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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios UTA CONTABILIDADE E FINANÇAS APLICADAS Caro aluno, No quadro abaixo é possível verificar como estão organizadas as aulas, bem como as avaliações previstas para a disciplina Técnicas Avançadas em Análise de Custos. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES O QUE E QUANDO ESTUDAR? TÉCNICAS AVANÇADAS EM ANÁLISE DE CUSTOS SANTOS, Luiz Fernando Barcellos dos. Gestão de custos: ferramentas para a tomada de decisões. Curitiba: Intersaberes, 2013. AVALIAÇÕES 1ª semana Estudar os conteúdos da Aula 1 e os capítulos indicados. Datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. AULA 1 – CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E CONTROLE Sem indicação dos capítulos do livro. Atividade Pedagógica Online – APOL 1 Composta por 10 questões objetivas envolvendo os conteúdos das aulas 1, 2 e 3. Você terá 3 tentativas para realização de cada APOL. Início às 18h e término às 23h59h. 2ª semana Estudar os conteúdos da Aula 2 e os capítulos indicados. Datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. AULA 2- CUSTO PADRÃO Leitura do capítulo 9 do livro Gestão de custos: ferramentas para a tomada de decisões. Verifique as datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. 3ª semana Estudar os conteúdos da Aula 3 e os capítulos indicados. Datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. AULA 3 –VARIAÇÕES DO CUSTO PADRÃO Leitura do capítulo 7 do livro Gestão de custos: ferramentas para a tomada de decisões. 4ª semana Estudar os conteúdos da Aula 4 e os capítulos indicados. Datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. AULA 4 –ASPECTOS GERAIS SOBRE OS SISTEMAS DE CUSTOS Leitura do capítulo 4 do livro Gestão de custos: ferramentas para a tomada de decisões. Atividade Pedagógica Online – APOL 2 Composta por 10 questões objetivas envolvendo o conteúdo das aulas 4, 5 e 6. Você terá 3 tentativas para realização de cada APOL. Início às 18h e término às 23h59h. Verifique as datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. 5ª semana Estudar os conteúdos da Aula 5 e os capítulos indicados Datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. AULA 5 – MÉTODO DA UNIDADE DE ESFORÇO DE PRODUÇÃO (UEP) Sem indicação dos capítulos do livro 6º semana Estudar os conteúdos da Aula 6 e os capítulos indicados. Datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. AULA 6- CUSTOS PARA CONTROLE Leitura do capítulo 3 do livro Gestão de custos: ferramentas para a tomada de decisões. 7º, 8ª e 9ª semanas Avaliações Revisão dos conteúdos das rotas e dos livros para realização das provas Novamente, verifique as datas disponíveis em seu calendário acadêmico, em material complementar, em seu AVA. ORIENTAÇÕES DE ESTUDO Nossa sugestão é que você siga os passos seguintes até que encontre a sua própria forma de estudar. Leia a Rota de Aprendizagem, dando atenção também aos materiais indicados nas aulas tais como artigos, capítulos de livros, links na internet, vídeos. Leia também o capítulo do livro base da disciplina; Ao longo da leitura anote todas as dúvidas que surgirem pois elas poderão ser sanadas na vídeo-aula ou na aula interativa ao vivo; Após a leitura do material, assista a vídeo-aula; Volte aos textos para tentar sanar as dúvidas. Caso não consiga entre em contato com a Tutoria. Vale lembrar que quanto mais você sanar as dúvidas sem precisar de ajuda, mais estará aprofundando sua aprendizagem; Inicie a resolução da APOL com antecedência ao prazo final, pois assim você poderá realizar a tarefa com mais eficiência. Após iniciar a APOL, você pode sair dela e voltar quantas vezes achar necessário, desde que não clique em Finalizar, e observando o prazo máximo para sua realização. Sendo assim, sugerimos que após iniciar uma APOL você acesse as perguntas e analise-as, e em seguida retorne aos materiais estudados. Enfim, prepare-se para responder as questões. Ao finalizar a APOL ela já é automaticamente corrigida e sua nota fica gravada no seu histórico. Bons estudos! 1.5.1. Técnicas Avançadas em Análise de Custos CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA / UNIDADE CURRICULAR TÉCNICAS AVANÇADAS EM ANÁLISE DE CUSTOS UNIDADE TEMÁTICA DE APRENDIZAGEM (UTA) CONTABILIDADE E FINANÇAS APLICADAS CARGA HORÁRIA 56 HORAS EMENTA: Abordagens iniciais de Custos para planejamento e controle. Custos por produto versus custos por departamento. Custos por responsabilidade - Custos controláveis. Bases para comparação, Estimativas de Custos, Inflações e prazos. Estimativas de custos. Considerações gerais sobre materiais e mão de obra. Custo Padrão: conceitos de custo padrão, finalidades e utilidades do custo padrão, fixação do padrão. Custo Padrão: Custo padrão e orçamento, influência das variações de preço, contabilização do custo padrão. Custo padrão vs custo real - Variação de materiais diretos. Tratamento contábil das variações, Inflação e custo padrão. Variações da mão de obra direta: Considerações iniciais. Variação da quantidade. Variação do preço. Variação Mista. Análise propriamente dita das variações de materiais, Análise das variações da mão de obra direta. Custos indiretos: Variação total dos CIP, variação do volume dos CIP, variação de custo. Variação da deficiência, comparação entre variações múltiplas, Análise detalhada das var iações de custo. Alternativas no cálculo de variação dos CIP. Análise detalhada das variações de eficiência e de volume. Considerações gerais sobre a variação dos CIP. Objetivos dos Sistemas de Custos. Sistemas de Custos: Aspectos Gerais, Quantificações Físicas, Reação do Sistema. Custo do Sistema e seu benefício, Escolha do Sistema. Implantação Gradativa do Sistema de Custos, Importação de Sistema de Custos. Problemas de Inflação na implantação de Sistemas de Custos. Custos de transformação. Controle de custos administrativos. Custos para a otimização de resultados. Tipos de desperdício, princípios para sua eliminação e melhoria continua. Unidade de Esforço de Produção (UEP). PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS • Aulas expositivas disponibilizadas em Roteiros Interativos no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA; • Desenvolvimento de atividades de reflexão e debates entre alunos-alunos e alunos-professores via Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA (fórum); • Realização de debates e explicações via Lives, Chats e aulas ao vivo em Estúdio; • Esclarecimento de dúvidas por meio do link tutoria com o Professor da disciplina; • Indicação de Referências (bibliográficas e audiovisuais) para ampliação do conhecimento. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO A avaliação será realizada com base nos objetivos propostos, levando-se em conta: • Leitura dos textos indicados e a interação com os colegas; • Realização de Atividades Pedagógicas On-line (APOL); • Uma prova objetiva – no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA – realizada no polo de apoio presencial; • Uma prova discursiva – realizada no polo de apoio presencial. COMPETÊNCIAS ● Apurar adequadamente os custos das organizações. CONHECIMENTOS ● Conhecer as diferentes metodologias de apuração de custos praticadas pelo mercado. HABILIDADES ● Tomar a decisão do método mais adequado de apuração de custos frente os diferentes cenários e rea lidades das organizações. ● Emitir opinião a respeito das decisõesestratégicas a serem tomadas na organização frente ao mix de produtos e serviços. BIBLIOGRAFIA BÁSICA SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão de custos. 2ª ed. Curitiba: IBPEX, 2012. CRUZ, June Alisson Westard. Gestão de Custos: perspectivas e funcionalidades. Curitiba: Intersaberes, 2014. SANTOS, Luiz Fernando Barcellos dos. Gestão de custos: ferramentas para tomada de decisão. Curitiba: Intersaberes, 2014. SILVA, Ernani João, GARBRECHT, Guilherme Teodoro. Custos empresariais: uma visão sistêmica do processo de gestão de uma empresa. Curitiba: Intersaberes, 2016. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos: aplicação em empresas modernas. 3 ed. São Paulo: Altas, 2010. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de Custeio Comparados: Custos e Margens Analisados sob Diferentes Perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. TÉCNICAS AVANÇADAS DE ANÁLISE DE CUSTOS AULA 1 Profª Neide Borscheid Mayer 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à disciplina de Técnicas Avançadas de Análise de Custos. O objetivo desta disciplina é promover a compreensão de que há diferentes formas para se estruturar um sistema de custeio, procurando sempre a maneira mais adequada de fazer com que cada empresa gere informações úteis e tempestivas, que permitam o efetivo controle e, como consequência, ajudem a organização a alcançar seus objetivos estratégicos. Ao longo desta aula, analisaremos as possibilidades de implementar um sistema de custeio com enfoque no produto ou no departamento e, a partir dessa perspectiva, a classificação dos custos por nível de responsabilização. Veremos, ainda, que a informação gerada deve permitir a comparação do desempenho com base tanto nos dados históricos quanto nas estimativas futuras, tendo em vista que qualquer desvio precisa ser constatado rapidamente de forma a implementar ações de correção, quando necessário, ou de adequação das previsões realizadas. Da mesma forma, há metodologias que permitem comparar esse desempenho com indicadores de mercado. O indicador de que trataremos nessa aula é o que chamamos de Inflação da Empresa, que viabiliza a medição rápida das alterações nos custos e despesas da empresa (Padoveze, 2010, p. 454). Desejamos a você um excelente aproveitamento da disciplina. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Vivenciamos, já há algum tempo, um crescente nível de competitividade entre as organizações de contextos nacional e internacional. Essa competitividade leva as empresas a uma constante busca de diferenciais e de otimização de processos necessários à manutenção de índices adequados de qualidade, rentabilidade, eficiência e produtividade. Nesse contexto, a gestão de custos e a própria atividade intrínseca à contabilidade das empresas assume um papel importante no processo decisório, pois subsidia os usuários com informações, sejam financeiras ou não, precisas e tempestivas para a tomada de decisão. Por isso, o objetivo desta aula é contextualizar os aspectos estruturais da gestão e análise de custos. 3 Para que a gestão de custos consiga cumprir com o seu propósito e atuar efetivamente em um contexto estratégico, deve acompanhar e gerenciar informações de todos os níveis produtivos, além de conhecer com profundidade as atividades e os processos das organizações. Com base nessas informações geradas, a instituição deve ter clareza em relação à margem de lucro praticada por produto ou serviço vendido, identificar se o preço de venda adotado está ou não adequado, qual é a contribuição no resultado por cada unidade de negócio ou departamento, dos índices de perdas produtivas, entre muitas outras informações do negócio. TEMA 1 – ABORDAGENS INICIAIS DE CUSTOS PARA PLANEJAMENTO E CONTROLE Para que as organizações consigam cumprir seus objetivos com níveis de eficiência e eficácia adequados, as atividades são divididas e estruturadas em funções administrativas. Essas funções são classificadas em planejamento, organização, direção e controle. A gestão de custos corresponde a uma das partes dessas funções, vamos descobrir de que forma? 1.1 O que significa planejamento? Planejar é definir com antecedência as ações a serem desenvolvidas e a forma como serão estruturadas as atividades para que a empresa consiga atingir os seus objetivos. Drucker (2006) diz que “plano é uma direção”. Nesse sentido, são analisados os possíveis cenários futuros para se definir o melhor caminho a ser seguido a fim de alcançar o resultado esperado. Na fase de planejamento, a alta administração das empresas define o resultado ou a rentabilidade que se espera para os períodos analisados. A partir desses dados, a gestão de custos tem a responsabilidade de atuar junto das demais equipes da empresa para analisar a capacidade produtiva e a força de vendas disponível, e definir, por exemplo, os volumes de produção, as horas de trabalho necessárias para conseguir atender a demanda esperada, bem como gerar informações detalhadas e precisas dos custos e margens de lucro individualizados de cada produto ou processo. Utilizando ferramentas de gestão, ocorrerá que, no orçamento, por exemplo, na fase de planejamento, serão definidos os volumes de venda de cada 4 item da empresa e, para conseguir atender a essa demanda, a quantidade de matéria-prima, mão de obra e demais insumos e estrutura necessários. Vamos utilizar como exemplo uma confeitaria. Na fase de planejamento, é definida a quantidade de bolos, por sabor, que se pretende vender em determinado período, para que se consiga atingir a lucratividade esperada. Com base nessa informação, é necessário apurar quantos confeiteiros precisarão trabalhar nessa atividade, os turnos de trabalho, a quantidade de equipamentos para produção e armazenamento, além, da matéria-prima e dos insumos (ingredientes para produção) que devem ser adquiridos a cada período para viabilizar a demanda de venda prevista. 1.2 E depois do planejamento, qual é o próximo passo? Uma vez que a empresa já definiu os objetivos a serem atingidos, é necessária uma estruturação nos processos e nas atividades para que isso, de fato, possa ser alcançado. Essa é a fase a que se refere à Organização. Nesse momento, trabalha-se de forma integrada e consultiva com todas as áreas da empresa, tendo em vista que os processos das diferentes áreas acabam se interligando uns aos outros e influenciando seus resultados. Nesse momento, entramos no aspecto diretivo, ou seja, a função de Direção, que tem o propósito de gerir as atividades em si, direcioná-las como o próprio nome indica, para garantir que os processos sejam desenvolvidos de acordo com a estruturação e definição realizadas. Essas atividades são desenvolvidas por cada departamento ou área em si, de acordo com as responsabilidades que foram previamente estabelecidas na fase de organização. Depois vem a fase de controle, que, para Martins (2010, p. 305), “significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e origens e tomar atitudes para correção”. Esse é o momento em que a equipe responsável pela gestão de custos das organizações mais atua, pois fica constantemente acompanhando se aquilo que foi previsto e pré-definido como meta efetivamente foi realizado. Identificadas as divergências, são estabelecidas medidas tempestivas para correção dos desvios. Ainda de acordo com Martins (2010), por mais completo que seja o sistema de custeio, sempre serão identificadas divergências entre o realizado e o previsto, porque ocorrem influências do mercado que não são controláveis pela empresa. Porém,é essencial que esses desvios sejam identificados de forma 5 rápida e que se atue para correção, evitando, assim, perdas e prejuízos desnecessários. TEMA 2 – CUSTOS POR PRODUTO VERSUS CUSTOS POR DEPARTAMENTO Como pudemos constatar, a atividade de controle é um dos pontos vitais para uma adequada gestão de custos. Nesse sentido, ao se implementar um sistema de custeio, é preciso analisar as várias possibilidades de estruturação das informações para garantir que, efetivamente, contribuam com o controle e a gestão. Uma das visões de custo que deve ser definida diz respeito ao sistema de acumulação por produto ou por departamento. Sistema de acumulação de custos representa a forma com que os custos são transferidos aos produtos. (Portal de auditoria, S.d.) Saiba mais Leia mais sobre sistemas de acumulação de custos em <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-gerencial_sistema- acumulacao-custos.htm>. Entendemos como departamento, em contabilidade de custos, “uma unidade operacional representada por um conjunto de homens e/ou máquinas de características semelhantes, desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área” (Perez Junior; Oliveira; Costa, 2008, p. 50). Essa definição tem relação direta com a responsabilização, porque, para cada departamento, deve haver um responsável com poder de gestão sobre os custos dessa unidade operacional. Segundo Martins (2010), normalmente, um Departamento é um centro de custos, porque nele são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos ou a outros Departamentos. Qual o melhor cenário, dentro dessas duas visões: produto ou departamento? Na apuração do custo dos produtos para avaliação de estoques, uma das possibilidades é o de apropriar os custos diretos diretamente nos produtos ou serviços, e os custos indiretos, nos departamentos para, depois, passarem a compor o custo do produto ou serviço em si. 6 Quando se opta pelo enfoque mais centrado no custo por produto, deve- se ter em mente que esse produto passa por diversos departamentos, até que esteja disponível para venda, ou seja, o custo será acumulado pelas diferentes fases de produção, não havendo necessariamente uma responsabilidade única identificável por ele, o que poderia dificultar a atividade de controle. Isso ocorre porque, para determinar o custo de cada produto, a acumulação ocorre pelos setores, departamentos e fases de produção e, posteriormente, é rateada ou alocada para cada quantidade produzida. Ratear significa alocar os custos acumulados de forma proporcional aos produtos ou aos centros de custo. Por outro lado, a análise dos custos por departamento simplifica o sistema de apuração porque, de acordo com Martins (2010), ocorre numa fase do processo normal. Nesse sistema de acumulação, tanto os custos diretos quanto os indiretos são alocados ao departamento e somente depois são apropriados ao produto. Vamos a um exemplo: a empresa Delta apurou, no mês de setembro/20XX, os custos de produção apresentados a seguir para compor os custos dos produtos em estoque: Figura 1 – Exemplo de custos de produção Fonte: Adaptado de Martins, 2010, p. 307. 