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3-Protocolo_Depressão_2019-Revisto (2)

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Prévia do material em texto

Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
1 
 
 
 
 
 
PROTOCOLO HIPNÓTICO HCI®: DEPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADVERTÊNCIA DA SALVAGUARDA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL (INPI) 
ESTE MANUAL DE PROTOCOLO CLÍNICO DE HIPNOSE: TRATAMENTO DE ANSIEDADE E FOBIAS É 
COPYRIGHT®, E ESTÁ REGISTADO NO INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INTELECTUAL (INPI), COM 
O NÚMERO: 20101000048976, FAZENDO PARTE INTEGRANTE DA FORMAÇÃO EM HIPNOSE CLÍNICA 
INTEGRATIVA (HCI®) DE ALBERTO LOPES. ESTÁ PROIBIDA A SUA REPRODUÇÃO OU PARTE DELA SEM 
AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO AUTOR. 
(APROVADO PELO DECRETO-LEI N.º 63/85, DE 14 DE MARÇO, E ALTERADO PELAS LEIS N.ºS 45/85, DE 17 DE SETEMBRO, E 114/91, 
DE 3 DE SETEMBRO, E DECRETOS-LEIS N.ºS 332/97 E 334/97, AMBOS DE 27 DE NOVEMBRO, PELA LEI N.º 50/2004, DE 24 DE 
AGOSTO, PELA LEI N.º 24/2006 DE 30 DE JUNHO E PELA LEI N.º 16/2008, DE 1 DE ABRIL). 
 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
2 
 
 
 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
3 
 
 
ÍNDICE 
 
Guião Hipnótico para a Depressão ................................................................................................ 5 
Esquema de Sessões do Protocolo Hipnótico: Depressão .......................................................... 10 
Textos e Guiões do Protocolo Hipnótico: Depressão .................................................................. 15 
Técnica: A Cerca .......................................................................................................................... 18 
Técnica: Vasos Comunicantes ..................................................................................................... 27 
Técnica: Reforço do Ego — Amar Incondicionalmente o Eu Real ............................................... 33 
Técnica: Os Fardos....................................................................................................................... 40 
Técnica: Resgate da Criança Interior ........................................................................................... 45 
Técnica: da Depressão à Felicidade............................................................................................. 49 
Técnica: Ponte para o Futuro (future pacing) ............................................................................. 53 
Avaliação de Anamnese Clínica ................................................................................................... 56 
Metáforas para os Protocolos Clínicos ........................................................................................ 59 
 
 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
4 
 
 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
5 
 
 
 
GUIÃO HIPNÓTICO PARA A DEPRESSÃO 
 
 
DEPRESSÃO É EXCESSO DE PASSADO NA NOSSA MENTE. 
ANSIEDADE É EXCESSO DE FUTURO. 
O MOMENTO PRESENTE É A CHAVE PARA A CURA DE TODOS 
OS MALES DA MENTE. 
- JÚNIA BRETS 
 
DEPRESSÃO É EXCESSO DE PASSADO NA NOSSA MENTE 
A depressão é, em última análise, repressão. A pessoa reprimiu-se durante 
longos períodos de tempo, por isso deprime. Naturalmente, este tempo é 
variável, podendo ir de alguns meses a alguns anos. Aos poucos, a pessoa perde 
a capacidade de reagir, de sentir alegria e ânimo. A reação depressiva pode ser 
breve ou prolongada e vir acompanhada de ansiedade. Existem algumas 
particularidades comuns na reação depressiva que podemos ter em conta para 
fazer uma terapia à medida. 
Assim, vamos recordar as principais características a ter em conta: 
O DEPRIMIDO É CINESTÉSICO 
O consulente deprimido é muito cinestésico e muito interno, quer dizer, os 
pensamentos são voltados para as suas próprias questões interiores. Dizemos 
que os sentimentos dele estão à «flor da pele». O hipnoterapeuta deve ser 
cuidadoso, pois o deprimido geralmente «sente» as coisas como ruinosas e 
catastróficas e tem dificuldade em colaborar. Sobretudo, nas tarefas que lhe 
pedimos para fazer em casa. 
O DEPRIMIDO É INTERNO 
Um depressivo deixou de prestar atenção ao mundo de fora, de ver os problemas 
e os prazeres do mundo. Ele está preso aos seus sofrimentos e facilmente se 
volta para dentro de si mesmo, o que nos ajuda muito a colocá-lo em transe. 
Pode parecer uma desvantagem, mas, para iniciarmos o trabalho com hipnose 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
6 
 
na sintomatologia depressiva, este estado acaba por jogar a nosso favor. Pense 
nisto, um deprimido tem excesso de passado na sua mente, e isso ajuda-nos a 
iniciar uma regressão, voltando-o para as suas dores internas. O paciente 
deprimido gosta de falar dos aspetos que o magoam, passando grande parte da 
consulta com um discurso orientado para o passado. Assim, devemos iniciar o 
transe hipnótico que um deprimido já desenvolve naturalmente numa ruminação 
aos sofrimentos passados. Trabalhamos a angústia e deixamo-lo chorar. Dizem 
que as lágrimas lavam a alma interna. Assim, ele sente que alguém «pega nele 
ao colo», cuida dele com atenção e entende o que ele sente. Muitas vezes, o 
paciente depressivo tem uma vinculação materna mal resolvida, com traços 
negativos. Por exemplo, uma criança que não se tenha sentido bem-amada no 
seu primeiro ano de vida, passará a sofrer sempre nas suas relações objetais 
posteriores. Um deprimido com estas características tem a impressão de que 
jamais será bem-amado. 
O DEPRIMIDO ESTÁ DESGASTADO PELA VIDA 
O consulente deprimido sente-se desanimado com os outros e com ele próprio, 
com falta de energia e desgastado. Por isso, não deve começar o transe 
hipnótico sugerindo que ele se sinta bem, isso não resulta e não agrada nada a 
quem não se identifique com esses sentimentos. Na fase inicial da terapia, é 
difícil fazer com que ele sinta prazer ou conforto e se livre da dor de imediato. 
Como se diz, nunca entre pela porta da frente, ou levantar-se-ão as barreiras 
das defesas inconscientes. «Mas qualquer castelo tem sempre uma passagem 
secreta, não é?» Procure a passagem secreta na fortaleza da tristeza do 
consulente. 
O DEPRIMIDO POSSUI A CRENÇA DE QUE NÃO VAI MELHORAR 
A crença de que não vai melhorar está muito presente no deprimido. Na verdade, 
ele chega à terapia com uma desesperançada muito grande. Importa mostrar 
apoio e compreensão pelo seu estado. Podemos argumentar com uma analogia. 
Por exemplo, quando temos uma valente gripe, parece-nos que nunca vamos 
sarar, mas o tempo ajuda a remover todos os males, e não há nada que ele não 
cure. Trabalhamos dentro das questões e dúvidas do nosso consulente. Como 
é possível mudar o que ele está a fazer erradamente? Não devemos dar muitas 
soluções de uma só vez; primeiro, fomentamos uma pequena esperança. Se ele 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
7 
 
for recetivo e aceitar, apontamos uma luz ao fundo do túnel, e assim por diante. 
Não damos muito, senão a pessoa não se vai empenhar e muito menos vai 
acreditar que possa melhorar. Tem de ser em doses pequenas, homeopáticas. 
Pense nisso. É como dar demasiada comida a quem não consegue digerir: se 
lhe dermos toda a comida que ele quer, ele pode ter um enfarte. O ideal é ir 
dando a comida aos poucos, começando por coisas macias e líquidas, que ele 
possa engolir sem perceber conscientemente. 
ASPETOS A TRABALHAR COM O DEPRIMIDO NO TRANSE HIPNÓTICO 
Como dissemos, o deprimido facilmente entra em transe, porque está virado para 
dentro de si mesmo. Assim, trabalhamos o transe, começando pelas suas dores 
e os seus sofrimentos internos. Voltado para o seu interior, ele pode reavaliar as 
questões mais pertinentes noutra perspetiva. Importa perguntar: 
— Qual é a sua dor que é mais pronunciada? 
— Quais são as suas recordações mais dolorosas? 
E, em estado de transe, ele começa por olhar para dentro, para,depois, se ir 
voltando lentamente para fora — mas é um processo que decorre devagar, com 
o tempo. No meu entender, no caso da depressão, a regressão é uma técnica 
de limpeza e dessensibilização. O hipnoterapeuta pode aguardar uma forte 
catarse, normalmente, com ab-reação. A regressão permite que o consulente 
possa drenar a sua dor. Deixe-o limpar-se, chorando o quanto for necessário. 
À medida que a terapia vai evoluindo, é importante utilizar técnicas de reforço 
dos egos e introduzir a progressão de idade. A técnica importante é a ponte para 
o futuro. A regressão ao passado é o nosso bilhete de entrada para a pessoa, 
mas, com a evolução da terapia, a ferramenta que melhor ajuda na recuperação 
é o foco no futuro (Ponte para o Futuro). Esta deve ser introduzida ao longo da 
terapia, devagar e com calma, mas sem perder a fé na melhoria futura. 
COMO ABORDAR O CONSULENTE DEPRIMIDO NA TERAPIA 
Um deprimido deve ser abordado com calma. Assim, trate de averiguar a história 
passada do seu consulente deprimido. Pergunte como era o estado funcional do 
consulente, antes de ficar deprimido? O que tem ocorrido, nos últimos anos, que 
o tem desgastado? Lembre-se de que o ser humano é como uma máquina, por 
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isso, também se desgasta. Ele precisa de repouso (pausa) e alegria (energia 
vital) para se manter bem. 
DIVISÃO DA ABORDAGEM DA DEPRESSÃO EM DUAS FASES: 
I. PRIMEIRA FASE DA TERAPIA: A meta inicial da terapia é descobrir o que fazer 
para diminuir a pressão e a ansiedade do consulente. Vamos pensar nos 
seguintes moldes: o que é que falta a esta pessoa? O que é que ela não 
consegue fazer? O que é preciso ser feito? E, então, com calma, vamos 
investigando o tempo (regressão) anterior ao seu problema atual, para lhe 
ir mostrando possibilidades novas. Como era o seu desempenho no antes 
de ser deprimido? Podemos sempre resgatar a parte com recursos, que 
dormita dentro da pessoa, no seu inconsciente. 
II. SEGUNDA FASE DA TERAPIA: Importa também começar por restabelecer a 
relação objetal com as figuras de vinculação, nomeadamente, a mãe. 
Cabe ao hipnoterapeuta ouvir os medos fundamentais da infância do 
consulente (o medo de ser rejeitado, de ser abandonado e de não ser 
amado). Preste especial atenção ao carinho de que a pessoa necessita; 
ao aplicar técnicas de reforço do ego, ela vai crescendo, em terapia. 
Ensine o consulente a voltar-se para dentro; ensine-lhe que o amor que 
busca nos outros, afinal, pode estar dentro dele. Ele pode sentir a vida 
noutra perspetiva, sabendo que, agora, tudo depende apenas dele. O 
amor que procurava fora, afinal, está do lado de dentro, e ele pode deixar 
de estar sempre a chorar, por sentir que ninguém cuida dele, para passar 
a cuidar de si próprio e dos seus objetivos futuros. 
 
