Buscar

ITU_RESUMO

Prévia do material em texto

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO 
 Infecções caracterizadas pela colonização da urina normalmente estéril por bactérias 
ou fungos, incluindo bacteriúria assintomática, cistites (infec. Da bexiga, trato 
urinário inferior), pielonefrites (infec. do rim, trato urinário superior) e sepse de foco 
urinário. 
 150 milhões de casos de ITU sintomáticas a cada ano cm todo o mundo. 
o 90% dos pacientes com ITU manifestam cistite 
o 10% desenvolvem pielonefrite 
o As infecções são esporádicas em aproximadamente 75% dos pacientes e 
recorrentes em 25% 
o Cerca de 2% dos pacientes apresentam infecções complicadas relacionadas com 
fatores que aumentam o risco de estabelecimento e manutenção da bacteriúria 
 esses apresentam ITU recorrente 
 A ITU é o tipo de infecção mais relacionada à assistência em saúde  sondas vesicais 
 As ITU sintomáticas são mais comuns cm mulheres sexualmente ativas. Em homens 
jovens, as ITU bacterianas são raras, comumente secundárias a infecções prostáticas 
subjacentes. 
 Bacteriúria 
significante  
 
 FISIOPATOLOGIA 
 A patogênese da ITU começa com a colonização do introito vaginal ou meato uretral 
por uropatógenos da flora fecal, seguido de ascenção pela uretra e bexiga 
 O crescimento das bactérias anaeróbias na urina, como o Bact.eroides fragilis, indica 
uma comunicação entre o intestino e o trato urinário. 
 O crescimento de um fungo na urina pode ser observado em pacientes com cateteres 
vesicais e nos pacientes imunocomprometidos com disseminação hematológica de 
Candida spp., proveniente de infecções cm outros sítios. 
 Em mulheres, as bactérias colonizam a área periuretral, a partir da qual atingem a 
parte distal da uretra. 
 A mucosa vaginal atrófica após a menopausa, com uma flora vaginal alterada, e 
diafragmas e espermicidas em mulheres sexualmente ativas constituem fatores que 
aumentam o risco de colonização por grandes quantidades de bactérias 
uropatogênicas. 
 Na uretra masculina normal, a distância entre a extremidade distal da uretra e a bexiga 
é longa, dificultando o transporte ascendente de bactéria para a bexiga. Portanto, 
bacteriúria em homens sempre deve ser considerada um achado anormal, e eles 
frequentemente desenvolvem infecções complicadas. 
 A uretra feminina é curta e permite o transporte das bactérias para a bexiga, mesmo 
em mulheres normais. O transporte é facilitado pela aderência das bactérias às 
células do epitélio uretral. 
 As células bacterianas, como as cepas de Escherichia coli que causam pielonefrite não 
complicada, têm fímbrias que se aderem sobre as células mucosas na uretra e nos 
 
 
ureteres, facilitando, assim, o estabelecimento de bacteriúria e promovendo o 
transporte para os rins. 
 A adesão é importante porque estimula as células mucosas a liberarem citocinas, 
como a interleucina-6, que causa febre e aumento da proteína-C-reativa no sangue 
periférico, e a interleucina-8, que determina mobilização de leucócitos para o sitio de 
infecção. 
 Em pacientes com ITU complicadas, a adesão bacteriana parece ter menor 
importância. 
 Quando a bactéria atinge a bexiga, o estabelecimento de bacteriúria é facilitado pelo 
esvaziamento incompleto da bexiga. Em volumes urinários residuais de 10 mL, comuns 
em indivíduos saudáveis, pode ser estabelecido um crescimento bacteriano na urina. 
 A pielonefrite resulta de uma bacteriúria ascendente proveniente da bexiga, via 
ureter, para a pelve e o parênquima renais. Este transporte ascendente pode ser 
facilitado por fatores do hospedeiro, como defeitos anatômicos dos ureteres ou dos 
rins, refluxo vesicoureteral ou, em pacientes sem defeitos anatômicos, pela adesão à 
mucosa uretral. 
 A pielonefrite pode ser causada também pela semeadura dos rins por bacteremia. 
 Pacientes com bacteriúria assintomática geralmente apresentam micro-organismos 
menos virulentos do que aqueles que causam infecções sintomáticas. Tais organismos 
geralmente são mortos pelo plasma ou soro humano normal ("efeito bactericida 
sérico"). 
 O cateterismo urinário determina bacteriúria ou fungúria em todos os pacientes 
sondados por mais de uma semana. A formação de um biofilme sobre as superfícies do 
cateter facilita o crescimento dos micro-organismos. 
 A sepse, resultado da disseminação das bactérias a partir da urina até o sangue em um 
paciente com bacteriúria, frequentemente é consequência da remoção ou da 
mudança de um cateter urinário durante as 24-48 horas precedentes. 
 
