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F4-Protecao-social

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Prévia do material em texto

4
III
REALIZAÇÃOAPOIO
PREVENÇÃO 
AOS PROBLEMAS 
RELACIONADOS AO 
USO DE ÁLCOOL E 
OUTRAS DROGAS 
Clarice Sandi Madruga, 
Lidiane Nogueira Rebouças e
Natália Alexandre Ferreira
GRATUITA
Esta publicação 
não pode ser 
comercializada
Ilustração de 
Maria Clara 
Negreiros Lobo 
com intervenção de 
Carlus Campos
Ilustração 
de Francisco 
Matheus Braga 
da Silva com 
intervenção de 
Carlus Campos
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148
fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br
Este curso é parte integrante do Curso de Capacitação sob o tema PROTEÇÃO SOCIAL na modalidade 
de Educação a Distância (EaD), em decorrência do Contrato celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha 
e a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos - SPS , sob o nº 143/20.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD 
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
P967 Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação / vários autores; organizado por Ana 
Lourdes Maia Leitão; vários ilustradores. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2021.
192 p. : il.; 26cm x 30cm. – (Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação ; 12v.)
Inclui bibliografia e apêndice/anexo.
ISBN: 978-65-86094-76-3 (Coleção)
ISBN: 978-65-86094-78-7 (Fascículo 4)
1. Direitos Humanos. 2. Políticas Públicas. 3. Assistência Social. 4. Drogas. 5. Igualdade Racial. 
6. Segurança Alimentar e Nutricional. 7. Proteção à Vida. 8. Direito das Mulheres. 9. População 
LGBTQIA+. 10. Pessoas com deficiência. I. Leitão, Ana Lourdes Maia. II. Título. III. Série.
 2021-1549 CDD 341.4
 CDU 341.4 
Índice para catálogo sistemático:
Direitos Humanos 341.4
Direitos Humanos 341.4
Copyright©2021 Fundação Demócrito Rocha
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência Luciana Dummar
Direção Administrativo-Financeira André Avelino de Azevedo
Gerência Geral Marcos Tardin
Gerência Editorial e de Projetos Raymundo Netto
Análise de Projetos Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis
SECRETARIA DE PROTEÇÃO SOCIAL, JUSTIÇA, CIDADANIA, MULHERES E DIREITOS HUMANOS (SPS)
Secretária de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos - SPS Socorro França
Coordenação Técnica PROARES III SPS Maria de Fátima Lourenço Magalhães
Gerência Técnica do PROARES III Anete Morel Gonzaga
Gerência de Fortalecimento Institucional do PROARES III Selma Maria Salvino Lôbo
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerência Pedagógica Viviane Pereira
Coordenação de Cursos Marisa Ferreira
Design Educacional Joel Lima
Front-End Isabela Marques
CURSO PROTEÇÃO SOCIAL: PROGRAMA INTEGRADO DE EDUCOMUNICAÇÃO
Concepção e Coordenação Geral Cliff Villar
Coordenação de Conteúdo Ana Lourdes Leitão
Revisão Daniela Nogueira
Projeto Gráfico, Edição de Design e Coordenação de Marketing Andrea Araujo
Design Mariana Araujo, Miqueias Mesquita e Kamilla Damasceno
Arte-terapia Joana Barroso
Ilustrações Ana Luiza Travassos de Oliveira Carvalho, Anny Rammyli Nascimento da Silva, Antônia Travassos de Oliveira 
Carvalho, Bárbara Vazzoler Villar, Beatriz Vazzoler Villar, Bernardo Saraiva Pinheiro, Davi Bogea Caldas, Fernanda Vitória 
de Almeida Matos, Francisco Mateus Braga da Silva, Guilherme Araújo Carvalho, João Vazzoler Villar, João Victor Batista 
Veloso, Júlia Nogueira de Holanda, Luanna Madureira Marques, Lucas Mesquita Mororó, Lucas Sobreira de Araújo, Maia 
Alease Lima Oliphant, Maria Clara Negreiros Lobo, Maria Júlia Sousa de Oliveira, Mariana Negreiros Lobo, Mariana 
Vazzoler Villar, Mateus Saldanha Félix, Maurício Rafael Cipriano Gomes, Rafaela Microni Santos, Thalita Sophia Moreira 
da Silva, Yasmin Microni Santos, Yasmin Monteiro Gomes Bezerra, com intervenção de Carlus Campos
Análise de Marketing Digital Fábio Junior Braga
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 ABORDAGEM SOBRE PREVENÇÃO 
3 PREVENÇÃO E ESCOLA
4 PREVENÇÃO E COMUNIDADE
5 PREVENÇÃO E FAMÍLIA
6 PREVENÇÃO AMBIENTAL
7 PREVENÇÃO E MULHERES
8 PREVENÇÃO E IDOSOS
9 PREVENÇÃO E PESSOAS EM 
VULNERABILIDADE SOCIAL
10 REFERÊNCIAS 
52
53
55
56
57
58
59
61
62
63
52 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
1 
INTRODUÇÃO
O Escritório das Nações Unidas so-bre Drogas e Crime (UNODC) no último Relatório Mundial sobre Drogas 2020 destacou que o uso 
de drogas em todo o mundo tem aumen-
tado. Em 2009, 4,8% da população global 
de 15 a 64 anos era de usuários e, em 2018, 
passou a ser 5,3% da população. O desem-
prego e a falta de oportunidades, que estão 
aumentando, poderão fazer com que pes-
soas pobres e desfavorecidas passem por 
padrões nocivos de uso de drogas, ocasio-
nando transtornos decorrentes do uso e se 
envolvam em atividades ilícitas vinculadas 
às substâncias (UNITED NATIONS OFFICE 
ON DRUGS AND CRIME – UNODC, 2020).
