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4 III REALIZAÇÃOAPOIO PREVENÇÃO AOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS Clarice Sandi Madruga, Lidiane Nogueira Rebouças e Natália Alexandre Ferreira GRATUITA Esta publicação não pode ser comercializada Ilustração de Maria Clara Negreiros Lobo com intervenção de Carlus Campos Ilustração de Francisco Matheus Braga da Silva com intervenção de Carlus Campos Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br Este curso é parte integrante do Curso de Capacitação sob o tema PROTEÇÃO SOCIAL na modalidade de Educação a Distância (EaD), em decorrência do Contrato celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha e a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos - SPS , sob o nº 143/20. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 P967 Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação / vários autores; organizado por Ana Lourdes Maia Leitão; vários ilustradores. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021. 192 p. : il.; 26cm x 30cm. – (Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação ; 12v.) Inclui bibliografia e apêndice/anexo. ISBN: 978-65-86094-76-3 (Coleção) ISBN: 978-65-86094-78-7 (Fascículo 4) 1. Direitos Humanos. 2. Políticas Públicas. 3. Assistência Social. 4. Drogas. 5. Igualdade Racial. 6. Segurança Alimentar e Nutricional. 7. Proteção à Vida. 8. Direito das Mulheres. 9. População LGBTQIA+. 10. Pessoas com deficiência. I. Leitão, Ana Lourdes Maia. II. Título. III. Série. 2021-1549 CDD 341.4 CDU 341.4 Índice para catálogo sistemático: Direitos Humanos 341.4 Direitos Humanos 341.4 Copyright©2021 Fundação Demócrito Rocha FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência Luciana Dummar Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo Gerência Geral Marcos Tardin Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto Análise de Projetos Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis SECRETARIA DE PROTEÇÃO SOCIAL, JUSTIÇA, CIDADANIA, MULHERES E DIREITOS HUMANOS (SPS) Secretária de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos - SPS Socorro França Coordenação Técnica PROARES III SPS Maria de Fátima Lourenço Magalhães Gerência Técnica do PROARES III Anete Morel Gonzaga Gerência de Fortalecimento Institucional do PROARES III Selma Maria Salvino Lôbo UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerência Pedagógica Viviane Pereira Coordenação de Cursos Marisa Ferreira Design Educacional Joel Lima Front-End Isabela Marques CURSO PROTEÇÃO SOCIAL: PROGRAMA INTEGRADO DE EDUCOMUNICAÇÃO Concepção e Coordenação Geral Cliff Villar Coordenação de Conteúdo Ana Lourdes Leitão Revisão Daniela Nogueira Projeto Gráfico, Edição de Design e Coordenação de Marketing Andrea Araujo Design Mariana Araujo, Miqueias Mesquita e Kamilla Damasceno Arte-terapia Joana Barroso Ilustrações Ana Luiza Travassos de Oliveira Carvalho, Anny Rammyli Nascimento da Silva, Antônia Travassos de Oliveira Carvalho, Bárbara Vazzoler Villar, Beatriz Vazzoler Villar, Bernardo Saraiva Pinheiro, Davi Bogea Caldas, Fernanda Vitória de Almeida Matos, Francisco Mateus Braga da Silva, Guilherme Araújo Carvalho, João Vazzoler Villar, João Victor Batista Veloso, Júlia Nogueira de Holanda, Luanna Madureira Marques, Lucas Mesquita Mororó, Lucas Sobreira de Araújo, Maia Alease Lima Oliphant, Maria Clara Negreiros Lobo, Maria Júlia Sousa de Oliveira, Mariana Negreiros Lobo, Mariana Vazzoler Villar, Mateus Saldanha Félix, Maurício Rafael Cipriano Gomes, Rafaela Microni Santos, Thalita Sophia Moreira da Silva, Yasmin Microni Santos, Yasmin Monteiro Gomes Bezerra, com intervenção de Carlus Campos Análise de Marketing Digital Fábio Junior Braga SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 ABORDAGEM SOBRE PREVENÇÃO 3 PREVENÇÃO E ESCOLA 4 PREVENÇÃO E COMUNIDADE 5 PREVENÇÃO E FAMÍLIA 6 PREVENÇÃO AMBIENTAL 7 PREVENÇÃO E MULHERES 8 PREVENÇÃO E IDOSOS 9 PREVENÇÃO E PESSOAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL 10 REFERÊNCIAS 52 53 55 56 57 58 59 61 62 63 52 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste 1 INTRODUÇÃO O Escritório das Nações Unidas so-bre Drogas e Crime (UNODC) no último Relatório Mundial sobre Drogas 2020 destacou que o uso de drogas em todo o mundo tem aumen- tado. Em 2009, 4,8% da população global de 15 a 64 anos era de usuários e, em 2018, passou a ser 5,3% da população. O desem- prego e a falta de oportunidades, que estão aumentando, poderão fazer com que pes- soas pobres e desfavorecidas passem por padrões nocivos de uso de drogas, ocasio- nando transtornos decorrentes do uso e se envolvam em atividades ilícitas vinculadas às substâncias (UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME – UNODC, 2020). Diante da promoção da saúde ser uma estratégia de articulação transversal com ações intersetoriais e participação comu- nitária, a abordagem de prevenção aos problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas utiliza esse modelo bem aceito como forma de reduzir os fatores de risco e aumentar os fatores de proteção buscando o desenvolvimento seguro e saudável, além do talento e potencial dos sujeitos para que participem de forma po- sitiva nas atividades familiares, escolares, comunitárias (UNODC, 2013). O fascículo tem como objetivo fornecer orientações e despertar na população a reflexão quanto à prevenção aos problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, além de subsidiar possibilidades para o desenvol- vimento de estratégias e formas de pre- venção relacionadas à temática. Ilustração de Júlia Nogueira de Holanda com intervenção de Carlus Campos 2 FONTE: Elaborado pelos autores a partir de BRASIL (2014) QUADRO 1: CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS NÍVEIS DE PREVENÇÃO CLASSIFICAÇÃO - FASE DE CONSUMO TIPO DESCRIÇÃO Prevenção Primária Evitar a experimentação inicial de substâncias. Prevenção Secundária Evitar que o uso ocasional de substâncias se torne abusivo e chegue à dependência. Prevenção Terciária Voltada a acompanhamento com profissionais especializados para redução dos danos associados ao abuso. CLASSIFICAÇÃO – GRUPO DE EXPOSIÇÃO TIPO DESCRIÇÃO Prevenção Universal Voltada à população em geral, sem qualquer definição de grupo por fator de risco. Prevenção Seletiva Voltada à população com alguns fatores de risco já identificados para o uso de substâncias. Prevenção Indicada Voltada a usuários de substâncias ou com comportamentos de risco relacionados. Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 53 ABORDAGENS SOBRE PREVENÇÃO Os problemas que surgem em decorrência do uso de ál-cool e outras drogas são sérios e importantes. Ter opini-ões e boas intenções não são suficientes para evitá-los, sendo necessárias ações precoces e bem planejadas. Abordar prevenção não se limita à distribuição de folhetos im- pressos como forma de alertar os jovens quanto às consequên- cias causadas pelas substâncias. Ações como essas têm pouco ou nenhum impacto sobre o comportamento, diferentemente das estratégias com atuação na família, na escola e na comunidade com foco em habilidades de vida, favorecendo que o jovem che- gue de forma saudável à vida adulta e à velhice (UNODC, 2013). A abordagem da prevenção aos problemas relacionados ao uso de drogas por meio de programas é eficaz, porque atende às necessidades da comunidade, envolvendo diversas áreas e tem como base as evidências científicas, além de passar por pro- cessos de avaliação e ser rentável, tendo em vista que cada dó- lar gasto com prevenção com jovens, leva à economiade até 10 dólares em custos futuros com saúde, programas sociais e crime (UNODC, 2013). Importante destacar que o cérebro do adolescente ainda está se desenvolvendo por volta dos 20 anos, necessitando fortalecer as ações de prevenção nesse período para adiamento do início do primeiro uso; caso contrário, poderá favorecer à dependência. Assim, estratégias de prevenção com base em evidências, para o público jovem, devem ser defendidas. Pesquisa realizada no Brasil com um programa federal de pre- venção intitulado #Tamojunto 2.0 constatou que os alunos das turmas nas quais o programa foi implantado tiveram uma chan- ce 30% menor de iniciar o uso de álcool do que aqueles que não foram expostos a nenhuma aula do programa. Com a prevalên- cia de uso de álcool na vida no início do estudo, o índice foi de 46,8% entre os alunos acompanhados e 54,8% entre os alunos não acompanhados (SANCHEZ et al., 2020). 2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS NÍVEIS DE PREVENÇÃO Há duas classificações estabelecidas quanto aos níveis de prevenção. A primeira classificação proposta definiu três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária, levando em con- sideração a fase de consumo (BRASIL, 2014). Já a segunda clas- sificação, embora seja mais recente, não exclui e ainda comple- menta a anterior, baseando-se na diferenciação de grupos por nível de risco de exposição às substâncias, sendo ela dividida em universal, seletiva ou indicada (BRASIL, 2014). 54 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste 3 PREVENÇÃO AMBIENTAL Prevenção ambiental é uma abor-dagem em prevenção que busca a alteração das normas sociais por meio de estratégias globais, inter- vindo no nível da sociedade e dos sistemas sociais. A proposta é modificar espaços (so- ciais, culturais, econômicos e físicos) que afetam as escolhas sobre o uso de substân- cias, envolvendo nesse contexto medidas legislativas nacionais e internacionais rela- tivas ao consumo e à venda de substâncias ilícitas e lícitas (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS – CNM, 2016). Como exemplo desse tipo de preven- ção, temos: não ter a venda de bebida al- coólica para menores de idade, legislação voltada ao controle de venda nos estabele- cimentos, taxação e exposição de mensa- gens publicitárias. A prevenção ambiental poderia proporcionar