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PORTO ALEGRE, 2015 MARCEL LEITE MORAES A NOVA FUNÇÃO SOCIAL DA GUARDA MUNICIPAL, NA SEGURANÇA PÚBLICA, COM A LEI N. 13.022/2014 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM SEGURANÇA PÚBLICA, CIDADANIA E DIVERSIDADE A NOVA FUNÇÃO SOCIAL DA GUARDA MUNICIPAL, NA SEGURANÇA PÚBLICA, COM A LEI N° 13.022/2014 MARCEL LEITE MORAES ORIENTADORA: DRA. MELISSA DE MATTOS PIMENTA PORTO ALEGRE, 2015 MARCEL LEITE MORAES A NOVA FUNÇÃO SOCIAL DA GUARDA MUNICIPAL, NA SEGURANÇA PÚBLICA, COM A LEI N°13.022/2014 Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Segurança Pública e Cidadania da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Segurança Pública. Professora Orientadora: Dra. Melissa de Mattos Pimenta. PORTO ALEGRE, 2015 3 Dedico este trabalho a todos os guardas municipais de Porto Alegre, principalmente àqueles que acreditam que uma Nova Guarda é possível. 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente à Letícia Marchetti pelo amor, companheirismo incondicional, pela paciência, pela compreensão da minha ausência momentânea, e especialmente pela valorosa contribuição com sugestões na monografia, sobretudo durante as noites mal dormidas, sem esquecer os cafezinhos da madrugada. Aos meus filhos, Bruna Moraes, Brenda Moraes e José Eduardo Moraes por ser meu maior incentivo na vida, sendo meu combustível nos momentos difíceis. A mais nova integrante do clã Moraes, Maria Antônia Barbosa Moraes, minha filha que nasceu neste ano de 2015. À minha mãe, Zaleti Moraes, por ensinar-me os caminhos corretos da vida, mesmo que dê certa feita, eu procurasse um errado. À minha família, que mesmo distante, confia e acredita em meu potencial. Ao meu pai, José Eduardo Amaro Moraes, "In Memoriam", independente do pouco tempo que esteve comigo, influenciou-me a ser o homem que sou. Aos meus avôs paternos e maternos, "In Memoriam", em especial, a minha avó materna, Josina Leite, por ter sido meu porto seguro durante minha infância. Aos meus amigos da Invasão Xavante pelo incentivo, motivação e descontração, mesmo nos momentos de aflição devido ao curto tempo. Aos professores, que desempenharam com dedicação as aulas ministradas. À minha orientadora, Dra. Melissa de Mattos Pimenta, por ter guiado o caminho da pesquisa, dando-me um norte para segui-lo. Aos meus colegas de classe, sobretudo aos "xerifes", sempre prestativos em qualquer momento do curso. Aos meus colegas servidores da Guarda Municipal de Porto Alegre, em destaque, aos integrantes da Área Menino Deus, à qual faço parte. E finalmente agradeço a Deus, por proporcionar estes agradecimentos a todos, além de dar-me uma família maravilhosa e amigos sinceros. Deus, que a mim atribuiu alma e missões pelas quais já sabia que eu iria batalhar e vencer, agradecer é pouco. Por 5 isso lutar, conquistar, vencer e até mesmo cair e perder, e o principal, viver é o meu modo de agradecer sempre. 6 "Todos podem ver as táticas de minhas conquistas, mas ninguém consegue discernir a estratégia que gerou as vitórias." Sun Tzu 7 LISTA DE ABREVIATURAS ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações ASSECOM – Assessoria Comunitária CBM – Corpo de Bombeiros Militar CF – Constituição Federal CFGM – Centro de Formação da Guarda Municipal COGM – Central de Operações da Guarda Municipal CONASP – Conselho Nacional de Segurança Pública CNSP – Conferência Nacional de Segurança Pública CTN – Código Tributário Nacional EB – Exército Brasileiro EPTC – Empresa Pública de Transporte e Circulação FENEME – Federação Nacional de Entidades de Oficiais Estaduais FNSP – Fundo Nacional de Segurança Pública FSPM – Fórum de Segurança Pública Municipal GC – Guarda Civil GCM – Guarda Civil Metropolitana GCM – Guarda Civil Municipal GEM – Grupamento Especial Motorizado GM – Guarda Metropolitana GM – Guarda Municipal GMPA – Guarda Municipal de Porto Alegre GN – Guarda Nacional LOM – Lei Orgânica Municipal MJ – Ministério da Justiça MS – Mato Grosso do Sul NAA – Núcleo de Apoio Administrativo NAP – Núcleo de Ações Preventivas 8 NEE – Núcleo de Estudo e Estatística PC – Polícia Civil PEC – Projeto de Emenda Constitucional PF – Polícia Federal PFF – Polícia Ferroviária Federal PFL – Partido da Frente Liberal PIB – Produto Interno Bruto PL – Projeto de Lei PLC – Projeto de Lei Complementar PM – Polícia Militar PMPA – Prefeitura Municipal de Porto Alegre PP – Partido Progressista PPS – Partido Popular Socialista PRF – Polícia Rodoviária Federal PNSP – Plano Nacional de Segurança Pública PRONASCI – Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania PSDB – Partido Socialista Democrático Brasileiro PTB – Partido Trabalhista Brasileiro RJ – Rio de Janeiro RS – Rio Grande do Sul SAC – Setor de Armamento e Comunicação SAE – Sistema de Alarme Eletrônico SENASP – Secretaria Nacional de Segurança Pública SETRAN – Setor de Transporte SMDHSU – Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana SMED – Secretaria Municipal de Educação SMSEG – Secretaria Municipal de Segurança SNARM – Sistema Nacional de Armas SP – São Paulo SSE – Setor de Segurança Eletrônica 9 STF – Supremo Tribunal Federal 10 RESUMO A Constituição da República Federativa do Brasil, no seu caput do artigo 144, esclarece os órgãos responsáveis pela segurança pública no País, criando de certa forma, uma hierarquização entre as forças policiais. Coube aos Municípios a constituição das Guardas Municipais, entretanto, de forma facultativa, destinados para a proteção dos seus bens, serviços e instalações municipais. Assim como houve uma evolução no âmbito da segurança pública, ocorreu de maneira linear, um crescimento na criminalidade no território brasileiro. Não obstante, a sensação de segurança da população não acompanhou o crescimento do progresso da segurança pública nacional. Por conseguinte, foram sendo criadas Políticas Públicas Nacionais de Segurança para a obtenção de parâmetros para combater esta percepção da coletividade brasileira. Entre uma das medidas adotadas para a contenção da violência urbana, foi à criação do Estatuto Geral das Guardas Municipais, com a Lei N° 13.022 de 8 de agosto de 2014, mesmo com uma enorme polêmica em torno da sua inconstitucionalidade. Ficou determinado como competência geral das Guardas Municipais, além das descritas na Carta Magna, regulamentação da atuação preventiva, contínua e sistemática da proteção à população que utiliza os recursos do município, ou seja, toda sociedade. Isto posto, acontece a inclusão das Guardas Municipais como operadores de segurança pública, surgindo assim uma nova polícia: A Polícia Municipal, com desígnios tracejados nos Direitos Humanos fundamentais, com perspectivas a uma excelência na construção da cidadania, liberdades públicas e evoluções sociais para suas populações, em conformidade como intento da colaboração da paz social. Palavras-chave: Estatuto Geral das Guardas Municipais. Polícia Municipal. Políticas Públicas Nacionais de Segurança. 11 ABSTRACT The Constitution of the Federative Republic of Brazil, the caput of Article 144, clarifies the agencies responsible for public security in the country, creating a sense, a hierarchy between police forces. It was up to the municipalities the establishment of Municipal Guards, however, on an optional basis,intended for the protection of their property, services and municipal facilities. Just as there was an evolution in the public safety, it occurred in a linear fashion, an increase in crime in Brazil. Nevertheless, the sense of security of the population did not follow the growth of the national public safety progress. Therefore, were created National Security Public Policy to obtain parameters to tackle is the perception of the Brazilian community. Among one of the measures taken to contain urban violence, was the creation of the General Status of Municipal Guards, with N° 13,022 Law of August 8, 2014, even with a huge controversy around its unconstitutionality. It was determined as a general competence of the Municipal Guards, other than those described in the Constitution, regulation of preventive action, continuous and systematic protection of the population using the city's resources, ie, the whole society. That said, happens to include the Municipal Guards as public security operators, thus resulting in a new police: The Municipal Police, with dashes designs in fundamental human rights, with prospects for an excellence in building citizenship, civil liberties and social changes to their populations, consistent and intent of the collaboration of social peace. Keywords: General Status of Municipal Guards. Municipal Police. National Security Public Policy. 