Diante da promoção da saúde ser uma 
estratégia de articulação transversal com 
ações intersetoriais e participação comu-
nitária, a abordagem de prevenção aos 
problemas relacionados ao uso de álcool 
e outras drogas utiliza esse modelo bem 
aceito como forma de reduzir os fatores 
de risco e aumentar os fatores de proteção 
buscando o desenvolvimento seguro e 
saudável, além do talento e potencial dos 
sujeitos para que participem de forma po-
sitiva nas atividades familiares, escolares, 
comunitárias (UNODC, 2013). O fascículo 
tem como objetivo fornecer orientações e 
despertar na população a reflexão quanto 
à prevenção aos problemas relacionados 
ao uso de álcool e outras drogas, além de 
subsidiar possibilidades para o desenvol-
vimento de estratégias e formas de pre-
venção relacionadas à temática.
Ilustração de 
Júlia Nogueira 
de Holanda com 
intervenção de 
Carlus Campos
2 
FONTE: Elaborado pelos autores a partir de BRASIL (2014)
QUADRO 1: CLASSIFICAÇÃO QUANTO 
AOS NÍVEIS DE PREVENÇÃO
CLASSIFICAÇÃO - FASE DE CONSUMO
TIPO DESCRIÇÃO
Prevenção 
Primária
Evitar a experimentação inicial de 
substâncias.
Prevenção 
Secundária
Evitar que o uso ocasional de substâncias 
se torne abusivo e chegue à dependência.
Prevenção 
Terciária
Voltada a acompanhamento com 
profissionais especializados para 
redução dos danos associados ao abuso.
CLASSIFICAÇÃO – GRUPO DE EXPOSIÇÃO
TIPO DESCRIÇÃO
Prevenção 
Universal
Voltada à população em geral, 
sem qualquer definição de grupo 
por fator de risco.
Prevenção 
Seletiva
Voltada à população com alguns 
fatores de risco já identificados para o 
uso de substâncias.
Prevenção 
Indicada
Voltada a usuários de substâncias ou com 
comportamentos de risco relacionados.
Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 53
ABORDAGENS 
SOBRE PREVENÇÃO
Os problemas que surgem em decorrência do uso de ál-cool e outras drogas são sérios e importantes. Ter opini-ões e boas intenções não são suficientes para evitá-los, sendo necessárias ações precoces e bem planejadas.
Abordar prevenção não se limita à distribuição de folhetos im-
pressos como forma de alertar os jovens quanto às consequên-
cias causadas pelas substâncias. Ações como essas têm pouco ou 
nenhum impacto sobre o comportamento, diferentemente das 
estratégias com atuação na família, na escola e na comunidade 
com foco em habilidades de vida, favorecendo que o jovem che-
gue de forma saudável à vida adulta e à velhice (UNODC, 2013).
A abordagem da prevenção aos problemas relacionados ao 
uso de drogas por meio de programas é eficaz, porque atende 
às necessidades da comunidade, envolvendo diversas áreas e 
tem como base as evidências científicas, além de passar por pro-
cessos de avaliação e ser rentável, tendo em vista que cada dó-
lar gasto com prevenção com jovens, leva à economiade até 10 
dólares em custos futuros com saúde, programas sociais e crime 
(UNODC, 2013).
Importante destacar que o cérebro do adolescente ainda está 
se desenvolvendo por volta dos 20 anos, necessitando fortalecer 
as ações de prevenção nesse período para adiamento do início 
do primeiro uso; caso contrário, poderá favorecer à dependência. 
Assim, estratégias de prevenção com base em evidências, para o 
público jovem, devem ser defendidas. 
Pesquisa realizada no Brasil com um programa federal de pre-
venção intitulado #Tamojunto 2.0 constatou que os alunos das 
turmas nas quais o programa foi implantado tiveram uma chan-
ce 30% menor de iniciar o uso de álcool do que aqueles que não 
foram expostos a nenhuma aula do programa. Com a prevalên-
cia de uso de álcool na vida no início do estudo, o índice foi de 
46,8% entre os alunos acompanhados e 54,8% entre os alunos 
não acompanhados (SANCHEZ et al., 2020).
2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO 
AOS NÍVEIS DE PREVENÇÃO
Há duas classificações estabelecidas quanto aos níveis de 
prevenção. A primeira classificação proposta definiu três níveis 
de prevenção: primária, secundária e terciária, levando em con-
sideração a fase de consumo (BRASIL, 2014). Já a segunda clas-
sificação, embora seja mais recente, não exclui e ainda comple-
menta a anterior, baseando-se na diferenciação de grupos por 
nível de risco de exposição às substâncias, sendo ela dividida 
em universal, seletiva ou indicada (BRASIL, 2014).
54 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
3 
PREVENÇÃO 
AMBIENTAL
Prevenção ambiental é uma abor-dagem em prevenção que busca a alteração das normas sociais por meio de estratégias globais, inter-
vindo no nível da sociedade e dos sistemas 
sociais. A proposta é modificar espaços (so-
ciais, culturais, econômicos e físicos) que 
afetam as escolhas sobre o uso de substân-
cias, envolvendo nesse contexto medidas 
legislativas nacionais e internacionais rela-
tivas ao consumo e à venda de substâncias 
ilícitas e lícitas (CONFEDERAÇÃO NACIONAL 
DE MUNICÍPIOS – CNM, 2016).
