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1 
MODELO COGNITIVO PARA O TRANSTORNO DE ANSIEDADE 
GENERALIZADA: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA 
 
Lilian Carvalho Hoffmann1; Adalberto de Araújo Trindade2; Cristina Pilla Della Méa3 
1 Graduanda em Psicologia. IMED, Campus Passo Fundo-RS. lilian_c.hoff@hotmail.com 
2 Graduando em Psicologia. IMED, Campus Passo Fundo-RS. adearaujotrindade@gmail.com 
3 Orientadora. Me. em Envelhecimento Humano. Docente em Psicologia. IMED, Campus 
Passo Fundo-RS. cristina.mea@imed.edu.br 
 
1 INTRODUÇÃO 
 O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é caracterizado por preocupações e 
ansiedade excessiva de eventos ou atividades, que causam sofrimento ou prejuízo significativo 
no indivíduo. Geralmente é acompanhado de sintomas físicos e tensão muscular, sendo comuns 
taquicardia, sudorese, insônia, fadiga, irritabilidade, entre outros (APA, 2014; ZUARDI, 2016). 
Tem probabilidade duas vezes mais alta em ocorrer em mulheres do que em homens (APA, 
2014), e é o transtorno mais prevalente dentre os transtornos de ansiedade (MACHADO et al., 
2016). 
 No tratamento para TAG, é indicado fármacos, dependendo da gravidade dos 
sintomas, e a terapia cognitiva- comportamental (TCC), que atua na identificação de 
pensamentos irracionais e crenças disfuncionais (MARQUES; BORBA, 2016). A TCC se 
baseia no modelo cognitivo de Beck, no qual situações/eventos geram pensamentos 
automáticos e esses, produzem sentimentos e reações no indivíduo (BECK, 2013). Há uma 
interação entre a cognição, a emoção e o comportamento, que influenciam o funcionamento 
normal e patológico dos indivíduos (KNAPP, 2004). Para a TCC obter maiores resultados, é 
utilizado técnicas cognitivas e comportamentais que se complementam, sendo que várias 
técnicas podem ser utilizadas com o mesmo paciente (KNAPP, 2004; KNAPP; BECK, 2008). 
O TAG apresenta alto índice de comorbidades psiquiátricas e risco de suicídio 
(VASCONCELOS; LÔBO; MELLO NETO, 2015). Os sintomas apresentados por esse 
transtorno trazem prejuízo a vida do indivíduo de forma significativa, interferindo em diversos 
segmentos do seu dia-a-dia. Assim, torna-se necessário intervenções que venham ajudar o 
indivíduo para a redução dos sintomas a fim de ter uma melhor qualidade de vida. Desta forma, 
este estudo objetivou descrever o modelo cognitivo para o TAG por meio de uma revisão 
narrativa da literatura. 
 
