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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Infecções caracterizadas pela colonização da urina normalmente estéril por bactérias ou fungos, incluindo bacteriúria assintomática, cistites (infec. Da bexiga, trato urinário inferior), pielonefrites (infec. do rim, trato urinário superior) e sepse de foco urinário. 150 milhões de casos de ITU sintomáticas a cada ano cm todo o mundo. o 90% dos pacientes com ITU manifestam cistite o 10% desenvolvem pielonefrite o As infecções são esporádicas em aproximadamente 75% dos pacientes e recorrentes em 25% o Cerca de 2% dos pacientes apresentam infecções complicadas relacionadas com fatores que aumentam o risco de estabelecimento e manutenção da bacteriúria esses apresentam ITU recorrente A ITU é o tipo de infecção mais relacionada à assistência em saúde sondas vesicais As ITU sintomáticas são mais comuns cm mulheres sexualmente ativas. Em homens jovens, as ITU bacterianas são raras, comumente secundárias a infecções prostáticas subjacentes. Bacteriúria significante FISIOPATOLOGIA A patogênese da ITU começa com a colonização do introito vaginal ou meato uretral por uropatógenos da flora fecal, seguido de ascenção pela uretra e bexiga O crescimento das bactérias anaeróbias na urina, como o Bact.eroides fragilis, indica uma comunicação entre o intestino e o trato urinário. O crescimento de um fungo na urina pode ser observado em pacientes com cateteres vesicais e nos pacientes imunocomprometidos com disseminação hematológica de Candida spp., proveniente de infecções cm outros sítios. Em mulheres, as bactérias colonizam a área periuretral, a partir da qual atingem a parte distal da uretra. A mucosa vaginal atrófica após a menopausa, com uma flora vaginal alterada, e diafragmas e espermicidas em mulheres sexualmente ativas constituem fatores que aumentam o risco de colonização por grandes quantidades de bactérias uropatogênicas. Na uretra masculina normal, a distância entre a extremidade distal da uretra e a bexiga é longa, dificultando o transporte ascendente de bactéria para a bexiga. Portanto, bacteriúria em homens sempre deve ser considerada um achado anormal, e eles frequentemente desenvolvem infecções complicadas. A uretra feminina é curta e permite o transporte das bactérias para a bexiga, mesmo em mulheres normais. O transporte é facilitado pela aderência das bactérias às células do epitélio uretral. As células bacterianas, como as cepas de Escherichia coli que causam pielonefrite não complicada, têm fímbrias que se aderem sobre as células mucosas na uretra e nos ureteres, facilitando, assim, o estabelecimento de bacteriúria e promovendo o transporte para os rins. A adesão é importante porque estimula as células mucosas a liberarem citocinas, como a interleucina-6, que causa febre e aumento da proteína-C-reativa no sangue periférico, e a interleucina-8, que determina mobilização de leucócitos para o sitio de infecção. Em pacientes com ITU complicadas, a adesão bacteriana parece ter menor importância. Quando a bactéria atinge a bexiga, o estabelecimento de bacteriúria é facilitado pelo esvaziamento incompleto da bexiga. Em volumes urinários residuais de 10 mL, comuns em indivíduos saudáveis, pode ser estabelecido um crescimento bacteriano na urina. A pielonefrite resulta de uma bacteriúria ascendente proveniente da bexiga, via ureter, para a pelve e o parênquima renais. Este transporte ascendente pode ser facilitado por fatores do hospedeiro, como defeitos anatômicos dos ureteres ou dos rins, refluxo vesicoureteral ou, em pacientes sem defeitos anatômicos, pela adesão à mucosa uretral. A pielonefrite pode ser causada também pela semeadura dos rins por bacteremia. Pacientes com bacteriúria assintomática geralmente apresentam micro-organismos menos virulentos do que aqueles que causam infecções sintomáticas. Tais organismos geralmente são mortos pelo plasma ou soro humano normal ("efeito bactericida