 ETIOLOGIA 
 
 
o E. coli é a espécie bacteriana 
predominante, causando mais de 85% de todas as 
ITU sintomáticas em mulheres com infecções não 
complicadas, esporádicas e adquiridas na 
comunidade. . 
o Bacteriúria assintomárica: duas 
uroculturas com > 105 UFC/mL de um mesmo 
agente 
 
 +
 H
O
S
P
IT
A
L
A
R
 
 
 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIAGNÓSTICO 
 LABORATORIAIS: demonstração da bacteriúria em uma 
amostra de urina 
o Aspiração suprapúbica  Invasiva; aplicado mais 
em lactentes 
o Cateterismo urinário 
o 02 Uroculturas de jato médio  procedimento 
padrão (na coleta: homens devem recolher o 
prepúcio e as mulheres afastar os grandes lábios; 
resfriar – geladeira – a amostra até transportá-la 
ao laboratório, evita seu crescimento). 
 A presença de mais de uma espécie 
bacteriana na amostra, sugere falha e 
contaminação. 
o O teste de nitrito: as bactérias gram negativas 
metabolizam nitratos em nitritos 
o Demonstração de piúria, 10 leucócitos por campo 
de grande aumento (x400), em pcts sintomáticos. 
o Hemocultura  nos casos de suspeitos de 
pielonefrite ou sepse 
 IMAGEM: Normalmente USG e Raio-X não são uteis em 
fase aguda de suspeita de pielonefrite. Quando já 
estabilizado, recomenda-se tais exames aos pacientes 
com infecções recorrentes, para excluir fatores 
complicadores. 
 
 CLASSIFICAÇÃO 
 Alta (pielonefrite) x Baixa (cistite) 
 Ascendente (uretral) x hematogênica (vascularização) 
 ITU recorrente: mais do que 3x/ano 
 ITU NÃO COMPLICADA  quando ocorre em paciente 
com estrutura e função do trato urinário normais e é 
adquirida fora de ambiente hospitalar. 
 ITU COMPLICADA  febre, estrutural, imunodeficiente. 
o Obstrutiva: hipertrofia benigna de próstata, tumores, urolitíase, corpos 
estranhos, etc. 
Início rápido; sintomas em menos de 24h; febre é incomum; Sintomas por 3-5 dias; 
em mulheres sexualmente ativas, frequentemente ocorrem após 24-48h da 
relação sexual; a bacteriúria pode persistir após tto. 
Início rápido, com ou sem sintomas precedentes de cistite; 1/3 dos pacientes desenvolvem 
bacteremia; pode ter dor lombar decorrente da inflamação e edema do parênquima renal; 
presença de cilindros leucocitários no sedimento urinário;Diag. Dif.= Litíase renal (não tem 
febre); urinário. 
Risco de morte; Causada pela disseminação de uma bactéria em um paciente com bacteriúria; A causa mais comum 
é a retirada/inserção de um cateter urinário. Assim, pacientes com sepse nem sempre forem infecção renal. 
 