2 METODOLOGIA 
 Trata-se de uma revisão narrativa, baseada em artigos nacionais e livros que abordam a 
temática (UNESP, 2015). Os artigos foram selecionados nas bases de dados LILACS 
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PePSIC (Periódicos 
Eletrônicos de Psicologia) e Scielo (Scientific Electronic Library Online) com os descritores: 
transtorno de ansiedade generalizada, terapia cognitiva, terapia comportamental e terapia 
cognitiva comportamental, buscados em diferentes formas. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A TCC para o tratamento do TAG se caracteriza pela modificação das crenças 
disfuncionais e pela estratégia de controle dos pensamentos. As metas são: normalizar a 
preocupação; corrigir crenças e interpretações de questões preocupantes; modificar crenças 
metacognitivas positivas e negativas; eliminar a preocupação sobre a preocupação; reduzir a 
confiança de estratégias disfuncionais e promover repostas de controles adaptativos; melhorar 
a confiança da capacidade de resolução de problemas; aumentar o controle sobre a preocupação; 
mailto:lilian_c.hoff@hotmail.com
mailto:adearaujotrindade@gmail.com
mailto:cristina.mea@imed.edu.br
2 
fortalecer a auto confiança para desafios futuros; aceitar riscos e tolerar resultados incertos; e 
aumentar a tolerância a emoção negativa (CLARK; BECK, 2012; MARQUES; BORBA, 2016). 
 O objetivo central da psicoterapia é a redução da intensidade, frequência e duração da 
preocupação, diminuindo os pensamentos automáticos e a ansiedade generalizada. Esse 
tratamento apresenta-se eficaz para a redução dos sintomas, ajudando o indivíduo de forma 
significativa (MARQUES; BORBA, 2016). Tem-se mostrado eficaz por pelo menos um ano 
após o término da psicoterapia, desta forma reduzindo o uso de medicação (OLIVEIRA; 
SOUSA, 2008). O modelo cognitivo para o TAG, inclui: fase evocativa, fase de processamento 
automático e a fase de processamento elaborativo (CLARK; BECK, 2012). 
 A primeira fase é a evocativa, que compreende que as metas, preocupações atuais ou 
valores, e as experiências do indivíduo seriam gatilhos para ativar a preocupação. Os 
pensamentos automáticos que envolvem ameaça, também seriam desencadeadores da 
preocupação, pois ativam os esquemas mal adaptativos do indivíduo. A segunda, é a fase de 
processamento automático, que inclui os esquemas de crenças: a) ameaça geral, que é a 
probabilidade e as consequências das ameaças; b) vulnerabilidade pessoal, baixa autoestima e 
a falta de recursos para lidar com situações; c) intolerância a incerteza, é não admitir não estar 
pronto para as situações; e d) metacognição da preocupação, são os efeitos positivos, negativos 
e a controlabilidade da preocupação (CLARK; BECK, 2012). As crenças são as ideias, regras 
e conceitos criados pelo indivíduo que, muitas vezes, são rígidas (MOURA et al., 2018). 
 As crenças sobre as preocupações ajudam o indivíduo a mantê-las. Levam o indivíduo 
a sofrer com uma possível situação e, não ocorrendo, acreditam que essa aflição é benéfica, 
criando um estado de ansiedade. Esse estado está ligado com a orientação disfuncional para 
problemas e a evitação cognitiva. Existe dois componentes da orientação disfuncional para 
problemas: a) orientação para o problema: conjunto de crenças e as avaliações das soluções de 
problemas, a percepção de si para a solução e a percepção do problema; e b) habilidades 
envolvidas para a solução de problemas: criar alternativas, escolher e implementar as soluções. 
Já, a evitação cognitiva são as estratégias utilizadas pelo indivíduo para fugir das preocupações 
cognitivas e emocionais. Evitam emoções ou pensamentos mais profundos. Pode ser: implícita, 
estratégias automáticas; e explícita, estratégias voluntárias (RANGÉ, 2011). 
 Alguns autores destacam a crença intolerância a incerteza, como um fator central do 
TAG. Essa crença leva o indivíduo a interpretar situações negativamente, sentindo-se 
desconfortável pela incerteza do futuro. Apontam que a preocupação, como consequência, pode 
ser de dois tipos: o primeiro, seria situações internas e externas, referindo-se a sintomas físicos, 
como: preocupação com algum familiar, medo de acidente, entre outros. O segundo tipo, seria 
a preocupação com a preocupação, o indivíduo acredita que não pode mais preocupar-se, 
ficando preocupado com a própria preocupação (CLARK; BECK, 2012; RANGÉ, 2011). A 
terceira fase é a de processamento elaborativo, onde a psicoterapia irá intervir, é a base cognitiva 
do TAG, a tentativa de encontrar uma solução acaba deixando o indivíduo preocupado, 
tornando-se um ciclo. Dessa forma, a TCC pode terminar com esse ciclo por meio de 
intervenção nos níveis de reavaliação elaborativa (CLARK; BECK 2012). 
 O tratamento com o modelo tradicional, começa com a psicoeducação do modelo 
cognitivo e do transtorno. O indivíduo aprende que a terapia é estruturada e tem foco nos seus 
pensamentos, e que o transtorno é caracterizado por preocupação excessiva de situações ou 
atividades que devem ser monitoradas por ele. Algumas técnicas são utilizadas com frequência 
durante o tratamento, dentre elas estão: técnica de soluções de problema, análise de custo 
benefício e técnicas de relaxamento (RANGÉ, 2011). 
 O tratamento envolve a reestruturação cognitiva e a correção das distorções cognitivas 
(MARQUES; BORBA 2016; ZAMBOM; BORTOLON; ANDREATTA 2011). Os 
componentes para o tratamento do TAG na abordagem cognitiva comportamental são: a) 
psicoeducação; b) diferenciação de preocupações; c) reestruturação cognitiva e teste de 
3 
hipóteses; d) descatatrofização da preocupação; e) estratégias eficazes para o controle dapreocupação; f) processamento forçado de segurança; g) inoculação de risco; h) treinamento de 
solução de problemas; i) processamento elaborativo do presente; e j)treinamento de 
relaxamento (CLARK; BECK, 2012). 
 