12 RÉSUMÉ La Constitution de la République fédérative du Brésil, l'habitant de l'article 144, précise les agences responsables de la sécurité publique dans le pays, créant un sentiment, une hiérarchie entre les forces de police. Mais il était aux municipalités la création de gardes municipaux, sur une base facultative, destinée à la protection de leurs biens, les services et les installations municipales. Tout comme il ya eu une évolution dans la sécurité publique, il a eu lieu de manière linéaire, une augmentation de la criminalité au Brésil. Néanmoins, le sentiment de sécurité de la population n'a pas suivi la croissance de la progression nationale de la sécurité publique. Par conséquent, ont été créés Politique nationale de la Sécurité publique pour obtenir des paramètres d'aborder est la perception de la communauté brésilienne. Parmi l'une des mesures prises pour contenir la violence urbaine, était la création du statut général des gardes municipaux, la loi n ° 13022 du 8 Août 2014, même avec une énorme controverse autour de son inconstitutionnalité. Il a été déterminé comme une compétence générale des gardes municipaux, autres que ceux décrits dans la Constitution, la réglementation de l'action préventive, la protection continue et systématique de la population en utilisant les ressources de la ville, à savoir, la société tout entière. Cela dit, arrive à comprendre les gardes municipaux que les opérateurs publics de sécurité, résultant ainsi en une nouvelle police: la police municipale, avec des tirets conceptions en matière de droits humains fondamentaux, avec des perspectives pour une excellence dans la construction de la citoyenneté, les libertés civiles et les changements sociaux à leur populations, cohérente et à l'intention de la collaboration de la paix sociale. Mots-clés: Situation Générale des Gardes Municipaux. La Police Municipale. Politique Nationale de la Sécurité Publique. 13 RESUMEN La Constitución de la República Federativa del Brasil, el caput del artículo 144, aclara las agencias responsables de la seguridad pública en el país, la creación de un sentido, una jerarquía entre las fuerzas policiales. Fue hasta los municipios la creación de la Guardia Municipal, sin embargo, de manera opcional, destinadas a la protección de sus bienes, servicios e instalaciones municipales. Así como hubo una evolución en la seguridad pública, se le ocurrió de forma lineal, con un incremento de la delincuencia en Brasil. Sin embargo, la sensación de seguridad de la población no siguió el crecimiento del progreso nacional de seguridad pública. Por lo tanto, se creó la Política Nacional de Seguridad Pública para obtener parámetros de abordar es la percepción de la comunidad brasileña. Entre una de las medidas adoptadas para contener la violencia urbana, fue la creación de la situación general de la Guardia Municipal, con la Ley N ° 13.022 de 8 de agosto de 2014, aunque con una gran controversia en torno a su inconstitucionalidad. Se determinó como una competencia general de la Guardia Municipal, distintos de los descritos en la Constitución, la regulación de la acción preventiva, la protección continua y sistemática de la población que utiliza los recursos de la ciudad, es decir, a toda la sociedad. Dicho esto, pasa a incluir a la Guardia Municipal como operadores públicos de seguridad, lo que resulta en una nueva policía: La Policía Municipal, con guiones diseños en los derechos humanos fundamentales, con perspectivas de una excelencia en la construcción de la ciudadanía, las libertades civiles y los cambios sociales a su poblaciones, coherente y la intención de la colaboración de la paz social. Palabras clave: Estado General de La Guardia Municipal. La Policía Municipal. Política Nacional de Seguridad Pública. 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15 1.1 Organização do Trabalho ...................................................................... 17 CAPÍTULO I ...................................................................................................... 20 2. A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL .................................................... 20 2.1 As Polícias e a Guarda Municipal ............................................................ 31 CAPÍTULO II ..................................................................................................... 28 3. AS GUARDAS MUNICIPAIS ....................................................................... 28 3.1 As Guardas Municipais Como Polícias .................................................... 31 CAPÍTULO III .................................................................................................... 36 4. A GUARDA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE ....................................... 36 4.1 O Estatuto Geral das Guardas Municipais Lei n. 13.022/2014 ................ 43 4.2 A Guarda Municipal Como Nova Polícia ................................................. 56 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 62 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 66 7. ANEXOS ........................................................................................................ 72 15 1 INTRODUÇÃO Este trabalho é um estudo sobre a segurança pública no Brasil, dissertando sobre as polícias, sendo elas federais, civis e militares, e principalmente um novo modelo de polícia que surge com a Lei n. 13.022 de 8 de agosto de 2014, a polícia municipal, com as Guardas Municipais. Com o aumento significativo dos índices de violência, por todos os cantos de nosso País, o debate sobre segurança pública acabou saindo das fronteiras dos quartéis e chegando às universidades e organizações governamentais e não governamentais, sobretudo com o interesse popular no assunto, a comunidade na segurança pública. E com essa inclusão das comunidades na segurança pública surgiu o sistema de policiamento comunitário, um modelo que uniu cidadãos e Estado através da figura do policial, entretanto o programa teve seu lado negativo, relacionado a diversos fatores, em especial, ao autoritarismo e a militarização do sistema pelas polícias militares, uma vez que são elas que desempenham esse elo com a população. Contudo, com um novo prisma para a segurança pública, foi sancionadapela presidenta Dilma Rousseff, a Lei Nº 13.022 de 8 de agosto de 2014, com o nome de Estatuto Geral das Guardas Municipais, inserindo definitivamente as Guardas Municipais no corpo de agentes de segurança pública no Brasil, com a missão da incolumidade às pessoas. Deste modo, os cidadãos serão propósitos de cuidados pelos guardas municipais, do mesmo modo que, os bens, serviços, instalações e logradouros públicos municipais. Com esta legislação, tende-se a emergir uma nova polícia, uma polícia municipal, desmilitarizada, humanizada, comunitária e pautada nos Direitos Humanos fundamentais. Com essa nova força policial teremos uma redução da violência urbana? Criar outra instituição policial terá a aprovação da população brasileira, tal e qual, conseguirão serem parceiros neste sistema de policiamento comunitário? Com o desenvolver da monografia, tentaremos responder estas perguntas sob a ótica de alguns escritores, pensadores e professores que trabalham com o tema Segurança Pública no Brasil. Em vista disso, através de autores, tentaremos debater pontos positivos e negativos para a inclusão das Guardas Municipais como agentes de segurança pública, de fato e de 16 direito. O caminho para a municipalização da segurança pública brasileira passou a ser escrito, assim como ocorreu com o sistema público de saúde, como este o caminho será trilhado e quais objetivos que serão alcançados, que serão as perguntas de futuro, contudo este é um caminho sem retorno para o ingresso das Guardas Municipais como agentes de Segurança Pública. São alguns escopos da monografia sobre as Guardas Municipais: identificar os sintomas dos problemas na Segurança Pública no Brasil, devido aos grandes índices de criminalidade; problemas de drogadição; crime organizado; corrupção; falta de credibilidade entre Estado e população; morosidades do sistema Judiciário; altas taxas de superlotações em presídios; e sistemas carcerários arcaicos e falidos; falta de investimentos nas polícias brasileiras; assim como necessidades de melhores ações de Políticas Públicas Nacionais de Segurança. Observar o trabalho das forças de segurança pública, com uma atenção muito específica nas Guardas Municipais em todo território nacional, principalmente na Guarda Municipal de Porto Alegre e em sua história. Fomentar as legislações; PEC; PL; Leis Orgânicas; Leis Ordinárias; Decretos, ou seja, em conclusão, as mudanças nas disposições legais que ocorreram e/ou estão por ocorrer, no campo de suas atribuições, principalmente na inalterabilidade às pessoas. Analisar em toda sua íntegra, a Lei n. 13.022 de 8 de agosto de 2014; comparar os artigos e incisos apresentados; comentar todos os 23 (vinte e três) artigos, os 35 (trinta e cinco) incisos e os 14 (catorze) parágrafos, que constituem o Estatuto Geral das Guardas Municipais, lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. Concluir, que no atual momento da Segurança Pública brasileira, uma investida de outro órgão de segurança pública, seria muito salutar para a população, não apenas por um maior contingente policial, mas por uma nova polícia que tem em sua origem uma prática comunitária, em credibilidade com a comunidade. Para esse fim, consultar autores sobre a matéria proposta, ou que tenham em seus livros ou artigos, assuntos pertinentes com a segurança pública brasileira, mesmo que dê forma indireta. Por fim, o resultado de conclusão do trabalho será desenvolvido com paciência e com algum tempo para a percepção da aplicação da