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1.ª Sessão 
Guião anamnese e 
História Clínica 
Criação Lugar Seguro 
2.ª Sessão 
3ª Sessão 
A Indução Hipnótica 
Técnicas: A Cerca e 
Vasos Comunicantes 
Dimensões a trabalhar: Técnicas fortalecimento Ego/Momento tranquilizador/Trabalhar a autoestima 
Uso de Metáforas Trabalho de casa 
Técnica fortalecimento do 
Ego: Amar o Eu Real 
 
Metáforas Trabalho de casa 
Duende J. P. Espinhos A Pedra Linha da Vida 
O Pássaro 
Jaula 
O Poço O Fardo Galo Carta não enviada 
4ª Sessão T. Regressão Causa Fonte 
T. Resgate Criança Interior 
Metáforas Trabalho de casa 
O Aprendiz O Anel A Vendedor Pedra Recipiente Agradecimentos 
6ª Sessão 
 T. Vasos Comunicantes 
T. Da Depressão à Felicidade 
T. Hetero vs. Auto-hipnose 
 
Metáforas Trabalho de casa 
A Águia O Problema A Lagarta Boa formulação objetivos 
5ª Sessão 
T. Estado do Ego 1.ª parte 
T. Estado do Ego 2.ª parte 
Técnica Os Fardos 
 
Metáforas Trabalho de casa 
A Clara O Copo Fábula Carroça Recipiente Objetivos 
Objetivos da Sessão: Técnicas Motivacionais/Trabalhar a autoestima/agradecimentos 
Objetivos da Sessão: Hipnoanálise/Fortalecimento Ego/Independência Figuras Vinculação/Orientação 
Objetivos 
Objetivos da Sessão: Reforço Traço Personalidade/Promover independências e autoestima 
Objetivos da Sessão: Estratégias Coping/ Autoperceção competência/Ponte Afetiva para o Futuro 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
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ESQUEMA DE SESSÕES DO PROTOCOLO HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
PRIMEIRA SESSÃO DO SETTING HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
• ANAMNESE 
• METÁFORA-SEMEADURA: O AGRICULTOR 
• INDUÇÃO HIPNÓTICA: TESTES DE HIPNOSENSIBILIDADE E APROFUNDAMENTO 
• CRIAÇÃO DO LUGAR SEGURO DO CONSULENTE 
• REORIENTAÇÃO PRESENTE (se necessário contar uma metáfora) 
ANAMNESE: a anamnese é o momento em que se recolhe as informações do 
estado do consulente, por isso, deve-se prestar especial atenção logo na 
primeira sessão. As seguintes questões devem estar presentes na história 
biopsicosocial e servem de introdução e inspiração ao tratamento da depressão. 
IDENTIFIQUE O FUNCIONAMENTO DE PRÉ MORBILIDADE DO CONSULENTE (ANTES DO 
SÍNDROMA): 
a. QUAL É A HISTÓRIA BIOPSICOSSOCIAL DO CONSULENTE? 
✓ Dados do nascimento e da infância 
✓ A família e as principais Figuras de Vinculação 
✓ Os grupos de socialização 
✓ Eventos importantes da vida e outros 
b. QUAIS FORAM OS TRATAMENTOS ANTERIORES DA SÍNDROME/DO PROBLEMA? 
✓ Opinião do médico assistente 
✓ Despiste médico de problemas físicos 
✓ Intervenções cirúrgicas 
✓ Medicação que toma e os seus efeitos 
c. QUE IMPACTO TEM A SÍNDROME NAS RELAÇÕES INTERRELACIONAIS? 
✓ Impacto no matrimónio e na relação com a sexualidade 
✓ Impacto na vida social 
✓ Impacto que a tristeza/frustração trouxe à sua vida 
d. DE QUE FORMA É QUE A SÍNDROME PERTURBOU A VIDA PROFISSIONAL? 
✓ O que é que o problema o impede de fazer? 
✓ O que é que o problema o obriga a fazer? 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
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e. QUE ATIVIDADES DE TEMPOS LIVRES E PASSATEMPOS DEIXOU DE FAZER? 
✓ O que é que poderia agravar o seu problema pior? 
✓ O que é que poderia aliviar o seu problema? 
f. QUAIS SÃO OS GANHOS SECUNDÁRIOS? 
Os ganhos secundários não são logo evidentes, assim preste especial 
atenção aos ganhos que a doença/o problema pode trazer. Por exemplo, para 
apurar potenciais benefícios de estar pseudodoente, o psicoterapeuta deve 
perguntar: «Imagine que conseguia ultrapassar esse problema hoje; como é 
que a sua vida mudaria? O que é que conseguiria fazer que não consegue 
fazer agora?» 
✓ QUESTIONE SEMPRE: 
✓ O que é que o problema o impede de fazer? 
✓ O que é que o problema o obriga a fazer? 
✓ O que é que poderia agravar o seu problema? 
✓ O que é que poderia aliviar o seu problema? 
g. REENQUADRAR CAUSAS QUE REPRESENTAM O PROBLEMA «RESSIGNIFICAÇÃO» 
✓ Descrição dos «sentimentos» relacionados como o problema 
✓ Descrição das «emoções» relacionadas com o problema 
✓ Descrição das «somatizações» relacionadas com o problema 
✓ Descrição do problema traduzido numa «metáfora» 
 
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ESQUEMA DE SESSÕES DO PROTOCOLO HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
 
SEGUNDA SESSÃO DO SETTING HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
• INTRODUÇÃO À TÉCNICA 
• METÁFORA-SEMEADURA: O PORCO-ESPINHO 
• INDUÇÃO: ANCORAMENTO NO LUGAR SEGURO 
• RESPIRAÇÃO PARA A MUDANÇA 
• TÉCNICA DE INTERVENÇÃO: A CERCA 
• Dimensão espacial da cerca e perguntar: 
✓ Qual é a dimensão da Cerca? 
✓ De que material é feita? 
✓ Quem é que está do lado de dentro? 
✓ Quem é que está do lado de fora? 
✓ Do que é que precisa para se sentir confortável? 
• Sugerir que continue a mudança com a respiração 
METÁFORAS E SUGESTÕES PÓS-HIPNÓTICAS A INCLUIR 
✓ Metáforas: A Pedra e o Duende Jacinto 
✓ Sugestões baseadas na informação introdutória 
✓ Sugestão de trabalho de casa: Linha do Tempo 
TERCEIRA SESSÃO DO SETTING HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
REVER OS RESULTADOS DA SEMANAANTERIOR 
✓ O que é que funcionou? 
✓ O que é que não funcionou? 
I. FORMULAR SUGESTÃO DE AUTO-HIPNOSE 
II. METÁFORA-SEMEADURA: O POÇO 
III. INDUÇÃO HIPNÓTICA 
IV. TÉCNICA DE INTERVENÇÃO: AMAR O EU REAL (METÁFORA O FARDO DO GALO) 
V. REFORÇAR AS SUGESTÕES DA PRIMEIRA SESSÃO 
✓ Verificar o tamanho da Cerca (ajustar) 
✓ Certificar as pessoas no interior ou exterior da Cerca (ajustar saídas e 
entradas) 
METÁFORAS E NOVAS SUGESTÕES PÓS-HIPNÓTICAS 
✓ Metáfora: A Gaiola Dourada (100 Mais Belas Parábolas Todos Tempos) 
✓ Escolha de novas atividades 
✓ Benefícios de formular objetivos 
✓ Exercício 
✓ Passatempos 
SUGESTÕES ESPECIAIS DEVEM INCLUIR 
✓ Sugestões baseadas na informação introdutória 
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✓ Metáforas 
✓ Ensinar a respirar 
✓ Mecanismo de Condicionamento 
✓ Trabalho de casa: Recipiente de Agradecimentos 
QUARTA SESSÃO DO SETTING HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
I. REVER O PROGRESSO DA SESSÃO ANTERIOR 
✓ Metáfora-semeadura: O Aprendiz (100 Mais Belas Parábolas Todos Tempos) 
II. INDUÇÃO HIPNÓTICA 
III. TÉCNICA DE REGRESSÃO À CAUSA FONTE 
IV. TÉCNICA DE RESGATE DA CRIANÇA INTERIOR 
✓ Metáfora: O Anel (100 Mais Belas Parábolas Todos Tempos) 
✓ Verificar os problemas e as necessidades da criança interior 
✓ O que é que a Criança Interior pode mostrar ou dizer? 
✓ Dessensibilizar e ressignificar os momentos traumáticos 
 
V. REFORÇAR AS SUGESTÕES POSITIVAS 
✓ Respiro melhor, e a minha saúde e bem-estar aumentam a cada dia 
✓ Sinto-me mais solto, mais livre e melhor a cada dia 
 
VI. DAR ESPECIAL ATENÇÃO A NOVAS SUGESTÕES E METÁFORAS, CONFORME 
NECESSIDADE 
✓ Metáfora: O Vendedor de Pedras 
 
QUINTA SESSÃO DO SETTING HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
I. REVER O PROGRESSO DA SESSÃO ANTERIOR 
II. SEMEAR A PRÁTICA DA AUTO-HIPNOSE: METÁFORA O COPO 
III. TRABALHO COM A TÉCNICA DOS ESTADOS DO EGO (dividir em 2 partes) 
✓ Verificar de se os sentimentos iniciais foram ou não alterados 
✓ Resgatar os vários Egos, preenchendo as suas necessidades 
✓ Trabalhar a vinculação das figuras significativas 
✓ Criar Egos auxiliares e reforçar cada um deles 
✓ Metáfora: A Clara 
✓ Estabelecer uma âncora de contato 
 
IV. METÁFORAS E SUGESTÕES PÓS-HIPNÓTICAS 
✓ Metáfora: A Carroça (José Cavalheiro Homem) 
 
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V. REFORÇAR SUGESTÕES POSITIVAS 
✓ Identificar passatempos e atividades lúdicas 
✓ Trabalho de casa: Recipiente de Objetivos 
 