7 Da tabela apresentada, verificamos que o custo total de produção do período foi de R$ 5.700.000,00, além disso, há custos que podem ser identificados diretamente no Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00) e há custos que foram gerados em outros departamentos e não são gerenciáveis ou controlados pelo Departamento Alfa (R$ 240.000,00 e R$ 3.000.000,00). Nesse cenário, a empresa Delta pode fazer as seguintes opções de análise: 1. Cada setor faz o controle e a gestão dos custos incorridos diretamente no seu departamento. Assim, haveria relatórios com a informação dos custos gerenciáveis pelo Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00) e outros dos custos a serem rateados (R$ 240.000,00), analisados no departamento de origem (administrativo, almoxarifado, manutenção etc.). Ao optar por essa visão, as análises dos custos incorridos com as projeções são realizadas em cada um dos departamentos. Caso sejam identificadas distorções significativas, a identificação da origem e responsabilidade fica facilitada. A vantagem que podemos destacar nessa forma de controlar os custos é de que a apuração não sofre influência de critérios de rateio muitas vezes arbitrários. 2. Outra opção seria a de analisar os custos em sua totalidade, somando, nos relatórios, os custos gerados diretamente no Departamento Alfa com os custos gerados por outros departamentos e rateados ao Departamento Alfa (R$ 2.460.000,00 + R$ 240.000,00). Em relação a essa opção, a vantagem é a de que seriam analisados, de fato, todos os custos consumidos, porém, o nível de assertividade nesse modelo dependerá da identificação e escolha dos direcionadores de custos adequados e reais (critérios de rateio). Se isso não for possível, a primeira opção trará uma qualidade melhor das informações. TEMA 3 – CUSTOS POR RESPONSABILIDADE E CUSTOS CONTROLÁVEIS Como vimos, sob o enfoque de controle e nível de identificação de responsabilidades da gestão de custos, o sistema de acumulação por departamento permite uma gestão mais facilitada. Dentro desse contexto, é possível detalhar e qualificar ainda mais as informações geradas, classificando os custos como controláveis e não controláveis. 8 Esse detalhamento não gera um novo sistema de acumulação, mas sim, dentro do sistema escolhido (por exemplo, departamentalização), relatórios auxiliares com a abertura da classificação em custos controláveis e não controláveis. Os custos não controláveis são aqueles gerados no departamento, em função de decisões tomadas por nível hierárquico diferente do gestor direto da unidade operacional em análise (Martins, 2010). Esse é o caso, por exemplo, dos custos com depreciação. A depreciação corresponde ao reconhecimento da perda de vida útil dos bens, por obsolescência ou desgaste. O investimento nesses bens, como é o caso das máquinas e equipamentos, é definido pela alta administração, cabendo ao gestor direto do departamento somente a utilização desses equipamentos na produção. Nesse caso, a depreciação é uma consequência de uma decisão tomada por outra gestão e inevitável dentro do departamento. Os custos controláveis, por sua vez, de acordo com Martins (2010, p. 309), são os que estão diretamente sob responsabilidade e controle de determinada pessoa cujo desempenho se quer analisar e controlar. Um exemplo de custos efetivamente controláveis no departamento são as matérias-primas e os insumos utilizados na produção. Nesse exemplo, o gestor tem gerência direta sobre quando e como consumir esses custos, influenciando diretamente sobre a eficiência e eficácia desse consumo. A abertura das informações nos níveis mencionados caracteriza o Custeio por Responsabilidades, ou seja, é a separação dos custos pelos diferentes níveis de responsabilidade (Martins, 2010). TEMA 4 – BASES PARA COMPARAÇÃO E ESTIMATIVAS DE CUSTOS Seguindo na mesma linha de gestão de custos sob o enfoque de controle e responsabilização, uma vez definidos os sistemas de acumulação e as classificações dos custos incorridos, é essencial acompanhar de forma tempestiva o desempenho de cada departamento e dos centros de custos com os planejamentos e objetivos previstos. Uma das maneiras de avaliar o desempenho atual é confrontar o resultado de determinado período (mês, semestre, ano) com o realizado em períodos anteriores, ou com a média do desempenho dos períodos anteriores, por exemplo: 9 O Departamento Delta apurou os custos controláveis e não controláveis do mês de novembro/20XX e confrontou o resultado por unidade com o desempenho no mês imediatamente anterior: Figura 2 – Exemplo de apuração de custos Fonte: Adaptado de Martins, 2010. Como podemosconstatar no exemplo apresentado, o foco maior da análise das variações está nos custos controláveis, uma vez que o departamento apresenta gestão sobre eles para implementar ações corretivas necessárias. Caso sejam identificadas variações significativas e desproporcionais por meio da base comparativa, é possível realizar ação assertiva para implementar medidas corretivas. Além disso, para que a base comparativa seja de fato efetiva, é preciso levar em consideração também a estimativa dos custos, que corresponde a uma projeção dos recursos necessários para a produção em períodos futuros. Essa estimativa é elaborada considerando as expectativas de alteração nos volumes de produção, as mudanças previstas nos projetos dos produtos ou até mesmo dos materiais utilizados, a implementação de novas tecnologias, entre outros aspectos. Um ponto importante a ser destacado quando se trata de comparações de informações é o de que se deve adotar sempre o mesmo critério e/ou métrica para apuração dos valores (passados, atuais e estimados). Dessa forma, se garantirá que a análise será realizada sempre com a mesma base de informações. Nas próximas aulas, falaremos mais a respeito de como essa estimativa é elaborada. DEPARTAMENTO DELTA REALIZADO PLANEJADO DIFERENÇA REALIZADO por unidade PLANEJADO por unidade DIFERENÇA por unidade REALIZADO por unidade PLANEJADO por unidade DIFERENÇA por unidade CUSTOS CONTROLÁVEIS 2.200.000R$ 2.105.960R$ 94.040R$ Materiais - Compras Diretas 1.800.000R$ 1.728.000R$ 72.000R$ 250R$ 240R$ 10-R$ 235R$ 240R$ 5R$ Mão-de-obra Direta 150.000R$ 161.250R$ 11.250-R$ 200R$ 215R$ 15R$ 216R$ 215R$ 1-R$ Despesas Variáveis 250.000R$ 216.710R$ 33.290R$ 150R$ 130R$ 20-R$ 145R$ 140R$ 5-R$ CUSTOS NÃO CONTROLÁVEIS 180.000R$ 180.000R$ -R$ Depreciação 50.000R$ 50.000R$ -R$ Aluguel 80.000R$ 80.000R$ -R$ Manutenção preventiva definida pelo departamento Beta 50.000R$ 50.000R$ -R$ CUSTOS TOTAIS DO DEPARTAMENTO 2.380.000R$ 2.285.960R$ 94.040R$ NOVEMBRO / 20XX OUTUBRO / 20XX 10 TEMA 5 – INFLAÇÃO DA EMPRESA Outra forma de medir o desempenho da empresa em determinado período é calcular a inflação interna gerada pela empresa. De acordo com Padoveze (2010, p. 454), “a inflação da empresa é a variação média ponderada dos preços dos custos e despesas em determinado período”. Para que se consiga apurar esse índice, é necessário que a empresa apresente um sistema de custos bem detalhado, porque o cálculo deve ser inicialmente realizado item a item e, depois, consolidado em grupos maiores dos quais esses custos e despesas fazem parte (materiais diretos, mão de obra direta etc.). 5.1 Qual é a finalidade desse índice? A utilização da inflação da empresa é interessante para fins comparativos com os índices oficiais do país ou do setor onde atua, ou seja, compara-se a inflação da empresa com a inflação geral do mercado econômico em que a empresa está inserida. A partir dessa análise, é possível avaliar se (Francischetti; Padoveze; Farah, 2006): a. O aumento ou a manutenção dos preços de venda está acompanhando a desvalorização do dinheiro. b. O aumento ou a manutenção dos preços de venda está acompanhando o aumento dos custos dos produtos. c. O aumento dos preços de venda é maior do que o aumento médio ponderado dos custos e despesas da empresa. Para que essa comparação seja assertiva e tempestiva, é recomendada a apuração mensal da inflação interna e a acumulação em períodos maiores, para que se tenha uma visão, além da mensal, anual e semestral, por exemplo. 5.2 Cálculo da inflação da empresa O primeiro passo para calcular a inflação é definir o escopo da análise que se pretende realizar. Esse escopo, conforme Padoveze (2010), pode ser da inflação geral da empresa, de um departamento ou uma divisão, por linha de produtos etc. 11 Para facilitar a compreensão do cálculo da inflação da empresa, iniciamos com um exemplo simples. Vamos utilizar somente uma matéria-prima para esse cálculo, de acordo com os dados apresentados a seguir: Preço unitário pago em outubro/20XX (Preço Médio Ponderado) R$ 3,00. Preço unitário pago em novembro/20XX (Preço Médio Ponderado) R$ 3,30. Inflação Interna = [(R$ 3,30 – R$ 3,00 ) / R$ 3,00] . 100. Em nosso exemplo, a Inflação interna apurada no mês foi de 10%. Como você pode notar, o cálculo é relativamente simples, porém, torna- se mais complexo quando aplicado a todos os demais custos e as despesas da empresa. Nesse caso, é necessário considerar o índice de participação dos materiais no todo para que a análise esteja mais próxima da realidade, ou seja, efetua-se a ponderação, também, dos custos e despesas. Para ficar mais claro, vamos exemplificar o cálculo da inflação dos materiais diretos, considerando hipoteticamente que essa empresa utiliza três tipos de materiais diretos na sua produção, conforme a imagem apresentada a seguir: Figura 3 – Cálculo da inflação Fonte: Adaptado de Martins, 2010. A partir das informações apresentadas na imagem, podemos calcular a inflação interna desses materiais, considerando a variação de preços e o peso que cada material tem no valor total despendido. 