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Técnicas avançandas em análise de custos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER 
Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios 
UTA CONTABILIDADE E FINANÇAS APLICADAS 
 
Caro aluno, 
 
No quadro abaixo é possível verificar como estão organizadas as aulas, bem como as avaliações 
previstas para a disciplina Técnicas Avançadas em Análise de Custos. 
 
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE E QUANDO ESTUDAR? 
 
TÉCNICAS AVANÇADAS EM ANÁLISE 
DE CUSTOS 
 
 
 
 
SANTOS, Luiz Fernando Barcellos dos. Gestão de 
custos: ferramentas para a tomada de 
decisões. Curitiba: Intersaberes, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÕES 
 
1ª semana 
 
 
Estudar os conteúdos da Aula 1 e os 
capítulos indicados. 
 
Datas disponíveis em seu calendário 
acadêmico, em material complementar, 
em seu AVA. 
 
 
AULA 1 – CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E 
CONTROLE 
 
Sem indicação dos capítulos do livro. 
 
Atividade Pedagógica Online – APOL 1 
 
Composta por 10 questões objetivas 
envolvendo os conteúdos das aulas 1, 2 
e 3. Você terá 3 tentativas para 
realização de cada APOL. 
 
 
Início às 18h e término às 23h59h. 
 
2ª semana 
 
Estudar os conteúdos da Aula 2 e os 
capítulos indicados. 
 
Datas disponíveis em seu calendário 
acadêmico, em material complementar, 
em seu AVA. 
 
 
AULA 2- CUSTO PADRÃO 
 
Leitura do capítulo 9 do livro Gestão de custos: 
ferramentas para a tomada de decisões. 
 
Verifique as datas disponíveis em seu 
calendário acadêmico, em material 
complementar, em seu AVA. 
 
 
3ª semana 
 
 
Estudar os conteúdos da Aula 3 e os 
capítulos indicados. 
 
Datas disponíveis em seu calendário 
acadêmico, em material complementar, 
em seu AVA. 
 
 
AULA 3 –VARIAÇÕES DO CUSTO PADRÃO 
 
Leitura do capítulo 7 do livro Gestão de custos: 
ferramentas para a tomada de decisões. 
 
4ª semana 
 
Estudar os conteúdos da Aula 4 e os 
capítulos indicados. 
 
Datas disponíveis em seu calendário 
acadêmico, em material complementar, 
em seu AVA. 
 
 
AULA 4 –ASPECTOS GERAIS SOBRE OS SISTEMAS DE 
CUSTOS 
 
Leitura do capítulo 4 do livro Gestão de custos: 
ferramentas para a tomada de decisões. 
 
 
Atividade Pedagógica Online – APOL 2 
 
Composta por 10 questões objetivas 
envolvendo o conteúdo das aulas 4, 5 e 
6. Você terá 3 tentativas para realização 
de cada APOL. 
 
Início às 18h e término às 23h59h. 
 
Verifique as datas disponíveis em seu 
calendário acadêmico, em material 
complementar, em seu AVA. 
 
 
5ª semana 
 
 
Estudar os conteúdos da Aula 5 e os 
capítulos indicados 
 
Datas disponíveis em seu calendário 
acadêmico, em material complementar, 
em seu AVA. 
 
 
 
AULA 5 – MÉTODO DA UNIDADE DE ESFORÇO DE 
PRODUÇÃO (UEP) 
 
Sem indicação dos capítulos do livro 
 
 
6º semana 
 
 
Estudar os conteúdos da Aula 6 e os 
capítulos indicados. 
 
Datas disponíveis em seu calendário 
acadêmico, em material complementar, 
em seu AVA. 
 
 
AULA 6- CUSTOS PARA CONTROLE 
 
Leitura do capítulo 3 do livro Gestão de custos: 
ferramentas para a tomada de decisões. 
7º, 8ª e 9ª semanas 
 
Avaliações 
Revisão dos conteúdos das rotas e dos livros para realização das provas 
 
 
 
 
 
Novamente, verifique as datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material 
complementar, em seu AVA. 
 
 
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO 
 Nossa sugestão é que você siga os passos seguintes até que encontre a sua própria forma de estudar. 
 Leia a Rota de Aprendizagem, dando atenção também aos materiais indicados nas aulas tais como artigos, 
capítulos de livros, links na internet, vídeos. Leia também o capítulo do livro base da disciplina; 
 Ao longo da leitura anote todas as dúvidas que surgirem pois elas poderão ser sanadas na vídeo-aula ou 
na aula interativa ao vivo; 
 Após a leitura do material, assista a vídeo-aula; 
 Volte aos textos para tentar sanar as dúvidas. Caso não consiga entre em contato com a Tutoria. Vale 
lembrar que quanto mais você sanar as dúvidas sem precisar de ajuda, mais estará aprofundando sua 
aprendizagem; 
 Inicie a resolução da APOL com antecedência ao prazo final, pois assim você poderá realizar a tarefa com 
mais eficiência. 
 Após iniciar a APOL, você pode sair dela e voltar quantas vezes achar necessário, desde que não clique em 
Finalizar, e observando o prazo máximo para sua realização. Sendo assim, sugerimos que após iniciar uma 
APOL você acesse as perguntas e analise-as, e em seguida retorne aos materiais estudados. Enfim, 
prepare-se para responder as questões. 
 Ao finalizar a APOL ela já é automaticamente corrigida e sua nota fica gravada no seu histórico. 
Bons estudos! 
 
 
1.5.1. Técnicas Avançadas em Análise de Custos 
 
CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
DISCIPLINA / UNIDADE CURRICULAR TÉCNICAS AVANÇADAS EM ANÁLISE DE CUSTOS 
UNIDADE TEMÁTICA DE APRENDIZAGEM 
(UTA) 
CONTABILIDADE E FINANÇAS APLICADAS 
CARGA HORÁRIA 56 HORAS 
EMENTA: Abordagens iniciais de Custos para planejamento e controle. Custos por produto versus custos por 
departamento. Custos por responsabilidade - Custos controláveis. Bases para comparação, Estimativas de Custos, 
Inflações e prazos. Estimativas de custos. Considerações gerais sobre materiais e mão de obra. Custo Padrão: conceitos 
de custo padrão, finalidades e utilidades do custo padrão, fixação do padrão. Custo Padrão: Custo padrão e orçamento, 
influência das variações de preço, contabilização do custo padrão. Custo padrão vs custo real - Variação de materiais 
diretos. Tratamento contábil das variações, Inflação e custo padrão. Variações da mão de obra direta: Considerações 
iniciais. Variação da quantidade. Variação do preço. Variação Mista. Análise propriamente dita das variações de materiais, 
Análise das variações da mão de obra direta. Custos indiretos: Variação total dos CIP, variação do volume dos CIP, 
variação de custo. Variação da deficiência, comparação entre variações múltiplas, Análise detalhada das var iações de 
custo. Alternativas no cálculo de variação dos CIP. Análise detalhada das variações de eficiência e de volume. 
Considerações gerais sobre a variação dos CIP. Objetivos dos Sistemas de Custos. Sistemas de Custos: Aspectos Gerais, 
Quantificações Físicas, Reação do Sistema. Custo do Sistema e seu benefício, Escolha do Sistema. Implantação 
Gradativa do Sistema de Custos, Importação de Sistema de Custos. Problemas de Inflação na implantação de Sistemas 
de Custos. Custos de transformação. Controle de custos administrativos. Custos para a otimização de resultados. Tipos 
de desperdício, princípios para sua eliminação e melhoria continua. Unidade de Esforço de Produção (UEP). 
 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
• Aulas expositivas disponibilizadas em Roteiros Interativos no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA; 
• Desenvolvimento de atividades de reflexão e debates entre alunos-alunos e alunos-professores via Ambiente 
Virtual de Aprendizagem - AVA (fórum); 
• Realização de debates e explicações via Lives, Chats e aulas ao vivo em Estúdio; 
• Esclarecimento de dúvidas por meio do link tutoria com o Professor da disciplina; 
• Indicação de Referências (bibliográficas e audiovisuais) para ampliação do conhecimento. 
SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO 
A avaliação será realizada com base nos objetivos propostos, levando-se em conta: 
• Leitura dos textos indicados e a interação com os colegas; 
• Realização de Atividades Pedagógicas On-line (APOL); 
• Uma prova objetiva – no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA – realizada no polo de apoio presencial; 
• Uma prova discursiva – realizada no polo de apoio presencial. 
COMPETÊNCIAS 
● Apurar adequadamente os custos das organizações. 
 