 
o Anátomofuncionais: bexiga neurogênica, refluxo vesico-ureteral, cistos renais, 
divertículos vesicais. 
o Metabólicas: insuficiência renal, diabetes mellitus, transplante renal, uso de 
catéter de demora ou qualquer tipo de instrumentação. 
o Derivações ileais 
 TRATAMENTO 
 Todos os tipos de ITU sintomáticas devem ser tratados, iniciado empiricamente 
 O tto precoce reduz risco de progressão para pielonefrite e sepse 
 CISTITE OU ITU NÃO COMPLICADA 
o Sulfonamidas -
trimetoprim (SMZ-TMP) ou Cotrimoxazol, 800mg de SMZ associados a 160mg de 
TMP, 1 cp 12/12hs ou 2 cp 12/12hs. 
o Nitrofurantoína: Macrodantina, 100mg 6/6hs. 
o Quinolonas: Ácido nalidíxico, 500mg 8/ 8hs, Ácido pipemídico, 400 mg 12/12hs. 
o “Novas” Quinolonas: Norfloxacina 400mg 12/12hs, Ciprofloxacina 250 mg 
12/12hs. Outras como a Lomefloxacina, Ofloxacina, Pefloxacina, etc. também 
podem ser utilizadas. 
o Cefalosporinas: a mais utilizada de 1ª geração por via oral é a Cefalexina 250 mg 
6/6hs e das de 2ª geração, o Cefaclor 250 mg 12/ 12hs. As cefalosporinas de 2ª e 
3ª geração possuem espectro maior contra bactérias gram-negativas, exceto 
enterococcus, e a atividade contra pseudomonas é variável. 
Obs. 
1. Todos os antibióticos β-lactâmicos, como penicilina G, ampicilina, amoxicilina, 
cefalexina, cefaclor são ativos contra os coliformes, mas as cefalosporinas atingem 
níveis urinários mais elevados. 
2. Deve-se reservar as quinolonas de maior espectro como a ciprofloxacina para uso 
em caso de impossibilidade de uso das outras drogas para não induzir 
resistência. 
3. A ciprofloxacina é especialmente útil em pielonefrite de moderada severidade 
pois sua penetração tecidual é superior à da norfloxacina 
 
 
4. Todos os antibióticos β-lactâmicos, como penicilina G, ampicilina, amoxicilina, 
cefalexina, cefaclor são ativos contra os coliformes, mas as cefalosporinas atingem 
níveis urinários mais elevados. 
 
 PIELONEFRITE 
o Terapia parenteral deve ser prontamente instituída (maior rapidez com que se 
atingem níveis séricos adequados). Também são úteis nos pacientes com 
quadros acompanhados de vômitos. Assim que o paciente estiver afebril por 
24 horas, já pode receber antibioticoterapia oral. 
o Não é obrigatória a escolha de um antimicrobiano de forma que o mesmo 
possa ser administrado inicialmente por via parenteral e depois por via oral: 
esquemas utilizando altas doses de aminoglicosídeos seguidas de 
ciprofloxacina por via oral têm sido sugeridos. 
o Pacientes com formas menos graves e sem vômitos  esquemas exclusivos 
por via oral de fluoquinolonas com boa penetração tecidual como a 
ciprofloxacina podem ser considerados. 
 
 ITU COMPLICADA 
o Infecções graves com importante comprometimento sistêmico  
cefalosporinas de 1ª geração (Cefalotina), de 2ª geração, (Cefoxitina ou 
Cefuroxima), de 3ª geração (Cefetamet pivoxil, Ceftazidima ou Ceftriaxona) ou 
4ª geração (Cefepima). 
o Cefalosporinas de 3ª geração: altamente eficazes contra enterobactérias em 
geral, mas não contra Pseudomonas. Alguns germes gram-positivos como 
Enterococcus e Staphylococcus também são pouco sensíveis. 
o Aminoglicosídeos (Amicacina ou Gentamicina): bastante eficazes para 
germes gram-negativos, mas deve-se ter em mente o especial efeito 
nefrotóxico destes agentes. 
o Quando somente gram-negativos estão presentes, torna-se preferencial o uso 
por via parenteral, desde a associação SMZ-TMP, até fluorquinolonas, 
aminoglicosídeos ou cefalosporinas de amplo espectro como a Ceftriaxona. 
o Pacientes com quadros mais complicados, história de pielonefrites prévias ou 
manipulação recente do trato urinário  considerar o uso de 
monobactâmicos como Aztreonam, ou combinação de inibidores de β lactam-
β lactamase, como Ampicilina-Sulbactam, Ticarcilina-Ácido clavulânico ou 
ainda de carbapenêmicos como Imipenem-Cilastatina. 
 