sérico"). O cateterismo urinário determina bacteriúria ou fungúria em todos os pacientes sondados por mais de uma semana. A formação de um biofilme sobre as superfícies do cateter facilita o crescimento dos micro-organismos. A sepse, resultado da disseminação das bactérias a partir da urina até o sangue em um paciente com bacteriúria, frequentemente é consequência da remoção ou da mudança de um cateter urinário durante as 24-48 horas precedentes. ETIOLOGIA o E. coli é a espécie bacteriana predominante, causando mais de 85% de todas as ITU sintomáticas em mulheres com infecções não complicadas, esporádicas e adquiridas na comunidade. . o Bacteriúria assintomárica: duas uroculturas com > 105 UFC/mL de um mesmo agente + H O S P IT A L A R MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAIS: demonstração da bacteriúria em uma amostra de urina o Aspiração suprapúbica Invasiva; aplicado mais em lactentes o Cateterismo urinário o 02 Uroculturas de jato médio procedimento padrão (na coleta: homens devem recolher o prepúcio e as mulheres afastar os grandes lábios; resfriar – geladeira – a amostra até transportá-la ao laboratório, evita seu crescimento). A presença de mais de uma espécie bacteriana na amostra, sugere falha e contaminação. o O teste de nitrito: as bactérias gram negativas metabolizam nitratos em nitritos o Demonstração de piúria, 10 leucócitos por campo de grande aumento (x400), em pcts sintomáticos. o Hemocultura nos casos de suspeitos de pielonefrite ou sepse IMAGEM: Normalmente USG e Raio-X não são uteis em fase aguda de suspeita de pielonefrite. Quando já estabilizado, recomenda-se tais exames aos pacientes com infecções recorrentes, para excluir fatores complicadores. CLASSIFICAÇÃO Alta (pielonefrite) x Baixa (cistite) Ascendente (uretral) x hematogênica (vascularização) ITU recorrente: mais do que 3x/ano ITU NÃO COMPLICADA quando ocorre em paciente com estrutura e função do trato urinário normais e é adquirida fora de ambiente hospitalar. ITU COMPLICADA febre, estrutural, imunodeficiente. o Obstrutiva: hipertrofia benigna de próstata, tumores, urolitíase, corpos estranhos, etc. Início rápido; sintomas em menos de 24h; febre é incomum; Sintomas por 3-5 dias; em mulheres sexualmente ativas, frequentemente ocorrem após 24-48h da relação sexual; a bacteriúria pode persistir após tto. Início rápido, com ou sem sintomas precedentes de cistite; 1/3 dos pacientes desenvolvem bacteremia; pode ter dor lombar decorrente da inflamação e edema do parênquima renal; presença de cilindros leucocitários no sedimento urinário;Diag. Dif.= Litíase renal (não tem febre); urinário. Risco de morte; Causada pela disseminação de uma bactéria em um paciente com bacteriúria; A causa mais comum é a retirada/inserção de um cateter urinário. Assim, pacientes com sepse nem sempre forem infecção renal. o Anátomofuncionais: bexiga neurogênica, refluxo vesico-ureteral, cistos renais, divertículos vesicais. o Metabólicas: insuficiência renal, diabetes mellitus, transplante renal, uso de catéter de demora ou qualquer tipo de instrumentação. o Derivações ileais TRATAMENTO Todos os tipos de ITU sintomáticas devem ser tratados, iniciado empiricamente O tto precoce reduz risco de progressão para pielonefrite e sepse CISTITE OU ITU NÃO COMPLICADA o Sulfonamidas - trimetoprim (SMZ-TMP) ou Cotrimoxazol, 800mg de SMZ associados a 160mg de TMP, 1 cp 12/12hs ou 2 cp 12/12hs. o Nitrofurantoína: Macrodantina, 100mg 6/6hs. o Quinolonas: Ácido nalidíxico, 500mg 8/ 8hs, Ácido pipemídico, 400 mg 12/12hs. o “Novas” Quinolonas: Norfloxacina 400mg 12/12hs, Ciprofloxacina 250 mg 12/12hs. Outras como a Lomefloxacina, Ofloxacina, Pefloxacina, etc. também podem ser utilizadas. o Cefalosporinas: a mais utilizada de 1ª geração por via oral é a Cefalexina 250 mg 6/6hs e das de 2ª geração, o Cefaclor 250 mg 12/ 12hs. As cefalosporinas de 2ª e 3ª geração possuem espectro maior contra bactérias gram-negativas, exceto enterococcus, e a atividade contra pseudomonas é variável. Obs. 1. Todos os antibióticos β-lactâmicos, como penicilina G, ampicilina, amoxicilina, cefalexina, cefaclor são ativos contra os coliformes, mas as cefalosporinas atingem níveis urinários mais elevados. 