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A SITUAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGLIGENCIADOS POR PAIS USUÁRIOS DE DROGAS

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FACULDADE ANHANGUERA 
 
 
 
Ana Carolina de Freitas1 - RA: 8139748092 
Claudiane dos Santos Mello1 - RA: 8111709042 
Daniele Maria Rodrigues1 - RA: 9678469800 
Francisca Barros Rocha Bezerra1 - RA: 8111717610 
Rita Maria dos Santos1 - RA: 8171744862 
Simone Carvalho21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SITUAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGLIGENCIADOS 
POR PAIS USUÁRIOS DE DROGAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acaraú - CE 
2017 
 
1 Graduandas do Curso de Serviço Social 
2 Professora Orientadora 
Ana Carolina de Freitas 
Claudiane dos Santos Mello 
Daniele Maria Rodrigues 
Francisca Barros Rocha Bezerra 
Rita Maria dos Santos 
 
 
 
A SITUAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGLIGENCIADOS 
POR PAIS USUÁRIOS DE DROGAS 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade Anhanguera, 
como requisito necessário para obtenção 
do título de Bacharel em Serviço Social. 
 
 
 
Artigo aprovado em: ____/____/______ 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
________________________________________ 
Simone Carvalho – Professora Orientadora 
 
 
 
 
________________________________________ 
1º Examinador 
 
 
 
 
________________________________________ 
2º Examinador 
 
RESUMO 
 
 O presente artigo tem a finalidade de expor uma análise das causas e 
consequências do negligenciamento de crianças e jovens por parte de pais usuários 
de drogas. Como referenciais teóricos são apresentados o Ministério da Justiça, a 
Política Nacional de Assistência Social - PNAS, entre outros. Além de expor 
comentários relevantes quanto aos prejuízos familiares ocasionados por situações 
de pais usuários de drogas, aborda também os possíveis fatores que podem 
ocasioná-lo. Ele ainda destaca a importância do tripé escola-família-serviço social 
para a reversão do quadro, destacando o papel da escola na identificação de 
situações de negligenciamento de crianças e jovens. Por ser um estudo bibliográfico, 
traz contribuições importantes no que concerne ao atual sistema familiar brasileiro. 
Nesse contexto, são indescritíveis os impactos consequentes do consumo de 
drogas. Assim, o trabalho também expõe a importância do assistente social no 
acompanhamento familiar, como agente decisivo no combate aos danos 
ocasionados pelas drogas. 
 
 
 
Palavras-chave: Uso de drogas. Drogas na família. Estrutura familiar. Serviço 
Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The purpose of this article is to present an analysis of the causes and 
consequences of the neglect of children and young people by drug - using parents. 
As theoretical references are presented the Ministry of Justice, the National Policy of 
Social Assistance - PNAS, among others. In addition to presenting relevant 
comments on the family damage caused by situations of drug-using parents, it also 
discusses the possible factors that may cause it. He further highlights the importance 
of the school-family-social tripod tripod for the reversal of the framework, highlighting 
the role of the school in identifying neglect situations of children and young people. 
Because it is a bibliographic study, it brings important contributions regarding the 
current Brazilian family system. In this context, the consequent impacts of drug use 
are indescribable. Thus, the work also exposes the importance of the social worker in 
the family accompaniment, as a decisive agent in the fight against the damages 
caused by the drugs. 
 
 
 
Keywords: Use of drugs. Drugs and family. Family structure. Social service. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O referido artigo foi constituído bibliograficamente levando-se em 
consideração um tema muito importante: o negligenciamento de crianças e 
adolescentes negligenciados por pais usuário de drogas. Dissertar sobre esse tema 
remete a diversos caminhos que podem definir possíveis causas para a situação. 
Contudo, é válido salientar que uma explicação definitiva para tal acontecimento 
exigiria uma análise minuciosa de diversos quesitos necessários para compreensão 
do que faz uma pessoa consumir drogas. 
As consequências de tal fato, acarretam séries danos ao indivíduo e a sua 
estrutura familiar. O problema é grave, as pessoas estão tendo acesso mais fácil a 
substâncias psicoativas. Embora os programas sociais tentem dizimar de vez essa 
situação, não são totalmente suficientes. 
O Ministério Público (2014) reforça que 
A dimensão e a complexidade do problema colocam em alerta até 
mesmo os pequenos municípios, demandando do poder público e da 
sociedade em geral respostas mais abrangentes, que combinem 
ações nas esferas da segurança pública, da saúde, da assistência 
social, da educação, dentre outras, em um plano nacionalmente 
articulado de enfrentamento ao consumo de drogas. Alguns aspectos 
relativos ao fenômeno do uso, abuso e dependência dessas 
substâncias apontam para a importância da dimensão preventiva das 
ações. 
 
