Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MATERIAL DE APOIO AULA: CÁLCULOS FARMACÊUTICOS 1) Cápsulas dobradas: Fórmulas que apresentam sais cujo peso total ultrapassa os 750mg deverão ser feita a fórmula em 02 cápsulas que conterá ½ dose de cada uma. Hidróxido de alumínio............................... 300mg Hidróxido de magnésio.............................. 300mg Simeticone.(a 50% x 2)............................ 100mg Metoclopramida........................................ 20mg Peso total: 820 mg Dividindo-se o peso de 820mg por 2, encontraremos 410mg que corresponde à cápsula n. 0, portanto deveremos fazer 02 cápsulas ao invés de 01, sem o acréscimo de excipiente, os sais desta formulação apresentam densidade aparente baixa. 2) Cálculo de excipiente para cápsula: Famotidiana................................ 25mg Cisaprida.................................... 08mg Mande 60 cápsulas. Peso total: 33 mg A menor cápsula disponível é a cápsula 03, cuja capacidade média é 200mg ou a 04 (150mg). 200mg – 33mg = 167mg x 60 = 10,02g de excipiente. 150mg – 33mg = 117mg x 60 = 6,02g de excipiente. 3) Diluição e concentração: Para calcular a concentração de uma solução preparada através da diluição de outra solução de concentração conhecida, uma proporção pode ser empregada como a seguinte: Q1 x C1 = Q2 x C2 Q1 = quantidade conhecida C1 = concentração conhecida Q2 = quantidade final a ser obtida após diluição C2 = concentração final a ser obtida após diluição Se 5mL de uma solução aquosa de furosemida 20% p/v for diluída para 10mL, qual será a concentração final de furosemida? Q1 = 5mL 5 x 20 = 10 x X C1 = 20% x = 5 x 20 / 10 = 10% p/v Q2 = 10 mL C2 = x 4) Sistema métrico: g mg = multiplique por 1000 mg µg = multiplique por 1000 g µg = multiplique por 1.000.000 µg g = divida por 1000 mg g = divida por 1000 µg g = divida por 1.000.000 5) Cálculo envolvendo produtos industrializados: Glicazida................................. 60mg (hipoglicemiante) Excipiente qsp ........................ 1 cápsula Mande 40 cápsulas A matéria-prima acima não está disponível na forma de sal para manipulação, sendo necessária a utilização do produto industrializado chamado Diamicron, que se encontra disponível nas apresentações de 80mg com 20 ou 60 comprimidos, qual o número de comprimidos de Diamicron são necessários para o aviamento da formulação acima? 60mg de Glicazida x 40 cápsulas = 2400mg : 80 mg = 30,0 comprimidos de Diamicron e q.s.p. de excipiente necessários para 40 cápsulas. 6) UI/UTR Vitamina A oleosa (palmitato) 100.000 UI/g Acetato de vitamina A pó 500.000 UI/g Vitamina D2 pó 850.000 UI/g Vitamina D2 oleosa 1.000.000 UI/g Vitamina D3 40.000.000 UI/g Vitamina E oleosa 1.000 UI/g Vitamina E pó 50% 0,5 UI/mg Thiomucase 350.000 UTR/g Heparina 100 UI/g Hialuronidase 2.000 UTR/20mg Formulação com 5000 UTR de Thiomucase. Sabendo-se que 350.000 UTR equivalem a 1g, devemos calcular: 350.000............ 1g 5.000............. x x = 0,014g de Thiomucase 7) Diluições: 7.1. Matérias-primas diluídas: As diluições podem ser originadas: Na farmácia: é realizada para a facilidade de pesagem conforme exemplo abaixo: T3 – diluição 1:1.000, devemos multiplicar por 1.000 Pelo fabricante: conforme exemplo abaixo: Selênio quelato 0,2% - devemos multiplicar por 500 PCA-Na 50% - devemos multiplicar por 2. 7.2. Matérias-primas que necessitam correção do teor de ativo: É desnecessário dizer que a não correção ou correção indevida do teor de um princípio ativo em uma forma farmacêutica, implicará em uma dosificação errada e consequentemente uma não conformidade possível de sansões legais. Todavia, em que situações deveremos fazer a correção, seja do sal para molécula base ou de uma molécula base hidratada para a forma anidra? Sabemos que não há uma regra fixa que estabeleça a necessidade ou não de correção, ora se faz e ora não se faz. O certo é que devemos sempre basear no produto farmacêutico de referência que foi primeiramente patenteado e com o qual se fez todos os ensaios farmacológicos. Fator de correção – está relacionado com o ajuste de teor, compensação da hidratação ou de uma diluição de uma substância. Fator de conversão – permite intercambiar uma substância na sua forma salina com a sua molécula base em relação