Como exemplo desse tipo de preven-
ção, temos: não ter a venda de bebida al-
coólica para menores de idade, legislação 
voltada ao controle de venda nos estabele-
cimentos, taxação e exposição de mensa-
gens publicitárias. A prevenção ambiental 
poderia proporcionar um impacto quanto 
ao uso de substâncias por adolescentes, 
principalmente em festas e baladas.
A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) lançou mundialmente, 
em 2018, a iniciativa SAFER, 
em que disponibiliza um 
“pacote técnico” com cinco 
estratégias de alto impacto que 
podem ajudar os governos a 
reduzir o uso nocivo do álcool 
e suas consequências sociais, 
econômicas e de saúde. São elas:
• Reforçar as restrições à 
disponibilidade de álcool;
• Avançar e impor medidas para 
direção sob efeito do álcool;
• Facilitar o acesso a triagem, 
intervenções breves e tratamento;
• Aplicar proibições ou restrições 
abrangentes a publicidade, 
patrocínio e promoção de 
bebidas alcoólicas;
• Aumentar os preços do álcool 
por meio de impostos e políticas 
de preços.
Para uma melhor compreensão, ter 
um programa escolar destinado a todos 
os alunos de uma determinada turma es-
colar, sem separá-los por fatores de risco 
em que estão expostos, é considerado 
uma prevenção universal, podendo ser 
primária para os alunos dessa turma que 
nunca fizeram uso de drogas reduzindo a 
chance de iniciação e secundária para os 
que fazem uso esporádico, como forma 
de reduzir o consumo.
Já a prevenção seletiva pode ser rea-
lizada numa escola localizada em região 
de alta criminalidade e oferta de drogas 
ou destinada à instituição que acolhe fi-
lhos de dependentes de substâncias.
Vale ressaltar que a estratégia de redu-
ção de danos, embora esteja vinculada a 
tratamento e intervenção também faz par-
te de programas de prevenção terciários e 
indicados. Essa estratégia deve respeitar 
a autonomia do sujeito e ocorrer numa 
perspectiva de cuidado ampliado, com-
preendendo a diversidade do cuidado em 
saúde, sendo legitimada como um direito.
A prevenção de forma estruturada 
passou a ser mais valorizada após a mu-
dança de paradigma nas formas de abor-
dar a temática das políticas sobre drogas 
saindo de um contexto repressivo para 
um contexto no qual estudos e pesquisas 
são a base para buscar as melhores al-
ternativas para abordar o assunto. Dessa 
forma, a prevenção aos problemas rela-
cionados ao uso de álcool e outras drogas 
passou a ser valorizada e difundida, pos-
sibilitando que as classificações acima 
sejam respeitadas.
Ilustração de João 
Victor Batista Veloso 
com intervenção de 
Carlus Campos
Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 55
Apesar das dificuldades mencionadas, é 
imprescindível o trabalho da prevenção por meio 
de oficinas, lives, programas de rádio, abordagem 
por meio de blitz educativa, rodas de conversa e 
encontros periódicos. A seguir estão algumas dicas 
para uma maior probabilidade de sucesso nas 
ações de prevenção:
• Planejar as atividades a serem realizadas;
• Fortalecer intersetorialidade e cooperação na 
realização das atividades;
• Desenvolver, inicialmente, a ação em territórios e 
grupos menores;
• Utilizar recursos e materiais já existentes na 
comunidade (espaços, recursos humanos e materiais);
• Promover processo formativo com todos que vão realizar 
a aplicação e o acompanhamento da metodologia;
• Proporcionar continuidade das ações (aplicação em 
torno de 1 hora, uma vez por semana, alcançando 10 a 
15 sessões); 
• Atuar com atividades que busquem promover a 
interação e participação de todos;
• Conhecer a realidade local (cultura, crenças, valores) 
para um melhor direcionamento;
• Realizar avaliação do que foi executado.
Essas medidas da OMS e as estratégias de prevenção ambien-
tal podem gerar um alto impacto à vida das pessoas. Entretanto, 
a indústria do álcool, em especial da cerveja, tem grande influ-
ência, limitando algumas mudanças como relacionadas a propa-
ganda, limitação de horários de venda, aumento de preços, entre 
outras. Necessita ainda de melhorias na fiscalização de venda de 
bebida a menores de idade. 
Ilustração de 
Maria Clara 
Negreiros Lobo 
com intervenção 
de Carlus Campos
56 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
Para uma maior possibilidade de eficácia, algumas 
estratégias podem ser utilizadas na escola 
(BRASIL, 2014):
• Conhecer o que os alunos pensam (dispor os alunos 
em círculo e estimular a participação);
• Considerar a realidade do aluno (fazer atividades em 
que escrevem no papel, sem se identificar, as razões 
que levam as pessoas ao uso abusivo de drogas e quais 
motivos teriam para não fazer uso);
• Incentivar a reflexão (dispor de situações-problema 
contendo adolescentes em uso de substâncias);
• Desenvolver o autoconhecimento (utilizar dinâmicas, 
dramatizações, jogos que estimulem a reflexão sobre 
comportamento e influências);
• Estimular a construção do conhecimento 
(disponibilizar textos, motivar o interesse na busca de 
informações, corrigir distorções e preconceitos);
• Estimular a expressão de sentimentos e opiniões 
(proporcionar atividades extraclasses para promoção da 
autoestima, criatividade e participação social);
• Apresentar conceitos realistas e preconceituosos 
(discutir quanto às substâncias);
• Desenvolver o tema “drogas” integrando aos conteúdos 
pedagógicos (interpretação de textos, abordagem de 
temas como pesquisa sobre constituição, capacidade 
respiratória, uso de anabolizantes, entre outros);
• Estimular o interesse do aluno e o senso crítico (utilizar-
se de notícias da mídia, promover jogos).