CONHECIMENTOS 
● Conhecer as diferentes metodologias de apuração de custos praticadas pelo mercado. 
HABILIDADES 
● Tomar a decisão do método mais adequado de apuração de custos frente os diferentes cenários e rea lidades das 
organizações. 
● Emitir opinião a respeito das decisõesestratégicas a serem tomadas na organização frente ao mix de produtos e 
serviços. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão de custos. 2ª ed. Curitiba: IBPEX, 2012. 
CRUZ, June Alisson Westard. Gestão de Custos: perspectivas e funcionalidades. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
SANTOS, Luiz Fernando Barcellos dos. Gestão de custos: ferramentas para tomada de decisão. Curitiba: Intersaberes, 
2014. 
SILVA, Ernani João, GARBRECHT, Guilherme Teodoro. Custos empresariais: uma visão sistêmica do processo de gestão 
de uma empresa. Curitiba: Intersaberes, 2016. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos: aplicação em empresas modernas. 3 ed. São Paulo: Altas, 2010. 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de Custeio Comparados: Custos e Margens Analisados sob Diferentes 
Perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS AVANÇADAS DE 
ANÁLISE DE CUSTOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Neide Borscheid Mayer 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Técnicas Avançadas de Análise de 
Custos. 
O objetivo desta disciplina é promover a compreensão de que há 
diferentes formas para se estruturar um sistema de custeio, procurando sempre 
a maneira mais adequada de fazer com que cada empresa gere informações 
úteis e tempestivas, que permitam o efetivo controle e, como consequência, 
ajudem a organização a alcançar seus objetivos estratégicos. Ao longo desta 
aula, analisaremos as possibilidades de implementar um sistema de custeio com 
enfoque no produto ou no departamento e, a partir dessa perspectiva, a 
classificação dos custos por nível de responsabilização. 
Veremos, ainda, que a informação gerada deve permitir a comparação do 
desempenho com base tanto nos dados históricos quanto nas estimativas 
futuras, tendo em vista que qualquer desvio precisa ser constatado rapidamente 
de forma a implementar ações de correção, quando necessário, ou de 
adequação das previsões realizadas. 
Da mesma forma, há metodologias que permitem comparar esse 
desempenho com indicadores de mercado. O indicador de que trataremos nessa 
aula é o que chamamos de Inflação da Empresa, que viabiliza a medição rápida 
das alterações nos custos e despesas da empresa (Padoveze, 2010, p. 454). 
Desejamos a você um excelente aproveitamento da disciplina. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Vivenciamos, já há algum tempo, um crescente nível de competitividade 
entre as organizações de contextos nacional e internacional. Essa 
competitividade leva as empresas a uma constante busca de diferenciais e de 
otimização de processos necessários à manutenção de índices adequados de 
qualidade, rentabilidade, eficiência e produtividade. 
Nesse contexto, a gestão de custos e a própria atividade intrínseca à 
contabilidade das empresas assume um papel importante no processo decisório, 
pois subsidia os usuários com informações, sejam financeiras ou não, precisas 
e tempestivas para a tomada de decisão. Por isso, o objetivo desta aula é 
contextualizar os aspectos estruturais da gestão e análise de custos. 
 
 
3 
 Para que a gestão de custos consiga cumprir com o seu propósito e atuar 
efetivamente em um contexto estratégico, deve acompanhar e gerenciar 
informações de todos os níveis produtivos, além de conhecer com profundidade 
as atividades e os processos das organizações. Com base nessas informações 
geradas, a instituição deve ter clareza em relação à margem de lucro praticada 
por produto ou serviço vendido, identificar se o preço de venda adotado está ou 
não adequado, qual é a contribuição no resultado por cada unidade de negócio 
ou departamento, dos índices de perdas produtivas, entre muitas outras 
informações do negócio. 
TEMA 1 – ABORDAGENS INICIAIS DE CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E 
CONTROLE 
Para que as organizações consigam cumprir seus objetivos com níveis de 
eficiência e eficácia adequados, as atividades são divididas e estruturadas em 
funções administrativas. Essas funções são classificadas em planejamento, 
organização, direção e controle. A gestão de custos corresponde a uma das 
partes dessas funções, vamos descobrir de que forma? 
1.1 O que significa planejamento? 
Planejar é definir com antecedência as ações a serem desenvolvidas e a 
forma como serão estruturadas as atividades para que a empresa consiga atingir 
os seus objetivos. Drucker (2006) diz que “plano é uma direção”. 
Nesse sentido, são analisados os possíveis cenários futuros para se 
definir o melhor caminho a ser seguido a fim de alcançar o resultado esperado. 
Na fase de planejamento, a alta administração das empresas define o 
resultado ou a rentabilidade que se espera para os períodos analisados. A partir 
desses dados, a gestão de custos tem a responsabilidade de atuar junto das 
demais equipes da empresa para analisar a capacidade produtiva e a força de 
vendas disponível, e definir, por exemplo, os volumes de produção, as horas de 
trabalho necessárias para conseguir atender a demanda esperada, bem como 
gerar informações detalhadas e precisas dos custos e margens de lucro 
individualizados de cada produto ou processo. 
Utilizando ferramentas de gestão, ocorrerá que, no orçamento, por 
exemplo, na fase de planejamento, serão definidos os volumes de venda de cada 
 
 
4 
item da empresa e, para conseguir atender a essa demanda, a quantidade de 
matéria-prima, mão de obra e demais insumos e estrutura necessários. 
Vamos utilizar como exemplo uma confeitaria. Na fase de planejamento, 
é definida a quantidade de bolos, por sabor, que se pretende vender em 
determinado período, para que se consiga atingir a lucratividade esperada. Com 
base nessa informação, é necessário apurar quantos confeiteiros precisarão 
trabalhar nessa atividade, os turnos de trabalho, a quantidade de equipamentos 
para produção e armazenamento, além, da matéria-prima e dos insumos 
(ingredientes para produção) que devem ser adquiridos a cada período para 
viabilizar a demanda de venda prevista. 
1.2 E depois do planejamento, qual é o próximo passo? 
Uma vez que a empresa já definiu os objetivos a serem atingidos, é 
necessária uma estruturação nos processos e nas atividades para que isso, de 
fato, possa ser alcançado. Essa é a fase a que se refere à Organização. Nesse 
momento, trabalha-se de forma integrada e consultiva com todas as áreas da 
empresa, tendo em vista que os processos das diferentes áreas acabam se 
interligando uns aos outros e influenciando seus resultados. 
 Nesse momento, entramos no aspecto diretivo, ou seja, a função de 
Direção, que tem o propósito de gerir as atividades em si, direcioná-las como o 
próprio nome indica, para garantir que os processos sejam desenvolvidos de 
acordo com a estruturação e definição realizadas. Essas atividades são 
desenvolvidas por cada departamento ou área em si, de acordo com as 
responsabilidades que foram previamente estabelecidas na fase de organização. 
Depois vem a fase de controle, que, para Martins (2010, p. 305), “significa 
conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento 
rápido das divergências e origens e tomar atitudes para correção”. Esse é o 
momento em que a equipe responsável pela gestão de custos das organizações 
mais atua, pois fica constantemente acompanhando se aquilo que foi previsto e 
pré-definido como meta efetivamente foi realizado. Identificadas as divergências, 
são estabelecidas medidas tempestivas para correção dos desvios. 
 Ainda de acordo com Martins (2010), por mais completo que seja o 
sistema de custeio, sempre serão identificadas divergências entre o realizado e 
o previsto, porque ocorrem influências do mercado que não são controláveis pela 
empresa. Porém,é essencial que esses desvios sejam identificados de forma 
 
 
5 
rápida e que se atue para correção, evitando, assim, perdas e prejuízos 
desnecessários. 
TEMA 2 – CUSTOS POR PRODUTO VERSUS CUSTOS POR DEPARTAMENTO 
Como pudemos constatar, a atividade de controle é um dos pontos vitais 
para uma adequada gestão de custos. Nesse sentido, ao se implementar um 
sistema de custeio, é preciso analisar as várias possibilidades de estruturação 
das informações para garantir que, efetivamente, contribuam com o controle e a 
gestão. Uma das visões de custo que deve ser definida diz respeito ao sistema 
de acumulação por produto ou por departamento. 
Sistema de acumulação de custos representa a forma com que os custos são 
transferidos aos produtos. (Portal de auditoria, S.d.) 
 
Saiba mais 
Leia mais sobre sistemas de acumulação de custos em 
<http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-gerencial_sistema-
acumulacao-custos.htm>. 
Entendemos como departamento, em contabilidade de custos, “uma 
unidade operacional representada por um conjunto de homens e/ou máquinas 
de características semelhantes, desenvolvendo atividades homogêneas dentro 
de uma mesma área” (Perez Junior; Oliveira; Costa, 2008, p. 50). Essa definição 
tem relação direta com a responsabilização, porque, para cada departamento, 
deve haver um responsável com poder de gestão sobre os custos dessa unidade 
operacional. 
Segundo Martins (2010), normalmente, um Departamento é um centro de 
custos, porque nele são acumulados os custos para posterior alocação aos 
produtos ou a outros Departamentos. 
Qual o melhor cenário, dentro dessas duas visões: produto ou 
departamento? 
Na apuração do custo dos produtos para avaliação de estoques, uma das 
possibilidades é o de apropriar os custos diretos diretamente nos produtos ou 
serviços, e os custos indiretos, nos departamentos para, depois, passarem a 
compor o custo do produto ou serviço em si. 
 
 
6 
Quando se opta pelo enfoque mais centrado no custo por produto, deve-
se ter em mente que esse produto passa por diversos departamentos, até que 
esteja disponível para venda, ou seja, o custo será acumulado pelas diferentes 
fases de produção, não havendo necessariamente uma responsabilidade única 
identificável por ele, o que poderia dificultar a atividade de controle. Isso ocorre 
porque, para determinar o custo de cada produto, a acumulação ocorre pelos 
setores, departamentos e fases de produção e, posteriormente, é rateada ou 
alocada para cada quantidade produzida. 
Ratear significa alocar os custos acumulados de forma proporcional aos 
produtos ou aos centros de custo. 
Por outro lado, a análise dos custos por departamento simplifica o sistema 
de apuração porque, de acordo com Martins (2010), ocorre numa fase do 
processo normal. Nesse sistema de acumulação, tanto os custos diretos quanto 
os indiretos são alocados ao departamento e somente depois são apropriados 
ao produto. 
Vamos a um exemplo: a empresa Delta apurou, no mês de 
setembro/20XX, os custos de produção apresentados a seguir para compor os 
custos dos produtos em estoque: 
Figura 1 – Exemplo de custos de produção 
 
Fonte: Adaptado de Martins, 2010, p. 307. 
 