4 CONCLUSÕES 
 Percebe-se que os sintomas apresentados pelo TAG, afetam de forma significativa a 
vida dos indivíduos, necessitando assim, de tratamento. O modelo cognitivo para o TAG, ajuda 
na redução dos sintomas apresentados, auxiliando o indivíduo na identificação e controle dos 
pensamentos automáticos e crenças. O tratamento inclui psicoeducação, reestruturação 
cognitiva, e técnicas que auxiliam nesse processo. Sugere-se estudos empíricos futuros que 
contemplem as técnicas cognitivas e comportamentais mais utilizadas com pacientes com 
diagnóstico de TAG. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5a. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2014. 
BECK, J. Introdução a terapia cognitivo comportamental. In: BECK, J. Terapia cognitivo- 
comportamental: teoria e prática. Porto Alegre, Artmed, 2013. p. 21-38. 
CLARK, D.; BECK, A. Terapia Cognitiva para o transtorno de ansiedade generalizada. In: 
CLARK, D.; BECK, A. Terapia cognitiva para os transtornos de ansiedade. Porto Alegre: 
Artmed, 2012. p. 389-445. 
COUTINHO, F. C.; PEREIRA, A.; RANGÉ, B.; NARDI, A. E. Transtorno de ansiedade 
generalizada. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapias cognitivo- comportamentais: um diálogo 
com a psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2011. p. 311-324. 
KAPCZINSKI, F.; MARGIS, R. Transtorno de ansiedade generalizada. In: KNAPP, P. (Org). 
Terapia cognitivo- comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed Editora, 
2004. p. 209-216. 
KNAPP, P. Principais técnicas. In: KNAPP, P. (Org.). Terapia cognitivo- comportamental 
na prática psiquiátrica. Porto Alegre, Artmed, 2004. p. 134-158. 
MACHADO, M. B. et al. Prevalência de transtornos ansiosos e algumas comorbidades em 
idosos: um estudo de base populacional. J Bras. Psiquiat., Rio de Janeiro, v. 65, n. 1, p. 28-
35, fev. 2016. 
MARQUES, E. L. L.; BORBA, S. de. Como lidar com o transtorno de ansiedade generalizada 
na perspectiva da terapia cognitivo-comportamental. SynThesis Revista Digital FAPAM, Pará 
de Minas, v. 7, n. 7, p. 82-97, dez. 2016. 
MOURA, I. M. et al. A terapia cognitivo-comportamental no tratamento do transtorno de 
ansiedade generalizada. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. 
Ariquemes: FAEMA, Blumenau, v. 9, n. 1, p. 423- 441, jun. 2018. 
OLIVEIRA, M. A. M. de.; SOUSA, W. P. da S. O uso da terapia cognitiva no tratamento do 
transtorno de ansiedade generalizada. Revista da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte- Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Natal, v. 1, n. 1, p. 1-8, 2008. 
UNESP. Tipos de Revisão de Literatura. 2015. Disponível em: 
https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf Acesso em: 20 
abr. 2019. 
VASCONCELOS, J. R. de O.; LÔBO, A. P. da S.; MELO NETO, V. L. de. Risco de suicídio 
e comorbidades psiquiátricas no transtorno de ansiedade generalizada. J. bras. psiquiatr., Rio 
de Janeiro, v. 64, n. 4, p. 259-265, dez. 2015. 
https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf
4 
ZAMBOM, L. F.; BORTOLON, C.; ANDRETTA, I. Modelo cognitivo comportamental do 
transtorno de ansiedade generalizada. In: ANDRETTA, I.; OLIVEIRA, M. da S. Manual 
prático de terapia cognitivo- comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. p. 289-
301. 
ZUARDI, A. W. Características básicas do transtorno de ansiedade generalizada. Revista 
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, v. 50, n. 1, p. 51-55, fev. 2016.

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