4 
PREVENÇÃO 
E ESCOLA
A escola é um importante equipamento da comunidade que possibilita a construção de ambientes favoráveis e promoção da saúde, tendo em vista que contribui no processo de desenvolvimento, na construção da subje-
tividade do jovem e nas relações interpessoais. O educador é uma 
peça-chave nesse processo educativo.
A escolaé um ambiente significativo de desenvolvimento e de 
aprendizagem, sendo, assim, um espaço potencial para idealizar 
e realizar a prevenção, já que reúne grande quantidade de jovens 
de diversas faixas etárias que passam boa parte do tempo de 
suas vidas. É nela que começa a vida em sociedade das crianças 
e adolescentes com reflexões sobre política, economia, cultura, 
democracia, solidariedade, além do ensino e da aprendizagem 
de conhecimentos.
O ambiente escolar colabora para que haja continuidade das 
ações implementadas, além de ter um profissional de referência, 
que é o educador, que contribui na construção de valores e iden-
tidade dos jovens. 
Torna-se importante aproveitar os recursos existentes nas es-
colas, como espaços da sala de informática, biblioteca, quadra 
esportiva, pátio, equipamento audiovisual, quadro branco/lousa, 
entre outros espaços e equipamentos possíveis.
Atividades diversas também podem abordar ou contribuir 
com a temática da prevenção, como gincana, feira de ciências, 
olimpíadas, seminários, leitura de livros, discussão de filme, de-
bates, atividades artísticas/esportivas etc. Isso poderá favorecer 
a maior atenção e interação dos alunos, despertar o pensamento 
crítico e reflexivo, a autonomia, entre outras habilidades.
Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 57
5 
PREVENÇÃO E 
COMUNIDADE
Na comunidade tem-se uma corrente solidária estabeleci-da, podendo ser realizadas ações de responsabilidade par-tilhada e com otimização de recursos do território. Ações comunitárias evitam a ociosidade e o envolvimento dos 
jovens em situações que possam gerar problemas às suas vidas. 
Diversas atividades que promovam crescimento pessoal e 
profissional podem ser conduzidas na comunidade por entida-
des governamentais e não governamentais. Dentre elas, estão 
atividades esportivas e culturais, cursos profissionalizantes, es-
paço para expressar atitudes e questionamentos.
A exemplo disso, podemos citar as campanhas que buscam 
fortalecer a mensagem de que álcool e direção não combinam. 
Conhecida popularmente como Lei Seca, a Lei 11.705 proíbe que 
o motorista possa conduzir um veículo automotor em via pública 
estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou 
superior a seis decigramas. O aumento de blitz educativas e/ou 
punitivas, por meio da fiscalização direta, favorece a restrição do 
consumo ou, pelo menos, a um consumo consciente, reduzindo 
os riscos e danos.
Outro exemplo importante é a construção de espaços como 
praças e campos de futebol urbanizados e requalificados em regi-
ões de alto índice de vulnerabilidade social e baixo Índice de De-
senvolvimento Humano (IDH), com objetivo de oferecer a comuni-
dade um espaço seguro, favorável a convivência, lazer e formação 
cidadã, viabilizando a prática de esportes e atividades físicas. 
Ao se desenvolver ações na comunidade, alcança-se a família 
e principalmente, os jovens com fortes fatores de risco e que não 
estão no ambiente escolar. O desenvolvimento pode ocorrer inte-
grado a diversas áreas sociais e contemplando a participação de 
líderes comunitários, religiosos, representantes de associações e 
conselhos, entre outros.
Essa integração favorece que as políticas públicas consigam 
ser bem planejadas e possam ser mais amplamente desenvolvi-
das nos territórios. É importante que elas busquem fortalecer os 
fatores de proteção, favorecendo impactos positivos à vida das 
pessoas e à comunidade.
Ao realizar prevenção, torna-se importante se munir de ins-
trumentos e ferramentas, em busca de impedir antecipadamente 
que um problema ocorra, evitando doar-se às intervenções de 
cuidado e reabilitação, o que geralmente demanda não só mais 
tempo e dedicação, mas também exige mais recursos.
Os sujeitos devem ser valorizados nos espaços que ocupam 
em seu subgrupo, comunidade, sociedade ou em seu próprio 
espaço, pois, assim, o desenvolvimento psíquico estará livre de 
fatores que implicam defesas primitivas frente às exigências da 
sociedade, que podem levar ao uso de álcool e outras drogas, por 
exemplo (GARCIA et al, 2017).
Ilustração de Maria Clara 
Negreiros Lobo com intervenção 
de Carlus Campos
58 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
6 
PREVENÇÃO 
E FAMÍLIA
A família tem um importante papel de suporte e apoio na prevenção aos problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, 
sendo necessário que busque se apropriar 
de conhecimento sobre o assunto, partilhe 
experiência, tenha acolhidas e momentos 
de afetos.
