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1-o nascimento da Filosofia

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Prévia do material em texto

História da 
Filosofia antiga
O nascimento da filosofia 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Anderson Luis Venâncio
Revisão Textual:
Profa. Dra. Patrícia Silvestre Leite
5
•	O nascimento da filosofia
•	Condições históricas para o surgimento 
da Filosofia
•	Do mito à Filosofia
Nessa unidade, iremos definir sucintamente a origem da Filosofia como ciência, explicando 
seus princípios e as diferentes formas de explicar a origem do mundo físico. Além disso, vocês 
terão uma ampla visão das primeiras escolas filosóficas, seus representantes e princípios. 
Vocês irão assistir aos vídeos e será disponibilizado o material teórico para melhor elucidar 
os conceitos que envolvem a cartografia. 
No Fórum de Discussão, vocês terão a oportunidade de discutir sobre o tema com seus 
colegas e tutor. É muito importante fazer as leituras e expor sua opinião no Fórum, pois é o 
momento de aprofundarmos mais sobre o tema. 
No Material Complementar, como sugestão de leitura, há a indicação de links relacionados 
à filosofia.
Fiquem atentos aos prazos de encerramento dessa unidade e procurem participar de todas 
as atividades.
 · Nessa aula, iremos compartilhar os conceitos centrais 
que envolvem o surgimento do pensamento filosófico na 
antiguidade. Também abordaremos as primeiras escolas 
filosóficas e suas percepções. 
O nascimento da filosofia
•	Filosofia dos pré-socráticos
•	Tales de Mileto
6
Unidade: O nascimento da filosofia
Contextualização
Disponível em : http://veele.wordpress.com/filosofos-pre-socraticos-em-quadrinhos/presocraticospag7/
7
O nascimento da filosofia
Os historiadores da Filosofia consideram que o nascimento do 
pensamento filosófico tenha sido entre o final do século VII e início do 
século VI a.C., na cidade de Mileto, na região denominada Jônia, sendo 
considerado como primeiro filósofo Tales de Mileto. Ele foi considerado o 
primeiro filósofo por ter formulado um conhecimento racional e sintético 
da ordem da natureza deu, portanto, início à chamada cosmologia, isto é, 
ao estudo da ordem das coisas naturais.
Você Sabia ?
Logia vem da palavra logos, que significa pensamento racional, discurso, estudo. A palavra 
cosmos significa ordenação do mundo e da natureza. 
 Condições históricas para o surgimento da Filosofia
Quais são as condições históricas para o nascimento da filosofia?
•	 as	viagens	marítimas,	pois	propiciavam	o	contato	com	as	outras	culturas;	
•	 a	invenção	do	calendário,	porque	essa	nova	abstração	possibilitava	maior	organização	e	
planejamento;
•	 a	 invenção	da	moeda,	possibilitando	uma	troca	não	mais	entre	objetos	concretos,	mas	
uma	troca	abstrata	feita	a	partir	de	valores	que	representavam	os	próprios	objetos;	
•	 o	surgimento	da	História	da	Filosofia	Antiga	e	Medieval	da	vida	urbana,	ou	seja,	com	o	
declínio da aristocracia rural e a ascensão dos comerciantes, eles buscaram nas artes uma 
maneira	de	prestígio,	patrocinando	assim	os	artistas	e	técnicos;	
•	 a	invenção	da	escrita	alfabética,	pois	revelava	uma	nova	capacidade	de	abstração,	assim	
como a fixação das ideias pela escrita exigia um maior cuidado com o conteúdo e a 
organização	do	discurso;
•	 a	invenção	da	política,	que	introduz,	em	primeiro	lugar,	a	ideia	de	lei	e,		portanto,	a	expressão	
de	uma	coletividade	que	regula	e	ordena	de	modo	racional	a	cidade;	em	segundo	lugar,	
o espaço público, isto é, um novo espaço para o discurso político, permitindo que cada 
cidadão emitisse em público sua opinião, discutisse com os outros tentando persuadi-los e 
tomasse	decisões	racionais;	em	terceiro	lugar,	a	ideia	de	que	todos	podem	compreender	e	
discutir pensamentos, possibilitando a deliberação a partir do diálogo, é fundamental para 
o nascimento da filosofia. 
Tales de Mileto. 
