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Eduarda Michelin ATM 2024.2 Metaplasia: adaptação à lesão tecidual e precursora da displasia –sequência do câncer. É resultado da reprogramação de células-tronco, quando as células-tronco daquele tecido –que eram de um tipo- se diferenciam para outros tipos de células também para aquele tecido, com diferente morfologia e, consequentemente, função diferente. Pode ou ser reversível, dependendo da gravidade dos danos, por exemplo. A metaplasia é acionada por estímulos do meio, que podem agir com os efeitos danosos dos microrganismos e inflamações. Uma marca da metaplasia é a mudança da identidade celular. A metaplasia pode ser induzida ou acelerada por algum tipo de estímulo anormal, como a mudança do PH, hormônios, cigarros e álcool. Nesse contexto, a célula original se adapta ao estresse do meio por meio da mudança de identidade. Exemplos: Epitélio pseudo-estratificado da traqueia e brônquios, sob a ação da fumaça do cigarro, se transforma em epitélio estratificado pavimentoso; Refluxo gástrico (esôfago de Barrett) onde o epitélio EPnQ pode sofrer transformação metaplásica em colunar com células caliciformes (epitélio glandular de tipo intestinal); Metaplasia pavimentosa do uretélio está frequentemente associada a infecções parasitárias crônicas, como a esquistossomose. Transdiferenciação: troca de uma célula adulta por OUTRO tipo de célula adulta para o mesmo tecido. Quando uma célula já diferenciada sofre alterações morfológicas –e funcional-, transformando-se em outro tipo de célula adulta. Por exemplo, uma célula adulta colunar sofre divisões, virando várias células cúbicas e um tecido estratificado. É mais difícil retornar ao estado normal. Eduarda Michelin ATM 2024.2 Tecidos Todos os tecidos são formados por células e por matriz extracelular (MEC). A MEC é composta por diversos tipos de moléculas, algumas altamente organizadas, formando estruturas complexas, como as membranas basais e as fibrilas de colágeno. As células produzem a MEC e controlam a sua composição ao mesmo tempo em que são influenciadas e controladas por moléculas da matriz. Portanto, diz-se que as células e a matriz têm continuidade física, que funcionam e respondem conjuntamente às ordens do organismo. A maioria dos órgãos é constituída de dois componentes: o parênquima, composto pelas células responsáveis pelas funções típicas do órgão, e o estroma, que é o tecido de sustentação representado quase sempre pelo tecido conjuntivo. Tecido Epitelial As principais funções são o revestimento e a secreção. Revestimento de superfícies internas ou externas ou, ainda, do corpo como um todo (pele), o que está quase sempre associado às funções de proteção, absorção de íons e moléculas e percepção de estímulos. Camadas com contato com meio externo são todas revestidas por um epitélio. A secreção ocorre tanto em células do epitélio de revestimento, quanto por glândulas –células epiteliais que se reúnem para construir estruturas específicas-. Algumas células epiteliais podem ter proteínas contrateis, as mioepiteliais. Praticamente todos os epitélios estão apoiados em tecidos conjuntivos. Nos epitélios que revestem órgãos ocos (aparelho digestivo, respiratório e urinário), esta camada de tecido conjuntivo recebe o nome de lâmina própria. Esse tecido conjuntivo serve não só para sustentar o epitélio, mas também para a sua nutrição, para trazer substâncias necessárias para as células glandulares produzirem secreção e para promover adesão do epitélio a estruturas subjacentes. A área de contato entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente pode ser aumentada pela existência de uma interface irregular entre os dois tecidos, sob forma de evaginações do conjuntivo, chamadas papilas. As papilas –projeções da derme para a epiderme- existem com maior frequência em tecidos epiteliais de revestimento sujeitos a forças mecânicas, como pele, língua e gengiva. Há Eduarda Michelin ATM 2024.2 também as cristas