12 Figura 4 – Inflação interna Fonte: Adaptado de Martins (2010). Como você pode verificar no desenvolvimento do exemplo, a inflação interna dos materiais diretos dessa empresa no mês de novembro foi de 5%. Sendo a variação no preço calculada da mesma maneira que no primeiro exemplo apresentado e o percentual de participação do material no total adquirido no mês calculado considerando: % Participação = (valor total de cada material / valor total) . 100 Para calcular a inflação geral da empresa, é possível utilizar a metodologia demonstrada no nosso exemplo, ou, conforme Padoveze (2010), considerar a participação de cada produto no mix de vendas. Para que o índice apurado efetivamente represente a empresa, é importante garantir que as informações estejam bem estruturadas e que espelhem, de fato, a realidade da empresa. Quando ocorrer uma variação muito significativa nos custos e nas despesas, é prudente fazer uma avaliação da acurácia do percentual apurado. Outro cuidado destacado por esse autor diz respeito ao repasse do índice inflacionário ao preço de venda, porque há uma variável que também precisa ser considerada, a produtividade. Enquanto a inflação aumenta o custo dos produtos, a produtividade o diminui, por isso, precisa ser considerada proporcionalmente no cálculo final do preço de venda. TROCANDO IDEIAS Ao longo desta aula, conseguimos perceber que, quando se trata de gestão de custos nas organizações, não há, necessariamente, um modelo que possa ser considerado melhor ou pior, uma vez que todas as empresas têm especificidades e características próprias, por isso o acompanhamento e o 13 controle são fundamentais. Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas para que o controle ocorra de maneira mais assertiva e tempestiva possível e que, quando for identificado algum desvio significativo do que havia sido previsto, as ações corretivas sejam implementadas. Compartilhe com seus colegas as metodologias que você conhece nessa gestão dos custos e mencione os pontos positivos e negativos desse modelo. Saiba mais Caso você não tenha experiência ou conhecimento sobre esse tipo de ferramentas, você pode conhecer alguns modelos nos links a seguir: O uso do orçamento na gestão de custos: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/orcamento-de- custos-como-instrumento-de-planejamento-e-controle-da-empresa/16359>.O uso do PDCA na gestão de custos: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-contribuicoes-do- metodo-pdca-no-gerenciamento-de-custos-e-riscos-de-projetos/82512/>. O uso de dashboards de indicadores-chave na gestão de custos: <https://pmisp.org.br/document-repository/15sigp/179-15sigp-proposta-de- dashboard-aplicado-a-operacao-de-indicadores-de-custo-e-prazo-em- gerenciamento-de-projetos-de-engenharia-com-aplicacao-de-um-estudo-de- caso/file>. NA PRÁTICA Imagine-se como responsável pela definição do sistema de acumulação de custos de determinada empresa do ramo alimentício e que apresenta os seguintes dados para apuração de custos: Figura 5 – Dados para apuração de custos Fonte: Adaptado de Martins, 2010. 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 1.1. Custos Diretos 270.000,00R$ Matérias-primas (ingredientes) 100.000,00R$ Embalagens 20.000,00R$ Mão-de-obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) 150.000,00R$ 1.2. Custos Indiretos 17.000,00R$ Depreciação (forno, geladeira, congelador, etc) 5.000,00R$ Consumo de materiais Indiretos (limpeza, manutenção, etc) 12.000,00R$ 14 Quais seriam os possíveis direcionadores de custos (critérios de rateio) que poderiam ser utilizados para alocar o custo ao produto em relação aos valores comuns a todos os itens produzidos de forma que o valor do custo do produto seja o mais próximo do real? FINALIZANDO Ao longo desta aula, vimos a importância da gestão de custos nas funções de planejamento e controle das organizações, auxiliando a tomada de decisão por meio do fornecimento de informações úteis e tempestivas de seu desempenho econômico-financeiro, previsto e realizado. Vimos, ainda, que, para cumprir com esse propósito, há diferentes formas para promover a acumulação de custos, podendo, por exemplo, ser por departamento ou por produto. A escolha dependerá da realidade de cada empresa frente à robustez do sistema de controle vigente e do nível de responsabilização por ela já utilizado. Essa definição impactará na eficiência da análise e tomada de decisão, que deve ser realizada frente às variações identificadas daquilo que foi previsto para o atingimento dos objetivos estratégicos das empresas e do que, de fato, foi realizado. Outro aspecto importante tratado no tema 5 diz respeito à inflação interna gerada, que é uma opção interessante de análise, frente ao desempenho da empresa com ela mesma e com o mercado de forma geral, uma vez que os índices oficiais do país tratam essa inflação de forma genérica, sem levar em consideração as particularidades de cada empresa. Assim, a inflação interna espelha exatamente o comportamento das variações de preços dos insumos especificamente dessa organização. 15 REFERÊNCIAS BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. DRUCKER, P. HSM Management. São Paulo, n. 54, ano 10, v.1, jan.-fev. 2006. FRANCISCHETTI, C. E.; PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. Porquê e como calcular a inflação interna da empresa. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/>. Acesso em: 13 nov. 2017. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10 ed. São Paulo: Altas, 2010. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. PEREZ JR., J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão Estratégica de Custos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. REDAÇÃO Indústria Hoje. O que são custos diretos e indiretos de produção? Disponível em: <https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos-diretos-e- indiretos-de-producao>. Acesso em: 20 nov. 2017. SCHIER, C. U. da C. Gestão de Custos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011. SISTEMAS de acumulação de custos. Portal de auditoria. Disponível em: <http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-gerencial_sistema- acumulacao-custos.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. 1 Profª Neide Borscheid Mayer Técnicas Avançadas de Análise de Custos Aula 1 Conversa Inicial O objetivo dessa disciplina é promover a compreensão de que há diferentes formas para se estruturar um sistema de custeio Temas da aula Tema 1 – Abordagens iniciais de custos para planejamento e controle Tema 2 – Custos por produto versus custos por departamento Tema 3 – Custos por responsabilidade e custos controláveis Tema 4 – Bases para comparação e estimativas de custos Tema 5 – Inflação da empresa Tema 1 – Abordagens iniciais de custos para planejamento e controle 2 Drucker (2006) diz que “plano é uma direção.” O que significa planejamento? sh u tt er M /s h u tt er st oc k A gestão de custos tem a responsabilidade de atuar junto com as demais equipes da empresa para analisar a capacidade produtiva e a força de vendas disponível E depois do planejamento, qual o próximo passo? A rt 3 d /s h u tt er st oc k Tema 2 – Custos por produto versus custos por departamento “Sistema de acumulação de custos representa a forma com que os custos são transferidos aos produtos.” Fonte:<http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/ contabilidade-gerencial_sistema-acumulacao-custos.htm>. 1ª Opção Apropriar os custos diretos diretamente nos produtos ou serviços, e os custos indiretos serem apropriados aos departamentos para depois passarem a compor o custo do produto ou serviço em si 3 2ª Opção Tanto os custos diretos quanto os custos indiretos são alocados ao departamento e somente depois serão apropriados ao produto Qual o melhor cenário, dentro dessas duas visões: produto ou departamento? Tema 3 – Custos por responsabilidade e custos controláveis Os custos não controláveis são aqueles gerados no departamento, em função de decisões tomadas por nível hierárquico diferente do gestor direto da unidade operacional em análise. (Martins, 2010) Custos controláveis e não controláveis Custos controláveis, de acordo com Martins (2010, p. 309), são os que estão diretamente sob responsabilidade e controle de uma determinada pessoa cujo desempenho se quer analisar e controlar A abertura das informações nesses níveis caracteriza o custeio por responsabilidades 4 Tema 4 – Bases para comparação e estimativa de custos Uma vez definidas as visões de custos, é essencial acompanhar de forma tempestiva o desempenho de cada departamento e centro de custos com os planejamentos e objetivos previstos Para que a base comparativa seja de fato efetiva, devemos levar em consideração também a estimativa dos custos, que corresponde a uma projeção dos recursos que serão necessários para a produção em períodos futuros Tema 5 – Inflação da empresa A inflação da empresa é a variação média ponderada dos preços dos custose despesas em determinado período (Padoveze, 2010, p. 454) Inflação da empresa A utilização da inflação da empresa é interessante para fins comparativos com os índices oficiais do país ou do setor em que essa atua 5 Volume de out/2017 – 110.000 Kg Preço unit. pago out/2017 R$ 3,00 Volume de nov/2017 – 100.000 Kg Preço unit. pago em Nov/2017 R$ 3,30 (...) (...) Inflação interna = (R$ 3,30 – R$ 3,00) / R$ 3,00 ) . 