SEXTA SESSÃO DO SETTING HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
I. REVER O PROGRESSO DA SESSÃO ANTERIOR 
II. METÁFORA-SEMEADURA: A LAGARTA E A BORBOLETA 
III. INDUÇÃO HIPNÓTICA 
IV. TÉCNICA DOS VASOS COMUNICANTES: MAGIA DAS PERSONALIDADES 
✓ Metáfora: O Despertar da Águia (100 Mais Belas Parábolas Todos Tempos) 
 
V. APLICAR UMA SESSÃO DE HETERO-HIPNOSE 
VI. ACOMPANHAR A PRÁTICA DA AUTO-HIPNOSE 
✓ Ensinar a criar uma frase com afirmações positivas 
✓ Aplicar os princípios (DAC) 
✓ Ensinar o primeiro passo da auto-hipnose 
✓ Usar novas sugestões de autoimagem e afirmação pessoal 
 
AS SUGESTÕES ESPECIAIS DEVEM INCLUIR 
✓ Novas sugestões e elaboração de frases auto-hipnose 
✓ Metáforas de autoperceção de competências 
✓ Metáfora: O Problema (100 Mais Belas Parábolas Todos Tempos) 
✓ Ponte para o futuro 
CONTINUAR COM SESSÕES SUBSEQUENTES, CONFORME A NECESSIDADE DO SEU CONSULENTE 
 
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15 
 
TEXTOS E GUIÕES DO PROTOCOLO HIPNÓTICO: DEPRESSÃO 
 
METÁFORA-SEMEADURA: O AGRICULTOR 
O meu avô era agricultor e tinha muito jeito para cuidar das suas terras. Certo 
era que a terra que ele cultivava dava sempre as melhores hortícolas. Recordo-
me de ser criança e não compreender muito bem quando ele me dizia que era 
sempre necessário fazer «sofrer» a terra para ela dar boas colheitas. Perante o 
meu espanto, ele sorria e dizia-me que temos de abrir a terra compactada com 
o arado, rasgando-a, para a tornar escura e macia… Esse solo bem mais macio 
e oxigenado está pronto para receber de braços abertos as boas sementes. Dizia 
também o meu avô que, se cuidarmos da terra, irrigando-a abundantemente, 
livrando-a das ervas daninhas e abrigando-a das intempéries e dos problemas 
que vão surgindo, ela dará sempre as melhores plantinhas e os melhores frutos. 
Só mais tarde é que compreendi a sabedoria do meu avô, mas a verdade é que 
sempre me deliciei com os melhores tomates, pepinos e frutos tão saborosos 
que ele cultivava. 
Pois é: é assim com a terra e com a vida, não é verdade? 
ENSINE O CONSULENTE A RESPIRAR 
A respiração é tudo o que o consulente precisa para metamorfosear as 
devidas mudanças. Assim sendo, é adequado trabalhar a respiração logo 
na primeira sessão. 
 
A METÁFORA DA RESPIRAÇÃO 
Já se deu conta de que a sua respiração é um dos principais recursos que 
o seu corpo e a sua mente têm para estar bem? Possuímos cerca de 50 
triliões de células, e a nossa mente profunda tem a capacidade de, através 
da respiração e da corrente sanguínea, levar a pequena porção de oxigénio 
e nutrientes a cada célula. Desde o alto da cabeça, até ao dedo mindinho 
do pé. Não é extraordinária essa organização harmoniosa? Essa sabedoria 
do seu corpo, a que os médicos chamam homeostasia? Enquanto você 
imagina o que acontece dentro de si, gostaria de o convidar a sentir a sua 
respiração com todos os detalhes, acha razoável? 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
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Muito bem… então sinta o ar a passar através das suas narinas… a 
descer pela garganta… a descer pela traqueia… e a chegar aos 
pulmões… aportando-lhe uma sensação de frescura… e renovação… 
Sinta-o a entrar saudavelmente… a sair automaticamente… e sinta o 
peito e o abdómen a expandir-se… e a contrair-se… a cada respiração… 
a inspirar e a expirar… num sentido… e no outro… para cima… e para 
baixo… Perceba até onde se se expande e contrai o peito… e até onde 
se expande e contrai o abdómen… em cada inspiração… e em cada 
expiração… Sinta o seu corpo encher-se de vida… com cada 
respiração… a encher-se de ar fresco… e a encher-se de tudo o que 
você necessita para estar bem… Sinta-o a expulsar tudo aquilo que, se 
ficasse dentro de si, certamente lhe faria mal… e, com cada respiração, 
acontecem milhões de mudanças invisíveis… realmente, já alguma vez 
pensou que muitas das suas células se dividem… que muitas das suas 
células crescem… nascem… e morrem… para dar lugar a outras 
novas?… Mas essas são exatamente as mudanças de que seu corpo 
necessita para continuar a viver bem e em equilíbrio, não é?… E 
enquanto sente a respiração… observe como, da mesma maneira que 
está a realizar essas mudanças prodigiosas invisíveis dentro de si… 
justamente as mudanças internas necessárias para estar bem… a sua 
respiração pode transformar… remover… e metamorfosear qualquer 
célula… ou qualquer coisa que aconteça dentro do seu corpo… Não é 
extraordinário pensar que, se a mente profunda sabe alimentar milhões 
de células… também deve também saber o que está errado ou menos 
bom… e pode mudar automaticamente mudar o que precisa de ser 
mudado? [Algo perturbador, doença, etc.] Tudo para o seu equilíbrio e 
mais alto bem?… Ela muda exatamente o que tem de mudar… para que 
você se sinta como se quer sentir… e para que você possa viver a vida 
como a quer viver… 
 
 Protocolos Hipnóticos HCI®: Depressão®. Alberto Lopes, Copyright®. 2019 
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MUDANÇA COM A RESPIRAÇÃO 
Veja agora um exemplo de levar o paciente em transe a efetuar uma 
mudança de algo desagradável, com a respiração. 
Agora, sinta a respiração com todo detalhe… sem fazer nada, a não ser 
respirar… como quem está a ver um filme que sabe que acaba bem… 
observe como a sua respiração muda por dentro… automaticamente … 
isso que tem de mudar para que, o que antes pareciam dificuldades… 
agora se transforme em formas novas… diferentes… de se relacionar 
com X [oproblema]… Saudavelmente… a desfrutar… Está a aprender a 
relacionar-se com X… de formas novas… diferentes… saudavelmente… 
a desfrutar… Cada vez que apareça (nas imagens do transe) algo que 
você queira melhorar… sinta a respiração e observe como ela 
transforma isso… saudavelmente… automaticamente… de uma forma 
extraordinária… para o seu equilíbrio… e o seu mais alto bem… 
 
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TÉCNICA: A CERCA 
 
INDUÇÃO 
ESCLARECER OS NÍVEIS PROXÉMICOS 
Em Psicologia, um aspeto importante da análise da comunicação humana é o 
conceito espacial. Todos nós temos, ou devíamos ter, fronteiras definidas que 
nos separam dos outros significativos. Essas fronteiras definem a distância que 
nos deixa confortável em relação às outras pessoas (seja um estranho ou 
alguém amigo ou familiar). Quanto maior for a proximidade, mais íntima tende a 
ser a relação. Gostamos de ter conversas na nossa zona pessoal, mas em 
circunstâncias de negócios ou formais utilizamos a zona social. É evidente que, 
quando estamos nos transportes públicos, todas essas fronteiras podem ser 
violadas — e, normalmente, são —, bem como nos teatros, elevadores e outras 
situações em que enfrentamos multidões. Como essas fronteiras não existem 
fisicamente, nesses espaços públicos cheios de gente intrusa, a maioria de nós 
começa a efetuar todo um ritual de exibições defensivas para compensar a 
invasão. Quem de nós já não esteve num elevador cheio de gente? Lembra-se 
de como fica? Ficamos silenciosos, evitamos o contato visual, começamos a 
mexer no telemóvel ou pomo-nos a olhar, como que hipnotizados, os números 
dos andares a iluminarem-se de andar em andar. Isso também é válido para os 
transportes públicos. Ou seja, não reconhecemos naquelas pessoas legitimidade 
para se apropriarem dos nossos espaços mais privados, e isso incomoda-nos. 
Concluindo, todos nós temos a nossa bolha espacial, que nos rodeia e que nos 
segue para todo o lado. E, no entanto, temos um problema se, dentro dessa 
bolha, ficarmos a carregar a energia de alguém. Por exemplo, um colega de 
trabalho, o nosso patrão ou alguém que tem emancipação sobre nós. 
A psicologia identificou quatro zonas distintas, a que iremos chamar níveis 
proxémicos. 
I. Íntima: vai até cerca de 45 centímetros do corpo. Geralmente, inclui 
amigos chegados, cônjuges, filhos e família. 
II. Pessoal: dividida de forma inexata em duas subzonas, uma de 45 a 75 
centímetros, que pode incluir cônjuges, amigos chegados e colegas de 
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trabalho que se conhece bem, e outra de 75 a 120 centímetros, que é a 
proximidade que se mantém quando se fala com pessoas numa festa. 
III. Social: de 1,20 metros a 3,65 metros é a distância que pessoas que não 
se conhecem muito bem mantém entre elas. Pode aplicar-se a outros 
participantes num seminário ou a alguém hierarquicamente superior no 
trabalho. 
IV. Pública: mais do que 3,65 metros. Uma distância confortável para estar 
com desconhecidos. Se está a falar numa reunião, esta é a zona em que 
sentirá conforto, no que diz respeito à distância em relação ao público. 
 