dérmicas, também comuns em regiões de maior atrito, que são projeções da epiderme para a derme, para facilitar a “junção” entre os tecidos. Com raras exceções, os vasos sanguíneos não penetram nos epitélios, que são avasculares – mas sempre em contato com o sangue-. Portanto, todos os nutrientes das células epiteliais devem vir dos capilares sanguíneos existentes no tecido conjuntivo subjacente. Eles se difundem pela lâmina basal e entram nas células epiteliais pela superfície basolateral, normalmente por processo de energia. Neoplasias: Adenocarcinoma –neoplasia glandular-; Carcinoma –neoplasia de origem epitelial (maioria de cânceres em humanos)-; Sarcoma –neoplasia que atinge as células mesenquimais, podendo atingir tecido conjuntivo e muscular-. Biologia dos tecidos epiteliais: o Polaridade: a distribuição de organelas é diferente nas diferentes porções da célula. Essas características bioquímicas estão associadas a cada superfície celular e, junto com os arranjos geométricos das células epiteliais, determinam a polaridade da célula. Isso significa que diferentes partes dessas células podem ter diferentes funções, assim como a membrana plasmática das células epiteliais pode ter composições moleculares diferentes em seus diferentes polos. A membrana basal e basolateral é responsável por captar nutrientes vindos do tecido conjuntivo abaixo por processos que consomem energia; receptores químicos estão localizados na membrana basolateral. Já na porção apical de células que realizam processos de absorção, há enzimas que completam os processos digestivos antes da absorção. o Inervação: A maioria dos tecidos epiteliais é ricamente inervada por terminações nervosas provenientes de plexos nervosos da lâmina própria. Além da inervação sensorial (muito presente na córnea, por exemplo), o funcionamento das células epiteliais secretoras depende da inervação que inibe ou estimula sua atividade o Renovação: ocorre por atividades mitóticas, mas tem taxa é bem variável. Pode ser rápida, como no epitélio intestinal –renova a cada semana- ou lenta, como no fígado e pâncreas. Quanto mais rápida, mais suscetível à erros, tumores. Em tecidos epiteliais de revestimentos estratificados e pseudoestratificados, as mitoses ocorrem na camada basal, onde se encontram as células-tronco desses epitélios. Nos estratificados, as novas células continuamente migram para a superfície ao mesmo tempo que as células dessa descamam. o Controle da atividade glandular: as glândulas são sensíveis tanto ao controle nervoso como ao endócrino. Esse controle se dá por terminações nervosas motoras e ação hormonal. A ação é dos mensageiros químicos, para quais as células secretoras têm receptores químicos em suas membranas; os mediadores são constituídos por hormônios ou por mediadores químicos liberados nas sinapses nervosas estabelecidas na superfície das células glandulares. Eduarda Michelin ATM 2024.2 o Transporte de íons: dividido em ativo e passivo. O transporte passivo, o que requer energia para ser efetivado, é quando há a movimentação contra uma concentração e contra um gradiente de potencial elétrico, de um local menos concentrado para mais concentrado. A passiva, que não requer ou requer muito pouca energia, é quando se está a favor do gradiente de concentração, de um local mais concentrado para menos concentrado. Junções estreitas têm um papel importante no processo de transporte. Em razão de sua relativa impermeabilidade a íons, água e moléculas grandes, elas impedem o retorno de grande parte dos materiais transportados pelo epitélio, impedindo o desperdício de energia. o Pinocitose: processo em que moléculas do meio extracelular são interiorizadas para o citoplasma por vesículas de pinocitose. É intensa nos epitélios simples pavimentosos que revestem os capilares sanguíneos e linfáticos ouque revestem as cavidades do corpo. Essas células usam vesículas para transportar moléculas entre uma cavidade e o tecido conjuntivo em que se apoiam e que este transporte