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INFECÇÃO URINÁRIA (EPIDEMIO, FISIOPATO, SINTOMAS E SINAIS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO)

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01. DEFINIR INFECÇÃO URINÁRIA (EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, 
DIAGNÓSTICO... TUDO) → DIFERENCIAR INFECÇÃO ALTA X BAIXA, 
SEXO IDADES...). 
Epidemiologia: no mundo 150 milhões de pessoas são diagnosticadas com ITU por ano, 
gerando custo globais de mais de 6 bilhões de dólares. No Brasil, principal infecção 
bacteriana, sendo 80 de cada 1.000 consultas clínicas. Infecções do gênero feminino são 
mais prevalentes, em torno de 86,75%. Infecção urinária inclui bacteriúria assintomática, 
infecções sintomáticas, infecções urinarias baixas (uretra e bexiga) (cistite), e altas 
(ureteres e rins) (pielonefrite), sendo as altas mais graves, pielonefrite pode causar sepse, 
abscessos e insuficiência renal. A ITU caracteriza-se por presença de microrganismos que 
se replicam nas vias urinárias (rins, ureteres, bexiga e uretra). Geralmente iniciam-se por 
inflamação na uretra (uretrite), cistite, pielonefrite aguda ou crônica. Estima-se 0,5 
episódio de cistite por ano em mulheres jovens. A ITU ocorre quando a flora da área 
periuretral é invadida por bactérias que ascendem o trato urinário, a virulência e 
suscetibilidade do hospedeiro são fatores vinculados a melhor aderência e colonização. A 
E. coli é o principal agente etiológico, causando cerca de 80% das infecções, mas inclui 
ainda Staphylococcus saprophyticus, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis. 
Citrobacter e Enterococos, são causas mais isoladas,infecções por estes microrganismos 
estão mais associados a anomalias anatômicas e cálculo renal. S. saprophyticus, S. aureus 
e a E. faecalis são gram positivas. 
FISIOPATOLOGIA 
Maioria das infecções do sistema urinário inferior é causada por Klebsiella pneumoniae, 
Enterococcus faecalis, Enterobacter spp., Proteus mirabilis e Pseudomonas aeruginosa. 
O processo fisiopatológico da maioria das ITU ocorrem por bactérias que entram pela 
uretra, ou por infecção através do sangue. A urina provoca lavagem da uretra, eliminando 
as bactérias presentes na uretra. A infecção ocorre principalmente por bactérias que 
colonizam uretra, vagina e região perianal. São fatores de risco para infecção urinaria, 
atividade sexual com novo parceiro, alteração da flora vaginal por alteração de pH, 
obstrução e refluxo urinário (principalmente), doenças que impedem esvaziamento da 
bexiga, idosos, doença de próstata, menopausa. Em ambiente hospitalar, instrumentação 
e cateterização são fatores predisponentes. Diabéticos correm maiores riscos de 
complicação, sendo suscetíveis às infecções fúngicas (Candida). 
As defesas do hospedeiro contra a virulência são, fenômeno de eliminação, pela micção, 
revestimento vesical, formando barreira protetora contra a invasão bacteriana, reação 
imune do organismo, imunoglobulina IgA e células fagocitárias. A flora, nas mulheres 
incluem lactobacilos, promove defesa contra colonização patogênica, durante menopausa 
ou uso de antibióticos, há modificação da flora protetora favorecendo colonização 
bacteriana. Nos homens líquido prostático promove ação antimicrobiana. As bactérias E. 
coli, possuem fimbrias que ajudam a adesão bacteriana à célula epitelial. Há dois tipos de 
fimbrias, as do tipo P são resistentes a manose, são as mais causadoras de pielonefrite. 
Neutrófilos não tem receptores P, então bactérias com pili P, são resistentes à fagocitose. 
A resposta do indivíduo aos pili P via TLR-4 é exacerbada, causando liberação e citocinas 
inflamatórias. Fimbrias tipo I, possuem maior aderência e formam inclusões como 
biofilmes. 
Quando há obstrução, a urina permanece na bexiga favorecendo a colonização urinaria 
por bactérias de maneira ascendente. A urina residual relaciona-se com bacteriúria e 
recidiva após tratamento. A distensão da bexiga, causa aumento da pressão intravesical, 
comprimindo vasos e deprimindo defesa da mucosa vesical. As obstruções anatômicas 
podem ocorrer por cálculo urinário, hiperplasia prostática, gestação e malformação da 
junção ureterovesical. As obstruções funcionais incluem bexiga neurogênica, micções 
infrequentes, instabilidade do musculo detrusor e constipação vesical. 
No refluxo, a urina da uretra entra na bexiga, pode ocorrer em mulheres ao tossir, agachar, 
pois aumentam pressão intra-abdominal, comprimindo urina para uretra e em seguida 
reflua para bexiga por diminuição da pressão. Refluxo vesicouretral, normalmente o 
ureter estende-se entra camada muscular e mucosa vesical, sendo este comprimido contra 
a parede vesical durante a micção, impedindo refluxo da urina, em sujeitos com esse tipo 
de refluxo, o ureter entra em ângulo reto na bexiga, favorecendo entrada de urina durante 
micção. 
 