Há muitos modelos de famílias e to-
dos podem cumprir bem o seu papel de 
cuidar, educar e proteger. O que importa 
é seus membros poderem contar uns com 
os outros em diversas situações como la-
zer, comemorações e dificuldades. Com 
união e fortalecimento dos pontos fortes, 
os desafios podem ser superados.
Os familiares precisam estar atentos à 
iniciação de substâncias, que ocorre com 
drogas lícitas, pois são de fácil acesso e 
estão à volta de todos, inclusive em casa, 
como o álcool. Muitos pais/responsáveis 
ingerem bebida alcoólica ou fumam na 
presença de crianças e adolescentes. Mes-
mo que o uso seja moderado e não se ofe-
reça a substância para o jovem, a presença 
constante da substância na família poderá 
despertar a curiosidade. No caso do cigar-
ro, a fumaça prejudica quem fuma e as ou-
tras pessoas que estão por perto.
Assim, seguem algumas estratégias 
de prevenção em família:
• Tenha diálogo sobre vários temas;
• Envolva-se na aprendizagem e em atividades escolares;
• Faça refeições em família;
• Faça atividades em conjunto (esporte, arte, assistir a filmes, 
compras etc.);
• Tenha atitude de exemplo para os filhos;
• Acompanhe as amizades de seu filho, seja presente na vida dele;
• Fortaleça a espiritualidade;
• Brinque com seu filho;
• Elogie as conquistas e os bons comportamentos dos filhos;
• Evite comparações para que seu filho não se sinta desvalorizado;
• Diga “não” na hora certa, explicando as razões da negativa, pois 
os filhos precisam se preparar para as dificuldades e frustrações;
• Evite ter bebida alcoólica e outras substâncias psicoativas 
em casa;
• Demonstre afeto e busque manter o controle emocional, 
durante uma intervenção, evitando aborrecimentos que 
venham a romper ou dificultar a relação.
Nas ações de prevenção, investigar os aspectos da dinâmica 
familiar presentes nos contextos de vida torna-se relevante para 
traçar possibilidades de intervenções mais adequadas ao assun-
to. Quando a família tem algum grau de vulnerabilidade social, 
a rede de cuidados precisa se fazer presente para que possam 
ser direcionadas ofertas de cuidado relevantes que possibilitem 
minimizar consequências dos problemas relacionados ao uso de 
álcool e outras drogas, tanto para o indivíduo como para a socie-
dade. Nesse contexto, podem ser envolvidas diversas possibilida-
des de cuidado, incluindo educação, espiritualidade e reinserção 
que favoreça emprego e renda, fatores que influenciam num cui-
dado integral à família.
Ilustração de Maria 
Clara Negreiros Lobo 
com intervenção de 
Carlus Campos
Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 59
7 
PREVENÇÃO 
E MULHERES
Quando se pensa no ser mulher, surge maternidade, amor à fa-mília, sexo de maior prevalência na população e responsabilida-
de por diversas atividades, em 
especial atividades domésticas. Entretan-
to, algumas expressões surgem como este-
reótipos. A mulher não se limita somente a 
essas questões e, como qualquer outro ser, 
necessita de partilha de atividades, senti-
mentos, responsabilidades, ambiente se-
guro, harmônico e que promova repouso.
Falar do público feminino no contexto 
do uso de álcool e outras drogas é algo 
complexo diante das construções simbóli-
cas e representativas do papel da mulher, 
além de toda a pluralidade da sociedade 
(MEDEIROS; MACIEL; SOUSA, 2017).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) 
tem destacado que a quantidade de mu-
lheres consumidoras de álcool no mundoé menor em relação aos homens, que, 
quando elas bebem, consomem menos 
que os homens e que o número absoluto 
de mulheres que bebem atualmente está 
aumentando no mundo (WHO, 2018).
Estima-se que 20% das mulheres fa-
çam uso regular de algum tipo de droga de 
abuso (como bebidas alcoólicas, cigarros 
de tabaco ou baseados), tendo como dro-
gas lícitas mais usadas na gestação o álco-
ol e o tabaco. Quanto às ilícitas, maconha, 
cocaína e crack (SANTOS; GAVIOLI, 2017). 
No Brasil, um inquérito realizado pelo 
Ministério da Saúde, em 2019, aponta 
que, entre as mulheres, há um cresci-
mento do consumo abusivo de álcool, em 
especial, nas mais jovens (18 a 24 anos) e 
mais escolarizadas (acima de 12 anos de 
escolaridade).
O estudo aponta que em Fortaleza, 
capital do Ceará, a frequência de mulhe-
res em consumo abusivo (4 ou mais dores 
em uma única ocasião) é de 12,2%, ou 
seja, está em 4º lugar na classificação das 
capitais do Nordeste (BRASIL, 2019). Ou-
tro dado marcante desse estudo refere-
-se ao uso de tabaco. A capital cearense 
Fortaleza aparece em 3º lugar, com 5,4% 
no percentual de mulheres fumantes em 
relação às demais capitais do Nordeste 
(BRASIL, 2019).