100 Inflação interna = 10% Na Prática Imagine-se como responsável pela definição do sistema de acumulação de custos de uma determinada empresa do ramo alimentício, a qual apresenta os seguintes dados para apuração de custos: 1.1 Custos diretos R$ 270.000,00 Matérias‐primas (ingredientes) R$ 100.000,00 Embalagens R$ 20.000,00 Mão de obra direta (cozinheiros e assistentes de cozinha) R$ 150.000,00 1.2 Custos indiretos R$ 17.000,00 Depreciação (forno, geladeira, congelador etc.) R$ 5.000,00 Salário do gerente de produção R$ 10.000,00 Consumo de materiais indiretos (limpeza, manutenção etc.) R$ 2.000,00 Quais seriam os possíveis direcionadores de custos (critérios de rateio) que poderíamos utilizar? Finalizando 6 Ao longo dessa aula, vimos: A importância da gestão de custos nas funções de planejamento e controle das organizações A existência de diferentes formas e visões de informações para promover a acumulação de custos Que a inflação interna da empresa também é um indicador de desempenho Referências BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. DRUCKER, P. HSM management. São Paulo, n. 54, ano 10, v.1, jan- fev. 2006. FRANCISCHETTI, C. E.; PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. Porque e como calcular a inflação interna da empresa. RAU – Revista de Administração da Unimep. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/ 2737/273720539003/>. Acesso em: 4 maio 2018. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10 ed. São Paulo: Altas, 2010. O QUE são custos diretos e indiretos de produção? Redação Indústria Hoje, 16 nov. 2014. Disponível em: <https://www.industria hoje.com.br/o-que-sao- custos-diretos-e- indiretos-de-producao>. Acesso em: 4 maio 2018. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. SCHIER, C. U. da C. Gestão de custos. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 7 TÉCNICAS AVANÇADAS DE ANÁLISE DE CUSTOS AULA 2 Profª Neide Borscheid Mayer 2 CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à aula 2 da disciplina de Técnicas Avançadas de Análise de Custos. Ao longo desta aula, você será apresentado a uma metodologia de controle gerencial dos custos das organizações chamada custo-padrão, que tem o propósito de servir como uma meta viável dos custos de produção como um todo. Além disso, essa metodologia tem foco na análise das variações identificadas em relação ao custo real e na responsabilização e correção daqueles pontos que não seguiram à meta pré-definida. Como você pode perceber, o objetivo desta disciplina é gerar em você habilidades e competências que permitam a sua formação como tomador de decisão e como analista das informações geradas por meio da contabilidade. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO Na aula 1, vimos que a gestão e o controle de custos das organizações cumprem um papel essencial porque contribuem para o alcance de seus objetivos e resultados estratégicos. Ao longo da aula 2, estudaremos a metodologia chamada de Custo- Padrão, que representa a informação do custo mais adequado que se espera atingir em determinado volume e nas condições de produção previamente definidos. Na literatura, você encontrará a menção a duas metodologias diferentes de custo-padrão, uma chamada Ideal, que podemos entender como uma metodologia em desuso, e a que chamamos de Corrente, sobre a qual refletiremos ao longo desta aula. O custo-padrão ideal não é recomendado, porque, segundo Martins (2010), trata-se de um custo que leva em consideração um cenário perfeito, no qual a empresa sempre trabalharia com 100% de sua capacidade, sem paradas não programadas, com a manutenção preventiva ocorrendo de maneira perfeita e com base em estudos precisos de tempos e movimentos, utilizando como referência, por exemplo, o funcionário mais eficiente do processo e o montante mínimo de perdas. A utilização desse custo-padrão ideal traria à organização a 3 sensação de uma meta inatingível e, por consequência, não seria respeitada pelos gestores responsáveis pelos processos. E do que se trata, então, esse custo-padrão corrente? Veremos esses e demais pontos nos próximos 5 temas da aula, esperamos que aproveite e consiga extrair o melhor deste conteúdo. TEMA 1 – CUSTO-PADRÃO: CONCEITOS DE CUSTO-PADRÃO, FINALIDADES E UTILIDADES DO CUSTO-PADRÃO O custo-padrão tem como objetivo principal auxiliar a gestão no processo de controle e planejamento de custos, porque se trata de um custo normativo, um custo objetivo, ou seja, um custo que se deseja alcançar (Padoveze, 2010). Por meio desse método, a empresa consegue compreender e fornecer um padrão de comportamento para os custos, bem como utilizar esse referencial para compará-lo aos custos reais incorridos no período. Não se trata de um método ou critério de contabilização de custos, como é o caso do de Absorção ou Variável, mas sim uma técnica auxiliar (Martins, 2010). Nesse contexto, os objetivos principais estão associados a (Padoveze, 2010, p. 407): a. Determinação do custo devido, ou seja, o custo correto. b. Definição de responsabilidades e obtenção do comprometimento dos responsáveis por cada atividade padronizada. c. Avaliação de desempenho e eficácia operacional. Isso se deve pelo fato de que o controle somente será efetivo quando houver uma ação gerencial para correção das distorções identificadas e de medidas inibidoras de repetições de erros ou problemas incorridos. Quanto mais tempestivo e assertivo for esse processo, melhores serão os resultados alcançados pela organização (Bornia, 2010). Considerando que o custo-padrão pode ser compreendido como uma meta a ser atingida, é importante garantir que se consiga um efeito psicológico positivo dos gestores envolvidos no processo, ou seja, que eles se sintam motivados e engajados a, de fato, trabalhar no sentido de alcançá-la. Martins (2010) entende que esse efeito somente será alcançado com uma construção adequada dessa meta, de forma que ela seja desafiadora, porém, que apresente um alvo possível de ser atingido. Essas metas normalmente são definidas para 4 um período de curto e médio prazos e sofrem revisões periódicas sempre que for identificada alguma distorção ou alteração do processo. Ainda nesse sentido, é essencial haver seriedade no tratamento e saneamento das distorções identificadas entre o Padrão e o Real, de modo que essa postura deve partir da alta administração e ser disseminada a todos os demais níveis das empresas. Na sequência, veremos como deve ser realizada a fixação e apuração do custo-padrão. TEMA 2 – FIXAÇÃO DO PADRÃO A fixação do custo-padrão, com o detalhamento de informações que permita a identificação das origens das distorções, deve ser definida em quantidades (por exemplo, quilos) e em valores (por exemplo, preço por quilo e total), porque, por vezes, a variação pode ser originada de uma perda de material ou alteração na composição do produto em si (quantidade), por exemplo, e, em outras, por algum acréscimo de custo na aquisição de determinado material, seja por troca de fornecedor ou algum evento externo da organização. Nesse cenário, o custo real, que será utilizado para comparaçãocom o custo-padrão, também deve seguir essa mesma estruturação. Isso se aplica a todo os tipos de custos, como mão de obra, horas-máquina, quilowatts etc., por isso, recomenda-se que essa definição ocorra em conjunto com as equipes técnicas, de engenharia e contabilidade (Martins, 2010). A construção do custo-padrão, de acordo com Padoveze (2010), é realizada por tipo de material, como detalharemos na sequência. 2.1 Materiais diretos Os materais diretos são aqueles que fazem parte da composição do produto, como é o caso da matéria-prima e das embalagens. As quantidades e os tipos de materiais necessários para produzir cada um dos produtos são definidos no que chamamos de estrutura do produto, ou ficha técnica do produto. A estruruta do produto, ou ficha técnica, pode ser entendida como a “receita” para produção desse produto, com o detalhamento de tipo de material a ser utilizado com as suas respectivas quantidades. Essa estrutura é definida pela equipe de desenvolvimento do produto ou engenharia. 5 Como no processo produtivo há, normalmente, uma quantidade inevitável de perda ou refugo de materais, dentro de condições técnicas ou científicas já conhecidas, esse montante também é considerado na ficha técnica para cômputo do material a ser consumido (Padoveze, 2010). Em relação ao preço padrão, deve-se sempre utilizar um preço livre de encargos, ou seja, negociado na condição de pagamento à vista e, de acordo com Padoveze (2010), aqueles obtidos em boas negociações de compra. A atualização periódica do referido valor pode levar em consideração a inflação interna da empresa. 2.2 Mão de obra direta Mão de obra direta é aquela relacionada aos colaboradores que trabalham diretamente no processo de fabricação do produto. A apuração da quantidade de horas despendidas para cada fase do processo, assim como a quantidade de colaboradores necessários, dependerá do nível tecnológico e automatizado do processo produtivo. Há situações em que essas informações podem ser obtidas por meio de sistemas computadorizados e, em outras, é necessária a apuração de tempos e movimentos com base em estudos de cada processo envolvido (Padoveze, 2010). O valor da hora de mão de obra direta leva em consideração a remuneração e os encargos dos trabalhadores, de forma genérica (Padoveze, 2010), por exemplo, apurando-se o custo médio horário de cada processo ou atividade. 