 
 
Infecção induzida por cateter 
Cateteres causam irritação da mucosa da uretra, constituindo um meio de acesso aos 
microrganismos pelo sistema urinário. Bacteriúria em pacientes sob uso de cateter é a 
principal causa de infecção urinária hospitalar. As bactérias se aderem ao cateter e 
formam uma biopelícula que protege as bactérias da resposta imune e dos antibióticos. 
Manifestações clínicas 
Sintomas trato urinário baixo, cistite, disúria, urgência urinária, polaciúria, dor 
suprapúbica, hematúria, desconforto abdominal baixa, ardência e dor ao urinar. Urina 
pode ficar turba e com odor fétido. 
 
 
Diagnóstico 
Baseado em sinais e sintomas e exame urinários. Exames estes para revelar o 
microrganismo causador da infecção, sendo que a detecção de 100.000 unidades 
formadoras de colônia ou mais bactérias por mililitro, como critério diagnostico. 
Urocultura para caracterizar a bactéria e sua sensibilidade a antibióticos. Quando houver 
piúria, (5 a 8 leucócitos por campo de grande aumento) indica reação do hospedeiro à 
infecção. Amostra de urina pode ser examinada por fita reagente ou microscopia. 
-Fitas reagentes: As fitas detectam esterase leucocitária (indicativa de piúria) ou atividade 
redutora de nitrato. A redução de nitrato para nitrito é tempo-dependente e só é positiva 
em ITU causada por enterobactérias, pois só elas apresentam esta atividade. O valor 
negativo da fita é o mais importante, pois quando negativas praticamente excluem ITU. 
O pH urinário >7,5, favorece ITU. 
-Microscopia: Leucocitúria: são consideradas anormais contagens superiores a 10.000 
leucócitos/ml ou 10 leucócitos/campo. Exame microscópico de urina é realizado através 
de citometria de fluxo, contagem de leucócitos de até 30.000/ml são consideradas normais 
em mulheres. Leucocitúria, não é diagnostico de ITU. Proteinúria, geralmente discreta e 
variável (VN= 150mg dia). Ph alcalino indica infecção por Proteus. 
-Urocultura, padrão ouro, colher a partir do jato médio, com técnicas de assepsia, sem uso 
de antibióticos. A urina da manhã apresenta maior quantidade de bactérias, porém, devido 
a polaciúria, dificulta essa análise. Urina deve então ser colhida após duas horas da última 
micção. Número de colônias considerado para diagnostico, 105 colônias/ml de urina. 
 
Os diagnósticos diferenciais incluem: vaginite, uretrite aguda, cistite intersticial e doença 
inflamatória pélvica 
Tratamento 
Considerar patógeno, infecção aguda, crônica ou recidivante. Infecções baixas por E. coli 
são resolvidas por ciclo breve de antibiótico. Ingesta de muito líquido também auxilia a 
atenuar os sinais e sintomas junto ao antibiótico. 
Crianças: hospitalizar menores de 2 anos, imunocomprometidos, vômitos e incapacidade 
de medicação via oral, falha ao tratamento ambulatorial. Sinal de pielonefrite. 
 
 
-ADULTOS: tratamento varia de 
acordo com sexo. Mulheres 
jovens com infecção primaria, 
sem agravamentos, podem tratar 
por 3 dias, as demais por no 
mínimo 7 dias. 
 