METÁFORA-SEMEADURA 
O PORCO-ESPINHO 
Na era glacial, a maioria dos animais morria por causa do frio. Os porcos-
espinhos, não eram exceção e estavam a sofrer com aquele terrível frio. 
Então, apercebendo-se do perigo que era estarem desprotegidos, olharam 
em volta e resolveram agrupar-se. Assim, agasalhavam-se e protegiam-se 
mutuamente. Mas, com os seus espinhos, feriam os companheiros mais 
próximos, que eram justamente aqueles que lhes ofereciam mais calor. 
Nessa altura, decidiram afastar-se uns dos outros e começaram de novo a 
morrer congelados. O que podiam fazer, a não ser afastar-se uns dos 
outros? Juntar-se e magoar-se? Tinham de fazer uma escolha: ou 
desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros que os 
magoavam. 
Depois de muito pensarem, os porcos-espinhos descobriram uma 
solução sábia, que era aproximarem-se só o suficiente uns dos outros, sem 
chegarem a tocar-se, para não se picarem. Dessa forma, poderiam receber o 
calor dos outros, sem deixar de respeitar o espaço de cada um. 
Foi assim que os porcos-espinhos decidiram voltar a juntar-se para 
sobreviver. Aprenderam a conviver com a distância ideal, para terem calor, 
sem deixar de respeitar a relação com as pessoas mais próximas. E, assim, 
sobreviveram. Se calhar, é por isso que ainda existem porcos-espinhos. (As 
100 Mais Belas Parábolas Todos Tempos, 2004.) 
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TÉCNICA: A CERCA 
(Teresa Robles: Concerto para os 4 cérebros) 
INTRODUÇÃO 
Todos temos uma fronteira limite, que funciona como limite físico entre o interior 
e o exterior e que é constituída pela nossa pele. Mas, para além dessa fronteira 
física, também precisamos de estabelecer limites a nível mental, emocional e 
social. Precisamos, então, de uma espécie de cerca mental, para definir 
claramente onde acaba o território comum e começa o nosso território. Ou seja, 
precisamos de ter fronteiras bem definidas, que poderão ser simbolicamente 
estabelecidas por uma cerca. Parece-lhe bem? Essa cerca precisa de portões 
fortes e seguros, que possa abrir para deixar passar quem quiser ou fechar para 
deixar de fora quem não quiser ter próximo de si… Penso que é importante ir 
aprendendo a fechar automaticamente esse portão, com toda segurança, para 
não deixar entrar alguém que, ao entrar, pudesse lesar o seu bem-estar, certo? 
Isto, porque algumas das pessoas que entram na nossa vida só trazem 
problemas com elas, não é? Ou, então, por qualquer razão, podemos decidir 
saudavelmente deixar do lado de fora quem não merece estar do lado de dentro. 
Como também podemos fazer o contrário e convidar a entrar alguém que nos é 
querido, amado ou especial e que, por alguma razão, tenha ficado do lado de 
fora. Imagine, por exemplo, alguém com quem quer conviver ou manter uma 
relação; ao colocar essa pessoa do lado de dentro, ela tende a ficar 
energeticamente mais próxima de si, o que só facilita a comunicação. Não lhe 
parece interessante? 
 
(Após se descrever por palavras adequadas o que foi dito acima, inicia-se uma 
técnica de indução, acompanhada de uma aprofundamento e da criação do 
lugar. Tenta-se criar a metáfora da cerca, que pode ser em volta da cabaninha 
do Lugar Seguro. Com o consulente já em transe, importa sugerir a respiração 
para a mudança.) 
 
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INDUÇÃO 
Muito bem… agora, permita-se descansar… inspire e expire… quero que 
utilize a sua capacidade de imaginação para criar uma cerca imaginária… 
sei que, neste momento, pode imaginar os níveis proxémicos à sua volta… 
e gostaria que os imaginasse como uma cerca… uma cerca que pode ser 
feita de qualquer material… muito bem… e talvez possa imaginar de que 
forma as pessoas conhecidas… os amigos… e os familiares… entram e 
saem do seu espaço… Respire e observe… limite-se a observar… e talvez 
possa imaginar como está a sua cerca… neste momento… Já se deu conta 
de como está a sua cerca?… Como é que a imagina?… Que tipo de cerca 
é?… Quadrada?… Ou redonda?… De que material é feita?… Até que altura 
chega?… Sabemos que existem cercas de madeira… umas baixas… e 
pintadas de branco… outras mais altas… outras mais rústicas… grossas e 
pesadas… cimentadas… e bem fixadas ao solo… Existem cercas de ferro… 
altas… ou baixas… desenhadas… ou com formas geométricas… que se 
repetem… Outras ainda… com chapas de ferro bem fechadas… Existem 
cercas extremamente vivas… com plantas e flores… Existem, também, 
cercas só à frente… cercas de tijolos… que podem ser pintadas… ou não… 
Algumas cercas têm portas… ou janelas… permitindo a entrada… ou a 
saída… de tudo o que precisade entrar… ou de sair. 
Enquanto respira… e observa com curiosidade a sua cerca… sabendo de 
que material ela é feita… pode colocar todo este trabalho… 
simbolicamente… nas mãos da sua sabedoria interna… A sua mente sábia 
sabe como fazer… Muito bem… Já se deu conta de como é a sua cerca?… 
De que material é feita?… Ela fecha tudo à sua volta?… Sente-se confortável 
aí dentro?… Observe… Talvez haja por aí uma porta… uma porta que, só 
com a força do seu desejo… se abre… ou se fecha… conforme as 
necessidades de cada momento… Procure ver… Quem está do lado de 
dentro da sua cerca?… O posicionamento das pessoas que lá vê é do seu 
agrado?… E do lado de fora da cerca… Vê alguém que pretende convidar a 
passar para o lado de dentro?… Se houver, convide essa pessoa a entrar… 
Convide também a sair as pessoas que não quer no interior da sua cerca… 
Leve o tempo de que precisar… dentro do tempo que nós temos… para fazer 
as mudanças adequadas. 
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[Dar tempo ao consulente para descrever a metáfora da sua cerca mental e a 
eventual presença dos outros significativos e convidá-lo a fazer as mudanças 
desejadas.] 
Sinta agora a respiração… e observe… inspire… e expire… Isso… Observe… 
sem fazer esforços… sem tentar fazer nada… observe só… Veja e sinta como 
a sua respiração transforma… saudavelmente… automaticamente… essa 
fronteira… [Fazer a descrição anteriormente feita pelo consulente, utilizando as 
suas palavras e analogias.] Para que fique claro… que, daí para dentro… é o 
seu território… e, daí para fora é o território público… Lá fora há coisas em 
correspondência saudável consigo… e essa fronteira/cerca está ai com uma 
função muito específica… Está a proteger… a salvaguardar a sua 
privacidade… para que seja visto… somente quando quiser ser visto… 
Observe… Veja a sua cerca com um bom portão… que pode abrir… e que 
pode fechar… conforme a sua necessidade… pode ter uma chave… que 
poderá facultar a quem entender que a merece… e que respeita os seus 
limites… a sua privacidade… Sinta-se realmente a aprender… e a desfrutar 
da sensação… de estar saudavelmente protegido… de estar protegidamente 
dentro dos seus limites… dentro das suas fronteiras… dentro da sua cerca… 
que o protege. 
 
SUGESTÕES PARA O CONSERTO DA CERCA 
Tendo em mente que a respiração é o principal instrumento de que a sua 
mente profunda precisa para trabalhar… de agora em diante… sem que faça 
absolutamente nada… vai mudar e consertar gradualmente… tudo o que tem 
de ser mudado e consertado nessa cerca… para que se sinta bem onde está 
agora… e para que essa cerca o sirva e o proteja… Dessa forma, se assim o 
desejar… de agora em diante… a sua respiração estará continuamente a 
remodelar a sua cerca… a fortalecê-la… a renová-la de uma forma 
extremamente saudável… adaptando-a a cada situação… e a cada momento 
da sua vida. 
Esta cerca mostra claramente que, daí para dentro, é o seu Eu… e que, 
daí para fora, é o sei Não Eu… Que, por dentro, estão todas as suas 
experiências de vida… tudo o que tem vivido, desde que nasceu… e talvez, 
até, antes de ter nascido… A cada respiração… está a digerir essas 
experiências de vida… nutrindo-as apenas com o que lhe faz bem… e a deitar 
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fora tudo o que possa impedir o seu bem-estar… saudavelmente… 
confortavelmente… protegidamente… a cada respiração. 
A cada respiração, está a fazer… inconscientemente… outros trabalhos… 
A cada respiração está… protegidamente… automaticamente… a fazer 
entrar todas essas partes… que, por alguma razão… foram ficando do lado 
de fora… e, ao mesmo tempo… está… seguramente… tranquilamente… a 
fazer sair todas as partes que integram o Não Sou… e, que, por qualquer 
razão… se ainda encontram aí dentro… Ajude-as a sair… protegidamente… 
Ajude-as a encontrem o seu lugar… mas do lado de fora… onde lhes é mais 
apropriado… e permitindo-lhe estar em perfeita harmonia com o seu Ser. 
Observe… veja como cada uma das partes se conhecem… A cada 
respiração… veja como se olham… como se comunicam… como se 
reconhecem… Veja como aprendem umas com as outras… como colaboram 
entre elas… como se formassem uma equipa… a trabalhar para o seu bem-
estar mais elevado… com a certeza de que cada uma das suas partes… está 
a trabalhar… no sentido de consertar tudo… de limpar tudo… e de acomodar 
tudo no seu devido lugar… A cada respiração… veja-se deitar fora o que 
simplesmente deixou de lhe ser útil e necessário. 
E pode observar… a cada momento… isso tudo a acontecer… Guarde 
todas essas sensações agradáveis que sente agora… Deixe a sua cerca e 
este processo de crescimento e evolução da sua vida nas mãos do seu Eu 
Superior… Agradeça-lhe, respirando profundamente… e abra os olhos, 
porque este é um processo de crescimento que já se iniciou nas mãos do 
Eu Superior… aquela parte sábia e amiga que cuida da sua hemóstase… 
lembra-se?… E essa limpeza e arrumação saudável continua pelo tempo 
necessário… automaticamente… a cada respiração… Agora, já sabe que a 
cerca está aí para cumprir uma função muito específica… que é proteger… e 
salvaguardar a sua privacidade… para que só o vejam… quando quiser que o 
vejam… observe e veja a sua cerca com um bom portão… que se abre… e 
se fecha… conforme a sua necessidade… Tem uma chave que pode oferecer 
a alguém que mereça e em quem confie… Sei que está a aprender a aprender 
novas formas de desfrutar saudavelmente da maravilhosa sensação de se 
sentir protegido… a desfrutar protegidamente… dentro dos seus limites… 
para se sentir bem… seguro… e protegido… como sempre quis estar… 
[Uma vez estabelecido o limite entre o Eu (o interior da cerca) e o Não-Eu (o 
exterior da cerca), através dessas fronteiras simbolicamente estabelecidas, 
avança-se para o trabalho da estruturação do Eu e do reforço do Ego. Então, 
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sugerimos o seguinte:] 
Agora, sinta a respiração e observe como ela… automaticamente… já está 
a pôr ordem aí dentro da sua cerca [sugerir que o que está errado pode agora 
ser consertado]… Imagine a sua respiração a limpar os entulhos… e a 
acomodar cada coisa… no seu lugar… Isso… cada parte exatamente no seu 
lugar… e cada uma numa relação saudável com as outras… Imagine a sua 
respiração a ajustar tudo o que for necessário ajustar… a modificar tudo o 
que for preciso modificar… saudavelmente… e, ao mesmo tempo, 
automaticamente… Permita que a sua respiração abra o portão para deixar 
entrar qualquer parte de X que tenha ficado de fora… e que lhe pertença… 
ou que gostaria de ter dentro de si… para que tome o lugar que lhe 
corresponde dentro de si… e aproveite para ir limpando o pó… o lixo… Deite 
fora o que não é X… assim como as coisas que atrapalhem o seu bem-estar 
saudável… que não prestem… e que não possam ser remodeladas… Permita 
que a sua respiração… automaticamente… feche o portão… Leve o seu 
tempo para mudar o que precisa de ser mudado… 
Já se deu conta de que está a aprender novas maneiras de estar dentro 
de si mesmo, completo?… E está a desfrutar disso… protegidamente… para 
viver como quer viver… e ser feliz como quer ser feliz… 
[Outra técnica que pode ser utilizada, para resolver partes conflituantes, ou 
dissonâncias cognitivas, que possam existir no interior da cerca, é a técnica dos 
símbolos (aprenderá a seguir)]. 
 