um impacto quanto ao uso de substâncias por adolescentes, principalmente em festas e baladas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou mundialmente, em 2018, a iniciativa SAFER, em que disponibiliza um “pacote técnico” com cinco estratégias de alto impacto que podem ajudar os governos a reduzir o uso nocivo do álcool e suas consequências sociais, econômicas e de saúde. São elas: • Reforçar as restrições à disponibilidade de álcool; • Avançar e impor medidas para direção sob efeito do álcool; • Facilitar o acesso a triagem, intervenções breves e tratamento; • Aplicar proibições ou restrições abrangentes a publicidade, patrocínio e promoção de bebidas alcoólicas; • Aumentar os preços do álcool por meio de impostos e políticas de preços. Para uma melhor compreensão, ter um programa escolar destinado a todos os alunos de uma determinada turma es- colar, sem separá-los por fatores de risco em que estão expostos, é considerado uma prevenção universal, podendo ser primária para os alunos dessa turma que nunca fizeram uso de drogas reduzindo a chance de iniciação e secundária para os que fazem uso esporádico, como forma de reduzir o consumo. Já a prevenção seletiva pode ser rea- lizada numa escola localizada em região de alta criminalidade e oferta de drogas ou destinada à instituição que acolhe fi- lhos de dependentes de substâncias. Vale ressaltar que a estratégia de redu- ção de danos, embora esteja vinculada a tratamento e intervenção também faz par- te de programas de prevenção terciários e indicados. Essa estratégia deve respeitar a autonomia do sujeito e ocorrer numa perspectiva de cuidado ampliado, com- preendendo a diversidade do cuidado em saúde, sendo legitimada como um direito. A prevenção de forma estruturada passou a ser mais valorizada após a mu- dança de paradigma nas formas de abor- dar a temática das políticas sobre drogas saindo de um contexto repressivo para um contexto no qual estudos e pesquisas são a base para buscar as melhores al- ternativas para abordar o assunto. Dessa forma, a prevenção aos problemas rela- cionados ao uso de álcool e outras drogas passou a ser valorizada e difundida, pos- sibilitando que as classificações acima sejam respeitadas. Ilustração de João Victor Batista Veloso com intervenção de Carlus Campos Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 55 Apesar das dificuldades mencionadas, é imprescindível o trabalho da prevenção por meio de oficinas, lives, programas de rádio, abordagem por meio de blitz educativa, rodas de conversa e encontros periódicos. A seguir estão algumas dicas para uma maior probabilidade de sucesso nas ações de prevenção: • Planejar as atividades a serem realizadas; • Fortalecer intersetorialidade e cooperação na realização das atividades; • Desenvolver, inicialmente, a ação em territórios e grupos menores; • Utilizar recursos e materiais já existentes na comunidade (espaços, recursos humanos e materiais); • Promover processo formativo com todos que vão realizar a aplicação e o acompanhamento da metodologia; • Proporcionar continuidade das ações (aplicação em torno de 1 hora, uma vez por semana, alcançando 10 a 15 sessões); • Atuar com atividades que busquem promover a interação e participação de todos; • Conhecer a realidade local (cultura, crenças, valores) para um melhor direcionamento; • Realizar avaliação do que foi executado. Essas medidas da OMS e as estratégias de prevenção ambien- tal podem gerar um alto impacto à vida das pessoas. Entretanto, a indústria do álcool, em especial da cerveja, tem grande influ- ência, limitando algumas mudanças como relacionadas a propa- ganda, limitação de horários de venda, aumento de preços, entre outras. Necessita ainda de melhorias na fiscalização de venda de bebida a menores de idade. Ilustração de Maria Clara Negreiros Lobo com intervenção de Carlus Campos 56 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste Para uma maior possibilidade de eficácia, algumas estratégias podem ser utilizadas na escola (BRASIL, 2014): • Conhecer o que os alunos pensam (dispor os alunos em círculo e estimular a participação); • Considerar a realidade do aluno (fazer atividades em que escrevem no papel, sem se identificar, as razões que levam as pessoas ao uso abusivo de drogas e quais motivos teriam para não fazer uso); • Incentivar a reflexão (dispor de situações-problema contendo adolescentes em uso de substâncias); • Desenvolver o autoconhecimento (utilizar dinâmicas, dramatizações, jogos que estimulem a reflexão sobre comportamento e influências); • Estimular a construção do conhecimento (disponibilizar textos, motivar o interesse na busca de informações, corrigir distorções e preconceitos); • Estimular a expressão de sentimentos e opiniões (proporcionar atividades extraclasses para promoção da autoestima, criatividade e participação social); • Apresentar conceitos realistas e preconceituosos (discutir quanto às substâncias); • Desenvolver o tema “drogas” integrando aos conteúdos pedagógicos (interpretação de textos, abordagem de temas como pesquisa sobre constituição, capacidade respiratória, uso de anabolizantes, entre outros); • Estimular o interesse do aluno e o senso crítico (utilizar- se de notícias da mídia, promover jogos). 