 
7 
Da tabela apresentada, verificamos que o custo total de produção do 
período foi de R$ 5.700.000,00, além disso, há custos que podem ser 
identificados diretamente no Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00) e há custos 
que foram gerados em outros departamentos e não são gerenciáveis ou 
controlados pelo Departamento Alfa (R$ 240.000,00 e R$ 3.000.000,00). 
Nesse cenário, a empresa Delta pode fazer as seguintes opções de 
análise: 
1. Cada setor faz o controle e a gestão dos custos incorridos diretamente no 
seu departamento. Assim, haveria relatórios com a informação dos custos 
gerenciáveis pelo Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00) e outros dos 
custos a serem rateados (R$ 240.000,00), analisados no departamento 
de origem (administrativo, almoxarifado, manutenção etc.). Ao optar por 
essa visão, as análises dos custos incorridos com as projeções são 
realizadas em cada um dos departamentos. Caso sejam identificadas 
distorções significativas, a identificação da origem e responsabilidade fica 
facilitada. A vantagem que podemos destacar nessa forma de controlar 
os custos é de que a apuração não sofre influência de critérios de rateio 
muitas vezes arbitrários. 
2. Outra opção seria a de analisar os custos em sua totalidade, somando, 
nos relatórios, os custos gerados diretamente no Departamento Alfa com 
os custos gerados por outros departamentos e rateados ao Departamento 
Alfa (R$ 2.460.000,00 + R$ 240.000,00). Em relação a essa opção, a 
vantagem é a de que seriam analisados, de fato, todos os custos 
consumidos, porém, o nível de assertividade nesse modelo dependerá da 
identificação e escolha dos direcionadores de custos adequados e reais 
(critérios de rateio). Se isso não for possível, a primeira opção trará uma 
qualidade melhor das informações. 
TEMA 3 – CUSTOS POR RESPONSABILIDADE E CUSTOS CONTROLÁVEIS 
Como vimos, sob o enfoque de controle e nível de identificação de 
responsabilidades da gestão de custos, o sistema de acumulação por 
departamento permite uma gestão mais facilitada. Dentro desse contexto, é 
possível detalhar e qualificar ainda mais as informações geradas, classificando 
os custos como controláveis e não controláveis. 
 
 
8 
Esse detalhamento não gera um novo sistema de acumulação, mas sim, 
dentro do sistema escolhido (por exemplo, departamentalização), relatórios 
auxiliares com a abertura da classificação em custos controláveis e não 
controláveis. 
Os custos não controláveis são aqueles gerados no departamento, em 
função de decisões tomadas por nível hierárquico diferente do gestor direto da 
unidade operacional em análise (Martins, 2010). Esse é o caso, por exemplo, 
dos custos com depreciação. A depreciação corresponde ao reconhecimento da 
perda de vida útil dos bens, por obsolescência ou desgaste. O investimento 
nesses bens, como é o caso das máquinas e equipamentos, é definido pela alta 
administração, cabendo ao gestor direto do departamento somente a utilização 
desses equipamentos na produção. Nesse caso, a depreciação é uma 
consequência de uma decisão tomada por outra gestão e inevitável dentro do 
departamento. 
Os custos controláveis, por sua vez, de acordo com Martins (2010, p. 309), 
são os que estão diretamente sob responsabilidade e controle de determinada 
pessoa cujo desempenho se quer analisar e controlar. Um exemplo de custos 
efetivamente controláveis no departamento são as matérias-primas e os insumos 
utilizados na produção. Nesse exemplo, o gestor tem gerência direta sobre 
quando e como consumir esses custos, influenciando diretamente sobre a 
eficiência e eficácia desse consumo. 
 A abertura das informações nos níveis mencionados caracteriza o Custeio 
por Responsabilidades, ou seja, é a separação dos custos pelos diferentes níveis 
de responsabilidade (Martins, 2010). 
TEMA 4 – BASES PARA COMPARAÇÃO E ESTIMATIVAS DE CUSTOS 
Seguindo na mesma linha de gestão de custos sob o enfoque de controle 
e responsabilização, uma vez definidos os sistemas de acumulação e as 
classificações dos custos incorridos, é essencial acompanhar de forma 
tempestiva o desempenho de cada departamento e dos centros de custos com 
os planejamentos e objetivos previstos. Uma das maneiras de avaliar o 
desempenho atual é confrontar o resultado de determinado período (mês, 
semestre, ano) com o realizado em períodos anteriores, ou com a média do 
desempenho dos períodos anteriores, por exemplo: 
 
 
9 
O Departamento Delta apurou os custos controláveis e não controláveis 
do mês de novembro/20XX e confrontou o resultado por unidade com o 
desempenho no mês imediatamente anterior: 
Figura 2 – Exemplo de apuração de custos 
 
Fonte: Adaptado de Martins, 2010. 
Como podemosconstatar no exemplo apresentado, o foco maior da 
análise das variações está nos custos controláveis, uma vez que o departamento 
apresenta gestão sobre eles para implementar ações corretivas necessárias. 
Caso sejam identificadas variações significativas e desproporcionais por meio da 
base comparativa, é possível realizar ação assertiva para implementar medidas 
corretivas. 
Além disso, para que a base comparativa seja de fato efetiva, é preciso 
levar em consideração também a estimativa dos custos, que corresponde a uma 
projeção dos recursos necessários para a produção em períodos futuros. 
Essa estimativa é elaborada considerando as expectativas de alteração 
nos volumes de produção, as mudanças previstas nos projetos dos produtos ou 
até mesmo dos materiais utilizados, a implementação de novas tecnologias, 
entre outros aspectos. 
Um ponto importante a ser destacado quando se trata de comparações 
de informações é o de que se deve adotar sempre o mesmo critério e/ou métrica 
para apuração dos valores (passados, atuais e estimados). Dessa forma, se 
garantirá que a análise será realizada sempre com a mesma base de 
informações. 
 Nas próximas aulas, falaremos mais a respeito de como essa estimativa 
é elaborada. 
DEPARTAMENTO DELTA
REALIZADO PLANEJADO DIFERENÇA
REALIZADO
por unidade
PLANEJADO
por unidade
 DIFERENÇA
por unidade 
REALIZADO
por unidade
PLANEJADO
por unidade
 DIFERENÇA
por unidade 
CUSTOS CONTROLÁVEIS 2.200.000R$ 2.105.960R$ 94.040R$ 
Materiais - Compras Diretas 1.800.000R$ 1.728.000R$ 72.000R$ 250R$ 240R$ 10-R$ 235R$ 240R$ 5R$ 
Mão-de-obra Direta 150.000R$ 161.250R$ 11.250-R$ 200R$ 215R$ 15R$ 216R$ 215R$ 1-R$ 
Despesas Variáveis 250.000R$ 216.710R$ 33.290R$ 150R$ 130R$ 20-R$ 145R$ 140R$ 5-R$ 
CUSTOS NÃO CONTROLÁVEIS 180.000R$ 180.000R$ -R$ 
Depreciação 50.000R$ 50.000R$ -R$ 
Aluguel 80.000R$ 80.000R$ -R$ 
Manutenção preventiva 
definida pelo departamento 
Beta 50.000R$ 50.000R$ -R$ 
CUSTOS TOTAIS DO DEPARTAMENTO 2.380.000R$ 2.285.960R$ 94.040R$ 
NOVEMBRO / 20XX OUTUBRO / 20XX
 
 
10 
TEMA 5 – INFLAÇÃO DA EMPRESA 
Outra forma de medir o desempenho da empresa em determinado período 
é calcular a inflação interna gerada pela empresa. De acordo com Padoveze 
(2010, p. 454), “a inflação da empresa é a variação média ponderada dos preços 
dos custos e despesas em determinado período”. 
Para que se consiga apurar esse índice, é necessário que a empresa 
apresente um sistema de custos bem detalhado, porque o cálculo deve ser 
inicialmente realizado item a item e, depois, consolidado em grupos maiores dos 
quais esses custos e despesas fazem parte (materiais diretos, mão de obra 
direta etc.). 
5.1 Qual é a finalidade desse índice? 
A utilização da inflação da empresa é interessante para fins comparativos 
com os índices oficiais do país ou do setor onde atua, ou seja, compara-se a 
inflação da empresa com a inflação geral do mercado econômico em que a 
empresa está inserida. 
A partir dessa análise, é possível avaliar se (Francischetti; Padoveze; 
Farah, 2006): 
a. O aumento ou a manutenção dos preços de venda está acompanhando a 
desvalorização do dinheiro. 
b. O aumento ou a manutenção dos preços de venda está acompanhando o 
aumento dos custos dos produtos. 
c. O aumento dos preços de venda é maior do que o aumento médio 
ponderado dos custos e despesas da empresa. 
Para que essa comparação seja assertiva e tempestiva, é recomendada 
a apuração mensal da inflação interna e a acumulação em períodos maiores, 
para que se tenha uma visão, além da mensal, anual e semestral, por exemplo. 
5.2 Cálculo da inflação da empresa 
O primeiro passo para calcular a inflação é definir o escopo da análise que 
se pretende realizar. Esse escopo, conforme Padoveze (2010), pode ser da 
inflação geral da empresa, de um departamento ou uma divisão, por linha de 
produtos etc. 
 