SUGESTÃO PÓS-HIPNÓTICA DA RESPIRAÇÃO DURANTE O SONO 
E, enquanto aprende a respirar, o que acontece em todos os 
segundos, minutos, horas e dias, ao logo da sua vida, a mudança de 
que precisa na sua vida já se iniciou naturalmente e pode continuar 
a acontecer, durante o dia e durante a noite… com cada respiração, 
mas, sobretudo, de maneira muito especial, durante a noite, nos 
processos naturais do sono e do sonho, já que pode utilizar ospoderosos mecanismos que os sonhos constroem… para continuar 
a mudar tudo o que é necessário mudar… saudavelmente… para 
continuar a elaborar tudo o que é necessário elaborar… 
automaticamente… a reconstruir uma e outra vez situações novas 
para lidar com o seu problema… a aprender diferentes formas… a 
experimentar e a ensaiar… até descobrir a melhor para si… a 
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aprender e a desfrutar profundamente… realmente a aprender 
maneiras novas de ser imperfeitamente perfeito… a crescer e a 
aprender… a apreciar a vida tal como a quer viver… a aprender 
formas novas e de grande significado para ser feliz e livre como quer 
ser. 
 
REORIENTAÇÃO PARA O PRESENTE E DESPERTAR 
Antes do despertar, o hipnoterapeuta deve sugerir que a cerca continua a 
melhorar não só durante as sessões da terapia, renovando-se a cada respiração, 
mas também na sua vida, de dia e de noite, em sonhos, adaptando-se às 
diferentes situações. Na realidade, para uns, a cerca pode ser feita de arbustos, 
E, PARA OUTROS, DE PEDRA, MADEIRA OU AÇO. 
Um aspeto importante é que esta técnica permite definir os limites até onde 
cada pessoa se pode aproximar de nós. Por isso, normalmente, nas sessões 
subsequentes, voltaremos a ela. A própria cerca vai mudando, de sessão para 
sessão. Devemos ao consulente que pode sempre lembrar-se dela, quando 
considerar necessário. Por vezes, na sessão seguinte, o consulente verifica que 
alguns buracos que antes existiam já estão tapados, com remendos que são 
visíveis. Sugerimos que os remendos são como cicatrizes e, por conseguinte, 
são lembranças, já sem dor, dos maus momentos a que ele sobreviveu. Esses 
remendos ficam a lembrá-lo de que a sua cerca foi atacada, mas teve força 
suficiente para resistir… A cerca não só sobreviveu saudavelmente, como até 
ficou mais forte (aproveitamos e contamos metáfora das cicatrizes). 
SUGERIR O TRABALHO DE CASA AO CONSULENTE 
Pedir ao consulente, como trabalho de casa, para elaborar uma lista das pessoas 
que deveriam estar dentro da cerca e as pessoas que deveriam estar fora dela. 
Isso será importante para fazer trabalhos posteriores de independência e 
desvinculação. 
 
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Quando os limites da cerca forem claramente estabelecidos, o que 
normalmente acontece numa sessão, pode-se trabalhar diferentes aspetos 
conflituantes. Quer seja, nessa mesma sessão, quer seja nas outras posteriores, 
em que iremos começar o transe hipnótico, sugerindo uma visita de rotina à 
cerca, no início de cada uma. No futuro, para resolver qualquer problema 
relacionada com a cerca, sugerir: 
Sinta a respiração e observe como o ar que entra através das narinas vai 
limpando e varrendo, saudavelmente e automaticamente, essa sensação 
desagradável [usando as palavras que descrevem a sensação]… Sinta-a a ir 
deitando fora tudo o que não presta… A ir expulsando tudo aquilo de que 
não precisa de ter no seu lugar seguro… profundamente… Observe bem… 
Já se deu conta da sensação muito prazerosa… que antes faltava dentro de 
si… e que está agora a aparecer aos poucos… exatamente aí dentro… nesse 
lugar seguro?… Essa sensação agradável… de que precisa e que o faz 
sentir-se realmente bem? 
 
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TÉCNICA: VASOS COMUNICANTES 
 
AS PALAVRAS FORMAM OS FIOS COM OS QUAIS 
TECEMOS AS NOSSAS EXPERIÊNCIAS. 
-ALDOUS HUXLEY 
 
Esta é uma excelente técnica de desvinculação com os outros significativos 
(nomeadamente, ex-namorados, ex-maridos ou familiares desavindos), que 
pode ser usada com incrível sucesso numa pessoa deprimida. 
 
COMO APLICAR A TÉCNICA VASOS COMUNICANTES 
Na anamnese, identifique uma determinada pessoa que tenha causado 
insatisfação interna, como mágoa, tristeza, abandono ou revolta no seu 
consulente. Identifique o nome e o grau de parentesco dessa pessoa. Peça ao 
consulente para descrever o sofrimento e a insatisfação que essas emoções lhe 
causaram no passado. Pergunte-lhe o que é que ele ganha, ao abrigar essas 
emoções? Que vantagens pode retirar delas e em que circunstâncias? 
Seguidamente, induza o consulente ao Lugar Seguro e proporcione o encontro 
entre ele e essa pessoa. Posicione-os dentro da Cerca, para conversarem tudo 
o que tenha ficado por dizer. O consulente deve procurar colocar-se na posição 
dessa pessoa, para perceber o que ela trouxe de bom para a sua vida. Separe 
o sintoma/problema do consulente, do amor que deve nutrir pela outra pessoa. 
Leve-o a agradecer ao outro, por o ter ajudado a experienciar o amor e o perdão. 
Sugira-lhe que convide a pessoa a sair do Lugar seguro (A Cerca), cobrindo-a 
de bênçãos e desejando-lhe que seja livre. Que a perdoe-a e se limpe (da 
revolta, mágoa e tristeza), soltando-a e libertando-a para a luz. 
 
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NESTA ALTURA, PODE-SE CONTAR UMA METÁFORA-SEMEADURA 
Muito bem, vou-lhe contar uma lenda na sabedoria indígena, que diz o seguinte: 
«Há um momento, na nossa vida, em que devemos ter a sabedoria de pôr as 
palavras e as pessoas a andar.» Eu adotei esse lema, e digo: «Vamos pôr as 
experiências a rolar/andar!» Mas, afinal, o que diz a sabedoria indígena? Diz a 
sabedoria indígena que, quando alguém não cumpre aquilo que prometeu, ficam 
pontas soltas. Quer dizer, o fio da nossa ação que deveria estar concluída e 
amarrada em algum lugar ou em alguma pessoa, fica solto, pendente e 
precisamente do nosso lado. Com o passar do tempo, vão ficando muitas pontas 
soltas que se enrolam nos nossos pés, nas nossas mãos e, por vezes, até no 
nosso pescoço, como grilhetas, a acorrentar-nos e a impedir-nos realmente de 
levar a nossa vida para a frente e de caminhar livremente… Ficamos 
verdadeiramente amarrados às experiências mal resolvidas e às próprias 
palavras que não dissemos e deixámos para trás. Por isso, os nativos têm o 
costume de fazer danças e rituais com o objetivo de «pôr-as-palavras-a-andar». 
E pôr as palavras a andar significa agir de acordo com o que se diz; isso conduz 
à integridade entre o pensar, o sentir e o agir, no mundo, e conduz-nos ao 
Caminho da Beleza, onde há harmonia, equilíbrio e surgem as propriedades 
naturais de cura. 
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INDUÇÃO 
Muito bem… pode observar agora o seu Lugar Seguro envolto pela sua 
Cerca… Perceba como está seguro e confortável dentro da sua Cerca… E, 
enquanto sente o corpo comodamente descansado… e sente o ar a passar 
pelas narinas… a inspirar… e a expirar… sei que pode perceber muitas 
coisas… Pode perceber que tipo de energia envolve o seu corpo… e pode 
agora observar naturalmente… observe como é feita essa energia que 
envolve e rodeia o seu corpo… Essa energia é aquilo a que alguns gostam 
de chamar aura… Você tem uma aura que pode observar agora e cuja cor 
pode ver… Isso… observe a cor da sua energia… veja se tem movimento ou 
não… Onde a vê mais claramente?… De que cor é? 
[O paciente pode referir que a sua aura é amarelo-clara, por exemplo, e que tem 
uma grande quantidade concentrada no peito ou no estômago.] 
Muito bem… Isso… Agora, irei pedir-lhe que deixe entrar provisoriamente a 
pessoa com a qual tem o tal problema por resolver… Permita que ela apareça 
diante de si… Já se deu conta da presença dela? Certo… Quero agora que 
olhe para a pessoa à sua frente… observe apenas e, depois de algum tempo, 
constate que essa pessoa também tem uma energia a envolvê-la… também 
ela deve ter uma aura, certo?… Procure perceber de que cor é a energia que 
envolve essa pessoa… Isso… Já sabe de que cor é a energia dessa pessoa? 
[Aguardar resposta, pois, em geral, a energia do outro é claramente diferente. 
No caso de ser da mesma cor, sugerir que realmente podeser da mesma cor, 
mas com uma nuance diferente (mais clara ou mais escura). Continuar.] 
Muito bem… Agora, observe e perceba se encontra no seu campo áurico a 
energia que a pessoa depositou em si… [dizer nome da personagem] Como 
refere Saint Exupéry: «Quando alguém passa na nossa vida não vai só, não 
nos deixa sós; deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.» Realmente, 
pode estar a perguntar-se onde terá essa pessoa colocado a energia dela em 
si… mas pelo facto de conviverem tanto tempo juntos… seguramente 
alguma da energia dessa pessoa estará no meio da sua… Não sei como, mas 
sei que você saberá encontrá-la no meio da sua própria energia… porque a 
sua energia é diferente da energia dela… as duas vibram de maneiras 
diferentes… Procure-a na sua aura… Porque ela é diferente, terá uma nuance 
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diferente… ou um ponto diferente… uma parte com uma tonalidade 
especial… Não sei como, mas sei que você saberá diferenciar a energia 
dessa pessoa da sua… Leve o tempo de que precisa, dentro do tempo que 
temos, para dar conta da energia da outra pessoa na sua aura… Já se deu 
conta da cor e do tamanho da energia de X?…. Onde está e de que cor é essa 
energia? 
[O paciente poderá responder, por exemplo, que energia que está nele é verde 
e está no meio da sua testa, no coração ou nos órgãos genitais. Depois de 
identificar a cor dessa energia, prosseguimos.] 
Respire calmamente… pausadamente… a respiração é tudo do que precisa 
para entrar em contato com a sua própria respiração… e, a partir do 
movimento do ar que vai entrando e saindo, contate com o centro do seu 
plexo solar… e perceba a possibilidade de expansão dessa energia… Isso… 
 