2.3 Custos indiretos variáveis Os custos indiretos variáveis são aqueles utilizados diretamente na produção, porém não fazem parte do produto em si. São classificados como variáveis, porque aumentam proporcionalmente ao volume de produção. Podemos citar como exemplo o consumo de energia elétrica. A apropriação desse tipo de custo se dá por meio de rateio e o critério de apropriação deve ser definido de acordo com a atividade desenvolvida. Padoveze (2010, p. 410) afirma que “a atividade a ser escolhida como base para construção das taxas pré determinadas de custos indiretos variáveis deve ter 6 uma relação causal com os diversos custos indiretos variáveis”. Além disso, deve ser de fácil compreensão para posterior responsabilização, para fins de controle (por exemplo: horas máquinas trabalhadas, quantidade de produto final etc.). 2.4 Custos indiretos fixos Custos indiretos fixos, da mesma forma, são gerados na produção, porém seu montante não varia em função do volume de produção, assim como não fazem parte diretamente do produto. Como exemplo, podemos citar a depreciação do prédio da fábrica. Assim como acontece com os custos indiretos variáveis, os custos indiretos fixos são alocados aos produtos por meio de rateio e os critérios são normalmente atribuídos, de acordo com Padoveze (2010), em função da capacidade produtiva e não em função de volumes realizados. 2.5 Periodicidade de construção do custo-padrão A prática mais utilizada para elaboração do custo-padrão se dá a partir de uma data-base. “A elaboração do custo-padrão leva em consideração as metas projetadas dentro de um período de seis meses a um ano, por exemplo” (Padoveze, 2010, p. 412). Em função do nível de detalhamento e do grau de complexidade da informação, o custo-padrão não precisa necessariamente ser definido para a empresa como um todo no momento da sua implantação, mas ser iniciado nas áreas e nos processos mais relevantes e críticos. Gradualmente, o escopo pode ser ampliado junto com o amadurecimento no sistema de controle e gestão. Além disso, é importante que se realize uma revisão periódica sempre que houver alguma alteração significativa que possa afetar o custo de produção (aumento de matéria-prima, alteração no processo fabril etc.). TEMA 3 – CUSTO-PADRÃO: CUSTO-PADRÃO E ORÇAMENTO, INFLUÊNCIA DAS VARIAÇÕES DE PREÇO, CONTABILIZAÇÃO DO CUSTO-PADRÃO Quando se trata de controle, as organizações utilizam vários tipos de ferramentas como apoio. Uma das mais comuns e importantes é o Orçamento, em que as empresas estabelecem os custos que efetivamente devem incorrer, com base no volume de vendas e na produção do período. “Os custos orçados 7 têm por base antecipar os gastos que deverão ser consumidos e que afetarão o custeamento dos produtos” (Padoveze, 2010, p. 405). 3.1 Mas qual a diferença para o custo-padrão? O custo-padrão também pode ser entendido como um tipo de orçamento, “a diferença é que essa meta tende a forçar o desempenho da produção por ser normalmente fixado com base na suposição de melhoria contínua de aproveitamento dos fatores de produção” (Martins, 2010, p. 318). Em virtude disso, é necessário que se tenha em mente que o custo-padrão sempre é mais rigoroso do que de fato deve ser orçado. Por outro lado, a utilização do custo-padrão para elaboração do orçamento pode trazer um nível de assertividade maior nas projeções orçamentárias, porque fornece informações mais adequadas por se basear nos melhores parâmetros de eficiência e acaba gerando um atributo de confiabilidade das metas estabelecidas (Monzo; Pagnani, 2003). A utilização orçamentária pressupõe uma gestão tempestiva e assertiva das variações identificadas ao longo do ano, de forma a identificar as reais causas que as geraram. Nesse sentido, o custo-padrão deve servir como elemento facilitador para compreensão da origem do problema, viabilizando a tomada de decisão eficaz e rápida e que permitirá a empresa realinhar as operações aos seus objetivos estratégicos, quando for o caso, ou, até mesmo, rever as definições orçamentárias que podem não estar mais adequadas em função de uma alteração significativa dos custos e processos. 3.2 Custo-padrão: influência das variações de preços O custo-padrão pode ser utilizado como elemento inicial para a formação de preços de venda, porque “ele traz os elementos necessários para parametrizar um preço de venda ideal” (Padoveze, 2010, p. 408), por mais que depois possa sofrer algum ajuste devido às exigências do mercado. Porém, o aspecto de que trataremos nesse tópico diz respeito à definição do preço de venda, que será considerado para fixação do padrão, e à análise da variação em relação ao real. Há um elemento importante que precisa ser considerado caso a empresa viva em um período de alta inflação: se o preço estabelecido para o custo-padrão 8 partir de uma estimativa para o ano todo, possivelmente os valores considerados para os meses iniciais serão maiores do que os efetivamente praticados. Por outro lado, no segundo semestre, os valores serão menores que os preços praticados, de modo que “sempre existirá um erro na previsão dessa oscilação de preços, além da necessidade de se estudar o que provavelmente mudará no preço de cada fator de produção” (Martins, 2010, p.320). Para corrigir esses erros, a empresa pode utilizar, como forma de adoção dos preços, aquele fixado na data em que é elaborado(final do ano anterior, por exemplo) e ao realizar a comparação com o real, desconsiderar ou deduzir as variações ocorridas em função da inflação, com isso, as variações que restarão serão efetivamente aquelas a serem analisadas para correção (Martins, 2010). 3.3 Contabilização do custo-padrão Como a utilização do custo-padrão ocorre numa esfera de contabilidade gerencial e controladoria, não há, necessariamente, a obrigatoriedade de sua contabilização (Martins, 2010). É possível trabalhar com as bases por meio de relatórios complementares ou especiais (utilizando o Excel, por exemplo) para confrontar o custo-padrão com o custo real. A sua gestão e seu tratamento podem seguir o mesmo método utilizado pela empresa para utilização do orçamento, porém, a forma adotada deve permitir o acompanhamento frente às contas contábeis utilizadas (Padoveze, 2010). Por meio da padronização contábil às normas internacionais, é permitido o uso do custo-padrão como valoração contábil dos estoques, desde que o valor apurado seja próximo ao valor real dos custos. Essa definição foi realizada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, pelo Pronunciamento Técnico CPC 16, que estabelece: Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo- padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das condições correntes. As variações relevantes do custo- padrão em relação ao custo devem ser alocadas nas contas e nos períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo. Nessa situação, a empresa deve realizar a contabilização completa de todos os valores do custo-padrão, já registrando, por exemplo, as compras e a 9 folha de pagamento com as diferenças identificadas registradas em contas especiais (Martins, 2010). Como já havíamos visto nos temas anteriores desta aula, para ser considerado custo para valoração dos estoques, o custo-padrão deve sofrer uma revisão periódica para, de fato, espelhar a realidade da produção frente aos níveis normais de eficiência de utilização dos insumos e da utilização da capacidade produtiva. Há, também, a possibilidade de a contabilização para valoração dos estoques ocorrer de forma mista. Martins (2010) traz como o exemplo a forma de contabilização de parte considerar o custo real e outra o custo-padrão, em que os custos alocados à produção poderiam se dar a partir do real e àqueles considerados para os produtos acabados e em elaboração, serem valorados a custo-padrão. 