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Ap Gestão de Compras e Suprimentos 498

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Prévia do material em texto

Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
	Gestão de Compras 
e 
Suprimentos
SEMESTRE 2
Créditos e Copyright.
CUNHA, Maurício Ayres. 
Gestão de Compras e Suprimentos. Maurício Ayres Cunha. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2014. 103 p. (Material didático. Curso de Tecnologia em Gestão Pública).
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. Tecnologia em Gestão Pública. 3. Gestão de Compras e Suprimentos.
CDD 350					
Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso oriunda da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
Copyright (c) Unimes Virtual.
É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato.
	
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PLANO DE ENSINO
CURSO: Tecnologia em Gestão Pública
COMPONENTE CURRICULAR: Gestão de Compras e Suprimentos
SEMESTRE: 2º
CARGA HORÁRIA: 80 horas
EMENTA: 
A função da compra. Operação do sistema de compras. Compras no setor público. A compra na qualidade e na inspeção. Preço/custo. Condições de pagamento e descontos. A negociação das compras. Fontes de fornecimento. Análise de valor. Ética em compras. Lote econômico de compras. Sistema de registro de preços. Análise econômica de compras.
 
OBJETIVO GERAL:
Fornecer ao aluno elementos teórico-práticos para exercer a função de compras na Administração Pública.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
UNIDADE I: Conceitos fundamentais
Objetivos: Compras na Administração Pública e Operação do Sistema de Compras. Noções básicas de licitação aplicadas à gestão de compras e suprimentos.
UNIDADE II: Fornecedores
Objetivos: Seleção de fornecedores; Avaliação dos fornecedores; custo do pedido na Administração Pública e tempo de reposição.
UNIDADE III: Preço e Concorrência
Objetivos: Pesquisa e análise de preços nas compras; negociação; qualidade e inspeção; fontes de fornecimento; papel do comprador; ética; compras emergenciais e compras sustentáveis.
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
· Compras na Administração Pública - A Lei nº 8.666
· Modalidades de Licitação
· Compras Diretas – dispensas de licitação
· Inexigibilidade de Licitação
· Cadeia de Suprimentos
· Gestão de Compras
· Operação do Sistema de Compras
· Seleção de Fornecedores
· Avaliação de Fornecedores
· Custo do pedido na Administração Pública
· Tempo de reposição
· Lote econômico de compra – LEC
· Sistema de registro de preços
· Preço e concorrência
· Pesquisa e análise de preço nas compras
· Negociação nas Compras Públicas
· Qualidade e inspeção nas compras
· Fontes de fornecimento
· Papel do comprador
· Ética nas compras *Ética/cidadania 
· Compras em situações emergenciais
· Compras sustentáveis *Sustentabilidade
· Compras públicas via Internet
· Compras sustentáveis *Sustentabilidade
· Compras públicas via Internet
(*) Conteúdos que contemplam a transversalidade.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
JACOBS, F. Robert. Administração de operações e da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: AMGH, 2012. (Pearson-19-02-19)
LAURINDO, Alisson M. A logística na administração pública: conceitos e métodos. Curitiba: InterSaberes, 2014. (Pearson-19-02-19)
LÉLIS, Eliacy C. Administração de materiais. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. (Pearson-19-02-19)
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
ALMEIDA, Alessandro A. M.; SANO, Hironobu. Função compras no setor público: desafios para o alcance da celeridade dos pregões eletrônicos. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rap/v52n1/1982-3134-rap-52-01-89.pdf. Acesso em: 19 fev. 2019. 
CHAIN, Ali. [et. al]. E-gov.br: a próxima revolução brasileira. São Paulo: Prentice Hall, 2004. (Pearson-19-02-19)
CHOPRA, Sunile e MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégias, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003. (Pearson-19-02-19)
DOMAKOSKI, Amauri. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522477630. Acesso em: 19 fev. 2019.
LOURENÇO, Nivaldo V. Administração pública: modelos, conceitos, reformas e avanços para uma nova gestão. Curitiba: InterSaberes, 2016. [Série Gestão Pública]. (Pearson-19-02-19)
 
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, videoaulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.
 
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
Sumário
Aula_01 – Aula Inaugural	9
Aula 02_Noções introdutórias sobre Compras e Suprimentos	13
Aula 03_Compras na Administração Pública	16
Aula 04_Licitações para gestão de compras e suprimentos: Parte I	19
Aula 05_Licitações para compras e suprimentos – Parte II	22
Aula 06_Licitações para compras e suprimentos – Parte III	24
Aula 07_Licitações aplicadas à gestão de compras e suprimentos: balanço final	27
Aula 08_Compras Diretas na Administração Pública	30
Aula 09_Exercício	33
Aula 10_Operação do Sistema de Compras	36
Aula 11_Função de Compras	40
Aula 12_Seleção dos Fornecedores	43
Aula 13_Avaliação dos Fornecedores	46
Aula 14_Custo do pedido na Administração Pública	50
Aula 15_ Tempo de Reposição	53
Aula 16_Lote econômico de compra (LEC)	57
Aula 17_Exercício LEC	60
Aula 18_Preço e Concorrência	62
Aula 19_Sistema de Registro de Preços	64
Aula 20_Negociação nas Compras Públicas	67
Aulas 21_Qualidade e Inspeção nas Compras	70
Aula 22_Padronização nas Compras	72
Aula 23_Fontes de Fornecimento	75
Aula 24_Estudo de Caso	78
Aula 25_Papel do Comprador nas Compras	83
Aula 26_Ética nas Compras	87
Aula 27_Estudo de Caso	90
Aula 28_Compras em Situações Emergenciais	93
Aula 29_Compras Sustentáveis	97
Aula 30_Compras Públicas Via Internet	101
Aula 31_Exercício	105
Aula 32_Revisão	109
Aula_01 – Aula Inaugural
Caros alunos, bem-vindos!
Sou o professor Stanley Plácido e estaremos o semestre todo envolvidos com a disciplina: Gestão de Compras e Suprimentos.
Veremos na disciplina, toda a estrutura da Gestão de Compras e Suprimentos: seu funcionamento, as leis regulamentadoras e o seu processo, abrangendo as suas etapas e procedimentos. A disciplina trará em seu escopo a dinâmica e a abrangência fundamentais para que os alunos possam adquirir o conhecimento necessário de forma a capacitá-los para o mercado de trabalho.
O material das aulas foi elaborado pelo professor Maurício, assim como a gravação das vídeo-aulas. No entanto, quem conduzirá essa disciplina sou eu, sempre à disposição para o esclarecimento de dúvidas que eventualmente surjam no decorrer da disciplina.
A disciplina será apresentada através de 5 (cinco) unidades:
 
Unidade I - Conceitos de Compras na Administração Pública
Nessa unidade veremos as noções básicas da Gestão de compras e suprimentos, abordando os conceitos introdutórios, Compras na Administração Pública e Contratação Direta.
Unidade II - Função Compras
Veremos o funcionamento do processo de compras, a função compra e os componentes da seleção e avaliação dos fornecedores.
 Unidade III - Processo de Compras
Nessa unidade apresentaremos o processo de compras, onde vocês poderão verificar os custos dospedidos, tempos de reposição nas compras, lotes econômicos de compras.
 
Unidade IV- Análise financeira e fontes de fornecimento
Nessa unidade abordaremos a parte de análise dos valores nas compras, o funcionamento das negociações, qualidade e inspeção nas compras. Serão vistos também, fontes de fornecimento, papel do comprador público e ética nas compras.
 
