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P1 - Imunologia

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Ana Clara Bocato - Medicina T XV 
 
Considerações gerais 
 SISTEMA IMUNOLÓGICO 
- O sistema imunológico humano consiste numa rede de células, 
tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o 
ataque de invasores externos. 
- Os invasores externos, estranhas ao organismo, são 
chamadas de antígenos, podem ser: microorganismos 
(bactérias, fungos, protozoários ou vírus), ou agentes 
nocivos, como substâncias tóxicas (drogas de abuso e 
terapêuticas), proteínas, lipídeos, polissacarídeos etc. 
- O sistema imunológico possui a função de: 
 Proteção → contra os antígenos e partículas estranhas 
(alérgenos e drogas). 
 Eugenia → “bom nascimento”, capacidade de distinguir o 
próprio do não próprio, caso contrário ele destruiria todas 
as nossas células. 
- A tolerância por uma proteína começa no órgão 
primário, continuando no secundário. A autoimunidade é 
a perda da tolerância. 
- Todas as pessoas possuem mediadores de 
complexidade do tecido, composto por proteínas de 
classe 1 (com 6 genes) e 2 (com 12 genes), que nos 
identificam. Quando em contato com outro grupamento 
proteico, ocorre ativação do complexo de 
histocompatibilidade principal. 
 Vigilância → células T monitoram a superfície das células, 
detectam e reconhecem as anormalidades nas células 
(alterações nas estruturas da membrana e/ou antígenos) e 
impedem sua reprodução (neoplasias, por exemplo) por 
apoptose (morte celular programada). 
 
Tecidos e órgãos do sistema imune 
 ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS 
- São considerados a “casa” do sistema imune específico, sendo 
eles o timo e a medula óssea de ossos longos, relacionados às 
etapas primárias do mecanismo do sistema imune. 
- Neles ocorre a linfopoese (produção de linfócitos), onde as 
células se diferenciam da célula-tronco, proliferam e 
amadurecem em linfócitos funcionais. 
- Nos órgãos primários, os linfócitos adquirem seu repertório de 
receptores antígenos específicos e são selecionados de acordo 
com a sua resposta. 
TIMO 
- É o sítio de maturação das células T dos tipo helper/auxiliar 
(centro estratégico) e citotóxico/citolítico (indutor de apoptose), 
e onde os linfócitos aprenderão o que é próprio do organismo. 
Os linfócitos T são formados pela expressão da proteína na 
superfície do marcador celular. 
- Maturação é o processo de formação e ensinamento de 
tolerância das células próprias do organismo. Quando não 
ocorre o processo de tolerância, a célula sofre apoptose 
(processo de morte programada). 
- Localizado na cavidade torácica, próximo ao coração. Possui 
2 lobos, e cada um com vários lóbulos que são divididos em 
córtex e medula interna. O córtex contém a maioria dos 
linfócitos imaturos em proliferação, já a medula possui os 
linfócitos já maduros. 
- Na infância o timo é grande, na adolescência ele involuir pois 
até essa idade o indivíduo já reconhece grande parte dos 
antígenos do ambiente, tendo linfócitos T para o resto da vida. 
- A involução tímica não significa ausência de 
atividade, ela continua, mas de forma mais moderada. 
- Este órgão é o pentágono da resposta imune específica, uma 
vez que recebe informações e identifica se há ou não um 
problema (neoplasias e processos infecciosos). 
- Quando identifica uma anormalidade, inicia a 
produção e secreção de citocinas, mobilizando o 
sistema imunológico. 
 Seleção positiva: linfócito T entra no timo e só reconhece 
antígenos próprios. 
 Seleção negativa: linfócito T reconhece algo próprio como 
estranho e timo exclui esse linfócito por apoptose. 
 Seleção negativa que deveria ter ocorrido, mas não 
ocorreu: linfócito T reconhece algo próprio como estranho 
e timo libera este linfócito, gerando quadro autoimunitário. 
 
 
 Ana Clara Bocato - Medicina T XV 
 
MEDULA ÓSSEA 
- Pós puberdade, assume a hematopoese, formando os glóbulos 
vermelhos e brancos (leucócitos), é responsável pela 
maturação dos linfócitos B, que se diferencia em plasmócitos 
(último estágio de diferenciação). Além disso, sintetiza e secreta 
anticorpos (gamaglobulinas e imunoglobulinas). 
- Plasmócitos morrem cedo, porém, alguns migram para a 
medula óssea e secretam os anticorpos de memória 
imunológica. 
 
 ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS 
- Estes órgãos determinam o início e a ativação do sistema 
imune específico, utilizado na proteção contra um invasor e, 
portanto, estão localizados em locais estratégicos no corpo 
humano, principalmente locais onde há acúmulo de líquido 
intersticial. 
- Com a pressão hidrostática (que chega aos capilares), certa 
parte do líquido fica no interstício e é capturada pela pressão 
coloidosmótica, que devido à presença da albumina, é muito 
concentrada; já a outra parte vai para os vasos acessórios, ou 
vasos linfáticos. 
- O vaso linfático drena este líquido para os linfonodos mais 
próximos, porém, os linfonodos regionais são específicos para 
certos microorganismos, e quando em contato com eles, possui 
proliferação intensa de células (aumento de 50x), ocasionando 
a distensão do linfonodo regional, que é um processo doloroso. 
- Quando o microorganismo é eliminado, a maioria 
dessas células sofrem apoptose. 
 LINFONODOS 
- É o local para onde vão os linfócitos depois do timo e as células 
apresentadores de antígeno (monócitos, macrófagos, células 
dendríticas), apresentando vaso linfático aferente e eferente 
(interstício). 
- Estão associados à plexos linfoides, com participação de 
muitos linfócitos naive (grupo de células B ou T maduras 
provindas de órgãos linfoides que nunca encontraram um 
antígeno diferente). 
- Os linfonodos funcionam apenas como reservatório e 
apresentação de antígenos, não havendo produção de células. 
- A circulação linfática possui comunicação com a corrente 
sanguínea, sendo o tronco torácico linfático um importante 
canal de comunicação entre eles. 
- Quando linfonodos ficam palpáveis, é indicativo de grande 
número de células, reação ao quadro infeccioso; quadros mais 
graves estão associados com produção de grande tumefação. 
 
TECIDOS LINFOIDES ASSOCIADOS (MALTs) 
- São linfonodos diferenciados, sem forma nodular, mas com a 
mesma função, um sistema difuso de pequenas concentrações 
de tecido linfoide encontrado em várias partes do corpo, como 
no trato gastrointestinal, tireoide, seios, pulmão, glândula 
salivar, olhos e pele. 
- É composto principalmente por linfócitos T que estão situados 
em regiões propícias ao contato com antígenos que entram na 
mucosa (tecidos de extrema absorção). 
- São diferenciados de acordo com o local que se encontram: 
 GALT: trato gastrointestinal. 
 BALT: brônquios. 
 NALT: nariz. 
 SALT: pele. 
 VALT: vasos sanguíneos. 
 CALT: olhos (conjuntiva). 
 GERALT: mucosa geniturinária. 
BAÇO 
- É considerado o vigia do sangue, local de descarte de 
hemácias e responsável pela drenagem sanguínea. 
- Os antígenos presentes na corrente sanguínea seguem pela 
artéria esplênica até a bainha periarteriolar, chegando no 
emaranhado de células (células de leucócitos – linfócitos T e B) 
em busca da ativação do sistema imune. 
- Sequestra eritrócitos do sangue através do mecanismo de 
hemocaterese, a fim de ser reutilizado de diversas formas. Esse 
processo ocorre na polpa vermelha. 
- Realiza a cobertura de áreas que os MALTs não cobrem. 
 
Resposta imune 
 RESPOSTA IMUNE INATA 
- A imunidade inata (natural ou nativa) é a linha de defesa 
inicial contra microorganismos, presente desde o nascimento, 
consistindo em mecanismos de defesa que já existiam antes do 
estabelecimento de uma infecção e que estão programadas 
para responder rapidamente. 
- Agem sempre com a mesma intensidade, não têm memória e 
nem especificidade. Composta pelas células NK e fagócitos. 
- É projetada para reagir rapidamente contra os 
microorganismos. É nada mais nada menos que os leucócitos da 
linhagemmieloide, ou seja, neutrófilos e monócitos (futuros 
macrófagos) que são os mais responsáveis por realizarem a 
fagocitose. 
 