Lei n. 13.022/2014, em razão que, 17 ainda estamos no tempo de adaptação que o próprio Estatuto Geral das Guardas Municipais delibera, isto é, um prazo de 2 (dois) anos a contar a data de sua publicação. Somando-se a isso, a tentativa de tornar o Estatuto Geral das Guardas Municipais inconstitucional, no Supremo Tribunal Federal (STF), através da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Estaduais (FENEME). Logo, esta dissertação poderá seguir como objeto de estudo e pesquisa em monografias de mestrado e teses de doutorado, visto que, o resultado prático da Lei n. 13.022/2014 teremos apenas com o passar dos anos, colhendo seus frutos ou não. 1.1 Organização do Trabalho A organização deste trabalho de conhecimento e investigação, está decomposto em 3 (três) capítulos, sendo que cada um dos conteúdos terá subtítulos, essas partes ao todo formam o corpo da monografia sobre “A Nova Função Social da Guarda Municipal, na Segurança Pública, com a Lei N° 13.022/2014”, serão descritos resumidamente a seguir: No capítulo I, serão apresentados os conceitos e definições sobre Segurança Pública no Brasil, seus dilemas e suas características. Este capítulo é segmentado em um subtítulo, que aborda as Polícias e a Guarda Municipal, conceituando e apresentando-as, suas atribuições e princípios de atuação. No decorrer da produção desta obra, teremos o segundo tópico, denominado capítulo II, onde o tema proposto serão as Guardas Municipais no Brasil, com sua apresentação e contextualização, com sua definição constitucional voltada à proteção do patrimônio público municipal, isto é, bens, serviços, instalações e logradouros. Ainda nesta parte, serão tratadas as Políticas Públicas Nacionais de Segurança, com objetivos pautados na redução da criminalidade, participação de suas populações, qualificação dos agentes de segurança pública e contribuição com a cidadania nacional. 18 Existe uma divisão neste capítulo, com o nome de: “As Guardas Municipais como Polícias”, onde serão estudadas as atividades das guardas municipais como agentes policiais, com uma visão sociológica para essas ações. No âmbito jurídico e legislativo, serão apresentadas explicações e juízos sobre as Propostas de Emenda Constitucional que tramitam na Câmara dos Deputados e/ou no Senado Federal, além do Projeto de Lei que se perdura em debate, propondo uma análise detalhada para a integração dos órgãos de segurança pública da União, dos Estados e dos Municípios. No 3° e último capítulo desta monografia, será apresentada a Guarda Municipal de Porto Alegre, em um breve contexto historiográfico da instituição, nos períodos em que ocorreram suas transformações organizacionais, destacando-se as 5 (cinco) fases evolutivas da Guarda Municipal mais antiga do Brasil. A parte legislatória desta produção será apresentada no capítulo III, a Lei n. 13.022/2014, que trata do Estatuto Geral das Guardas Municipais, sendo apresentados todos os artigos em cada um dos seus itens. Refletindo sobre a posição das Guardas Municipais com a responsabilidade, sob forma de lei, da proteção às suas populações, somada as atribuições de praxe que as corporações municipais sempre realizaram. Em contrapartida da Lei n. 13.022/2014, tramita a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 5.156. O Ministro Gilmar Mendes é o relator da ação impetrada pela Federação Nacional de Entidades de Oficiais Estaduais (FENEME). Desta feita, apresentada a legislação que concebe o zelo aos cidadãos, o último assunto a ser debatido, será a Guarda Municipal como agente de polícia, realizando um trabalho social na companhia das comunidades locais, sempre com caráter da preservação à vida, porquanto este é o primordial princípio da nova atuação da GM. Independentemente da convicção da cautela aos indivíduos, serão compreendidos, nas atividades das Guardas Municipais, a parte ostensiva da prevenção à criminalidade. Finalizando o trabalho de conclusão do curso de Especialização Lato Sensu em Segurança Pública, Cidadania e Diversidade, serão apresentadas as considerações finais, com os resultados obtidos através do objeto de pesquisa. Em seguida a parte referencial, onde estarão citados os autores que contribuíram direta ou indiretamente com o alvo de estudo. Para terminar, será apresentada a entrevista realizada com o secretário adjunto, 19João Hélbio Carpes Antunes, da Secretaria Municipal de Segurança do Município de Porto Alegre. 20 CAPÍTULO I 2. A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL A Segurança Pública no Brasil nos dias atuais está em uma ampla transformação e dificuldade, em uma rota quase sem saída, porque o crime caminha com passos largos e ameaça toda população brasileira. Neste cenário, temos as polícias civis e militares no combate à criminalidade, com sua atuação constitucional, e as guardas municipais colaborando, de forma salutar, para o enfrentamento dos problemas que tangem à segurança pública. Segurança Pública, conforme Costa (2011) e Lima (2011) é apenas um conceito superficial na legislação nacional e nas normas das instituições que são encarregadas de assegurar a ordem e os direitos. Estes mesmos autores dizem que: Segurança Pública é um conceito do qual todos, em geral, imaginam saber o seu significado, mas que, ao buscar defini-lo, não é incomum surgirem dificuldades analíticas à compreensão de todas as suas dimensões e desdobramentos. Diferentes posições políticas e institucionais interagem para que segurança pública não esteja circunscrita em torno de uma única definição conceitual e esteja imersa num campo em disputa. Trata-se menos de um conceito teórico e mais de um campo empírico e organizacional que estrutura instituições e relações sociais em torno da forma como o Estado administra ordem e conflitos sociais. (COSTA; LIMA 2011, p. 482) A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 6º1 garante a todos a segurança como um direito social. Para uma condição de um estado democrático de direito, este artigo é indispensável e imprescindível para a cidadania. De acordo com Sichonany Jr. (2013, p.19): A segurança é uma necessidade da natureza do convívio humano. As pessoas necessitam se sentir[sic] seguras na sociedade na qual vivem. Trata-se de um sentimento pelo qual todos anseiam para que se possa ter uma vida sem perigos. Assim, a segurança passa a ser um instrumento para fins de bem-estar social. 1 O caput do art. 6º da Constituição Federal de 1988 é o item que trata dos direitos sociais, sendo os direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010). 21 Nesta perspectiva, o artigo 6º da nossa Carta Magna, vem ao encontro dos anseios de todos, não obstante, a segurança vem de encontro com o atual momento que a sociedade brasileira enfrenta. A sensação de insegurança é infinitamente relevante para as comunidades contemporâneas, isto é, uma sociedade segura é uma população mais harmônica e com um melhor bem-estar social. A paz e as pessoas vivem em uma constante perseguição mútua (KOCH, 2014). O problema da segurança pública brasileira passou a ser considerado desafio crucial para um Estado justo e igualitário. A imprensa tem um papel relevante nesta situação, uma vez que, nunca foi tão debatido e divulgado a questão da segurança pública nacional. A visibilidade com este tema corre aos quatro cantos do País e torna-se grande assunto de debate com especialistas, acadêmicos, e público em geral. No entanto, este papel da imprensa também tem seu lado nocivo, de acordo com Bourdieu (1997) a imprensa divulga informações que não correspondem com a realidade para ter audiência, e para Ramonet (1999) a imprensa faz do seu telejornal um "espetáculo do evento", tornando a emoção do telespectador à verdade do fato. O crescimento das taxas de criminalidade, principalmente nos grandes centros urbanos brasileiros; juntamente com o aumento da sensação de insegurança; somando-se ainda a esses problemas as dificuldades do judiciário; superlotação em presídios; desaparelhamento das forças policiais; bem como, a ausência de incentivos aos agentes de segurança pública; a incredibilidade das polícias com a população, e vice-versa; a falta de políticas públicas; a corrupção; entre tantos outros dilemas que norteiam este assunto, esses itens tornam-se aspectos expressivos que contribuem para um colapso da segurança pública como a conhecemos. Costa e Lima (2011) acreditam que legitimar, para ter aceitação, algumas mudanças de práticas consideradas violentas, arbitrárias e ilegais, seria um dos desafios da segurança pública. E com a segurança pública na Unidade de Tratamento Intensivo, a preocupação a ela deve ser monitorada constantemente e com antídotos, a curto e médio prazo, para uma condição mais saudável desse problema. Reformulação e desmilitarização das Polícias Militares, valorização das Polícias Civis, investimentos nas Polícias Federais e a inclusão das Guardas Municipais no plano de agentes de segurança pública, são alguns dos medicamentos que necessitam a frágil saúde da segurança pública brasileira. 