Unidade V- Modalidades de compras na Administração Pública
Nessa unidade final, serão vistos exemplos de compras na Administração Pública, haverá a aplicação de exercício para sedimentação dos conhecimentos, fechando a unidade com uma revisão geral dos principais tópicos abordados nas aulas texto.
Quanto ao conteúdo programático da disciplina, abordaremos os seguintes tópicos:
Compras na Administração Pública - A Lei nº 8.666 e sua aplicação à gestão de compras e suprimentos
 Modalidades de Licitação
 Pregão eletrônico
 Inexigibilidade de Licitação
 Cadeia de Suprimentos
 Gestão de Compras
 Operação do Sistema de Compras
 Seleção de Fornecedores
 Avaliação de Fornecedores
 Custo do pedido na Administração Pública
 Tempo de reposição
 Lote econômico de compra – LEC
 Preço e concorrência
 Pesquisa e análise de preço nas compras
 Negociação nas Compras Públicas
 Qualidade e inspeção nas compras
 Fontes de fornecimento
 Papel do comprador
 Ética nas compras
 Compras em situações emergenciais
 Compras sustentáveis
 Compras públicas via Internet
Por fim, recomendamos que na medida do possível leiam , sempre que possível o material adicional (Bibliografia básica e complementar) que em sua maioria estão disponíveis na Biblioteca ou online a partir dos buscadores na internet.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Pioneira, 2002.
JACOBS, F. Robert. Administração de operações e da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: AMGH, 2012.
LAURINDO, Alisson M. A logística na administração pública: conceitos e métodos. Curitiba: InterSaberes, 2014. (E-book).
SIMIONI, Christianne; FERRAZ, Marcelo Ferreira. Gestão de suprimentos. In: OLIVEIRA, Lais Macedo; GALVÃO, Maria Cristina Costa Pinto. Desenvolvimento gerencial na administração pública do Estado de São Paulo. 2 ed. São Paulo: FUNDAP/Secretaria de Gestão Pública, 2009.
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
AMORIM, Gustavo Henrique Pinheiro de. Direito Administrativo. São Paulo: Barros, Fischer & Associados, 2006. (Coleção Para Aprender Direito, 1).
ARNOLD.J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução. ed. Atlas, São Paulo, 1999. Leia págs. 201 à 224.
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 04 fev. 2018.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. 2 reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
CHOPRA, Sunile e MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégias, planejamento e operação. 4ª Edição, 2012 São Paulo: Pretince Hall, 2003.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SANTOS, Clézio Saldanha dos. Introdução à gestão pública. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Fundamentos da administração pública brasileira. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.
Tenham um ótimo curso e contem comigo para que ao término do semestre, tenham aprendido o máximo possível sobre o assunto.
Aula 02_Noções introdutórias sobre Compras e Suprimentos
Noções introdutórias sobre Compras e Suprimentos
Nesta aula veremos os aspectos introdutórios, assim como os objetivos básicos da Gestão de Compras e a Cadeia de Suprimentos relacionados às compras públicas.
INTRODUÇÃO
A gestão de compras, também chamada de aquisição, é o processo pelo qual os órgãos públicos adquirem matérias-primas, componentes, produtos, serviços, locações ou outros recursos de fornecedores para executar as suas operações. A Gestão de compras e suprimentos tem por finalidade planejar e satisfazer no momento certo os materiais exigidos, verificar e armazenar esses materiais, tendo vital importância para o processo de suprimentos em uma empresa.
O Departamento de Compras tem sob a sua responsabilidade prover a empresa dos suprimentos básicos para a sua operacionalização, para isso negociando o melhor preço e a melhor condição de aquisição, valendo esse conceito também para os entes da Administração Pública.
Cadeia de Suprimentos/Gestão de Compras
A Cadeia de Suprimentos diz respeito ao relacionamento imediato entre os vendedores e compradores no decorrer de uma série longa de eventos, visto que, a função de compras não é mais uma atividade rotineira. A administração dessa cadeia de suprimentos nesse caso vê vários compradores e vendedores como parte de um mesmo ambiente, onde o foco da atuação gerencial não é apenas a empresa, mas entre várias organizações que constituem a cadeia, e isso não se mostra diferente na Administração Pública. Ambos, cliente e fornecedor, participam do desenvolvimento de produtos e cumprem suas obrigações para que se mantenha e amplie o relacionamento na cadeia de suprimento.
As organizações envolvidas, neste caso, a Administração Pública, procuram estar próximas para identificar interesses mútuos, onde a ênfase está em construir um resultado satisfatório em conjunto, como por exemplo:suprimentos da área de tecnologia e informação. Ambos os lados, fornecedores e compradores estão investidos em confiança e apoio com o propósito de acrescentar valor, processo não possível em uma simples transação.
 Vários benefícios são compartilhados, mas variam de acordo com relacionamentos entre empresas.
 De acordo com Arnold (1999), os objetivos básicos da Gestão de Compras são:
1º - manter um fluxo constante de suprimentos para atender ao programa de produção;
2º - Assegurar a continuidade de suprimentos para manter relacionamentos efetivos com fontes existentes, desenvolvendo fontes de suprimentos alternativos, ou para atender necessidades emergentes ou planejadas;
3º - Comprar eficiente e sabiamente, eticamente, valorizando os valores gastos;
4º - Administrar os estoques para proporcionar o melhor serviço ao usuário ao menor custo;
Além disso, podemos acrescentar alguns objetivos mais específicos como:
 Selecionar os melhores fornecedores do mercado;
 Proteger a estrutura de custos da empresa;
 Manter o equilíbrio correto entre qualidade e valor;
 Monitorar tendências do mercado de suprimentos;
 Negociar eficazmente com fornecedores a fim de buscar benefícios mútuos.
Nessa aula abordamos os aspectos introdutórios e os objetivos da Gestão de Compras e a Cadeia de Suprimentos relacionados às compras públicas.
Na próxima aula veremos a função compras.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARNOLD.J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução.ed. Atlas, São Paulo, 1999. Leia págs. 201 à 224.
BOWERSOX. J.B. e CLOSS.J.D.: Logística Empresarial.ed. Atlas, São Paulo, 2001. págs. 121 à 147.
CHOPRA,S.; MEINDL, P.; Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégias, planejamento e operação. 4ª Edição. São Paulo: Pearson, 2012.
Aula 03_Compras na Administração Pública
Temática: Compras na Administração Pública – Parte I
Na aula passada foram estudados os aspectos introdutórios e os objetivos da Gestão de Compras e a Cadeia de Suprimentos relacionados às compras públicas. Nesta aula iremos estudar e conhecer a legislação e os princípios que regem os processos de compras na Administração Pública.
 
Compras na Administração Pública
As compras na Administração pública diferem em relação às compras organizacionais. A Lei nº 8.666, de 21.06.93, regulamenta o Art. 37, Inciso XXI, da Constituição Federal, instituiu normas para Licitações e ContratosAdministrativos, pertinentes a Obras, Serviços, Compras, Alienações e Locações no âmbito dos Poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A licitação visa a garantir a observância do Princípio Constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa pra a Administração; ou seja, a que melhor atenda de maneira objetiva o interesse do serviço.
As compras da Administração Pública são precedidas de ato convocatório.
A lei 8.666/93 preceitua:
I. DA LEGALIDADE
Todo o processo licitatório deverá ser realizado em fiel observância do disposto na lei.
II. DA IMPESSOALIDADE
O gestor público deverá agir com neutralidade perante todos os candidatos, evitando favorecimento ou perseguições pessoais.
III. DA MORALIDADE
O processo licitatório deverá ser conduzido com ética, sendo esse comportamento deve ser impresso tento pela Administração Pública como pelos licitantes participantes.
IV. PROBIDADE ADMINISTRATIVA
Previsto no art. 37, XXI da Constituição onde proíbe a discriminação entre os participantes do processo.
V. DA MORALIDADE
Baseado no princípio da competição justa, onde não ocorre a discriminação entre candidatos.
VI. DA PUBLICIDADE
Todos os atos do procedimento sejam efetivamente divulgados e levados a conhecimento de quaisquer interessados.
VII. DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
A administração bem como os licitantes, ficam obrigados a cumprir os termos do edital em todas as fases do processo: documentação, propostas, julgamento e ao contrato.
VIII. SIGILO NA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS
O princípio do sigilo na apresentação das propostas está previsto no § 3º do artigo 3º da Lei 8.666/93, e é extremamente importante na manutenção do caráter competitivo da licitação e na garantia da igualdade entre os concorrentes.
IX. PROCEDIMENTO FORMAL
Como o princípio anterior, o procedimento formal também está previsto na Lei 8.666/93, só que no seu artigo 4º.
X. DO JULGAMENTO OBJETIVO
O princípio apresenta que a decisão da licitação seja efetuada sem a influência de subjetivismos ou impressões do julgador. Este deve se ater unicamente aos fatores concretos contidos na proposta e no Edital.
XI. DA ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA AO VENCEDOR
O objeto da disputa deverá ser atribuído ao vencedor do certame.
 Apesar das compras públicas serem normatizadas pela lei das licitações, elas muitas vezes, seguem os mesmos preceitos das compras organizacionais. Os gestores públicos têm a atribuição de encontrar os melhores produtos para atender as necessidades da Administração Pública, assim como as melhores condições de pagamentos e preços, visto que essas compras são efetuadas e pagas de acordo com o orçamento aprovado para cada ente público.
  SITES
Para aumentar o seu conhecimento, acesse os sites:
· http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
· http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm
· http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
 