Wikimedia Commons
8
Unidade: O nascimento da filosofia
Do mito à Filosofia
São três as características fundamentais dos mitos gregos que favoreceram 
o surgimento da filosofia por conduzirem à racionalização: 
•		a	humanização	dos	deuses;	
•		o	não	temor	aos	mortos,	pois	as	almas	ou	espíritos	iriam	para	o	Hades	e	
não	interfeririam	na	vida	dos	homens;
•		a	exaltação	dos	valores	da	vida	presente	descritos	em	um	mundo	luminoso	
composto de deuses da luz (a palavra dios, genitivo de Zeus, dá origem aos 
termos deus e dia). 
A característica da humanização dos deuses merece uma atenção especial. Tal antropomorfismo 
dos deuses possui um ponto negativo e outro positivo para a racionalização do mundo. 
Positivamente, tanto aproxima os deuses da compreensão humana, como valoriza as ações 
humanas virtuosas na medida em que os personagens mitológicos simbolizavam as virtudes 
morais. Negativamente, como havia intervenção divina no curso da vida, conforme as paixões 
dos deuses, isto é, o arbítrio dos deuses, podia-se alterar repentinamente o curso da vida dos 
homens, isso limitava a racionalização. Em contrapartida, a filosofia exigirá uma legalidade 
universal, exercida impessoal e logicamente.
Enfim, de modo geral, podemos concluir que essas três características afastavam o monstruoso e 
traziam racionalidade e clareza, o que conduzirá à visão filosófica do universo governado pela razão. 
Vamos traçar agora algumas diferenças entre mito e logos?
Primeiramente, coloquemos a seguinte questão: o mito pertence a culturas inferiores, 
primitivas ou atrasadas, enquanto o pensamento lógico ou racional pertence a culturas 
superiores, civilizadas e adiantadas? 
A partir do século XVIII, com a filosofia da Ilustração e do século XIX, com o positivismo de 
Comte, o mito era considerado uma fase de um processo evolutivo do espírito humano e da 
civilização anterior ao pensamento lógico e, portanto, próprio ao raciocínio primitivo e atrasado. 
Atualmente, porém, em contraposição a essa concepção evolutiva, acredita-se que mito e 
logos coexistem, mas são distintos e, muitas vezes, opostos. Enquanto o pensamento mítico 
pertence ao campo do pensamento e da linguagem simbólicos, o pensamento lógico pertence 
ao campo do pensamento e da linguagem conceituais. Enquanto a imaginação cria mitos, 
o pensamento elabora conceitos. Enquanto o mito possui um caráter mágico-maravilhoso e 
simbólico, o que é manifesto nas artes, logos possui um caráter conceitual, o que é próprio das 
ciências. Enfim, podemos concluir que o pensamento mítico não é próprio de uma civilização 
atrasada e primitiva, mas uma característica inerente à imaginação humana e existe atualmente. 
Segundo o antropólogo Claude Levi-Strauss, que procurou mostrar que os chamados “povos 
selvagens” não eram atrasados por operarem com o pensamento mítico, mitificar é como fazer 
bricolage, isto é, produzir um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. 
Anaximandro. Fonte: 
Rafael, A Escola de Atenas 
(detalhe), 1510
9
O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, ou seja, vai reunindo as experiências, 
as narrativas, os relatos até compor um mito geral. Para o antropólogo, são três as funções do 
mito:	a)	explicativa:	o	presente	é	explicado	por	alguma	ação	passada;	b)	organizativa:	organiza	
as relações sociais (o mito do Édipo, por exemplo, tem a função de garantir a proibição do 
incesto);	c)	compensatória:	os	erros	passados	foram	corrigidos	no	presente.	Em	resumo,	o	mito	
organiza a realidade dando às coisas um sentido analógico, metafórico, e, portanto, simbólico. 