Cistite não complicada 
 
 
 
 
 
 
 
Se recorrência de 3 ou mais episódios em 1 ano deve considerar cultura com 
antibiograma, profilaxia após termino do tratamento até avaliação urológica do trato 
urinário. Pacientes com bacteriúria assintomática, se duas uroculturascom crescimento 
bacteriano 100.000UFC/ml, tratar pacientes de alto risco, como transplantados, gravidas, 
pré-operatório urológica, e colocação de próteses. 
 
ITU na gravidez : comum na gestação, pode ser assintomática. 
 
Cistites não complicadas 
 
 
Infecção urinaria Hospitalar: retirar cateter se relacionado, tratar assintomáticos 
idosos, infecção por Serrátia marcescens. Não tratar paciente não de alto risco após 
retirada de sonda. 
 
Infecções em grupos especiais 
Infecções urinárias em gestantes 
Mais suscetíveis, dilatação dos cálices renais pelves e ureteres, a partir do primeiro 
trimestre junto a diminuição do peristaltismo do ureter pela progesterona e obstrução pelo 
útero, estão associadas a maior prevalência de infecção. A bexiga é ainda deslocada para 
cima e para frente, mais abdominal. Com relaxamento da musculatura lisa pela 
progesterona há aumento da capacidade de armazenamento de urina e estase urinária. 
Bacteriuria assintomática é comum na gravidez; é definida como duas culturas de urina 
consecutivas com mais de 100 mil unidades formadoras de colônia (UFC) da mesma 
bactéria ou cultura de amostra de urina obtida por cateterização com apenas 100 UFC de 
bactérias. 
São complicações, bacteriúria persistente, pielonefrites aguda e crônica e parto 
prematuro. 
 
Infecções urinárias em crianças 
Mais frequente em meninos até 3 meses de idade e meninas após essa idade. Recém-
nascidos prematuros após alta da UTI apresentam maior risco de ITU, como 
imunossuprimidos ou portadores de anomalias urinarias. Meninas de idade escolar, 
apresentam mais bacteriúria assintomática e com isso, mais risco de bacteriúria no futuro. 
As infecções urinárias costumam afetar vias superiores em crianças, causando 
pielonefrite. Recém-nascidos costumam apresentar bacteriemia, sinais e sintomas de 
septicemia, febre, vômitos, letargia e irritabilidade. Crianças maiores podem apresentar 
transtornos alimentares, déficit de crescimento, vômitos, febre e urina fétida. Crianças de 
1 a 3 anos, apresentam dor abdominal, vômitos, diarreia, padrões miccionais anormais, 
urina fétida, febre e déficit de crescimento. Infecções urinarias baixas em crianças 
maiores, há polaciúria, disúria e desconforto suprapúbico. Diagnóstico baseado em 
história clínica, exame físico(febre, hipersensibilidade abdominal ou suprapúbica), 
urinocultura. Exame de urina mostrar bacteriúria, prúria, proteinúria e hematúria. 
As crianças com uma primeira infecção urinária relativamente simples podem passar a ter refluxo 
significativo. Por essa razão, até mesmo um único episódio comprovado deve ser cuidadosamente 
investigado. Queixas urinárias sem bacteriúria sugerem vaginite, uretrite, abuso sexual, banhos 
de espuma irritantes, estrongiloidíase ou cistite viral. Nas adolescentes, o relato de disúria e 
secreção vaginal deve sugerir vaginite ou vulvite. 
Infecções urinárias em idosos 
Segunda causa de infecção, ficando atrás da pneumonia, devido a alterações da função 
imune pela senescência, há maior risco pela imobilidade, causando esvaziamento 
insatisfatório, obstrução de fluxo de saída vesical por hiperplasia prostática ou cálculos 
renais, isquemia vesical por retenção urinária. Mesmo quando há sintomas 
de infecção urinária baixa, essas queixas podem ser difíceis de interpretar porque os idosos 
sem infecção urinária comumente referem urgência, aumento da frequência e incontinência 
urinárias. Por outro lado, eles podem ter sintomas vagos como anorexia, fadiga, fraqueza ou 
alteração do estado mental. Mesmo nos casos de infecção urinária alta mais grave (p. ex., 
pielonefrite), os sinais e sintomas típicos como febre, calafrios, dor no flanco e hipersensibilidade 
à palpação podem ser alterados ou imperceptíveis nesses indivíduos. Em alguns casos, os 
pacientes não têm quaisquer sintomas até que a infecção esteja muito avançada.

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