pode fluir através das células em ambas as direções. o Células mioepiteliais: ao redor das unidades secretoras de algumas glândulas exócrinas (sudoríparas, lacrimais, salivares e mamárias), entre a lâmina basal e o polo basal das células secretoras ou células dos ductos, existem células epiteliais fusiformes e de forma estrelada chamadas células mioepiteliais. Elas se organizam longitudinalmente ao longo dos ductos e estão conectadas umas às outras, e às células epiteliais, por junções de adesão e desmossomos. O seu citoplasma contém inúmeros filamentos de actina e miosina, além de filamentos de queratina, confirmando sua origem epitelial. É uma célula epitelial com característica de muscular. A sua função auxiliar a expulsar as secreções para o exterior das glândulas. Também se encontram ao redor de vasos, auxiliando a manutenção da pressão dos mesmos. o Sistema neuroendócrino difuso – DNES: é um grupo de células distribuídas pelo corpo e encontradas em outros órgãos; estão em quantidades pequenas, não chegando a produzir um epitélio, mas produzindo substancias importantes e com funções diferenciada conforme o local em que são encontradas. Se originam da crista neural, um componente do sistema nervoso embrionário, com aproximadamente 35 tipos de células endócrinas isoladas, presentes no sistema digestório, respiratório, urogenital, hipófise e na tireoide. Há no pâncreas endócrino e nos melanócitos na pele. Secretam hormônios polipeptídicos e das aminas adrenalina, noradrenalina 5- hidroxitriptamina (serotonina). Esse produto pode ser transportado endócrina ou parácrinamente, regulando e coordenando a atividade do tecido como um todo. As células endócrinas do DNES são consideradas glândulas endócrinas unicelulares. As células enteroendócrinas estão dispersas pelo Eduarda Michelin ATM 2024.2 trato gastrointestinal. Importantes, também, as células C (produzem calcitonina, encontrado nos folículos tireoidiano, na tireoide, importante para a fixação do cálcio). o Células endócrinas especializadas na síntese de esteroides: são células acidófilas poliédricas ou arredondadas, com núcleo central e citoplasma geralmente com numerosas gotículas de lipídeos. São encontradas em vários órgãos do corpo, como em testículos, ovários e adrenais. O citoplasma das células secretoras de esteroides tem abundante retículo endoplasmático liso, que contêm enzimas para a sintetizar o colesterol a partir de acetato e também para transformar a pregnenolona produzida nas mitocôndrias em andrógenos, estrógenos e progestágenos. As mitocôndrias, por sua vez, são alongadas ou esféricas e contem cristas tubulares no lugar de cristas em forma de prateleira. O processo de síntese de esteroides resulta da colaboração íntima entre o REL e as mitocôndrias. o Células serosas: as células do pâncreas e das glândulas salivares parótidas são exemplos de células serosas. Essas células são poliédricas ou piramidais, têm núcleos arredondados e polaridade bem definida. Na região supranuclear há um complexo de Golgi bem desenvolvido e muitas vesículas arredondadas, envolvidas por membrana e com conteúdo rico em proteínas, chamas vesículas ou grânulas de secreção. Em células que possuem enzimas digestivas, como as células acinosas de pâncreas, essas vesículas são chamadas de grânulos de zimogênio. o Células mucosas: contém numerosos grânulos de secreção na região apical da célula e o núcleo fica normalmente situado na região basal, a qual é rica em retículo endoplasmático rugoso e onde a maioria das proteínas são sintetizadas. Os grânulos se coram fracamente e contêm muco, este que é constituído por glicoproteínas hidrofílicas. Monossacarídeos são acrescentados às proteínas por enzimas glicosiltranferases. Quando a secreção é liberada pela célula, ela se torna, assim, altamente hidratada e forma o muco, um gel viscoso, elástico e lubrificante. As células caliciformes –secretora de muco- são encontradas nos intestinos e no revestimento de grande parte da árvore