 Ana Clara Bocato - Medicina T XV 
 
- Essas células ingerem os microorganismos para 
dentro de vesículas e os destroem pela produção de 
substâncias microbicidas no interior dessas vesículas, 
utilizadas em processos de inflamação e defesa 
antiviral. 
- Relação com a resposta dos linfócitos T e B: a resposta 
imunológica inata provém sinais que são essenciais para a 
iniciação da resposta de linfócitos T e B específicos para tal 
antígeno, ou seja, as ações da resposta inata podem erradicar 
infecções, mas também manter outros patógenos sob controle 
até que a resposta imunológica adquirida sejam ativadas (mais 
potente e mediada pelos linfócitos). 
- Tipos de resposta inata: 
 MECÂNICAS: barreiras anatômicas que impedem a 
penetração de micro e macroorganismos, sendo a 
primeira resposta a surgir. 
- São elas: pele, batimentos dos cílios, peristaltismo, 
tosse, espirros etc.) 
 QUÍMICAS: substâncias que impedem o crescimento e 
proliferação de microorganismos. 
- Ácidos graxos do suor inibem o crescimento de 
bactérias; lisozima e fosfolipase encontradas na 
lágrimas, saliva e secreção nasal podem destruir a 
parede celular de bactérias e desestabilizar as 
membranas; o baixo pH do suor e da secreção gástrica 
previnem o crescimento de bactérias. 
 MICROBIOLÓGICAS: compõem a microbiota normal do 
corpo humano (MCH), com presença de bactérias e 
fungos, podendo ser profundas (mucosa intestinal, 
pele, mucosa vaginal, mucosa oral) ou transitória 
(mãos – lavamos constantemente). 
- Os microorganismos da microbiota estão muito bem 
adaptados ao ambiente/sítio anatômico. 
- Quando em contato com microorganismos 
potencialmente patogênicos, ocorre competição por 
nutrientes. 
- Os PAMPs (padrões moleculares associados à patógenos) são 
substâncias microbianas (características de patógenos) que 
estimulam a imunidade inata. 
- Podemos citar os ácidos nucleicos (como RNA de fita 
simples e dupla presentes no vírus), proteínas (pilina e 
flagelina, encontradas nas bactérias), lipídeos de 
parede celular (LPS – bactérias Gram negativas, ácido 
lipoproteico – bactérias Gram positivas) e carboidratos 
(mananas e glucanas presentes em fungos). 
- Estes produtos microbianos são essenciais para a 
sobrevivência dos microorganismos patogênicos, por 
isso, o reconhecimento dos mesmos pelas células de 
defesa é de extrema importância, uma vez que a 
imunidade inata, ao entrar em contato com esses 
patógenos, é capaz de gerar uma reposta contra eles. 
- Os DAMPs (padrões moleculares associados a danos), por sua 
vez, são substâncias endógenas produzidas ou liberas por 
células mortas ou danificadas, causadas por infecções, por 
exemplo. Também podem indicar lesões celular assépticas (sem 
infecção) provocadas por queimaduras, toxinas químicas, 
traumas etc. 
- Os TLRs (toil like receptor) são responsáveis pelo 
reconhecimento de várias vias de PAMPs expressados por um 
amplo espectro de agentes infecciosos, que alteram o 
comportamento celular e a célula passa a produzir citocinas, 
que fazem com que outras células aumentem o processo de 
fagocitose. 
- Os fagócitos são chamados por células apresentadoras de 
antígenos (macrófagos e neutrófilos) que vão apresentar um 
antígeno e formar um complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC) em sua superfície. 
- A fagocitose ocorre durante a presença de receptores 
TLRs, que trabalham na forma de chave-fechadura, 
quando PAMPs e DAMPs são reconhecidos por PRRs 
(receptores de reconhecimento de padrões), expressas 
por fagócitos e outros tipos celulares, e ligam-se a 
eles. 
- Assim que reconhecem os PAMPs e DAMPs, produzem 
espécies reativas de oxigênio durante a resposta 
imunológica, e acabam morrendo e liberam pus 
através dos neutrófilos. 
- Após a ligação com a bactéria, a célula fagocitária 
começa a estender pseudópodes, envolvem e as 
engolfam, sendo a mesma enclausurada em um 
fagossomo. O resultado é uma bactéria engolfada em 
um fagolisossomo que contém os conteúdos dos 
grânulos ou lisossomos. Ela é lesada e um 
determinante antigênico (epítopo) é projetado na 
membrana plasmática do fagossomo, sinalizando para 
o sistema imune que o antígeno está sendo combatido. 
- Células NK (células matadoras naturais), lisam (destroem) 
células tumorais ou infectadas por vírus sem que estas 
expressem algum antígeno ativados da resposta imune 
específica. 
- Não há reconhecimento de epítopos e nem formação 
de células monoclonais específicas ou qualquer 
memória imunológica. 
 
