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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ANTÔNIO GARCIA FILHO DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA ANATOMIA HUMANA GERAL NERVO OCULOMOTOR, NERVO TROCLEAR E NERVO ABDUCENTE Discentes: Gardênia Batista de Oliveira Larissa Greice Ribeiro da Silva Natália Cruz Soares Salim José França Emídio Docente: Prof. Dr. Paulo A. Galvanini Lagarto, Sergipe 26/05/2021 Nervo Oculomotor III O nervo oculomotor é o terceiro par de Nervos cranianos, é um nervo motor que penetra na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se e inervando a maioria dos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial e oblíquo inferior. O reto lateral e o oblíquo superior são inervados, respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. O núcleo do nervo oculomotor se encontra no assoalho do aqueduto mesencefálico situado na altura do colículo superior, constitui um conjunto de núcleos denominados complexo oculomotor. Pode ser separado em parte somática e parte visceral. A parte somática contém neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da pálpebra que, após trajeto ventral, emergem na fossa interpeduncular com o nome de nervo oculomotor. Já o segmento visceral é conhecido como núcleo de Edinger-Westphal, contendo os neurônios préganglionares parassimpáticos e fazendo sinapse no gânglio ciliar, sendo responsável pela inervação do músculo ciliar e do músculo esfíncter da pupila, importantes no reflexo do diâmetro pupilar (fotomotor). Fonte: MACHADO, Ângelo B.M. Neuroanatomia funcional. 3. Ed O seu trajeto começa partindo dos núcleos, as fibras correm verticalmente no tegmento do mesencéfalo e emergem junto à face medial dos pedúnculos cerebrais, na fossa interpeduncular ou basal. O nervo passa entre a artéria cerebral posterior e a artéria cerebelar superior,perfurando a dura-máter e correndo na parede lateral do seio cavernoso até alcançar a fissura orbital superior. Antes de entrar na fissura orbital superior o nervo se divide em um ramo superior e outro inferior. Os dois ramos entram na órbita através do anel tendinoso, de onde se originam os músculos retos do bulbo ocular. Fonte: MACHADO, Ângelo B.M. Neuroanatomia funcional. 3. Ed Aplicação clínica Os tumores da região da pineal são lesões incomuns que podem ser derivadas do parênquima da glândula pineal ou de células germinativas. Mais raramente ocorrem outros tipos celulares, como metástases ou tumores gliais. As manifestações clínicas mais comuns são relacionadas à compressão do teto mesencefálico e, consequentemente, do aqueduto mesencefálico (aqueduto de Silvius), ocasionando hidrocefalia. A compressão da lâmina quadrigêmea (teto mesencefálico) causa defeito da acuidade visual e também pode ocasionar uma síndrome conhecida como Síndrome de Parinaud (síndrome mesencefálica dorsal). Nessa condição ocorre a compressão dos colículos superiores ali situados, bem como dos núcleos do nervo oculomotor e de Edinger-Westphal. Clinicamente essa síndrome se manifesta como a dificuldade do movimento vertical do olhar, (especialmente para cima), nistagmo convergente, perda dos reflexos de acomodação pupilar à luz e consensual. (Paciente de 2 anos de idade com manifestação clínica da Síndrome de Parinaud.) Fonte: https://mrdoctor.org/parinaud-syndrome/ Nervo Troclear Nervo Troclear – é o IV nervo dos XII nervos cranianos. Ele possui fibras eferentes, por isso é classificado como um nervo motor. O seu núcleo está localizado ao nível do colículo inferior do tronco cerebral (encefálico), conectados ao córtex cerebral pelas fibras corticonucleares. Ele emerge da parte anterior do pedúnculo cerebral. A Origem aparente do nervo troclear no crânio é a mesma que os nervos III E VI, que é a fissura orbital superior. A sua trajetória começa quando ele emerge da face posterior do mesencéfalo no véu medular superior - sendo o único nervo craniano que se origina da face posterior do tronco encefálico - depois disso ele contorna o mesencéfalo pela cisterna ambiens, seguem abaixo do nervo oculomotor, cruza entre as artérias cerebelar superior e cerebral posterior, perfuram a dura-máter e percorrem na parede lateral do seio cavernoso, entre o nervo oculomotor e o nervo oftálmico, para, então, alcançarem as fissuras esfenoidais e emerge do crânio pela fissura orbitária superior, passando ao lado do anel tendinoso. Passam medialmente sobre o nervo óptico e inervam o músculo oblíquo superior. O nervo troclear recebe esse nome justamente pelo fato do músculo que ele inerva fazer movimento de flexão por uma polia (que em latim se chama trochleae), o que propicia determinando um movimento do bulbo ocular para baixo (depressão) e para dentro (adução), em movimento de intorção. Aplicação clínica Uma paralisia do 4º nervo craniano afeta os movimentos oculares verticais. Ela incapacita o músculo oblíquo superior, causando paresia do olhar vertical, principalmente durante a adução. Poucas causas foram identificadas, com frequência