2. Deve-se reservar as quinolonas de maior espectro como a ciprofloxacina para uso em caso de impossibilidade de uso das outras drogas para não induzir resistência. 3. A ciprofloxacina é especialmente útil em pielonefrite de moderada severidade pois sua penetração tecidual é superior à da norfloxacina 4. Todos os antibióticos β-lactâmicos, como penicilina G, ampicilina, amoxicilina, cefalexina, cefaclor são ativos contra os coliformes, mas as cefalosporinas atingem níveis urinários mais elevados. PIELONEFRITE o Terapia parenteral deve ser prontamente instituída (maior rapidez com que se atingem níveis séricos adequados). Também são úteis nos pacientes com quadros acompanhados de vômitos. Assim que o paciente estiver afebril por 24 horas, já pode receber antibioticoterapia oral. o Não é obrigatória a escolha de um antimicrobiano de forma que o mesmo possa ser administrado inicialmente por via parenteral e depois por via oral: esquemas utilizando altas doses de aminoglicosídeos seguidas de ciprofloxacina por via oral têm sido sugeridos. o Pacientes com formas menos graves e sem vômitos esquemas exclusivos por via oral de fluoquinolonas com boa penetração tecidual como a ciprofloxacina podem ser considerados. ITU COMPLICADA o Infecções graves com importante comprometimento sistêmico cefalosporinas de 1ª geração (Cefalotina), de 2ª geração, (Cefoxitina ou Cefuroxima), de 3ª geração (Cefetamet pivoxil, Ceftazidima ou Ceftriaxona) ou 4ª geração (Cefepima). o Cefalosporinas de 3ª geração: altamente eficazes contra enterobactérias em geral, mas não contra Pseudomonas. Alguns germes gram-positivos como Enterococcus e Staphylococcus também são pouco sensíveis. o Aminoglicosídeos (Amicacina ou Gentamicina): bastante eficazes para germes gram-negativos, mas deve-se ter em mente o especial efeito nefrotóxico destes agentes. o Quando somente gram-negativos estão presentes, torna-se preferencial o uso por via parenteral, desde a associação SMZ-TMP, até fluorquinolonas, aminoglicosídeos ou cefalosporinas de amplo espectro como a Ceftriaxona. o Pacientes com quadros mais complicados, história de pielonefrites prévias ou manipulação recente do trato urinário considerar o uso de monobactâmicos como Aztreonam, ou combinação de inibidores de β lactam- β lactamase, como Ampicilina-Sulbactam, Ticarcilina-Ácido clavulânico ou ainda de carbapenêmicos como Imipenem-Cilastatina. POSOLOGIA: Dose única: Indicado a mulheres com a primeira ITU não complicada, acometendo trato urinário inferior (cistite), já que seu uso inadvertido em ITU alta não reconhecida mascara transitoriamente a progressão da infecção, com evolução potencial para pielonefrite. Justifica-se o tto com dose única devido a superficialidade de infecção na mucosa em cistite bacteriana. Não é eficaz para o tratamento de ITU por Staphylococcus saprophyticus. Tratamento de 3 dias: São os mais adequados no tratamento da ITU baixa, com invasão superficial da mucosa, não complicada. Ótimo balanço entre eficácia e incidência de efeitos colaterais, quando comparados com dose única ou aos cursos clássicos de 7 e 10 dias. Deve-se, no entanto, estar atento à recorrência, quando se utilizam cursos de 3 dias. O resultado do curso de 3 dias é nitidamente superior à dose única. Tratamento de 7 dias: ITU em homem sempre deve ser tratada por 7 dias. Se a infecção persistir na urocultura de controle, mesmo após terapêutica adequada, devem ser investigados fatores complicadores. Pacientes com tratamento pregresso e alta probabilidade de ITU por germes resistentes também devem ser preferencialmente tratadas por 7 dias. Tratamento 10 a 14 dias:ITU alta ou complicada por outros fatores. MERECEM AVALIAÇÃO UROLÓGICA Neonatos e crianças Infecção persistente