Trabalhar de forma preventiva, é uma estratégia muito proveitosa. Mas para 
isso é necessário analisar vários pontos para que a ação seja eficaz. Aliado a isso, 
avaliar usuários em tratamento para se libertar do vício também pé útil para 
identificar possíveis causas da inserção no mundo das drogas. 
“É preciso reconhecer, também, o tripé biopsicossocial das dependências 
químicas, fruto da interação dinâmica de três fatores distintos: o tipo de substância 
consumida, o indivíduo e o contexto social e familiar” (MINISTÉRIO PÚBLICO, 
2014). 
É nesse contexto que o trabalho do assistente social se faz muito necessário. 
Em meio ás famílias, compreendendo sua estrutura e o contexto social ao qual estão 
inseridas é uma premissa fundamental para prevenção. É dessa forma que o 
negligenciamento de crianças e adolescentes por pais usuários de drogas não 
ocorrerá, simplesmente pelo fato dos pais não serem usuários, em virtude do 
trabalho preventivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO USO DE DROGAS 
 
A modernidade, por assim dizer, trouxe consigo uma séria de fatores 
positivos: o avanço tecnológico; descobertas no ramo da ciência que contribuíram 
para o aperfeiçoamento de diversos medicamentos e procedimentos relacionados à 
saúde; a disponibilização, em escala global, de informações e conhecimento; mais 
do que isso, ela prova que nada é imutável e que a adaptação é crucial para aqueles 
que almejam seu lugar nesse novo espaço geográfico contemporâneo. 
No entanto, além de todos esses aspectos positivos enumerados, pontos 
negativos também precisam ser destacados. A tecnologia, mesmo favorecendo o ser 
humano de forma incalculável, também possibilitou o aperfeiçoamento de armas 
com alto poder destrutivo, por exemplo. As redes sociais, tão úteis quanto ao 
compartilhamento de informações relevantes, viraram um cenário, lamentoso, de 
bullying, violação de imagens e vídeos de caráter privado, incentivo a práticas de 
violência, entre outros. 
 Em meio a esses fatos, outro dado assustador diz respeito ao consumo de 
drogas, lícitas e ilícitas. Dizer que o consumo de drogas é algo típico, 
exclusivamente, dos últimos séculos é faltar com a verdade. Contudo, o fato é que o 
consumo nos últimos tempos, no sentido de décadas, tem crescido de forma 
totalmente descontrolada. 
Uma pesquisa feita pela fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao 
Ministério da Saúde em Parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre 
Drogas (Senad) destaca números do consumo regular de crack e similares nas 
regiões do Brasil. 
 
Uma análise rápida desse gráfico só confirma um fato alarmante da 
atualidade: o uso/abuso de drogas está se tornando, mais do que crescente, um 
hábito comum, principalmente em relação aos adolescentes. 
De acordo com ALMEIDA FILHO et. al. (2007): 
 
A adolescência é um período de transição entre a infância ea 
condição de adulto, no qual o adolescente se mostra mais resistente 
às orientações, pois vislumbra a possibilidade de ter poder e controle 
sobre si mesmo. Nesta fase é comum que o adolescente se afaste 
da família e procure maior aproximação com um grupo de 
semelhantes, ou seja, outros adolescentes. Essa reorganização 
social muitas vezes é objeto de grande preocupação entre pais, 
educadores e profissionais da saúde, pois, se essa aproximação 
acontecer com um grupo que esteja experimentando drogas, o 
adolescente poderá ser pressionado a compartilhar dessa 
experiência. 
 
