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Curso	Ênfase	©	2018
DIREITO	CIVIL	–	CAROLINE	ANDRIOTT I
60018	AULA16	-	DIREITO	CIVIL	IV	-	PROPRIEDADE	FIDUCIÁRIA
1	DA	PROPRIEDADE	FIDUCIÁRIA	(ARTS.	1361	A	1368-A	DO	CC)
A	propriedade	fiduciária	é	uma	espécie	de	propriedade	resolúvel,	não	obstante
se	assemelhe	muito	mais	aos	direitos	reais	de	garantia.	Por	esse	motivo,	muitos	autores
preferem	 estudar	 o	 tema	 dentro	 dos	 direitos	 reais	 de	 garantia.	 O	 CC	 insere	 a
observância	 das	 regras	 gerais	 de	 hipoteca,	 penhor	 e	 anticrese.	 O	 art.	 1367	 do	 CC
remete	 a	 aplicação	 das	 normas	 gerais	 dos	 direitos	 reais	 de	 garantia	 à	 propriedade
fiduciária	distinguindo	que	essa	não	é	plena.
Art.	 1.367.	 A	 propriedade	 fiduciária	 em	 garantia	 de	 bens	 móveis	 ou	 imóveis
sujeita-se	 às	 disposições	do	Capítulo	 I	 do	 Título	X	do	 Livro	 III	 da	 Parte	 Especial	 deste
Código	e,	no	que	for	específico,	à	legislação	especial	pertinente,	não	se	equiparando,
para	quaisquer	efeitos,	à	propriedade	plena	de	que	trata	o	art.	1.231.
A	 diferença	 da	 propriedade	 fiduciária	 com	 relação	 às	 demais	 espécies	 de
propriedade	resolúvel	é	o	fato	de	que	ela	tem	como	escopo	primordial	a	garantia	de
uma	outra	obrigação,	 ou	 seja,	 de	uma	obrigação	principal.	O	CC,	em	seu	art.	 1.361,
dispõe	 que	 a	 propriedade	 fiduciária	 será	 constituída	 para	 coisa	móvel	 infungível.	 Há
leis	especiais	que	disciplinam	outras	espécies	de	propriedade	fiduciária,	sempre	dentro
de	negócios	jurídicos	maiores,	como	o	caso	da	alienação	fiduciária	em	garantia.
Portanto,	há	uma	série	de	outras	manifestações	de	vontade	existentes	dentro	de
uma	 alienação	 fiduciária	 em	 garantia,	 que	 poderá	 ser	 transferida	 com	 apenas	 2
figuras.	 As	 partes	 são	 o	 fiduciante	 (devedor)	 e	 o	 fiduciário	 (credor),	 mas	 há	 um
esquema	que	revela	no	mínimo	3	partes.
Exemplo:	Compra	e	venda	de	veículos	financiados.	O	devedor,	com	o	escopo	de
obter	 no	 mercado	 bem	 de	 consumo	 durável	 como	 os	 automóveis,	 não	 tendo	 os
recursos	para	o	pagamento	integral,	pede	um	empréstimo	à	financeira	para	garantir	o
pagamento	integral	da	dívida.	Ao	adquirir	da	concessionária	transfere	a	propriedade	do
bem	que	comprou	diretamente	ao	credor	fiduciário.
Portanto,	 o	 devedor	 que	 quer	 adquirir	 o	 automóvel	 transfere	 diretamente	 a
propriedade	 ao	 credor	 fiduciário	 que	 emprestou	 os	 recursos	 ao	 devedor	 para	 a
quitação	 junto	ao	credor	originário.	Desse	modo,	o	credor	 fiduciante	precisa	quitar	a
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sua	dívida	de	 financiamento	para	então	poder	adquirir	a	propriedade	em	seu	nome.
Uma	vez	constituída	a	propriedade	fiduciária,	ele	fica	sendo	o	possuidor	direto	do	bem.
É	 por	 isso	 que	 na	 alienação	 fiduciária	 em	 garantia,	 uma	 vez	 realizada	 a
transferência	 da	 propriedade	 para	 o	 credor	 fiduciário,	 ocorre	 o	 desdobramento	 da
posse.	 O	 devedor	 fiduciante	 fica	 com	 a	 posse	 direta	 do	 bem,	 sendo	 um	 dos	 seus
direitos	usar	e	gozar	da	coisa	segundo	a	sua	destinação,	mas	às	suas	expensas	e	riscos.
Ele	não	é	proprietário,	porém,	será	quando	do	adimplemento	da	obrigação	principal.	O
credor	fiduciário,	o	proprietário,	ficará	na	posse	indireta	do	bem.
