy (1718-1798) publicou uma equação para escoamento em canais abertos, que podia ser reduzida à mesma fórmula. O trabalho de Chézy ficou perdido até 1800, quando seu aluno, Prony, publicou um relato, descrevendo-o. Prony desenvolveu sua própria equação, mas sabe-se que Weisbach conhecia os trabalhos de Chézy. Darcy era aluno de Prony e publicou, em 1857, as novas relações para os coeficientes de Prony, fundamentado nos resultados dos seus experimentos. Esses dados resultaram na equação (11): hl = L/D * [(c + d/D2)V + (d + e/D)V2] (11) Em que c, d e e são coeficientes empíricos para um dado tipo de tubo. Darcy, dessa forma, introduziu o conceito de coeficiente de atrito escalonado por diâmetro, o que atualmente denomina-se de rugosidade relativa, quando aplicado ao Diagrama do Moody. É tradicional denominar f de “fator f de Darcy”, ainda que Darcy nunca tenha proposto isso naquela equação. Os dois conceitos foram abordados por Fanning, em 1880. Fanning utilizou o raio hidráulico, em vez de D, na equação do atrito, e assim os valores do “f de Fanning” são apenas 1/4 dos valores do “f de Darcy”. A equação de Darcy-Weisbach somente Henry Philibert Gaspard Darcy (1803-1858), engenheiro francês. Fonte: Biswas (1970). 21 passou a ser aplicada após o desenvolvimento do diagrama de Moody (MOODY, 1944). Esse diagrama foi elaborado por meio dos dados experimentais de Poiseuille, Reynolds, Blasius, Kármaán, Prandtl, Colebrook, White, Rouse e Nikuradse. Rouse (1946) deu sentido ao desenvolvimento do fator f, mas ele não fez referência a Moody. 1.5 Perda de Carga Distribuída Ocorrem em trechos retilíneos dos condutos, considerando: • Regime permanente e fluido incompressível. • Condutos cilíndricos. • Rugosidade uniforme e trecho considerado sem máquinas. • Essa perda é considerável se tivermos trechos relativamente compridos dos condutos. A fórmula de Darcy-Weissbach permite calcular a perda de carga ao longo de um determinado comprimento da tubulação, quando é conhecido o parâmetro f, denominado “coeficiente de atrito” ou coeficiente de Darcy, conforme visto no tópico anterior. O coeficiente de atrito f pode ser obtido por meio da rugosidade relativa: relação entre a rugosidade absoluta e o diâmetro do tubo (ε/D). ε = Rugosidade absoluta do duto. D= Diâmetro do duto. Utiliza-se a classificação do escoamento por meio do número de Reynolds para se obter o coeficiente de atrito f. Número de Reynolds – Re: . Re v D υ = (8) A equação (8) foi obtida originalmente nos estudos realizados por Reynolds, em 1883. https://bae.okstate.edu/faculty-sites/Darcy/DarcyWeisbach/MoodyDiagram.htm 22 1.5.1 Perda de Carga no Escoamento Laminar Com a equação (12), pode-se determinar o fator de atrito f para escoamentos com número de Reynolds até 2.000. 64 Re f = (12) 1.5.2 Perda de Carga no Escoamento Turbulento No escoamento turbulento, a dissipação de energia é causada pela rugosidade e pela viscosidade. Assim, para números de Reynolds maiores que Re > 4000, utiliza-se a equação de Darcy. Determinação do coeficiente de atrito f: 2 0,9 0,25 5,74 log 3,7 Re f ε D = + (13) Em que: f = Fator de atrito de Darcy. D = Diâmetro da tubulação. ε/D = Relação entre a rugosidade do tubo e o diâmetro. Re = Número deReynolds. Pode-se obter o fator de atrito f resolvendo a equação (13) ou pelo diagrama de Moody. A incerteza é inferior a 15%. Basta comparar os valores obtidos pela equação e pelo diagrama de Moody, que se obtém a dispersão de aproximadamente 15%. 23 Figura 1.13 Diagrama de Moody-Rouse. Fonte: Fox e McDonald (1992). No diagrama de Moody, no eixo Y, à direita, tem-se a relação ε/D. No eixo X, o número de Reynolds, e no eixo Y, à esquerda, tem-se o fator de atrito f. Observe que a coincidência é em função de parábolas (FOX; MCDONALD, 1992). O valor de ε é a rugosidade absoluta apresentada na Tabela 1.2, segundo o material do tubo. Esse valor é obtido experimentalmente com rugosímetros de superfície. 