O consumo de álcool precoce entre 
mulheres é potencializado por estratégias 
de marketing que atrai esse público por 
meio da disponibilidade de bebidas do-
ces, bem apresentadas, sob influência de 
nomes exóticos e famosos e que, embo-
ra tragam uma baixa percepção de risco, 
têm muitas vezes concentrações de álcool 
maiores que bebidas convencionais. Sa-
bemos que os efeitos do álcool são dife-
rentes entre homens e mulheres, estando 
elas mais vulneráveis ao impacto negativo 
do consumo, mais propensas a desenvol-
ver dependência e problemas orgânicos, 
como hepatite alcoólica e outros proble-
mas hepáticos e digestivos.
É importante destacar que as evidên-
cias científicas atualmente apontam que 
não existe dose segura de álcool a ser re-
comendada, pois os riscos à saúde estão 
associados ao consumo de bebidas em 
Ilustração de 
Bernardo Saraiva 
com intervenção de 
Carlus Campos
60 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
Como podemos ajudar a mulher 
que está passando por problemas 
relacionados ao
uso de álcool e outras drogas?
• Buscar ouvi-la;
• Encorajar para que faça parte de um 
programa de reabilitação de drogas, 
a fim de controlar seu problema com 
uso de substâncias;
• Proporcionar orientações quanto aos 
cuidados relacionados à sua saúde;
• Reduzir danos sociais e de saúde;
• Estimulá-la a realizar 
acompanhamento;
• Estabelecer uma relação de 
confiança sincera e sem julgamentos 
para que ela compreenda a 
necessidade de um cuidado eficaz e 
segura para ela;
• Buscar que ela desempenhe 
um papel ativo e honesto em seu 
próprio cuidado;
• Esclarecer acerca da situação que 
ela está passando;
• Promover direcionamentos voltados 
a alimentação, cuidados à saúde, 
participação de grupos, aproximação 
com a família, qualificação 
profissional, reinserção social etc.
No que se refere à violência domésti-
ca e transtornos relacionados ao uso de 
drogas, é preciso atentar-se quanto ao 
comportamento que a mulher possa apre-
sentar, como relato de dor, ferimentos, 
depressão, insônia, ansiedade, dor pélvi-
ca crônica, repetidas infecções urinárias, 
doenças sexualmente transmissíveis, in-
fluência no bem-estar físico e psicológico 
de toda a família e autoestima fragilizada. 
Todos esses fatores podem ser indícios de 
violência decorrente do uso problemático 
de álcool e outras drogas.
qualquer dose, fazendo com que os pe-
quenos benefícios adquiridos por um bai-
xo e moderado consumo de bebidas alco-
ólicas (por exemplo, sugerir uma taça de 
vinho uma vez ao dia, por ser benéfica ao 
coração) sejam superados pelo risco au-
mentado de outros danos relacionados à 
saúde, incluindo o câncer (BURTON, SHE-
RON, 2018).
A longo prazo os impactos para a saú-
de feminina podem ser diversos, pois elas 
tornam-se mais susceptíveis a desenvolver 
doenças hepáticas e doenças cardíacas, 
danos cerebrais, câncer de mama, inferti-
lidade e problemas com o sono. Assim, é 
muito importante que ações integradas 
de prevenção possam chegar a esse grupo 
favorecendo o não uso ou redução do uso 
esporádico/frequente.
Estimativas sugerem que cerca de 5% 
das mulheres grávidas usam uma ou mais 
substâncias que podem causar dependên-
cia. O uso do álcool, drogas ilícitas e outras 
substâncias psicoativas durante a gravidez 
pode levar a sérios problemas de saúde 
para a mãe e o filho. A substância mais co-
mumente utilizada, o álcool, está entre as 
mais preocupantes, podendo levar à Sín-
drome Alcoólica Fetal (SAF) e outros danos 
profundos, como aborto espontâneo, na-
timorto, baixo peso ao nascer, prematuri-
dade e defeitos de nascença (WHO, 2014). 
A SAF é uma das consequências mais gra-
ves do consumo de álcool durante a gravi-
dez. Beber apenas três doses por dia pode 
causar a síndrome, que ocorre em cerca de 
2 entre 1.000 nascidos vivos.
Seguido do álcool, o consumo de ta-
baco e maconha também é prevalente, e 
seu uso durante a gravidez está associado 
a duplicar ou mesmo triplicar o risco de 
natimorto (RUISCH et al, 2018; DAVIS et al, 
2020). Embora saiba-se que o tabagismo 
prejudica mulheres grávidas e seus fetos, 
apenas cerca de 20% das mulheres que 
fumam conseguem parar durante a gravi-
dez. Em adultos, o fumo passivo provoca 
graves doenças cardiovasculares e respi-
ratórias, incluindo doença coronariana e 
câncer de pulmão. Nos bebês, pode cau-
sar morte súbita e baixo peso ao nascer. 
Para além das consequências diretas 
do consumo de drogas perinatal, é neces-
sário reconhecer que filhos de dependen-
tes químicas também sofrerão o impacto 
negativo desta exposição durante todas 
as demais fases do desenvolvimento, 
com o consumo permeando todas as fun-
ções que envolvem a maternidade. Sabe-
-se que o uso parental de substâncias é 
um marcador substancial para a disfun-
ção familiar levando a resultados previ-
sivelmente negativos para as crianças 
(ROSSEN et al, 2019). O impacto negativo 
do consumo de drogas pela mãe já é ma-
nifestado imediatamente no que se refe-
re à amamentação.