22 Como um fármaco para esta epidemia da segurança pública, foi criado o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci)2 em 2007, que seguia as normas do Plano Nacional de Segurança Pública de 2003. No decorrer do Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP)3, houve uma inserção social como característica predominante, dando o encetamento introdutório para a 1º Conferência Nacional de Segurança Pública (CNSP)4 e posteriormente a reestruturação do Conselho Nacional de Segurança Pública (CONASP), (GODINHO, 2012). A respeito das Conferências Nacionais de Segurança Pública, Godinho (2012, p. 555) define: "as Conferências são processos participativos de caráter eventual, desdobrados em diferentes etapas (municipal, estadual e nacional), que reúnem atores estatais e sociais com o objetivo de apresentar propostas setoriais." E com a participação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, uma nova visão de segurança pública tende a aflorar mesmo em um horizonte ainda um pouco distante do que seria o ideal, em contramão à criminalidade que aumenta diariamente, porém essa equação de esforços, somada a Políticas Públicas Nacionais de Segurança eficientes poderão fazer esta via de mão dupla mudar o sentido e a velocidade dos responsáveis por este panorama. 2Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania marcou uma iniciativa inédita no enfrentamento contra a criminalidade no Brasil. O projeto articulou políticas de segurança com ações sociais, priorizou a precaução e buscou atingir as motivações que levam à violência, sempre procurando estratégias de ordenamento social e segurança pública. 3O Plano Nacional de Segurança Pública tinha um objetivo de aperfeiçoar o sistema de segurança pública do Brasil, por meio de propostas que integrassem políticas de segurança, políticas sociais e ações comunitárias, combateu com repressão e prevenção o crime e tentou reduzir a impunidade e sua sensação, com a missão de aumentar a segurança e a tranquilidade do cidadão brasileiro. 4A 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública foi um grande marco histórico na política nacional brasileira, sendo um importante instrumento de gestão democrática para o fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública, através da iniciativa do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Aconteceram decisões singulares, de uma maneira compartilhada, entre a sociedade civil, poder público e trabalhadores da segurança pública. 23 2.1 As Polícias e a Guarda Municipal A polícia é o braço armado da sociedade, com a missão de defender a lei e a ordem. Rudnicki tem uma análise sobre polícia: A atividade de polícia é resultado da atividade humana, é uma exigência da vida social. Porém, as organizações policiais não,elas somente surgem em sociedades complexas, com divisão social do trabalho. Logo, o "nascimento" da polícia coincide com a Revolução Comercial (verificada entre os séculos XV e XVII), com o aparecimento dos Estados modernos. (RUDNICKI, 2014, p. 81) Por definição de polícia, Baierle (2007) ressalta que ela surge como uma instituição devido a um afazer e necessidades sociais, contudo, se desenvolve de uma forma paralela com a sociedade. O poder de polícia é apontado pelo caput do art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN)5, em concordância com a Lei n. 5.172/66, que designa: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade[sic] pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (REDAÇÃO DADA PELO ATO COMPLEMENTAR N° 31 DE 1966) Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. (CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL /1978. LEI N° 5.172/66) Antes de 1988, o encargo de polícia e o modelo operacional são narrados por Costa: O Brasil possui uma longa tradição no emprego das forças policias baseado em transgressões e castigos físicos impetrados principalmente contra as populações pobres, dominadas e oprimidas. As práticas de violência e 5O Código Tributário Nacional é definido pela Lei n. 5.172 de 25 de outubro de 1966 que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. 24 arbitrariedade, impetradas pelas forças policiais, não são novidades em nosso país. Desde os tempos Imperiais até os nossos dias, independente do regime de governo ou das tendências políticas no governo, o abuso de poder, o arbítrio, o castigo físico e a tortura, têm sido uma forma de controle social bem característico das elites e das forças policias. Podemos afirmar que a concepção de controle social, presente ao longo do período Republicano, colocava a Polícia a serviço do Estado e das elites. Prevalecia, no ofício de Polícia, uma cultura do emprego da força e o uso da violência de forma indiscriminada, na maioria das vezes, sem a observação da lei. Essa cultura do arbítrio e do uso da força permitia a prisão de qualquer suspeito de algum delito ou crime, sem mandado judicial. A busca de provas e as confissões quase sempre eram obtidas com o emprego da tortura e do constrangimento ilegal do suspeito. Sobre o modelo operacional das Polícias, antes de 1988, algumas experiências vividas por alguns policiais entrevistados em Mato Grosso não deixam dúvida quanto à missão das organizações policiais nos períodos em que o Estado de Direito encontra-se fragilizado e os direitos civis não eram respeitados. (COSTA, 2004) Acerca de como as práticas policias eram praticadas antes de 1988, com promulgação da Constituição Federal, esperava-se que muitas coisas mudassem, entretanto, segundo Costa, o paradigma continua. Assim como um paradigma não desaparece de uma hora para outra, não acabou, também, essa concepção de segurança com o final do regime de exceção, logo após a redemocratização e a promulgação da Constituição de 1988, que garantiu o a Estado de Direito. A cultura de um ofício marcado pela arbitrariedade, pela corrupção e pela violência seria uma prática do passado? Após a democratização do país e a implantação do Estado de Direito em 1988, vários fatos envolvendo o excesso e o abuso de poder continuaram[sic] presentes no ofício de Polícia. É por essa razão que autores como G. O'Donnel (2000), Pinheiro (1996), Adorno e Cardia (1999), Kant de Lima (1995), Tavares dos Santos (1993), entre outros, concordam que se mantém inalterado um paradoxo na sociedade brasileira: democratizam-se as estruturas políticas, mas permanece o autoritarismo e o arbítrio implantado nas esferas da microfísica do poder, em especial no ofício de polícia, contrariando o Estado de Direitos. A nova ordem constitucional não foi capaz de prevenir ou diminuir algumas das piores arbitrariedades e abusos praticados pelas Polícias. (COSTA, 2004) Com esse paradoxo, temos determinadas as polícias no caput art.144 da Constituição Federal, e no enquadramento da Segurança Pública, destacam-se a Polícia Federal; a Polícia Rodoviária Federal; a Polícia Ferroviária Federal; as Polícias Civis; as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares; e as Guardas Municipais. Essas 25 categorias policiais são as determinadas no artigo 5º6 da Constituição Federal de 1988, definindo, na realidade, uma hierarquização das polícias nacionais. As polícias mais importantes, em harmonia com a Carta Magna brasileira, são as polícias federais, divididas em Polícia Federal - PF, Polícia Rodoviária Federal - PRF e Polícia Ferroviária Federal – PFF; são polícias subordinadas ao Ministério da Justiça (MJ)7, criadas no governo de Getúlio Vargas8, tem como missão apurar infrações penais cometidas contra a União e suas empresas públicas; controlar e fiscalizar rodovias e ferrovias, respectivamente. Possui a competência da cooperação com a segurança pública do País, seja dentro, em estradas, rodovias ou em fronteiras brasileiras. Consoante com os §§§ 1º, 2º e 3º do caput do art. 144 da Constituição Federal, definem os deveres e poderes das polícias federais: § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 144/1988) 6Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (CF/1988) 7O Ministério da Justiça é um órgão autônomo da administração federal brasileira que trata de matérias relacionadas com a ordem jurídica e garantias fundamentais. 8Getúlio Dorneles Vargas nasceu em São Borja/RS, no dia 19 de abril de 1882. Faleceu no Rio de Janeiro/RJ, no dia 24 de agosto de 1954. Foi presidente da república por dois mandatos (1930 até 1945 e 1950 e 1954) e pôs em prática mudanças revolucionárias que fizeram do Brasil um dos principais países da América Latina. https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_jur%C3%ADdicahttp://www.infoescola.com/geografia/america-latina/ 26 As Polícias Civis - PC, antes chamada de Guarda Civil9, são polícias subordinadas aos governadores dos estados que compõem a Federação, tem a função de polícia judiciária, à vista disso, compete a ela a atribuição de zelar pelo cumprimento da legislação e investigar os crimes cometidos contra as pessoas e contra o patrimônio. Tal qual como as responsabilidades das polícias federais, o caput do art. 144 da Constituição Federal, no § 4º determina: "às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares." (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 144/1988) Na qualidade de uma força auxiliar para a Polícia Civil, existe a Polícia Militar - PM e seu Corpo de Bombeiros Militares - CBM, com uma estrutura de organização similar ao Exército Brasileiro (EB), as polícias militares e seu corpo de bombeiros militar, foram nomeadas para cumprir a mister de realizar um policiamento ostensivo e preservar pela lei e pela ordem pública. Subordinam-se aos governadores estaduais que compõem a federação, e como são militares integram uma reserva automática das Forças Armadas Nacionais10. Os §§ 5º e 6º do caput do art. 144, da Constituição Federal de 1988, definem que: § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 6º Às polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 144/1988) Finalmente, temos as Guardas Municipais - GM, subordinadas ao chefe do Poder Executivo Municipal, e são destacadas na Constituição Federal de 1988, pela seguinte redação: "§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção 9A Guarda Civil foi criada em 21 de janeiro de 1929, era uma corporação de policiais civis uniformizados pertencente à estrutura da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, foi extinta por força do Decreto Lei nº 667, de 2 de julho de 1969, com todas as outras guardas civis dos demais estados brasileiros. Com a Lei nº 5.950/1969, os guardas rio-grandenses tornaram-se investigadores dos quadros da Polícia Civil. 