após 72 h de terapia, ITU recorrente em homens ou em transplantados renais Mulheres com reinfecções frequentes PREVENÇÃO Esvaziamento vesical pós-coito, sobretudo as mulheres sexualmente ativas elimina o numero aumentado de bactérias na uretra distal Recomendar dupla ou tripla micção aos pacientes com ITU recorrentes esforços extras para esvaziar a bexiga em cada micção. Não há benefícios comprovados na diurese excessiva antes solicitava-se que o paciente aumentasse a ingesta hídrica Profilaxia ATB das ITUs é RESTRITA Gestantes com bactetiúria assintomática; DM2; ITU recorrente (dose diária ao deitar de nitrofurantoína 50-100mg ou trimetropim 150- 200mg); A profilaxia ATB está contraindicada em pacientes cateterizados. PROFILAXIA DA CISTITE RECORRENTE INFECÇÕES AGUDAS COMPLICADAS DO TRATO URINÁRIO ITU com qualquer um dos sinais e sintomas abaixo, que sugerem expansão da infecção além da bexiga: Assim, por definição, a pielonefrite é uma ITU complicada. Na ausência de qualquer um desses sitomas, considera-se uma ITU com cistite simples aguda Anormalidades urológicas adjacentes (nefrolitíase, estenose, desvio urinário), condições imunocomprometidas ou DM descontrolada, são fatores de risco para ITU mais grave. OBS. Piúria está presente em quase todos os pacientes com ITU MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS APRESENTAÇÃO TÍPICA o Disúria o Frequência e urgência urinária o Dor suprapúbica o Hematúria o Sinais sistêmicos: febre, calafrios, fadiga, mal estar. o Febre o Calafrios o Dor em flanco o Sensibilidade ao ângulo costovertebral o Náusea, vômito o Sintomas da cistite podem estar presentes. o Atipicamente: dor em epigástrio ou abdome inferior. COMPLICAÇÕES Bacteremia Sepse Disfunção de múltiplos órgãos (DMO) Choque Insuficiência renal aguda (IRA) Abcesso renal, necrose papilar complicações da pielonefrite. DIAGNÓSTICO Quando suspeitar? o Sintomáticos o Paciente com febre ou sepse sem sinais localizatórios o Pacientes idosos ou debilitados com sinais e sintomas inespecíficos CISTITE PIELONEFRITE Exame físico: avaliar o ângulo costovertebral, a sensibilidade abdominal e suprapúbica Mulheres sexualmente ativas: pode ser necessário exame pélvico, para avaliar movimento cervical ou sensibilidade uterina, sugestivo de DIP. Em homens, pode-se realizar do toque retal digital cauteloso, avaliar possibilidade de prostatite aguda. Solicitar: o EAS – Exame de Análise de Sedimento urinário Na ITU releva a presença de piúria (leucócitos degenerados ou pus) e bacteriúria (105 UFC/mL de um uropatógeno). Leucocitúria contagens anormais: superiores a 10.000 leucócitos/ml ou 10 leucócitos/campo, independentemente da morfologia destes leucócitos. A presença de leucocitúria não é diagnóstica de ITU devido a inúmeras causas de leucocitúria estéril como tuberculose, infecção por fungos, Chlamydia, Gonococcus, Lepstopira, Haemophilus, anaeróbios, vírus, etc. Dentre as leucocitúrias estéreis de origem não infecciosa se destacam a nefrite intersticial, litíase, presença de corpo estranho, etc. Proteinúria costuma ser discreta e variável. Hematúria quando presente também é discreta. Como achado isolado está mais frequentemente relacionada à presença de cálculos, tumores, tuberculose ou infecções fúngicas do trato urinário. pH geralmente alcalino, exceto em infecção por micobactérias. Quando o pH é muito alcalino, superior a 8,0, pode sugerir infecção por Proteus. Bacteriúria geralmente presente, mas necessitando sempre serconfirmada por cultura de urina. Cilindros leucocitários sugerem pielonefrite. o Elevação de enzimas urinárias (β-glucuronidase, DHL-isoenzima 5, β2- pielonefrite. o Proteína C-Reativa pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre cistite e pielonefrite o Urocultura A urina deve ser obtida a partir do jato médio, e colhida através de técnicas assépticas, não em vigência de antibioticoterapia. A urina de qualquer micção pode ser valorizada desde que obtida com um intervalo