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PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG RESUMO TEXTUAL TEXTO 1: VÍNCULO E APEGO A busca pela facilidade no mundo terapêutico e o alcance aos remédios facilita aos paciente bus- car tratamentos farmacológicos ao invés de terapêuticos e clínicos. Essa resistência imposta se deve ao fato do individualismo, conflitos íntimos e sociais. TÓPICO 1 – VÍNCULO VINCULAR, ETERNIZAR, SEGMENTAR A importância do reconhecimento da vivência. Reconhecer e buscar solução. O vínculo leva a empatia. Vinculo é a busca pela própria vida Vinculo do profissional com o paciente é essencial. Dilemas são comuns na vida dos seres humanos, e não são sinônimo de anormalidade, todo indi- viduo tem problemáticas a resolver e dilemas A grande maioria dos pacientes que buscam por uma terapia, não são os que devidamente ne- cessitam, estas, apresentam um maior autoconhecimento o que as proporciona o entendimento e evolução, buscando resolver os dilemas de suas vidas. Pessoas recusam a terapia por apresentarem negação, escassez de autoconhecimento, porém, a necessidade de alguém que oriente corretamente, que tenha estudado pela busca do conheci- mento humano é de extrema valia. É importante levar em consideração todos os vínculos do paciente, bons e ruins, sendo esse a principal “ligação” entre as pessoas. A empatia corresponde a uma espécie de identificação com o outro, uma compreensão genuína. O vinculo terapêutico é marcado pela solidariedade diante do reconhecimento das agonias alheias Terapia de terceira onda: se vale dos pressupostos das terapias cognitivo-comportamental (emoção e comportamento) O paciente tem seus saberes, suas limitações e defesas, sendo estes, os principais motivadores em buscar ajuda terapêutica é o reconhecimento dessa face da realidade “em busca de” esse é o espaço propicio na construção do vinculo colaborativo. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 2— APEGO SIMPATIA, TERNURA, AMIZADE E BENEVOLÊNCIA/ DESEJO, FIDELIDADE E PAIXÃO -> Ligar/vincular-se. TEORIA DA LIGAÇÃO (Bowlby) - o apego fornece a pessoa uma base segura, capacitando-a a regular suas emoções e a explorar o mundo. Através do apego e da confiabilidade do paciente, o apego se torna importante no quesito profis- sional e paciente, trazendo uma maior abertura durante a consulta, uma maior adesão aos trata- mentos e êxitos mais resistentes e duradouros. Através de seus estudos, Bowbly concluiu que pra resolver um problema, você precisa saber a sua origem, como aconteceu, como se sustenta e como se modifica. Valorizou muito a etologia— como os animais se portam em seu devido habitat— sendo assim, mantendo o foco na formação de vínculos, conflitos e suas devidas resoluções, seus comportamentos e escolhas. X TEORIA DA APRENDIZAGEM (Piaget) - aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista. Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" - isto é, estimular a procura do conhecimento. - comparação dos estímulos instintivos, (primitivos) com os mais complexos—atos, símbolos e linguagens. DARWIN—SELEÇÃO NATURAL.—REPRODUÇÃO, SOBREVIVÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA ESPÉCIE desta forma, acarretou na diversidade e desta, veio novas adequações e possibilidades. • As experiências mais precoces, servem de guias.— IMPRINTING PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Nós nos aproximamos das pessoas de maneira instintiva para criar vínculos que possam ser úteis tanto para nós quanto para os demais. O bebê, principalmente, procura esses vínculos para so- breviver. Neste contexto, os relacionamentos interpessoais sustentam-se por conta das necessidades que sentimos A diferença entre apego e comportamentos de apego está na intensidade do laço formado. Um vínculo de afeição duradouro é restrito a poucas pessoas enquanto o comportamento de apego pode ser mostrado a diversos indivíduos. O comportamento de apego está enraizado em todos nós e é considerado tão fundamental quan- to outros comportamentos intrínsecos dos seres humanos, como o reprodutivo, parental e explo- ratório. As suas experiências de vida afetam diretamente como será o relacionamento interpessoal en- quanto que, na infância, é impossível levar em consideração vivências passadas. TÓPICO 3—APEGO E FAMÍLIA https://www.vittude.com/blog/fala-psico/a-manutencao-dos-relacionamentos-e-o-bem-estar-emocional/ PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG A relação da mãe com o filho, sendo necessário promover as suas necessidades e o acolhimento para conter suas angústias. A criança precisa aprender com a experiência, enfrentando suas do- res e medos, isso tudo sendo base da saúde mental. O contato gradativo com outras pessoas é necessário para criação de apegos saudáveis Teoria do apego é importante para a terapêutica dos relacionamentos O apego nas diferentes espécies tem como uma das funções a de proteção, e por isso muitas vezes comportamentos de apego surgem em situações de medo Quadros de depressão, ansiedade e sofrimento podem estar relacionados a apegos inseguros ou perdas traumáticas... Diferentes culturas e povos veem a relação de apego de formas distintas. ex: italianos tem apegos muito forte entre pais e filhos... já norte-americanos presam mais por uma independência/autonomia TÓPICO 4—APEGO E CONJUGALIDADE AS PESSOAS QUE TEM MEDO DE EXPRESSAR SUAS NECESSIDADES DE APEGO PODEM PERMANECER APRISIONADAS A PADRÕES NEGATIVOS QUE