Art.	 1.361,	 §	 2	 o	 	 Com	 a	 constituição	 da	 propriedade	 fiduciária,	 dá-se	 o
desdobramento	da	posse,	tornando-se	o	devedor	possuidor	direto	da	coisa.
Nesses	casos	ocorre	uma	tradição	ficta,	pois	a	propriedade	não	foi	transferida	do
possuidor	direto,	proprietário,	para	o	possuidor	indireto.	Ao	contrário,	a	propriedade	fica
com	 o	 possuidor	 indireto,	 enquanto	 que	 desde	 o	 início	 a	 posse	 indireta	 fica	 com	 o
devedor	fiduciante.
Pode	 ocorrer	 que	 no	 caso	 do	 inadimplemento	 da	 obrigação	 principal	 a
propriedade	 consolide-se	 nas	 mãos	 do	 credor	 fiduciário.	 Nesse	 caso,	 fala-se	 em
convalidação	da	propriedade,	pois	a	propriedade	 inicialmente	 fiduciária	 consolida-se
com	o	inadimplemento	nas	mãos	do	credor	fiduciário.	Verifica-se	que	ele	não	pode,	por
força	da	vedação	do	pacto	comissório.
Trata-se	de	uma	regra	geral	dos	direitos	reais	de	garantia,	no	qual	precisa	vender
judicial	ou	extrajudicialmente	o	bem	a	terceiros	para	que	com	o	valor	da	venda	possa
imputar	no	débito	e	eventualmente,	se	existir	saldo,	restituir	ao	devedor	fiduciante	que
ficou	desprovido	do	bem,	já	que	inadimpliu	a	sua	obrigação	principal.
O	 CC	 dispõe	 ainda	 sobre	 os	 elementos	 indispensáveis	 a	 constar	 do	 título	 que
institui	a	propriedade	fiduciária	no	art.	1.362:
Art.	1.362.	O	contrato,	que	serve	de	título	à	propriedade	fiduciária,	conterá:
I	-	o	total	da	dívida,	ou	sua	estimativa;
II	-	o	prazo,	ou	a	época	do	pagamento;
III	-	a	taxa	de	juros,	se	houver;
IV	 -	 a	 descrição	 da	 coisa	 objeto	 da	 transferência,	 com	 os	 elementos
indispensáveis	à	sua	identificação.
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O	 CC	 dispõe	 que	 será	 apenas	 de	 coisa	 móvel	 e	 infungível,	 portanto,	 é
indispensável	que	se	especifique	a	coisa	objeto	da	garantia,	o	valor	da	dívida	principal,
forma	 de	 juros,	 entre	 outros.	 Ainda,	 o	 CC	 fala	 a	 respeito	 dos	 direitos	 e	 deveres	 do
devedor	fiduciante,	em	seu	art.	1.363:
Art.	 1.363.	Antes	de	vencida	a	dívida,	 o	devedor,	 a	 suas	expensas	e	 risco,	pode
usar	a	coisa	segundo	sua	destinação,	sendo	obrigado,	como	depositário:
I	-	a	empregar	na	guarda	da	coisa	a	diligência	exigida	por	sua	natureza;
II	-	a	entregá-la	ao	credor,	se	a	dívida	não	for	paga	no	vencimento.
O	devedor	 fiduciante	 na	 posse	 direta	 é	 considerado	 depositário	 para	 todos	 os
fins	legais.	São	2	os	deveres	básicos	do	devedor	fiduciante,	bem	como	o	direito	de	usar
a	 coisa	 e,	 ao	 final,	 tendo	 inadimplido	 a	 obrigação	 principal,	 tem	direito	 ao	 saldo	 da
venda	 judicial	 ou	 extrajudicial	 do	 bem,	 evitando-se	 o	 enriquecimento	 sem	 causa	 do
credor	fiduciário,	já	que	o	montante	total	excedeu	a	obrigação	inadimplida.
Em	relação	à	faculdade	de	usar	a	coisa,	às	suas	expensas	e	riscos,	conforme	o
art.	 1.363,	 há	 jurisprudência	 no	 sentido	 de	 que	 eventual	 perecimento	 do	 bem	 seria
suportado	pelo	devedor	 fiduciante	que	não	teria	mais	direito	à	coisa,	podendo	ainda
ser-lhe	exigido	o	pagamento	integral	da	dívida	principal.
“O	 perecimento	 do	 objeto	 não	 exime	 o	 devedor	 fiduciante	 de	 solver	 o	 débito
existente,	que	é	passível	de	ser	exigido	nos	próprios	autos	da	ação	de	depósito.”