de no mínimo 2 horas após a micção anterior, período que corresponde ao tempo de latência para o crescimento bacteriano. Se negativa exclui ITU. o Coloração de Gram na urina o Hemocultura para os que apresentam sepse ou doença grave o Imagem aos que estão gravemente doentes; com sintomatologia persistente após 48-72h de terapia antimicrobiana apropriada; quando suspeita de obstrução do trato urinário; sintomas recorrentes poucas semanas após o tratamento; Nesses casos, opta-se por TC, USG renal, urografia excretora CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS o SINTOMAS DE CISTITE + FEBRE (>37,7°c) OU SINAIS E SINTOMAS SISTÊMICOS – piúria e bacteriúria apoiam o diagnóstico o DOR EM FLANCO E/OU SENSIBILIDADE COSTOVERTEBRAL + PIÚRIA E BACTERIÚRIA *A ausência de febre ou sintomas de cistite não exclui diagnóstico. TC normal também não descarta possibilidade de pielonefrite leve o FEBRE E OU SEPSE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS + PIÚRIA + BATERIÚRIA – quando outras causas forem descartadas INTERNAMENTOS Paciente séptico ou gravemente doente Febre persistente alta (>38,4°C) Dor, debilidade acentuada, incapacidade de manter hidratação/medicações orais Suspeita de obstrução do trato urinário Preocupações quanto a adesão do paciente DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - DIP Doença Inflamatória Pélvica - Quadro infeccioso que acomete o trato genital superior feminino, isto é, acima do orifício interno do colo do útero, podendo envolver endométrio, miométrio, tubas uterinas e ovário e ainda disseminar-se para a cavidade pélvica. DIP normalmente se inicia com a infecção cervical, que ascende ao trato genital superior e, na maior parte dos casos, conduz à infecção polimicrobiana (aeróbicos e anaeróbicos) TIPOS: Endometriose, salpingite aguda, salpingooforite, pelveperitonite. A DIP pode resultar em infertilidade por fator tubário em l2.5 a 25% das pacientes, em aumento da incidência de gestação ectópica em 6 a 10 vezes em relação à população sadia e em dispareunia e dor pélvica crônica em 18% das pacientes acometidas. FISIOPATOLOGIA A ascensão das bactérias pela vagina e pelo colo do útero acontece, preferencialmente, no período pós-menstrual imediato ou perimenstrual, quando condições locais de pH, abertura do orifício uterino e contratilidade uterina favorecem a dinâmica ascendente. Os agentes ascendem pela endocérvice, causando endocervicite aguda, continuam a subir pelo endométrio, causando endometrite (plasmócitos no estroma endometrial), e progridem até as tubas, levando a salpingite. Causas primárias: Chlamydia trachomatis, Neisseria Gonorrhea, Micoplasmas; Secundárias: anaeróbios, aeróbios e gram -. DIAGNÓSTICO Baseados nos sinais e sintomas durante anamnese e exame físico detalhados. Eventualmente, necessita de complementação com exames subsidiários. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 3 critérios maiores + 1 critério menor OU 1 critério específico CRITÉRIOS MAIORES: Dor à palpação anexial Dor à mobilização do colo uterino Dor pélvica infrumbilical CRITÉRIOS MENORES Temperatura axilar > 38,3ºC Comprovação laboratorial de infecção pelo Ag. etiológico Secreção vaginal e/ou endocervical anormal (purulenta) Massa pélvica Leucocitose ao hemograma Proteína C reativa ou VHS elevada Mais de 5 leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice CRITÉRIOS ELABORADOS Evidência histopatológica de endometrite USG Transvaginal sugestiva de abcessos túbulo-ovariano ou no fundo de saco Diagnóstico laparoscópico de DIP ANÁLISES DO CASO... HISTÓRICO DE NEFROLITÍASE: NEFROLITÍASE, UROLITÍASE OU LITÍASE URINÁRIA Os cálculos renais (“pedras nos rins”) são concreções formadas pela agregação de sais minerais presentes na urina. Pode estar localizada nos rins, ureter, bexiga e uretra. A formação dos cálculos urinários é o resultado de um processo complexo e multifatorial. Os principais mecanismos fisiopatogênicos responsáveis pela sua formação são