4 PREVENÇÃO E ESCOLA A escola é um importante equipamento da comunidade que possibilita a construção de ambientes favoráveis e promoção da saúde, tendo em vista que contribui no processo de desenvolvimento, na construção da subje- tividade do jovem e nas relações interpessoais. O educador é uma peça-chave nesse processo educativo. A escolaé um ambiente significativo de desenvolvimento e de aprendizagem, sendo, assim, um espaço potencial para idealizar e realizar a prevenção, já que reúne grande quantidade de jovens de diversas faixas etárias que passam boa parte do tempo de suas vidas. É nela que começa a vida em sociedade das crianças e adolescentes com reflexões sobre política, economia, cultura, democracia, solidariedade, além do ensino e da aprendizagem de conhecimentos. O ambiente escolar colabora para que haja continuidade das ações implementadas, além de ter um profissional de referência, que é o educador, que contribui na construção de valores e iden- tidade dos jovens. Torna-se importante aproveitar os recursos existentes nas es- colas, como espaços da sala de informática, biblioteca, quadra esportiva, pátio, equipamento audiovisual, quadro branco/lousa, entre outros espaços e equipamentos possíveis. Atividades diversas também podem abordar ou contribuir com a temática da prevenção, como gincana, feira de ciências, olimpíadas, seminários, leitura de livros, discussão de filme, de- bates, atividades artísticas/esportivas etc. Isso poderá favorecer a maior atenção e interação dos alunos, despertar o pensamento crítico e reflexivo, a autonomia, entre outras habilidades. Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 57 5 PREVENÇÃO E COMUNIDADE Na comunidade tem-se uma corrente solidária estabeleci-da, podendo ser realizadas ações de responsabilidade par-tilhada e com otimização de recursos do território. Ações comunitárias evitam a ociosidade e o envolvimento dos jovens em situações que possam gerar problemas às suas vidas. Diversas atividades que promovam crescimento pessoal e profissional podem ser conduzidas na comunidade por entida- des governamentais e não governamentais. Dentre elas, estão atividades esportivas e culturais, cursos profissionalizantes, es- paço para expressar atitudes e questionamentos. A exemplo disso, podemos citar as campanhas que buscam fortalecer a mensagem de que álcool e direção não combinam. Conhecida popularmente como Lei Seca, a Lei 11.705 proíbe que o motorista possa conduzir um veículo automotor em via pública estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas. O aumento de blitz educativas e/ou punitivas, por meio da fiscalização direta, favorece a restrição do consumo ou, pelo menos, a um consumo consciente, reduzindo os riscos e danos. Outro exemplo importante é a construção de espaços como praças e campos de futebol urbanizados e requalificados em regi- ões de alto índice de vulnerabilidade social e baixo Índice de De- senvolvimento Humano (IDH), com objetivo de oferecer a comuni- dade um espaço seguro, favorável a convivência, lazer e formação cidadã, viabilizando a prática de esportes e atividades físicas. Ao se desenvolver ações na comunidade, alcança-se a família e principalmente, os jovens com fortes fatores de risco e que não estão no ambiente escolar. O desenvolvimento pode ocorrer inte- grado a diversas áreas sociais e contemplando a participação de líderes comunitários, religiosos, representantes de associações e conselhos, entre outros. Essa integração favorece que as políticas públicas consigam ser bem planejadas e possam ser mais amplamente desenvolvi- das nos territórios. É importante que elas busquem fortalecer os fatores de proteção, favorecendo impactos positivos à vida das pessoas e à comunidade. Ao realizar prevenção, torna-se importante se munir de ins- trumentos e ferramentas, em busca de impedir antecipadamente que um problema ocorra, evitando doar-se às intervenções de cuidado e reabilitação, o que geralmente demanda não só mais tempo e dedicação, mas também exige mais recursos. Os sujeitos devem ser valorizados nos espaços que ocupam em seu subgrupo, comunidade, sociedade ou em seu próprio espaço, pois, assim, o desenvolvimento psíquico estará livre de fatores que implicam defesas primitivas frente às exigências da sociedade, que podem levar ao uso de álcool e outras drogas, por exemplo (GARCIA et al, 2017). Ilustração de Maria Clara Negreiros Lobo com intervenção de Carlus Campos 58 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste 6 PREVENÇÃO E FAMÍLIA A família tem um importante papel de suporte e apoio na prevenção aos problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, sendo