Os símbolos formados a partir de analogias e metáforas são imagens com sentidos múltiplos 
que encarnam a própria coisa, ou seja, o símbolo mítico encarna o objeto simbolizado, portanto, 
ele não o representa, mas é o próprio objeto. Por exemplo, a luz pode simbolizar o fogo, o 
calor, a paixão, o divino e até o próprio conhecimento, na medida em que este ilumina a 
verdade. Como dissemos, o símbolo mítico encarna o simbolizado, ou seja, a luz não representa 
a coisa simbolizada, mas é a própria coisa, é o fogo, é o calor, é a paixão, é o divino e é o 
próprio conhecimento. Enfim, o pensamento mítico é um pensamento no qual as palavrasdão 
existência ou morte às próprias coisas. Ele opera por bricolage, enquanto o pensamento lógico é 
por método, isto é, pela articulação racional de elementos. Um conceito ou ideia não simboliza 
algo, mas descreve, explica ou define seu objeto. Ele não encarna a própria coisa, mas exprime 
uma apreensão intelectual.
O raciocínio que concebe o conceito ou organiza a experiência ou formula uma síntese lógica 
a partir dela, buscando as causas universais e essenciais e, portanto, de modo geral, distinguindo 
o modo como a realidade aparece do que ela é em si mesma. O pensamento lógico não opera 
acrescentando ou agrupando elementos, como na bricolage, mas a partir de procedimentos 
metódicos, opera segundo princípios lógicos, tais quais os princípios de identidade, contradição, 
terceiro excluído, razão suficiente e causalidade. Tal distinção entre pensamento mítico e 
lógico torna-se evidente a partir da distinção entre pensamento cosmogônico e pensamento 
cosmológico elaborados na Grécia Antiga. 
O primeiro busca explicar a origem da Natureza através de narrativas mitológicas sobre 
as relações sexuais entre as forças naturais divinas, como entre Urano -o céu - e Gaia - a 
terra -, primeira geração divina que deu origem a todas as outras, bem como a todas as 
coisas naturais. O segundo, o cosmológico, próprio dos filósofos pré-socráticos, buscava 
explicar a origem da natureza a partir das relações e transformações entre os elementos 
naturais (terra, fogo, água e ar). 
Os primeiros filósofos explicavam a origem e a organização de todas as coisas a partir de tais 
elementos, considerando-os como forças divinas, mas não mais deuses ou heróis. Antes, com 
os mitos, tínhamos, por um lado, vontades divinas divergentes, por outro, Zeus como unificador, 
como soberano que impunha certa ordenação e unificação da ação. Depois, com o nascimento 
da filosofia, temos por um lado a multiplicidade dos particulares, por outro, a arqué, princípio 
neutro divino imparcial constituintes dos seres. 
Vemos, portanto, que apesar das distinções fundamentais entre pensamento mítico 
e lógico, há um paralelo que nos permite inferir certa continuidade entre as narrativas 
míticas e a estrutura do pensamento sistemático filosófico nascente. Podemos concluir 
que o nascimento da filosofia se constitui pela busca de um princípio ordenador da 
realidade;	busca	que	se	traduz	pela	pergunta:	o	que	é	a	realidade?	Pergunta	que	se	dirige	
ao objeto do conhecimento e não ao sujeito que conhece. Não se trata, portanto, de se 
perguntar como podemos conhecer a realidade. As coisas nos são dadas, basta conhecê-las. 
10
Unidade: O nascimento da filosofia
Não se põe a questão se somos capazes de conhecer, se tal conhecimento é possível. Não se 
coloca a pergunta: é possível conhecer x? Se é possível, como conhecemos x? A pergunta 
que se coloca no nascimento da filosofia é: o que é x? O que existe? Por que existe? Como é 
que existe? Responder a tais questões é buscar pelo princípio que causa e ordena tudo o que 
existe na natureza. Por isso eram denominados os primeiros filósofos, filósofos da natureza 
ou físicos, os que buscavam a physis, isto é, o movimento originário de todas as coisas.
Filosofia dos pré-socráticos
O período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C., se 
distingue do período posterior, o socrático ou antropológico, tendo como referência o filósofo 
Sócrates de Atenas, ou seja, a filosofia produzida antes de Sócrates se ocupa essencialmente 
da origem e das causas do mundo, já a filosofia após Sócrates se ocupa das questões 
humanas, tais como a ética, a política e as técnicas, isto é, as questões do ântropos, que 
significa homem em grego. Tal divisão é um tanto problemática entre filosofia pré-socrática, 
que é uma cosmologia ou uma física e que, portanto, tem o mundo como principal objeto de 
investigação, e filosofia socrática, que é uma antropologia e que, portanto, tem as questões 
relativas ao homem como principal objeto. 