 
11 
Para facilitar a compreensão do cálculo da inflação da empresa, iniciamos 
com um exemplo simples. Vamos utilizar somente uma matéria-prima para esse 
cálculo, de acordo com os dados apresentados a seguir: 
 Preço unitário pago em outubro/20XX (Preço Médio Ponderado) R$ 3,00. 
 Preço unitário pago em novembro/20XX (Preço Médio Ponderado) R$ 
3,30. 
 Inflação Interna = [(R$ 3,30 – R$ 3,00 ) / R$ 3,00] . 100. 
Em nosso exemplo, a Inflação interna apurada no mês foi de 10%. 
Como você pode notar, o cálculo é relativamente simples, porém, torna-
se mais complexo quando aplicado a todos os demais custos e as despesas da 
empresa. Nesse caso, é necessário considerar o índice de participação dos 
materiais no todo para que a análise esteja mais próxima da realidade, ou seja, 
efetua-se a ponderação, também, dos custos e despesas. 
Para ficar mais claro, vamos exemplificar o cálculo da inflação dos 
materiais diretos, considerando hipoteticamente que essa empresa utiliza três 
tipos de materiais diretos na sua produção, conforme a imagem apresentada a 
seguir: 
Figura 3 – Cálculo da inflação 
 
Fonte: Adaptado de Martins, 2010. 
A partir das informações apresentadas na imagem, podemos calcular a 
inflação interna desses materiais, considerando a variação de preços e o peso 
que cada material tem no valor total despendido. 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 4 – Inflação interna 
 
Fonte: Adaptado de Martins (2010). 
Como você pode verificar no desenvolvimento do exemplo, a inflação 
interna dos materiais diretos dessa empresa no mês de novembro foi de 5%. 
Sendo a variação no preço calculada da mesma maneira que no primeiro 
exemplo apresentado e o percentual de participação do material no total 
adquirido no mês calculado considerando: 
% Participação = (valor total de cada material / valor total) . 100 
 Para calcular a inflação geral da empresa, é possível utilizar a metodologia 
demonstrada no nosso exemplo, ou, conforme Padoveze (2010), considerar a 
participação de cada produto no mix de vendas. Para que o índice apurado 
efetivamente represente a empresa, é importante garantir que as informações 
estejam bem estruturadas e que espelhem, de fato, a realidade da empresa. 
Quando ocorrer uma variação muito significativa nos custos e nas despesas, é 
prudente fazer uma avaliação da acurácia do percentual apurado. 
 Outro cuidado destacado por esse autor diz respeito ao repasse do índice 
inflacionário ao preço de venda, porque há uma variável que também precisa ser 
considerada, a produtividade. Enquanto a inflação aumenta o custo dos 
produtos, a produtividade o diminui, por isso, precisa ser considerada 
proporcionalmente no cálculo final do preço de venda. 
TROCANDO IDEIAS 
Ao longo desta aula, conseguimos perceber que, quando se trata de 
gestão de custos nas organizações, não há, necessariamente, um modelo que 
possa ser considerado melhor ou pior, uma vez que todas as empresas têm 
especificidades e características próprias, por isso o acompanhamento e o 
 
 
13 
controle são fundamentais. Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas 
para que o controle ocorra de maneira mais assertiva e tempestiva possível e 
que, quando for identificado algum desvio significativo do que havia sido previsto, 
as ações corretivas sejam implementadas. 
Compartilhe com seus colegas as metodologias que você conhece nessa 
gestão dos custos e mencione os pontos positivos e negativos desse modelo. 
Saiba mais 
Caso você não tenha experiência ou conhecimento sobre esse tipo de 
ferramentas, você pode conhecer alguns modelos nos links a seguir: 
O uso do orçamento na gestão de custos: 
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/orcamento-de-
custos-como-instrumento-de-planejamento-e-controle-da-empresa/16359>.O uso do PDCA na gestão de custos: 
<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-contribuicoes-do-
metodo-pdca-no-gerenciamento-de-custos-e-riscos-de-projetos/82512/>. 
O uso de dashboards de indicadores-chave na gestão de custos: 
<https://pmisp.org.br/document-repository/15sigp/179-15sigp-proposta-de-
dashboard-aplicado-a-operacao-de-indicadores-de-custo-e-prazo-em-
gerenciamento-de-projetos-de-engenharia-com-aplicacao-de-um-estudo-de-
caso/file>. 
NA PRÁTICA 
Imagine-se como responsável pela definição do sistema de acumulação 
de custos de determinada empresa do ramo alimentício e que apresenta os 
seguintes dados para apuração de custos: 
Figura 5 – Dados para apuração de custos 
 
Fonte: Adaptado de Martins, 2010. 
1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ 
Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ 
Embalagens 20.000,00R$ 
Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 
1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ 
Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ 
Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 
1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ 
Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ 
Embalagens 20.000,00R$ 
Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 
1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ 
Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ 
Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 
1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ 
Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ 
Embalagens 20.000,00R$ 
Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 
1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ 
Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ 
Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 
1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ 
Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ 
Embalagens 20.000,00R$ 
Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 
1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ 
Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ 
Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 
 
 
14 
 Quais seriam os possíveis direcionadores de custos (critérios de rateio) 
que poderiam ser utilizados para alocar o custo ao produto em relação aos 
valores comuns a todos os itens produzidos de forma que o valor do custo do 
produto seja o mais próximo do real? 
FINALIZANDO 
 Ao longo desta aula, vimos a importância da gestão de custos nas funções 
de planejamento e controle das organizações, auxiliando a tomada de decisão 
por meio do fornecimento de informações úteis e tempestivas de seu 
desempenho econômico-financeiro, previsto e realizado. 
 Vimos, ainda, que, para cumprir com esse propósito, há diferentes formas 
para promover a acumulação de custos, podendo, por exemplo, ser por 
departamento ou por produto. A escolha dependerá da realidade de cada 
empresa frente à robustez do sistema de controle vigente e do nível de 
responsabilização por ela já utilizado. 
 Essa definição impactará na eficiência da análise e tomada de decisão, 
que deve ser realizada frente às variações identificadas daquilo que foi previsto 
para o atingimento dos objetivos estratégicos das empresas e do que, de fato, 
foi realizado. 
 Outro aspecto importante tratado no tema 5 diz respeito à inflação interna 
gerada, que é uma opção interessante de análise, frente ao desempenho da 
empresa com ela mesma e com o mercado de forma geral, uma vez que os 
índices oficiais do país tratam essa inflação de forma genérica, sem levar em 
consideração as particularidades de cada empresa. Assim, a inflação interna 
espelha exatamente o comportamento das variações de preços dos insumos 
especificamente dessa organização. 
 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas 
modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
DRUCKER, P. HSM Management. São Paulo, n. 54, ano 10, v.1, jan.-fev. 2006. 
FRANCISCHETTI, C. E.; PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. Porquê e como 
calcular a inflação interna da empresa. Disponível em: 
<http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/>. Acesso em: 13 nov. 2017. 
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10 ed. São Paulo: Altas, 2010. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PEREZ JR., J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão Estratégica de 
Custos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
REDAÇÃO Indústria Hoje. O que são custos diretos e indiretos de produção? 
Disponível em: <https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-diretos-e-
indiretos-de-producao>. Acesso em: 20 nov. 2017. 
SCHIER, C. U. da C. Gestão de Custos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 
SISTEMAS de acumulação de custos. Portal de auditoria. Disponível em: 
<http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-gerencial_sistema-
acumulacao-custos.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. 
1
Profª Neide Borscheid Mayer
Técnicas Avançadas 
de Análise de Custos
Aula 1
Conversa Inicial
O objetivo dessa 
disciplina é promover 
a compreensão de 
que há diferentes 
formas para se 
estruturar um 
sistema de custeio
Temas da aula
Tema 1 – Abordagens 
iniciais de custos 
para planejamento e 
controle
Tema 2 – Custos por 
produto versus
custos por 
departamento
Tema 3 – Custos por 
responsabilidade e 
custos controláveis
Tema 4 – Bases para 
comparação e 
estimativas de custos
Tema 5 – Inflação da 
empresa
Tema 1 – Abordagens 
iniciais de custos para 
planejamento e 
controle
2
Drucker (2006) diz que “plano 
é uma direção.”
O que significa planejamento?
sh
u
tt
er
M
/s
h
u
tt
er
st
oc
k
A gestão de custos 
tem a 
responsabilidade de 
atuar junto com as 
demais equipes da 
empresa para 
analisar a capacidade 
produtiva e a força 
de vendas disponível
E depois do planejamento, qual o 
próximo passo?
A
rt
3
d
/s
h
u
tt
er
st
oc
k
Tema 2 – Custos por 
produto versus custos 
por departamento
“Sistema de acumulação de 
custos representa a forma com 
que os custos são transferidos 
aos produtos.”
Fonte:<http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/
contabilidade-gerencial_sistema-acumulacao-custos.htm>.
1ª Opção
Apropriar os custos 
diretos diretamente 
nos produtos ou 
serviços, e os custos 
indiretos serem 
apropriados aos 
departamentos para 
depois passarem a 
compor o custo do 
produto ou serviço 
em si
3
2ª Opção
Tanto os custos 
diretos quanto os 
custos indiretos são 
alocados ao 
departamento e 
somente depois 
serão apropriados 
ao produto
Qual o melhor cenário, 
dentro dessas duas 
visões: 
produto ou
departamento?
Tema 3 – Custos por 
responsabilidade e 
custos controláveis
Os custos não 
controláveis são 
aqueles gerados no 
departamento, em 
função de decisões 
tomadas por nível 
hierárquico diferente 
do gestor direto da 
unidade operacional 
em análise. (Martins, 
2010)
Custos controláveis e não 
controláveis
Custos controláveis, 
de acordo com 
Martins (2010, p. 
309), são os que 
estão diretamente 
sob responsabilidade 
e controle de uma 
determinada pessoa 
cujo desempenho se 
quer analisar e 
controlar
A abertura das 
informações nesses 
níveis caracteriza o 
custeio por 
responsabilidades
4
Tema 4 – Bases para 
comparação e 
estimativa de custos
Uma vez definidas as 
visões de custos, é 
essencial
acompanhar de 
forma tempestiva o 
desempenho de cada 
departamento e 
centro de custos com 
os planejamentos e 
objetivos previstos
Para que a base 
comparativa seja de 
fato efetiva, devemos 
levar em consideração 
também a estimativa 
dos custos, que 
corresponde a uma 
projeção dos recursos 
que serão necessários 
para a produção em 
períodos futuros
Tema 5 – Inflação da 
empresa
A inflação da 
empresa é a variação 
média ponderada dos 
preços dos custose 
despesas em 
determinado período 
(Padoveze, 2010, p. 
454)
Inflação da empresa
A utilização da 
inflação da empresa 
é interessante para 
fins comparativos 
com os índices 
oficiais do país ou do 
setor em que essa 
atua
5
Volume de out/2017 
– 110.000 Kg 
Preço unit. pago 
out/2017 R$ 3,00
Volume de nov/2017 
– 100.000 Kg
Preço unit. pago em 
Nov/2017 R$ 3,30
(...)
(...)
Inflação interna = 
(R$ 3,30 – R$ 3,00) / 
R$ 3,00 ) . 100
Inflação interna = 
10%
Na Prática
Imagine-se como 
responsável pela 
definição do sistema 
de acumulação de 
custos de uma 
determinada empresa 
do ramo alimentício, 
a qual apresenta os 
seguintes dados para 
apuração de custos:
1.1 Custos diretos R$ 270.000,00
Matérias‐primas (ingredientes) R$ 100.000,00
Embalagens R$   20.000,00
Mão de obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) R$ 150.000,00
1.2 Custos indiretos R$   17.000,00
Depreciação (forno, geladeira, congelador etc.) R$     5.000,00
Salário do gerente de produção R$   10.000,00
Consumo de materiais indiretos (limpeza, manutenção 
etc.)
R$     2.000,00
Quais seriam os 
possíveis 
direcionadores de 
custos (critérios de 
rateio) que poderíamos 
utilizar?
Finalizando
6
Ao longo dessa aula, 
vimos:
A importância da 
gestão de custos 
nas funções de 
planejamento e 
controle das 
organizações
A existência de 
diferentes formas e 
visões de 
informações para 
promover a 
acumulação de 
custos
Que a inflação 
interna da empresa 
também é um 
indicador de 
desempenho
Referências
BORNIA, A. C. Análise gerencial 
de custos: aplicação em empresas 
modernas. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
DRUCKER, P. HSM management. 
São Paulo, n. 54, ano 10, v.1, jan-
fev. 2006. 
FRANCISCHETTI, C. E.; 
PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. 
Porque e como calcular a inflação 
interna da empresa. RAU –
Revista de Administração da 
Unimep. Disponível em: 
<http://www.redalyc.org/html/
2737/273720539003/>. Acesso 
em: 4 maio 2018.
MARTINS, E. 
Contabilidade de custos. 
10 ed. São Paulo: Altas, 
2010.
O QUE são custos diretos 
e indiretos de produção? 
Redação Indústria Hoje, 
16 nov. 2014. Disponível 
em: 
<https://www.industria
hoje.com.br/o-que-sao-
custos-diretos-e-
indiretos-de-producao>. 
Acesso em: 4 maio 2018.
PADOVEZE, C. L. 
Contabilidade gerencial: 
um enfoque em sistema de 
informação contábil. 7 ed. 
São Paulo: Atlas, 2010.
PEREZ JUNIOR, J. H.; 
OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, 
R. G. Gestão estratégica de 
custos. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
SCHIER, C. U. da C. Gestão 
de custos. 2. ed. Curitiba: 
Ibpex, 2011.
7
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS AVANÇADAS DE 
ANÁLISE DE CUSTOS 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Neide Borscheid Mayer 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo à aula 2 da disciplina de Técnicas Avançadas de 
Análise de Custos. 
Ao longo desta aula, você será apresentado a uma metodologia de 
controle gerencial dos custos das organizações chamada custo-padrão, que tem 
o propósito de servir como uma meta viável dos custos de produção como um 
todo. Além disso, essa metodologia tem foco na análise das variações 
identificadas em relação ao custo real e na responsabilização e correção 
daqueles pontos que não seguiram à meta pré-definida. 
Como você pode perceber, o objetivo desta disciplina é gerar em você 
habilidades e competências que permitam a sua formação como tomador de 
decisão e como analista das informações geradas por meio da contabilidade. 
 Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Na aula 1, vimos que a gestão e o controle de custos das organizações 
cumprem um papel essencial porque contribuem para o alcance de seus 
objetivos e resultados estratégicos. 
Ao longo da aula 2, estudaremos a metodologia chamada de Custo-
Padrão, que representa a informação do custo mais adequado que se espera 
atingir em determinado volume e nas condições de produção previamente 
definidos. 
Na literatura, você encontrará a menção a duas metodologias diferentes 
de custo-padrão, uma chamada Ideal, que podemos entender como uma 
metodologia em desuso, e a que chamamos de Corrente, sobre a qual 
refletiremos ao longo desta aula. 
O custo-padrão ideal não é recomendado, porque, segundo Martins 
(2010), trata-se de um custo que leva em consideração um cenário perfeito, no 
qual a empresa sempre trabalharia com 100% de sua capacidade, sem paradas 
não programadas, com a manutenção preventiva ocorrendo de maneira perfeita 
e com base em estudos precisos de tempos e movimentos, utilizando como 
referência, por exemplo, o funcionário mais eficiente do processo e o montante 
mínimo de perdas. A utilização desse custo-padrão ideal traria à organização a 
 
