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FACULDADE ANHANGUERA Ana Carolina de Freitas1 - RA: 8139748092 Claudiane dos Santos Mello1 - RA: 8111709042 Daniele Maria Rodrigues1 - RA: 9678469800 Francisca Barros Rocha Bezerra1 - RA: 8111717610 Rita Maria dos Santos1 - RA: 8171744862 Simone Carvalho21 A SITUAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGLIGENCIADOS POR PAIS USUÁRIOS DE DROGAS Acaraú - CE 2017 1 Graduandas do Curso de Serviço Social 2 Professora Orientadora Ana Carolina de Freitas Claudiane dos Santos Mello Daniele Maria Rodrigues Francisca Barros Rocha Bezerra Rita Maria dos Santos A SITUAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGLIGENCIADOS POR PAIS USUÁRIOS DE DROGAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera, como requisito necessário para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Artigo aprovado em: ____/____/______ BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Simone Carvalho – Professora Orientadora ________________________________________ 1º Examinador ________________________________________ 2º Examinador RESUMO O presente artigo tem a finalidade de expor uma análise das causas e consequências do negligenciamento de crianças e jovens por parte de pais usuários de drogas. Como referenciais teóricos são apresentados o Ministério da Justiça, a Política Nacional de Assistência Social - PNAS, entre outros. Além de expor comentários relevantes quanto aos prejuízos familiares ocasionados por situações de pais usuários de drogas, aborda também os possíveis fatores que podem ocasioná-lo. Ele ainda destaca a importância do tripé escola-família-serviço social para a reversão do quadro, destacando o papel da escola na identificação de situações de negligenciamento de crianças e jovens. Por ser um estudo bibliográfico, traz contribuições importantes no que concerne ao atual sistema familiar brasileiro. Nesse contexto, são indescritíveis os impactos consequentes do consumo de drogas. Assim, o trabalho também expõe a importância do assistente social no acompanhamento familiar, como agente decisivo no combate aos danos ocasionados pelas drogas. Palavras-chave: Uso de drogas. Drogas na família. Estrutura familiar. Serviço Social. ABSTRACT The purpose of this article is to present an analysis of the causes and consequences of the neglect of children and young people by drug - using parents. As theoretical references are presented the Ministry of Justice, the National Policy of Social Assistance - PNAS, among others. In addition to presenting relevant comments on the family damage caused by situations of drug-using parents, it also discusses the possible factors that may cause it. He further highlights the importance of the school-family-social tripod tripod for the reversal of the framework, highlighting the role of the school in identifying neglect situations of children and young people. Because it is a bibliographic study, it brings important contributions regarding the current Brazilian family system. In this context, the consequent impacts of drug use are indescribable. Thus, the work also exposes the importance of the social worker in the family accompaniment, as a decisive agent in the fight against the damages caused by the drugs. Keywords: Use of drugs. Drugs and family. Family structure. Social service. 1. INTRODUÇÃO O referido artigo foi constituído bibliograficamente levando-se em consideração um tema muito importante: o negligenciamento de crianças e adolescentes negligenciados por pais usuário de drogas. Dissertar sobre esse tema remete a diversos caminhos que podem definir possíveis causas para a situação. Contudo, é válido salientar que uma explicação definitiva para tal acontecimento exigiria uma análise minuciosa de diversos quesitos necessários para compreensão do que faz uma pessoa consumir drogas. As consequências de tal fato, acarretam séries danos ao indivíduo e a sua estrutura familiar. O problema é grave, as pessoas estão tendo acesso mais fácil a substâncias psicoativas. Embora os programas sociais tentem dizimar de vez essa situação, não são totalmente suficientes. O Ministério Público (2014) reforça que A dimensão e a complexidade do problema colocam em alerta até mesmo os pequenos municípios, demandando do poder público e da sociedade em geral respostas mais abrangentes, que combinem ações nas esferas da segurança pública, da saúde, da assistência social, da educação, dentre outras, em um plano nacionalmente articulado de enfrentamento ao consumo de drogas. Alguns aspectos relativos ao fenômeno do uso, abuso e dependência dessas substâncias apontam para a importância da dimensão preventiva das ações. Trabalhar de forma preventiva, é uma estratégia muito proveitosa. Mas para isso é necessário analisar vários pontos para que a ação seja eficaz. Aliado