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RESUMO BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR -- MATRIZ EXTRACELULAR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
ESCOLA DE ENFERMAGEM E FARMÁCIA - ESENFAR 
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR 
 
 
 
Francielly Souza Mangueira 
Júlia Graciele do Carmo Silva 
Jeyseane Almeida Silva Pereira 
Nícolas Monteiro de Araujo 
Weslayni Paula de Lima 
 
 
 
A matriz extracelular: Um nicho dinâmico na progressão do câncer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió /AL 
2016 
RESUMO 
A Matriz Extracelular (MEC), que é surpreendentemente dinâmica e versátil, é uma parte 
essencial da célula e influencia aspectos fundamentais da biologia celular (Hynes, 2009). Através 
de meios diretos ou indiretos, a MEC regula quase todos os comportamentos celulares e é 
indispensável para os principais processos de desenvolvimento (Wiseman et al, 2003;. Stickens 
et ai, 2004;. Rebustini et al., 2009; Lu et al., 2011). 
A MEC é composta de uma grande coleção de componentes bioquímicos distintos, 
incluindo as proteínas, glicoproteínas, proteoglicanos e polissacarídeos com diferentes 
propriedades físicas e bioquímicas (Whittaker et al, 2006; Ozbek et ai, 2010). Podem conferir as 
matrizes propriedades físicas, bioquímicas e biomecânicas únicas que são essenciais para a 
regulação do comportamento celular, como, por exemplo, rigidez, porosidade, insolubilidade, 
arranjo espacial e orientação, e outras características físicas que, juntas, determinam o seu papel 
na organização e integridade do tecido. De acordo com Yu et al. (2011) as diferentes 
propriedades da MEC, importantes no desenvolvimento e doença, não são independentes; ao 
contrário, elas são interligadas. 
A matriz extracelular (MEC) é estritamente regulada durante o desenvolvimento e isso é 
realizado através do controle da expressão ou pela atividade das enzimas em vários níveis. Se 
não forem controladas, as atividades potentes destas enzimas podem levar a consequências 
destrutivas e devastadoras sobre os tecidos, desencadeando células cancerosas e podendo 
causar a morte do organismo. A atividade enzimática pode ser desregulada com o fator da idade 
ou doenças, o que torna a dinâmica da matriz anormal em relação à quantidade, composição ou 
topografia, causando desorganização e mudanças em suas propriedades bioquímicas e 
biomecânicas essenciais. A consequência disso é um metabolismo anormal, com alteração nas 
células do estroma, incluindo os fibroblastos, nas células do sistema imunológico, em células-
tronco mesenquimais, que também podem estar envolvidas nas fases tardias do 
desenvolvimento do câncer. 
A utilização de receptores de MEC como marcadores para enriquecer células estaminais 
adultas em muitos sistemas in vitro e in vivo, sugeriu que o contato com a MEC é necessária 
para que as células possam adquirir ou manter as propriedades de células-tronco (Shen et al., 
2008 ; . Raymond et al, 2009). Os receptores de MEC permitem que as células estaminais 
ancorem no ambiente de nicho específico onde às propriedades de células-tronco podem ser 
mantidas. Tal ancoragem permite que as células estaminais mantenham a polaridade celular e 
ainda restringe fisicamente as células-tronco para fazer contato direto com células do nicho (Li e 
Xie, 2005). A expansão e diferenciação de células-tronco devem ser rigidamente controladas 
durante a homeostase, pois um desequilíbrio destes dois eventos pode levar à geração de 
células de iniciação tumorais. 
O papel da MEC anormal na angiogeneses tumoral e em resultado das várias funções que 
seus componentes desempenham na formação dos vasos sanguíneos durante o 
desenvolvimento normal, todos os quais são derivados de colagénos tipo IV e XVIII e de ter 
efeitos estimuladores ou inibidores sobre a angiogeneses. Eles colaboram com outros fatores 
pró ou anti-angiogênicos, incluindo VEGF (fatores de crescimento). Além disso a angiogenese 
tumoral deposita novo MEC para formar membrana basal para os vasos sanguíneos. A 
inflamação caracterizada pelo influxo massivo de células imunitárias, desempenha um papel 
causal no desenvolvimento do câncer. Embora a sua função inicial é supostamente para suprimir 
o crescimento de tumor, células imunes incluindo macrófagos, são frequentemente alterados e 
recrutados poe células tumorais em fases posteriores para promover o câncer (Coussens e 
Werb, 2002). 
 A metástase do câncer é um processo de múltiplos passos cineticamente variáveis, 
consistindo em invasão local, intravasamento no local primário, sobrevivência na circulação, 
extravasamento e colonização no local distante (Paget, 1889). Uma metástase requer um nicho 
local para auxiliar o crescimento do câncer no local primário e o nicho metastático — sendo a 
MEC um dos componentes essenciais deste —, possibilitando a sobrevivência, a colonização e 
a expansão de células cancerosas invasoras (Psaila and Lyden, 2009). 
As alterações da composição da MEC também são importantes para o recrutamento 
contínuo de células progenitoras hematopoiéticas para o nicho pré-metastático. Em adição a 
isso, as evidências sugerem que as células cancerosas podem modificar remotamente locais 
distantes e atuar na criação de um nicho pré-metastático (McAllister and Weinberg, 2010; 
Bateman, 2011). 
Assim, a dinâmica normal da MEC é essencial para o desenvolvimento de órgãos 
embrionários e função pós-natal; uma dinâmica desregulada da MEC perturba a polaridade, a 
arquitetura e a integridade do tecido e promove a transformação de células epiteliais, sendo um 
passo importante durante a formação de um nicho pré-metastático, além de inviabilizar o 
comportamento das células estromais. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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