distúrbios metabólicos, infecções urinárias, anormalidades anatômicas e causas idiopáticas. Outros fatores envolvidos na litogênese são o pH urinário, o volume urinário e a dieta. Aproximadamente 75-80% dos pacientes apresentam cálculos de cálcio, sendo que a maioria destes são compostos primariamente de oxalato de cálcio e, com menor frequência, fosfato de cálcio. Obstrução do trato urinário: a estase urinária leva a condições propícias de proliferação bacteriana e a própria distensão vesical reduz a capacidade bactericida da mucosa ANAMNESE + QUADRO CLÍNICO Dor lombar acompanhada de hematúria micro/macroscópica (com comprovação laboratorial) Eliminação de cálculo e/ou Comprovação radiológica ou ultrasonográfica da presença atual ou pregressa de cálculo e/ou Evidência de procedimentos prévios para retirada de cálculo SINTOMAS: o Cólica renal o Hematúria o Sintomas urinários irritativos. o Sintomas urinários frequentes: disúria, polaciúria e urgência miccional. o A dor é típica e geralmente decorre da migração do cálculo com obstrução parcial ou completa do ureter. o Após obstrução ureteral, ocorre ureterohidronefrose a montante com subsequente distensão da pelve e cápsula renal, as quais estimulam o sistema nervoso central através dos nervos esplâncnicos e do plexo celíaco, causando o sintoma de dor. FATORES DE RISCO Sexo (masculino mais comum) Idade (jovem: 3ª ou 4º a década de vida) Alterações anatômicas do trato urinário (duplicidade pielocalicial, rins policísticos, rim em ferradura, rim espôngiomedular, etc) Fatores epidemiológicos: clima quente, exposição ao calor ou ar condicionado no trabalho, dieta com maior consumo de proteína animal e sal, sedentarismo. Fatores genéticos / familiares Distúrbios metabólicos: hipercalciúria idiopática, hiperexcreção de ácido úrico, hiperoxalúria, cistinúria, hipocitratúria, hipomagnesiúria: Infecção do Trato Urinário: principalmente por germes produtores de urease Doenças endócrinas que interferem sobre o metabolismo de cálcio (hiperparatireoidismo primário) Alterações do pH urinário (pH alcalino: acidose tubular renal ou infecção por germes produtores de urease; pH ácido: diátese gotosa) Redução do volume urinário Imobilização prolongada Uso de drogas litogênicas (por indução de alterações metabólicas ou precipitação da própria droga ou de seu metabólito) Comorbidades: Hipertensão, diabetes e obesidade. DIAGNÓSTICO Radiografia de abdômen ou pela ecografia de vias urinárias. DOR DO TRATO URINÁRIO Costuma ser bastante intensa e normalmente associa-se a inflamação ou a obstrução. Deve ser caracterizada quanto ao tipo (contínua ou intermitente), à localização, à irradiação, à intensidade e a fatores desencadeantes de melhora ou de piora. Dor decorrente de inflamação contínua Dor decorrente de obstrução caráter em cólicas o Proveniente do RIM normalmente localiza-se no ângulo costovertebral ipsilateral – lateral ao músculo sacroespinhal e abaixo da 12ª costela. Atribuída à distensão súbita da cápsula renal, podendo irradiar-se ao trajeto do ureter, à região umbilical e até aos genitais. Por estímulo reflexo ao plexo celíaco, pode haver náuseas, vômitos e diarreia. Patologia Pielonefrite o Proveniente do URETER aparecesubitamente, geralmente secundária à obstrução, por distensão aguda e aumento de sua peristalse. Suspeita do nível de obstrução pode se dar pela localização da dor: quando de terço superior, pode mimetizar dor renal; no terço médio, pode ser referida no quadrante inferior do abdome, à direita no ponto de McBurney (e sugerir apendicite) e à esquerda lembrando diverticulite. Obstrução do terço distal produz sintomas de irritabilidade vesical; nos homens, pode irradiar pela uretra até a glande e nas mulheres, para os grandes lábios. o Proveniente da BEXIGA há desconforto suprapúbico, intermitente nos quadros inflamatórios, que varia de acordo com o grau de repleção vesical. EXAMES COMPLEMENTARES
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