24 Tabela 1.2 Rugosidade em tubos para diversos materiais. Material do tubo Rugosidade – ε (mm) Vidro 0,0001 Cobre e alumínio 0,001 – 0,002 Tubos de PVC 0,0015 – 0,007 Resina epóxi 0,005 Aço inoxidável 0,015 Aço carbono 0,045 – 0,090 Aço liso calandrado 0,015 Aço soldado com emenda 0,046 Aço galvanizado liso 0,15 Aço com ferrugem 0,15 – 4 Ferro fundido liso 0,25 – 0,8 Ferro fundido desgastado 0,8 – 1,5 Ferro fundido com corrosão 1,5 – 2,5 Cimento liso 0,3 Concreto comum 0,3 – 1 Concreto grosso 0,3 – 5 Madeira aplainada 0,18 – 0,9 Concreto sem acabamento 1 a 3 Cimento amianto 0,025 Madeira comum 5 Concreto liso 0,2 a 0,3 25 1.6 Perda de Carga Localizada A perda de carga localizada ocorre em dutos, o que se classifica como acidentes: válvulas, curvas, conexões com variação de diâmetros, entradas e saídas dos dutos. Os acidentes provocam queda de pressão quando o escoamento passa através deles. A queda de pressão está relacionada à perda de velocidade ou à mudança no regime do escoamento. As conexões necessárias para a montagem de um circuito de fluido e também o direcionamento do escoamento ocasionam mudança da velocidade, o que pode causar mudança do regime, perda de pressão e, consequentemente, perda de energia. 1.7 Determinação das Perdas de Carga Localizadas As perdas de carga localizadas podem ser expressas em termos de energia cinética (V²/2g) do escoamento. Assim, a expressão geral é: 2 Δ 2 V h k g = (14) k = coeficiente de perda de carga localizada. O valor de k pode ser obtido experimentalmente. Os valores de k, na maioria das conexões e válvulas, são fornecidos pelo fabricante. Um experimento básico de laboratório pode determinar a perda de carga localizada em uma válvula. Na Figura 1.15, tem-se uma montagem experimental com dois manômetros e uma válvula. A diferença de pressão entre os manômetros 1 e 2 é a perda de carga na válvula (KAMAL, 1979). 26 Figura 1.15 Determinação da perda de carga localizada em uma válvula. Tabela 1.3 Coeficiente de perda de carga k em acessórios. Fonte: Macintyre (1997). 27 Tabela 1.4 Coeficiente de perda de carga k em válvulas. Fonte: Macintyre (1997). A equação de Bernoulli pode, então, ser expressa com as perdas de carga distribuída e localizada (MACIEL; IZOLA, 2007). 2 2 2 2 1 1 2 2 1 2 2 2 2 2 P ν P ν ν L ν z z k f γ g γ g g D g + + − + + = + (15) 1.8 Descrição do Equipamento e Objetivos do Experimento O equipamento para ensaio de perda de carga do Laboratório de Operações Unitárias, da FHO, foi fornecido pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Junto com esse equipamento veio um manual de operação do conjunto didático experimental: dimensionamento de um sistema de tubulações (MANUAL DE OPERAÇÃO, 2015b). Na sequência, têm-se as informações contidas no relatório que acompanha o equipamento. O conjunto experimental, ilustrado pela Figura 1.16, consiste de um reservatório de 100 litros, de uma bomba centrífuga (1/2 HP), de um sistema de tubulações de PVC com diferentes diâmetros (3/4 Pol., 1 Pol. e ½ Pol.) e acidentes, incluindo válvulas gaveta, globo e esfera e de um manômetro e um vacuômetro, ambos de Bourdon (na figura, aparecem em segundo plano, com o visor para o fundo). 28 Tabela 1.5 Equipamentos na tubulação. VG: válvula gaveta VGL: válvula globo VE: válvula esfera Bordo de entrada (3/4 Pol.) T → saída lateral (3/4 Pol.) Cotovelo 90o – raio longo (3/4 Pol.) Cotovelo padrão – 90o (3/4 Pol.) T → passagem direta (3/4 Pol.) Alargamento 3/4 Pol. → 1 Pol. Cotovelo 45o (1 Pol.) Redução 1 Pol. → 3/4 Pol. Redução 3/4 Pol. → 1/2 Pol. Cotovelo 45o (1/2 Pol.) Alargamento 1/2 Pol. → 3/4 Pol. Cotovelo 45o (3/4 Pol.) Saída de tubulação – Água (3/4 Pol.) Fonte: Manual de Operação (2015b). A tubulação do sistema tem diferentes diâmetros. A seguir, tem-se a relação entre os diâmetros externos e os diâmetros internos. Note que para os cálculos serão utilizados os diâmetros internos: Figura 1.16 Vista frontal do conjunto didático experimental. Di (1/2 Pol.) = 0,0158 m - Di (1 Pol.) = 0,0202 m- Di (3/4 Pol.) = 0,0260 m Fonte: Manual de Operação (2015b). 29 1.9 Procedimento Experimental Com o uso do béquer e da balança, determine a densidade da água. Meça a temperatura da água e encontre nas Figuras 1.10 ou 1.11 desse relatório a viscosidade da água. Tabela 1.6 Dados experimentais. Densidade da água Temperatura da água Viscosidade da água 1.10 Operação e Funcionamento do Equipamento 1. Encha o reservatório com água “limpa” até, aproximadamente, 50 mm do seu nível máximo. 2. Abra totalmente todas as válvulas gaveta (VG) e a válvula globo (VGL), girando-as no sentido anti-horário; e a válvula esfera VE1, posicionando-a paralelamente à tubulação. 3. Anote as pressões dos manômetros da Figura 1.16 com o equipamento desligado. Note que o primeiro manômetro PS não parte do zero. Isso se deve à pressão em função da coluna de água do reservatório. Portanto, as pressões anotadas no manômetro de PS devem ser subtraídas desse valor (tara do manômetro). 4. Ligue o equipamento, posicionando o seletor em liga (L). 