 POSOLOGIA: 
 Dose única: Indicado a mulheres com a primeira ITU não complicada, acometendo 
trato urinário inferior (cistite), já que seu uso inadvertido em ITU alta não reconhecida 
mascara transitoriamente a progressão da infecção, com evolução potencial para 
pielonefrite. Justifica-se o tto com dose única devido a superficialidade de infecção na 
mucosa em cistite bacteriana. Não é eficaz para o tratamento de ITU por 
Staphylococcus saprophyticus. 
 Tratamento de 3 dias: São os mais adequados no tratamento da ITU baixa, com 
invasão superficial da mucosa, não complicada. Ótimo balanço entre eficácia e 
incidência de efeitos colaterais, quando comparados com dose única ou aos cursos 
clássicos de 7 e 10 dias. Deve-se, no entanto, estar atento à recorrência, quando se 
utilizam cursos de 3 dias. O resultado do curso de 3 dias é nitidamente superior à dose 
única. 
 
 
 Tratamento de 7 dias: ITU em homem sempre deve ser tratada por 7 dias. Se a 
infecção persistir na urocultura de controle, mesmo após terapêutica adequada, 
devem ser investigados fatores complicadores. Pacientes com tratamento pregresso e 
alta probabilidade de ITU por germes resistentes também devem ser 
preferencialmente tratadas por 7 dias. 
 Tratamento 10 a 14 dias:ITU alta ou complicada por outros fatores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MERECEM AVALIAÇÃO UROLÓGICA 
 Neonatos e crianças 
 Infecção persistente após 72 h de terapia, 
 ITU recorrente em homens ou em transplantados renais 
 Mulheres com reinfecções frequentes 
 PREVENÇÃO 
 Esvaziamento vesical pós-coito, sobretudo as mulheres sexualmente ativas  elimina 
o numero aumentado de bactérias na uretra distal 
 Recomendar dupla ou tripla micção aos pacientes com ITU recorrentes  esforços 
extras para esvaziar a bexiga em cada micção. 
 Não há benefícios comprovados na diurese excessiva  antes solicitava-se que o 
paciente aumentasse a ingesta hídrica 
 Profilaxia ATB das ITUs é RESTRITA  Gestantes com bactetiúria assintomática; DM2; 
ITU recorrente (dose diária ao deitar de nitrofurantoína 50-100mg ou trimetropim 150-
200mg); 
 A profilaxia ATB está contraindicada em pacientes cateterizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFILAXIA DA CISTITE RECORRENTE 
 
 
INFECÇÕES AGUDAS COMPLICADAS DO TRATO URINÁRIO 
 ITU com qualquer um dos sinais e sintomas abaixo, que sugerem expansão da infecção 
além da bexiga: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Assim, por definição, a pielonefrite é uma ITU complicada. 
 Na ausência de qualquer um desses sitomas, considera-se uma ITU com cistite simples 
aguda 
 Anormalidades urológicas adjacentes (nefrolitíase, estenose, desvio urinário), 
condições imunocomprometidas ou DM descontrolada, são fatores de risco para ITU 
mais grave. 
 OBS. Piúria está presente em quase todos os pacientes com ITU 
 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 APRESENTAÇÃO TÍPICA 
o Disúria 
o Frequência e urgência urinária 
o Dor suprapúbica 
o Hematúria 
o Sinais sistêmicos: febre, calafrios, fadiga, mal estar. 
 
o Febre 
o Calafrios 
o Dor em flanco 
o Sensibilidade ao ângulo costovertebral 
o Náusea, vômito 
o Sintomas da cistite podem estar presentes. 
o Atipicamente: dor em epigástrio ou abdome inferior. 
 