necessário que busque se apropriar de conhecimento sobre o assunto, partilhe experiência, tenha acolhidas e momentos de afetos. Há muitos modelos de famílias e to- dos podem cumprir bem o seu papel de cuidar, educar e proteger. O que importa é seus membros poderem contar uns com os outros em diversas situações como la- zer, comemorações e dificuldades. Com união e fortalecimento dos pontos fortes, os desafios podem ser superados. Os familiares precisam estar atentos à iniciação de substâncias, que ocorre com drogas lícitas, pois são de fácil acesso e estão à volta de todos, inclusive em casa, como o álcool. Muitos pais/responsáveis ingerem bebida alcoólica ou fumam na presença de crianças e adolescentes. Mes- mo que o uso seja moderado e não se ofe- reça a substância para o jovem, a presença constante da substância na família poderá despertar a curiosidade. No caso do cigar- ro, a fumaça prejudica quem fuma e as ou- tras pessoas que estão por perto. Assim, seguem algumas estratégias de prevenção em família: • Tenha diálogo sobre vários temas; • Envolva-se na aprendizagem e em atividades escolares; • Faça refeições em família; • Faça atividades em conjunto (esporte, arte, assistir a filmes, compras etc.); • Tenha atitude de exemplo para os filhos; • Acompanhe as amizades de seu filho, seja presente na vida dele; • Fortaleça a espiritualidade; • Brinque com seu filho; • Elogie as conquistas e os bons comportamentos dos filhos; • Evite comparações para que seu filho não se sinta desvalorizado; • Diga “não” na hora certa, explicando as razões da negativa, pois os filhos precisam se preparar para as dificuldades e frustrações; • Evite ter bebida alcoólica e outras substâncias psicoativas em casa; • Demonstre afeto e busque manter o controle emocional, durante uma intervenção, evitando aborrecimentos que venham a romper ou dificultar a relação. Nas ações de prevenção, investigar os aspectos da dinâmica familiar presentes nos contextos de vida torna-se relevante para traçar possibilidades de intervenções mais adequadas ao assun- to. Quando a família tem algum grau de vulnerabilidade social, a rede de cuidados precisa se fazer presente para que possam ser direcionadas ofertas de cuidado relevantes que possibilitem minimizar consequências dos problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, tanto para o indivíduo como para a socie- dade. Nesse contexto, podem ser envolvidas diversas possibilida- des de cuidado, incluindo educação, espiritualidade e reinserção que favoreça emprego e renda, fatores que influenciam num cui- dado integral à família. Ilustração de Maria Clara Negreiros Lobo com intervenção de Carlus Campos Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 59 7 PREVENÇÃO E MULHERES Quando se pensa no ser mulher, surge maternidade, amor à fa-mília, sexo de maior prevalência na população e responsabilida- de por diversas atividades, em especial atividades domésticas. Entretan- to, algumas expressões surgem como este- reótipos. A mulher não se limita somente a essas questões e, como qualquer outro ser, necessita de partilha de atividades, senti- mentos, responsabilidades, ambiente se- guro, harmônico e que promova repouso. Falar do público feminino no contexto do uso de álcool e outras drogas é algo complexo diante das construções simbóli- cas e representativas do papel da mulher, além de toda a pluralidade da sociedade (MEDEIROS; MACIEL; SOUSA, 2017). A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem destacado que a quantidade de mu- lheres consumidoras de álcool no mundoé menor em relação aos homens, que, quando elas bebem, consomem menos que os homens e que o número absoluto de mulheres que bebem atualmente está aumentando no mundo (WHO, 2018). Estima-se que 20% das mulheres fa- çam uso regular de algum tipo de droga de abuso (como bebidas alcoólicas, cigarros de tabaco ou baseados), tendo como dro- gas lícitas mais usadas na gestação o álco- ol e o tabaco. Quanto às ilícitas, maconha, cocaína e crack (SANTOS; GAVIOLI, 2017). No Brasil, um inquérito realizado pelo Ministério da Saúde, em 2019, aponta que, entre as mulheres, há um cresci- mento do consumo abusivo de álcool, em especial, nas mais jovens (18 a 24 anos) e mais escolarizadas (acima de 12 anos de escolaridade). O estudo aponta que em Fortaleza, capital do Ceará, a frequência de mulhe- res em consumo abusivo (4 ou mais dores em uma única ocasião) é de 12,2%, ou seja, está em 4º lugar na classificação das capitais do Nordeste (BRASIL, 2019). Ou- tro dado marcante desse estudo refere- -se ao uso de tabaco. A capital cearense Fortaleza aparece em 3º lugar, com 5,4% no percentual de mulheres fumantes em relação às demais capitais do Nordeste (BRASIL, 2019). O consumo de álcool precoce entre mulheres é potencializado por estratégias de marketing que atrai esse público por meio da disponibilidade de bebidas do- ces, bem apresentadas, sob influência de nomes exóticos e famosos