De qualquer modo, os historiadores da filosofia a justificam 
segundo a divisão de dois grandes períodos, o arcaico, quando nasce 
a filosofia e esta precisa dar conta das explicações sobre o mundo, 
substituindo as explicações mitológicas, porém, não questionando 
as questões morais ensinadas pelos poetas e legisladores, e, em 
seguida, o período clássico que, ao contrário, com a grande 
prosperidade econômica, as transformações sociais e políticas 
que consolidaram a polis, os ensinamentos tradicionais já não se 
sustentavam diante de tantas mudanças, diante das necessidades 
do cidadão grego, impulsionando a filosofia a investigar os valores 
e comportamentos éticos. 
Os pré-socráticos, que investigam o cosmos, que tratam de questões cosmológicas, buscando 
fornecer explicações racionais da origem de todas as coisas, segundo Burnet, possuem as 
seguintes características marcantes: 
•	 é	 uma	 cosmologia	 e,	 portanto,	 uma	 explicação	 racional	 sobre	 a	 ordem	 do	 mundo,	
explicação esta que fornece a origem, as causas, a forma, as transformações, repetições e 
termino	das	coisas	que	passam	a	existir	e	das	que	deixam	de	existir;	
•	 tem	como	pressuposto	o	fato	de	que	“nada	vem	do	nada”,	isto	é,	de	que	a	realidade	é	imortal,	
é uma força material ou imaterial que origina todas as coisas ao sofrer transformações 
visíveis e conforme um sistema interno de compensações ou proporções que asseguram a 
ordem	estável	do	mundo;	
 Representação do possível mapa 
mundial de Anaximandro. Wikimedia 
Commons
11
•	 tal	força	material	ou	imaterial	de	onde	tudo	brota	e	para	onde	tudo	regressa	é	a	physis,	
princípio	primordial	constituinte	de	todos	os	seres;	
•	 tendo	 em	 vista	 a	 preocupação	 sobre	 a	 origem	 da	 multiplicidade	 dos	 particulares,	 os	
cosmólogos procuraram dar explicações sobre como as coisas vêm a ser, como se produz 
o devir, qual ou quais movimentos (kinesis) engendram do uno, da physis, da causa 
originária, todas as coisas que vêm a ser, ou seja, como os seres do mundo (cosmos), a 
multiplicidade brota e retorna para o uno, o idêntico a si mesmo, a physis, enfim, como é 
possível	o	múltiplo	a	partir	do	uno	ou	como	o	uno	é	possível	diante	da	multiplicidade;	
•	 a	 partir	 da	 distinção	 entre	 ser	 e	 devir,	 entre	 uno	 e	múltiplo,	 alguns	 dos	 pré-socráticos	
começaram a distinguir realidade e aparência, os seres percebidos pelos nossos sentidos, e 
a verdade ou essência invisível aos olhos e visível apenas ao pensamento, desse modo, a 
physis, embora manifesta em todas coisas na medida em que as constitui, será visível aos 
olhos do espírito e invisível para apercepção sensorial. 
Tais filósofos que buscam conceber a physis oculta, desvelando assim a verdade em suas 
filosofias, podem ser divididos segundo quatro grandes escolas que, em geral, coexistem:
1. Escola Jônica (Ásia Menor), cujos principais representantes são Tales de Mileto, 
Anaximandro	de	Mileto,	Anaxímenes	de	Mileto	e	Heráclito	de	Éfeso;
2. Escola Pitagórica ou Itálica (Magna Grécia), cujos principais representantes são Pitágoras 
de	Samos,	Alcmeão	de	Crotona,	Filolau	de	Crotona	e	Árquitas	de	Tarento;
3. Escola Eleata (Magna Grécia), cujos principais representantes são Xenofanes de Colofão, 
Parmênides	de	Eléia,	Zenão	de	Eléia	e	Melissos	de	Samos;
4. Escola Atomista (Trácia), cujos principais representantes são Leucipo de Abdera e Demócrito 
de Abdera. Além dos atomistas e, diferentemente das três primeiras escolas que concebiam 
a physis como unitária, Empédocles de Agrigeto e Anaxágoras de Clazómena tratavam a 
physis como pluralidade. Tem-se, então, uma quarta escola, a Escola da Pluralidade, que 
inclui além dos atomistas Leucipo e Demócirto, Empédocles e Anaxágoras.