Sobre o que os autores postulam, pode-se inferir que a adolescência é um 
período muito importante, mas, ao mesmo tempo, muito perigoso, pois pode trazer 
consigo a abertura da porta de entrada para o mundo das drogas. 
Conforme Cavalcante, Alves e Barroso (2008), a adolescência representa 
um período conturbado na vida do jovem pois, além de propiciar experiências e 
vivências inéditas, é ali que a personalidade e a individualidade são moldadas. 
Definir a adolescência como responsável exclusiva para a inserção de 
alguém no mundo das drogas é desleal (principalmente porque é possível que 
alguém tenha as primeiras experiências após essa fase). Outras situações também 
corroboram para isso: instabilidade financeira, fracasso na vida amorosa, falta de 
afetividade proveniente da família, estresse (se busca nas drogas um refúgio), entre 
outros. 
De acordo com Shenker e Minayo (s.d.) “O âmbito familiar tem um efeito 
potencialmente forte e durável para o ajustamento infantil. O vínculo e a interação 
familiar saudável servem de base para o desenvolvimento pleno das potencialidades 
das crianças e dos adolescentes. 
A dependência química pode ser considerada uma grave doença, e desse 
modo, em alguns casos, é preciso tratamento. Além dos problemas físicos e 
psicológicos relacionados ao consumo e abstinência de drogas (lícitas ou ilícitas), 
prejuízos morais e afetivos vêm como consequência desse fato. Em meio a isso, é 
preciso destacar a situação de diversas crianças e adolescentes que, em meio a 
uma realidade de pais consumidores, são negligenciadas. Sobre esse fato, o 
próximo tópico reforça que, em detrimento do consumo, as consequências podem 
não vir apenas para os usuários, e sim para os entes da sua família, nesse caso, os 
filhos. 
 
3. O NEGLIGENCIAMENTO DE CRIANÇAS E JOVENS POR PAIS USUÁRIOS 
DE DROGAS 
 
A história da produção e do uso de drogas faz parte da própria história da 
humanidade. Nas últimas décadas, porém, em função de sua elevada frequência, 
transformou-se em problema mundial de saúde pública (TAVARES, BÉRIA e LIMA; 
2004; p. 2). 
A droga, para algumas pessoas, é considerada a praga do milênio. Tão 
devastadora que consegue destruir o homem, levando-o a agir sem o controle de si, 
por conta de algo que, junto do que prazer momentâneo, acarreta a sua total ruína. 
Famílias, diariamente, sofrem os efeitos juntamente com os usuários. Em 
algumas situações são vítimas de violência, têm bens furtados, sem falar no 
sofrimento, reflexo do descontentamento em ver um ente querido sucumbir ao vício. 
Muitas crianças e jovens não recebem os cuidados necessários de seus 
pais. Uma possível explicação plausível para esse grave fato pode estar entrelaçada 
ao consumo de drogas. Os efeitos sobre os pais fazem-nos abdicar de suas 
obrigações para com seus filhos. 
É possível que não percebam tais efeitos mediante o impacto causado pelas 
drogas. Contudo há de se considerar que essas pessoas, em algumas situações 
específicas, requerem tratamento e acompanhamento específico. É aí que o 
problema se torna mais grave, visto que, mesmo tendo conhecimento de situações 
de negligenciamento, alguns familiares e/ou conhecidos não querem se envolver, e 
se eximem da responsabilidade. 
Nessas condições, crianças e adolescentes sofrem consequências severas 
em decorrência das atitudes de seus pais. É necessário destacar ainda, que o uso 
de drogas pelos pais, por vezes acaba por estimular, indiretamente, o consumo por 
parte dos filhos. 
Sobre esse fato Sanchez, Oliveira e Nappo (2005) destacam que o fato de 
os pais serem consumidores, de uma certa forma, pode influenciar os filhos a 
consumirem drogas no futuro. 
Em uma pesquisa realizada com alguns pais de Curitiba BRUSAMARELLO 
et al. (2005-2007) constataram que 
 
Durante as entrevistas, alguns pais, usuários de drogas lícitas, 
demonstraram preocupação com o fato de serem maus exemplos 
para seus filhos, pois evidenciaram estar cientes de que suas 
atitudes podem ser estímulo ao caminho das drogas. Alguns estudos 
mostram que o consumo de drogas como o álcool pelos pais é fator 
de risco para o desenvolvimento de dependência nos filhos, além de 
maior incidência de surgimento de problemas psiquiátricos, físicos e 
emocionais. 
 