Nesta aula foram abordados a legislação e os princípios que regem os processos de compras na Administração Pública.
Iniciaremos na próxima aula o estudo sobre as modalidades de licitação e seus impactos na gestão de compras e suprimentos da organização.
  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ARNOLD.J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução.ed. Atlas, São Paulo, 1999. Leia págs. 201à 224.
BOWERSOX. J.B. e CLOSS.J.D.: Logística Empresarial.ed. Atlas, são Paulo, 2001. págs. 121 à 147.
CHOPRA,Sunile e MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégias, planejamento e operação. 4ª Edição, 2012 São Paulo: Pretencie Hall, 2003.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
Aula 04_Licitações para gestão de compras e suprimentos: Parte I
No momento de licitar, o gestor público deve, a partir do tipo de serviço e dos valores envolvidos, decidir qual a modalidade de licitação a ser utilizada, nos termos da lei 8.666 e de legislações complementares que porventura o ente esteja vinculado. Nessa aula estudaremos 3 dessas modalidades: Concorrência, tomada de preços e convite.
Concorrência
É a modalidade de licitação utilizada para licitações mais complexas e, costumeiramente, de valores mais elevados. É aberta a todos os interessados que atendam os requisitos básicos elencados pelo edital e validados na fase preliminar de habilitação.
Na administração pública utiliza-se essa modalidade de licitação de forma mais usual em serviços de engenharia cujos valores excedam R$ 1.500.000,00 (um milhão e meio de reais) e, também, outros serviços á exceção desses citados de valor superior a R$ 650.000,00.
A lei 8.666/1993 permite sua utilização também nos casos de compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, concessões de direito real de uso (permissão de uso por pessoa física ou jurídica concedida pelo poder público para finalidade específica), licitações internacionais, alienação de bens móveis e registro de preço, exceto quando há a obrigatoriedade do uso do pregão.
Tomada de preços
A tomada de preços é uma modalidade de licitação utilizada em compras consideradas de “médio vulto”. Ocorre entre interessados que estejam previamente cadastrados ou que, não estando nessa situação, atendam às condições exigidas para o cadastramento em até o terceiro dia anterior ao dia estabelecido pelo licitante para o recebimento das propostas.
Em termos de valores envolvidos, as licitações realizadas via tomada de preço tem como parâmetro o valor máximo de têm como parâmetro o valor máximo de até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) em obras e serviços de engenharia e até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) para outras compras e serviços.
Convite
A modalidade convite tem como característica ocorrer entre interessados do ramo específico ao qual a licitação se refere, cadastrados previamente ou não, que são escolhidos e convidados pelo órgão licitante em número mínimo de três (podem ser mais de três, portanto). O valor permitido nessa modalidade para obras e serviços de engenharia é de até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) e de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para outros serviços.
Cabe à licitante dar publicidade à licitação de forma que mesmo fornecedores ou prestadores de serviço não convidados, se assim quiserem, possam também participar da licitação. Para isso, esses interessados devem apresentar proposta em no máximo 24 horas antes. Em relação à essa modalidade, Gustavo Amorim tece ainda o seguinte comentário:
O convite é a mais simples das modalidades licitatórias, utilizadas em contratações de pequeno valor. Nele, a lei não exige sequer publicação do instrumento convocatório ( a carta-convite), apenas determina que ele seja afixado “em local apropriado” (normalmente, o quadro de avisos da repartição). (HENRIQUE; AMORIM, 2006, p. 89)
Cabe uma observação sobre essa modalidade de licitação: quando houver na praça mais de três possíveis interessados (casos de regiões com muitas empresas do ramo objeto da licitação, por exemplo), a cada convite subsequente para objeto igual ou parecido é preciso que seja convidado mais um interessado em acréscimo aos que já foram anteriormente convidados.
Nessa aula estudamos as seguintes modalidades de licitação denominadas concorrência, tomada de preços e convite. Na próxima aula estudaremos as modalidades “concurso” e “leilão”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MORIM, Gustavo Henrique Pinheiro de. Direito Administrativo. São Paulo: Barros, Fischer & Associados, 2006. (Coleção Para Aprender Direito, 1).
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 04 fev. 2018.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. 2 reimpr. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006
Aula 05_Licitações para compras e suprimentos– Parte II
Na aula passada nos debruçamos sobre a temática de três modalidades de licitação, quais sejam: concorrência, tomada de preços e convite. Nessa aula, trabalharemos outras três modalidades: concurso, leilão e pregão.
 
Concurso
 O concurso é uma modalidade para seleção de trabalho técnico, científico ou artístico, aberto a qualquer interessado. Objetiva a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores com base nos critérios elencados no edital que deve ser publicado com antecedência mínima de 45  dias. São exemplos dessa modalidade de licitação os Prêmios de monografias sobre determinado tema (história de uma região ou teses jurídicas, por exemplo) .
Cabe ressaltar que o concurso na condição de uma modalidade de licitação não é o mesmo que fazem candidatos a cargos ou empregos públicos.
 
Leilão
É a modalidade  de licitação destinada à venda de bens inservíveis para administração pública ou, como é comum, à venda de produtos apreendidos ou penhorados (apreensões de produtos ilegais ou em razão de sentenças judiciais, por exemplo).
O leilão é utilizado também para a venda de imóveis a quem oferecer o maior lance. A responsabilidade pelo leilão pode ser cometida a leiloeiro oficial ou a servidor para isso designado pela administração governamental responsável pelo bem a ser leiloado.
 
Pregão Presencial
O pregão é uma modalidade de licitação instituída a partir de 2000 que pode ser utilizada para os mesmo tipos de compras das modalidades concorrência, tomada de preços e convite.
A respeito do pregão e de suas inovações, Simioni e Ferraz assim o definem:
O pregão é um aperfeiçoamento do regime de licitações para a administração pública. Essa nova modalidade possibilita o incremento da competitividade e a ampliação das oportunidades de participação nas licitações, contribuindo com o esforço de redução de despesas de acordo com as metas de ajuste fiscal. O pregão garante economias imediatas nas aquisições de bens e serviços, em especial aquelas compreendidas nas despesas de custeio da máquina administrativa. (SIMIONI. FERRAZ, 2009, p. 246)
 
Para participar, os interessados devem enviar a proposta por escrito em sessão pública. Dessas, são selecionadas s de menor preço e aquelas até 10% acima do preço desta para, em seguida, dar início à fase de lances verbais, momento no qual o pregoeiro, depois de negociação com selecionados, declara vencedor aquela que for mais vantajosa para a administração pública
Note-se, no entanto, que devido ás suas características, o pregão permite a aquisição somente de  bens e serviços comuns, que tenham padrão de desempenho e características sejam comparáveis e facilmente descritos de forma objetiva como itens de mobiliário, locação de veículos, serviços de limpeza, bens e serviços de informática, etc, fáceis de perceber se atendem às especificações e, do mesmo modo, de se identificar o menor preço, que é o critério de julgamento permitido no pregão.
Nessa aula analisamos três modalidades de licitação, que foram o concurso, o leilão e o pregão, em sua modalidade presencial. Na próxima aula estudaremos a modalidade que cada vez mais é utilizada nas administrações governamentais, que é o pregão em sua face eletrônica.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
AMORIM, Gustavo Henrique Pinheiro de. Direito Administrativo. São Paulo: Barros, Fischer & Associados, 2006. (Coleção Para Aprender Direito, 1).
 SIMIONI, Christianne; FERRAZ, Marcelo Ferreira. Gestão de suprimentos. In: OLIVEIRA, Lais Macedo; GALVÃO, Maria Cristina Costa Pinto. Desenvolvimento gerencial na administração pública do Estado de São Paulo. 2 ed. São Paulo: FUNDAP/Secretaria de Gestão Pública, 2009.
 SANTOS, Clézio Saldanha dos. Introdução à gestão pública. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
Aula 06_Licitações para compras e suprimentos – Parte III
Como última modalidade de licitação a ser estudada, nessa aula trataremos do pregão eletrônico que, na verdade, é derivada do pregão presencial.
 O pregão eletrônico segue, em linhas gerais, as premissas do pregão presencial e, assim como aquela modalidade, não permite, por exemplo, as obras de engenharia. Como pode substituir outras modalidades, tem adesão cada vez maior e o crescimento de sua utilização o tornou responsável, por exemplo, por 77% das licitações realizadas em 2014 no âmbito federal. Tal crescimento é resultado das inovações que trouxe, as quais podem ser sintetizadas em 5 itens:
 
a)   inversão das fases de habilitação e propostas;
b)   possibilidade de apresentar novos lances durante o certame;
c)   maior dificuldade para que o licitante apresente recursos administrativos a fim de procrastinar desnecessariamente o processo;
d)   aumento considerável da transparência, pelo uso intensivo da tecnologia da informação;
e)   celeridade do procedimento. (TORRES, 2012, p. 179).
 