FIO DE LUZ (NOVELO DE LUZ) 
Agora, imagine um fio a sair do centro do seu coração, na direção do coração 
da outra pessoa… Puxe do coração dela qualquer energia que represente 
algum sentimento desagradável que você possa imaginar que lá esteja… 
Ótimo… muito bem… agora, sem grande esforço, apenas com o seu desejo 
e usando a respiração, observe como essa energia que estava no seu peito 
(ou em outro local) sobe agora com cada respiração e separa-se… Separa-
se realmente do seu peito e da sua cabeça… Essa energia não é sua… Ela 
pertence à tal pessoa… Assim, permita que a energia que ela depositou em 
si possa voltar para ela… pois é a ela que pertence… Após a perdoar e se 
limpar, solte-a, libertando-a para a luz… Isso… Transforme essa energia em 
algo agradável e devolva-a para o coração da outra pessoa… Já o fez?… 
Ótimo… Muito bem… 
Seguidamente, observe se também existe alguma da sua energia 
depositada na outra pessoa… em que local do corpo dela está?… Se houver, 
chame essa energia até si… puxe-a como se fosse um fio… um novelo… 
Traga essa energia que é sua para o seu corpo… deixe que a sua própria 
energia… saudavelmente… automaticamente… ocupe o lugar deixado vago 
pela energia da outra pessoa… Então, forme uma espécie de capa protetora 
exatamente aí, nesse lugar… para evitar que a energia da outra pessoa se 
volte a aproximar de si… Pois essa energia pertence-lhe a ela, não a si… Tal 
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como a energia que você depositou na outra pessoa é sua… E deve 
recuperá-la… 
Da mesma forma, e como se fosse um fio de luz que você pode ir puxando 
e enrolando, traga agora toda a energia que a outra pessoa levou de si… vá 
enrolando esse fio e trazendo essa sua energia para o seu centro expandido 
ou para o seu coração… Enrole essa energia como se fosse um novelo, mas 
em vez de ser um novelo de lã, é um novelo de energia… 
E, agora, que já está a recuperar essa sua energia que a outra pessoa 
possuía nela… também tem a oportunidade de parar de projetar 
pensamentos nessa pessoa… e pode começar a dar-se conta do que essa 
situação fez de negativo para a vossa relação. É possível que a outra pessoa 
fique triste ou, até, aborrecida… mas você está a dar-lhe a oportunidade de 
tomar consciência e crescer… está a fazer a sua parte… ninguém é de 
ninguém… e não sabemos se ela quer aproveitar essa liberdade ou não… 
mas sabemos uma coisa… sabemos que a nossa intenção é de dar uma nova 
liberdade mútua para crescer… pois, apesar de tudo… e acima de tudo, 
sobreviveu… e ainda tem o direito de ser feliz como quer ser… sem 
necessidade de continuar a alimentar o ego da outra pessoa, através da sua 
energia… Muito bem… leve o tempo de que precisa para recuperar a sua 
energia que estava anteriormente depositada na outra pessoa… Continue 
com essa respiração e faça as mudanças de que precisa… Não é 
interessante como pode fazer isso sem mesmo saber como saber fazer? 
[Por vezes importa verificar e repetir este exercício numa sessão seguinte. 
Importa reforçar com a luz protetora no peito (ou local onde antes estava a 
energia do outro), fazendo-a sair definitivamente do peito do consulente para que 
a energia de X não possa voltar.] 
 
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A LIBERTAÇÃO DO OUTRO SIGNIFICATIVO 
Agora, que recuperou a sua energia que o outro possuía de si, pode deixar 
partir essa pessoa… e talvez possa dizer que está pronto para a deixar seguir 
a vida dela… E percebe que o perdão não torna a outra pessoa correta… o 
perdão torna-o a si livre… Porque agora compreende que quem não 
consegue perdoar não consegue amar, não é?… Diga a essa pessoa alguma 
coisa que tenha ficado pendente entre vocês e deixe-a partir… Dê-lhe a 
bênção para ser feliz… Lembre-se de que ela agora também é um ser livre… 
livre para fazer as suas próprias escolhas… e livre para assumir o resultado 
dessas escolhas… Isso… 
 
CONVIDAR A PESSOA A SAIR DA CERCA 
Liberte-a agora… Dê-lhe autorização para tentar ser feliz à maneira dela… 
Pois, agora, você entende que a maior prova de amor que lhe pode dar é 
libertá-la… Se calhar, por amor, prendeu-a… Então, por amor, vai libertá-la… 
Está pronto para o fazer?… Então, diga: «Caro X, por amor, fiquei com 
mágoa de ti, mas é por amor, e em nome do amor que senti por ti, que te 
liberto e me liberto… Deixo-te livre agora e dou-te autorização para seres 
feliz.» 
«Fim» 
 
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TÉCNICA: REFORÇO DO EGO — AMAR INCONDICIONALMENTE O EU REAL 
 
METÁFORA-SEMEADURA 
Nascemos para ser felizes, pois ninguém foi feito para ficar doente. Então, 
porque é que as pessoas adoecem? Se as pessoas adoecem, é porque ficam 
presas em convicções e crenças antigas que limitam o crescimento harmónico 
do seu ser. Geralmente, essas crenças são apreendidas na infância, 
transmitidas por alguém (pai/mãe/avó/etc.) ou desenvolvidas por uma estratégia 
de sobrevivência. Neste segundo caso, o seu Eu criança procura defender-se ou 
desviar-se de algum perigo, naquele momento. Chamamos a essas sentenças 
CRENÇAS LIMITANTES. As pessoas repetem inconscientemente padrões, 
muitas vezes durante toda a vida, implorando compreensão, perdão e amor aos 
outros. Muitas vezes, procuram agradar para receber um pouco de compreensão 
e amor; compreende-se faz parte dos nossos medos fundamentais: a 
necessidade de ser aceite e o desejo de ser amado. Esquecemo-nos de que o 
verdadeiro amor está onde sempre esteve, no interior dos nossos corações, e 
repetimos frases, como «ninguém gosta de mim», «a vida é tão difícil», 
«nunca vou ser feliz» e «não dou conta de nada», etc. Descobrimos estas 
crenças logo que descobrirmos o nosso papel, na infância. Ou então, quando 
fizermos a regressão, aparecerá pelas mãos da criança interior, por vezes, ferida 
e abandonada, no momento em que foi traumatizada. 
 
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INDUÇÃO 
Gostaria que fizesse este exercício de imaginação: permita-se fechar 
simplesmente os olhos de forae abrir os olhos de dentro… Inspire 
profundamente três vezes… Agora, talvez possa permitir que os seus olhos 
rolem protegidamente para trás… colocando-se confortavelmente dentro do 
seu lugar seguro. 
Assim, inspire e expire em profundas e saudáveis inalações e 
expirações… Pode sentir saudavelmente os movimentos lentos e profundos 
de cada inspiração e de cada expiração… enquanto deixa automaticamente 
o seu coração ficar lavado nesse banho de ar puro… tranquilizador… 
clarificador… calmamente… saudavelmente… e é possível que descubra… 
para sua agradável surpresa… que irá haver um momento em não necessita 
sequer de prestar atenção ao que vou dizendo… a sua mente inconsciente… 
sábia… e amiga pode ouvir-me perfeitamente… sem que você tome 
conhecimento… E não se esforce por relaxar… nem sequer se esforce por 
não se esforçar… permita-se apenas fluir pela sabedoria da sua mente 
profunda… ela sabe o que fazer… tal como a sua respiração sabe o que 
fazer… os seus músculos também sabem o que fazer para entrar num estado 
apropriado… muito bem… E não é preciso fazer esforço para entrar 
rapidamente em transe… neste momento… é notável como você descobre… 
que é bem mais confortável manter os olhos de fora fechados… enquanto 
abre os olhos de dentro… os olhos do seu coração… muito bem… e ao 
mesmo tempo você percebe… que pode entrar num estado de devaneio ou 
quietude… rapidamente… ou lentamente… você é quem conduz o 
processo… uma parte sua pode ouvir a minha voz… calma… tranquila… 
pois sabe que sou uma pessoa que conhece… uma pessoa em quem 
confia… e, saudavelmente… sabe que a minha voz estará sempre consigo… 
nessa viagem às suas recordações do passado… antes esquecido… mas, 
agora… protegidamente recordado… muito bem. 
É difícil para qualquer pessoa pensar que pode ficar assustada com os 
seus próprios pensamentos… Porém, pode perceber que, neste estado 
natural de hipnose… tem toda a proteção do seu próprio inconsciente… que 
sempre o tem protegido em sonhos… permitindo-lhe sonhar tudo aquilo que 
você quiser… e quando você quiser… e mantendo esse sonho por tanto 
tempo quanto o seu consciente julgue necessário… ou até que a sua mente 
consciente julgue ser desejável… e é tão bom perceber que fomos capazes 
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de sobreviver àquelas coisas que antes nos magoaram… e perceber que 
sobrevivemos de forma a aprender a aprender novas maneiras de nos 
reforçar… para que, agora… e no futuro… não voltem a acontecer… e, 
agora… que se entregou nesse maravilhoso estado de transe… deleitando-
se ao som da minha voz… guiado pela sua sabedoria interior… que tudo 
sabe… pode recordar o que antes a sua mente consciente esqueceu… 
 