ela é idiopática. As possíveis causas podem ser uma lesão craniana fechada (comum), que pode causar paralisias unilaterais ou bilaterais, também como um infarto decorrente de doença de pequenos vasos (p. ex., no diabetes). Causas raras desta paralisia incluem aneurismas, tumores (p. ex., meningioma transtentorial, pinealoma) e esclerose múltipla. A paralisia do oblíquo superior pode causar visão dupla devido ao desalinhamento dos olhos (o cérebro percebe uma imagem com duas direções diferentes), afetando um ou ambos os olhos. A visão dupla pode ser vertical (uma imagem em cima da outra), diagonal (vertical e horizontalmente separada) e menos frequentemente torcional (girada ou torcida). O fenômeno de torção ocorre com maior frequência nos casos adquiridos de paralisia do oblíquo superior. A paralisia congênita (presente no nascimento) geralmente não causa visão dupla na infância, uma inclinação da cabeça pode ser o único sinal. A inclinação da cabeça é comum na paralisia oblíqua superior. A posição anormal da cabeça permite um melhor alinhamento dos olhos, algumas vezes auxiliando no alívio da diplopia. A suspeita de paralisia do quarto nervo craniano é feita com base nos sintomas. O exame pode detectar deficiência sutil da motilidade ocular, promovendo o aparecimento de sintomas, mas não de sinais. Tomografia computadorizada (TC) ou imagem por ressonância magnética (RM) do cérebro pode ser realizada. Se for identificada, a causa da paralisia do 4º nervo craniano é tratada. Os exercícios oculares podem ajudar através do uso de óculos prismáticos. Os prismas mesclam duas imagens em uma, inclinando a luz e ajustando a visão, mas não fortalecem os músculos oculares. Se o prisma não for eficaz, pode-se cobrir um olho pode aliviar a visão dupla. A paralisia geralmente se resolve ao longo do tempo, se ela não desaparecer, com o tempo a cirurgia pode ser necessária. A cirurgia geralmente minimiza a visão dupla, reduz o desvio e corrige uma inclinação compensatória da cabeça. É realizada em um ou ambos os olhos, dependendo da extensão do desalinhamento ocular, da alteração do desalinhamento em diferentes direções do olhar, da quantidade de inclinação da cabeça e da quantidade de torção. Nervo Abducente O nervo abducente é do tipo motor (eferente de fibras somáticas gerais). Seu núcleo se localizano colículo facial do tronco encefálico, nesta região, localiza-se o núcleo do abducente e passa o nervo facial que faz uma curvatura nessa região chamada de joelho do facial, assim criam uma elevação no soalho do 4º ventrículo que recebe o nome de colículo facial e é nesse colículo que está localizado o núcleo do abducente. Trajeto Com relação ao trajeto do impulso nervoso, este parte do núcleo do nervo abducente (no colículo facial) e as fibras do nervo abducente seguem anteriormente através da ponte e emergem no sulco bulbopontino, dirige-se para a frente através do seio cavernoso, situado inferior e lateral artéria carótida interna, o nervo entra na órbita através da fissura orbital superior, juntamente com os nervos oculomotor (III), troclear (IV) e oftálmico (V/1) e se dirige para os músculos do bulbo do olho, o nervo abducente é exclusivamente motor suas fibras são eferentes somáticas gerais para o músculo reto lateral do olho. É responsável pelo movimento de abdução do olho. Aplicação clínica Antes de penetrar no seio cavernoso, o VI nervo ascende junto à parte petrosa do osso temporal. O processo infeccioso do ouvido médio, afetando o osso, frequentemente com osteomielite da porção petrosa do temporal (petrosite), pode levar à paralisia do VI e VI, o quadro clínico da petrosite é caracterizado por dor retrocular, otalgia, otorréia purulenta, diplopia. A síndrome de Moebius é um distúrbio neurológico raro, não progressivo, caracterizada por paralisia facial unilateral ou bilateral e movimentos oculares extra- oculares defeituosos secundários à paralisia congênita dos nervos cranianos facial (VII) e abducente (VI). Essas características clássicas da síndrome são frequentemente acompanhadas por paralisia do nervo hipoglosso (XII), trigêmeo (V), glossofaríngeo (IX) e vago (X). As crianças afetadas geralmente apresentam esotropia congênita (desvio ocular em direção a linha média), e fácies inexpressivas e imóveis. Dependendo do padrão de envolvimento dos nervos cranianos, pode haver uma ampla gama de expressão clínica. Dificuldades alimentares devido à má coordenação de sucção e deglutição podem estar presentes na disfunção do IX e X pares cranianos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. JOTZ, Geraldo Pereira. Neuroanatomia clínica e funcional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 2. MACHADO, Ângelo B.M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2014. 3. SNELL, R.S. Neuroanatomia clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013. 4. MACHADO, Angelo B.M. Neuroanatomia funcional. 3 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2014.
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