e que, embo- ra tragam uma baixa percepção de risco, têm muitas vezes concentrações de álcool maiores que bebidas convencionais. Sa- bemos que os efeitos do álcool são dife- rentes entre homens e mulheres, estando elas mais vulneráveis ao impacto negativo do consumo, mais propensas a desenvol- ver dependência e problemas orgânicos, como hepatite alcoólica e outros proble- mas hepáticos e digestivos. É importante destacar que as evidên- cias científicas atualmente apontam que não existe dose segura de álcool a ser re- comendada, pois os riscos à saúde estão associados ao consumo de bebidas em Ilustração de Bernardo Saraiva com intervenção de Carlus Campos 60 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste Como podemos ajudar a mulher que está passando por problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas? • Buscar ouvi-la; • Encorajar para que faça parte de um programa de reabilitação de drogas, a fim de controlar seu problema com uso de substâncias; • Proporcionar orientações quanto aos cuidados relacionados à sua saúde; • Reduzir danos sociais e de saúde; • Estimulá-la a realizar acompanhamento; • Estabelecer uma relação de confiança sincera e sem julgamentos para que ela compreenda a necessidade de um cuidado eficaz e segura para ela; • Buscar que ela desempenhe um papel ativo e honesto em seu próprio cuidado; • Esclarecer acerca da situação que ela está passando; • Promover direcionamentos voltados a alimentação, cuidados à saúde, participação de grupos, aproximação com a família, qualificação profissional, reinserção social etc. No que se refere à violência domésti- ca e transtornos relacionados ao uso de drogas, é preciso atentar-se quanto ao comportamento que a mulher possa apre- sentar, como relato de dor, ferimentos, depressão, insônia, ansiedade, dor pélvi- ca crônica, repetidas infecções urinárias, doenças sexualmente transmissíveis, in- fluência no bem-estar físico e psicológico de toda a família e autoestima fragilizada. Todos esses fatores podem ser indícios de violência decorrente do uso problemático de álcool e outras drogas. qualquer dose, fazendo com que os pe- quenos benefícios adquiridos por um bai- xo e moderado consumo de bebidas alco- ólicas (por exemplo, sugerir uma taça de vinho uma vez ao dia, por ser benéfica ao coração) sejam superados pelo risco au- mentado de outros danos relacionados à saúde, incluindo o câncer (BURTON, SHE- RON, 2018). A longo prazo os impactos para a saú- de feminina podem ser diversos, pois elas tornam-se mais susceptíveis a desenvolver doenças hepáticas e doenças cardíacas, danos cerebrais, câncer de mama, inferti- lidade e problemas com o sono. Assim, é muito importante que ações integradas de prevenção possam chegar a esse grupo favorecendo o não uso ou redução do uso esporádico/frequente. Estimativas sugerem que cerca de 5% das mulheres grávidas usam uma ou mais substâncias que podem causar dependên- cia. O uso do álcool, drogas ilícitas e outras substâncias psicoativas durante a gravidez pode levar a sérios problemas de saúde para a mãe e o filho. A substância mais co- mumente utilizada, o álcool, está entre as mais preocupantes, podendo levar à Sín- drome Alcoólica Fetal (SAF) e outros danos profundos, como aborto espontâneo, na- timorto, baixo peso ao nascer, prematuri- dade e defeitos de nascença (WHO, 2014). A SAF é uma das consequências mais gra- ves do consumo de álcool durante a gravi- dez. Beber apenas três doses por dia pode causar a síndrome, que ocorre em cerca de 2 entre 1.000 nascidos vivos. Seguido do álcool, o consumo de ta- baco e maconha também é prevalente, e seu uso durante a gravidez está associado a duplicar ou mesmo triplicar o risco de natimorto (RUISCH et al, 2018; DAVIS et al, 2020). Embora saiba-se que o tabagismo prejudica mulheres grávidas e seus fetos, apenas cerca de 20% das mulheres que fumam conseguem parar durante a gravi- dez. Em adultos, o fumo passivo provoca graves doenças cardiovasculares e respi- ratórias, incluindo doença coronariana e câncer de pulmão. Nos bebês, pode cau- sar morte súbita e baixo peso ao nascer. Para além das consequências diretas do consumo de drogas perinatal, é neces- sário reconhecer que filhos de dependen- tes químicas também sofrerão o impacto negativo desta exposição durante todas as demais fases do desenvolvimento, com o consumo permeando todas as fun- ções que envolvem a maternidade. Sabe- -se que o uso parental de substâncias é um marcador substancial para a disfun- ção familiar levando a resultados previ- sivelmente negativos para as crianças (ROSSEN et al, 2019). O impacto negativo do consumo de drogas pela mãe já é ma- nifestado imediatamente no que se refe- re à amamentação. A exposição precoce às substâncias psi- cotrópicas, ocorrida antes do nascimento, no período neonatal ou mesmo de forma indireta, poderá ocasionar, na primeira in- fância, impacto desse consumo parental com consequências graves, profundas e muitas vezes permanentes. Sendo assim, é fundamental a conscientização da po- pulação quanto à necessidade de prevenir o consumo de qualquer substância entre mulheres gestantes e lactantes. Tratando-se de mulheres usuárias, faz- -se imperativo o encaminhamento para serviços especializados e acompanha- mento durante a gestação. Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 61 8 PREVENÇÃO E IDOSOS A o refletir sobre o que tem favo-recido o aumento do consumo de álcool e outras drogas pela população, deve-se atentar aos fatores internos e externos. Embora os exemplos sejam inúmeros, a seguir estão alguns que possam gerar reflexão acerca do cotidiano. Os fatores internos se referem a: • Curiosidade; • Necessidade de autoafirmação (testar limites); • Busca por prazer e diferentes sensações; • Autoestima baixa (conceitos negativos sobre si). Os fatores externos se referem a: • Busca pelo pertencimento a grupos; • Presença da droga em ambientes que frequenta regularmente; • Envolvimento em atividades pouco atrativas; • Problemas no relacionamento ou financeiros/desemprego. O envelhecimento é algo que faz parte da vida do ser, sendo uma etapa marca- da por diversas transformações e perdas – dentre elas, há uma com grande signi- ficância, a autonomia, e que pode levar, nessa etapa da vida, ao uso problemático. Atualmente o padrão de consumo de álcool está aumentando nas pessoas ido- sas e, como esse público tem um metabo- lismo mais lento, o álcool pode afetar de forma diferente o organismo. Além disso, nessa etapa davida, é comum que seja feito uso de diversas medicações para tratamento contínuo de doenças crônicas que fazem parte do processo de envelhe- cimento, e a interação do álcool com esses medicamentos pode causar toxidade ou anular o efeito do medicamento. Fisiologicamente, o envelhecimento fa- vorece a redução da tolerância do corpo ao álcool, gerando consequências mais mar- cantes. Outras dificuldades podem aumen- tar esse quadro e ocasionar o uso abusivo de álcool, como solidão, perda de amigos, saída do mercado de trabalho, isolamento, entre outras (ANDRADE, 2020). Estudo realizado com idosos em Brasília- -DF destacou que alguns idosos justificaram o consumo de bebida alcoólica, em especial o vinho, alegando que este faz bem para o coração (MELO et al., 2019). Isso reforça o cuidado que se deve ter ao interpretar re- portagens e estudos que são lançadas nos meios de comunicação, pois tal interpreta- ção pode gerar um consumo que resulta em riscos à saúde que superam os benefícios. Ilustração de Bernardo Saraiva com intervenção de Carlus Campos FO N TE : M AC ED O E T AL . ( 20 14 ); FE RR O E M EN ES ES -G AY A (2 01 5) . Estudos realizados podem contribuir para a melhor compreensão das dimensões micro e macrossociais de uso e mercado de drogas, incluindo a análise dos padrões de comportamento dos usuários, como forma de identificar suas potencialidades e fragi- lidades, além da exposição a riscos e danos sociais e de saúde (TOLEDO et al.,2017). Nessa lógica, o quadro acima pode ser um caminho para avaliação e compreen- são, pois intervenções voltadas a poten- cializar os fatores de proteção favorecem o fortalecimento das habilidades de vida bem como os vínculos familiares e comuni- tários, possibilitando, entre outros benefí- cios, o não uso de substâncias psicoativas. Vale ressaltar que o outro domínio que não consta no quadro é a escola, que já foi bem destacada neste material anteriormente. Outra questão importante seria conhe- cer os fatores que podem causar as ruptu- ras das redes sociais a partir da identifi- cação do cotidiano e dos projetos de vida das pessoas que estão em situação de rua. A ideia relacionada a ida desse grupo para a rua ocasionada exclusivamente pelo uso abusivo de álcool e outras drogas surge a partir de uma reprodução cultural desse discurso, devido a pré-concepções da mí- dia, além de outros interesses existentes por trás (FIORAT et al., 2017). Por esse motivo, o mais sensato é ava- liar a singularidade do sujeito e permitir acesso à história de vida do sujeito, possi- bilitando espaço para avaliar e intervir da forma que for mais correta. QUADRO 2: TRÊS DOS QUATRO DOMÍNIOS CLASSIFICADOS COMO FATORES DE PROTEÇÃO E RISCO DOMÍNIOS FATORES DE PROTEÇÃO FATORES DE RISCO Sujeito • Habilidade sociais; • Cooperação; • Autonomia; • Autoestima desenvolvida; • Capacidade de resolução de problemas. • Insegurança; • Timidez excessiva; • Comportamento agressivo; • Busca descontrolada de prazer; • Insatisfação com a vida. Família • Envolvimento familiar positivo, num lar em que haja estímulo dos para o desenvolvimento de habilidades sociais; • Pessoas que acompanham as atividades dos membros da família; • Estabelecimento de regras e condutas claras; • Adoção de normas convencionais quanto ao uso de drogas. • Pessoas que abusam de substâncias ou sofrem de problemas de saúde mental; • Falta de regras claras de conduta; • Pessoas autoritários ou muito exigentes; • Violência doméstica; • Traumas na infância. Sociedade/ Comunidade • Respeito às leis sociais; • Oportunidades de lazer; • Clima comunitário afetivo; • Vínculo com organização religiosa. • Propagandas que incentivam o uso; • Acessibilidade a substâncias. 