a isso, avaliar usuários em tratamento para se libertar do vício também pé útil para identificar possíveis causas da inserção no mundo das drogas. “É preciso reconhecer, também, o tripé biopsicossocial das dependências químicas, fruto da interação dinâmica de três fatores distintos: o tipo de substância consumida, o indivíduo e o contexto social e familiar” (MINISTÉRIO PÚBLICO, 2014). É nesse contexto que o trabalho do assistente social se faz muito necessário. Em meio ás famílias, compreendendo sua estrutura e o contexto social ao qual estão inseridas é uma premissa fundamental para prevenção. É dessa forma que o negligenciamento de crianças e adolescentes por pais usuários de drogas não ocorrerá, simplesmente pelo fato dos pais não serem usuários, em virtude do trabalho preventivo. 2. AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO USO DE DROGAS A modernidade, por assim dizer, trouxe consigo uma séria de fatores positivos: o avanço tecnológico; descobertas no ramo da ciência que contribuíram para o aperfeiçoamento de diversos medicamentos e procedimentos relacionados à saúde; a disponibilização, em escala global, de informações e conhecimento; mais do que isso, ela prova que nada é imutável e que a adaptação é crucial para aqueles que almejam seu lugar nesse novo espaço geográfico contemporâneo. No entanto, além de todos esses aspectos positivos enumerados, pontos negativos também precisam ser destacados. A tecnologia, mesmo favorecendo o ser humano de forma incalculável, também possibilitou o aperfeiçoamento de armas com alto poder destrutivo, por exemplo. As redes sociais, tão úteis quanto ao compartilhamento de informações relevantes, viraram um cenário, lamentoso, de bullying, violação de imagens e vídeos de caráter privado, incentivo a práticas de violência, entre outros. Em meio a esses fatos, outro dado assustador diz respeito ao consumo de drogas, lícitas e ilícitas. Dizer que o consumo de drogas é algo típico, exclusivamente, dos últimos séculos é faltar com a verdade. Contudo, o fato é que o consumo nos últimos tempos, no sentido de décadas, tem crescido de forma totalmente descontrolada. Uma pesquisa feita pela fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde em Parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) destaca números do consumo regular de crack e similares nas regiões do Brasil. Uma análise rápida desse gráfico só confirma um fato alarmante da atualidade: o uso/abuso de drogas está se tornando, mais do que crescente, um hábito comum, principalmente em relação aos adolescentes. De acordo com ALMEIDA FILHO et. al. (2007): A adolescência é um período de transição entre a infância ea condição de adulto, no qual o adolescente se mostra mais resistente às orientações, pois vislumbra a possibilidade de ter poder e controle sobre si mesmo. Nesta fase é comum que o adolescente se afaste da família e procure maior aproximação com um grupo de semelhantes, ou seja, outros adolescentes. Essa reorganização social muitas vezes é objeto de grande preocupação entre pais, educadores e profissionais da saúde, pois, se essa aproximação acontecer com um grupo que esteja experimentando drogas, o adolescente poderá ser pressionado a compartilhar dessa experiência. Sobre o que os autores postulam, pode-se inferir que a adolescência é um período muito importante, mas, ao mesmo tempo, muito perigoso, pois pode trazer consigo a abertura da porta de entrada para o mundo das drogas. Conforme Cavalcante, Alves e Barroso (2008), a adolescência representa um período conturbado na vida do jovem pois, além de propiciar experiências e vivências inéditas, é ali que a personalidade e a individualidade são moldadas. Definir a adolescência como responsável exclusiva para a inserção de alguém no mundo das drogas é desleal (principalmente porque é possível que alguém tenha as primeiras experiências após essa fase). Outras situações também corroboram para isso: instabilidade financeira, fracasso na vida amorosa, falta de afetividade proveniente da família, estresse (se busca nas drogas um refúgio), entre outros. De acordo com Shenker e Minayo (s.d.) “O âmbito familiar tem um efeito potencialmente forte e durável para o ajustamento infantil. O vínculo e a interação familiar saudável servem de base para o desenvolvimento pleno das potencialidades das crianças e dos adolescentes. A dependência química pode ser considerada uma grave doença, e desse modo, em alguns casos, é preciso tratamento. Além dos problemas físicos e psicológicos relacionados ao consumo e abstinência de drogas (lícitas ou ilícitas), prejuízos morais e afetivos vêm como consequência desse fato. Em meio a isso, é preciso destacar a situação de diversas crianças e adolescentes que, em meio a uma realidade de pais consumidores, são negligenciadas. Sobre esse fato, o próximo tópico reforça que, em detrimento do consumo, as consequências podem não vir apenas para os usuários, e sim para os entes da sua família, nesse caso, os filhos. 