5. Feche totalmente as válvulas VG1, VG2 e VG5. Com o restante das válvulas abertas, aplique a equação de Bernoulli com as pressões dos manômetros. Obtenha a velocidade e a vazão volumétrica em função do diâmetro de onde os manômetros estão instalados. 6. A válvula VGL controla a quantidade de fluido que descarrega no reservatório. Anote na Tabela 1.8 os valores das pressões indicadas nos manômetros. Determine a velocidade e a vazão volumétrica para as seguintes condições da válvula VGL: válvula VGL totalmente aberta; válvula VGL metade aberta; válvula VGL ⅔ aberta; válvula VGL ¾ aberta. 7. Para a obtenção da perda de carga total e localizada, deve-se, inicialmente, abrir todas as válvulas gaveta (VG) e fechar a válvula globo (VGL). O conjunto experimental 30 em questão permite, a partir da manipulação das válvulas gaveta (VG), definir vários sistemas distintos, cada qual com diferentes “perdas de carga distribuídas e localizadas” e, portanto, com diferentes curvas. Com relação ao caminho do escoamento, mantendo-se as válvulas VG5 e VG6 sempre abertas, define-se quatro sistemas, como segue: 8. Sistema 1: VG1 e VG3 → Abertas e VG2 e VG4 → Fechadas. 9. Sistema 2: VG1 e VG4 → Abertas e VG2 e VG3 → Fechadas. 10. Sistema 3: VG2 e VG3 → Abertas e VG1 e VG4 → Fechadas. 11. Sistema 4: VG2 e VG4 → Abertas e VG1 e VG3 → Fechadas. 12. Para cada um dos sistemas, deve-se medir o comprimento da tubulação por onde o fluido vai escoar (caminho do escoamento), de acordo com as válvulas abertas e fechadas. Meça o diâmetro de cada tubo. Conte todos os acidentes, as curvas, “Ts”, válvulas e utilize a Tabela 1.7 para determinar os comprimentos característicos Le de cada acidente. Some todos os comprimentos para estabelecer a perda de carga distribuída. 13. Calcule o número de Reynolds em cadatubo com diâmetro diferente. Cada diâmetro diferente apresentará perda de carga distribuída diferente. Utilize o paquímetro para medir o diâmetro externo. Antes da Figura 1.15, tem-se uma relação entre o diâmetro externo e o diâmetro interno. 14. Encontre a rugosidade absoluta do circuito na Tabela 1.2. Determine a relação ɛ/D para cada seguimento analisado. 15. Determine o fator de atrito f para os diferentes diâmetros e diferentes números de Reynolds, utilizando a equação de Darcy ou o diagrama de Moody. 16. Determine o valor de k para cada acidente, de cada sistema. Utilize as Tabelas 1.3 e 1.4. 17. Determine a perda de carga localizada e a perda de carga distribuída para cada sistema. A perda de carga localizada é a soma de todas as perdas de carga de cada acidente do sistema. A perda de carga distribuída é a soma de todos os comprimentos do sistema, incluindo Le. 18. Preencha a Tabela 1.9 com os resultados de perda de carga. 31 1.11 Equações Auxiliares A equação (16) é obtida com a equação de Bernoulli (6), sendo conhecida como a equação do tubo de Pitot. Esse modelo foi obtido originalmente por Henry Darcy, no seu trabalho sobre tubo de Pitot. 2PD v ρ = (16) Em que: v = Velocidade do escoamento. PD = Pressão dinâmica (P1 – P2). ρ = Densidade do fluido. A vazão pode ser relacionada diretamente com a velocidade, como veremos mais adiante neste trabalho. .vQ v A= (17) Em que: Qv = Vazão volumétrica. A = Área de secção transversal do tubo. Tabela 1.7 Comprimento característico dos componentes. Peça Le Entrada reentrante 1,0 T 1,7 Curva 90o 0,3 Válvula 0,2 Saída e entrada 0,9 32 Tabela 1.8 Dados de velocidade e vazão. Válvula Manômetro PS (Pascal) Manômetro PD (Pascal) Velocidade (m/s) Vazão m3/s Válvula VGL Totalmente aberta Válvula VGL Metade aberta Válvula VGL ⅔ Aberta Válvula VGL ¾ Aberta Tabela 1.9 Resultados de perda de carga. Sistema Perda de Carga Distribuída Perda de Carga Localizada Perda de Carga TOTAL Sistema 1 Sistema 2 Sistema 3 Sistema 4 33 O objetivo da aula é determinar a massa específica de três líquidos diferentes: água, glicerina e detergente. Será utilizado um recipiente graduado (um pequeno béquer) e uma balança digital. O procedimento ocorre por intermédio da relação entre o volume e a massa do material; esse conceito foi estabelecido por ARQUIMEDES (287 a.C.-212 a.C.). Figura 2.1 Material utilizado para o ensaio: béquer graduado e balança. Produtos para o ensaio: água, detergente e glicerina. 2.1 Procedimento Experimental 1. Meça a massa do pequeno béquer vazio. A medida resultante é a massa de referência ou tara. 2. Com o pequeno béquer graduado, preencha o recipiente com um dos líquidos da experiência. Por conta da escala, preencha com o líquido até um valor inteiro na escala do béquer. 