3.3.1 E o que fazer com as diferenças identificadas entre o custo real e o padrão? As diferenças identificadas e contabilizadas em contas especiais devem ser tratadas de forma que sejam eliminadas. Seguindo as premissas dos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, esses valores acabam sendo incorporados ao custo do estoque, para que ele de fato espelhe o custo real da empresa (Martins, 2010). A melhor forma de registro e controle do custo-padrão dependerá da realidade de cada empresa frente ao nível de requinte do sistema de controle adotado. TEMA 4 – PADRÃO VERSUS CUSTO REAL Como vimos, o custo-padrão é o custo que se deseja alcançar, ou seja, uma meta. Então, para que de fato ele cumpra seu propósito, após a apuração do custo real é fundamental comparar esse real com o custo-padrão para verificar se houve variações e, caso isso seja confirmado, analisar as diferenças para adoção de medidas de correção. Quando tratamos de análises de materiais, elas normalmente se fundamentam na equação de custos, que é o resultado da multiplicação do preço unitário dos fatores de custo pelas quantidades utilizadas desses insumos industriais (Padoveze, 2010, p. 413). Ou seja: 10 Custo do Insumo = Preço do Insumo x Quantidade de Insumo Utilizada No entanto, para que possamos ser assertivos na análise e tomar as medidas corretivas adequadas, é importante saber se a diferença se originou no preço ou no volume consumido. Em função disso, Padoveze (2010, p.414) apresenta um esquema genérico de análise que apresentamos a seguir: Figura 1 – Esquema de análise Fonte: Padoveze, 2010. Sendo: A = Quantidade Real x Preço Real B = Quantidade Real x Preço-padrão C = Quantidade-padrão x Preço-padrão Para compreender melhor, vamos exemplificar: digamos que determinada empresa apurou os seguintes resultados no mês em relação ao desempenho de custos exclusivamente em relação aos materiais diretos de fabricação: Quadro 1 – Composição do custo-padrão para os materiais diretos Fonte: Padoveze, 2010. MATERIAIS DIRETOS QUANTIDADE- PADRÃO PREÇO UNITÁRIO PADRÃO (R$) CUSTO- PADRÃO (R$) Material A 4.250 101,00 429.250 Material B 100.000 3,50 350.000 CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 104.250 104,50 779.250 11 Quadro 2 – Composição do custo real para os materiais diretos Fonte: Padoveze, 2010. Nos quadros apresentados, a empresa já apurou os custos padrão e real, agora, basta confrontar os dois para apurar as variações: Quadro 3 – Composição das variações no confronto do custo-padrão com o custo real para os materiais diretos Fonte: Padoveze, 2010. Quadro 4 – Quantidade estimada para produção pelo custo-padrão e a quantidade efetivamente produzida no período Fonte: Padoveze, 2010. A partir das informações obtidas, vamos analisar a origem das variações, como demonstramos a seguir: Análise das variações – Material A: A = Quantidade Real x Preço Real A = 4.325 x R$ 102 A = R$ 439.420 B = Quantidade Real x Preço-Padrão B = 4.325 x R$ 101 B = R$ 436.825 MATERIAIS DIRETOS QUANTIDADE REAL PREÇO UNITÁRIO REAL (R$) CUSTO REAL (R$) Material A 4.325 101,60 439.420 Material B 101.950 3,00 305.850 CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 106.275 104,60 745.270 12 C = Quantidade-Padrão x Preço-Padrão C = 4.250 x R$ 101 C = R$ 429.250 Análise de Variação de preço do Material A: (A – B) = R$ 439.420 – R$ 436.825 (A – B) = R$ 2.595 Análise de Variação da quantidade do Material A: (B – C) = R$ 436.825 - R$ 429.250 (A – B) = R$ 7.575 Variação total desfavorável do Material A = R$ 2.595 + R$ 7.575 = R$ 10.170. Em nosso exemplo hipotético de análise do Material A, constatamos que o custo real foi maior do que havia sido previsto pelo custo-padrão, o que demonstra uma situação desfavorável. Essa variação originou-se tanto no consumo do volume de material quanto no preço previsto. Como temos a informação de que foi produzida uma quantidade maior de produtos acabados do que havia sido previsto, podemos concluir que foi por esse motivo que houve a diferença identificada no volume. A variação do preço, por sua vez, precisaria ser investigada e analisada junto ao setor responsável para que se possa tomar a decisão adequada no processo. Na sequência, apresentamos exemplos de situações que geram tais variações. Há situações em que as variações ocorrem tanto em relação ao preço quanto na quantidade consumida, o que Martins (2010) classifica como variação mista, por isso é importante identificar a variação de cada uma dessas variáveis de forma isolada, bem como a materialidade de cada uma delas, para, posteriormente, tomar as medidas corretivas quando necessário. O motivo dessa separação se deve à atribuição de responsabilidades, porque, como vimos em Martins (2010), quem responde pelas variações de quantidadesconsumidas refere-se a uma área diferente daquela que responderá pelas variações de 13 preço. Normalmente, a primeira deve ser respondida pela equipe de produção e, a segunda, pela de compras ou suprimentos. Nem sempre é fácil identificar a causa que gerou a variação, que é o fator- chave a ser descoberto. Podemos elencar alguns exemplos que podem vir a ocorrer. Quando se trata de variação no volume de materiais consumidos, isso pode ocorrer, por exemplo, pelos seguintes motivos (Martins, 2010): A máquina utilizada para produção não estar calibrada e estar gerando uma perda superior a aceitável. Baixa qualidade do material utilizado, o que gera um consumo maior do que o previsto. Mão de obra não qualificada, o que levou a um aumento no consumo de materiais. Já quando se trata de variações de preços, Martins (2010) elenca alguns exemplos, que demonstramos a seguir: Inclusão de novo fornecedor para que a empresa não fique na dependência dos atuais. Compra mal realizada por ineficiência da equipe responsável pelas compras. Compra emergencial para atender à demanda e impedir a parada de linha de produção. Nas variações identificadas no consumo de materiais, para algumas situações serão viáveis medidas de correção e regularização de processo, para outras, pode ser necessária a realização de adequação do custo-padrão para o exercício seguinte. TEMA 5 – TRATAMENTO CONTÁBIL DAS VARIAÇÕES, INFLAÇÃO E CUSTO- PADRÃO Como vimos, a incorporação do custo-padrão à contabilidade não é obrigatória, porém, possível, como estabelece o CPC 16. Há diferentes formas para realizar tais registros, detalharemos uma dessas possibilidades na sequência. 14 No formato que detalharemos, todos os custos incorridos, sejam diretos, indiretos, fixos e variáveis, são alocados ao custo de produção em processo, derivados das aquisições de materiais e utilização de mão de obra, entre outros, e à medida que os produtos acabados são transferidos ao estoque ou aos clientes, em caso de produção por encomenda, baixados pelo custo-padrão. (Martins, 2010). Dessa forma, as variações originadas pela diferença entre o custo real e o custo-padrão são mantidas na conta de produção em processo até a data da realização do fechamento do balanço patrimonial, momento em que sofrem os ajustes contábeis necessários de acordo com os padrões e princípios contábeis. Em função da grande quantidade de itens a serem analisados, a análise dessas variações é realizada em controle paralelo, fora da contabilidade. A conta de Produtos Acabados permanece com o valor do produto avaliado de acordo com o custo-padrão e, em virtude disso, o CPV também é registrado de acordo com o padrão, até a data do balanço Patrimonial. Como fiscalmente o custo-padrão não é aceito para apuração do imposto de renda e contribuição social pelo regime de Lucro Real, é importante lembrar que o valor do CPV, nesses casos, deve ser ajustado no Livro de Apuração do Lucro Real de acordo com a legislação vigente, nos períodos necessários. Para ficar mais claro esse modelo de contabilização, exemplificaremos a partir de dados hipotéticos. Quadro 5 – Detalhamento da apuração do custo real e do custo-padrão de determinado período Fonte: Padoveze (2010). Para simplificar a explicação e facilitar o entendimento, partimos do princípio de que todo o estoque adquirido no período foi consumido na produção do período em análise. Além disso, consideraremos que, das 800 unidades 15 produzidas, 650 unidades foram vendidas durante o mês, e as demais permaneceram em estoque. A partir dos dados apresentados no quadro, a contabilização seria realizada da seguinte forma: 1º Lançamento para alocação à conta contábil de Produção em Processo utilizando o valor do custo real: D – Produção em Processo R$ 305.000 C – Estoque materiais diretos R$ 185.000 C – Estoque materiais indiretos R$ 26.000 C – Mão de obra R$ 94.000 2º Transferência do custo dos produtos acabados pelo valor do custo-padrão: D – Produtos Acabados R$ 290.000 C – Produção em Processo R$ 290.000 A partir desses lançamentos, as contas contábeis de Produção em Processo e Produtos Acabados ficam com os seguintes saldos: Quadro 6 – Saldo Fonte: Padoveze (2010). Como você pode observar, na conta contábil Produção em Processo, manteve-se um saldo equivalente a R$ 15.000, que se originou da variação desfavorável entre o custo real em relação ao custo-padrão. Como o custo-padrão total dos produtos acabados foi de R$ 290.000 e a quantidade produzida foi de 800 unidades, sabemos que o custo por unidade é de R$ 362,50 (R$ 290.00 / 800 = R$ 362,50). Com essa informação, já podemos calcular o valor do Custo dos Produtos Vendidos (CPV), que será apropriado ao resultado nesse período, ou seja, à quantidade vendida (650 unidades) 16 multiplicada pelo custo-padrão unitário (R$ 362,50), então o valor do CPV a ser contabilizado é de R$ 235.625: D – Custo dos Produtos Vendidos R$ 235.625 C – Produtos Acabados R$ 235.625 Quadro 7 – Custo dos produtos vendidos Fonte: Padoveze (2010). Agora, você deve estar se perguntando qual é o tratamento que daremos às variações que permaneceram registradas na conta de Produção em Processo. Ao final do período contábil, momento em que é realizado o Balanço Patrimonial da empresa, essa diferença deve ser direcionada às contas adequadas. Nesse sentido, seguindo as definições dos princípios contábeis, em nosso exemplo hipotético, parte dessa diferença deve ser direcionada à conta de Produtos Acabados, proporcionalmente aos produtos que permanecem em estoque, o restante deve ser alocado à conta de Custo dos Produtos Vendidos. D – Produtos Acabados R$ 2.813 D – Custo dos Produtos Acabados R$ 12.187 C – Produção em Processo R$ 15.000 Quadro 8 – Custo dos produtos vendidos Fonte: Padoveze (2010). 