3. O NEGLIGENCIAMENTO DE CRIANÇAS E JOVENS POR PAIS USUÁRIOS DE DROGAS A história da produção e do uso de drogas faz parte da própria história da humanidade. Nas últimas décadas, porém, em função de sua elevada frequência, transformou-se em problema mundial de saúde pública (TAVARES, BÉRIA e LIMA; 2004; p. 2). A droga, para algumas pessoas, é considerada a praga do milênio. Tão devastadora que consegue destruir o homem, levando-o a agir sem o controle de si, por conta de algo que, junto do que prazer momentâneo, acarreta a sua total ruína. Famílias, diariamente, sofrem os efeitos juntamente com os usuários. Em algumas situações são vítimas de violência, têm bens furtados, sem falar no sofrimento, reflexo do descontentamento em ver um ente querido sucumbir ao vício. Muitas crianças e jovens não recebem os cuidados necessários de seus pais. Uma possível explicação plausível para esse grave fato pode estar entrelaçada ao consumo de drogas. Os efeitos sobre os pais fazem-nos abdicar de suas obrigações para com seus filhos. É possível que não percebam tais efeitos mediante o impacto causado pelas drogas. Contudo há de se considerar que essas pessoas, em algumas situações específicas, requerem tratamento e acompanhamento específico. É aí que o problema se torna mais grave, visto que, mesmo tendo conhecimento de situações de negligenciamento, alguns familiares e/ou conhecidos não querem se envolver, e se eximem da responsabilidade. Nessas condições, crianças e adolescentes sofrem consequências severas em decorrência das atitudes de seus pais. É necessário destacar ainda, que o uso de drogas pelos pais, por vezes acaba por estimular, indiretamente, o consumo por parte dos filhos. Sobre esse fato Sanchez, Oliveira e Nappo (2005) destacam que o fato de os pais serem consumidores, de uma certa forma, pode influenciar os filhos a consumirem drogas no futuro. Em uma pesquisa realizada com alguns pais de Curitiba BRUSAMARELLO et al. (2005-2007) constataram que Durante as entrevistas, alguns pais, usuários de drogas lícitas, demonstraram preocupação com o fato de serem maus exemplos para seus filhos, pois evidenciaram estar cientes de que suas atitudes podem ser estímulo ao caminho das drogas. Alguns estudos mostram que o consumo de drogas como o álcool pelos pais é fator de risco para o desenvolvimento de dependência nos filhos, além de maior incidência de surgimento de problemas psiquiátricos, físicos e emocionais. Diante dos fatos apresentados, é importante destacar a necessidade do apoio de outros membros da família. Além disso, a escola também exerce um papel elementar. Sobre esse fato o próximo tópico destaca o que essa instituição social pode fazer para contribuir com essa causa. 4. A ESCOLA COMO AGENTE DE MONITORAMENTO DE CONFLITOS E CONTRIBUIÇÃO PARA SOLUÇÃO DOS MESMOS É inegável o papel da escola no que concerne à formação para cidadania. A educação é um dos principais meios para se chegar a uma sociedade mais justa e igualitária. O ambiente escolar é um local totalmente propício para estimular o desenvolvimento de valores essenciais à formação da personalidade de um determinado indivíduo. Além disso, o dueto escola/família é importantíssimo para o futuro do aluno, ao passo que, quando os dois segmentos cumprem adequadamente suas obrigações para com o mesmo, ele tem grandes possibilidades de sucesso. Sobre isso Dessen e Polonia (2007) reforçam que: A escola e a família são responsáveis pela transmissão e construção do conhecimento culturalmente organizado, modificando as formas de funcionamento psicológico, de acordo com as expectativas de cada ambiente. Portanto, a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social. Na escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e apreensão de conhecimentos, havendo uma preocupação central com o processo ensino-aprendizagem. Já, na família, os objetivos, conteúdos e métodos se diferenciam, fomentando o processo de socialização, a proteção, as condições básicas de sobrevivência e o desenvolvimento de seus membros no plano social, cognitivo e afetivo. O pensamento das autoras confirma a necessidade do trabalho, no âmbito escolar, para fortalecer os laços com a família. A partir do momento em que a escola se faz presente na estrutura familiar dos alunos, ela encontra a possibilidade de diagnosticar circunstâncias e fatos que podem acarretar consequências negativas. A partir dessa atividade diagnóstica, é possível pensar em estratégias viáveis, que possam favorecer não só os alunos, como também os pais. O favorecimento dos pais dar-se-ia através da sensibilização quanto a necessidade de abolir o consumo em detrimento do futuro dos