3. Meça a massa do béquer com a massa do líquido. Depois, subtraia a massa do béquer (vazio) da massa total. 4. Com o volume de líquido e a massa do líquido, utilize a equação (1) e determine a massa específica. m ρ V = (1) 34 5. Repita o procedimento cinco vezes para cada líquido e, utilizando as equações 2, 3 e 4, preencha as Tabelas 2.1, 2.2 e 2.3 para cada um dos três líquidos. Medida M N = (2) D = ∣ Média – Medida ∣ (3) Desvio D N = (4) Tabela 2.1 Desvio padrão – líquido 1. N Medida Média M Desvio D Desvio Médio D 1 2 3 4 5 Massa específica do líquido 1 = _______________±__________ kg/m3 Tabela 2.2 Desvio padrão – líquido 2. N Medida Média M Desvio D Desvio Médio D 1 2 3 4 5 Massa específica do líquido 2 = _______________±__________ kg/m3 35 Tabela 2.3 Desvio padrão – líquido 3. N Medida Média M Desvio D Desvio Médio D 1 2 3 4 5 Massa específica do líquido 3 = _______________±__________ kg/m3 36 3.1 Fundamentação Teórica A viscosidade é a deformação ou a taxa de deformação que uma substância de um fluido apresenta quando está sujeita a uma tensão normal ou tangencial. Assim, a resistência que um fluido impõe ao movimento está diretamente relacionada à viscosidade. A viscosidade pode ser classificada em viscosa ou elástica. Os modelos matemáticos lineares relacionam a deformação do fluido à tensão aplicada. O modelo matemático foi desenvolvido originalmente por Sir Isaac Newton (1642-1727); Robert Hooke (1643-1703) concebeu um modelo que relaciona a taxa de deformação e a tensão aplicada: .τ μ= (Taxa de deformação) Fluido Newtoniano (1) .τ G= (deformação) Sólidos Hookeano (2) Na primeira equação, é a viscosidade dinâmica (unidade [Pa.s] ou [kg/s/m]). Na segunda equação, G é a constante de Lamé (G. Lamé 1852) (unidade [Pa]). A diferença entre os modelos expressa o comportamento entre sólidos e líquidos. O fluido deforma continuamente quando sujeito a uma tensão tangencial ou normal (escoamento). O sólido, por sua vez, deforma até um limite de acordo com cada material; esse limite, nos sólidos, está relacionado à tensão de cisalhamento do material (deformação). Assim, a tensão nos fluidos é proporcional à taxa de deformação. Robert Hook (1635-1703), cientista inglês. Fonte: Wikimedia Commons (2004). Artista: Rita Greer (2004). 37 3.2 Viscosidade pelo Método de Stokes O viscosímetro de Stokes funciona por intermédio da determinação da velocidade de queda livre de uma microesfera de aço por meio do fluido que se deseja determinar a viscosidade. Na Figura 3.1, tem- se a ilustração do experimento. No viscosímetro de Stokes, a uma distância equivalente a 50 diâmetros da esfera, ela atinge a velocidade terminal, isto é, dV/dt é nulo; isso significa que a esfera está em equilíbrio. Assim, tem-se um equilíbrio entre a força de arrasto mais a força de empuxo contrária ao movimento da esfera e a força peso. Figura 3.1 Forças atuantes na esfera e visualização das linhas de corrente. George Gabriel Stokes (1819-1903), matemático e físico irlandês. Fonte: Wikimedia Commons. Artista: Fradelle & Young (1917). https://pt.wikipedia.org/wiki/1819 https://pt.wikipedia.org/wiki/1903 https://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tico https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsico https://pt.wikipedia.org/wiki/Irlanda 38 A força de arrasto pode ser expressa em termos do coeficiente de arrasto, CD (WHITE, 1991): 2 2 3 24 Re 2 4 D Df πμDV C ρ V πD = , (3) em que ReD ρ D V μ = . Ficando o balanço de forças para o escoamento permanente, dado pela equação (4): ( ) 2 3 21 2 4 6 D f s f πD πD C ρ V ρ ρ g = − (4) A solução analítica foi obtida por Stokes, em 1851. Há condições restritas para a solução, como, por exemplo, a ausência de inércia e para número de Reynolds menor do que 1. Figura 3.2 Coeficiente de arrasto para esfera. Fonte: White (1991). 39 De acordo com o modelo de Stokes, tem-se que para determinar a viscosidade do fluido necessita-se do diâmetro da esfera, da massa específica do fluido, da velocidade média da queda no fluido, da temperatura do fluido e do diâmetro da proveta onde o fluido se encontra. O objetivo da aula, portanto, é determinar a viscosidade de três líquidos diferentes, usando o experimento descrito por Stokes. Materiais e produtos utilizados no experimento: Figura 3.3 Produtos e instrumentos utilizados no experimento. 40 3.3 Procedimento Experimental 1. Determine a densidade dos três fluidos. 