10 A lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980, dispõe sobre o Estatuto dos Militares e tem sua redação no art. 4º que são considerados reserva das Forças Armadas: no seu conjunto a) as Polícias Militares; e b) os Corpos de Bombeiros Militares. https://pt.wikipedia.org/wiki/21_de_janeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/1929 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADcia_Civil_do_Estado_do_Rio_Grande_do_Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/2_de_julho 27 de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei." (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 144/1988) Em 8 de agosto de 2014, foi aprovado a Lei n. 13.022/2014, que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais11. Tramita na Câmara dos Deputados, desde 2002, Projeto de Emenda Constitucional do Senador Federal, já falecido, Romeu Tuma12 PFL/SP. Essa PEC 534/2002, altera a composição do § 8º caput do artigo 144 da Constituição Federal de 1988, para organizar sobre as competências da Guarda Municipal e criação da Guarda Nacional (GN), quer dizer, transformando as atribuições das Guardas Municipais em Polícias Municipais, agregando à salvaguarda a população a estas instituições; e criando uma nova entidade que é a Guarda Nacional, visando um combate ainda maior contra a criminalidade e a sensação de insegurança que predomina em nossa sociedade. 11Aprovado em julho no Senado, o projeto que criou o Estatuto Geral das Guardas Municipais (PLC 39/2014) e foi transformado na Lei 13.022/2014. 12Romeu Tuma (1931 - 2010). Foi policial e político, natural de São Paulo/SP, ficou conhecido por ter sido um dos policiais, mais atuantes durante os anos do regime militar (1964-1985), o que lhe rendeu o apelido de “Xerife”. http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=117124 http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=117124 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13022.htm 28 CAPÍTULO II 3. AS GUARDAS MUNICIPAIS Independentemente do artigo 144, da Constituição Federal de 1988, as Guardas Municipais fazem parte do quadro da segurança pública brasileira, mesmo não sendo especificada a sua classificação como gestor de segurança pública. Desde sua criação, suas atividades passaram a ser cada vez mais voltadas à defesa dos cidadãos, juntamente com os bens e serviços dos municípios, porque o maior patrimônio de uma cidade são seus munícipes. Perante as mudanças de atividades das Guardas Municipais, e com a falta de protocolos e padronizações, fazendo com que cada instituição haja à sua maneira, criou- se o Estatuto Geral das Guardas Municipais do Brasil, com a Lei Nº 13.022/2014, que ordena normas gerais para todas as Guardas Municipais. Somado a esse Estatuto, as Guardas Municipais esperam a votação do Projeto de Emenda Constitucional 534/200213 que dá nova redação ao § 8º do caput do art. 144, da Constituição Federal, incluindo a tutela a suas populações, como missão dos servidores das Guardas Municipais em todo território nacional. Constituídas para o resguardo dos valores patrimoniais e atividades municipais, cabendo a cada prefeitura sua criação. As Guardas Municipais tiveram uma participação um tanto quanto discreta na Constituição Federal de 1988. Não foram classificadas como polícias e ficaram sem funções pré-estabelecidas, restringindo o cuidado apenas sobre o patrimônio municipal. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; 13A PEC 534/2002, de origem da PEC 87/1999, apresentada no dia 02 de maio de 2002, com a intenção de alterar o art. 144 da Constituição Federal, para dispor sobre as competências da Guarda Municipal e criação da Guarda Nacional. 29 V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 144/1988) Mesmo com essa especificação de proteger bens, serviços e instalações, algumas Guardas Municipais do Brasil já desempenhavam um papel de polícia ostensiva, como a exemplo da Guarda Municipal do estado de São Paulo14. Com o Estatuto Geral das Guardas Municipais, essa atividade deverá ser executada por todas as instituições, em concordância com o Estatuto mencionado. O caput do art. 3º desse Estatuto ressalta os princípios mínimos de atuação das Guardas Municipais, onde se destaca a proteção da vida e o patrulhamento preventivo, assim como, a atenuação do sofrimento e decremento das perdas. Diante desse artigo, com a inclusão de itens como a preservação da vida e patrulhamento preventivo, as Guardas Municipais se inserem com mais veemência no espaço da Segurança Pública. A despeito do Estatuto Geral das Guardas Municipais entrar em vigor em 2014, as entidades municipais têm o prazo máximo de 2 (dois) anos para adequar-se às novas diretrizes, assim como diz a lei: "Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardasmunicipais existentes na data de sua publicação, a cujas disposições devem adaptar-se no prazo de 2 (dois) anos." (LEI Nº 13.022/2014) Nos dias atuais, a Guarda Municipal atua em um limbo constitucional, quer dizer, em certos momentos intervém na segurança às pessoas e em outros não. Mas, como a nossa Carta Magna retrata que qualquer um do povo pode efetuar prisões, sendo em flagrante delito, as Guardas Municipais usam este atributo para realizar algum tipo de detenção, quando há o flagrante. Porém, um agente de segurança pública, servidor municipal, com fé pública, não pode ser considerado qualquer um do povo perante esses fins. Consequentemente, a inclusão das Guardas Municipais como polícias no caput do artigo 144, da Constituição Federal, é altamente relevante para o cenário da segurança pública nacional, pelo embasamento jurídico. Com o aumento da incidência da violência e do sentimento de insegurança que avassalam a população, a incorporação das Guardas Municipais no contexto do combate 14A Guarda Civil Metropolitana foi criada em 1986, na gestão do prefeito Jânio da Silva Quadros, através da Lei Municipal n. 10.115, de 15 de setembro de 1986. O lema da Guarda Civil Metropolitana é amiga, protetora e aliada e se caracteriza pela filosofia de proteção Comunitária, Moderna e Preventiva. 30 e da providência ao crime, torna-se uma ação federal, com o propósito das administrações municipais colaborarem com os Estados, na medida em que se alarga o conceito de Polícia Municipal. Desde 2000, o Governo Federal desenvolve uma nova implantação de uma Política Nacional de Segurança Pública, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP)15, com subsídios do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP)16, contribui para a criação de Guardas Municipais em municípios que não desfrutavam dos seus serviços, e nos que já possuíam, custeou os valores operacionais. A SENASP tinha como um dos seus objetivos a apropinquarão dos estados com o Governo Federal, de acordo com Santos (2014), que se refere às Políticas de Segurança Pública com Democracia: Somente após mais de uma década da promulgação da Constituição da República de 1988 que a segurança pública começou a ser pensada no contexto de uma sociedade democrática. Foi criado, no ano de 2000, o Plano Nacional de Segurança Pública, um marco importantíssimo para se pensar a segurança no Brasil redemocratizado. [...] A SENASP, visando à articulação entre os estados, estruturou o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). O SUSP objetivava articular as ações federais, estaduais e municipais na área da segurança pública, com a busca pelo aperfeiçoamento do planejamento e pela troca de informações para uma atuação qualificada dos entes federados na área, respeitando a autonomia, mas buscando a integração e a otimização dos resultados. [...] O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania foi desenvolvido pelo Ministério da Justiça e teve como principal inovação o controle do crime através da prevenção e da repressão qualificada. Isso quer dizer que, articulando políticas sociais com políticas de segurança, o projeto teve como meta principal a prevenção e a participação da sociedade civil no combate à criminalidade. (SANTOS, 2014, p.109, 110 e 112) Neste conjunto de criação e aprimoramento das Guardas Municipais, essas instituições chegam para aglutinar junto com as organizações já existentes na segurança pública, Polícias Civis, Militares e Corpo de Bombeiros. Essas forças responsáveis pela segurança pública receberão uma força adjunta na batalha à criminalidade e proporcionar maior sensação de segurança para a população. 