A exposição precoce às substâncias psi-
cotrópicas, ocorrida antes do nascimento, 
no período neonatal ou mesmo de forma 
indireta, poderá ocasionar, na primeira in-
fância, impacto desse consumo parental 
com consequências graves, profundas e 
muitas vezes permanentes. Sendo assim, 
é fundamental a conscientização da po-
pulação quanto à necessidade de prevenir 
o consumo de qualquer substância entre 
mulheres gestantes e lactantes.
Tratando-se de mulheres usuárias, faz-
-se imperativo o encaminhamento para 
serviços especializados e acompanha-
mento durante a gestação.
Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 61
8 
PREVENÇÃO 
E IDOSOS
A o refletir sobre o que tem favo-recido o aumento do consumo de álcool e outras drogas pela população, deve-se atentar aos 
fatores internos e externos. Embora os 
exemplos sejam inúmeros, a seguir estão 
alguns que possam gerar reflexão acerca 
do cotidiano.
Os fatores internos se referem a:
• Curiosidade;
• Necessidade de autoafirmação 
(testar limites);
• Busca por prazer e diferentes 
sensações;
• Autoestima baixa (conceitos 
negativos sobre si).
Os fatores externos se referem a:
• Busca pelo pertencimento a grupos;
• Presença da droga em ambientes 
que frequenta regularmente;
• Envolvimento em atividades 
pouco atrativas;
• Problemas no relacionamento ou 
financeiros/desemprego.
O envelhecimento é algo que faz parte 
da vida do ser, sendo uma etapa marca-
da por diversas transformações e perdas 
– dentre elas, há uma com grande signi-
ficância, a autonomia, e que pode levar, 
nessa etapa da vida, ao uso problemático.
Atualmente o padrão de consumo de 
álcool está aumentando nas pessoas ido-
sas e, como esse público tem um metabo-
lismo mais lento, o álcool pode afetar de 
forma diferente o organismo. Além disso, 
nessa etapa davida, é comum que seja 
feito uso de diversas medicações para 
tratamento contínuo de doenças crônicas 
que fazem parte do processo de envelhe-
cimento, e a interação do álcool com esses 
medicamentos pode causar toxidade ou 
anular o efeito do medicamento.
Fisiologicamente, o envelhecimento fa-
vorece a redução da tolerância do corpo ao 
álcool, gerando consequências mais mar-
cantes. Outras dificuldades podem aumen-
tar esse quadro e ocasionar o uso abusivo 
de álcool, como solidão, perda de amigos, 
saída do mercado de trabalho, isolamento, 
entre outras (ANDRADE, 2020).
Estudo realizado com idosos em Brasília-
-DF destacou que alguns idosos justificaram 
o consumo de bebida alcoólica, em especial 
o vinho, alegando que este faz bem para o 
coração (MELO et al., 2019). Isso reforça o 
cuidado que se deve ter ao interpretar re-
portagens e estudos que são lançadas nos 
meios de comunicação, pois tal interpreta-
ção pode gerar um consumo que resulta em 
riscos à saúde que superam os benefícios.
Ilustração de 
Bernardo Saraiva 
com intervenção de 
Carlus Campos
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Estudos realizados podem contribuir 
para a melhor compreensão das dimensões 
micro e macrossociais de uso e mercado de 
drogas, incluindo a análise dos padrões de 
comportamento dos usuários, como forma 
de identificar suas potencialidades e fragi-
lidades, além da exposição a riscos e danos 
sociais e de saúde (TOLEDO et al.,2017).
Nessa lógica, o quadro acima pode ser 
um caminho para avaliação e compreen-
são, pois intervenções voltadas a poten-
cializar os fatores de proteção favorecem 
o fortalecimento das habilidades de vida 
bem como os vínculos familiares e comuni-
tários, possibilitando, entre outros benefí-
cios, o não uso de substâncias psicoativas. 
Vale ressaltar que o outro domínio que não 
consta no quadro é a escola, que já foi bem 
destacada neste material anteriormente.
Outra questão importante seria conhe-
cer os fatores que podem causar as ruptu-
ras das redes sociais a partir da identifi-
cação do cotidiano e dos projetos de vida 
das pessoas que estão em situação de rua. 
A ideia relacionada a ida desse grupo para 
a rua ocasionada exclusivamente pelo uso 
abusivo de álcool e outras drogas surge a 
partir de uma reprodução cultural desse 
discurso, devido a pré-concepções da mí-
dia, além de outros interesses existentes 
por trás (FIORAT et al., 2017).
Por esse motivo, o mais sensato é ava-
liar a singularidade do sujeito e permitir 
acesso à história de vida do sujeito, possi-
bilitando espaço para avaliar e intervir da 
forma que for mais correta.
QUADRO 2: TRÊS DOS QUATRO DOMÍNIOS CLASSIFICADOS 
COMO FATORES DE PROTEÇÃO E RISCO
DOMÍNIOS FATORES DE PROTEÇÃO FATORES DE RISCO
Sujeito
• Habilidade sociais;
• Cooperação;
• Autonomia;
• Autoestima desenvolvida;
• Capacidade de resolução de problemas.
• Insegurança;
• Timidez excessiva;
• Comportamento agressivo;
• Busca descontrolada de prazer;
• Insatisfação com a vida.
Família
• Envolvimento familiar positivo, num 
lar em que haja estímulo dos para 
o desenvolvimento de habilidades 
sociais;
• Pessoas que acompanham as atividades 
dos membros da família;
• Estabelecimento de regras e 
condutas claras;
• Adoção de normas convencionais 
quanto ao uso de drogas.
