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Resenha - Evolução do Sistema Financeiro de Minas Gerais e Impactos na Perda da Autonomia Estadual/Municipal

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Sistema Financeiro de Minas Gerais 
 
Aluna: Karina Moraes Ribeiro – 2017010795 
Disciplina: Desenvolvimento Econômico – Professor: Gustavo Britto 
 
Evolução do Sistema Financeiro de Minas Gerais e Impactos na Perda da Autonomia 
Estadual/Municipal 
Ao fazer uma divisão do modelo do sistema financeiro mineiro pré e pós Plano Real, é possível perceber 
mudanças significativas no que tange à quantidade de instituições, ao perfil das instituições e na redução 
da autonomia do estado frente à centralização das operações financeiras. Para isso, será feita uma breve 
contextualização de como era composto o sistema financeiro de MG e quais as implicações de suas 
alterações. 
A partir dos anos 1960, houve maior esforço, em âmbito nacional, em formalizar e ampliar as 
instituições financeiras/bancárias no País. À luz de políticas desenvolvimentistas da época, fazia-se 
necessário um sistema mais robusto e coeso, de modo a viabilizar grandes investimentos, 
independentemente da origem dos recursos. Não somente, as décadas subsequentes marcadas pela 
aceleração inflacionária conferiram aos bancos significativa importância e capacidade de adaptação em 
curtos períodos de tempo. Em todas as UFs havia organizações financeiras públicas de responsabilidade 
do local/estadual, fator que permitia, por exemplo, financiamentos de obras por parte do estado. Em 
Minas Gerais, especificamente, era possível destacar o BEMGE (Banco do Estado de Minas Gerais), a 
MinasCaixa, e o BDMG (Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais), todos com sede em 
Belo Horizonte, o que trazia à capital mineira grande relevância. 
Como os esforços nacionais eram direcionados à centralização do sistema financeiro, a grande massa de 
impostos passou a ser arrecadada pela União, deixando os estados submetidos ao repasse (de modos que 
os grandes estados, tal como MG, eram os menos favorecidos) retirando, assim, parte da autonomia dos 
mesmos, que, por sua vez, era compensada por empréstimos realizados por via dos bancos/caixas 
estaduais. As sedes destas Esse fato acabava por gerar grandes déficits, que, entre outros aspectos, 
poderiam atrapalhar/estagnar a execução do Plano Real nos anos 1990. 
Foram criados o PROES e o PROER (Programa de Incentivo à Redução do Estado na Atividade 
Bancária e Programa de Incentivo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, 
respectivamente). Com isso, as instituições estaduais acabaram por ser liquidadas, transformadas em 
agências de fomento, federalizadas e/ou privatizadas. O BEMGE foi privatizado pelo banco Itaú, a 
MinasCaixa ainda se encontra em processo de liquidação*, o BDMG continuou sobre responsabilidade 
estadual, porém perdeu áreas de atuação. Com a onda de privatizações que se seguiu em âmbito nacional, 
grandes grupos privados ganharam ainda força, centralizando o grande sistema financeiro em São Paulo. 
Em suma, a partir do Plano Real, houve uma perda de relevância e autonomia mineira em detrimento da 
abolição das instituições financeiras públicas não federais. Belo Horizonte deixou de ser sede de 
diversos bancos, transferindo (assim como ocorrido em outras capitais) a relevância para os grandes 
grupos bancários com sede em São Paulo, criando assim certa dependência financeira (seja dos bancos 
privados, seja dos bancos públicos nacionais. 
 
*Carece de dados mais atualizados. 
 
 
Referências: 
BETIOLI, Fábio Contel. Espaço Geográfico, Sistema Bancário e Hipercapilaridade do Crédito no 
Brasil. Caderno CRH. Volume 22, número 55. P.119 a 134. UFBA. Salvador. 2009

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