2. Faça duas marcas na proveta usando a fita crepe, considerando uma distância linear exata. Porexemplo, 200,0 mm ou 250,0 mm. 3. Anote a temperatura ambiente e anote a temperatura do fluido com o termômetro de vareta. 4. Meça o diâmetro da proveta com o paquímetro. 5. Encha a proveta com o fluido a ser analisado, por exemplo, o detergente. 6. Meça o diâmetro da esfera com o paquímetro e a sua massa. Determine a massa específica da esfera. 7. Abandone a esfera na boca da proveta, marcando o tempo assim que a esfera passar na primeira marca. 8. Um segundo operador deve marcar o tempo. 9. Pare o cronômetro quando a esfera passar na segunda marca. 10. Determine a velocidade média da esfera no fluido, usando a distância percorrida e o tempo cronometrado. 11. Repita o procedimento cinco vezes. 12. Faça a média e o desvio padrão com o desvio médio. Estabeleça as medidas confiáveis. 13. Realize os cálculos, utilizando as equações 1, 2, 3 e 4. Preencha as tabelas. Adote: g = 9,81 m/s2. 14. Utilize o verso das folhas para os cálculos auxiliares. 15. Se a principal interação do corpo com o fluido for o atrito interno, dizemos que o escoamento é laminar e será descrito pela Lei de Stokes: em que é a viscosidade do fluido, r é o raio do objeto e v é sua velocidade: 6 . .S π r vF =− (5) A força Fs é a resultante ➔ força peso menos a força de empuxo. ΣMedida M N = (6) | |D Média Medida= − (7) 41 Desvio D N = (8) Tabela 3.1 Dados para o fluido 1. 1 2 3 4 5 Diâmetro da proveta (m) X X X X Massa da esfera (kg) Raio da esfera (m) Temperatura ambiente (oC) X X X X Temperatura do fluido (oC) X X X X Massa específica do fluido (kg/m3) X X X X Massa específica da esfera (kg/m3) Tempo (s) Distância (m) X X X X Velocidade média (m/s) Força peso da esfera (N) Tabela 3.2 Desvio padrão – fluido 1. N Medida Média �̅� Desvio D Desvio Médio �̅� 1 2 3 4 5 Viscosidade 1 = _______________±__________ N.s/m2 42 Tabela 3.3 Dados para o fluido 2. 1 2 3 4 5 Diâmetro da proveta (m) X X X X Massa da esfera (kg) Raio da esfera (m) Temperatura ambiente (oC) X X X X Temperatura do fluido (oC) X X X X Massa específica do fluido (kg/m3) X X X X Massa específica da esfera (kg/m3) Tempo (s) Distância (m) X X X X Velocidade média (m/s) Força peso da esfera (N) Tabela 3.4 Desvio padrão – fluido 2. N Medida Média �̅� Desvio D Desvio Médio �̅� 1 2 3 4 5 Viscosidade 2 = _______________±__________ N.s/m2 43 Tabela 3.5 Dados para o fluido 3. 1 2 3 4 5 Diâmetro da proveta (m) X X X X Massa da esfera (kg) Raio da esfera (m) Temperatura ambiente (oC) X X X X Temperatura do fluido (oC) X X X X Massa específica do fluido (kg/m3) X X X X Massa específica da esfera (kg/m3) Tempo (s) Distância (m) X X X X Velocidade média (m/s) Força peso da esfera (N) Tabela 3.6 Desvio padrão – líquido 3. N Medida Média �̅� Desvio D Desvio Médio �̅� 1 2 3 4 5 Viscosidade 3 = _______________±__________ N.s/m2 44 3.4 Viscosímetro Copo Ford O copo Ford relaciona a viscosidade de um fluido com o tempo que ele gasta para escoar através de um orifício. O funcionamento do copo Ford é embasado no modelo desenvolvido por Poiseuille. Pela própria característica do fluido viscoso, o escoamento no copo Ford pode ser considerado como Escoamento Permanente, o que possibilita a utilização das equações de Poiseuille, podendo inclusive desprezar perdas de carga por atrito ou viscosidade. As perdas consideradas estão relacionadas ao orifício. O perfil de escoamento totalmente desenvolvido deve-se apenas à aceleração, em que as velocidades nas bordas são próximas de zero e a maior velocidade ocorre no centro do escoamento. A diferença de pressão do escoamento no orifício é (ρgh), sendo h a altura do fluido. Portanto, a variação da pressão estará relacionada apenas com a altura hidrostática, como descreveu Stevin nos seus trabalhos de variação de pressão em fluidos. ΔP ρgh= (9) Se Δp é a perda de pressão de um escoamento de Poiseuille, obtém-se a equação (10), desenvolvida no modelo de Poiseuille: 4 128 Q L ρgh μ πD (10) Com simplificações e técnicas de integração, obtém-se a equação (11), relacionada à viscosidade. Jean-Léonard-Marie Poiseuille (1797-1869), físico francês. Fonte: Wikimedia Commons (2010). 45 ( )0ln f t ν C h h (11) Nessa equação, h0 é a altura inicial e hf é a altura final do fluido no copo, ou seja, a diferença de altura é a própria capacidade do copo Ford. O fabricante do copo Ford, fornece dados de constantes definidas experimentalmente, que são as variáveis A e B da equação (12). Δν A t B= + (12) A equação (12) é a relação entre o tempo de esvaziamento total do copo Ford e a viscosidade cinemática do fluido. As constantes A e B variam com diferentes orifícios de cada copo Ford. 3.5 Procedimento Experimental Meça o tempo de esvaziamento total do fluido com o cronômetro, repetindo cinco vezes cada medida. Meça a temperatura do fluido a ser analisado. Determine a massa específica do fluido. 