respiratória. Há também diferentes células no esôfago, no estômago, em glândulas salivares, no trato respiratório e no trato genital. Lâmina basal = Membrana basal, só diferencia devido ao tipo de microscópio usado. o Lâmina basal: vista pelo microscópio eletrônico. Têm uma camada elétron- sena que constitui uma delgada rede de fibrilas (lâmina densa). Também pode apresentar uma camada de elétrons-lucentes, formando a lâmina lúcida. Em alguns casos ainda, fibras reticulares produzidas pelo tecido conjuntivo estão intimamente ligadas, formando a lâmina reticular. Eduarda Michelin ATM 2024.2 Os componentes da lâmina basal –secretados por células epiteliais, musculares, adiposas e de Schwann- são colágeno tipo IV, as glicoproteínas laminina e entactina e proteoglicanos. Além desses, as lâminas se prendem ao tecido conjuntivo por uma camada de fibrilas de ancoragem constituídas por colágeno tipo VII. As funções são várias. Adesão das células do tecido epitelial ao tecido conjuntivo subjacente. Filtrar moléculas, influenciar a polaridade, regular a proliferação e diferenciação celular, influir no metabolismo celular, servir como caminho e suporte para migração de células, etc. As lâminas basais entre células muito próximas, como os alvéolos pulmonares e glomérulos renais, são mais espessas, pois são resultado da fusão de ambas as lâminas. o A membrana basal é vista pelo microscópio ótico. É a camada abaixo de epitélios. É mais espessa, pois inclui as proteínas que estão no tecido conjuntivo próximo a lâmina basal. Portando, é “constituída” pela LB e fibras reticulares tipo III com proteínas. Suas funções variam entre orientação do crescimento, regeneração e cicatrização. Células epiteliais: As células do epitélio são poliédricas (com muitas faces) e justapostas. Entre elas, há pouca MEC. A forma das células varia muito, assim como a dos núcleos, que geralmente acompanha a morfologia celular. Apresentam uma intensa adesão mútua, podendo apresentar variações conforme o tipo de epitélio. Essa coesão é especialmente desenvolvida em epitélios sujeitos a fortes trações e pressões, como o caso da pele. A adesão é parcialmente devido à ação de coesão das caderinas –glicoproteínas-. Essas, entretanto, perdem a capacidade de adesão na ausência de Ca2+. As especializações de células epiteliais, entre outras funções, auxiliam no aumento de adesão entre as células. Eduarda Michelin ATM 2024.2 Especializações de Membrana o Domínio Basolateral É a região junto a lâmina basal –basal- e que faz o contato célula-célula –lateral-. Existência de proteínas únicas –moléculas de adesão celular – que constituem parte das especializações juncionais. Dentro desse domínio, tem-se o complexo juncional que constituem a barreira e o dispositivo de fixação entre as células epiteliais. Interdigitações são dobras das membranas que se encaixam nas interdigitações de células adjacentes; Junções de oclusão ou junções firmes são impermeáveis e formam a barreira de difusão intercelular, limitando o movimento de diversas moléculas. Por estar na porção mais apical, ela impede a migração de lipídeos e proteínas entre a porção apical e lateral, mantendo a separação físico-química desses compartimentos. Junções de adesão fornecem a estabilidade mecânica das células, criando e sustentando a unidade tecidual. Encontradas na superfície lateral. Também desempenham importante papel no reconhecimento intercelular, na morfogênese e na diferenciação. Junções comunicantes (GAP) permitem a comunicação entre as células vizinhas por passagem de pequenas moléculas, possibilitando, assim,as atividades celulares coordenadas que mantêm a homeostase dos órgãos. Desmossomos ou mácula de adesão é um tipo de junção de adesão. Eles interagem com os filamentos intermediários, sendo seus locais de ancoragem. Eles fazem uma Eduarda Michelin ATM 2024.2 fixação intercelular por meio de uma ligação particularmente forme, com uma junção semelhante a um ponto, entre as células. Estão localizadas no