Os pré-socráticos encontraram diferentes physis para explicar racionalmente a causa primordial 
e constituinte de tudo. Enquanto para Tales, o princípio era a água, para Anaximandro, o 
princípio	era	o	indeterminado,	para	Anaxímenes,	o	ar,	para	Heráclito,	o	fogo,	paraos	atomistas,	
os	átomos;	e	assim	divergiam	sobre	a	força	originária	de	todas	as	coisas,	o	elemento	primordial	
eterno, o princípio gerador dos seres que, por sua vez, são perecíveis, a physis imortal de onde 
todas	as	coisas	físicas	surgem	e	para	onde	retornam;	a	physis	é	eterna,	enquanto	as	coisas	são	
mortais, pois cada coisa, um vez nascida, outra vez perecida.
12
Unidade: O nascimento da filosofia
Tales de Mileto
Tales de Mileto viveu no período entre o final do século VII e meados do século VI a.C. e 
parece ter sido um político atuante que pretendeu unir as cidades-Estados da Ásia Menor no 
intuito de formar uma confederação contra as ameaças de invasões persas. 
Você Sabia ?
Mesmo segundo a tradição dos próprios gregos antigos, Tales foi considerado o primeiro 
filósofo por ter afirmado ser a água a origem de todas as coisas. Na verdade, ao afirmar que «tudo 
é água», afirma-se que «tudo é um» e isto, mesmo diante da multiplicidade percebida por nossos 
sentidos, é o que é o verdadeiro, a essência oculta. 
 
A afirmação é filosófica de Tales, por ser absolutamente sintética, por conceber algo o mais 
universal, por apreender pelo pensamento que apenas um é.
E, se do um emerge todo o resto, então este universal está 
em relação aos particulares, esta unidade permanece mesmo 
determinando causalmente toda multiplicidade existente no 
mundo, esta que nos aparece aos sentidos. Não há, portanto, 
imagens ou fabulações mitológicas, mas apenas a síntese que 
concebe universalmente a realidade, que a explica racionalmente. 
Tal postulado filosófico, tal generalização grandiosa, que de 
tantos é possível conceber um único elemento, a água, de onde 
toda existência singular parte e para onde retorna. Eis a origem 
da filosofia. Porém, há uma falha lógica, já notada por Aristóteles, 
o princípio universal para todas as coisas singulares também é, 
ele mesmo, o elemento água, singular, material. 
Segundo Aristóteles,
A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios 
de todas as coisas os que são de natureza da matéria. Aquilo de que todos 
os seres são constituídos, e de que primeiro são gerados e em que por fim se 
dissolvem, enquanto a substância subsiste mudando-se apenas as afecções, tal 
é,	para	eles,	o	elemento,	tal	é	o	princípio	dos	seres;	e	por	isso	julgam	que	nada	
se gera nem se destrói, como se tal natureza subsistisse sempre… Pois deve 
haver uma natureza qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas 
se engendram, mas continuando ela mesma. Quanto ao número e à natureza 
destes princípios, nem todos dizem o mesmo. Tales, o fundador da filosofia, diz 
ser água [o princípio] (é por este motivo também que ele declarou que a terra 
está sobre água), levando sem dúvida a esta concepção por ver que o alimento 
de todas as coisas é o úmido, e que o próprio quente dele procede e dele vive 
(ora aquilo de que as coisas vem e, para todos, o seu princípio. Por tal observar 
adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes de todas as coisas terem 
a	natureza	úmida;	e	a	água	é	o	princípio	da	natureza	para	as	 coisas	úmidas	
(…).”ARISTÓTELES. Metafísica, I, 3.983 b6 .
Hércules	e	Atena.	Cerâmica	grega	antiga,	
480–470 a.C.
13
Conforme o que diz Aristóteles, temos que Tales, a partir de sua observação dos fenômenos 
empíricos, vincula a água às coisas que possuem vida, o que o permite inferir tal generalização 
de que a água é o princípio de todas as coisas. Além disso, a água é o princípio do devir, isto é, 
da mudança que sofrem todas coisas físicas, na medida ela própria se transforma em todas as 
coisas, enfim, tudo é uma modificação da água, todas as coisas não são senão variadas formas 
da própria água. É claro que isto parece ser cientificamente assombroso, improvável, mas não 
se trata de ciência, e sim de filosofia, portanto, do que é assombroso, difícil, oculto aos olhos do 
corpo, mas universal, generalizador, real, desvelado aos olhos do espírito.