 
3 
sensação de uma meta inatingível e, por consequência, não seria respeitada 
pelos gestores responsáveis pelos processos. 
E do que se trata, então, esse custo-padrão corrente? Veremos esses e 
demais pontos nos próximos 5 temas da aula, esperamos que aproveite e 
consiga extrair o melhor deste conteúdo. 
TEMA 1 – CUSTO-PADRÃO: CONCEITOS DE CUSTO-PADRÃO, FINALIDADES 
E UTILIDADES DO CUSTO-PADRÃO 
O custo-padrão tem como objetivo principal auxiliar a gestão no processo 
de controle e planejamento de custos, porque se trata de um custo normativo, 
um custo objetivo, ou seja, um custo que se deseja alcançar (Padoveze, 2010). 
Por meio desse método, a empresa consegue compreender e fornecer um 
padrão de comportamento para os custos, bem como utilizar esse referencial 
para compará-lo aos custos reais incorridos no período. Não se trata de um 
método ou critério de contabilização de custos, como é o caso do de Absorção 
ou Variável, mas sim uma técnica auxiliar (Martins, 2010). 
Nesse contexto, os objetivos principais estão associados a (Padoveze, 
2010, p. 407): 
a. Determinação do custo devido, ou seja, o custo correto. 
b. Definição de responsabilidades e obtenção do comprometimento dos 
responsáveis por cada atividade padronizada. 
c. Avaliação de desempenho e eficácia operacional. 
Isso se deve pelo fato de que o controle somente será efetivo quando 
houver uma ação gerencial para correção das distorções identificadas e de 
medidas inibidoras de repetições de erros ou problemas incorridos. Quanto mais 
tempestivo e assertivo for esse processo, melhores serão os resultados 
alcançados pela organização (Bornia, 2010). 
 Considerando que o custo-padrão pode ser compreendido como uma 
meta a ser atingida, é importante garantir que se consiga um efeito psicológico 
positivo dos gestores envolvidos no processo, ou seja, que eles se sintam 
motivados e engajados a, de fato, trabalhar no sentido de alcançá-la. Martins 
(2010) entende que esse efeito somente será alcançado com uma construção 
adequada dessa meta, de forma que ela seja desafiadora, porém, que apresente 
um alvo possível de ser atingido. Essas metas normalmente são definidas para 
 
 
4 
um período de curto e médio prazos e sofrem revisões periódicas sempre que 
for identificada alguma distorção ou alteração do processo. 
Ainda nesse sentido, é essencial haver seriedade no tratamento e 
saneamento das distorções identificadas entre o Padrão e o Real, de modo que 
essa postura deve partir da alta administração e ser disseminada a todos os 
demais níveis das empresas. 
 Na sequência, veremos como deve ser realizada a fixação e apuração do 
custo-padrão. 
TEMA 2 – FIXAÇÃO DO PADRÃO 
A fixação do custo-padrão, com o detalhamento de informações que 
permita a identificação das origens das distorções, deve ser definida em 
quantidades (por exemplo, quilos) e em valores (por exemplo, preço por quilo e 
total), porque, por vezes, a variação pode ser originada de uma perda de material 
ou alteração na composição do produto em si (quantidade), por exemplo, e, em 
outras, por algum acréscimo de custo na aquisição de determinado material, seja 
por troca de fornecedor ou algum evento externo da organização. Nesse cenário, 
o custo real, que será utilizado para comparaçãocom o custo-padrão, também 
deve seguir essa mesma estruturação. Isso se aplica a todo os tipos de custos, 
como mão de obra, horas-máquina, quilowatts etc., por isso, recomenda-se que 
essa definição ocorra em conjunto com as equipes técnicas, de engenharia e 
contabilidade (Martins, 2010). 
A construção do custo-padrão, de acordo com Padoveze (2010), é 
realizada por tipo de material, como detalharemos na sequência. 
2.1 Materiais diretos 
Os materais diretos são aqueles que fazem parte da composição do 
produto, como é o caso da matéria-prima e das embalagens. As quantidades e 
os tipos de materiais necessários para produzir cada um dos produtos são 
definidos no que chamamos de estrutura do produto, ou ficha técnica do produto. 
A estruruta do produto, ou ficha técnica, pode ser entendida como a 
“receita” para produção desse produto, com o detalhamento de tipo de material 
a ser utilizado com as suas respectivas quantidades. Essa estrutura é definida 
pela equipe de desenvolvimento do produto ou engenharia. 
 