Com a inversão das fases de habilitação e propostas, o pregão eletrônico só verifica a documentação do vencedor, o que dispensa por exemplo, todo o trabalho prévio de análise da documentação e sucessivos recursos antes mesmo de, na prática, analisarem-se as propostas. Um outro elemento fundamental com o pregão eletrônico é que ele permite a participação de interessados de várias partes do país , aumentando, assim a competitividade e, na maioria dos casos, baixando os custos da aquisição.
Em princípio, fornecedores de todo o Brasil podem participar de um pregão eletrônico realizado por uma instituição pública em determinada cidade, democratizando e intensificando a possibilidade de disputa entre os licitantes. A possibilidade de adjudicar o objeto mesmo na existência de apenas uma proposta válida é especialmente importante para órgãos que licitam em mercados pequenos e pouco competitivos ou que buscam objetos muito específicos e difíceis de encontrar. Assim, a legislação do pregão tem evitado um problema muito comum na modalidade convite: a repetição de licitações por falta de três propostas válidas.
A modalidade pregão, preferencialmente eletrônico, é a forma de licitação recomendada aos órgãos federais sempre que possível desde 2005 e, como já mencionado, possui inúmeras vantagens à administração pública, que têm em duas delas o principal argumento pela sua utilização: economia de recursos e redução dos prazos de compra.
Quanto à economia de recursos, em que pese a necessidade de um ajuste melhor nos processos e definição dos preços-base dos bens e serviços pelos agentes públicos – utilizados no momento de negociação e, depois, quando da contabilização da economia gerada – estima-se uma economia que oscila, a depender do órgão analisado, entre 15% a 20% a partir do preço de referência.
Em relação aos prazos para a compra, esse ganho é muito maior, com o pregão eletrônico sendo a modalidade mais célere de licitação, seguida pelo pregão presencial e pelo convite com prazos razoavelmente rápidos, bem diferente da tomada de preços e da concorrência, que se revelou bem mais demorada. como podemos observar na tabela abaixo:
 
Tabela 1 – Tempo médio das modalidades de licitação
	Modalidade de licitação (1)
	Tempo médio
	Pregão eletrônico
	17 dias
	Pregão presencial
	20 dias
	Convite
	22 dias
	Tomada de preços
	90 dias
	Concorrência
	120 dias
Fonte: Elaborada a partir de: SIMONI; FERRAZ, 2009, p. 247.
(1) A estimativa não considerou as demais modalidades de licitação
 Nessa aula trabalhamos as características do pregão eletrônico e suas vantagens para a administração pública. Na próxima aula faremos uma sínteses das diversas modalidades de licitação comparando-as em seus aspectos essenciais de forma aterem claro quando e como utilizar cada uma delas no processo de compras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SIMIONI, Christianne; FERRAZ, Marcelo Ferreira. Gestão de suprimentos. In: OLIVEIRA, Lais Macedo; GALVÃO, Maria Cristina Costa Pinto. Desenvolvimento gerencial na administração pública do Estado de São Paulo. 2 ed. São Paulo: FUNDAP/Secretaria de Gestão Pública, 2009.
 TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Fundamentos da administração pública brasileira. Rio de Janeiro:Editora FGV, 2012.
Aula 07_Licitações aplicadas à gestão de compras e suprimentos: balanço final
Olá, nas aulas passadas estudamos as modalidades de licitação. Nessa aula trabalharemos o que diferencia, em termos práticas, cada uma delas em relação às outras.
No momento de definir a licitação, temos que partir primeiro do critério que utilizaremos para definir qual a modalidade correta. Observando o gráfico a seguir, podemos perceber , de forma resumida, como definir a modalidade a ser adotada:
Figura 1: Adaptado de: SIMIONI; FERRAZ, 2009, p. 244.
 
Uma vez definido o critério, temos também o parâmetro valor a ser considerado, que varia também a depender do que será licitado, isto é, se a licitação envolve obras e serviços de engenharia ou se é referente a outros bens e serviços. Em outras palavras, a lei estipula valores máximos e mínimos que orientam os gestores no momento de se decidir qual a modalidade a ser utilizada, como indica a tabela a seguir:
 
Tabela 1 – Licitações: diferenças em relação ao valor de contratação
	Modalidade
	Outros bens e serviços
	Obras e serviços de engenharia
	Concorrência
	Acima de R$ 650.000,00
	Acima de R$ 1.500.000,00
	Tomada de preços
	Acima de 80.000,00
	Acima de R$ 150.000,00
	Convite
	Até 80.000,00
	Até 150.000,00
	Pregão
	Sem limite de valor
	-
Fonte: SIMIONI; FERRAZ, 2009, p. 244.
Por fim, há um elemento final: o prazo de que dispomos para a efetuação da licitação. Cada modalidade tem prazos mínimos a serem observados, que, em última análise, devem ser levados em conta pelo gestor no momento da escolha.
	Prazo*
	Modalidade
	Obs.
	45 dias
	Concurso
	 
	 
	Concorrência
	Quando o contrato contemplar o regime de empreitada integral ou a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”
	30 dias
	Concorrência
	 
	 
	Tomada de preços
	Para licitações do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”
	15 dias
	Leilão
	 
	 
	Tomada de preços
	 
	8 dias
	Pregão
	 
	5 dias
	Convite
	 
Fonte: Adaptado de: SANTOS, 2015, p. 291-292
*Alterações significativas no edital reabrem a contagem dos prazos.
 
Nessa aula fizemos um balanço sobre as licitações, com foco no que se refere à gestão de compras e suprimentos na administração pública. Com isso, encerramos nossa unidade primeira unidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SANTOS, Clézio Saldanha dos. Introdução à gestão pública. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
SIMIONI, Christianne; FERRAZ, Marcelo Ferreira. Gestão de suprimentos. In: OLIVEIRA, Lais Macedo; GALVÃO, Maria Cristina Costa Pinto. Desenvolvimento gerencial na administração pública do Estado de São Paulo. 2 ed. São Paulo: FUNDAP/Secretaria de Gestão Pública, 2009. 
Aula 08_Compras Diretas na Administração Pública
Compras diretas na administração pública
Nas aulas passadas conhecemos a legislação e os princípios que regem os processos de compras na Administração Pública.
Nesta aula iremos abordar os processos de compra da Administração Pública que não necessitam de processo de licitação: Dispensa e a Inexigibilidade de licitação.
 
COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
As compras governamentais são precedidas por um processo licitatório, entretanto existem situações em que o Estado pode comprar sem que haja essa exigência legal. Essas compras vão desde serviços de engenharia de pequeno porte, até situações de calamidades públicas.
Essa modalidade de contratação de bens e serviços é chamada de contratação direta.
De acordo com Justen Filho:
A dispensa de licitação verifica-se em situações, em que, embora viável a competição entre particulares, a licitação afigura-se objetivamente inconveniente ao interesse público. Justifica-se pelo fato de que se parte do princípio de que a licitação produz benefícios para a Administração e esses benefícios consistem em que a Administração efetivará (em tese) contratação mais vantajosa do que realizaria se a licitação não tivesse existido. Muitas vezes, sabe-se de antemão que a relação custo benefício será desequilibrada. Os custos necessários à licitação ultrapassarão benefícios que dela poderão advir. (JUSTEN, Filho, Marçal, 2000)
 
Dispensa de Licitação
A dispensa da licitação é regulamentada pelo artigo 24 da Lei nº 8.666/93. A dispensa ocorre em diversas situações. Vejamos algumas delas:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo 23, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo 23 e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes...;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
 
Compras Diretas – dispensadas de licitação
As compras com valor de até R$ 8.000,00 (oito mil reais) podem ser efetuadas diretamente sem a necessidade da abertura de um processo licitatório pelos órgãos da Administração Pública.
Essas compras podem ser efetuadas via compra eletrônica ou diretamente, e devem ser precedidas de 03 (três) orçamentos, visando à obtenção da melhor e vantajosa compra para o erário.
Inexigibilidade de Licitação
O artigo 25 da Lei 8.666/93 preceitua: “É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:”
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 da Lei 8.666/93, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Vimos nessa aula, as situações que podem levar a Administração Pública a comprar sem a necessidade de instituir um processo licitatório. A Dispensa e a Inexigibilidades nas compras pela Administração Pública são exceções.
   
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ARNOLD. J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução.ed. Atlas, São Paulo, 1999. Leia págs. 201à 224.
BOWERSOX. J.B. e CLOSS. J.D.: Logística Empresarial.ed. Atlas, são Paulo, 2001. págs. 121 à 147.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
JUSTEN, Filho, Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos administrativos. São Paulo, Dialética, 2000.
LEI 8.666/93 – Lei das Licitações, disponível no site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm.
Aula 09_Exercício
Nas aulas anteriores vimos como funciona o processo de compras na Administração Pública, com e sem a obrigatoriedadeda instituição do processo de licitação. 
Propomos a leitura do artigo disponível no endereço eletrônico (CLIQUE AQUI) e transcrito abaixo.
Efetuada a leitura do artigo, no final deste, estão questões para serem respondidas para a sedimentação dos conhecimentos adquiridos. Veremos então a seguir, um caso que foi noticia no periódico, trata de compras pela Administração Pública. Após a leitura, responda das perguntas.
 