3.6 Resultados Calcule o valor médio dos tempos de esvaziamento total do copo. Estabeleça a média e o desvio padrão das cinco medidas. Determine as viscosidades cinemáticas. Determine as viscosidades dinâmicas. Estabeleça o intervalo de confiança de cada viscosidade por intermédio do desvio padrão. 46 A cinemática dos fluidos estuda os fluidos em movimento. 4.1 Vazão Volumétrica A vazão volumétrica é a relação entre o volume de fluido que escoa em um determinado tempo. A unidade mais utilizada é o volume pelo tempo, ou seja, o metro cúbico por segundo (m3/s). Um cálculo elementar de vazão volumétrica é medida pelo volume por tempo de escoamento. QV é a vazão volumétrica, V é o volume do fluido e t é o tempo para o fluido escoar. 𝑄𝑉 = 𝑉 𝑡 (1) 4.2 Procedimento Experimental Um exemplo básico para se determinar a vazão volumétrica consiste em utilizar-se de um balde graduado e deixá-lo encher em uma torneira. Com o tempo gasto e o volume anotado, determina-se a vazão volumétrica. 4.3 Relação entre Área e Velocidade Outra forma para se determinar a vazão volumétrica é por meio da área da secção transversal de um duto e a velocidade do fluido neste duto. O volume do fluido que escoa no duto é dado pelo produto do comprimento e da área de secção do duto. 𝑉 = 𝑑. 𝐴 (2) 47 Usando a equação (2), substituindo o Volume na equação de vazão volumétrica, tem-se: 𝑄𝑣 = 𝑑. 𝐴 𝑡 (3) Sabe-se que a relação d/t, comprimento sobre tempo, é a velocidade do fluido. Portanto, a vazão volumétrica também pode ser escrita da seguinte maneira: 𝑄𝑣 = 𝑣. 𝐴 (4) Em que QV é a vazão volumétrica, v é a velocidade do fluido e A é a área da secção do tubo. 48 O experimento de associação de bombas foi adquirido pela FHO junto à UFSCar. Todo o procedimento e os dados do equipamento foram retirados do manual que acompanha o experimento (MANUAL DE OPERAÇÃO, 2015a). O objetivo do experimento é a determinação experimental dos diversos pontos de operação de associações de bombas centrífugas iguais em série, em paralelo e combinadas. 5.1 Descrição do Equipamento O equipamento consiste em um reservatório, um conjunto de quatro bombas, um rotâmetro, dois transdutores de pressão e um painel frontal. As bombas estão associadas em série, duas a duas: um conjunto das bombas B1 e B2, à direita de quem está de frente para o painel, e um conjunto de bombas B3 e B4, à esquerda. As bombas B1, B2, B3 e B4 podem ser associadas em série, em paralelo e em série– paralelo, resultando as seguintes opções: a) Bombas B1 ou B3 operando sozinhas. b) Bombas B1 e B3 operando em paralelo. c) Bombas B1 e B2 (ou B3 e B4) operando em série. d) Todas as bombas operando em série – paralelo. Em cada ramo, uma válvula esfera (V1, V2, V3 e V4) é responsável pela operação (ou não) em série ou paralelo. Esses dois ramos podem operar em paralelo quando as respectivas bombas estiverem ligadas. Nos dois tipos de associação, as vazões de cada ramo são reguladas por meio da válvula globo1 (V5) colocadas após o rotâmetro encarregado de indicar o valor. Opcionalmente, quando se atuar apenas com uma 1 Não confundir com válvulas esfera. 49 bomba ou duas em série, será possível manipular a vazão através da abertura dessa válvula globo, mantendo-se as outras válvulas esfera (pertencentes ao outro ramo) fechadas. Dois transdutores de pressão (manovacuômetro – 1 a 5 bar) transformarão os sinais analógicos colhidos nas tomadas de pressão (localizadas na sucção e na descarga de cada bomba) em sinais elétricos, que serão enviados para o indicador no painel de LEDs. No painel onde estão os indicadores existem oito válvulas que acionam os indicadores e uma chave geral para se ligar os LEDs, além de quatro chaves para cada bomba (B1, B2, B3 e B4). Atrás do painel existe um disjuntor, que funciona como chave geral do sistema. A Figura 5.2 mostra os detalhes do painel: Figura 5.2 Esquema do Painel (a) e da disposição das bombas (b). 50 Fonte: Manual de Operação (2015a). Para se fazer uma leitura, apenas uma chave de cada grupo deve estar aberta. 