(REsp	508.810/MG,	Rel.	Ministro	BARROS	MONTEIRO,	QUARTA	TURMA,	julgado	em
02/06/2005,	DJ	15/08/2005,	p.	318)	
Como	novidade	 legislativa	há	ainda	a	alteração	pela	Lei	13.043/14	 inserindo	o
art.	1.368-B	e	parágrafos	no	CC	para	disciplinar	o	direito	real	de	aquisição	do	devedor
fiduciante	 do	 cessionário	 ao	 seu	 sucessor,	 uma	 vez	 adimplida	 a	 obrigação	 principal,
integrando-se	 a	 propriedade	 ao	 seu	 patrimônio.	 O	 parágrafo	 único	 do	 art.	 1.368-B
estabeleceu	 que	 o	 credor	 fiduciário,	 uma	 vez	 imitido	 na	 posse	 direta	 daquele
determinado	bem,	como	de	busca	e	apreensão,	fica	responsável	às	despesas	relativas
ao	bem.
Art.	1.368-B.	A	alienação	fiduciária	em	garantia	de	bem	móvel	ou	imóvel	confere
direito	real	de	aquisição	ao	fiduciante,	seu	cessionário	ou	sucessor.	
Parágrafo	único.	O	credor	fiduciário	que	se	tornar	proprietário	pleno	do	bem,	por
efeito	 de	 realização	 da	 garantia,	 mediante	 consolidação	 da	 propriedade,
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adjudicação,	 dação	 ou	 outra	 forma	 pela	 qual	 lhe	 tenha	 sido	 transmitida	 a
propriedade	 plena,	 passa	 a	 responder	 pelo	 pagamento	 dos	 tributos	 sobre	 a
propriedade	e	a	posse,	taxas,	despesas	condominiais	e	quaisquer	outros	encargos,
tributários	ou	não,	incidentes	sobre	o	bem	objeto	da	garantia,	a	partir	da	data	em
que	vier	a	ser	imitido	na	posse	direta	dobem.	
Trata-se	das	diversas	formas	de	consolidação	da	propriedade,	antes	fiduciária	e
agora	 plena,	 nas	mãos	 do	 credor	 fiduciário.	 Portanto,	 no	momento	 em	que	 ele	 será
imitido	 na	 posse	 direta	 do	 bem	 por	 força	 da	 execução	 de	 algumas	 das	 tutelas
disponíveis	 para	 persegui-lo,	 ele	 será	 responsável	 por	 todos	 os	 encargos	 tributários
relativos	à	propriedade	do	bem	do	qual	agora	é	proprietário	consolidado,	ou	seja,	não
mais	fiduciário.
Com	 relação	 à	 necessidade	 de	 registro	 para	 a	 constituição	 do	 direito	 real,	 há
uma	grande	polêmica	que	foi	recentemente	pacificada	nos	Tribunais	Superiores,	com
relação	ao	art.	1.361,	§1º:
Art.	1.361	§	1	o		Constitui-se	a	propriedade	fiduciária	com	o	registro	do	contrato,
celebrado	 por	 instrumento	 público	 ou	 particular,	 que	 lhe	 serve	 de	 título,	 no
Registro	de	Títulos	e	Documentos	do	domicílio	do	devedor,	ou,	em	se	tratando	de
veículos,	na	repartição	competente	para	o	licenciamento,	fazendo-se	a	anotação
no	certificado	de	registro.
O	CC	trata	da	alienação	fiduciária	de	bens	móveis	e	infungíveis.	Nesse	caso,	em
que	se	insere	a	alienação	fiduciária	de	automóveis,	disciplinada	tanto	pelo	CC	quanto
pelo	 DL	 911/69,	 como	 não	 houve	 uma	 revogação	 expressa	 do	 DL,	 é	 possível	 esse
diálogo	 dos	 2	 diplomas	 no	 que	 forem	 compatíveis,	 em	 aplicação	 conjunta,
entendendo-se	que	o	CC	havia	propiciado	tanto	a	possibilidade	de	registo	no	Cartório
de	 Títulos	 e	 Documentos	 como	 na	 repartição	 competente	 para	 licenciamento
(DETRAN).
Nesse	 caso,	 instaurou-se	 a	 polêmica	 no	 sentido	 se	 era	 necessário	 os	 dois
registros	 ou	 apenas	 um,	 determinando	 qual	 deles.	 As	 associações	 dos	 notários,	 com
base	no	 fato	de	que	boa	parte	dos	contratos	estavam	sendo	 registrados	unicamente
nos	 certificados	 de	 registros	 dos	 automóveis	 no	 DETRAN,	 entraram	 com	 a	 ação
arguindo	a	inconstitucionalidade	do	§1º	no	ponto	em	que	permitia,	no	caso	de	veículos,
que	o	registro	ocorresse	nos	órgãos	competentes	para	o	licenciamento	de	veículos.