 COMPLICAÇÕES 
 Bacteremia 
 Sepse 
 Disfunção de múltiplos órgãos (DMO) 
 Choque 
 Insuficiência renal aguda (IRA) 
 Abcesso renal, necrose papilar  complicações da pielonefrite. 
 
 DIAGNÓSTICO 
 Quando suspeitar? 
o Sintomáticos 
o Paciente com febre ou sepse sem sinais localizatórios 
o Pacientes idosos ou debilitados com sinais e sintomas inespecíficos 
CISTITE 
PIELONEFRITE 
 
 
 Exame físico: avaliar o ângulo costovertebral, a sensibilidade 
abdominal e suprapúbica 
 Mulheres sexualmente ativas: pode ser necessário exame pélvico, para 
avaliar movimento cervical ou sensibilidade uterina, sugestivo de DIP. 
 Em homens, pode-se realizar do toque retal digital cauteloso, avaliar 
possibilidade de prostatite aguda. 
 Solicitar: 
o EAS – Exame de Análise de Sedimento urinário  Na ITU releva a presença de 
piúria (leucócitos degenerados ou pus) e bacteriúria (105 UFC/mL de um 
uropatógeno). 
 Leucocitúria contagens anormais: superiores a 10.000 leucócitos/ml ou 
10 leucócitos/campo, independentemente da morfologia destes 
leucócitos. A presença de leucocitúria não é diagnóstica de ITU devido a 
inúmeras causas de leucocitúria estéril como tuberculose, infecção por 
fungos, Chlamydia, Gonococcus, Lepstopira, Haemophilus, anaeróbios, 
vírus, etc. Dentre as leucocitúrias estéreis de origem não infecciosa se 
destacam a nefrite intersticial, litíase, presença de corpo estranho, etc. 
 Proteinúria costuma ser discreta e variável. 
 Hematúria quando presente também é discreta. Como achado isolado 
está mais frequentemente relacionada à presença de cálculos, tumores, 
tuberculose ou infecções fúngicas do trato urinário. 
 pH geralmente alcalino, exceto em infecção por micobactérias. Quando o 
pH é muito alcalino, superior a 8,0, pode sugerir infecção por Proteus. 
 Bacteriúria geralmente presente, mas necessitando sempre serconfirmada por cultura de urina. 
 Cilindros leucocitários sugerem pielonefrite. 
o Elevação de enzimas urinárias (β-glucuronidase, DHL-isoenzima 5, β2-
pielonefrite. 
o Proteína C-Reativa 
pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre cistite e pielonefrite 
o Urocultura  A urina deve ser obtida a partir do jato médio, e colhida 
através de técnicas assépticas, não em vigência de antibioticoterapia. A urina 
de qualquer micção pode ser valorizada desde que obtida com um intervalo de 
no mínimo 2 horas após a micção anterior, período que corresponde ao 
tempo de latência para o crescimento bacteriano. Se negativa exclui ITU. 
o Coloração de Gram na urina 
o Hemocultura  para os que apresentam sepse ou doença grave 
o Imagem  aos que estão gravemente doentes; com sintomatologia 
persistente após 48-72h de terapia antimicrobiana apropriada; quando 
suspeita de obstrução do trato urinário; sintomas recorrentes poucas semanas 
após o tratamento; Nesses casos, opta-se por TC, USG renal, urografia 
excretora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
o SINTOMAS DE CISTITE + FEBRE (>37,7°c) OU SINAIS E SINTOMAS SISTÊMICOS 
– piúria e bacteriúria apoiam o diagnóstico 
o DOR EM FLANCO E/OU SENSIBILIDADE COSTOVERTEBRAL + PIÚRIA E 
BACTERIÚRIA 
*A ausência de febre ou sintomas de cistite não exclui diagnóstico. TC normal 
também não descarta possibilidade de pielonefrite leve 
o FEBRE E OU SEPSE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS + PIÚRIA + BATERIÚRIA – 
quando outras causas forem descartadas 
 