5.2 Procedimento Experimental 5.2.1 Curva de uma bomba (exemplo B1) a) Ligue todas as bombas. b) Abra todas as válvulas do painel para drenagem do ar, fechando-as em seguida. c) Atuando nas válvulas esfera, deixe operante apenas um dos ramos. d) Atue na válvula esfera conjugada para que as bombas não fiquem em série (se a manopla da válvula esfera aponta na direção do tubo, então ela está aberta). e) Atuando na válvula globo (após o rotâmetro), fixe uma vazão. f) Faça a leitura no rotâmetro e anote a vazão. g) Abra no painel as válvulas de leitura correspondentes à bomba B1 (a bomba B1 foi escolhida como exemplo, mas poderia ser B3). h) Abra a válvula P1 para fazer a leitura da pressão de sucção no indicador. Anote o valor e feche a P1. i) Abra a válvula P2 para fazer a leitura da pressão de descarga no indicador. Anote o valor e feche a P2. Anote os valores. 51 j) Do valor da pressão na descarga subtraia o valor da pressão na sucção (esse valor, posteriormente dividido pelo produto [ .ρ g ], será a AMT da bomba). k) Com um termômetro, meça a temperatura da água (essa temperatura permitirá tomar a densidade da água; se o experimento demorar, ela variará por efeito Joule). l) Volte ao item e) e repita a sequência para, pelo menos, cinco pontos (entre eles, os das vazões nula e máxima). 5.2.2 Curva de duas bombas em série (B1 e B2 ou B3 e B4) a) Ligue todas as bombas. b) Abra todas as válvulas do painel para a drenagem do ar, fechando-as em seguida. c) Feche um dos ramos e deixe o outro aberto, como já foi descrito. d) Atue nas válvulas esfera para que as bombas fiquem em série (as bombas B1 e B2, por exemplo). e) Atuando na válvula globo, fixe uma vazão. f) Faça a leitura no rotâmetro. Anote a vazão. g) Abra no painel as válvulas de leitura correspondentes à sucção e descarga de B1. h) Faça a leitura da pressão de sucção no indicador com a P1 aberta. Anote o valor e feche a P1. i) Faça a leitura da pressão de descarga no indicador com a P4 aberta. Anote o valor e feche a P4. j) Subtraia do valor da pressão na descarga o valor da pressão na sucção (as bombas B1 e B2, por exemplo). k) Com um termômetro, meça a temperatura da água (também conhecida por Curva da Tubulação). l) Volte ao item e) e repita a sequência para, pelo menos, cinco pontos (é bom lembrar que a atuação em uma válvula, abrindo-a ou fechando-a, muda o “sistema”). Observe que neste procedimento estão sendo implicitamente incluídas as perdas de carga entre as bombas B1 e B3 ou B2 e B4. 5.2.3 Curva de duas bombas em paralelo a) Ligue todas as bombas. 52 b) Abra todas as válvulas do painel para drenagem do ar, fechando-as em seguida. c) Abra os dois ramos. d) Atue nas válvulas esfera para que as bombas B1 e B3 fiquem em paralelo e que B2 e B4 não fiquem em série com elas. e) Atuando na válvula globo (V5), acerte a vazão. f) Verifique no painel se as diferenças de pressão entre a leitura de sucção (P1 e P5) para ambas as bombas. Note que ambas terão que ser iguais. Anote o valor e feche P1 e P5. g) Anote as vazões. h) Faça a leitura da pressão de descarga com P2 e P6 abertas (devem ser iguais). Anote os valores e feche P2 e P6. i) Do valor da pressão na descarga subtraia o valor da pressão na sucção (as bombas B1 e B2, por exemplo). j) Com um termômetro, meça a temperatura da água (também conhecida por Curva da Tubulação). k) Volte ao item e) e repita a sequência para, pelo menos, cinco pontos (é bom lembrar que a atuação em uma válvula, abrindo-a ou fechando-a, muda o “sistema”). 5.2.4 Curva de quatro bombas em associação combinada a) Ligue todas as bombas. b) Abra todas as válvulas do painel para drenagem do ar, fechando-as em seguida. c) Abra os dois ramos. d) Atue nas válvulas esfera para que as bombas B1 com B2 e B3 com B4 fiquem em série. Consequentemente, será feita a associação em paralelo. e) Inicie a regulagem da vazão pela válvula V5. É importante que, no início, essa válvula V5 esteja parcialmente aberta. f) Abra V5 até a vazão máxima. g) Varie a vazão com o fechamento de V5 e anote as vazões. h) Faça a leitura da pressão de sucção da bomba B1 e B3 com P1 e P5 abertas. Anote o valor e feche P1 e P5 (devem dar os mesmos valores). i) Faça a leitura da descarga das bombas B2 e B4 com P4 e P8 abertas. Anote os valores e feche P4 e P8. Faça a diferença entre os valores da P de sucção e descarga. 53 j) Com o termômetro, meça a temperatura da água (também conhecida por Curva da Tubulação). k) Volte ao item g) e repita a sequência para, pelo menos, cinco pontos (é bom lembrar que a atuação em uma válvula, abrindo-a ou fechando-a, muda o “sistema”). 