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Essa	 ação	 foi	 julgada	 improcedente,	 foi	 fixado	 o	 tema	 349,	 em	 que	 o	 STF
declarou	 a	 constitucionalidade	 do	 art.	 1.361,	 §1º	 do	 CC	 e	 do	 art.	 14,	 §7º,	 da	 Lei
11.795/08:
Tema	349	-	Tese:	“É	constitucional	o	§	1º	do	artigo	1.361	do	Código	Civil	(...)”	(RE
611639,	 Relator(a):	 Min.	 MARCO	 AURÉLIO,	 Tribunal	 Pleno,	 julgado	 em	 21/10/2015,
PROCESSO	 ELETRÔNICO	 REPERCUSSÃO	 GERAL	 -	 MÉRITO	 DJe070	 DIVULG	 14-04-2016
PUBLIC	15-04-2016)	STF	declarou	a	constitucionalidade	dos	seguintes	preceitos:	artigo
1.361,	 §	 1º,	 segunda	 parte,	 da	 Lei	 nº	 10.406,	 de	 2002,	 e	 do	 artigo	 14,	 §	 7º,	 da	 Lei	 nº
11.795,	de	2008	(ADI	4333,	Relator(a):	Min.	MARCO	AURÉLIO,	Tribunal	Pleno,	julgado	em
21/10/2015,	ACÓRDÃO	ELETRÔNICO	DJe-058	DIVULG	30-	03-2016	PUBLIC	31-03-2016)	.
Lei	11.795/2008,	art.	14,	§7º.	A	anotação	da	alienação	fiduciária	de	veículo	automotor
no	certificado	de	registro	(CTB)	produz	efeitos	probatórios	contra	terceiros,	dispensado
qualquer	outro	registro	público.
Portanto,	 não	 é	 inconstitucional	 que	 se	 faça	 o	 registro	 apenas	 no	 órgão	 de
licenciamento	 do	 veículo,	 no	 certificado	 de	 registro.	 Essa	 anotação	 é	 suficiente	 para
produzir	efeitos	contra	terceiros.
Do	ponto	de	vista	da	 tutela	 judicial,	uma	vez	notificado	o	devedor	no	caso	de
inadimplemento	da	obrigação	principal,	ele	deve	entregar	voluntariamente	o	bem	ao
credor	 fiduciário.	 Não	 havendo	 essa	 entrega,	 abre-se	 ao	 credor	 fiduciário	 algumas
hipóteses	de	tutela	jurisdicional	do	seu	direito,	seja	por	força	de	reintegração	de	posse,
já	que	o	credor	fiduciário	é	possuidor	indireto,	tendo	em	vista	que	por	força	expressa	do
CC	ocorre	o	desdobramento	da	posse.	Ele	pode	entrar	com	uma	ação	reivindicatória	da
propriedade,	 já	 que	 é	 o	 proprietário	 do	 bem	 para	 todos	 os	 efeitos,	 embora	 essa
propriedade	não	seja	plena,	mas	sim	com	o	escopo	de	garantia	da	obrigação	principal.
O	 credor	 fiduciário	 encontra-se	 em	 uma	 posição	 de	 garantia	 superior	 às
modalidades	tradicionais	como	o	penhor,	justamente	porque	ele	reserva	uma	série	de
possibilidades	jurisdicionais	de	perseguição	do	seu	crédito	através	da	garantia	que	já	é
de	sua	propriedade.	O	único	dado	é	a	impossibilidade	de	ficar	com	o	bem,	ou	seja,	o
bem	 é	 seu,	 mas	 deverá	 promover	 a	 venda	 para	 satisfazer	 a	 obrigação	 principal
inadimplida.
Pode	ainda	propor	a	ação	de	busca	e	apreensão	do	bem,	solicitar	a	execução
forçada	 nos	 termos	 do	 art.	 778	 do	 CPC	 e,	 ainda,	 a	 tutela	 de	 evidência	 baseada	 no
pedido	reipersecutório	do	art.	311,	 III,	 já	que	o	credor	 fiduciante	é	considerado	como
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depositário.
Art.	 311.	 A	 tutela	 da	 evidência	 será	 concedida,	 independentemente	 da
demonstração	de	perigo	de	dano	ou	de	risco	ao	resultado	útil	do	processo,	quando:
III	 -	se	tratar	de	pedido	reipersecutório	 fundado	em	prova	documental	adequada
do	 contrato	 de	 depósito,	 caso	 em	 que	 será	 decretada	 a	 ordem	 de	 entrega	 do
objeto	custodiado,	sob	cominação	de	multa;
O	devedor	fiduciante	é	depositário	e	a	possibilidade	da	propositura	de	ação	de
busca	 e	 apreensão	 é	 em	 relação	 a	 qualquer	 modalidade	 de	 depósito.	 É	 o	 que	 se
entende,	de	forma	majoritária,	na	doutrina	e	na	jurisprudência.