Obras emergenciais no Anel Rodoviário serão licitadas em janeiro pelo DER/MG
As obras de melhoramento do Anel Rodoviário de Belo Horizonte estão rigorosamente dentro do cronograma estabelecido e os prazos estão mantidos, apenas foi prorrogada para final de 2014 a entrega de todo o projeto executivo de engenharia concluído. A afirmação é do diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), José Elcio Santos Monteze. O Anel Rodoviário terá seus trechos problemáticos, nas interseções com as avenidas Amazonas, Ivaí e Pedro II, licitados em janeiro. A priorização de obras nestes três segmentos foi resultado de um acordo entre o DER/MG e o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre – DNIT.
Essas primeiras intervenções correspondem à primeira etapa de execução das obras de melhoramento. Ao longo de 2014 novas etapas do projeto serão concluídas possibilitando novas licitações e contratações de obras.
“As obras destes trechos devem ser iniciadas ainda no primeiro semestre e correspondem a 20% de toda a extensão do Anel, que possui 27,3 quilômetros”, destaca o diretor-geral do DER/MG.
A urgência em readequar o Anel Rodoviário faz com que as obras sejam realizadas em etapas. A primeira será a dos trechos problemáticos, já citados. Entretanto, para que seja viabilizada a contratação dos trabalhos pelo DER/MG, há a necessidade de celebração do Termo de Compromisso entre União e Estado para delegação de execução das obras. A minuta do Termo de
Compromisso para análise do DNIT e assinatura entre as partes, foi encaminhada pelo DER/MG na primeira quinzena de dezembro de 2013.
Foi delegada pela União, ao DER/MG, até o momento, a elaboração dos projetos de engenharia, em que o Termo de Compromisso foi aditado com prazo de vigência até julho de 2015. Este prazo contempla, além da elaboração dos projetos de engenharia, o envio da documentação pelo Governo de Minas de prestação de contas ao DNIT, para análise e aprovação dos investimentos.
Raio-X sobre o Anel
A Pesquisa de Origem e Destino da Região Metropolitana de Belo Horizonte apontou que o Anel é a via mais movimentada das 34 cidades que compõem a RMBH, com a passagem diária de 154.087 veículos.
Projetado para ser um contorno formado pelas BRs 040, 262 e 381, para que os veículos de carga e os viajantes não precisassem passar pela capital mineira, hoje o Anel se tornou a segunda via mais perigosa da capital, com 1.089 mortos e feridos em 2012, perdendo apenas para Avenida Cristiano Machado com 1.346.
O pico do tráfego do Anel Rodoviário ocorre entre às 8h e às 17h, quando passam por lá quase 11 mil veículos. A maior parte do tráfego na via corresponde a automóveis, com 69% da freqüência. Seguem-se 19% de caminhões e carretas, 6,5% de motocicletas e 5,5% de ônibus.
Disponível em:
http://www.transportes.mg.gov.br/index.php/leis/story/1802-obras-emergenciais-no-anel-rodoviario-serao-licitadas-em-janeiro-pelo-der-mg
 
Baseado no seu entendimento do texto e no conhecimento adquirido até aqui nas aulas, Responda as questões:
1)    As compras para a obra devem ser licitadas?
2)    Qual é a Lei que regula as licitações? 
3)    Pesquise qual seria a melhor modalidade licitatória para esse caso.
4)   Pode haver possibilidade de compras nesse caso sem licitações? Explique e exemplifique.
5)   Caso o governo de Minas decida inaugurar a obra com um show de Ivete Sangalo, como será essa contratação? Explique.
6)   Caso haja necessidade de compra de material de escritório, num valor pequeno, pode ser feita diretamente na papelaria da cidade? Explique.
 
Nesta aula você teve a oportunidade de avaliar os seus conhecimentos através de um caso real.
Na próxima aula, estaremos falando sobre a função compras.
 
REFERÊNCIAS
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
 
SECRETARIA DE ESTADO DE TRANSPORTES E OBRAS PÚBLCIAS. Obras emergenciais no Anel Rodoviário serão licitadas em janeiro pelo DER/MG. Disponível em: http://www.transportes.mg.gov.br/index.php/leis/story/1802-obras-emergenciais-no-anel-rodoviario-serao-licitadas-em-janeiro-pelo-der-mg. Acesso em: 05 fev. 2018.
Aula 10_Operação do Sistema de Compras
Nas aulas anteriores, vimos como a Administração Pública compra: seus requisitos básicos, as leis que as regem, e os fatores que podem levar as contratações diretas pela Administração Pública e também realizamos um estudo de caso, em forma de exercício.
Visto isso, nesta aula, iremos fazer uma imersão nos processos de compra. Iremos abordar os procedimentos utilizados nos departamentos de compras das empresas privadas e das públicas. O processo de compras realizado na empresa pública, como na privada, apresentam diferenças mínimas, pois seus procedimentos apresentam similaridade.
 
SISTEMA DE COMPRAS
De acordo com Viana (2002 Pg. 177), o sistema de compras se baseia em um conjunto de etapas que vão desde a preparação do processo de compras, até o controle da entrega. Vamos mencionar uma a uma.
a)   Preparação do processo: recebimento dos documentos e montagem do processo de compra;
b)   Planejamento da compra: indicação dos fornecedores e elaboração de condições gerais e específicas;
c)    Seleção dos fornecedores: seleção dos fornecedores para a disputa da concorrência, avaliando cada um, durante o processo de concorrência, pontuando méritos e deméritos;
d)   Concorrência: consulta, análise e avaliação das propostas dos fornecedores, bem como as negociações;
e)   Contratação: escolha da melhor proposta, negociação com o fornecedor vencedor e abjudicação (emissão) do pedido;
f)     Controle da entrega: recebimento do material e encerramento do processo.
Figura 01: Fluxo básico do processo de compras
Fonte: Adaptado de VIANA, 2006.
SISTEMA DE COMPRAS PÚBLICAS
O sistema de compras públicas não difere em relação ao das empresas privadas. A diferença entre elas é a forma de comprar. Na Administração pública existe a exigência da licitação, sendo ela, um procedimento administrativo que visa garantir os princípios legais dos atos praticados pelo Estado. A licitação deve atingir dois objetivos: selecionar a proposta mais vantajosa para a administração e propiciar iguais oportunidades àqueles que desejam contratar com a Administração Pública.
Nas empresas privadas o sistema de compras, atua de forma eficiente, levando em consideração o objetivo de sua operação: o lucro. Com isso, as diferenças entre os sistemas estão nos princípios, finalidades e objetivos.
De acordo com DALLARI (1993, p. 29),
[...] enquanto os particulares podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administração só pode fazer aquilo que a lei determina. Os interesses privados são disponíveis, mas os interesses públicos são indisponíveis. Os particulares escolhem livremente seus contratantes, mas a Administração não tem liberdade de escolha.
 
COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE COMPRAS
Costa (2000) elenca as principais diferenças entre o sistema de compras das empresas privadas e a Lei 8.666/1993, utilizada nas empresas públicas. Vejamos o quadro comparativo:
	
Nesta aula, vimos os procedimentos utilizados no processo de compras, abordando os sistemas de compras e seus procedimentos, tanto na empresa pública como na privada. Na próxima aula iremos estudar a função compras: sua importância na cadeia de suprimentos e principais atribuições.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
COSTA. A. L.; Sistemas de compras públicas e privadas no Brasil. Revista Rausp, Vol.35 - Nº 4 - outubro / dezembro/ 2000.
DALLARI, A. A. Contrato regido por cláusulas uniformes. Revista do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, São Paulo, p. 29-32, maio, 1993.
VIANA, J. J.; Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2006.
Aula 11_Função de Compras
Na aula anterior foram abordados os procedimentos utilizados no processo de compras, abordando os sistemas de compras e seus procedimentos, tanto na empresa pública como na privada. Nesta aula vamos estudar a função compras: sua importância na cadeia de suprimentos e principais atribuições.
  
Vamos relembrar um pouco a primeira aula?
Nela apresentamos o conceito de gestão de compras como o processo pela qual os órgãos públicos adquirem matérias-primas, componentes, produtos, serviços, locações ou outros recursos de fornecedores para executar as suas operações. Colocamos no conceito como órgãos públicos, pois a nossa disciplina foca diretamente as compras pela Administração Pública, mas esse conceito cabe a todos os tipos de organizações, públicas e privadas.
De acordo com Costa (1994):
Seu conceito pode ser definido como função administrativa, dentro da organização, responsável por coordenar um sistema de informação e controle capaz de adquirir externamente, para garantir o fluxo de materiais necessários à missão da organização, bens e serviços na quantidade certa, qualidade certam fonte certa, no exato momento e preço certo.
 