 
 Ana Clara Bocato - Medicina T XV 
 
 RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA 
- A imunidade adquirida refere-se a proteção que um organismo 
desenvolve contra certos tipos de microorganismos ou 
substâncias estranhas (non self). Os linfócitos T e B são as 
células desde sistema e possuem receptores específicos para 
determinados epítopos. 
- É desenvolvida durante toda a vida de um indivíduo, podendo 
esta ser ativa ou passiva, ambas adquiridas de forma natural 
ou artificial. 
 RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA PASSIVA 
- Adquirida da mãe pela barreira placentária, não é 
duradoura. 
- Crianças não produzem IgG, apenas IgM quando em 
contato com o antígeno. 
- Na faixa dos 3 meses há uma hipogamaglobulinemia 
fisiológica ou no soro (resposta pronta). 
 RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA ATIVA 
- Se dá quando o indivíduo produziu as 
gamaglobulinas, como vacinas, e são muito 
duradouras. 
- As características que definem a imunidade adquirida são a 
grande especificidade para as distintas macromoléculas e a 
capacidade de “lembrar” e responder mais vigorosamente às 
repetidas exposições ao mesmo microorganismo. 
- A especificidade é tão intensa que a mudança de 
aminoácidos pode fazer com que as células não sejam 
ativadas. 
- Os principais aspectos da resposta imune adaptativa são a 
memória (resposta intensificada por repetidas exposições ao 
antígeno), especialização (gera respostas que são ideais para a 
defesa contra diferentes tipos de patógenos), autolimitação (a 
resposta imune cessa depois de eliminar o antígeno) e 
tolerância imunológica (evita lesão do hospedeiro durante 
respostas a antígenos estranhos). 
- Se o antígeno está fora da célula, o T helper ativa o linfócito 
B; se o antígeno está dentro da células, o T helper ativa o CD8. 
- O linfócito T CD4 comanda os dois tipos de resposta, 
logo, a resposta imune adquirida é pouco eficiente sem 
a reposta imune nata, pois é nesta resposta que se 
descobre se é um invasor, se é uma neoplasia etc., tudo 
depende do comportamento do antígeno. 
IMUNIDADE ADAPTATIVA HUMORAL 
- É mediada por moléculas do sangue (anticorpos), que são 
produzidos pelos linfócitos B, caracterizada pela presença dos 
anticorpos a nível dos humores (líquidos corpóreos). 
- Efetivo contra bactérias , toxinas produzidas por bactérias, 
vírus e moléculas solúveis, sendo o principal mecanismo de 
defesa do nosso organismo. 
- Os anticorpos reconhecem especificamente os antígenos 
microbianos, neutralizam sua infecciosidade e marcam os 
mesmos para eliminação pelos vários mecanismos efetores. 
- Anticorpos apenas neutralizam os patógenos e 
ativam o sistema de lise celular e sistemas celulares. 
Linfócitos B → sensibilizado pelo epítopo do antígeno → 
diferenciação em plasmócito → produção de anticorpos pelo 
plasmócito → anticorpos ligam-se aos antígenos ativando o 
sistema imune. 
 IMUNIDADE ADAPTATIVA MEDIADA POR CÉLULAS 
- Consiste na ativação de macrófagos por meio de linfócitos T 
(helper e CD8) para eliminar microorganismos fagocitados,mecanismo eficiente para eliminar organismos intracelulares 
(antígenos). 
- Os microorganismos intracelulares, tais como vírus e algumas 
bactérias, sobrevivem e proliferam-se dentro dos fagócitos e de 
outras células do hospedeiro, onde ficam inacessíveis aos 
anticorpos circulantes. 
- A defesa contra essas infecções é uma função da 
imunidade celular, que promove a destruição dos 
microorganismos que residem nos fagócitos ou lise das 
células infectadas. 
- Há a entrada do microorganismo que se multiplica e 
vai em direção ao linfócito, o qual se diferencia em 
plasmócito. O macrófago atua como célula de memória 
e ativa os linfócitos, que reconhecem a bactéria pelo 
PAMP. 
- Célula dendrítica fagocita, difere e associa restos 
proteicos (interleucina I) a uma estrutura chamada de 
MHC e os distribui para os linfócitos T, até que um deles 
seja específico para o microorganismo, se ligue, ative, 
prolifere e se diferencie em plasmócito. Além disso 
sinaliza para o linfócito T CD8 que ele deve buscar e 
reconhecer as células invadidas e induzir a apoptose. 
 