Outra	polêmica	em	relação	à	garantia	fiduciária	de	bens	móveis	foi	pacificada
no	julgamento	repetitivo	do	tema	722	no	STJ,	com	relação	à	continuidade	da	permissão
ou	 não	 de	 purga	 da	 mora	 no	 caso	 de	 alienação	 em	 garantia	 de	 veículos	 no
ajuizamento	de	ação	de	busca	e	apreensão.
Na	vigência	da	redação	original	do	DL	911/69	houve	a	edição	da	súmula	284	do
STJ,	que	reproduzia	o	texto	legal	vigente	à	época,	em	que	se	permitia	a	purgação	da
mora	 desde	 que	 já	 tivesse	 ocorrido	 o	 pagamento	 de	 pelo	 menos	 40%	 do	 valor
financiado,	fazendo	o	pagamento	unicamente	das	parcelas	em	atraso.
Após	a	alteração	pela	Lei	10.931/04,	essa	possibilidade	de	purgação	com	base
no	 pagamento	 de	 no	 mínimo	 40%	 do	 valor	 financiado	 não	 se	 reproduziu,	 o	 que
instaurou	uma	controvérsia	sobre	a	permanência	ou	não	da	súmula	em	face	da	nova
redação.	O	STJ	entendeu	que	não	é	possível	a	purgação	da	mora,	apesar	da	crítica	da
doutrina	 a	 respeito	 da	 pacificação	 do	 tema	 nesse	 sentido.	 É	 preciso	 que,	 uma	 vez
intentada	 a	 busca	 e	 apreensão,	 só	 é	 cabível	 que	 o	 devedor	 fiduciante	 recuse-se	 à
entrega	do	bem	nos	casos	em	que	houver	quitação	integral	da	dívida.
Súmula	284,	STJ	 -	A	purga	da	mora,	nos	contratos	de	alienação	fiduciária,	só	é
permitida	quando	já	pagos	pelo	menos	40%	(quarenta	por	cento)	do	valor	financiado.
(Redação	original	do	DL	911/69).	
Repetitivo	 STJ	 -	 Tema	 722	 ALIENAÇÃO	 FIDUCIÁRIA	 EM	 GARANTIA.	 RECURSO
ESPECIAL	REPRESENTATIVO	DE	CONTROVÉRSIA.	ART.	543-C	DO	CPC.	AÇÃO	DE	BUSCA	E
APREENSÃO.	 DECRETO-LEI	 N.	 911/1969.	 ALTERAÇÃO	 INTRODUZIDA	 PELA	 LEI	 N.
10.931/2004.	PURGAÇÃO	DA	MORA.	IMPOSSIBILIDADE.	NECESSIDADE	DE	PAGAMENTO	DA
INTEGRALIDADE	DA	DÍVIDA	NO	PRAZO	DE	5	DIAS	APÓS	A	EXECUÇÃO	DA	LIMINAR.	1.	Para
fins	do	art.	543-C	do	Código	de	Processo	Civil:	"Nos	contratos	firmados	na	vigência	da
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Lei	n.	10.931/2004,	compete	ao	devedor,	no	prazo	de	5	(cinco)	dias	após	a	execução	da
liminar	na	ação	de	busca	e	apreensão,	pagar	a	integralidade	da	dívida	-	entendida	esta
como	 os	 valores	 apresentados	 e	 comprovados	 pelo	 credor	 na	 inicial	 -,	 sob	 pena	 de
consolidação	da	propriedade	do	bem	móvel	objeto	de	alienação	fiduciária".	2.	Recurso
especial	 provido.	 (REsp	 1418593/MS,	 Rel.	 Ministro	 LUIS	 FELIPE	 SALOMÃO,	 SEGUNDASEÇÃO,	julgado	em	14/05/2014,	DJe	27/05/2014)
Não	havendo	o	pagamento	integral	do	valor	financiado,	não	cabe	purgação	da
mora	e	a	propriedade	consolida-se	na	mão	do	credor	fiduciário.
Outro	julgado	que	está	sendo	bastante	criticado	pela	doutrina	é	o	noticiado	no
informativo	 599	 do	 STJ	 sobre	 a	 impossibilidade	 da	 aplicação	 da	 teoria	 do
adimplemento	substancial,	que	não	está	expressamente	abarcada	no	CC,	mas	que	a
doutrina	 considera	 como	 sendo	 admitida	 no	 ordenamento	 no	 âmbito	 da	 teoria
contratual	mais	moderna.