Diante dos fatos apresentados, é importante destacar a necessidade do 
apoio de outros membros da família. Além disso, a escola também exerce um papel 
elementar. Sobre esse fato o próximo tópico destaca o que essa instituição social 
pode fazer para contribuir com essa causa. 
 
 
 
 
4. A ESCOLA COMO AGENTE DE MONITORAMENTO DE CONFLITOS E 
CONTRIBUIÇÃO PARA SOLUÇÃO DOS MESMOS 
 
É inegável o papel da escola no que concerne à formação para 
cidadania. A educação é um dos principais meios para se chegar a uma 
sociedade mais justa e igualitária. O ambiente escolar é um local totalmente 
propício para estimular o desenvolvimento de valores essenciais à formação da 
personalidade de um determinado indivíduo. 
Além disso, o dueto escola/família é importantíssimo para o futuro do 
aluno, ao passo que, quando os dois segmentos cumprem adequadamente suas 
obrigações para com o mesmo, ele tem grandes possibilidades de sucesso. 
Sobre isso Dessen e Polonia (2007) reforçam que: 
 
A escola e a família são responsáveis pela transmissão e 
construção do conhecimento culturalmente organizado, 
modificando as formas de funcionamento psicológico, de acordo 
com as expectativas de cada ambiente. Portanto, a família e a 
escola emergem como duas instituições fundamentais para 
desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando 
como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, 
intelectual, emocional e social. Na escola, os conteúdos 
curriculares asseguram a instrução e apreensão de 
conhecimentos, havendo uma preocupação central com o 
processo ensino-aprendizagem. Já, na família, os objetivos, 
conteúdos e métodos se diferenciam, fomentando o processo de 
socialização, a proteção, as condições básicas de sobrevivência 
e o desenvolvimento de seus membros no plano social, cognitivo 
e afetivo. 
 
O pensamento das autoras confirma a necessidade do trabalho, no 
âmbito escolar, para fortalecer os laços com a família. A partir do momento em 
que a escola se faz presente na estrutura familiar dos alunos, ela encontra a 
possibilidade de diagnosticar circunstâncias e fatos que podem acarretar 
consequências negativas. A partir dessa atividade diagnóstica, é possível pensar 
em estratégias viáveis, que possam favorecer não só os alunos, como também 
os pais. O favorecimento dos pais dar-se-ia através da sensibilização quanto a 
necessidade de abolir o consumo em detrimento do futuro dos filhos. 
A orientação para procura de profissionais especializados, como 
psicólogos, assistentes sociais; ou mesmo grupos de apoio a usuários de drogas. 
É necessário frisar, ainda, que a escola, sozinha, não pode sanar todos os 
problemas dos alunos. A parceria é fundamental. Quando a estrutura familiar se 
encontra abalada é preciso contar, também, com o apoio da comunidade e do 
governo. 
Com relação a esse fato, BRUSAMARELLO et al. (2010) informa que 
 
A escola tem sido, historicamente, espaço privilegiado do 
desenvolvimento de trabalhos de prevenção ao uso de drogas,mas a complexidade do tema exige estratégias que envolvam 
diferentes setores da sociedade, como o governo, a comunidade 
e a família”. 
 
Portanto, é essencial a parceria de todos os agentes envolvidos, direta e 
indiretamente, na educação dos alunos, com vista a combater esse grande mal 
que é a negligência por parte de pais usuários de drogas. É preciso combater 
esse problema de frente, não fazer vista grossa, para que diversas crianças e 
adolescentes não sejam prejudicadas. 
Nessa perspectiva, é fundamental que o educador tenha um olhar 
criterioso para analisar a postura dos alunos e buscar o diálogo após perceber 
algo de incomum é vital. 
 