domínio lateral. Caso clínico: algumas pessoas produzem anticorpos contra as proteínas dos desmossomos, especialmente aquelas da pele, produzindo uma doença cutânea chamada “penphigus vulgaris”, ou epidemólise bolhosa. A ligação dos auto-anticorpos com as proteínas dos Desmossomos destrói a adesão celular, resultando na formação de bolhas que se espalham pelo corpo. Hemidesmossomos diferenciam dos desmossomos somente quanto as proteínas transmembranosas. Nos locais em que aparece –córnea, pele e na mucosa da cavidade oral, esôfago e vagina-, aparecem como se houvesse metade de um desmossomos, por isso o nome. Estão na superfície basal da célula. Fornecem maior adesão à lâmina basal. o Domínio Apical Voltado para a luz ou meio externo. Estruturas especiais para realizar funções específicas e, por isso, contêm enzimas específicas, canais iônicos e proteínas carreadoras. Microvilosidades ou Microvilos são prolongamentos contendo um núcleo de actina. Eles variam amplamente quanto a sua aparência, número e formato, relacionando-se com a capacidade absortiva da célula. Nas células absortivas intestinais, são denominadas borda estriada; já nas células dos túbulos uriníferos, é a borda em escova. As primeiras, em relação as segundas, são mais ordenadas e mais uniformes em sua aparência. Estereocílios ou estereovilosidades são microvilosidades de comprimento incomum –longas- e imóveis. Não estão amplamente distribuídos entre os epitélios. Estão limitadas ao epidídimo e às células sensoriais (pilosas) da orelha interna. Facilitam a absorção. Cílios são prolongamentos citoplasmáticos contento uma estrutura interna constituída por microtúbulos –axonema-. São modificações comuns, estando presentes em quase todas as células do organismo. São móveis, sendo capazes de mover líquidos e partículas ao longo das superfícies epiteliais. Conferem uma aparência de “cabelo cortado à escovinha”. Estão presentes nos espermatozoides em forma de flagelos, sendo prolongamentos mais longos e responsáveis pelo movimento daquele. Caso clínico: Discinesia Ciliar primária (DCP) é o nome atribuído às doenças nas quais ocorrem alterações ultraestruturais e/ou da função ciliar, com consequente alteração do transporte mucociliar. Glicocálice serve como uma barreira mecânica, fazendo a seletividade ou permeabilidade. Tem sítios receptores para moléculas alvo, sendo receptores de hormônios. Eles estabelecem os microambientes extracelulares na superfície da membrana que desempenham Eduarda Michelin ATM 2024.2 funções específicas no metabolismo, reconhecimento celular e na associação das células. Mais desenvolvido em epitélios cilíndricos com microvilos. o Disco intercalar: ocorrência de um complexo de três junções celulares – desmossomos, zônulas de aderência e junções comunicantes (GAP) -. Essa tríade ocorre só no tecido cardíaco, que fazem a adesão forte das células que garantem o funcionamento do coração como um sincício. Tipos de epitélios: se dividem entre epitélio de revestimento e epitélio glandular, o que não significa que células de um não possam atuar como as células das outras –como o revestimento do estômago, em que todas as células secretam-. o Epitélio de revestimento: É responsável por separar o tecido conjuntivo subjacente do meio externo ou de uma das cavidades do corpo, funcionando como protetor e controlador da passagem de algumas substâncias. Elas estão sempre apoiadas em algum tipo de tecido conjuntivo, que contêm os vasos sanguíneos nutridores do epitélio. As suas células se dispõe em folhetos que cobrem a superfície externa do corpo ou que revestem as cavidades internas, as grandes cavidades do corpo, o lúmen dos vasos sanguíneos, o lúmen dos órgãos ocos, tubos, etc. As membranas que combinam o epitélio com o tecido conjuntivo são a membrana cutânea –pele, epiderme e derme-, a membrana mucosa –reveste as cavidades úmidas, como boca, bexiga e intestino- ou, ainda, a membrana serosa, um epitélio simples pavimentoso mesotélio. Esse, por sua