 
5 
 Como no processo produtivo há, normalmente, uma quantidade inevitável 
de perda ou refugo de materais, dentro de condições técnicas ou científicas já 
conhecidas, esse montante também é considerado na ficha técnica para 
cômputo do material a ser consumido (Padoveze, 2010). 
Em relação ao preço padrão, deve-se sempre utilizar um preço livre de 
encargos, ou seja, negociado na condição de pagamento à vista e, de acordo 
com Padoveze (2010), aqueles obtidos em boas negociações de compra. A 
atualização periódica do referido valor pode levar em consideração a inflação 
interna da empresa. 
2.2 Mão de obra direta 
Mão de obra direta é aquela relacionada aos colaboradores que trabalham 
diretamente no processo de fabricação do produto. A apuração da quantidade 
de horas despendidas para cada fase do processo, assim como a quantidade de 
colaboradores necessários, dependerá do nível tecnológico e automatizado do 
processo produtivo. 
Há situações em que essas informações podem ser obtidas por meio de 
sistemas computadorizados e, em outras, é necessária a apuração de tempos e 
movimentos com base em estudos de cada processo envolvido (Padoveze, 
2010). 
O valor da hora de mão de obra direta leva em consideração a 
remuneração e os encargos dos trabalhadores, de forma genérica (Padoveze, 
2010), por exemplo, apurando-se o custo médio horário de cada processo ou 
atividade. 
2.3 Custos indiretos variáveis 
Os custos indiretos variáveis são aqueles utilizados diretamente na 
produção, porém não fazem parte do produto em si. São classificados como 
variáveis, porque aumentam proporcionalmente ao volume de produção. 
Podemos citar como exemplo o consumo de energia elétrica. 
A apropriação desse tipo de custo se dá por meio de rateio e o critério de 
apropriação deve ser definido de acordo com a atividade desenvolvida. 
Padoveze (2010, p. 410) afirma que “a atividade a ser escolhida como base para 
construção das taxas pré determinadas de custos indiretos variáveis deve ter 
 
 
6 
uma relação causal com os diversos custos indiretos variáveis”. Além disso, deve 
ser de fácil compreensão para posterior responsabilização, para fins de controle 
(por exemplo: horas máquinas trabalhadas, quantidade de produto final etc.). 
2.4 Custos indiretos fixos 
Custos indiretos fixos, da mesma forma, são gerados na produção, porém 
seu montante não varia em função do volume de produção, assim como não 
fazem parte diretamente do produto. Como exemplo, podemos citar a 
depreciação do prédio da fábrica. 
Assim como acontece com os custos indiretos variáveis, os custos 
indiretos fixos são alocados aos produtos por meio de rateio e os critérios são 
normalmente atribuídos, de acordo com Padoveze (2010), em função da 
capacidade produtiva e não em função de volumes realizados. 
2.5 Periodicidade de construção do custo-padrão 
A prática mais utilizada para elaboração do custo-padrão se dá a partir de 
uma data-base. “A elaboração do custo-padrão leva em consideração as metas 
projetadas dentro de um período de seis meses a um ano, por exemplo” 
(Padoveze, 2010, p. 412). 
Em função do nível de detalhamento e do grau de complexidade da 
informação, o custo-padrão não precisa necessariamente ser definido para a 
empresa como um todo no momento da sua implantação, mas ser iniciado nas 
áreas e nos processos mais relevantes e críticos. Gradualmente, o escopo pode 
ser ampliado junto com o amadurecimento no sistema de controle e gestão. 
Além disso, é importante que se realize uma revisão periódica sempre que 
houver alguma alteração significativa que possa afetar o custo de produção 
(aumento de matéria-prima, alteração no processo fabril etc.). 
TEMA 3 – CUSTO-PADRÃO: CUSTO-PADRÃO E ORÇAMENTO, INFLUÊNCIA 
DAS VARIAÇÕES DE PREÇO, CONTABILIZAÇÃO DO CUSTO-PADRÃO 
Quando se trata de controle, as organizações utilizam vários tipos de 
ferramentas como apoio. Uma das mais comuns e importantes é o Orçamento, 
em que as empresas estabelecem os custos que efetivamente devem incorrer, 
com base no volume de vendas e na produção do período. “Os custos orçados 
 
 
7 
têm por base antecipar os gastos que deverão ser consumidos e que afetarão o 
custeamento dos produtos” (Padoveze, 2010, p. 405). 
3.1 Mas qual a diferença para o custo-padrão? 
 O custo-padrão também pode ser entendido como um tipo de orçamento, 
“a diferença é que essa meta tende a forçar o desempenho da produção por ser 
normalmente fixado com base na suposição de melhoria contínua de 
aproveitamento dos fatores de produção” (Martins, 2010, p. 318). Em virtude 
disso, é necessário que se tenha em mente que o custo-padrão sempre é mais 
rigoroso do que de fato deve ser orçado. 
Por outro lado, a utilização do custo-padrão para elaboração do 
orçamento pode trazer um nível de assertividade maior nas projeções 
orçamentárias, porque fornece informações mais adequadas por se basear nos 
melhores parâmetros de eficiência e acaba gerando um atributo de 
confiabilidade das metas estabelecidas (Monzo; Pagnani, 2003). 
A utilização orçamentária pressupõe uma gestão tempestiva e assertiva 
das variações identificadas ao longo do ano, de forma a identificar as reais 
causas que as geraram. Nesse sentido, o custo-padrão deve servir como 
elemento facilitador para compreensão da origem do problema, viabilizando a 
tomada de decisão eficaz e rápida e que permitirá a empresa realinhar as 
operações aos seus objetivos estratégicos, quando for o caso, ou, até mesmo, 
rever as definições orçamentárias que podem não estar mais adequadas em 
função de uma alteração significativa dos custos e processos. 
3.2 Custo-padrão: influência das variações de preços 
O custo-padrão pode ser utilizado como elemento inicial para a formação 
de preços de venda, porque “ele traz os elementos necessários para 
parametrizar um preço de venda ideal” (Padoveze, 2010, p. 408), por mais que 
depois possa sofrer algum ajuste devido às exigências do mercado. Porém, o 
aspecto de que trataremos nesse tópico diz respeito à definição do preço de 
venda, que será considerado para fixação do padrão, e à análise da variação em 
relação ao real. 
Há um elemento importante que precisa ser considerado caso a empresa 
viva em um período de alta inflação: se o preço estabelecido para o custo-padrão 
 
 
8 
partir de uma estimativa para o ano todo, possivelmente os valores considerados 
para os meses iniciais serão maiores do que os efetivamente praticados. Por 
outro lado, no segundo semestre, os valores serão menores que os preços 
praticados, de modo que “sempre existirá um erro na previsão dessa oscilação 
de preços, além da necessidade de se estudar o que provavelmente mudará no 
preço de cada fator de produção” (Martins, 2010, p.320). 
Para corrigir esses erros, a empresa pode utilizar, como forma de adoção 
dos preços, aquele fixado na data em que é elaborado(final do ano anterior, por 
exemplo) e ao realizar a comparação com o real, desconsiderar ou deduzir as 
variações ocorridas em função da inflação, com isso, as variações que restarão 
serão efetivamente aquelas a serem analisadas para correção (Martins, 2010). 
3.3 Contabilização do custo-padrão 
Como a utilização do custo-padrão ocorre numa esfera de contabilidade 
gerencial e controladoria, não há, necessariamente, a obrigatoriedade de sua 
contabilização (Martins, 2010). É possível trabalhar com as bases por meio de 
relatórios complementares ou especiais (utilizando o Excel, por exemplo) para 
confrontar o custo-padrão com o custo real. 
A sua gestão e seu tratamento podem seguir o mesmo método utilizado 
pela empresa para utilização do orçamento, porém, a forma adotada deve 
permitir o acompanhamento frente às contas contábeis utilizadas (Padoveze, 
2010). 
Por meio da padronização contábil às normas internacionais, é permitido 
o uso do custo-padrão como valoração contábil dos estoques, desde que o valor 
apurado seja próximo ao valor real dos custos. Essa definição foi realizada pelo 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis, pelo Pronunciamento Técnico CPC 16, 
que estabelece: 
Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o 
custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por 
conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo-
padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos 
materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na 
utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente revisto 
à luz das condições correntes. As variações relevantes do custo-
padrão em relação ao custo devem ser alocadas nas contas e nos 
períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo. 
Nessa situação, a empresa deve realizar a contabilização completa de 
todos os valores do custo-padrão, já registrando, por exemplo, as compras e a 
 
 
9 
folha de pagamento com as diferenças identificadas registradas em contas 
especiais (Martins, 2010). Como já havíamos visto nos temas anteriores desta 
aula, para ser considerado custo para valoração dos estoques, o custo-padrão 
deve sofrer uma revisão periódica para, de fato, espelhar a realidade da 
produção frente aos níveis normais de eficiência de utilização dos insumos e da 
utilização da capacidade produtiva. 
Há, também, a possibilidade de a contabilização para valoração dos 
estoques ocorrer de forma mista. Martins (2010) traz como o exemplo a forma 
de contabilização de parte considerar o custo real e outra o custo-padrão, em 
que os custos alocados à produção poderiam se dar a partir do real e àqueles 
considerados para os produtos acabados e em elaboração, serem valorados a 
custo-padrão. 
3.3.1 E o que fazer com as diferenças identificadas entre o custo real e o 
padrão? 
As diferenças identificadas e contabilizadas em contas especiais devem 
ser tratadas de forma que sejam eliminadas. Seguindo as premissas dos 
Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, esses valores acabam sendo 
incorporados ao custo do estoque, para que ele de fato espelhe o custo real da 
empresa (Martins, 2010). 
 A melhor forma de registro e controle do custo-padrão dependerá da 
realidade de cada empresa frente ao nível de requinte do sistema de controle 
adotado. 
TEMA 4 – PADRÃO VERSUS CUSTO REAL 
Como vimos, o custo-padrão é o custo que se deseja alcançar, ou seja, 
uma meta. Então, para que de fato ele cumpra seu propósito, após a apuração 
do custo real é fundamental comparar esse real com o custo-padrão para 
verificar se houve variações e, caso isso seja confirmado, analisar as diferenças 
para adoção de medidas de correção. 
Quando tratamos de análises de materiais, elas normalmente se 
fundamentam na equação de custos, que é o resultado da multiplicação do preço 
unitário dos fatores de custo pelas quantidades utilizadas desses insumos 
industriais (Padoveze, 2010, p. 413). Ou seja: 
 
 
10 
 
Custo do Insumo = Preço do Insumo x Quantidade de Insumo Utilizada 
No entanto, para que possamos ser assertivos na análise e tomar as 
medidas corretivas adequadas, é importante saber se a diferença se originou no 
preço ou no volume consumido. Em função disso, Padoveze (2010, p.414) 
apresenta um esquema genérico de análise que apresentamos a seguir: 
Figura 1 – Esquema de análise 
 
Fonte: Padoveze, 2010. 
Sendo: 
A = Quantidade Real x Preço Real 
B = Quantidade Real x Preço-padrão 
C = Quantidade-padrão x Preço-padrão 
Para compreender melhor, vamos exemplificar: digamos que determinada 
empresa apurou os seguintes resultados no mês em relação ao desempenho de 
custos exclusivamente em relação aos materiais diretos de fabricação: 
Quadro 1 – Composição do custo-padrão para os materiais diretos 
 
Fonte: Padoveze, 2010. 
 
