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HIPERTENSÃO ARTERIAL Prof. Ms Priscilla Sete de Carvalho Onofre HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA No Brasil, o DATASUS revela que as doenças cardiovasculares lideram há algumas décadas, o primeiro lugar entre as causas de morte no país. A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Conceito A hipertensão arterial sistêmica atualmente não pode mais ser vista apenas como uma condição clínica em que os valores tensionais estão acima de um determinada faixa. Na verdade a hipertensão arterial existe num contexto sindrômico, com alterações hemodinâmicas, tróficas e metabólicas, entre as quais a própria elevação dos níveis tensionais, as dislipidemias, a resistência insulínica, a obesidade, a atividade aumentada dos fatores de coagulação e a hipertrofia com alteração da função diastólica do VE. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Ao tratar a hipertensão devemos ter em mente os fatores de risco associados e o impacto do tratamento nestes fatores. Uma droga por vezes benéfica para a redução da PA é maléfica em relação a outro componente da síndrome, como por exemplo uma droga pode induzir hiperglicemia ou dislipidemia. Assim apesar de um controle satisfatório da PA outros fatores de risco potencialmente maiores podem se sobrepor, não melhorando a situação clínica do paciente. Assim o tratamento atual da hipertensão arterial sistêmica não deve se resumir simplesmente à redução dos níveis pressóricos. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA É uma das mais importantes enfermidades do mundo moderno, é frequentemente a causa direta ou indireta do elevado número de óbito. Os portadores de HAS tem 2 a 4 vezes mais risco de ter doenças cardiovasculares A hipertensão é um importante fator de risco para a doença cardiovascular, seja na forma de doença isquêmica, insuficiência cardíaca ou doença cérebro- vascular HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA A prevenção primária é a identificação de fatores de risco para a HAS como alimentação e estilo de vida. A prevenção secundária consiste em identificação e tratamento de pessoas com a doença e com risco potencial de desenvolver problemas cardiovasculares. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA É uma doença multifatorial, na qual o substrato genético alterado predispõe o indivíduo à ação de fatores ambientais como excesso de sal nos alimentos, consumo de álcool, tabagismo, estresse, e esses desencadeiam o desequilíbrio dos complexos sistemas reguladores da pressão arterial, provocando a hipertensão. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Níveis considerados HAS Hipertensão Arterial é definida pelo Ministério da Saúde como pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg Pesquisas revelam que 25% da população geral é hipertensa. Com a idade aumenta-se a chance de ter HAS Os negros tem HAS duas vezes mais do que os brancos HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA No Brasil: Os segmentos sociais mais pobres são os que possuem maior prevalência de hipertensão e também de complicações como acidentes vasculares. As regiões rurais apresentam menor prevalência de hipertensão em relação a metropolitana HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Fisiopatologia O desenvolvimento de hipertensão depende da interação de: predisposição genética fatores ambientais, embora ainda não seja completamente conhecido como estas interações ocorrem. A hipertensão resulta de várias alterações estruturais do sistema cardiovascular que tanto amplificam o estímulo hipertensivo, quanto causam dano cardiovascular. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Avaliação clínica do portador de hipertensão arterial A avaliação complementar mínima de um paciente hipertenso inclui glicemia, colesterol total, uréia, creatinina, potássio e eletrocardiograma. O objetivo dessa investigação é basicamente a detecção de co-morbidades: diabetes, alteração da função renal, dislipidemia e doença coronariana associada. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Avaliação clínica do portador de hipertensão arterial Como existe uma população hipertensa muito grande é inviável estudá-la na sua totalidade, sem uma elevação muito grande do custo do tratamento. A população portadora de hipertensão sem outros fatores de risco possui um risco muito menor de eventos do que os portadores de outros fatores de risco. Exames mais complexos como ECOCARDIOGRAFIA devem ser reservados para casos específicos. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Fatores de risco maiores para doença cardiovascular Obesidade (IMC>30); Fumo; Inatividade física; Dislipidemia; Diabetes mellitus; Idade > 55 p/ H e >65 p/M; História familiar de doença coronariana anterior a idade de risco HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Principais complicações evitáveis com o controle da HAS: Doença cérebro-vascular; doença arterial coronariana Insuficiência cardíaca, doença renal crônica, doença arterial periférica (estão todas as doenças que afetam outras artérias que não a aorta) CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Nível da Pressão Arterial Classificação < 120 sistólica e < 80 diastólica Normal <= 139 sistólica e <= 89 diastólica Pré-Hipertensão 140~159 sistólica ou 90~99 diastólica Hipertensão Estágio 1 > 100 diastólica ou > 160 sistólica Hipertensão Estágio 2 O recente trabalho do VII JNC, levou a uma simplificação das categorias e a categorização de uma situação dita "pré-hipertensão", onde as modificações do estilo de vida devem ser mais que incentivadas, tendo em vista a grande possibilidade de evolução futura para o estado de hipertensão arterial com o avançar da idade. NORMAS DE INDICAÇÃO PARA TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Pacientes pré-hipertensos devem ser tratados apenas com modificações do estilo de vida. Pacientes em Fase 2 (estágio 2) ou com lesões de órgão alvo e os diabéticos, devem de imediato serem submetidos a tratamento medicamentos além do tratamento não farmacológico que sempre é fundamental. Pacientes em Fase 1 devem inicialmente ser submetidos ao tratamento não farmacológico com modificações de estilo de vida e não se obtendo nível pressórico inferior a 140 sistólica e inferior a 90 de diastólica as medidas farmacológicas devem ser iniciadas. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Tratamentos - Abordagem não-farmacológica: - Redução de peso - Redução de consumo de sódio - Restrição do fumo e álcool - Exercícios físicos - Controle do estresse HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Tratamentos - Abordagem farmacológica: - Uso de medicamentos orais como diuréticos, beta-bloqueadores e os inibidores da enzima conversora da angiotensina. - Inicia-se com uma única droga e após monitoramento, se for necessário, associa-se duas drogas. - Importante: o controle regular a pressão arterial! Hipertensão no Idoso A prevalência de HAS nessa população é muito alta. No Brasil cerca de 65% dos idosos são hipertensos e entre mulheres maiores de 75 anos a prevalência pode chegar a 80%. No paciente idoso deve-se sempre usar doses menores das medicações que na população não idosa. As reduções da PA devem ser leves e progressivas, com ajustes de doses menores e mais graduais. A coexistência de outros fatores de risco (dislipidemia, diabetes, hipertrofia ventricular esquerda, obesidade e tabagismo) é muito mais comum neste grupo e deve ser abordada em conjunto. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Os principais desafios para os programas e políticas de controle de hipertensos no país são: reduzir complicações associadas a HAS Reduzir internaçõese mortes relacionadas a HAS Aumentar o grau de conhecimento da população sobre a doença Garantir aos hipertensos acesso a saúde Incentivar políticas e programas comunitários Em 2000, as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por 15,2 % das internações realizadas no SUS, na faixa etária de 30 a 69 anos. Do total de casos, 17,7 % foram relacionados ao Acidente Vascular Encefálico (AVE) e ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Estas doenças são de grande importância epidemiológica, visto o seu caráter crônico e incapacitante, podendo deixar seqüelas para o resto da vida. Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) demonstram que 40% das aposentadorias precoces decorreram dessas doenças.
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