vez, envolve os pulmões e reveste a caixa torácica. O peritônio reveste a cavidade abdominal e envolve os órgãos abdominais. Por fim, tem-se o pericárdio, que é o musculo que reveste o coração. Esses epitélios são classificados de acordo com o número de camadas de células dos folhetos e conforme as suas características morfológicas. Camadas: simples -uma única camada celular, com intensa atividade metabólica-; estratificado -várias camadas celulares-; pseudoestratificadas -uma única camada celular, com núcleos em alturas diferentes, o que passa a imagem de várias camadas-. Forma das células em epitélios simples: Pavimentoso ou escamoso- células achatadas como ladrilhos e núcleos alongados. Revestem o lúmen dos vasos sanguíneos e linfáticos, constituindo o endotélio. Quando reveste Eduarda Michelin ATM 2024.2 grandes cavidades do corpo, como a pleural, pericárdica e peritoneal, e recobre seus órgãos, é chamado mesotélio. Além disso, fazem o revestimento da córnea, como mesotélio. Túnica serosa é quando onde houver o pavimentoso e adventícia onde não houver. Cúbico- células isodiamétricas, cuboides e núcleos arredondados. É encontrado na superfície externa do ovário e formando a parede de ductos excretores de muitas glândulas. Há também no revestimento interno dos tubos coletores da papila renal. Prismático, colunar ou cilíndrico- células altas, colunares, alongadas com núcleos alongados e elípticos. O maior eixo das células é perpendicular à membrana basal, assim como os seus núcleos. Está no revestimento do lúmen intestinal e do lúmen da vesícula biliar –trato digestivo. Alguns desses epitélios são ciliados, como o da tuba uterina, por exemplo, que ajuda no transporte de espermatozoides. Outros têm microvilosidades, como o revestimento interno do intestino delgado. Com estereocílios, fazem o revestimento interno do epidídimo e do canal deferente. Forma das células em epitélios estratificados: Cúbico- raro no organismo. Encontrado em curtos trechos de ductos excretores de glândulas; Prismático- também raro. Encontrado na conjuntiva do olho. Pavimentoso- se distribuem em várias camadas e a morfologia celular depende de onde as células se situam. As mais basais, próximas ao tecido conjuntivo, são normalmente cúbicas ou prismáticas. No momento em que migram para a superfície, mudam a sua forma, se tornando mais alongadas e achatadas – pavimentosas- e nomeando, assim, esse tipo de epitélio (sempre, a mais externada, usada para a nomeação). Quando essas células descamam, vão sendo substituídas por células que continuamente saem da membrana basal. Esse epitélio faz o revestimento do esôfago e de cavidades úmidas –boca, esôfago, vagina, etc-, sujeitas a atrito e força mecânica e é mais corretamente denominado EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO –na verdade, tem, mas é uma quantidade muito pequena, pois sofrem a passagem continua de muco, que retira a queratina desses epitélios-. A pele é um EPITÉLIO PAVIMENTOSO QUERATINIZADO. Nesse epitélio, as células mais superficiais morrem, perdem organelas e o seu citoplasma é ocupado por uma grande quantidade de queratina, o que confere grande proteção à superfície da pele, resistência ao atrito e impede a Eduarda Michelin ATM 2024.2 perda de líquido. As células mortas –devido à impregnação de queratina, proteína insolúvel namaioria dos solventes e muito resistente- descamam gradativamente. De transição- reveste a bexiga urinária, o ureter e a porção da uretra. É um epitélio estratificado cuja forma varia conforme o estado de distensão ou relaxamento do órgão. No caso da bexiga, quando ela está vazia, as células são mais prismáticas. Quando está cheia, mais pavimentosas. (vazia X cheia) Forma das células em pseudoestratificados: Prismático ciliado- reveste as passagens respiratórias, desde o nariz até os brônquios. Eduarda Michelin ATM 2024.2 o Epitélio glandular: Constituídos por células especializadas na atividade de secreção interna ou externa. As moléculas a serem