O	 adimplemento	 substancial,	 ou	 seja,	 a	 existência	 de,	 do	 ponto	 de	 vista
qualitativo	e	quantitativo,	 implicar	na	verificação	de	que	aquela	obrigação	 foi	quase
completamente	 adimplida,	 obstaria	 a	 busca	 e	 apreensão.	 Esse	 entendimento	 não
prevaleceu	no	STJ.
Prevaleceu	o	entendimento	de	que	por	força	da	natureza	da	alienação	fiduciária
e	 garantia,	 das	 garantias	 que	 se	 dão	 ao	 credor	 fiduciário,	 haveria	 o	 rompimento	 da
boa-fé	 na	 medida	 em	 que	 financiou	 o	 valor	 total	 na	 garantia	 de	 que	 seria
integralmente	 paga	 a	 dívida	 e,	 portanto,	 o	 STJ	 rechaçou	 a	 teoria	 do	 adimplemento
substancial,	pois	ela	serviria	para	impedir	a	resolução	contratual,	ocorrendo	a	execução
da	garantia	previamente	estabelecida	da	propriedade	fiduciária.
Apesar	da	crítica	da	doutrina,	que	afirma	que	o	entendimento	deve	ser	revisto,	o
STJ	 pacificou	 a	 questão	 quanto	 à	 impossibilidade	 da	 adoção	 da	 teoria	 do
adimplemento	substancial.	Portanto,	ainda	que	o	devedor	fiduciante	tenha	deixado	de
pagar	 1	 ou	 2	 prestações	 e	 tenha	 cumprido	 todas	 as	 demais	 obrigações	 financeiras,
pecuniárias,	bem	como	outras,	seria	julgada	procedente	a	ação	de	busca	e	apreensão
e	 a	 execução	 da	 quantia	 relativa	 à	 propriedade	 fiduciária,	 através	 de	 uma	 venda
judicial	ou	extrajudicial	do	bem.
Outra	questão,	mais	antiga,	que	possui	súmula	vinculante	e	súmula	do	STJ	trata-
se	da	impossibilidade	de	prisão	civil	do	depositário	infiel.	Não	obstante	haja	uma	série
de	 impossibilidades	 com	 relação	 à	 tutela	 processual	 na	 alienação	 fiduciária	 em
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garantia,	 é	 inadmissível	 a	 prisão	 civil	 do	 depositário	 por	 força	 da	 internalização	 do
Pacto	de	São	José	da	Costa	Rica.
Súmula	Vinculante	25
É	 ilícita	 a	 prisão	 civil	 de	 depositário	 infiel,	 qualquer	 que	 seja	 a	modalidade	de
depósito.
SÚMULA	N.	419	STJ
Descabe	a	prisão	civil	do	depositário	judicial	infiel.
Outra	nota	importante	é	a	vedação	ao	pacto	comissório.	Os	arts.	1.364	e	1.365
do	CC	tratam	da	questão,	que	é	comum	nas	disposições	gerais	em	relação	aos	direitos
reais	de	garantia.
Art.	1.364.	Vencida	a	dívida,	e	não	paga,	fica	o	credor	obrigado	a	vender,	judicial
ou	 extrajudicialmente,	 a	 coisa	 a	 terceiros,	 a	 aplicar	 o	 preço	 no	 pagamento	 de	 seu
crédito	e	das	despesas	de	cobrança,	e	a	entregar	o	saldo,	se	houver,	ao	devedor.
Art.	1.365.	É	nula	a	cláusula	que	autoriza	o	proprietário	 fiduciário	a	 ficar	com	a
coisa	alienada	em	garantia,	se	a	dívida	não	for	paga	no	vencimento.
Parágrafo	 único.	 O	 devedor	 pode,	 com	 a	 anuência	 do	 credor,	 dar	 seu	 direito
eventual	à	coisa	em	pagamento	da	dívida,	após	o	vencimento	desta.
O	parágrafo	único	traz	uma	mitigação	à	vedação	do	pacto	comissório	ao	prever
que	 o	 devedor	 poderá	 (faculdade),	 com	 a	 anuência	 do	 credor,	 dar	 o	 seu	 direito
eventual	à	 coisa	ao	pagamento	da	dívida	após	o	vencimento	desta.	Ou	seja,	após	o
vencimento	da	dívida	e	não	paga	no	seu	prazo,	o	devedor	pode,	desde	que	o	credor
aceite,	dar	o	seu	direito	eventual	à	coisa	em	pagamento.