De acordo com Jones (2008), com o processo de privatização, grande parte do setor público foi transferido para a iniciativa privada. Com a privatização, a área de compras passou rapidamente a adotar as melhores praticas gerenciais encontradas no setor privado. O autor ainda descreve que com as mudanças recentes no setor público houve uma descentralização nas compras, dando maior liberdade de ações as autoridades, tornando-se esses tomadores de decisão. Não se precisa mais aguardar contatos centralizadamente negociados e, na busca de valorizar o dinheiro, podem comprar de quem preferir.
Atualmente o setor público, compreendendo organizações de saúde, órgãos de defesa e outros setores, acompanham organizações de compras avançadas no setor privado na tentativa de melhorar suas atividades de compras e suprimentos, embora nem sempre "as melhores práticas" ocorram no setor privado.
Embora todas as organizações, públicas como privadas, tenham atividades de compra e suprimentos, essa atividade será determinada pela extensão de seu desenvolvimento.
Para Jones (2008), há vários fatores que devem ser considerados no desenvolvimento de atividade de compras e suprimentos. Vejamos alguns:
· O crescente interesse das organizações por fornecedores externos que adotam práticas gerenciais mais eficazes;
· A maior especialização tem contribuído para o aumento de gastos externos;
· A ênfase nos negócios da empresa aumentaram a terceirização dos serviços habitualmente executados por funcionários da própria empresa ou órgão público;
· As ideias emergentes associadas à qualidade, responsividade e eliminação de desperdício vêm focando a atenção na cadeia de suprimentos;
· As organizações mais importantes parecem ser caracterizadas por ênfase estratégica nos suprimentos. As menores procuram imitá-las;
· As organizações atuais e seus fornecedores precisam ser mais responsivos e flexíveis para proporcionar o funcionamento da cadeia de suprimentos;
· O intercâmbio eletrônico de dados (EDI) e a integração sistêmica tem dado maior atenção à interface fornecedores/clientes.
Esses fatores são importantes e podem ser verificados tanto para empresas públicas como privadas. Aliás, não há diferenças entre os sistemas de compras em relação à sua forma de organização.
De acordo com Dallari (1993, pg. 29):
Enquanto os particulares podem fazer tudo aquilo que a lei proíbe, a Administração só pode fazer o que a lei determina. Os interesses privados são disponíveis e os particulares podem escolher livremente seus contratantes, mas a Administração não tem liberdade de escolha.
 
Principais atribuições da Função Compras
Visto que a função compras é fundamental em empresas públicas, assim como privadas, vejamos as principais atribuições da função compras:
· Seleção de fornecedores;
· Avaliação dos fornecedores;
· Custos do pedido;
· Tamanho de lotes de compra;
· Tempos de reposição;
· Preços e Concorrência;
· Especificações dos produtos;
· Inspeções de qualidade;
· Contratos;
· Controle.
Todos esses componentes da função compras serão vistos nas aulas seguintes, onde poderemos ver a importância de cada um deles de forma mais aprofundada.
 
Nessa aula vimos e abordamos a função compras: sua importância na cadeia de suprimentos e principais atribuições.
Na próxima aula veremos como escolher fornecedores.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
BOWERSOX. J.B. e CLOSS. J.D.: Logística Empresarial. ed. Atlas, São Paulo, 2001. págs. 121 à 147.
COSTA, A. L.; Sistemas de compras: a lei da licitação e a função compras da empresa privada. São Paulo: FGV, 1994.
DALLARI, A. A.; Contrato regido por clausulas uniformes. Revista do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, pag. 29-32, maio 1993.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
Aula 12_Seleção dos Fornecedores
Na aula passada vimos a função compras, os componentes da função compras, além de sua importância na cadeia de suprimentos e principais atribuições. Nessa aula analisaremos a seleção dos fornecedores e os fatores para a seleção dos fornecedores na Administração Pública.
 
SELEÇÃO DOS FORNECEDORES
O fornecedor exerce papel fundamental dentro da cadeia de suprimentos, tendo como atribuição oferecer produtos e/ou serviços com o objetivo de acrescentar valor ao cliente. Esse fornecimento requer um relacionamento amplo, desde o desenvolvimento em conjunto do produto até contratos de fornecimento com preços, qualidade e prazos sujeitos a uma mútua administração, visando à manutenção do mercado pela contínua satisfação do cliente, tanto na iniciativa privada, como na Administração Pública.
A Lei 8078/90 que institui o código de Defesa do Consumidor conceitua fornecedor como:
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (BRASIL. Lei n. 8.078, de 11 de Setembro de 1990. Institui o Código Civil)
Selecionar o fornecedor adequado é a principal atividade do sistema de suprimentos. E embora definir um bom fornecedor possa ser difícil de ser redigido, há vários atributos que podem traduzi-lo, como:
· Manter entregas de forma pontual;
· Fornecer qualidade consistente com o edital;
· Oferecer bons preços, condizentes com os praticados pelo mercado;
· Ter antecedentes estáveis;
· Fornecer bom serviço;
· Ter responsabilidade em relação às necessidades do cliente;
· Cumprir o prometido;
· Dar apoio técnico
· Manter o cliente informado sobre andamento do pedido.
 Escolha de fornecedores na Administração Pública
Para ser fornecedor com a Administração Pública é preciso que o interessado seja habilitado ou esteja inscrito no Registro Cadastral do órgão da Administração Pública. O artigo 27 da Lei 8.666/93 exige dos interessados a documentação que o habilita a transacionar com a Administração Pública.
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica; 
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira; 
IV - regularidade fiscal.
IV - regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999).
Os artigos 34 a 37 da Lei de Licitação preceituam os procedimentos a seremadotados pelos interessados em obter o registro cadastral junto ao órgão da Administração Pública, isentando de apresentar os documentos solicitados para esse cadastramento. Cada órgão público tem as suas normas e regras para fornecer o registro cadastral, inclusive no tocante ao prazo de validade.
Apesar da Lei 8.666/93 normatizar a escolha dos fornecedores, uma análise mais criteriosa como a visita de representantes da Administração Pública aos fornecedores, análise técnicas da produção e estrutura organizacional, desde que seguidos os critérios estabelecidos anteriormente, são mais eficientes que apenas a apreciação de documentos.
 
Nesta aula vimos como se faz a escolha dos fornecedores nas compras privadas e públicas.
Na próxima aula veremos como funciona a avaliação dos fornecedores.
 
  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Lei n. 8.078, de 11 de Setembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm . Acessado em 05/02/2018.
BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de Junho 1993. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acessado em 28/05/2014.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Disponível em: portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/ticontrole/legislacao/-repositorio_contratacao_ti/001.002.050.108.193.html Acessado em 26/05/2014
Aula 13_Avaliação dos Fornecedores
Na última aula vimos como se faz a escolha dos fornecedores nas compras privadas e públicas. Nesta aula veremos como se faz a avaliação dos fornecedores.
  
AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES
De acordo com Baily, et al (2008 pg. 191):
A maioria das organizações gasta 80% do orçamento anual com 20% dos fornecedores e, provavelmente, na compra de 20% dos itens. Esses artigos de grande gasto justificam uma investigação profunda. As compras não usuais ou de primeira vez, em que o comprador possui pouca ou nenhuma experiência de aquisição, podem justificar investigação intensiva, principalmente se a escolha errada do fornecedor levar a caras consequências.
Na iniciativa privada, as variáveis que determinam a avaliação dos fornecedores são, de forma tradicional, a qualidade, quantidade, timing, serviço e preço. Podemos mencionar também outras variáveis, como a estabilidade financeira do fornecedor e o modo de administração. Um fornecedor com problemas de caixa terá dificuldade em honrar com seus compromissos, e consequentemente, o fornecimento. Com isso, datas de entrega poderão ser afetadas, e a qualidade do produto pode vir a decair. No caso da administração, fornecedores bem administrados melhoram métodos, reduzem custos, desenvolvem melhores produtos, para citar alguns dos resultados da boa administração.
Para a avaliação do fornecedor a iniciativa privada, assim como, órgãos públicos fazem visitas às empresas dos fornecedores. Nesse caso, é preparado um check list sobre o que será vistoriado. As variações de abordagens do check list são vastas e podem mudar de acordo com as mudanças nas organizações.
De acordo com Baily (2008, pg. 192), os check List contam com algumas perguntas típicas, como:
 
· Fazem negócios com nossos concorrentes?
· Os documentos confidenciais são apropriadamente controlados?
· Contam com apoio técnico?
· Com que frequência pesquisam o mercado?
· Há quanto tempo estão estabelecidos?
· Quais seus planos de investimentos?
Avaliação dos fornecedores na Administração pública
Apesar do modo de comprar na administração pública ser muito parecido com o da iniciativa privada, o modo de avaliação dos fornecedores se apresenta de forma diferente. Leva-se em conta na avalição dos fornecedores na Administração Pública os critérios de habilitação do fornecedor, conforme vimos na aula passada.
Relembrando a aula passada, a habilitação dos fornecedores avalia os aspectos de capacidade jurídica, técnica e econômico-financeira, de regularidade fiscal e de regularidade quanto às restrições ao trabalho infantil, entre outros aspectos.
Segundo Costa (2000):
A avaliação nas organizações públicas brasileiras terá como base a execução ou a inexecução do contrato. Não existe diferença entre uma execução sofrível e uma execução satisfatória; nos dois casos o fornecimento foi executado. O fornecedor que teve uma entrega tumultuada, com pequenos atrasos e problemas de qualidade, é avaliado da mesma forma que aquele que se esmerou em atender com precisão a Administração Pública: os dois concluíram o contrato.
No momento da avaliação dos fornecedores, caso haja fatores que desabonem o fornecedor e que possam prejudicá-lo no futuro, inabilitá-lo, por exemplo, há a necessidade de formalizar, isto é, documentar os problemas apresentados. Além dos aspectos negativos ocasionados por uma má avaliação pela administração Pública, o fornecedor poderá sofrer uma série de sanções, conforme demonstra aos artigos 86 a 88 da Lei 8.666/93.
A Lei nº 8.666/93 descreve, nos artigos 86 a 88, as sanções administrativas para o caso de inexecução dos contratos:
· Advertência;
· Multa;
· Suspensão temporária da participação em licitações (prazo máximo de 2 (dois) anos);
· Declaração de inidoneidade para licitação (com direito à reabilitação).
  