MATERIAIS DIRETOS
QUANTIDADE-
PADRÃO
PREÇO UNITÁRIO 
PADRÃO (R$)
CUSTO-
PADRÃO (R$)
Material A 4.250 101,00 429.250 
Material B 100.000 3,50 350.000 
CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 104.250 104,50 779.250 
 
 
11 
Quadro 2 – Composição do custo real para os materiais diretos 
 
Fonte: Padoveze, 2010. 
Nos quadros apresentados, a empresa já apurou os custos padrão e real, 
agora, basta confrontar os dois para apurar as variações: 
Quadro 3 – Composição das variações no confronto do custo-padrão com o 
custo real para os materiais diretos 
 
Fonte: Padoveze, 2010. 
Quadro 4 – Quantidade estimada para produção pelo custo-padrão e a 
quantidade efetivamente produzida no período 
 
Fonte: Padoveze, 2010. 
A partir das informações obtidas, vamos analisar a origem das variações, 
como demonstramos a seguir: 
Análise das variações – Material A: 
A = Quantidade Real x Preço Real 
A = 4.325 x R$ 102 
A = R$ 439.420 
B = Quantidade Real x Preço-Padrão 
B = 4.325 x R$ 101 
B = R$ 436.825 
MATERIAIS DIRETOS
QUANTIDADE 
REAL
PREÇO UNITÁRIO 
REAL (R$)
CUSTO REAL 
(R$)
Material A 4.325 101,60 439.420 
Material B 101.950 3,00 305.850 
CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 106.275 104,60 745.270 
 
 
12 
 
C = Quantidade-Padrão x Preço-Padrão 
C = 4.250 x R$ 101 
C = R$ 429.250 
 
Análise de Variação de preço do Material A: 
(A – B) = R$ 439.420 – R$ 436.825 
(A – B) = R$ 2.595 
 
Análise de Variação da quantidade do Material A: 
(B – C) = R$ 436.825 - R$ 429.250 
(A – B) = R$ 7.575 
 
Variação total desfavorável do Material A = 
R$ 2.595 + R$ 7.575 = R$ 10.170. 
 
Em nosso exemplo hipotético de análise do Material A, constatamos que 
o custo real foi maior do que havia sido previsto pelo custo-padrão, o que 
demonstra uma situação desfavorável. Essa variação originou-se tanto no 
consumo do volume de material quanto no preço previsto. Como temos a 
informação de que foi produzida uma quantidade maior de produtos acabados 
do que havia sido previsto, podemos concluir que foi por esse motivo que houve 
a diferença identificada no volume. A variação do preço, por sua vez, precisaria 
ser investigada e analisada junto ao setor responsável para que se possa tomar 
a decisão adequada no processo. Na sequência, apresentamos exemplos de 
situações que geram tais variações. 
Há situações em que as variações ocorrem tanto em relação ao preço 
quanto na quantidade consumida, o que Martins (2010) classifica como variação 
mista, por isso é importante identificar a variação de cada uma dessas variáveis 
de forma isolada, bem como a materialidade de cada uma delas, para, 
posteriormente, tomar as medidas corretivas quando necessário. O motivo dessa 
separação se deve à atribuição de responsabilidades, porque, como vimos em 
Martins (2010), quem responde pelas variações de quantidadesconsumidas 
refere-se a uma área diferente daquela que responderá pelas variações de 
 
 
13 
preço. Normalmente, a primeira deve ser respondida pela equipe de produção e, 
a segunda, pela de compras ou suprimentos. 
Nem sempre é fácil identificar a causa que gerou a variação, que é o fator-
chave a ser descoberto. Podemos elencar alguns exemplos que podem vir a 
ocorrer. 
Quando se trata de variação no volume de materiais consumidos, isso 
pode ocorrer, por exemplo, pelos seguintes motivos (Martins, 2010): 
 A máquina utilizada para produção não estar calibrada e estar gerando 
uma perda superior a aceitável. 
 Baixa qualidade do material utilizado, o que gera um consumo maior do 
que o previsto. 
 Mão de obra não qualificada, o que levou a um aumento no consumo de 
materiais. 
Já quando se trata de variações de preços, Martins (2010) elenca alguns 
exemplos, que demonstramos a seguir: 
 Inclusão de novo fornecedor para que a empresa não fique na 
dependência dos atuais. 
 Compra mal realizada por ineficiência da equipe responsável pelas 
compras. 
 Compra emergencial para atender à demanda e impedir a parada de linha 
de produção. 
 Nas variações identificadas no consumo de materiais, para algumas 
situações serão viáveis medidas de correção e regularização de processo, para 
outras, pode ser necessária a realização de adequação do custo-padrão para o 
exercício seguinte. 
TEMA 5 – TRATAMENTO CONTÁBIL DAS VARIAÇÕES, INFLAÇÃO E CUSTO-
PADRÃO 
Como vimos, a incorporação do custo-padrão à contabilidade não é 
obrigatória, porém, possível, como estabelece o CPC 16. Há diferentes formas 
para realizar tais registros, detalharemos uma dessas possibilidades na 
sequência. 
 
 
14 
No formato que detalharemos, todos os custos incorridos, sejam diretos, 
indiretos, fixos e variáveis, são alocados ao custo de produção em processo, 
derivados das aquisições de materiais e utilização de mão de obra, entre outros, 
e à medida que os produtos acabados são transferidos ao estoque ou aos 
clientes, em caso de produção por encomenda, baixados pelo custo-padrão. 
(Martins, 2010). 
Dessa forma, as variações originadas pela diferença entre o custo real e 
o custo-padrão são mantidas na conta de produção em processo até a data da 
realização do fechamento do balanço patrimonial, momento em que sofrem os 
ajustes contábeis necessários de acordo com os padrões e princípios contábeis. 
Em função da grande quantidade de itens a serem analisados, a análise dessas 
variações é realizada em controle paralelo, fora da contabilidade. 
A conta de Produtos Acabados permanece com o valor do produto 
avaliado de acordo com o custo-padrão e, em virtude disso, o CPV também é 
registrado de acordo com o padrão, até a data do balanço Patrimonial. 
Como fiscalmente o custo-padrão não é aceito para apuração do imposto 
de renda e contribuição social pelo regime de Lucro Real, é importante lembrar 
que o valor do CPV, nesses casos, deve ser ajustado no Livro de Apuração do 
Lucro Real de acordo com a legislação vigente, nos períodos necessários. 
Para ficar mais claro esse modelo de contabilização, exemplificaremos a 
partir de dados hipotéticos. 
Quadro 5 – Detalhamento da apuração do custo real e do custo-padrão de 
determinado período 
 
Fonte: Padoveze (2010). 
Para simplificar a explicação e facilitar o entendimento, partimos do 
princípio de que todo o estoque adquirido no período foi consumido na produção 
do período em análise. Além disso, consideraremos que, das 800 unidades 
 
 
15 
produzidas, 650 unidades foram vendidas durante o mês, e as demais 
permaneceram em estoque. 
A partir dos dados apresentados no quadro, a contabilização seria 
realizada da seguinte forma: 
1º Lançamento para alocação à conta contábil de Produção em 
Processo utilizando o valor do custo real: 
 D – Produção em Processo R$ 305.000 
 C – Estoque materiais diretos R$ 185.000 
 C – Estoque materiais indiretos R$ 26.000 
 C – Mão de obra R$ 94.000 
2º Transferência do custo dos produtos acabados pelo valor do 
custo-padrão: 
 D – Produtos Acabados R$ 290.000 
 C – Produção em Processo R$ 290.000 
A partir desses lançamentos, as contas contábeis de Produção em 
Processo e Produtos Acabados ficam com os seguintes saldos: 
Quadro 6 – Saldo 
 
Fonte: Padoveze (2010). 
Como você pode observar, na conta contábil Produção em Processo, 
manteve-se um saldo equivalente a R$ 15.000, que se originou da variação 
desfavorável entre o custo real em relação ao custo-padrão. 
Como o custo-padrão total dos produtos acabados foi de R$ 290.000 e a 
quantidade produzida foi de 800 unidades, sabemos que o custo por unidade é 
de R$ 362,50 (R$ 290.00 / 800 = R$ 362,50). Com essa informação, já podemos 
calcular o valor do Custo dos Produtos Vendidos (CPV), que será apropriado ao 
resultado nesse período, ou seja, à quantidade vendida (650 unidades) 
 
 
16 
multiplicada pelo custo-padrão unitário (R$ 362,50), então o valor do CPV a ser 
contabilizado é de R$ 235.625: 
D – Custo dos Produtos Vendidos R$ 235.625 
C – Produtos Acabados R$ 235.625 
Quadro 7 – Custo dos produtos vendidos 
 
Fonte: Padoveze (2010). 
Agora, você deve estar se perguntando qual é o tratamento que daremos 
às variações que permaneceram registradas na conta de Produção em 
Processo. Ao final do período contábil, momento em que é realizado o Balanço 
Patrimonial da empresa, essa diferença deve ser direcionada às contas 
adequadas. Nesse sentido, seguindo as definições dos princípios contábeis, em 
nosso exemplo hipotético, parte dessa diferença deve ser direcionada à conta 
de Produtos Acabados, proporcionalmente aos produtos que permanecem em 
estoque, o restante deve ser alocado à conta de Custo dos Produtos Vendidos. 
 
D – Produtos Acabados R$ 2.813 
D – Custo dos Produtos Acabados R$ 12.187 
C – Produção em Processo R$ 15.000 
Quadro 8 – Custo dos produtos vendidos 
 
Fonte: Padoveze (2010). 
 