5. O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOMPANHAMENTO DE 
FAMÍLIAS COM USUÁRIOS DE DROGAS 
 
Discutir sobre o uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas 
vem ganhando muito espaço nos meios de comunicação da atualidade. Através 
das mídias ou da análise do cotidiano das cidades, são vistas cenas que causam 
espasmo e perplexidade na população e demandam, por isso, atitudes 
significativas por parte dos poderes públicos e da sociedade em geral 
(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2014). 
O papel do assistente social, como agente amparador de pessoas 
desprovidas do acesso à cidadania, é ajuda-las a resolver problemas 
relacionadas aos mais diversos contingentes da vida, e a saúde é um deles. 
Desse modo, é obrigação do governo assegurar tal serviço através desse 
profissional, de maneira que a família que sofre as consequências de ter em seu 
meio um usuário de drogas possa se libertar desse carma. 
Santos e Freitas (2012) destacam que 
 
A problemática do uso de drogas no Brasil, que se 
configura como uma das expressões da questão social tem sido 
alvo de esforços diferenciados por parte de Governo, sociedade 
civil, empresas privadas e diversas outras organizações. Na 
contemporaneidade, têm-se buscado desenvolver estratégias 
que não se atenham a resolver as situações geradas pelo uso de 
drogas (dependência química, vulnerabilidade social, 
envolvimento em práticas ilegais), mas se antecipem ao 
implementar ações que tenham como finalidade principal a 
prevenção ao uso. 
 
O assistente social, mais do que tratar consequências do uso/abuso de 
drogas, deve agir na perspectiva da prevenção. É preciso, para tanto, identificar 
grupos de risco, que detém maior vulnerabilidade. Hoje em dia classes sociais não 
podem ser consideradas exclusivamente um fator determinante (pois hoje em dia 
grande parte das pessoas com renda média ou alta consumam igualmente ou de 
forma superior se comparadas às pessoas com renda baixa), é necessário um 
acompanhamento direto às famílias, sobretudo naquelas que possuem adolescente, 
pois essa fase oferece um perigo eminente. 
Sobre isso o PNAS (2005) indica que deve haver 
 
Articulação intersetorial de competências e ações entre o 
SUAS e o Sistema Único de Saúde – SUS, por intermédio da rede 
de serviços complementares para desenvolver ações de acolhida, 
cuidados e proteções como parte da política de proteção às 
vítimas de danos, drogadição, violência familiar e sexual, 
deficiência, fragilidades pessoais e problemas de saúde mental, 
abandono em qualquer momento do ciclo de vida, associados a 
vulnerabilidades pessoais, familiares e por ausência temporal ou 
permanente de autonomia principalmente nas situações de 
drogadição e, em particular, os drogaditos nas ruas. 
 
O jovem usuário de drogas tem uma grande chance de evoluir para um 
adulto usuário de drogas. É totalmente possível que um determinado indivíduo só 
venha a ter uma experiência com elas na fase adulta, contudo, esse fato é mais 
frequente na adolescência. Ouvir usuários ativos, para tentar compreender o que 
possível ser feito para prevenção é uma estratégia positiva. Atuando por meio de 
espaços de escuta, favorecendo a discussão, troca de experiências e construção de 
saberes sobre o enfrentamento das situações de vulnerabilidade social, considera-
se possível desenvolver a resiliência (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2014). 
Diante de tudo, é inegável o papel do assistente social para, além de tentar 
reverter o quadro dos usuários, trabalhar na perspectiva da prevenção. Uma 
parceira efetiva com a família é fundamental. Dessa maneira, o jovem/adolescente 
livre do vício se tornará um adulto igualmente livre, diminuindo as chances de 
negligenciamento de seus futuros filhos em detrimento do consumo de drogas. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente artigo findou analisar as causas e consequências do 
negligenciamento de crianças e adolescentes por pais usuários de drogas. Além de 
expor possíveis causas e consequências do uso/abuso de drogas, também forneceu 
possíveis soluções para o problema. 
Foram destacados pontos pertinentes sobre a função da escola e do 
governo quanto ao apoio às famílias com usuários de drogas. Além disso, foram 
expostas contribuições de alguns autores com trabalhos relacionados à temática. 
Destaca-se os artigos do Ministério Público e da Política Nacional de Assistência 
Social - PNAS que reforçam a necessidade do trabalho do assistente social no 
sentido de amparar as famílias e os usuários. 
De acordo com Santos e Freitas (2012) 
Considerando que o Serviço Social tem nas políticas públicas um 
espaço privilegiado para o exercício profissional, as ações da Política 
Nacional sobre Drogas podem configurar-se como possibilidades de 
trabalho efetivo na defesa de direitos e principalmente como partícipe 
nesse conjugar de esforços com vistas à prevenção ao uso de 
drogas. Nesse sentido, a inserção do profissional de Serviço Social 
nesse lócus, pode ser entendida para além da possibilidade de 
ocupação profissional, mas como dever de uma profissão, que tem 
no seu caráter ontológico o compromisso ético da defesa e 
aprofundamento da cidadania. 
 