15Órgão de assessoramento do Ministério da Justiça para definição, implementação e acompanhamento da Política Nacional de Segurança Pública e dos Programas Federais de Prevenção Social e Controle da Violência e Criminalidade 16O Fundo Nacional de Segurança Pública, criado pelo Ministério da Justiça, com o objetivo de apoiar projetos na área de segurança pública e prevenção à violência, enquadrados nas diretrizes do plano de segurança pública do Governo Federal. http://www.sinonimos.com.br/apropinquacao/ 31 3.1 As Guardas Municipais Como Polícias Altivamente das nomenclaturas de Guarda Civil Municipal (GCM), Guarda Civil (GC), Guarda Metropolitana (GM) e Guarda Civil Metropolitana (GCM), as Guardas Municipais sistematicamente, atuam como polícias, de certa forma, por um anseio da sociedade por uma Polícia diferente das atuais e uma instituição mais humanizada. [...] a palavra polícia deriva do grego polis, usado para descrever a constituição e organização da autoridade coletiva. Tem a mesma origem etimológica da palavra política, relativa ao exercício dessa autoridade coletiva. Assim, podemos perceber que a idéia[sic] de polícia está intimamente ligada à noção de política. Não há como dissociá-las. A atividade de polícia é, portanto, política, uma vez que diz respeito à forma como a autoridade coletiva exerce seu poder. (COSTA, 2004, p.35) Como Costa (2004) revela, a expressão Polícia é diretamente ligada à política e não tem como separá-la, logo, a atividade policial é uma atuação política, um interesse político-partidário, sendo que, os municípios terão que ter essa disposição, com a aprovação da Lei n. 13.022/2014. Em vista disso, para a Guarda Municipal desenvolver um dever mais atuante como atividade policial, passará por uma avaliação política, e nesse sentido, acordos e convênios deverão ser concretizados entre estados e municípios. [...] quando o assunto é segurança pública, as pessoas tendem, a relacionar essa expressão com a polícia. Além de ser uma forma equivocada de visualizar o que seja segurança pública, ainda mantêm-se [sic] o hábito de interpretar o serviço de polícia como um trabalho de ostensividade e repressão. São equívocos que se sobrepõem, pois [sic] segurança não significa necessariamente uma atuação policial e polícia também não se resume a trabalhos de policiamento ostensivo e repressivo. Nesse diapasão é que surgem as contradições quanto às atribuições da Guarda Municipal, pois, mesmo não sendo explicitamente (pela Constituição Federal) uma polícia, é um agente de segurança pública, que realiza um serviço policial. E é justamente esse serviço policial, amplo, que devem e podem exercer as Guardas Municipais, ou seja, através de implantação das "Políticas Públicas de Segurança", que se consubstanciam em toda ordem de serviços, inclusive de natureza social, que o município presta à sociedade. (SICHONANY JR., 2013, p.23) Sichonany Jr. (2013) mostra-nos a sua interpretação, que as Guardas Municipais podem e devem exercer uma atividade policial diferenciada das atuais, principalmente na 32 atuação em seus domínios, pois é no município que os indivíduos habitam. Com uma execução de Políticas Públicas de Segurança Nacional, estados, municípios e União trabalharão em conjunto em prol da segurança pública. Em harmonia com Abreu (2010, p.19) "a segurança pública convencional, através da Polícia Militar e da Polícia Civil cumpre seu papel institucional: reprime, prende [...]", a Guarda Municipal não tem esse "papel institucional" que o autor se refere, todavia, a legislação começa a dar essa missão, além da obrigação cidadã. Nesta posição, Abreu (2010, p. 25) diz que "a Guarda Municipal deve reafirmar seu compromisso social com os problemas relacionados à comunidade adotando medidas preventivas [...]". Para Monet (2001), mesmo sendo perigosa, a inserção das polícias na vida social deve-se pela função preventiva, tendo um poder de influenciar nos rumos da sociedade. Essa colocação coletiva que o autor nos fala, pode e deve ser desenvolvido pelas Guardas Municipais,já que, esses profissionais trabalham diretamente com a comunidade local. O modelo atual de policiamento funciona após o crime ser cometido, raramente a atuação policial consegue inibir os atos infracionais e ilícitos, com apenas uma simples orientação ou pela presença do agente policial. A postura policial frustra o crime, através da ostensividade, pela compleição física. A atuação de uma nova polícia deve ter moldes nesse sentido aguerrido, somado com ações sociais e de inclusão. O sociólogo Tavares dos Santos (2004) afirma que família, escola, associações locais, meios de comunicação e a polícia, representam uma organização de controle social institucional, todos esses entes reunidos, criam uma construção coletiva de controle comunitário democrático, através de uma segurança cidadã. Essa segurança cidadã, que Tavares dos Santos (2004) nos traz, nada mais é, que a incorporação da polícia na comunidade, no entanto, não da forma ostensiva e sim, através do diálogo junto aos representantes locais. Esse novo modelo de Polícia, uma polícia pacificadora, participativa, ouvinte, educadora e quando necessária, somente quando necessária, repressiva, deve ser o modelo adotado pelos municípios. A segurança pública, dever do Estado, vem aos poucos deixando de ser uma atividade exclusivamente estadual, devido a um conjunto de fatores. A ineficiência dos governos estaduais, em conjunto com uma extensa participação dos municípios no quesito segurança pública, com apoio do Governo Federal, sempre com finalidades sociais, 33 resulta na construção ideológica das Guardas Municipais como Polícias Municipais, trabalhando lado a lado com suas populações. Kahn e Zanetic (2005). Em relação ao acréscimo das Guardas Municipais no cenário de segurança pública, Sichonany Jr. (2013) considera que "os municípios passaram a perceber, principalmente através das Guardas Municipais, que possuem em suas mãos esse instrumento extremamente importante para colaborar com a questão da segurança." A municipalização da segurança pública é algo que ocorrerá como o exemplo do que aconteceu com a saúde pública, que se tornou de responsabilidade das prefeituras, uma vez que, os municípios agem diretamente com as comunidades locais, diferentemente dos estados e da União. Reuniões sobre Segurança Pública podem ocorrer em todos os bairros da cidade, com a presença da Guarda Municipal e comunidade em geral, debatendo assuntos de segurança pública, tendo em vista, a criação de Fóruns de Segurança Pública Municipais (FSPM)17 para debater estes fins. Existem alguns Projetos de Emenda Constitucional sobre as atribuições das Guardas Municipais como órgãos de segurança pública, mais especificamente, como força policial, são elas: Projeto de Emenda Constitucional 534/2002, do Senado Federal, através do Senador Romeu Tuma PFL/SP, com a apreciação do Deputado Federal Arnaldo Faria de Sá18 (PTB/SP), que promove a alteração do caput do artigo 144 da Constituição Federal de 1988, dispondo sobre as competências das Guardas Municipais e decreta a criação da Guarda Nacional19. Rocha (2011, p. 35) disserta sobre essa PEC: [...] o parecer apresentado na Comissão Especial constituída em 7/8/2002, do Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), pela aprovação da PEC 534-A/2002 com emenda supressiva e pela rejeição das PEC apensadas, foi aprovado, em 26/10/2005, estando o projeto pronto para a pauta desde então. A rejeição dos apensados se baseou na exigência de mínimo populacional, não atendimento aos requisitos de autonomia operacional ou financeira e forma de 17Os Fóruns de Segurança Pública Municipais são espaços para o debate entre comunidade e órgãos de segurança pública que competem aos municípios com objetivo de minimizar os índices de violência através da municipalização das ações. 18O Deputado Federal, em seu 7° mandato, Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), é natural de São Paulo/SP, advogado, contabilista, radialista, professor e político. 