17 Utilizando esse formato de contabilização, o Custo dos Produtos Vendidos permanece avaliado pelo custo-padrão ao longo do exercício, que pode ser um ano ou um trimestre, por exemplo, e ajustado ao custo real para fins de elaboração do balanço patrimonial (Martins, 2010). 5.1 Inflação e custo-padrão A inflação representa o índice de aumento geral de preços do país. Em função disso, em períodos de inflação muito alta, a análise da performance de custos das organizações, a partir do custo-padrão, pode ser prejudicada, caso não se realize uma atualização constante, o que pode gerar um esforço muito grande, ou acionar mecanismos para que se isole o efeito da inflação na variação identificada em relação ao custo real. Outro aspecto que precisa ser ressaltado é que o índice de inflação divulgado para cada país leva em consideração todos os segmentos e as regiões, ou seja, pode ser que a inflação real da organização seja diferente do índice geral. Em função disso, para que a empresa mantenha esse controle e, de fato, possam considerar o custo-padrão como uma meta que não seja prejudicada em função das flutuações de preço, a atualização utilizando os indicadores de inflação interna, estudada na aula 1, pode ser uma opção interessante (Padoveze, 2010). De acordo com esse Padoveze, com isso, mantém-se um controle adequado dos preços, diferenciando o aumento decorrente da inflação interna e o aumento desproporcional a esse fator. TROCANDO IDEIAS Como vimos ao longo dessa aula, o custo-padrão é uma excelente ferramenta de controle gerencial, uma vez que estabelece um objetivo a ser alcançado em termos de consumo e utilização de recursos no setor produtivo da empresa. Além disso, identifica e trata de forma tempestiva as variações identificadas ao longo dos períodos. Saiba mais Mecca et al. (2015), realizaram um estudo em uma empresa no setor de injeção de plástico, verificandoa importância da utilização do custo-padrão na 18 tomada de decisão da referida organização. Esse artigo científico, intitulado “Utilização do custo-padrão como ferramenta de auxílio aos gestores na tomada de decisão”, encontra-se disponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4031/4032>. Leia o artigo dos autores citados anteriormente e discuta com seus colegas os pontos fortes e fracos percebidos na implantação e gestão do custo- padrão nas organizações. NA PRÁTICA Para reforçar o entendimento do conteúdo, que tal apurar as variações do Material B do exemplo desenvolvido no tema 4 desta aula e, posteriormente, proceder com a contabilização dessas movimentações? Lembrando, somente, que não será possível contabilizar o CPV desse material em função de não termos a informação do custo total e da quantidade vendida no período. As informações necessárias para a resolução são as apresentadas a seguir: Quadro 9 – Composição do custo-padrão para os materiais diretos Quadro 10 – Composição do custo real para os materiais diretos MATERIAIS DIRETOS QUANTIDADE- PADRÃO PREÇO UNITÁRIO PADRÃO (R$) CUSTO- PADRÃO (R$) Material A 4.250 101,00 429.250 Material B 100.000 3,50 350.000 CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 104.250 104,50 779.250 MATERIAIS DIRETOS QUANTIDADE REAL PREÇO UNITÁRIO REAL (R$) CUSTO REAL (R$) Material A 4.325 101,60 439.420 Material B 101.950 3,00 305.850 CUSTO COM MATERIAIS DIRETOS 106.275 104,60 745.270 19 Quadro 11 – Composição das variações no confronto do custo-padrão com o custo real para os materiais diretos Quadro 12 – Quantidade estimada para produção pelo custo-padrão e a quantidade efetivamente produzida no período FINALIZANDO Ao longo desta aula, fomos apresentados à metodologia de controle gerencial de custos, chamado custo-padrão, e compreendemos a importância de as organizações fixarem metas exequíveis, porém desafiadoras, para engajar todos os níveis hierárquicos ao atingimento dos objetivos estratégicos propostos. Além disso, descobrimos o modo como esse custo-padrão deve ser elaborado e que é essencial que se proceda a análise daquilo que foi estimado ao custo realmente incorrido na produção de cada período. Dessa forma, é possível identificar a real causa da variação, que pode ser favorável ou desfavorável, levando à tomada de decisão. Vimos, ainda, que os normativos contábeis permitem a utilização desse custo, desde que montante seja próximo ao real, e conhecemos uma das formas possíveis para efetivar os registros contábeis. 20 REFERÊNCIAS BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. FRANCISCHETTI, C. E.; PADOVEZE, C. L.; FARAH, O. E. Porque e como calcular a inflação interna da empresa. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/>. Acesso em: 13 nov. 2017. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Altas, 2010. MECCA, M. S.; FRANZOI, T. de F. M. et al. Utilização do custo padrão como ferramenta de auxílio aos gestores na tomada de decisão. Disponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4031/4032>. Acesso em: 5 fev. 2018. O QUE são custos diretos e indiretos de produção? Indústria Hoje, 16 nov. 2014. Disponível em: <https://www.industriahoje.com.br/o-que-sao-custos- diretos-e-indiretos-de-producao>. Acesso em: 20 nov. 2017. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PEREZ JUNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. SCHIER, C. U. da C. Gestão de custos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011. http://www.redalyc.org/html/2737/273720539003/ 1 Profª Neide Borscheid Mayer Técnicas Avançadas de Análise de Custos Aula 2 Conversa Inicial Ao longo dessa aula, vocês serão apresentados a uma metodologia de controle gerencial dos custos das organizações chamada custo-padrão Temas da aula Tema 1 – Custo-padrão: conceitos de custo- padrão, finalidades e utilidades do custo- padrão Tema 2 – Fixação do padrão Tema 3 – Custo-padrão: custo-padrão e orçamento, influência das variações de preço, contabilização do custo- padrão Tema 4 – Custo-padrão versus custo real Tema 5 – Tratamento contábil das variações, inflação e custo-padrão 2 Tema 1 – Custo- padrão: conceito, finalidade e utilidade Segundo Padoveze (2010), os objetivos principais estão associados ao custo- padrão são: Determinação do custo que deve ser, ou seja, o custo correto Definição de responsabilidades e obtenção do comprometimento dos responsáveis por cada atividade padronizada Avaliação de desempenho e eficácia operacional O custo-padrão pode ser compreendido como uma meta a ser atingida haver/SHUTTERSTOCK Tema 2 – Fixação do padrão A fixação do custo- padrão, com o detalhamento de informações que permita a identificação das origens das distorções, deve ser definida em quantidades (por exemplo, quilos) e em valores (por exemplo, preço por quilo e total) 3 A construção do custo- padrão deve ser realizada por tipo de material: Materiais diretos Mão de obra direta Custos indiretos variáveis Custos indiretos fixos A prática mais utilizada para elaboração do custo-padrão é a partir de uma data-base A elaboração do custo- padrão leva em consideração as metas projetadas dentro de um período de seis meses a um ano, por exemplo Tema 3 – Custo-padrão e orçamento, influência das variações e preço e contabilização “O custo-padrão é uma espécie de orçamento, a diferença é que essa meta tende a forçar o desempenho da produção por ser (...) Custo-padrão e orçamento (...) normalmente fixado com base na suposição de melhoria contínua de aproveitamento dos fatores de produção.” (Martins, 2010, p. 318) O preço considerado como custo-padrão pode ser aquele fixado na data em que é elaborado e, ao realizar a comparação com o real, desconsiderar ou deduzir as variações ocorridas em função da inflação Custo-padrão e influência das variações de preços 4 Numa esfera de contabilidade gerencial e controladoria, não há, necessariamente a obrigatoriedade de sua contabilização (Martins, 2010) Contabilização do custo-padrão Porém, o custo-padrão pode ser utilizado como forma de valoração dos estoques, conforme CPC 16 Tema 4 – Custo-padrão versus custo real O custo-padrão é o custo que se deseja alcançar, ou seja, uma meta Então, após a apuração do custo real é fundamental comparar esse real com o custo- padrão para verificar se houveram variações e analisar as diferenças para adoção de medidas de correção As variações podem se originar tanto em relação ao volume consumido quanto ao preço de custo do material 5 Além disso, a variação pode ser considerada favorável ou desfavorável Ambas necessitarão medidas de correção Tema 5 – Tratamento contábil das variações e inflação Há diferentes formas para realizar os registros contábeis do custo-padrão Na sequência exemplificaremos um desses métodos Quadro com o detalhamento da apuração do custo real e do custo-padrão de determinado período Considerando a quantidade vendida (650 unidades) multiplicada pelo custo- padrão unitário (R$ 362,50), o valor do CPV a ser contabilizado é de R$ 235.625: 6 Em relação às variações, parte dessa diferença deverá ser direcionada à conta de Produtos Acabados, proporcionalmente aos produtos que permanecem em estoque, e o restante alocado à conta de Custo
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