 INTERNAMENTOS 
 Paciente séptico ou gravemente doente 
 Febre persistente alta (>38,4°C) 
 Dor, debilidade acentuada, incapacidade de manter hidratação/medicações orais 
 Suspeita de obstrução do trato urinário 
 Preocupações quanto a adesão do paciente 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - DIP 
 Doença Inflamatória Pélvica - Quadro infeccioso que acomete o trato genital superior 
feminino, isto é, acima do orifício interno do colo do útero, podendo envolver 
endométrio, miométrio, tubas uterinas e ovário e ainda disseminar-se para a 
cavidade pélvica. 
 DIP normalmente se inicia com a infecção cervical, que ascende ao trato genital 
superior e, na maior parte dos casos, conduz à infecção polimicrobiana (aeróbicos e 
anaeróbicos) 
 TIPOS: Endometriose, salpingite aguda, salpingooforite, pelveperitonite. 
 A DIP pode resultar em infertilidade por fator tubário em l2.5 a 25% das pacientes, 
em aumento da incidência de gestação ectópica em 6 a 10 vezes em relação à 
população sadia e em dispareunia e dor pélvica crônica em 18% das pacientes 
acometidas. 
 FISIOPATOLOGIA 
 A ascensão das bactérias pela vagina e pelo colo do útero acontece, 
preferencialmente, no período pós-menstrual imediato ou perimenstrual, quando 
condições locais de pH, abertura do orifício uterino e contratilidade uterina favorecem 
a dinâmica ascendente. 
 Os agentes ascendem pela endocérvice, causando endocervicite aguda, continuam a 
subir pelo endométrio, causando endometrite (plasmócitos no estroma endometrial), 
e progridem até as tubas, levando a salpingite. 
 Causas primárias: Chlamydia trachomatis, Neisseria Gonorrhea, Micoplasmas; 
Secundárias: anaeróbios, aeróbios e gram -. 
 DIAGNÓSTICO 
 Baseados nos sinais e sintomas durante anamnese e exame físico detalhados. 
 Eventualmente, necessita de complementação com exames subsidiários. 
 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 3 critérios maiores + 1 critério menor OU 1 critério 
específico 
 CRITÉRIOS MAIORES: 
Dor à palpação anexial 
Dor à mobilização do colo uterino 
Dor pélvica infrumbilical 
 
 
 CRITÉRIOS MENORES 
 Temperatura axilar > 38,3ºC 
 Comprovação laboratorial de infecção pelo Ag. etiológico 
Secreção vaginal e/ou endocervical anormal (purulenta) 
Massa pélvica 
Leucocitose ao hemograma 
Proteína C reativa ou VHS elevada 
Mais de 5 leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice 
 
 CRITÉRIOS ELABORADOS 
Evidência histopatológica de endometrite 
USG Transvaginal sugestiva de abcessos túbulo-ovariano ou no fundo de saco 
Diagnóstico laparoscópico de DIP 
 
ANÁLISES DO CASO... 
 HISTÓRICO DE NEFROLITÍASE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEFROLITÍASE, UROLITÍASE OU LITÍASE URINÁRIA 
 Os cálculos renais (“pedras nos rins”) são concreções formadas pela agregação de sais 
minerais presentes na urina. 
 Pode estar localizada nos rins, ureter, bexiga e uretra. 
 A formação dos cálculos urinários é o resultado de um processo complexo e 
multifatorial. Os principais mecanismos fisiopatogênicos responsáveis pela sua 
formação são distúrbios metabólicos, infecções urinárias, anormalidades anatômicas e 
causas idiopáticas. Outros fatores envolvidos na litogênese são o pH urinário, o volume 
urinário e a dieta. 
 Aproximadamente 75-80% dos pacientes apresentam cálculos de cálcio, sendo que a 
maioria destes são compostos primariamente de oxalato de cálcio e, com menor 
frequência, fosfato de cálcio. 
 