19A Guarda Nacional já existiu em nossa nação, em agosto de 1831, era uma força paramilitar durante o período regencial. A PEC 534/2002, retoma a criação da Guarda Nacional no Brasil. https://pt.wikipedia.org/wiki/1831 https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_paramilitar https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_regencial 34 normatização. Ao analisar as várias proposições, o relatório aprovado definiu pela proposta de redação final do dispositivo em alteração, suprimindo emenda aprovada no Senado para criação da Guarda Nacional, com a seguinte redação: § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de suas populações, de seus bens, serviços, instalações e logradouros públicos municipais, conforme dispuser lei federal. Consoante com Rocha (2011, p. 36) a PEC 514/199720, apensada à PEC 151/199521, "'altera os art. 21, 22, 30, 32 e 144 da Constituição', constituindo essas alterações na alteração da competência da União, Estados e Municípios, bem como de modificação no sistema de segurança pública." Isto posto, inclui os Municípios no Sistema de Segurança Pública Nacional. Sobre a PEC 613/199822, de autoria da Deputada Federal Zulaiê Cobra23 (PSDB/SP), apensada à PEC 151/1995: Apensada antes da constituição da Comissão Especial, da Deputada Zulaiê Cobra (PSDB/SP), a qual "dispõe sobre a estruturação do sistema de segurança pública, cria o Sistema de Defesa Civil", estabelecendo que a União organizará a polícia federal, a polícia e o corpo de bombeiros do Distrito Federal; os Estados organizarão a polícia estadual e a defesa civil, composta do corpo de bombeiros estadual; extingue as polícias rodoviária e ferroviária federal, cujas atividades serão exercidas pela polícia federal. Estabelece certas garantias e vedações aos policiais, desmilitariza as forças estaduais, pressupondo a polícia estadual única, com atribuições não cumulativas em dois segmentos, o Departamento de Polícia Judiciária e de Investigação e o de Polícia Ostensiva, com a consequente extinção da Justiça militar estadual. Permite convênios com entre os entes federados, inclusive para ações de segurança pública pelas guardas municipais, propõe a criação de uma Secretaria Nacional de Segurança Pública, vaticínio transformado no órgão de mesmo nome (Senasp), bem como de um fundo de Segurança Pública, também posteriormente criado com o nome de Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) [...]. (ROCHA, 2011, p. 36) Também citando a Guarda Municipal, a PEC 589/200624, que foi arquivada, 20A PEC 514/1997, de origem da MSC 975/1997, apresentada no dia 03 de setembro de 1997, que altera os art. 21, 22, 30, 32 e 144 da Constituição Federal. 21 A PEC 151/1995, apensada à PEC 534/2002, apresentada no dia 29 de junho de 1995, que altera a redação do inciso II do art. 37 e do parágrafo 7º do art. 144 da Constituição Federal. 22A PEC 613/1998, apensada à PEC 151/1995, apresentada no dia 17 de junho de 1998, que dispõe sobre a estruturação do sistema de Segurança Pública, cria o Sistema de Defesa Civil. 23A ex Deputada Federal Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB/SP), natural de São José do Rio Pardo/SP é advogada e política. 24A PEC 589/2006, apresentada no dia 14 de dezembro de 2006, que dava nova redação aos art. 21, 22, 24, 32 e 144 da Constituição Federal, estão com sua situação arquivada. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=24538&ord=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jos%C3%A9_do_Rio_Pardo 35 [...] do Deputado Ricardo Santos (PSDB/ES), "dá nova redação aos art. 21, 22, 24, 32, 144 da Constituição", estabelecendo as instituições policias, transferindo aos Estados e ao Distrito Federal a autoridade para criar um novo formato para as polícias de acordo com suas necessidades, autorizandoos Municípios a criarem a polícia municipal e fixando atribuições para a polícia federal. Com parecer favorável prolatado em 23/6/2008, não teve este votado, e, portanto[sic], não foi instalada Comissão Especial para a sua apreciação. Em geral, mantém as polícias de caráter federal e desconstitucionaliza as atuais polícias estaduais e distrital, facultando a livre constituição de novas polícias unificadas estaduais e polícias municipais, conforme estabeleçam as respectivas constituições estaduais e leis orgânicas. (ROCHA, 2011, p. 37) Do Deputado Celso Russomanno25 (PP/SP), temos a PEC 430/200926 que "altera a Constituição Federal para dispor sobre a polícia e corpos de bombeiros dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, confere atribuições às Guardas Municipais" (ROCHA, 2011, p. 38). Essa PEC concebe uma nova Polícia Municipal, desmilitariza os Corpos de Bombeiros Militares, e desconstitucionaliza as Polícias Militares e Civis. Também tramitando o PL 7258/201027, do Deputado William Woo28 (PPS/SP): Que institui os Planos Nacionais de Segurança Pública e de Execução Penal e estabelece a sua avaliação, foi apensado ao PL 1937/2007, traçando meticulosa metodologia para a integração dos órgãos de segurança pública da União, dos Estados e dos Municípios. (ROCHA, 2011, p. 42) Essas são as Propostas de Emendas Constitucionais, assim como, o Projeto de Lei que apresentam em suas redações, criando proposições para a gênese de uma nova Polícia Municipal administrada pelas prefeituras. 25Celso Ubirajara Russomanno nasceu em 20 de agosto de 1956 em São Paulo/SP é Bacharel em Direito, especialista em defesa do consumidor, político e jornalista, está em seu 5° mandato como Deputado Federal. 26A PEC 430/2009, apensada à PEC 184/2007, apresentada no dia 05 de novembro de 2009, que altera a Constituição Federal para dispor sobre a Polícia e Corpos de Bombeiros dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, confere atribuições às Guardas Municipais. 27O PL 7258/2010, apensado ao PL 3734/2012, apresentado no dia 04 de maio de 2010, que institui os Planos Nacionais de Segurança Pública e de Execução Penal e estabelece a sua avaliação. 28William Boss Woo, natural de São Paulo/SP, nasceu em 27 de novembro de 1968, comunicador e político, está em seu 2° mandato como Deputado Federal. https://pt.wikipedia.org/wiki/20_de_agosto https://pt.wikipedia.org/wiki/1956 http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=375065&ord=1 http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=542102&ord=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(cidade) https://pt.wikipedia.org/wiki/27_de_novembro https://pt.wikipedia.org/wiki/1968 36 CAPÍTULO III 4. A GUARDA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE A GM/PA, Guarda Municipal de Porto Alegre, é a instituição mais antiga do Brasil, entre todas as Guardas Municipais, criada em 3 de novembro de 1892, pelo Ato Nº 6, do intendente de Porto Alegre, Alfredo Augusto de Azevedo29, sendo considerada hoje, um patrimônio da cidade de Porto Alegre. Sua alçada sempre foi a de proteger o patrimônio público, estritamente os próprios municipais, quer dizer, escolas, postos de saúde e repartições públicas. Com a alteração da lei n. 9.056/200230 para a lei n. 11.399/201231, que transmuda de Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana (SMDHSU), para uma nova administração, a Secretaria Municipal de Segurança32 (SMSEG). Com isso, a Guarda Municipal de Porto Alegre ganhou um novo perfil de treinamento e preparações constantes, reequipamento e modernização que dão a sustentação necessária para a execução de um atendimento especializado, que consolida a participação da Guarda Municipal no horizonte da segurança pública, como referência para a população. A Guarda Municipal deve ser uma instituição civil, uniformizada, armada, com filosofia de Defesa Social e cidadania, subordinada à Secretaria Municipal de Segurança Urbana, investida do poder de polícia discricionária, para garantir a proteção dos bens, instalações municipais, proteção ao código de posturas do Município e o pleno exercício das atividades dos serviços executados pelo Município. (ABREU, 2010, p.30) 29Alfredo Augusto de Azevedo, foi o 5° prefeito de Porto Alegre, com início em 12 de outubro de 1892 e término em 3 de janeiro de 1896, eleito como Intendente, nova nomenclatura dada ao administrador municipal. 30A Lei Ordinária n. 9056, de 27 de dezembro de 2002, criou a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Conselho Municipal de Justiça e Segurança e Fóruns Regionais de Justiça e Segurança. 31Com a Lei Ordinária n. 11.399/2012, fica criada, na Administração Centralizada do Município de Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Segurança. 32 A Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG) ganhou status de uniformidade no início do ano de 2013 com a divisão do segmento de segurança e direitos humanos no Executivo. O fracionamento da atual estrutura da segurança municipal resultou em duas novas secretarias e deverá permitir que os assuntos ligados à defesa de direitos e da segurança do cidadão possam ser tratados em instâncias especializadas com mais foco e mais efetividade nas ações e resultados que se fazem necessários. 37 Ainda sobre a vinculação das Guardas Municipais, com as Secretarias Municipais, nem sempre seguem a terminologia legitimada, como por exemplo, a Guarda Municipal de Porto Alegre que fora vinculada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos, entretanto de acordo com Baierle (2007), opera antagonicamente ao propósito da Secretaria, de uma forma ostensiva e repressiva. Com a lei n. 13.022/2014, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff33, a Guarda Municipal de Porto Alegre terá um prazo de até 2 (dois) anos, da data da promulgação do aludido regulamento, para adaptar-se e reformular-se, incluindo um plano de carreira específico para seus servidores. A Guarda Municipal de Porto Alegre intervém atualmente em 576 (quinhentos e setenta e seis) setores da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA), distribuídos por todas as secretarias da administração municipal. Em companhia, com a Secretaria Municipal de Educação34 (SMED), a GM/PA atua em 105 (cento e cinco) áreas da rede municipal de ensino. O Sistema de Alarme Eletrônico35 (SAE), monitora 276 (duzentos e setenta e seis) dos postos de atuação que a Guarda Municipal de Porto Alegre acautela na cidade. O sistema funciona 24 (vinte e quatro) horas por dia, sendo o gerenciamento dos alarmes pela Central de Operações da Guarda Municipal36 (COGM). Esse mesmo setor é encarregado pela fiscalização do sistema de videomonitoramento, nos domínios atendidos pela GM/PA, são 51 (cinquenta e uma) câmeras intrínsecas da Guarda Municipal de Porto Alegre, compartilhadas nos prédios, praças e parques da capital gaúcha, além de assessorar no monitoramento de outras câmeras, de outros órgãos públicos, são 101 (cento e uma) câmeras, sendo distribuídas, 33Dilma Vana Rousseff é economista e política, atual presidente da República Federativa do Brasil. 