Concluiu-se que o papel do assistente social é definitivo. Contudo, algumas 
parcerias são fundamentais para que as ações surtam efeitos positivos. É nesse 
contexto que a família, a escola e a sociedade podem auxiliar o trabalho. 
Os danos sofridos pelos filhos de usuários de drogas podem ser irreversíveis. 
Inclusive, o fato dos pais fazerem uso de tais substâncias pode, em alguns casos, 
estimular os filhos a também consumirem. 
É necessário um trabalho voltado para o tratamento, mas também, sobretudo, 
para a prevenção do uso de substâncias psicoativas. Assim, tentar antecipar uma 
situação na infância e adolescência é um ponto de partida fundamental para tentar 
evitar um quadro irreversível no futuro. 
O problema tem solução, porém, é preciso conhecer bem o indivíduo e o 
contexto social e familiar ao qual está inserido, nos casos em que não foi possível a 
prevenção. Além disso, é preciso sensibilizar o usuário quanto aos danos 
ocasionados para si e para terceiros (no caso a sua família). 
Dessa maneira, reforça-se aqui o seguinte pensamento: o jovem/adolescente 
livre do vício se tornará um adulto igualmente livre, diminuindo as chances de 
negligenciamento de seus futuros filhos em detrimento do consumo de drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. O Sistema Único de Assistência Social e as Redes 
Comunitárias. 7 ed. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2014. 
 
SANTOS, Arlei Rosa dos; FREITAS, Tais Pereira de. O Serviço Social na 
prevenção ao uso de drogas: desafios interdisciplinares para o trabalho 
profissional. São Paulo: 2012. 
 
SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Política Nacional de 
Assistência Social - PNAS. Brasília: 2005. 
 
ALMEIDA FILHO, Antonio José de; FERREIRA, Márcia de Assunção; GOMES, 
Maria da Luz Barbosa; SILVA, Rafael Selestino da; SANTOS, Tânia Cristina Franco. 
O adolescente e as drogas: consequências para a saúde. Rio de Janeiro: 2007. 
 
CAVALCANTE, Maria Beatriz de Paula Tavares; ALVES, Maria Dalva Santos; 
BARROSO, Maria Grasiela Teixeira.Adolescência, álcool e drogas: uma revisão 
na perspectiva da promoção da saúde. Rio de janeiro: 2008. 
 
SCHENKER, Miriam; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Fatores de risco e de 
proteção para o uso de drogas na adolescência. Rio de Janeiro: 2005. 
 
TAVARES, Beatriz Franck; BÉRIA, Jorge Humberto; LIMA, Maurício Silva 
de.Fatores relacionados ao uso de drogas entre adolescentes escolares. São 
Paulo: 2004. 
 
SANCHEZ, Zila van der Meer; OLIVEIRA, Lúcio Garcia de; NAPPO, Solange 
Aparecida. Razões para o não uso de drogas ilícitas entre jovens em situação 
de risco. São Paulo: 2005. 
 
BRUSAMARELLO, Tatiana; SUREKI, Mariângela; BORRILE, Daiane; ROHER’S; 
Hellen; MAFTUM, Mariluci Alves. Consumo de drogas: concepções de familiares 
de estudantes em idade escolar. São Paulo: 2008. 
 
 
DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. A família e a escola como 
contexto de desenvolvimento humano. Brasília: 2007. Disponível em: < 
http://www.scielo.br/paideia>. Data de acesso: 18/05/2017. 
 
 
BRUSAMARELLO, Tatiana; MAFTUM, Mariluci Alves; MAZZA, Verônica Azevedo; 
SILVA, Ângela Gonçalves da; SILVA, Thaise Liara da; OLIVEIRA, Vânia Carvalho 
de. Papel da família e da escola na prevenção do uso de drogas pelo 
adolescente estudante. Paraná: 2007. 
 
http://www.scielo.br/paideia

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