A avaliação do fornecedor no setor público irá gerar como resultado final, uma qualificação ou desqualificação do fornecedor, dando direito ainda ao mesmo de recorrer da decisão, no caso de receber uma decisão que o desqualifique.
 Nesta aula vimos como funciona a avaliação dos fornecedores, tanto nas organizações privadas, assim como na administração Pública. Na próxima aula veremos os custos do pedido na Administração Pública.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de Junho 1993.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. V. 31, nº 85, jul/set 2000.
Aula 14_Custo do pedido na Administração Pública
Na aula passada vimos como funciona a avaliação dos fornecedores. Nesta aula veremos como são os custos do pedido na Administração Pública, seus componentes e como podem afetar no preço final dos produtos.
Vimos anteriormente, que o processo de compras na iniciativa privada se assemelha muito ao das compras públicas. Tanto nas empresas privadas, quanto nas públicas, o custo do pedido está presente. Os custos de pedido, ou de aquisição, são aqueles relacionados à reposição dos estoques, isto é, tudo aquilo que gastamos para que possa ser efetuada a reposição dos estoques. Dessa maneira geral, estão incluídos nesse tipo de custos:
 
· Custo do produto ou mercadoria;
· Gastos com telefone para falar com nossos fornecedores;
· Gastos com a compra de softwares (programas) para emissão de pedidos automáticos;
· Formulários para impressão de ordens de compra;
· Remuneração das pessoas envolvidas com os pedidos (salários);
· Bancos de dados;
· Transporte e distribuição logística.
 
Como esses custos estão relacionados diretamente com a realização dos pedidos, dependendo da intensidade, podem vir a ser muito altos e impactar negativamente a empresa nos seus resultados.
  
Custos dos pedidos na Administração pública
 
De acordo com Costa (2000), apesar das similaridades, as compras públicas têm custos de pedidos mais elevados que os da iniciativa privada. Vejamos:
 
· No setor público todas as compras tem que ser feitas através de publicações de editais, exigência legal nas compras públicas brasileiras;
· Outro fator a ser apontado é a exigência de conhecimento legal para o processo de compras, onde se demanda a contratação de especialistas formados em direito;
· A especificação do objeto, intensamente detalhada no sistema público, requer pessoal técnico específico;
· O formalismo do processo (“papelada”) necessita de uma estrutura funcional maior que aquela observadano setor privado;
· Despesas para os licitantes (documentos registrados, certidões, pessoal para formalização da proposta, etc.) tendem a ser repassadas no custo do produto.
  
Todos os fatores acima devem ser considerados como parte do custo de aquisição, apesar de difícil mensuração.
  
Custos da transação
Outra abordagem sobre os custos do processo de aquisição relacionam os custos de pedidos aos custos de transação.
KAGAMI (1993, 12) afirma que são os gastos relacionados aos dos atritos sociais e econômicos, são “os custos associados com contratos ou subcontratos. Incluem preparação, negociação e garantia de acordo. Se a sociedade é fundamentada na confiança mútua, os custos de transação são pequenos; entretanto, se for baseada na desconfiança, eles serão muito elevados.”
De acordo com COSTA e SANTOS (2008):
Os custos de transação são considerados como o dispêndio de recursos com planejamento, adaptação e fiscalização das relações entre os agentes econômicos e políticos, uma vez que o comportamento oportunista destes pode resultar no aparecimento de conflitos nas relações contratuais.
Se usarmos como parâmetro a teoria dos custos de transação e examinarmos o papel do Estado no Brasil das últimas décadas, pode explicar os reais motivos que levaram os custos de transação a serem tão elevados nas compras públicas.
Nesta aula vimos os custos dos pedidos na Administração Pública. Na próxima aula veremos os lotes econômicos de compra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
COSTA, A. L; Sistemas de compras no Brasil: A lei da licitação e a função compras na empresa privada. Revista do Tribunal de Contas da União. v. 31, nº 85, jul/set 2000.
COSTA, S. A.; SANTOS, E. M. (2008). Avaliação dos custos de transação para contratos de obras rodoviárias: um estudo de caso da readequação de capacidade da Br-101/RN. In: XXII Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes. ANPET. Fortaleza, Brasil, 2008.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
Aula 15_ Tempo de Reposição
Nesta aula veremos os tempos de reposição e lotes econômicos de compra. Como funcionam e como se relacionam nas compras da Administração Pública. Esses fatores são componentes da cadeia de suprimentos e tem por atribuição verificar o tempo de reposição dos estoques para que os produtos não venham a faltar, em se tratando da Administração Pública, podendo ser uma vacina, uma merenda escolar, isto é, itens de primeira necessidade, respeitando cada uma, sua área de atuação.
  
Tempo de reposição
O tempo de reposição do pedido ou lead time é o tempo demandado entre o processo de se efetuar o pedido e recebê-lo. Conseguir controlar esse tempo é um dos grandes desafios da administração de materiais, no qual o departamento de compra está inserido. O objetivo é conseguir mantê-los em níveis adequados de dimensionamento ou então reduzi-los sem afetar os processos e sem aumentar os custos financeiros.
De acordo com Pollick (2010):
Lead Time é o período entre o cliente solicitar uma ordem e a entrega do produto final. Uma pequena ordem de um item pré-existente pode ter apenas algumas horas de lead time, mas uma ordem maior de peças feitas sob encomenda podem ter um lead time de semanas, meses ou até mais. Tudo depende de uma série de fatores e o lead time pode mudar de acordo com temporadas, feriados ou a demanda do produto. (POLLICK, 2010)
Para Dias (2005), uma das informações básicas para se calcular o estoque mínimo é o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa.
Esse tempo pode ser dividido em três partes:
 
· Emissão do pedido;
· Preparação do pedido;
· Transporte.
  
Tempo de reposição na Administração Pública
Na Administração Pública, o tempo de reposição ou lead time é maior que na iniciava privada. Segundo Costa (2000), o tempo de reposição pode ser dividido em duas fases:
  
· Seleção do fornecedor, com a respectiva emissão da ordem de compra (ou contrato);
· Entrega, pelo fornecedor, do produto comprado.
  
Costa (2000) comenta ainda que a seleção do fornecedor através de licitação pública aumenta o tempo de reposição. É possível estimar o tempo de seleção. Pelas fases da licitação previstas pela Lei, o tempo de seleção é observado a partir da emissão da requisição até a assinatura do contrato, após o qual existe o recebimento.
Vejamos como exemplo, um quadro demonstrativo, com uma estimativa considerando o modelo de licitação mais demorada, no caso a concorrência:
 
Nesta estimativa devemos observar ainda que pode haver tempos extras no caso de recursos e julgamento desses recursos, direito esse dos fornecedores, que fogem do controle dos departamentos de compras públicas. É importante considerá-lo na requisição de compra, pois essa ocorrência pode ocasionar problemas de falta de produtos nos estoques da Administração Pública. Caso isso ocorra, o tempo previsto para seleção de um fornecedor através de concorrência será de 36 dias úteis mais 30 dias corridos; chegando a um total de 66 dias. Se considerarmos meses com 22 dias úteis, têm-se aproximadamente 80 dias corridos como previsão da concorrência. Somando-se a isso, aproximadamente 10 dias na média para a entrega das mercadorias, temos em média 90 dias de Lead time ou tempo de reposição. Isso tudo sem levar em conta problemas que não estão diretamente relacionados às licitações, como falta de produtos, problemas de produção por efeitos causados pela natureza, entre outros.
Sendo assim, deve-se considerar pelo menos três meses antes do final do estoque, deve ser emitida a requisição de compra. O reflexo principal desta demora resulta no tamanho do estoque de segurança para suportar as variações de demanda durante este longo período, ocasionando problemas na gestão desses estoques.
 Nesta aula vimos o conceito de tempo de reposição ou lead time, o tempo de reposição em relação ao processo de licitação nas compras públicas e como esse tempo pode afetar os estoques mínimos, o que nos leva a próxima aula como os lotes econômicos de compra.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
COSTA, A. L; Sistemas de compras no Brasil: A lei da licitação e a função compras na empresa privada. Revista do Tribunal de Contas da União. V. 31, nº 85, jul/set 2010.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
DOMAKOSKI, A. Como o governo compra: análises e procedimentos adotados. São Paulo: Atlas 2013.
POLLICK, Michael. What is Lead Time?. Wise Geek. Disponível em <http://w.wisegeek.com/what-is-lead-time.htm>. Acesso em 21/05/2014.
Aula 16_Lote econômico de compra (LEC)
Na aula passada estudamos como se compõe os tempos de reposição.
Nesta aula veremos os lotes econômicos de compra, relacionados às compras da Administração Pública. Assim como o tempo de reposição, o LEC é componente da cadeia de suprimentos, e tem por atribuição determinar os valores mínimos de compra em cada pedido efetuado pelo departamento de compras, tanto nas empresas da iniciativa privada, como pública. Como o processo de compras
  
LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS- LEC 
O lote econômico de compras, ou LEC, é a quantidade mínima a ser reposta no estoque, a fim de que não ocorra falta de suprimento de produtos para cada atividade fim. Ele é influenciado pelos tempos de reposição, principalmente quando tratamos de licitações, nesse caso, via de regra, para as compras públicas. Como vimos anteriormente, esses tempos podem ser muito altos, principalmente em processos licitatórios em que fornecedores entram com recursos, o que ocasiona um tempo muito alto para a liberação da compra.
O lote econômico é a quantidade ideal a ser adquirida em cada operação de reposição de estoque, onde o custo total de aquisição,incluindo os custos de estocagem é mínimo para o período considerado. Para encontrar o volume de compras utilizando o LEC, usa-se um método que consiste em calcular sucessivamente as quantidades correspondentes através de um histórico de entradas e saídas analisadas durante um determinado período, para se encontrar um número padrão de utilização dos materiais a serem comprados.
Vamos fazer uma suposição de abastecimento de certo material na Administração Pública na ordem de algumas dezenas de milhares de unidades por ano. Como deverá ser essa compra? Mensal, bimestral, semestral? Sabemos que as compras dependem do processo licitatório, como vimos anteriormente na aula sobre tempo de reposição do pedido. Nesse caso então poderíamos ter infinitas alternativas.
Para a solução desse caso, que será apresentado no exemplo a seguir, usaremos a fórmula para cálculo do LEC. Ela é apresentada da seguinte forma:
Onde:
LEC = lote econômico de compra
Co = custo de emitir e colocar um pedido
D = volume anual de vendas, em unidades (demanda anual)
Ci = custo anual de manutenção de estoque (percentagem)
U = custo por unidade.
Vamos aplicar em um exemplo? Para isso usaremos valores hipotéticos. Vejamos:
Digamos que tenhamos que comprar uma demanda de 3000 vacinas para uma determinada doença durante o ano. Para isso, temos um custo de pedido no valor de R$ 130,00, custo de armazenagem no valor de R$ 0,25 e preço do material em R$ 25,00. Qual será a nossa quantidade aplicando o LEC?
 
Co= R$ 130,00
D= 3000
Ci= R$ 0,25
U= 25,00
Vamos aplicar a fórmula
Vamos comprovar se o valor se equivale realmente ao lote mais econômico de compras? Compararemos o valor resultante do calculo do LEC, com outros valores. Vejam a tabela a seguir:
A tabela mostra que no ponto obtido pelo cálculo do LEC, o valor encontrado é o mais econômico entre todos. Mas apesar do modelo se mostrar muito eficiente para o dimensionamento dos custos dos pedidos, existe críticas ao modelo.
Uma das críticas mais comuns ao método, é que o LEC apresenta precisão desde que não haja alterações de comportamento, o que na Administração Pública com o modelo de compras por processo licitatório, pode vir a ser um problema. Outro fator é a concepção que os custos de armazenagem são lineares, o que na realidade dependem das disponibilidades de espaços nos armazéns.
Nessa aula vimos no que consistem os lotes econômicos de compra, assim como a maneira de se calculá-lo, fechando a aula com algumas críticas sobre o modelo.
Na próxima aula veremos os aspectos de preços e concorrência.
  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
CAUDURO, V. D.; ZUCATTO, L. C.; Proposição de lote econômico como estratégia de compra de compra para farmácia hospitalar municipal. Rev. ConTexto, Porto Alegre, v. 11, n. 20, p. 73-84, 2° semestre 2011.
COSTA, A. L; Sistemas de compras no Brasil: A lei da licitação e a função compras na empresa privada. Revista do Tribunal de Contas da União. V. 31, nº 85, jul/set 2000.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Aula 17_Exercício LEC
Você está encarregado de comprar computadores para toda a rede de escolas estaduais na cidade de São Paulo. Para isso, temos duas empresas que concorrem entre si, com maquinas de mesma configuração. Serão 4000 computadores, para as escolas de ensino fundamental.
A empresa X tem como valor de custos do pedido R$ 80,00 e custo de armazenagem na ordem de 2,30. O preço de cada máquina gira em torno de 830,00.
A empresa Z tem como valor de custos de pedido R$ 78,00 e custo de armazenagem na ordem de R$ 2,42 devido a suas máquinas serem de dimensão física maior que a empresa X.
Calcular o LEC das duas localidades e analisar qual é a melhor opção, sabendo que quanto menor, melhor será a proposta.
  
Fórmula para calcular o LEC
Onde:
LEC = lote econômico de compra
Co = custo de emitir e colocar um pedido
D = volume anual de vendas, em unidades (demanda anual)
Ci = custo anual de manutenção de estoque (percentagem)
U = custo por unidade.
Aula 18_Preço e Concorrência
Na aula passada fizemos o exercício prático de cálculo de lote econômico de compras.
Nesta aula analisaremos os aspectos de preços e concorrência relacionados às compras públicas.
   
PREÇO E CONCORRÊNCIA
Praticamente toda a empresa quer sejam privadas ou públicas, são afetadas pelo que os economistas chamam de mecanismo de preço. Sabe-se que quanto maior a demanda pelos produtos, isto é, quanto mais precisamos ou queremos determinada mercadoria, mais caro pode vir a ser seu preço. Com o evento da globalização, mais produtos estão à disposição das pessoas e empresas, e por consequência a concorrência.
Neste caso, vemos preço e concorrência, não como modelos de licitação, mas sim, no sentido mais literal da palavra, preço como valor pago para aquisição e concorrência em relação à disputa de mercado por diverso tipo de produto.
Segundo Baily (2008),
A idéia convencional de compras defende a crença que o monopólio é ruim e a concorrência boa à legislação governamental adotou uma linha similar e tentou reduzir por vários instrumentos legais o poder dos monopólios e as praticas comerciais restritivas (BAILY, Pg.216).
   
Nas compras públicas, atualmente a modalidade em que mais se pode perceber essa disputa de preços e concorrência é na modalidade do pregão eletrônico. O Pregão é uma modalidade de licitação, utilizada para aquisição de bens e serviços comuns, onde é feita uma disputa pelo fornecimento em sessão pública, por meio de propostas e lances, onde se classifica e habilita o licitante com a proposta de menor preço.
O pregão diferencia-se das demais modalidades de licitação pelo princípio do informalismo, pois o legislador “procurou introduzir alguns métodos e técnicas compatíveis com os modernos meios de comunicação, sobretudo através da informática” (CARVALHO FILHO, 2009).
Para Costa (2000), a concorrência entre os participantes de uma licitação é peça fundamental para o êxito do processo.
MUKAI (1993, 21) considera-a, inclusive, como um dos princípios da licitação. A concorrência em licitação, como demonstrado por COSTA (2000), tem como parâmetro a teoria da concorrência perfeita para sistematizar a operacionalização das compras no setor público. Esta afirmação decorre principalmente de duas observações:
a)    a exigência de produto homogêneo para o mercado em concorrência perfeita, de um lado;
b)   a impossibilidade de particularizar excessivamente o objeto da licitação a ponto de favorecer apenas um licitante do outro.
Apesar das compras públicas estarem normatizadas por leis que as delimitam e controlam, sempre que houver a concorrência, a probabilidade é que se consigam produtos mais baratos e de melhores qualidades. Para isso, é muito importante que os gestores públicos estejam atualizados com as tendências de mercado e produtos. E que estejam preparados principalmente para os processos de negociação, tema da nossa próxima aula.
  
Vamos agora fazer uma pequena reflexão.
Você acha que as compras públicas deveriam seguir o modelo de concorrência perfeita ou imperfeita? Pesquise sobre o assunto. 
Nesta aula vimos como funciona a relação de preços e concorrências nas compras públicas.
Na próxima aula analisaremos os aspectos da negociação nas compras.
   
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BAILY, P. JESSOP, D.; FARMER, D.; JONES, D. Compras: princípios e administração. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
CARVALHO FILHO, J. S.; Manual de Direito Administrativo. 21ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen júris. 2009. p. 400.
COSTA, A. L; Sistemas de compras no Brasil: A lei da licitação e a função compras na empresa privada. Revista do Tribunal de Contas da União. V. 31, nº 85, jul/set 2000.
MUKAI, T.; Novo estatuto jurídico das licitações e contratos. 2 ed. São Paulo: (Revista dos tribunais)
Aula 19_Sistema de Registro de Preços
Na aula passada analisamos os aspectos de preços e concorrência relacionados

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