RECORDAR O PASSADO 
Assim, talvez possa imaginar ou talvez possa ter uma espécie de sonho de 
si mesmo, quando era pequeno… muito pequenino… indefeso… esquecido 
no passado das suas memórias… Isso… está certo o que está a recordar… 
E, quando quiser, também pode imaginar aquela criança num dado 
momento… ou num dado local… Imagine e veja uma criança que há muito 
que se esqueceu de visitar… uma criança que foi tantas vezes ignorada… 
mas que precisa de si… uma criança de quem você gosta… e que está 
simplesmente à sua espera… Isso… e talvez possa sentir uma emoção… um 
aperto no coração… ao perceber quem é… é você mesmo… pequenino… 
frágil… indefeso… é normal emocionar-se, não é?… Peça, então, ao 
coração… que sinta… que baixe a guarda… que baixe as defesas… peça ao 
coração que seja ele próprio… no seu elemento natural… e só nós sabemos 
como o coração é sensível à gratidão… ao amor… não é verdade? 
Observe calmamente… olhe… e sinta com gratidão… protegidamente… a 
sua criança interior… porém você observa-a agora como se fosse um pai… 
ou uma mãe… amoroso e complacente… de quem ela precisa… não a 
assuste… observe-a… e talvez possa ver a sua criança interior… 
simplesmente… a movimentar-se à maneira dela… continuando a dar-lhe um 
ar suave… e terno… com a sua respiração… enquanto o seu coração… 
finalmente… pode emocionar-se… e tranquilizar-se… enquanto vai 
aprendendo a aquietar-se… desfrutando desse calor morno e manso… 
enquanto vai aprendendo a observar tudo aquilo que não foi possível 
observar… ou que alguém não permitia observar no passado… entretanto, 
gostaria de lhe pedir para prestar atenção ao que vou sugerir… 
Agora, gostaria que imaginasse que pega na criança com os seus braços 
fortes de adulto… veja-se a pegar em você mesmo, mas recém-nascido… 
Isso…pergunte-lhe o que ela lhe quer mostrar ou dizer… Isso… sabendo 
que, no passado, não estava ao lado dela para a proteger… mas que, agora, 
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está… e quer ouvi-la… Olhe para ela, que é você próprio, ao seu colo… É 
você mesmo, apenas com meses… protegidamente… E, se olhar para o seu 
lado, pode ver que está você também com um ano… lembre-se de que, com 
essa idade, você tem muita curiosidade… quer explorar tudo… e prepara-se 
para começar a gatinhar… a caminhar… e a explorar o mundo… E, para sua 
agradável surpresa, também pode imaginar e ver que, aí, junto de si… uma 
a uma, estão as suas crianças do passado… algumas estavam escondidas… 
fechadas num armário… fechadas num quarto… metidas atrás da porta… 
apenas à escuta… à espera que olhasse para elas… que as ouvisse… e, 
finalmente… você ouve-as… ouve o que elas lhe querem dizer… vê o que 
elas lhe querem mostrar… e sei que, agora… num momento de verdade e 
revelação… você olha para elas todas… em todas as idades de que se 
recorda… e de que precisa, neste momento… Recebe, desde o recém-
nascido… até à sua idade atual… E talvez possa, até, reparar em algo 
diferente… pois chega mais alguém… e, intuitivamente, você sabe que esse 
alguém é do futuro… é uma parte sua… que surge depois da sua idade 
atual… Pode até se ver como um homem mais velho… forte… cheio de 
sabedoria e de paz interior… com muita satisfação de ter vivido como 
viveu… de tudo o que suportou e o fez crescer… Já se deu conta das suas 
partes terem chegado?… Muito bem… Certo… 
Assim, apresentando-se a todas as suas partes, diga a cada uma delas: 
«Eu sou o [nome completo]… Sou um pouco de cada um de vós.» Agora, 
queria que continuasse a contar-lhes como passou… como sobreviveu até 
aqui… Diga, por palavras suas, como passou tantos anos à procura de um 
caminho que os outros não podiam dar… à procura de carinho… amor… 
afetos… sem saber que esse AMOR que procurava… estava, afinal… dentro 
de si… Mas, diga-lhes que isso já acabou… porque, agora, vai ser capaz de 
lhes dar esse carinho… que todas as suas partes procuravam… Já não têm 
de exigir ou mendigar carinho e atenção, sem nada encontrar… E também 
lhes vai dar o reconhecimento de terem feito as coisas bem-feitas que tanto 
têm buscado. 
Então, mentalmente, repita para as suas partes mais novas: 
Eu sou o [nome completo]… Sou todos vós e, a partir de quem eu sou, 
prometo-vos, prometendo a mim mesmo, amar-vos sempre… 
incondicionalmente… absolutamente… amar esse ser todo que eu sou… tal 
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qual eu sou… completo… com aquilo que me agrada… e aquilo que não me 
agrada em mim… com as minhas qualidades… e com os meus defeitos… 
com os meus acertos… e com os meus enganos… pois tudo isso me faz 
crescer… e caminhar pleno… direito… e erguido. 
Prometo a mim mesmo, amar-me sempre… e absolutamente… 
incondicionalmente… faça o que fizer… deixe o que deixar de fazer… 
Prometo a mim mesmo, amar-me sempre… e absolutamente… 
incondicionalmente… aconteça o que acontece… haja o que houver… façam 
os outros o que fizerem… digam os outros o que disserem… pensem os 
outros o que pensarem… e reconheço que, a cada momento da minha vida… 
fiz sempre o melhor que pude… E felicito-me por isso. 
E, agora, você pode dara si mesmo esse carinho… essa compreensão… 
que acaba de prometer a todas as suas partes… abraçando-as… abrace cada 
uma delas… todas as suas idades… tocando-se… acariciando-se… dando-
se esse carinho… por que tanto tem esperado… e que lhe foi negado no 
passado… Você está a aprender a amar-se… incondicionalmente… 
…independentemente do que os outros digam… ou façam… 
independentemente do que acontecer… Você está a aprender a receber 
carinho… de si para consigo. 
Sinta como esse carinho vem de dentro para fora de você… do seu 
coração… de você todo… sinta-o na pele… e de dentro de você… 
Desfrutando de dar a si mesmo… Desfrutando do carinho que ousa 
receber… Por fim… recebe esse carinho tão desejado… tão esperado. 
Agora, convide as suas partes a ir com a sua respiração… 
saudavelmente… protegidamente… para um novo corpo… uma nova 
respiração… uma nova maneira de pensar… A aprender… e a desfrutar… a 
entrar em si protegidamente… acomodando-se dentro de si… a cada 
respiração, a tomar o seu lugar dentro de si… a preencher todos os seus 
vazios e reentrâncias… a tapar todos os seus buracos… a preenchê-lo 
inteiramente… para continuarem a amá-lo e a acompanhá-lo… de aí de 
dentro… e você continua a protegê-los… a abraçá-los… a envolvê-los com 
o seu corpo… continuamente… de agora em diante… e para sempre… a 
afagar o seu corpo… as suas partes… a amá-las incondicionalmente. 
E sabe, agora, que pode voltar a abraçar-se… no futuro… Aprendeu 
coisas novas e de grande significado… finalmente… aprendeu a aprender… 
e a amar-se sempre que quiser… Sabendo que ninguém dá aquilo que não 
tem… e sabendo que pode voltar a acreditar no amor… e nas suas 
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propriedades curativas e transformadoras… Faça agora uma promessa 
futura a si mesmo… e a cada uma das partes… Abraçando-se a si mesmo… 
prometa-lhes que voltará a abraçá-las uma a uma… sabendo que está a 
abraçar cada uma das suas idades… prometendo voltar a contactar com elas 
no futuro… Mas lembre-se de as abraçar continuamente… todos os dias… 
Lembre-se de que já prometeu amar-se absolutamente… 
incondicionalmente… Sabendo, à partida que não é perfeito… mas que se 
esforça diariamente por o ser… Sabendo que, acima de tudo… e apesar de 
tudo… também tem o direito de ser… imperfeitamente perfeito… a viver uma 
aventura terrena… Isso… Muito bem… Leve o tempo de que precise, dentro 
do tempo que temos, para voltar… 
 
REORIENTAÇÃO PARA O PRESENTE E DESPERTAR 
Sabendo que aprendeu coisas novas e de grande significado… Sei que, após 
este maravilhoso exercício ao nosso interior… há pessoas que despertam 
diferentes… algumas, depois de abrir os olhos, olham à volta e deixam 
transparecer automaticamente um sorriso suave e manso… um lindo sorriso 
nos seus lábios… um sorriso nascido do peito e reforçado pelas partes 
interiores que estão bem e finalmente em paz… e esse sorriso pode ser 
como uma flor linda… uma flor que pode trazer a desabrochar no seu rosto 
descansado… Esse sorriso espontâneo e natural… significa que está tudo 
bem… É sinal de que você estava à espera de voltar… É um sinal muito 
simples de coerência com as suas partes do passado… que foram 
finalmente ouvidas e acarinhadas… sabendo que ainda não está tudo 
resolvido… mas é um sinal de que as paz com o seu corpo foi 
restabelecida… E, todos nós, enquanto grupo com personalidades e almas 
diferentes, mas com um mesmo propósito de ajuda e crescimento em 
direção à luz, somos abençoados pelos poderosos efeitos do amor feito 
sorriso… e sabemos que, com este sorriso que já está a despertar no seu 
rosto… oferecemos um presente a quem está ao nosso lado… ao nosso 
semelhante… pois sei que também defende esta máxima: «se, um dia, uma 
pessoa passar por ti e não for capaz de sorrir, é porque está precisamente a 
precisar de um sorriso teu.» 
Sabemos agora que o sorriso funciona como o perfume… a fragrância de 
uma flor… que atrai a si todos os insetos… as lindas borboletas que a vão 
polinizar para crescer em direção à luz… e isso é altruísmo… é amar o 
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próximo… é a sintonia e o equilíbrio do universo em ação… é apanágio dos 
que abrem os olhos para a luz… Quando estiver pronto… com o seu 
sorriso… abra os olhos e talvez possa apenas sorrir… abraçando o templo 
da sua alma. 
 
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TÉCNICA: OS FARDOS 
 
A pessoa deprimida sente-se muitas vezes esgotada, e esse cansaço reflete-se 
no desânimo com que chega à sessão de terapia. A pessoa vai-se desgastando, 
por pressão interna, falta de afetos ou ansiedade. Gera-se um distúrbio no 
circuito da serotonina, o neurotransmissor que passa as mensagens na fenda 
sináptica, provocando a sensação de desânimo, a falta de energia e a aparente 
incapacidade para lidar com a vida. A pessoa enreda-se num círculo vicioso, em 
que quer algo, mas, por algum motivo, não o consegue obter; surge então a 
pressão e o desânimo, que provocam desequilíbrio nas trocas da fenda 
sináptica. Como resultado, a ansiedade, o desânimo e a própria reação ao stress 
da vida desmotivam-na, drenando-a de energia e criando nela pensamentos de 
prejuízo e ruína. A pessoa fica deprimida, porque se sente sobrecarregada com 
problemas, que não vislumbra ultrapassar. Se o seu consulente estiver 
sobrecarregado com preocupações e obrigações, a técnica que se segue poderá 
ser um processo bastante libertador. 
 