Seria	 uma	 dação	 em	 pagamento	 de	 um	 direito	 para	 o	 fim	 de	 quitar.	 A	 regra
geral	é	a	necessidade	de	venda	dos	bens	a	terceiros,	 imputando	no	valor	da	dívida	e
das	 despesas	 com	 a	 cobrança	 e,	 se	 houver	 saldo,	 restituindo	 ao	 devedor	 fiduciante
para	que	não	haja	enriquecimento	sem	causa,	 já	que	a	garantia	foi	superior	ao	valor
da	obrigação	principal	acrescida	das	despesas.
A	regra	do	art.	1.368	do	CC	dispõe:
Art.	1.368.	O	terceiro,	 interessado	ou	não,	que	pagar	a	dívida,	se	sub-rogará	de
pleno	direito	no	crédito	e	na	propriedade	fiduciária.
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O	terceiro,	interessado	ou	não,	toma	para	si	a	propriedade	fiduciária	em	garantia
quando	realizar	o	pagamento	ao	credor	fiduciário	originário.
Além	da	alienação	fiduciária	de	bens	móveis	e	infungíveis	dispostos	no	CC,	bem
como	a	alienação	de	bens	móveis	em	geral	do	DL	911/69,	existem	outras	modalidades
de	propriedades	fiduciárias	inseridas	em	contratos	de	alienação	fiduciária	em	garantia
de	 outros	 bens	 como,	 por	 exemplo,	 de	 bens	 imóveis	 (Lei	 9.514/97	 e	 Lei	 10.931/04);
bens	 móveis,	 mercado	 financeiro	 e	 de	 capitais	 (Lei	 4.785/65,	 DL	 911/69	 e	 Lei
10.931/04);	e	aeronaves	(Lei	7.565/86).
O	art.	1.368-A	do	CC	afirma	que	fora	os	casos	previstos	nas	leis	especiais,	o	CC
poderá	 ser	 aplicado,	 desde	 que	 não	 seja	 incompatível	 com	 as	 leis	 especiais.	 Há
subsidiariedade	do	CC	em	relação	às	outras	espécies	de	alienação	fiduciária	previstas
no	ordenamento	jurídico.
Art.	 1.368-A.	 As	 demais	 espécies	 de	 propriedade	 fiduciária	 ou	 de	 titularidade
fiduciária	 submetem-se	 à	 disciplina	 específica	 das	 respectivas	 leis	 especiais,
somente	 se	 aplicando	 as	 disposições	 deste	 Código	 naquilo	 que	 não	 for
incompatível	com	a	legislação	especial.
Houve	decisão	do	STJ	com	relação	à	alienação	fiduciária	de	bens	imóveis	para
entender	pela	possibilidade	da	constituição	de	propriedade	fiduciária	de	bens	imóveis
fora	do	escopo	do	sistema	financeiro	imobiliário	(SFI).	Ou	seja,	apesar	de	originalmente
a	propriedade	fiduciária	de	bens	imóveis	ter	surgido	com	a	regulação	do	SFI,	a	ele	não
se	limita.
Informativo	nº	574/STJ:	constituição	de	alienação	fiduciária	de	bem	imóvel	para
garantia	de	operação	de	crédito	não	vinculada	ao	Sistema	Financeiro	Imobiliário	(SFI).
(L.	 9.514/1997	e	10.931/2004)	 “verifica-se	que	é	possível	 afirmar	que	a	 lei	 não	exige
que	o	contrato	de	alienação	fiduciária	se	vincule	ao	financiamento	do	próprio	imóvel.
Ao	 contrário,	 é	 legítima	 a	 sua	 formalização	 como	 garantia	 de	 toda	 e	 qualquer
obrigação	 pecuniária,	 podendo	 inclusive	 ser	 prestada	 por	 terceiros”.	 (REsp	 1.542.275-
MS,	Rel.	Min.	Ricardo	Villas	Bôas	Cueva,	julgado	em	24/11/2015,	DJe	2/12/2015).
Portanto,	 a	 alienação	 fiduciária	 de	 garantia	 em	 bens	 imóveis	 não	 diz	 respeito
apenas	 àquelas	 hipóteses,	 embora	 sejam	 as	 mais	 comuns,	 de	 aquisição	 do	 próprio
bem	imóvel	que	é	objeto	da	garantia	em	questão.
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Na	penúltima	 jornada	 de	 direito	 civil	 organizadas	 pelo	 CJF,	 a	 doutrina	 reunida
aprovou	 2	 enunciados	 relativos	 à	 alienação	 fiduciária	 em	 garantia	 de	 bens	 imóveis,
quais	sejam,	nº	506	e	nº	591.	O	enunciado	506	diz	respeito	à	possibilidade	de	que	se
constitua	propriedades	fiduciárias	consecutivas.