a qual forma farmacêutica de referência estaria dosificada. Situações em que se emprega FC: Substância comercializada em sua forma diluída; Substância salina cujo produto farmacêutico de referência que a contém é dosificado em relação à sua molécula base; Substância comercializada na forma de sal ou base hidratada e cujo produto de referência é dosificado em relação à base ou sal anidro; Substâncias que por razões farmacotécnicas e de segurança são diluídas na farmácia; Sais minerais ou minerais aminoácidos quelatos em prescrições em que se deseja o teor elementar; Correção do teor, quando o doseamento indicar valores menores do que o mínimo especificado na monografia farmacopéica. 7.2.1. Substâncias comercializadas na forma diluída: As diluições são fornecidas no rótulo pelo fabricante ou revendedor. Cálculo do fator de correção deve ser feito para 100%. Ex.: betacaroteno 10%: FC = 10 omeprazol 8,5% : FC = 11,8 vitamina E 50% : FC = 2 7.2.2. Sal cujo produto farmacêutico de referência é dosificado em relação à molécula base: A necessidade ou não de adoção do fator de correção é determinada pelo produto de referência. FC = Peso molecular do sal / peso molecular base Ex.: Estolato de Eritromicina FC = 1056,41 (sal) / 733,94 (base) = 1,44 Acetato de Hidrocortisona FC = 404,51 (sal) / 362,47 (base) = 1,12 Sulfato de Salbutamol: Sulfato de Salbutamol (C13H21NO3)2 H2SO4 - Peso molecular = 576,7 Salbutamol base – C13H21NO3 – peso molecular = 293,3 FC = 576,7 / 293,3 = 2,41 / 2 = 1,205 O Sulfato de Salbutamol contém 2 moléculas de Salbutamol base, portanto é necessário dividir por 2. 7.2.3. Sal ou base hidratada cujo produto de referência é dosificado em relação à base ou sal anidro. A necessidade ou não de correção em relação a água de hidratação de uma substância farmacêutica é determinada em comparação com produto de referência. FC = Peso molecular sal ou base hidratada Peso molecular sal ou base anidra Ex.: Amoxicilina trihidratada FC = 419,46 (molec. hidratada) / 365,41 (molec. anidra) = 1,15 Lisinopril dihidratado FC = 441,52 (molec. hidratada) / 405,42 (molec. anidra) = 1,09 7.2.4. Diluições realizadas na farmácia: Realizadas por motivos farmacotécnicos (facilitar a pesagem ou medida) ou de segurança (dose terapêutica próxima à dose tóxica). Ex.: T3 1:1000 - FC = 1000 Triac 1: 100 - FC = 100 Diazepam 1: 10 - FC = 10 7.2.5. Compostos minerais: Devemos adotar o FC, somente quando a prescrição solicitar o teor elementar. Para minerais quelatos, o teor elementar pode variar de lote para lote, sendo necessário observar a concentração descrita no rótulo. Prescrições com minerais aminoácidos quelatos normalmente solicitam os minerais em suas concentrações elementares. Ex.: Prescrito 10 mg de Cálcio TF (sem sabor) em 60 doses. Cálcio TF = 13% Ca (10mg : 13%) x 100% x 60 = 4614 mg ou 4,62 g O fator de correção é obtido dividindo-se a concentração do mineral na forma elementar pela concentração do mineral quelato. 100% : 13 = 7,7 Logo o fator de correção para o cálcio taste free é 7,7. Aplicando o fator decorreção, teremos: 10mg x 7,7 x 60 = 4620mg ou 4,62g 7.2.6. Fitoterápicos com ativos padronizados: Quando a prescrição solicitar o fitoterápico – não corrige. Ex.: Ginkgo biloba extr. seco 24%, Citrin extract, Kawa-kawa Quando a prescrição expressar em relação ao princípio ativo do fitoterápico, deve-se corrigir Ex.: Kawa-kawa - 100mg por cápsula Substância disponível: extrato de Kawa-kawa com 30% de kawalactonas. Substância referência (para cálculo do fator): extrato de Kawa-kawa com 70% de kawalactonas. FC = 70 : 30 = 2,33 Cálculo: 100mg x 2,33 = 233mg de Kawa-kawa por cápsula. 7.2.7. Para correção da unidade, a partir do teor de umidade indicado no certificado de análise: FC = 100 : 100 - teor de umidade Ex.: Metotrexate O certificado de análise da matéria-prima apresenta, por ex.: 8% de água ou umidade FC = 100 : 100 - 8 = 100 : 98 = 1,09 Referências Bibliográficas: FERREIRA, A. O., BRANDÃO, M. A. F., POLONINIO, H. C. Guia Prático de Farmácia Magistral. Pharmabooks, 5ª ed., v.1,2,3, 2018. FONSECA, A. & PRISTA, L.N. Terapêutica Dermatológica e Cosmetológica. São Paulo: Roca, 1993. GENARO, AR. (Ed.). Remington Pharmaceutical Sciences. 20 a ed. Easton: Mack Publishing Company, 2000.
Compartilhar