INTRODUÇÃO 
Já pensou sobre o que é estar deprimido? Quer dizer, a expressão «sofrer de 
depressão» significa simplesmente que talvez se tenha reprimido demasiado, ao 
longo da sua vida. Em última instância, a depressão é uma espécie de repressão. 
Penso que é tempo de se libertar dessa carga, desse sofrimento que o reprime. 
Vou ensinar-lhe como o fazer, está interessado? 
Em Psicologia, sabemos que a depressão nada mais é do que repressão. 
Pode ser que esteja deprimido, por não lhe ser permitido expressar-se 
devidamente, não concorda? Se poder expressar-se, ao libertar tudo o que está 
reprimido no seu inconsciente, naturalmente, vai tornar-se alguém mais são, 
mais saudável e automaticamente mais feliz. Todos nós, sem exceção, temos 
necessidade de ser amados e reforçados. Na maioria das vezes, andamos a 
mendigar amor. Sei que vai concordar comigo, quando digo que o amor não se 
mendiga, retribui-se. E se, em vez de amor e compreensão, só tiver recebido 
críticas, pense se não estará na altura de se libertar disso. Não se preocupe com 
as críticas dos outros e não se interesse pelos elogios que lhe fizerem — 
sobretudo, de quem o tem criticado. Se estiver interessado em ser elogiado pelos 
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outros, então, não poderá não se importar com as críticas. Permaneça à 
distância. Elogio ou crítica é a mesma coisa, depende da forma como se quer 
sentir. 
 
METÁFORA-SEMEADURA: A FÁBULA DA CARROÇA 
Era uma vez uma carroça. 
Sim, uma carroça novinha em folha, de madeira ainda envernizada e sem ferrugem 
nos seus metais. Gostava de servir os outros, carregar coisas e ser útil. Mas a 
carroça depressa se foi alterando, sem se dar conta. Depois de conseguir um burrito 
para a puxar, passou a viver sempre atrelada. Por onde passava, pedia coisas, 
coisas e coisas e ia-se carregando: uns davam-lhe batatas, outros, abóbora, outros 
ainda, cebolas ou arroz. E assim a carroça se ia enchendo de coisas, engordando 
cada vez mais e ficando cada vez mais pesada. 
Um dia, sem sequer dar por isso, a carroça já estava a abarrotar de coisas! Estava 
habituada a receber, mas esquecia-se sempre de dar. Então, continuou a pedir, era 
assim a sua vida — pedir, pedir e pedir. Nessa altura, as pessoas não conseguiam 
dar-lhe nada, pois ela já não tinha espaço para mais nada. Sealguém lhe desse algo, 
ela deixava cair no chão, porque já não conseguia comportar mais nada. A carroça 
não sabia dar, por isso, não tinha espaço para receber. Foi então que começou a 
pensar em dar; começou por dar o que não gostava, mas isso era o que estava muito 
no meio de toda a carga, portanto não resolvia o problema! Ela tinha de aprender a 
dar aquilo de que não precisava e não aquilo de que não gostava ou que já não lhe 
interessava. Sem essa alteração, a carroça não resolveria problema nenhum e 
continuaria a muita carga suportar e muito peso trazer. 
Um belo dia, sentindo-se iluminada e aquecida por uns belos raios de Sol em 
tons de laranja, a carroça lá pensou: Que vida é esta? Ando sempre atrelada a um 
burrito, coitado, que já está cansado de tanto me puxar. Ando sempre carregada 
com fardos que já nada me dizem e que tanta falta fazem a outros que nada têm. 
Esses que têm a fome que eu já não tenho. E se eu deitasse toda a carga fora? 
Então, a carroça sacudiu-se tão violentamente, que todos os seus metais e a 
madeira que a constituía se queixaram, mas, como que por milagre, libertou-se de 
tudo — mesmo tudo! Foi quando se deu conta de que estava livre do burrito, coitado, 
que tanto a arrastara, livre de toda a carga que tanto a afligia. Estava agora mais 
leve, tão leve que já nem se lembrava de algum dia ter estado assim. Além disso, já 
poderia escolher melhor o que queria transportar, porque estava leve e vazia. A 
carroça tornara-se verdadeiramente dona de si. 
(José Cavalheiro Homem, 2013) 
 
 
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INDUÇÃO 
Após a introdução e a metáfora-semeadura, aplicar qualquer indução hipnótica 
à escolha e, seguidamente, a Técnica dos Fardos 
Muito bem… Imagine-se a andar ao longo de um caminho lindíssimo rodeado 
de arbustos, flores frescas e árvores. Repare na coloração das folhas, no 
céu azul e no aroma doce da floresta. Enquanto vai desfrutando dessa 
agradável caminhada, percebe que o caminho segue em declive, por uma 
ligeira encosta. Assim que começa a subir por esse caminho cada vez mais 
inclinado, apercebe-se de que traz aos ombros uma mochila pesada. Uma 
mochila cheia, com todos os fardos — está a rebentar pelas costuras com 
todos os fardos e problemas que foi acumulando ao longo da vida. São 
fardos pesados, que o atrasam, puxando-o para trás e impedindo-o de se 
sentir livre. Sente que esses fardos, com todo o seu peso, impedem o seu 
verdadeiro «eu» de ser livre, equilibrado e feliz… Já se deu conta desse peso 
que carrega? Esses fardos tomam a forma de pedras, a pesar dentro da sua 
mochila. Sinta o peso dessas pedras. Repare como esses fardos o atrasam. 
Sinta o peso desses fardos na sua mochila. Pergunte-se por quanto tempo 
mais ainda vai carregar esses fardos. Por quanto tempo mais vai andar de 
cócoras, na sua caminhada pela vida? Você também tem o direito de ser 
feliz, não acha? 
Assim, quando estiver pronto, permita-se parar e abra a mochila. Olhe 
para o seu interior e repare em todas as pedras que ela contém. Tire a 
primeira e veja o que tem escrito, para saber a que fardo se refere. O que é 
que diz a primeira? [Medo?] Sim, é verdade. Agora, livre-se dessa pedra. 
Lance-a pela encosta e veja-a rolar até lá abaixo. Ou atire-a de um penhasco. 
Faça como quiser, mas deite-a fora e livre-se dela. Já o fez? Muito bem… 
Agora, retire a segunda pedra e veja o que é que ela tem escrito. [Solidão?] 
Sim, é verdade, a solidão já o acompanha há muito tempo. Segure a pedra 
que representa a solidão e livre-se dela. Lance-a pela encosta e veja-a rolar 
até lá abaixo. Ou atire-a de um penhasco. Faça como quiser, mas deite-a fora 
e livre-se dela. Já o fez? 
[Fazer o mesmo aos restante sentimento negativos assinalados, até, finalmente, 
despejar toda a mochila.] 
 
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Muito bem… Deixe ir embora todos os fardos relacionados com o medo e a 
solidão. Quando já tiverem desaparecido, diga-me. Depois, tire a pedra 
seguinte e assim por diante, até ter esvaziado a mochila deitado fora todas 
as pedras. 
Se tiver dificuldade em se libertar de uma das pedras, terá de começar por 
explorar a experiência associada a esses sentimentos. Pouse essa pedra no 
chão e trabalhe com ela. Repare no tamanho, na textura e na cor. Se achar 
necessário, parta-a e veja o que ela guarda no interior. Depois de resolver a 
situação relacionada com os sentimentos que estão nessa pedra, já a poderá 
atirar do penhasco ou lançá-la pela encosta abaixo. 
[Continuar, dizendo:] 
Quando todos os fardos tiverem desaparecido, pegue na mochila e deite-a 
fora. Já não precisa mais dela, porque já não tem fardos velhos para 
carregar. Agora, suba até ao cimo da colina. Note como se sente mais leve e 
mais livre. Fique algum tempo no topo da colina a meditar, procurando 
absorver toda a sua beleza e sentir a liberdade que esse ponto elevado lhe 
transmite naturalmente… Fique aí a descansar, envolto de natureza pura, 
pois também tem o direito de descansar. Assim, aproveite alguns minutos 
do tempo do relógio, o correspondente ao tempo de que precisa, para 
descansar. 
É importante que o consulente possa sentir o vazio que ficou depois de se ter 
libertado de todos fardos. Como a natureza irá sempre preencher um vazio, é 
melhor fazê-lo intencionalmente com sentimentos e imagens que sejam mais 
estimulantes e poderosas do que as que foram libertadas. Para isso, podemos 
trabalhar com a Técnica dos Símbolos e/ou com a Técnica da Respiração Azul. 
Muito bem… e enquanto descansa nesse santuário de natureza… talvez 
possa reparar no céu azul… e no ar refrescantemente azul… permita-se estar 
à vontade… feche os olhos… procurando observar a sua respiração… 
seguindo o seu curso natural… apenas observe… vá soltando o corpo nesse 
local… deixando-se ir calmamente para dentro de si mesmo… a deslizar… a 
sentir… Sei que saberá que a respiração faz parte de nós… cada respiração 
infunde-nos de vida… a cada minuto… A respiração permite-nos levar 
oxigénio a todas as células… a quantidade certa de oxigénio de que elas 
precisam para se multiplicar… mudar… e viver… Ao mesmo tempo, através 
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da expiração, a respiração purifica-nos… lançando as toxinas e o gás 
carbónico para o exterior… cada inspiração traz consigo uma nova vida… 
vai abrindo… vai soltando… cada expiração leva consigo o que já não 
serve… libertando… arrumando… purificando… Muito bem. 
Vamos fazer um pequeno exercício de respiração… e talvez possa 
imaginar… visualizar… e sentir… que vai respirar um ar azul… de um azul 
que acalma… de um azul que dá vida… de um azul que relaxa… mas não se 
esforce por isso… faça-o simplesmente… faça-o automaticamente… é um 
exercício de respiração… que traz alívio… e bem-estar… experimente-o… a 
aprender… e a desfrutar da sua respiração… Agora, pode imaginar um céu 
muito azul… de um azul muito suave… bonito… e limpo… e que o ar também 
é azul… Enquanto a sua mente consciente vai aprendendo a fazê-lo… a sua 
mente inconsciente vai usufruindo do prazer e das trocas entre a inspiração 
e a expiração… a trocar saudavelmente… a digerir… a deslizar… 
Assim, a imaginar… a visualizar… sinta o ar a entrar azul na sua 
inspiração… está a inspirar azul… sinta o seu peito a expandir-se… veja o 
azul a entrar… sinta esse azul a aliviar… a acalmar… e a levar aspetos 
positivos a cada célula… a levar o bom… e deixe que a expiração leve com 
ela… um ar cinza… carregado de gás carbónico… e das toxinas que de outra 
forma ficariam presas dentro de si… Vamos… inspire e deixe entrar o ar azul 
que acalma… que faz o peito expandir-se… que alivia… que dá um novo 
fôlego… deixe sair os aspetos negativos que tiver em si… deite fora o 
cinza… Isso… experimente o saudável… deixando entrar o azul…

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