62 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste 9 PREVENÇÃO E PESSOAS EM VULNE- RABILIDADE SOCIAL Além de todas as questões já cita-das, que possuem uma razão bio-lógica clara para o fortalecimento do papel da prevenção, existem fatores relacionados a questões sociais, culturais e econômicas que tornam deter- minados grupos mais vulneráveis ao con- sumo de álcool e outras drogas. Pode-se ci- tar como exemplo as pessoas em situação de rua, em privação de liberdade e popula- ções indígenas, que necessitam de cuida- dos e intervenções adequadas e concretas. É importante identificar as populações em vulnerabilidade aos efeitos e aos riscos do uso de álcool e outras drogas, e moni- torá-las para que intervenções precoces, tratamento e políticas públicas possam ser planejados, implementados e avalia- dos, atentando-se que as desigualdades (sexo, aspectos biológicos, sociais e ra- ciais) que possuem geram variação de re- ação no consumo do álcool, tornando-se marcadores importantes para a identifica- ção dessas populações (ANDRADE, 2020). Assim, pode-se refletir sobre os fatores de risco e fatores de proteção para o uso de álcool e outras drogas, associados a diver- sos contextos abordados nessa discussão. Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 63 ANDRADE, Arthur Guerra de (org.) Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2020. Organizador: Arthur Guerra de Andrade. 1ª ed. São Paulo: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool - CISA, 2020. BRASIL. Ministério da Justiça – MJ. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD. Prevenção dos problemas relacionados ao uso de drogas: capacitação para conselheiros e lideranças comunitárias. 6 ed. Brasília, DF: SENAD-MJ/NUTE-UFSC, 2014. 312p. BRASIL. VIGITEL Brasil 2019: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde; 2019. Disponível em: http://bvsms.saude. gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2019_ vigilancia_fatores_risco.pdf BURTON, Robyn; SHERON, Nick. No level of alcohol consumption improves health. The Lancet Global Health. v 392, p.987- 988, 2018. Disponível em: https://www. thelancet.com/action/showPdf?pii=S0140- 6736%2818%2931571-X CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS – CNM. Prevenção ao uso de drogas: conceitos e possibilidades. Brasília: CNM, 2016. 36p. DAVIS, E.; LEE T.; WEBER J. T; BUGDEN S. 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Lidiane Nogueira Rebouças É graduada em Enfermagem pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e tem Especializações em Enfermagem Clínica – Aspectos patológicos e farmacológicos do cuidar (Uece), Saúde da Família (UFC), Gestão dos Sistemas e Serviços de Saúde – Gestão SUS (ESP/CE), Linhas de Cuidado em Enfermagem: doenças crônicas não transmissíveis (UFSC) e Mestrado e Doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É coordenadora de Políticas sobre Drogas da Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), do Governo do Estado do Ceará. É associada e membro da Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Enfermeiros Auditores (Abea) e associada da Associação Brasileira de Pesquisa em Prevenção e Promoção da Saúde (Brapep). Natália Alexandre Ferreira É graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário (UniJuazeiro) e tem Especializações em Saúde Mental Coletiva (ESP/CE), Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (Uece) e é Mestranda em Saúde Pública (UFC). É assistente técnico da Secretaria Executiva de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), do Governo do Estado do Ceará. É associada e membro da Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Enfermeiros Auditores (Abea). Ilustrações Desenhos originais das crianças Ana Luiza Travassos de Oliveira Carvalho, Anny Rammyli Nascimento da Silva, Antônia Travassos de Oliveira Carvalho, Bárbara Vazzoler Villar, Beatriz Vazzoler Villar, Bernardo Saraiva Pinheiro, Davi Bogea Caldas, Fernanda Vitória de Almeida Matos, Francisco Mateus Braga da Silva, Guilherme Araújo Carvalho, João Vazzoler Villar, João Victor Batista Veloso, Júlia Nogueira de Holanda, Luanna Madureira Marques, Lucas Mesquita Mororó, Lucas Sobreira de Araújo, Maia Alease Lima Oliphant, Maria Clara Negreiros Lobo, Maria Júlia Sousa de Oliveira, Mariana Negreiros Lobo, Mariana Vazzoler Villar, Mateus Saldanha Félix, Maurício Rafael Cipriano Gomes, Rafaela Microni Santos, Thalita Sophia Moreira da Silva, Yasmin Microni Santos, Yasmin Monteiro Gomes Bezerra, que participaram da Oficina de Ilustração com Joana Brasileiro Barroso, com intervenção artística de Carlus Campos.
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