• Pessoas que abusam de 
substâncias ou sofrem de 
problemas de saúde mental;
• Falta de regras claras 
de conduta;
• Pessoas autoritários ou 
muito exigentes;
• Violência doméstica;
• Traumas na infância.
Sociedade/
Comunidade
• Respeito às leis sociais;
• Oportunidades de lazer;
• Clima comunitário afetivo;
• Vínculo com organização religiosa.
• Propagandas que incentivam 
o uso;
• Acessibilidade a substâncias.
62 | Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
9 
PREVENÇÃO 
E PESSOAS 
EM VULNE-
RABILIDADE 
SOCIAL
Além de todas as questões já cita-das, que possuem uma razão bio-lógica clara para o fortalecimento do papel da prevenção, existem 
fatores relacionados a questões sociais, 
culturais e econômicas que tornam deter-
minados grupos mais vulneráveis ao con-
sumo de álcool e outras drogas. Pode-se ci-
tar como exemplo as pessoas em situação 
de rua, em privação de liberdade e popula-
ções indígenas, que necessitam de cuida-
dos e intervenções adequadas e concretas.
É importante identificar as populações 
em vulnerabilidade aos efeitos e aos riscos 
do uso de álcool e outras drogas, e moni-
torá-las para que intervenções precoces, 
tratamento e políticas públicas possam 
ser planejados, implementados e avalia-
dos, atentando-se que as desigualdades 
(sexo, aspectos biológicos, sociais e ra-
ciais) que possuem geram variação de re-
ação no consumo do álcool, tornando-se 
marcadores importantes para a identifica-
ção dessas populações (ANDRADE, 2020). 
Assim, pode-se refletir sobre os fatores 
de risco e fatores de proteção para o uso de 
álcool e outras drogas, associados a diver-
sos contextos abordados nessa discussão. 
Curso Proteção Social: Programa Integrado de Educomunicação | 63
ANDRADE, Arthur Guerra de (org.) Álcool e 
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Ilustração de Bernardo Saraiva com 
intervenção de Carlus Campos
III
REALIZAÇÃOAPOIO
Autoras
Clarice Sandi Madruga
É graduada em Psicologia, Doutora em Psiquiatria e 
Psicologia Médica pela Unifesp e Kings College London, 
pesquisadora e docente da pós-graduação em Psiquiatria 
e Psicologia Médica da Unifesp, professora afiliada e 
pesquisadora do Departamento de Psiquiatria e Psicologia 
Médica da Escola Paulista de Medicina/Unifesp.
Lidiane Nogueira Rebouças
É graduada em Enfermagem pela Universidade de 
Fortaleza (Unifor) e tem Especializações em Enfermagem 
Clínica – Aspectos patológicos e farmacológicos do 
cuidar (Uece), Saúde da Família (UFC), Gestão dos 
Sistemas e Serviços de Saúde – Gestão SUS (ESP/CE), 
Linhas de Cuidado em Enfermagem: doenças crônicas 
não transmissíveis (UFSC) e Mestrado e Doutorado em 
Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC). 
É coordenadora de Políticas sobre Drogas da Secretaria 
Executiva de Políticas sobre Drogas da Secretaria de 
Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos 
Humanos (SPS), do Governo do Estado do Ceará. É 
associada e membro da Diretoria Executiva da Associação 
Brasileira de Enfermeiros Auditores (Abea) e associada 
da Associação Brasileira de Pesquisa em Prevenção e 
Promoção da Saúde (Brapep).
Natália Alexandre Ferreira
É graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário 
(UniJuazeiro) e tem Especializações em Saúde Mental 
Coletiva (ESP/CE), Gestão do Trabalho e Educação em 
Saúde (Uece) e é Mestranda em Saúde Pública (UFC). É 
assistente técnico da Secretaria Executiva de Políticas 
sobre Drogas da Secretaria de Proteção Social, Justiça, 
Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), do 
Governo do Estado do Ceará. É associada e membro 
da Diretoria Executiva da Associação Brasileira de 
Enfermeiros Auditores (Abea).
Ilustrações
Desenhos originais das crianças Ana Luiza Travassos de 
Oliveira Carvalho, Anny Rammyli Nascimento da Silva, 
Antônia Travassos de Oliveira Carvalho, Bárbara Vazzoler 
Villar, Beatriz Vazzoler Villar, Bernardo Saraiva Pinheiro, 
Davi Bogea Caldas, Fernanda Vitória de Almeida Matos, 
Francisco Mateus Braga da Silva, Guilherme Araújo 
Carvalho, João Vazzoler Villar, João Victor Batista Veloso, 
Júlia Nogueira de Holanda, Luanna Madureira Marques, 
Lucas Mesquita Mororó, Lucas Sobreira de Araújo, Maia 
Alease Lima Oliphant, Maria Clara Negreiros Lobo, Maria 
Júlia Sousa de Oliveira, Mariana Negreiros Lobo, Mariana 
Vazzoler Villar, Mateus Saldanha Félix, Maurício Rafael 
Cipriano Gomes, Rafaela Microni Santos, Thalita Sophia 
Moreira da Silva, Yasmin Microni Santos, Yasmin Monteiro 
Gomes Bezerra, que participaram da Oficina de Ilustração 
com Joana Brasileiro Barroso, com intervenção artística 
de Carlus Campos.

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