secretadas são temporariamente armazenadas em vesículas envoltas por uma membrana, as chamadas grânulos de secreção. Essas células podem sintetizar, armazenar e eliminar glicídios, proteínas –pâncreas-, lipídeos – adrenal e glândulas sebáceas – ou complexos de carboidratos e proteínas –glândulas salivares -. As secreções variam no quesito fluidez. Eduarda Michelin ATM 2024.2 As mamárias secretam todos os três tipos de substâncias. As menos comuns são as células de glândulas que têm baixa atividade sintética, como as sudoríparas, cuja secreção é constituída principalmente por substâncias transportadas do sangue ao lúmen da glândula. Quanto a estrutura, essas células são “compostas” por duas estruturas, o parênquima glandular e o estroma. O parênquima glandular são as células secretoras de uma glândula; enquanto que o estroma glandular é o tecido conjuntivo no interior da glândula e que sustenta tudo, as células secretoras, os vasos sanguíneos, os vasos linfáticos e os nervos. As unidades secretoras de algumas glândulas – glândulas mamárias, sudoríparas e salivares - são envolvidas por células mioepiteliais. São células ramificadas que contêm miosina e um grande número de filamentos de actina. Elas são capazes de contração, agindo na expulsão da secreção dessas glândulas. A atividade de uma glândula depende principalmente de estímulos nervosos (neurotransmissores) e hormonais. As glândulas se originam a partir do epitélio de revestimento, cujas células se proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, seguido da diferenciação. O local das nossas glândulas é definido por células epiteliais que sofrem influência do ambiente onde estão sendo formadas. Para glândulas exócrinas, por exemplo, o ambiente estimula o destaque do tecido epitelial. As células sem destacamento agem nas células ao seu redor. Já as células com destacamento, endócrinas, atuam em várias células que não estão ao seu redor, justo pela passagem dos vasos sanguíneos. As glândulas podem ser classificadas de acordo com vários critérios de avaliação. Eduarda Michelin ATM 2024.2 Número de células: Unicelulares- células caliciformes (produz muco), encontrada no revestimento do intestino delgado, traqueia e brônquios. Pluricelulares- demais células. Dois tipos importantes são o ácino seroso e o túbulo mucoso. Algumas são compostas por ambas, como a glândula salivar submandibular. Os ácinos são pequenas porções secretoras formadas por células colunares ou piramidais. Apresentam um lúmen reduzido que se continua por um ducto excretor. Os seus núcleos são arredondados e ficam na porção basal, onde há muito RNA, enquanto a região apical é formada por grãos de secreção. Tem uma secreção fluida e constituída principalmente por proteínas. Está no sistema digestivo, parótida e pâncreas. (Ácino mucoso: existe em vários locais do tubo digestivo (mucosa bucal, glândulas salivares, esôfago, duodeno, sebáceas) e no aparelho respiratório. Estas glândulas podem estar isoladas ou esparsas (tecido conjuntivo da língua e nas paredes das bochechas e lábios) ou em grandes aglomerados (a glândula salivar sublingual). A porção secretora tem forma tubular, com forma desde quase retilínea até contorcida); Já os túbulos mucosos são estruturas alongadas, tubulares, variando entre únicas e ramificadas. Têm um lúmen dilatado que se continua com um ducto excretor. Suas células são largas, geralmente piramidais. Núcleos com cromatina condensada, normalmente. Local de liberação da secreção: Glândulas exócrinos- mantêm sua conexão com o epitélio do qual se originaram. Essa conexão tem a forma de ductos tubulares constituídos por células epiteliais, por onde as secreções são eliminadas, alcançando a superfície do corpo ou uma cavidade. É o caso das glândulas salivares e sudoríparas. Elas sempre têm duas porções, a secretora, responsáveis Eduarda Michelin ATM 2024.2 pelo processo secretório, e os ductos excretores, que transportam a secreção eliminada pelas células. Há classificações (após). Glândulas endócrinas- a conexão com o epitélio é obliterada e reabsorvida durante o desenvolvimento; logo, não tem ductos e suas secreções são lançadas e transportadas para o seu local de ação pela circulação sanguínea. É o caso da adrenal, hipófise e tireoide. Cordonal: formado por um maciço de células que se dispõem em cordões anastomosados entre si, entremeados por capilares sanguíneos. É o caso da adrenal, paratireoide, lóbulo anterior da hipófise, ilhotas de Langerhans do pâncreas endócrino e fígado. Vesicular: é formada por vesículas cuja parede é constituída por uma única camada celular que limita o espaço onde a secreção é acumulada. É o caso da tireoide. Glândulas anfícrinas- mistas, como no suco pancreático. Essa divisão ocorre no parênquima da célula, que tem as células endócrinas e as células exócrinas. Parte endócrina produz insulina –pela célula beta-, glucagon – pela célula alfa-, etc. Já a parte exócrina tem bicarbonato, enzimas, água, o suco pancreático. Logo, elas secretam tanto endócrino como exócrino, ou seja, uma única célula pode funcionar de ambas as maneiras. Maneira como a secreção sai: Glândulas merócrinas: sai da célula apenas o produto da secreção, sem perda de material celular. É o caso das glândulas salivares e do pâncreas exócrino. Glândulas holócrinas: toda a célula é secretada, junto com a secreção; ou seja, é um processo que envolve a destruição das células repletas de secreção. É o caso das glândulas sebáceas da pele. Glândulas apócrinas: o polo apical da célula é secretado junto com as substâncias. É o caso das glândulas sudoríparas e mamária. Tipo de secreção: Secreção mucosa- secretam muco, substância viscosa de função protetora e lubrificante, rica em mucopolissacarídeos que nas preparações histológicas aparecem fracamente coloridas. Um exemplo são as glândulas esofagianas. Secreção serosa: têm secreção fluida e rica em proteínas (glicoproteínas). Nas preparações histológicas, se colore intensamente. Um exemplo é a secreção exócrina do pâncreas e parótida. Secreção seromucosas ou mistas: têm secreção serosa e mucosa. Um exemplo é a glândula submandibular (glândula salivar). Semilua serosa ou mucosa - conforme substância abundante, mesmo a glândula sendo em maioria de outro tipo - só em glândula mista. Eduarda Michelin ATM 2024.2 Classificações glândulas exócrinas: Número de ductos- Simples: têm um ducto não ramificado, podendo ser, conforme a forma de sua porção secretora, tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas. Sudorípara –simples-. Compostas: têm ductos ramificados. Podem ser tubulares, acinosas ou mistas tubuloacionosas. Parótida, pâncreas exócrino, sublingual –composta-. Eduarda Michelin ATM 2024.2 Forma da porção: Acinosa: parótida e pâncreas exócrino. Tubulosa: mucosa intestinal e uterina. Tubuloacionosa:esôfago. Quanto ao produto de secreção: Serosa: secretam fluido proteico. Mucosa: fluido glicoproteico – muco. Mista: seromucosas. Glândula exócrina simples tubular: intestino grosso; Glândula exócrina simples tubular ramificada: estômago (igual o intestino, mas essa forma evaginações, criptas, e não vilosidades, como o intestino). Glândula exócrina simples tubular enovelada: glândula sudorípara. Glândula exócrina simples ramificada acinosa (alveolar): glândula sebácea. Útero: glândulas tubulares simples, tubular simples ramificada, tubular simples enovelada. O mesmo epitélio varia a porção secretora e o número de células, com o estágio hormonal e com o estágio de desenvolvimento daquela mulher. Glândula exócrina acinosa composta: pâncreas. Glândula exócrina tubular composta: duodeno Eduarda Michelin ATM 2024.2 Brotoeja: entupimento na glândula secretora de suor, pela superprodução do mesmo. Existem vários tipos, desde estágios mais graves, até mais leves. Glândula exócrina túbulo-acinosa composta: glândula mamária. Ela involui, diminuindo o número de células, de lobos e de lóbulos quando não está “em uso”
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