5.3 Tratamento dos Dados Experimentais Construa os quatro gráficos, identificando os pontos 2’, 3’ e 4’, da Figura 1 (do anexo), e tentando ver as curvas do sistema por meio dos pontos 1, 2, 3 e 4. 54 REFERÊNCIAS BIRD, R. B.; ARMSTRONG, R. C.; HASSAGER, O. Dynamics of polymeric liquids. 2. ed. Estados Unidos da América: John Wiley Professional, 1987. 672 p. BISWAS, A. K. History of hydrology. Amsterdã-Londres: North-holland Publishing Company, 1970. 336 p. BRODKEY, R. S. The phenomena of fluid motions. Massachusets: Addison-wesley Publishing Company, 1967. 754 p. BROWN, G. O. Pesquisa de Recursos Hídricos. Biblioteca Online Wiley, 2002. Disponível em: https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1029/2001WR000727. Acesso em: 28 nov. 2019. CHRISTENSEN, B. A. Discussion of “limitations and proper use of the Hazen-Williams equation”. Journal of Hydraulic Engineering, ASCE, E.U.A., v. 126, n. 2, p. 167-168, fev. 2000. COMOLET, R.; BONNIN, J. Mecanique experimentale des fluides. Paris: Masson Etcie Editeurs, 1964. DARCY, H. Rapport à M. le ministre des travaux publics, sur le pavage et macadamisage des chaussées de Londres et de Paris: Annales des Ponts et Chaussées. 49. ed. Paris: Bibliotheque Nationale, 1850. 264 p. DARCY, H. 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Esse gráfico é uma parábola ascendente interceptando o eixo das ordenadas (Q = 0) em ΔP/Δ + Δv2/(2g)+ Δz, em que ΔP é a diferença de pressão, Δv2 é a diferença dos quadrados das velocidades e Δz é a diferença de altura entre as extremidades da bomba. Usualmente, os dois últimos termos, referentes às diferenças de energia cinética e de energia potencial, são desconsiderados. O encontro dessa curva com a Curva da Bomba é o chamado Ponto de Operação. É comum associar bombas centrífugas para aumentar sua faixa de atuação, seja em termos de vazão, seja em termos da energia fornecida ao líquido. A curva da associação em série é obtida de forma que, para uma mesma vazão, AMTs de cada bomba sejam individualmente somadas. Para a curva da associação em paralelo, para uma mesma AMT, somam-se as vazões de cada bomba individualmente. Para a associação combinada (série – paralelo), constrói-se a curva da associação em série e a partir dela se faz a associação em paralelo. O aluno deve perceber dois aspectos: a) Na associação em série, a curva real passa abaixo da proposta teoricamente e se afasta dessa à medida que a vazão aumenta. Isso se deve ao fato de que existe uma perda de carga entre as bombas e essa aumenta com o expoente da vazão. b) Ao contrário do que muitos engenheiros pensam, associar bombas iguais não “dobra” a vazão ou a AMT. O ponto de operação depende da curva do sistema, que é uma parábola, e, portanto, nunca fornecerá o dobro de quaisquer das duas grandezas (Q e AMT). A Figura 2 mostra os diversos pontos de operação de cada tipo de associação. 2 Também conhecida por Curva da Tubulação. 58 Figura 1 Associação de bombas centrífugas. Fonte: Manual de Operação (2015a). Para uma dada configuração do sistema3, o ponto 1 é o ponto de operação de uma única bomba; o ponto 2 corresponde a duas bombas associadas em série; o ponto 3 corresponde à associação em paralelo; e o ponto 4 é a associação combinada das quatro bombas em série e paralelo, duas a duas, respectivamente. Em termos de projeto de processos, o engenheiro deve notar, no caso descrito na Figura 2, que a associação em paralelo aumenta muito pouco a vazão do sistema, sendo portanto uma má escolha. O ponto 2' representa o ponto de operação de cada bomba associada em série; o ponto 3' representa o ponto de operação de cada bomba associada em paralelo; e o ponto 4' representa o ponto de operação de cada bomba associada em série – paralelo. É importante observar que esses pontos não estão sobre a curva do sistema. As válvulas talvez sejam os elementos mais importantes de um sistema de bombeamento. A Figura 2 mostra o efeito do fechamento de uma válvula nos quatro pontos de operação: essa “movimentação” deve ser entendida pelo engenheiro no momento do projeto; diminuir vazão é uma coisa simples, aumentar não; se o projetista prevê a possibilidade de aumento de vazão no futuro é bom sugerir uma válvula parcialmente fechada no sistema. 3 É bom lembrar que a atuação em uma válvula, abrindo-a ou fechando-a, muda o “sistema”. 59 Figura 2 Efeito do fechamentode válvulas na curva do sistema. Fonte: Manual de Operação (2015a). 60 View publication statsView publication stats https://www.researchgate.net/publication/343858524
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