 Ana Clara Bocato - Medicina T XV 
 
Estudo dirigido 
1. Descreva as funções do sistema imune. 
São funções do sistema imune o reconhecimento e defesa de agentes agressores (antígenos – vírus, bactérias, fungos, 
proteínas, lipídeos, carboidratos), reconhecimento e destruição de tumores, rejeição de transplantes e limpeza de restos 
celulares. 
2. Descreva os principais componentes da resposta imune inata e da resposta imune adaptativa. Diferencie as duas respostas do 
ponto de vista de suas ações e características. 
A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a quão ele já nasce, caracterizada por ser rápida, 
não específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. Os principais componentes dela são: barreiras mecânicas (que 
impedem a entrada de moléculas e antígenos, como a pele, trato respiratório, mucosas, tosse, espirro etc.), barreiras químicas 
(que eliminam o crescimento de microorganismos patogênicos, como a temperatura corporal, acidez do trato gastrointestinal, 
enzimas, etc.) e barreiras microbiológicas (microbiota normal do corpo humano, fagócitos e células NK). A resposta imune nata 
é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, e ainda pode otimizar as respostas imunes adaptativas contra diferentes 
tipos de microorganismos, pois é ela que avisa sobre a presença de uma infecção, acionando os mecanismos que conseguem 
ultrapassar as defesas imunitárias inatas. 
A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infeciosos e sua resposta aumenta em 
magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor. Existem dois tipos, a imunidade humoral (que gera uma reposta 
mediada por moléculas no sangue e nas secreções da mucosa (anticorpos), produzidos pelos linfócitos B, sendo o principal 
mecanismo de defesa contra microorganismos extracelulares e suas toxinas) e imunidade celular (que gera resposta mediada 
pelos linfócitos T quando microorganismos intracelulares (vírus e algumas bactérias) sobrevivem e proliferam dentro das 
células hospedeiras, inacessíveis para os anticorpos circulantes, promovendo a destruição ou morte das células afetadas). 
3. O que são PAMPs e DAMP e quais são os receptores que reconhecem essas estruturas? 
Os PAMPs (padrões moleculares associados à patógenos) são substâncias microbianas (características de patógenos) 
que estimulam a imunidade inata. Podemos citar os ácidos nucleicos (como RNA de fita simples e dupla presentes no vírus), 
proteínas (pilina e flagelina, encontradas nas bactérias), lipídeos de parede celular (LPS – bactérias Gram negativas, ácido 
lipoproteico – bactérias Gram positivas) e carboidratos (mananas e glucanas presentes em fungos). Estes produtos microbianos 
são essenciais para a sobrevivência dos microorganismos patogênicos, por isso, o reconhecimento dos mesmos pelas células 
de defesa é de extrema importância, uma vez que a imunidade inata, ao entrar em contato com esses patógenos, é capaz de 
gerar uma reposta contra eles. 
Os DAMPs (padrões moleculares associados a danos), por sua vez, são substâncias endógenas produzidas ou liberas 
por células mortas ou danificadas, causadas por infecções, por exemplo. Também podem indicar lesões celular assépticas (sem 
infecção) provocadas por queimaduras, toxinas químicas, traumas etc. 
Essas moléculas (PAMPs, DAMPs) são reconhecidas por PRRs (Receptores de Reconhecimento de Padrões), expressas 
por fagócitos e outros tipos celulares, e ligam-se a eles. Essa ligação inicia diversos eventos que levam à eliminação dos micro-
organismos.

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