Obstrução do trato urinário: a estase urinária leva a 
condições propícias de proliferação bacteriana e a própria 
distensão vesical reduz a capacidade bactericida da mucosa 
 
 
 
 ANAMNESE + QUADRO CLÍNICO 
 Dor lombar acompanhada de hematúria micro/macroscópica (com comprovação 
laboratorial) 
 Eliminação de cálculo e/ou 
 Comprovação radiológica ou ultrasonográfica da presença atual ou pregressa de 
cálculo e/ou 
 Evidência de procedimentos prévios para retirada de cálculo 
 SINTOMAS: 
o Cólica renal 
o Hematúria 
o Sintomas urinários irritativos. 
o Sintomas urinários frequentes: disúria, polaciúria e urgência miccional. 
o A dor é típica e geralmente decorre da migração do cálculo com obstrução parcial 
ou completa do ureter. 
o Após obstrução ureteral, ocorre ureterohidronefrose a montante com subsequente 
distensão da pelve e cápsula renal, as quais estimulam o sistema nervoso central 
através dos nervos esplâncnicos e do plexo celíaco, causando o sintoma de dor. 
 
 FATORES DE RISCO 
 Sexo (masculino mais comum) 
 Idade (jovem: 3ª ou 4º a década de vida) 
 Alterações anatômicas do trato urinário (duplicidade pielocalicial, rins policísticos, rim 
em ferradura, rim espôngiomedular, etc) 
 Fatores epidemiológicos: clima quente, exposição ao calor ou ar condicionado no 
trabalho, dieta com maior consumo de proteína animal e sal, sedentarismo. 
 Fatores genéticos / familiares 
 Distúrbios metabólicos: hipercalciúria idiopática, hiperexcreção de ácido úrico, 
hiperoxalúria, cistinúria, hipocitratúria, hipomagnesiúria: 
 Infecção do Trato Urinário: principalmente por germes produtores de urease 
 Doenças endócrinas que interferem sobre o metabolismo de cálcio 
(hiperparatireoidismo primário) 
 Alterações do pH urinário (pH alcalino: acidose tubular renal ou infecção por germes 
produtores de urease; pH ácido: diátese gotosa) 
 Redução do volume urinário Imobilização prolongada 
 Uso de drogas litogênicas (por indução de alterações metabólicas ou precipitação da 
própria droga ou de seu metabólito) 
 Comorbidades: Hipertensão, diabetes e obesidade. 
 
 DIAGNÓSTICO 
 Radiografia de abdômen ou pela ecografia de vias urinárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOR DO TRATO URINÁRIO 
 Costuma ser bastante intensa e normalmente associa-se a inflamação ou a obstrução. 
 Deve ser caracterizada quanto ao tipo (contínua ou intermitente), à localização, à 
irradiação, à intensidade e a fatores desencadeantes de melhora ou de piora. 
Dor decorrente de inflamação  contínua 
Dor decorrente de obstrução caráter em cólicas 
 
o Proveniente do RIM  normalmente localiza-se no ângulo costovertebral 
ipsilateral – lateral ao músculo sacroespinhal e abaixo da 12ª costela. Atribuída à 
distensão súbita da cápsula renal, podendo irradiar-se ao trajeto do ureter, à 
região umbilical e até aos genitais. Por estímulo reflexo ao plexo celíaco, pode 
haver náuseas, vômitos e diarreia. Patologia  Pielonefrite 
o Proveniente do URETER  aparecesubitamente, geralmente secundária à 
obstrução, por distensão aguda e aumento de sua peristalse. Suspeita do nível 
de obstrução pode se dar pela localização da dor: quando de terço superior, pode 
mimetizar dor renal; no terço médio, pode ser referida no quadrante inferior do 
abdome, à direita no ponto de McBurney (e sugerir apendicite) e à esquerda 
lembrando diverticulite. Obstrução do terço distal produz sintomas de 
irritabilidade vesical; nos homens, pode irradiar pela uretra até a glande e nas 
mulheres, para os grandes lábios. 
o Proveniente da BEXIGA  há desconforto suprapúbico, intermitente nos quadros 
inflamatórios, que varia de acordo com o grau de repleção vesical. 
EXAMES COMPLEMENTARES

Continue navegando