34A Secretaria Municipal de Educação gerencia a Rede Municipal de Ensino, que é formada por 96 (noventa e seis) escolas com cerca de 4000 (quatro mil) professores e 1200 (mil e duzentos) funcionários. 35O Sistema de Alarme Eletrônico da Guarda Municipal de Porto Alegre é o sistema responsável pelo monitoramento dos prédios públicos da capital, com funcionamento 24 (vinte e quatro) horas por dia. 36A Central de Operações da Guarda Municipal de Porto Alegre, conhecida como “sala”, é o centro de comando das ações diárias desenvolvidas pela instituição. 38 pela Empresa Pública de Transporte e Circulação37(EPTC)e Brigada Militar, além de administrar 506 (quinhentas e seis) câmeras da Secretaria Municipal de Educação, ramificadas por toda rede municipal de ensino. Em sua estrutura organizacional, integram as Equipes Administrativas e Operacionais, sendo está última, decomposta em 10 (dez) áreas regionalizadas, divididas em efetivo fixo e móvel, em cada território peculiar da cidade de Porto Alegre. Do mesmo modo, nessa esfera operacional, encontram-se o Grupo de Fiscalização38, com uma atividade noturna mais regular; o Grupamento Especial Motorizado39 (GEM), incumbido pelo atendimento das ações conjuntas, escoltas de autoridades e dignitários, controle de distúrbios civis, e patrulhamento preventivo. Ainda no eixo operacional, a Central de Operações da Guarda Municipal (COGM) que além do sistema de videomonitoramento e alarme, opera o serviço do Disque Pichação40, pelo número telefônico convencionado às Guardas Municipais, 153. Bem como, em complemento, com o número telefônico 156, que é referente ao callcenter da prefeitura de Porto Alegre. Na esfera administrativa, a GM/PA possui o Núcleo de Apoio Administrativo41 (NAA); Núcleo de Estudo e Estatística42 (NEE); Núcleo de Ações Preventivas43 (NAP); 37 A Empresa Pública de Transporte e Circulação teve sua criação autorizada pela Lei n° 8133, de 13 de janeiro de 1998, com o intuito de regular e fiscalizar as atividades relacionadas com o trânsito e os transportes do Município de Porto Alegre, sendo que no dia 03 de abril de 1998 foi devidamente constituída passando a exercer as suas atividades desde então. 38 O Grupo de Fiscalização da Guarda Municipal de Porto Alegre auxilia as 10 (dez) áreas regionalizadas, nas modalidades fixas e móveis da GMPA, além de fiscalizar setores atendidos pela instituição. 39 O Grupamento Especial Motorizado da Guarda Municipal de Porto Alegre é responsável pelo patrulhamento preventivo de praças, parques e próprios municipais, além de escoltas para autoridades. Sendo o grupo mais ostensivo da GMPA, exerce atividades de controle de distúrbios civis, sempre que necessário. 40Inaugurado em 25 de maio de 2006, o Disque-Pichação permite à população denunciar atos de vandalismo contra prédios e monumentos, por meio do telefone 153. 41 O Núcleo de Apoio Administrativo da Guarda Municipal de Porto Alegre é responsável pelo controle administrativo da instituição. 42O Núcleo de Estudos e Estatísticas da Guarda Municipal de Porto Alegre tem a missão de traduzir os números das ocorrências da instituição em orientadores, para desta forma, criar uma estatística das ações e operações da GMPA. 43O Núcleo de Ações Preventivas (NAP) foi criado em 2007 com o objetivo de atuar junto à rede municipal de ensino, divulgando de forma educativa a importância da atitude como forma de prevenção à violência no ambiente escolar. Com isso, os servidores palestram nas escolas da rede municipal e apresentam o Projeto "Dois Caminhos, Uma Escolha" aos alunos, que tem por objetivo esclarecer os encaminhamentos de jovens em conflito com a lei, além de trazer noções básicas de direitos e deveres previstos no Estatuto 39 Setor de Transportes44 (SETRAN); Setor de Armamento e Comunicação45 (SAC); Setor de Segurança Eletrônica46 (SSE); Assessoria Comunitária47 (ASSECOM); e Centro de Formação da Guarda Municipal48 (CFGM). A Guarda Municipal de Porto Alegre, segundo Baierle (2007) passou por cinco etapas a contar da sua criação em 1892, até os dias atuais, sendo o primeiro marcado pelo controle social, e o último, precedente as manifestações de junho e julho de 2013, sobreveio uma reestruturação da GM/PA, destarte, uma admissão em um novo papel social da segurança pública gaúcha, sendo esta, quiçá, a sexta etapa da sua história, em um momento contemporâneo. A Guarda Municipal de Porto Alegre quando originada, foi deliberada para a manutenção da ordem, cuidava de pequenos delitos, em conformidade com Baierle (2007, p. 62), "o primeiro período, desde a sua criação em 3 de novembro de 1892 até 1928 é marcado pelo controle social. A GMPA era uma guarda de costume, voltada a repreensão da gatunagem, prostituição, mendicância e vadiagem." No decurso dessa primitiva fase de sua história, a Guarda Municipal de Porto Alegre era associada à Brigada Militar: da Criança (ECA), consequências sobre o uso de substâncias psicoativas (drogas), entre outras atividades. Ações de prevenção à violência, executadas pela GMPA, abordando temas sobre jovens em conflito com a lei penal, vandalismo, pichação e drogadição. Sobre tudo, proporcionar momentos de reflexão sobre a consequência a partir destes atos. 44O Setor de Transporte da Guarda Municipal de Porto Alegre é responsável pelos veículos da instituição, zelando pela sua manutenção, conservação, documentação e armazenamento de veículos reserva. 45O Setor de Armamento e Comunicação da Guarda Municipal de Porto Alegre é responsável pelas armas de fogo, munições, dispositivos eletrônicos incapacitantes, coletes balísticos, rádio comunicadores, e todo material referente ao armamento e equipamentos de uso operacional, desde a manutenção ao armazenamento. 46 O Setor de Segurança Eletrônico é o órgão responsável pelo Sistema de Alarme Eletrônico em todos os setores da PMPA, com a missão: a instalação, a manutenção, o cadastramento e os consertos de alarmes. 47A Assessoria Comunitária da Guarda Municipal de Porto Alegre tem o objetivo de colaborar para a melhoria das ações a serem desenvolvidas nas comunidades, na mobilização, na inclusão, na participação coletiva, no entendimento da problemática da segurança de um modo geral e amplo, instigando as pessoas ao debate, ocupando os espaços e constituindo soluções capazes de atenderem suas necessidades. 48O Centro de Formação e Treinamento da Guarda Municipal, foi inaugurado em novembro de 2006, tem como finalidade a formação de novos agentes, manutenção e atualização permanente de conteúdos pertinentes à função, bem como oportunizar a realização de atividades físicas, supervisionadas por agentes da Guarda Municipal, formados em educação física. O CFTGM está dividido em Escola de Formação e Treinamento; e Academia. 40 Em 10 de outubro de 1896 é criada no município de Porto Alegre a Polícia Administrativa, à qual a Guarda é incorporada. Permanece com essa vinculação institucional até 10 de janeiro de 1929, quando os serviços de higiene, policiamento e instrução passam a ser feitos pelo Estado. Com esta redefinição de papéis a Guarda Municipal retorna à tutela do Estado do Rio Grande do Sul. (BAIERLE, 2007, p. 63) Sobre o segundo período histórico da Guarda Municipal de Porto Alegre: O segundo período da GMPA que vai de 1929 a 1967, se caracteriza por ser o período da Guarda Civil. Há a extinção da polícia administrativa e criação do corpo de guardas civis, chefiados pela Brigada Militar. [...] No ano de 1957 a Guarda Civil Municipal passa efetivamente a ser tutelada pelo Estado do Rio Grande do Sul. De acordo com as informações colhidas, o que ocorre é uma divisão do efetivo da Guarda Civil. Parte do efetivo segue para o Estado e parte permanece no Município com a criação do novo setor de Guardas Municipais no município de Porto Alegre, em 31 de dezembro de 1957. (BAIERLE, 2007, p. 63) Deste período em diante, a Guarda Municipal de Porto Alegre não fica mais vinculada ao estado do Rio Grande do Sul, permanecendo sob responsabilidade do município de Porto Alegre, acolhendo o nome de serviço da Guarda Municipal. Baierle (2007) O terceiro estágio de sua vida permaneceu de 1968 a 1985, período notável sinalizado pela Ditadura Militar, conforme Baierle: O terceiro período, de 1968 a 1985, é marcado principalmente pelo regime da Ditadura Militar. Como consequência, há a militarização
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