 
17 
Utilizando esse formato de contabilização, o Custo dos Produtos Vendidos 
permanece avaliado pelo custo-padrão ao longo do exercício, que pode ser um 
ano ou um trimestre, por exemplo, e ajustado ao custo real para fins de 
elaboração do balanço patrimonial (Martins, 2010). 
5.1 Inflação e custo-padrão 
 A inflação representa o índice de aumento geral de preços do país. Em 
função disso, em períodos de inflação muito alta, a análise da performance de 
custos das organizações, a partir do custo-padrão, pode ser prejudicada, caso 
não se realize uma atualização constante, o que pode gerar um esforço muito 
grande, ou acionar mecanismos para que se isole o efeito da inflação na variação 
identificada em relação ao custo real. 
Outro aspecto que precisa ser ressaltado é que o índice de inflação 
divulgado para cada país leva em consideração todos os segmentos e as 
regiões, ou seja, pode ser que a inflação real da organização seja diferente do 
índice geral. 
 Em função disso, para que a empresa mantenha esse controle e, de fato, 
possam considerar o custo-padrão como uma meta que não seja prejudicada em 
função das flutuações de preço, a atualização utilizando os indicadores de 
inflação interna, estudada na aula 1, pode ser uma opção interessante 
(Padoveze, 2010). 
 De acordo com esse Padoveze, com isso, mantém-se um controle 
adequado dos preços, diferenciando o aumento decorrente da inflação interna e 
o aumento desproporcional a esse fator. 
TROCANDO IDEIAS 
 Como vimos ao longo dessa aula, o custo-padrão é uma excelente 
ferramenta de controle gerencial, uma vez que estabelece um objetivo a ser 
alcançado em termos de consumo e utilização de recursos no setor produtivo da 
empresa. Além disso, identifica e trata de forma tempestiva as variações 
identificadas ao longo dos períodos. 
Saiba mais 
Mecca et al. (2015), realizaram um estudo em uma empresa no setor de 
injeção de plástico, verificandoa importância da utilização do custo-padrão na 
 
 
18 
tomada de decisão da referida organização. Esse artigo científico, intitulado 
“Utilização do custo-padrão como ferramenta de auxílio aos gestores na tomada 
de decisão”, encontra-se disponível em: 
<https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4031/4032>. 
Leia o artigo dos autores citados anteriormente e discuta com seus 
colegas os pontos fortes e fracos percebidos na implantação e gestão do custo-
padrão nas organizações. 
NA PRÁTICA 
 Para reforçar o entendimento do conteúdo, que tal apurar as variações do 
Material B do exemplo desenvolvido no tema 4 desta aula e, posteriormente, 
proceder com a contabilização dessas movimentações? 
Lembrando, somente, que não será possível contabilizar o CPV desse 
material em função de não termos a informação do custo total e da quantidade 
vendida no período. 
 As informações necessárias para a resolução são as apresentadas a 
seguir: 
Quadro 9 – Composição do custo-padrão para os materiais diretos 
 
Quadro 10 – Composição do custo real para os materiais diretos 
 
 
MATERIAIS DIRETOS
QUANTIDADE-
PADRÃO
PREÇO UNITÁRIO 
PADRÃO (R$)
CUSTO-
PADRÃO (R$)
Material A 4.250 101,00 429.250 
Material B 100.000 3,50 350.000 
CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 104.250 104,50 779.250 
MATERIAIS DIRETOS
QUANTIDADE 
REAL
PREÇO UNITÁRIO 
REAL (R$)
CUSTO REAL 
(R$)
Material A 4.325 101,60 439.420 
Material B 101.950 3,00 305.850 
CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 106.275 104,60 745.270 
 
 
19 
Quadro 11 – Composição das variações no confronto do custo-padrão com o 
custo real para os materiais diretos 
 
Quadro 12 – Quantidade estimada para produção pelo custo-padrão e a 
quantidade efetivamente produzida no período 
 
FINALIZANDO 
 Ao longo desta aula, fomos apresentados à metodologia de controle 
gerencial de custos, chamado custo-padrão, e compreendemos a importância de 
as organizações fixarem metas exequíveis, porém desafiadoras, para engajar 
todos os níveis hierárquicos ao atingimento dos objetivos estratégicos propostos. 
 Além disso, descobrimos o modo como esse custo-padrão deve ser 
elaborado e que é essencial que se proceda a análise daquilo que foi estimado 
ao custo realmente incorrido na produção de cada período. Dessa forma, é 
possível identificar a real causa da variação, que pode ser favorável ou 
desfavorável, levando à tomada de decisão. 
 Vimos, ainda, que os normativos contábeis permitem a utilização desse 
custo, desde que montante seja próximo ao real, e conhecemos uma das formas 
possíveis para efetivar os registros contábeis. 
 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas 
modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
FRANCISCHETTI, C. E.; PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. Porque e como 
calcular a inflação interna da empresa. Disponível em: 
<http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/>. Acesso em: 13 nov. 2017. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
MECCA, M. S.; FRANZOI, T. de F. M. et al. Utilização do custo padrão como 
ferramenta de auxílio aos gestores na tomada de decisão. Disponível em: 
<https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4031/4032>. Acesso em: 
5 fev. 2018. 
O QUE são custos diretos e indiretos de produção? Indústria Hoje, 16 nov. 
2014. Disponível em: <https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-
diretos-e-indiretos-de-producao>. Acesso em: 20 nov. 2017. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão estratégica 
de custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
SCHIER, C. U. da C. Gestão de custos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 
 
 
 
http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/
1
Profª Neide Borscheid Mayer
Técnicas Avançadas 
de Análise de Custos
Aula 2
Conversa Inicial
Ao longo dessa aula, 
vocês serão 
apresentados a uma 
metodologia de controle 
gerencial dos custos das 
organizações chamada 
custo-padrão
Temas da aula
Tema 1 – Custo-padrão: 
conceitos de custo-
padrão, finalidades e 
utilidades do custo-
padrão
Tema 2 – Fixação do 
padrão
Tema 3 – Custo-padrão: 
custo-padrão e 
orçamento, influência 
das variações de preço, 
contabilização do custo-
padrão
Tema 4 – Custo-padrão 
versus custo real 
Tema 5 – Tratamento 
contábil das variações, 
inflação e custo-padrão
2
Tema 1 – Custo-
padrão: conceito, 
finalidade e utilidade
Segundo Padoveze 
(2010), os objetivos 
principais estão 
associados ao custo-
padrão são:
Determinação do custo 
que deve ser, ou seja, 
o custo correto
Definição de 
responsabilidades e 
obtenção do 
comprometimento dos 
responsáveis por cada 
atividade padronizada
Avaliação de 
desempenho e eficácia 
operacional
O custo-padrão pode ser 
compreendido como uma meta a ser 
atingida
haver/SHUTTERSTOCK
Tema 2 – Fixação 
do padrão
A fixação do custo-
padrão, com o 
detalhamento de 
informações que 
permita a identificação 
das origens das 
distorções, deve ser 
definida em quantidades
(por exemplo, quilos) e 
em valores (por 
exemplo, preço por quilo 
e total)
3
A construção do custo-
padrão deve ser 
realizada por tipo de 
material:
Materiais diretos
Mão de obra direta
Custos indiretos 
variáveis
Custos indiretos fixos
A prática mais utilizada 
para elaboração do 
custo-padrão é a partir 
de uma data-base
A elaboração do custo-
padrão leva em 
consideração as metas 
projetadas dentro de um 
período de seis meses a 
um ano, por exemplo
Tema 3 – Custo-padrão e 
orçamento, influência 
das variações e preço e 
contabilização
“O custo-padrão é uma 
espécie de orçamento, a 
diferença é que essa 
meta tende a forçar o 
desempenho da 
produção por ser (...)
Custo-padrão e orçamento
(...) normalmente fixado 
com base na suposição 
de melhoria contínua de 
aproveitamento dos 
fatores de produção.” 
(Martins, 2010, p. 318)
O preço considerado 
como custo-padrão 
pode ser aquele fixado 
na data em que é 
elaborado e, ao realizar 
a comparação com o 
real, desconsiderar ou 
deduzir as variações 
ocorridas em função da 
inflação
Custo-padrão e influência
das variações de preços
4
Numa esfera de 
contabilidade gerencial 
e controladoria, não há, 
necessariamente a 
obrigatoriedade de sua 
contabilização (Martins, 
2010)
Contabilização do custo-padrão
Porém, o custo-padrão 
pode ser utilizado como 
forma de valoração dos 
estoques, conforme 
CPC 16
Tema 4 – Custo-padrão 
versus custo real
O custo-padrão é o 
custo que se deseja 
alcançar, ou seja, uma 
meta
Então, após a apuração 
do custo real é 
fundamental comparar 
esse real com o custo-
padrão para verificar se 
houveram variações e 
analisar as diferenças 
para adoção de medidas 
de correção
As variações podem se 
originar tanto em 
relação ao volume
consumido quanto ao 
preço de custo do 
material
5
Além disso, a variação 
pode ser considerada 
favorável ou 
desfavorável
Ambas necessitarão 
medidas de correção
Tema 5 – Tratamento 
contábil das 
variações e inflação
Há diferentes formas 
para realizar os 
registros contábeis do 
custo-padrão
Na sequência 
exemplificaremos um 
desses métodos
Quadro com o 
detalhamento da 
apuração do custo real 
e do custo-padrão de 
determinado período
Considerando a 
quantidade vendida 
(650 unidades) 
multiplicada pelo custo-
padrão unitário (R$ 
362,50), o valor do CPV 
a ser contabilizado é de 
R$ 235.625:
6
Em relação às variações, 
parte dessa diferença 
deverá ser direcionada à 
conta de Produtos 
Acabados, 
proporcionalmente aos 
produtos que 
permanecem em 
estoque, e o restante 
alocado à conta de Custo

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