filhos. A orientação para procura de profissionais especializados, como psicólogos, assistentes sociais; ou mesmo grupos de apoio a usuários de drogas. É necessário frisar, ainda, que a escola, sozinha, não pode sanar todos os problemas dos alunos. A parceria é fundamental. Quando a estrutura familiar se encontra abalada é preciso contar, também, com o apoio da comunidade e do governo. Com relação a esse fato, BRUSAMARELLO et al. (2010) informa que A escola tem sido, historicamente, espaço privilegiado do desenvolvimento de trabalhos de prevenção ao uso de drogas,mas a complexidade do tema exige estratégias que envolvam diferentes setores da sociedade, como o governo, a comunidade e a família”. Portanto, é essencial a parceria de todos os agentes envolvidos, direta e indiretamente, na educação dos alunos, com vista a combater esse grande mal que é a negligência por parte de pais usuários de drogas. É preciso combater esse problema de frente, não fazer vista grossa, para que diversas crianças e adolescentes não sejam prejudicadas. Nessa perspectiva, é fundamental que o educador tenha um olhar criterioso para analisar a postura dos alunos e buscar o diálogo após perceber algo de incomum é vital. 5. O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOMPANHAMENTO DE FAMÍLIAS COM USUÁRIOS DE DROGAS Discutir sobre o uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas vem ganhando muito espaço nos meios de comunicação da atualidade. Através das mídias ou da análise do cotidiano das cidades, são vistas cenas que causam espasmo e perplexidade na população e demandam, por isso, atitudes significativas por parte dos poderes públicos e da sociedade em geral (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2014). O papel do assistente social, como agente amparador de pessoas desprovidas do acesso à cidadania, é ajuda-las a resolver problemas relacionadas aos mais diversos contingentes da vida, e a saúde é um deles. Desse modo, é obrigação do governo assegurar tal serviço através desse profissional, de maneira que a família que sofre as consequências de ter em seu meio um usuário de drogas possa se libertar desse carma. Santos e Freitas (2012) destacam que A problemática do uso de drogas no Brasil, que se configura como uma das expressões da questão social tem sido alvo de esforços diferenciados por parte de Governo, sociedade civil, empresas privadas e diversas outras organizações. Na contemporaneidade, têm-se buscado desenvolver estratégias que não se atenham a resolver as situações geradas pelo uso de drogas (dependência química, vulnerabilidade social, envolvimento em práticas ilegais), mas se antecipem ao implementar ações que tenham como finalidade principal a prevenção ao uso. O assistente social, mais do que tratar consequências do uso/abuso de drogas, deve agir na perspectiva da prevenção. É preciso, para tanto, identificar grupos de risco, que detém maior vulnerabilidade. Hoje em dia classes sociais não podem ser consideradas exclusivamente um fator determinante (pois hoje em dia grande parte das pessoas com renda média ou alta consumam igualmente ou de forma superior se comparadas às pessoas com renda baixa), é necessário um acompanhamento direto às famílias, sobretudo naquelas que possuem adolescente, pois essa fase oferece um perigo eminente. Sobre isso o PNAS (2005) indica que deve haver Articulação intersetorial de competências e ações entre o SUAS e o Sistema Único de Saúde – SUS, por intermédio da rede de serviços complementares para desenvolver ações de acolhida, cuidados e proteções como parte da política de proteção às vítimas de danos, drogadição, violência familiar e sexual, deficiência, fragilidades pessoais e problemas de saúde mental, abandono em qualquer momento do ciclo de vida, associados a vulnerabilidades pessoais, familiares e por ausência temporal ou permanente de autonomia principalmente nas situações de drogadição e, em particular, os drogaditos nas ruas. O jovem usuário de drogas tem uma grande chance de evoluir para um adulto usuário de drogas. É totalmente possível que um determinado indivíduo só venha a ter uma experiência com elas na fase adulta, contudo, esse fato é mais frequente na adolescência. Ouvir usuários ativos, para tentar compreender o que possível ser feito para prevenção é uma estratégia positiva. Atuando por meio de espaços de escuta, favorecendo a discussão, troca de experiências e construção de saberes sobre o enfrentamento das situações de vulnerabilidade social, considera- se possível desenvolver a resiliência (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2014). Diante de tudo, é inegável o papel do assistente social para, além de tentar reverter o quadro dos usuários, trabalhar na perspectiva da prevenção. Uma parceira efetiva com a família é fundamental. Dessa maneira, o jovem/adolescente livre do vício se tornará um adulto igualmente livre, diminuindo as chances de negligenciamento de seus futuros filhos em detrimento do consumo de drogas. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo findou analisar as causas e consequências do negligenciamento de crianças e adolescentes por pais usuários de drogas. Além de expor possíveis causas e consequências do uso/abuso de drogas, também forneceu possíveis soluções para o problema. Foram destacados pontos pertinentes sobre a função da escola e do governo quanto ao apoio às famílias com usuários de drogas. Além disso, foram expostas contribuições de alguns autores com trabalhos relacionados à temática. Destaca-se os artigos do Ministério Público e da Política Nacional de Assistência Social - PNAS que reforçam a necessidade do trabalho do assistente social no sentido de amparar as famílias e os usuários. De acordo com Santos e Freitas (2012) Considerando que o Serviço Social tem nas políticas públicas um espaço privilegiado para o exercício profissional, as ações da Política Nacional sobre Drogas podem configurar-se como possibilidades de trabalho efetivo na defesa de direitos e principalmente como partícipe nesse conjugar de esforços com vistas à prevenção ao uso de drogas. Nesse sentido, a inserção do profissional de Serviço Social nesse lócus, pode ser entendida para além da possibilidade de ocupação profissional, mas como dever de uma profissão, que tem no seu caráter ontológico o compromisso ético da defesa e aprofundamento da cidadania. Concluiu-se que o papel do assistente social é definitivo. Contudo, algumas parcerias são fundamentais para que as ações surtam efeitos positivos. É nesse contexto que a família, a escola e a sociedade podem auxiliar o trabalho. Os danos sofridos pelos filhos de usuários de drogas podem ser irreversíveis. Inclusive, o fato dos pais fazerem uso de tais substâncias pode, em alguns casos, estimular os filhos a também consumirem. É necessário um trabalho voltado para o tratamento, mas também, sobretudo, para a prevenção do uso de substâncias psicoativas. Assim, tentar antecipar uma situação na infância e adolescência é um ponto de partida fundamental para tentar evitar um quadro irreversível no futuro. O problema tem solução, porém, é preciso conhecer bem o indivíduo e o contexto social e familiar ao qual está inserido, nos casos em que não foi possível a prevenção. Além disso, é preciso sensibilizar o usuário quanto aos danos ocasionados para si e para terceiros (no caso a sua família). Dessa maneira, reforça-se aqui o seguinte pensamento: o jovem/adolescente livre do vício se tornará um adulto igualmente livre, diminuindo as chances de negligenciamento de seus futuros filhos em detrimento do consumo de drogas. REFERÊNCIAS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. O Sistema Único de Assistência Social e as Redes Comunitárias. 7 ed. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2014. SANTOS, Arlei Rosa dos; FREITAS, Tais Pereira de. O Serviço Social na prevenção ao uso de drogas: desafios interdisciplinares para o trabalho profissional. São Paulo: 2012. SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Política Nacional de Assistência Social - PNAS. Brasília: 2005. ALMEIDA FILHO, Antonio José de; FERREIRA, Márcia de Assunção; GOMES, Maria da Luz Barbosa; SILVA, Rafael Selestino da; SANTOS, Tânia Cristina Franco. O adolescente e as drogas: consequências para a saúde. Rio de Janeiro: 2007. CAVALCANTE, Maria Beatriz de Paula Tavares; ALVES, Maria Dalva Santos; BARROSO, Maria Grasiela Teixeira.Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Rio de janeiro: 2008. SCHENKER, Miriam; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência. Rio de Janeiro: 2005. TAVARES, Beatriz Franck; BÉRIA, Jorge Humberto; LIMA, Maurício Silva de.Fatores relacionados ao uso de drogas entre adolescentes escolares. São Paulo: 2004. SANCHEZ, Zila van der Meer; OLIVEIRA, Lúcio Garcia de; NAPPO, Solange Aparecida. Razões para o não uso de drogas ilícitas entre jovens em situação de risco. São Paulo: 2005. BRUSAMARELLO, Tatiana; SUREKI, Mariângela; BORRILE, Daiane; ROHER’S; Hellen; MAFTUM, Mariluci Alves. Consumo de drogas: concepções de familiares de estudantes em idade escolar. São Paulo: 2008. DESSEN, Maria Auxiliadora; POLONIA, Ana da Costa. A família e a escola como contexto de desenvolvimento humano. Brasília: 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/paideia>. Data de acesso: 18/05/2017. BRUSAMARELLO, Tatiana; MAFTUM, Mariluci Alves; MAZZA, Verônica Azevedo; SILVA, Ângela Gonçalves da; SILVA, Thaise Liara da; OLIVEIRA, Vânia Carvalho de. Papel da família e da escola na prevenção do uso de drogas pelo adolescente estudante. Paraná: 2007. http://www.scielo.br/paideia
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