Ou	 seja,	 é	 possível	 que,	 além	 de	 uma	 propriedade	 fiduciária	 inicial	 sobre
determinado	bem	imóvel,	seja	constituída	uma	segunda	propriedade	fiduciária	sobre	o
bem	imóvel	já	alienado	fiduciariamente,	quando	do	pagamento	da	obrigação	principal
e	 da	 constituição	 da	 propriedade	 sobre	 o	 devedor	 fiduciante.	 Considera-se	 que	 essa
propriedade	 tenha	efeito	ex	tunc,	 ou	 seja,	 constituída	 desde	 o	momento	 inicial.	 Essa
segunda	propriedade	fiduciária	constitutiva	dependeria	da	sorte	da	primeira,	devendo
constar	do	registro	para	que	seja	oponível	contra	terceiros.
Já	 o	 enunciado	 591	 expõe	 que	 a	 reintegração	 de	 posse	 em	 favor	 do	 credor
fiduciário	poderá	ser	proposta	desde	o	momento	em	que	se	considerarconvalidada	a
propriedade	em	sua	mão.	Ou	seja,	desde	o	momento	em	que	haja	o	inadimplemento
da	obrigação	principal	com	relação	à	propriedade	fiduciária	imóvel,	não	dependendo
da	 sorte	 dos	 futuros	 leilões.	 No	 momento	 em	 que	 houver	 a	 convalidação	 da
propriedade	 ao	 credor	 fiduciário	 é	 possível	 a	 reintegração	 de	 posse	 daquele
determinado	imóvel.
O	informativo	629	(agosto	de	2018)	do	STJ	(Resp	1667227/RS	-	3ª 	T)	diz	respeito	à
alienação	 fiduciária	de	bens	móveis.	O	caso	concreto	 tratava	de	veículos	e	aplicou	o
título	 das	 pertenças	 aos	 equipamentos	 de	 monitoramento	 instalados	 em	 um
determinado	caminhão	objeto	de	alienação	 fiduciária	em	garantia,	permitindo	a	sua
retirada	pelo	devedor	fiduciante,	pois	considerado	pertença,	parte	acessória	que	possui
independência	 em	 relação	 ao	 bem	 principal	 que	 foi	 alienado	 fiduciariamente	 ao
credor	fiduciário.
2	QUESTÃO
T RF1	–	XV	Concurso/	2013
37.	A	respeito	da	propriedade	f iduciária,	disciplinada	no	Código	Civil,
assinale	a	opção	correta.
(a)	Qualquer	bem	móvel	por	natureza,	durável	e	consumível,	pode	ser
objeto	do	contrato	de	alienação	f iduciária.
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(b)	O	devedor	f iduciante	pode	valer-se	das	ações	possessórias	contra
terceiros,	mas	não	manejá-las	contra	o	credor	 f iduciário	em	razão	de	ser
eventual	o	direito.
(c)	 Não	 há	 óbice	 à	 efetivação	 da	 penhora	 do	 bem	 alienado
f iduciariamente	por	dívidas	do	devedor	f iduciante.
(d)	 O	 credor	 f iduciário	 se	 transformará	 em	 proprietário	 do	 bem	 em
caso	de	inadimplemento	absoluto	da	dívida.
(e)	 Ao	 terceiro	 não	 interessado	 que	 pagar	 a	 dívida	 garantida	 é
permitido	 sub-rogar-se	 no	 crédito,	 tendo	 os	 privilégios	 do	 credor
originário.
COMENTÁRIOS:
(a)	Errada.	Art.	1.361	do	CC	afirma	que	é	bem	móvel	infungível,	aquele	que	não
pode	ser	alterado	por	outro	de	mesma	quantidade	e	qualidade.
(b)	Errada.	 Há	 o	 desdobramento	 da	 posse	 e	 o	 devedor	 fiduciante	 é	 possuidor
direto.	O	credor	 fiduciário	é	possuidor	 indireto	e	é	possível,	havendo	a	maculação	da
posse	 caracterizada,	 a	 propositura	 de	 ação	 possessória	 com	 relação	 ao	 credor
fiduciário.
(c)	 Errada.	 Há	 óbice,	 pois	 o	 bem	 alienado	 fiduciariamente	 pelo	 devedor
fiduciante	 não	 está	 em	 seu	 patrimônio	 e	 não	 pode	 sofrer	 penhora,	 sendo	 bem	 do
credor	fiduciário.
(d)	Errada.	Há	vedação	do	pacto	comissório,	expressamente	no	art.	1.365	do	CC.
(e)	 Certa.	 Art.	 1.368	 do	 CC.	 Tem	 todos	 os	 privilégios	 do	 credor	 originário,
inclusive	a	própria	propriedade	fiduciária.
GABARITO:	LETRA	E.

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