E, mesmo que, segundo Aristóteles, já tenham dado explicações mitológicas parecida com a 
de Tales, isto é, de que o Oceano é o princípio de todos os outros deuses e de todas as coisas do 
mundo, mesmo assim,Tales não procura explicar racionalmente a origem de tudo e para onde 
tudo retorna, esta mesma, que subsiste na medida em que ela é todas as coisas, isto é, todas as 
coisas são modificações da própria água, do que é eterno, do que subsiste sempre, daquilo que 
não tem origem, mas que origina tudo o mais.
14
Unidade: O nascimento da filosofia
Material Complementar
PARMENIDES. Pré-socráticos em quadrinhos. Disponível em http://veele.
wordpress.com/filosofos-pre-socraticos-em-quadrinhos/presocraticospag7/
OLIVIERI, A. C. Pré-socráticos: Origens da filosofia e os primeiros filósofos 
gregos. Disponível em http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/pre-socraticos-
origens-da-filosofia-e-os-primeiros-filosofos-gregos.htm
MADJAROF, R. Os Pré-Socráticos. Disponível em http://www.mundodosfilosofos.
com.br/presocratico.htm
http://veele.wordpress.com/filosofos-pre-socraticos-em-quadrinhos/presocraticospag7/
http://veele.wordpress.com/filosofos-pre-socraticos-em-quadrinhos/presocraticospag7/
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/pre-socraticos-origens-da-filosofia-e-os-primeiros-filosofos-gregos.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/pre-socraticos-origens-da-filosofia-e-os-primeiros-filosofos-gregos.htm
http://www.mundodosfilosofos.com.br/presocratico.htm
http://www.mundodosfilosofos.com.br/presocratico.htm
15
Referências
ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:Brasiliense, 1984.
ARANHA,	M.	L.	A.	Filosofia: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1991.
________. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992.
BOCHENSKI,	J.	M.	Diretrizes do pensamento filosófico.	São	Paulo:	Herder,	1964.
BORHEIM,	G.	A.	Introdução ao filosofar: o pensamento filosófico em bases existenciais. 
Porto Alegre: Globo, 1970.
CASSIRER, E. Antropologia filosófica. São Paulo: Mestre Jou, 1972.
CHAUÍ,	M.	Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2004.
________. Primeira filosofia: lições introdutórias. São Paulo: Brasiliense, 1984.
CORBISIER, R. C. de A. Introdução à filosofia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1983.
GILES, T. R. Introdução à filosofia. São Paulo: EPU/Edusp, 1979.
LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes,
1996.
JASPERS,	K. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1971.
HEGEL,	G.	W.	History of Philosophy. Nova	Jersey:	Humanities	Press,	1986.
JAGER, W. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
KIRK,	G.	S.;	RAVEN,	J.	E.;	SCHOFIELD,	M.	Os filósofos pré-socráticos. Lisboa:Fundação 
Calouste Gulbenkian, 1994.
MORENTE, M. G. Lições preliminares de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1980.
NIETZSCHE,	F.	O nascimento da tragédia. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
__________. A filosofia na idade trágica dos gregos. Lisboa: Edições 70, 1978.
PETERS, F. E. Termos filosóficos gregos. Um léxico histórico. Lisboa: Fundação Colouste 
Gulbenkian, 1974.
16
Unidade: O nascimento da filosofia
SOUZA, J. C. de. Para ler os fragmentos dos pré-socráticos. In: ______. Os pré-socráticos. 
São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os Pensadores).
SPINELLI, M. Filósofos pré-socráticos. Primeiros mestres da filosofia e da ciência grega. 
Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998.
VERNANT, J. P. Mito e pensamento entre os gregos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
__________. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 1972.
__________. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988. 2 vols.
VILHENA,	V.	M. Panorama do pensamento filosófico. Lisboa: Cosmos, 1958, vol. 2.
WINDELBAND, W. História de la filosofia antigua. Buenos Aires: Editoral Nova, 1955.
17
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000
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