IMPEDEM A RESPONSIVIDADE NECESSÁRIA A CONSTRUÇÃO DE RELACIONAMENTOS SEGUROS. A ausência de um apego seguro, afeta escolhas e relacionamentos, gerando conflitos, aumentan- do tensões e desconfortos. APEGO É ACOLHIMENTO As múltiplas vivencias ao longo do ciclo vital tem a possibilidade de transformar o círculo vicioso numa espiral libertadora, favorecendo novas leituras, superação de traumas, elaboração de con- flitos e, consequentemente, o estabelecimento de elos mais construtivos e satisfatórios. Para quem está habituado a apegos saudáveis tende a se achegar a quem é capaz de se relacio- nar no mesmo nível, estabelecendo trocas mutuamente gratificantes. Dedo em riste: é uma discussão típica entre casais que ilustra tanto o apego, inseguro e ambiva- lente, quanto a ausência de recursos afetivos para uma mudança de comportamentos. Trata-se de um padrão desenvolvido na infância, que se repete em vínculos atuais e futuros, inclusive ali- ança terapeuta. Padrão é sinônimo de protótipo, de guia de procedimento e, como tal, mostra-se repetitivo e ten- de a conduzir a resultados sempre iguais. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Pessoas habituadas a apegos saudáveis, tem a tendência a criar elos e trocas mutuas com pes- soas do mesmo nível. Apegos inseguros, geram ansiedade—falta de confiança, jogos de poder e até mal trato—. TÓPICO 5—APEGO E DISFUNCIONALIDADES FUNCIONAL— forma de adaptação e defesa em sofrimentos reais e fantasiados Apegos podem envolver modelos disfuncionais, neuróticos ou psicóticos do eu e do outro. Indivíduos ansiosos relatam mais conflitos em suas relações, o que sugere que parte destes con- flitos provocadas por inseguranças básicas em relação ao amor, perda e abandono. Os comportamentos disfuncionais se originam como uma forma de enfrentamento ao desconfor- to emocional causado pelos esquemas e que em determinados momentos do desenvolvimento podem ter sido funcionais, porém, com a mudança dos contextos eles passam a ser desadapta- dos causando prejuízos para os indivíduos. Presença sensível: cuidado e criação na clínica psicanalítica, descreve e analisa a mudança na teoria e na pratica. Implicam em acolhimento, escuta respeitosa, aceitação genuína e limites cla- ros. Apegos saudáveis. Os padrões de comportamentos disfuncionais são desenvolvidos como um mecanismo que bus-ca aliviar o sofrimento que um esquema inicial desadaptativo causa. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 2: SOLIDÃO SINAL DE AMADURECIMENTO DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL, ESSENCIALMENTE NÃO TEM RELAÇÃO COM ABANDONO, INERENTE A CONDIÇÃO HUMANA Quando há apego, troca mutua, a solidão é bem-vinda, pois os envolvidos estão confortáveis, na situação contraria pode gerar sofrimento. - o comportamento de apego é bom e importante, entretanto, quando presente no adulto pode indicar patologia e imaturidade solidão = desativação parcial ou total do comportamento de apego • Os solitários podem se comportar de diversas maneiras, até de forma ocupada e cheia de pessoas ao redor (pagina 6) SOLIDÃO TEM A VER COM UNIDADE, COM INTEGRALIDADE DO EU, COM RECONHECIMENTO E RESPEITO A UM EU E UM TU DIFERENTES. A fim de suportar a solidão, o individuo deve passar por momentos positivos desta, contrariando a ideia de que a solidão é sinônimo de abandono e morte Terapeuta deve ter bem resolvidos seus sentimentos de perda e solidão, a fim de orientar pacien- te. A abordagem terapêutica pode ser acompanhada de resistência, o insucesso da consulta pode se dar por conflitos inconscientes, familiares... • individuo proveniente de famílias com fronteiras rígidas, famílias retentivas, paciente solitário, terapia com proposito de alivio dos sintomas, pois paciente é impenetrável, talvez o paciente queira terapia interminável a fim de suprir suas necessidades de solidão • relação sexual de paciente de famílias descritas acima são com o intuito de continuar a famí- lia, com reprodução, relações superficiais, extremamente sexuais, com mentiras, solidão e dificuldade de ligação • ser humano vive de ilusões, nos relacionamentos amorosos segue na busca pela felicidade na vida e na vida a dois, na busca pelo conto de fadas, “felizes para sempre”, e quando se frus- tram (nítido que se frustrarão, pois a vida não é conto de fadas e existem decepções). • no casal XX a mulher se encarrega da casa e do casamento, e o homem da parte externa, hábitos se repetem ainda, ambas partes do relacionamento reprimem seus passados, ques- tões internas e informações • Andolfi ressalta que o mito acompanha relações num geral, a fim de preencher vazios de in- formação PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG • Vazios de informação são preenchidos de fantasia, o motivo disso é algumas vezes a imaturi- dade, neuroses ou respostas inadequadas do individuo, neste caso ele busca referencias de informações em suas próprias memorias • casamento conto de fadas e séculos XX são como esses relacionamentos castelos de areia; casal exemplo, utópico, casal modelo da sociedade, invejado, quando algo desanda culpam o “olho grande”, não fornecendo um olhar mais atento a problemática, um olhar critico a relação, o casal tenta ficar unido, entretanto, sem procurar entender e resolver a situação, constroem um castelo de areia (frágeis na base e no todo, construídos em cima de fragilidade). Negam, repri- mem, projetam. Acabam se desfazendo • se o terapeuta aceita esta imposição silenciosa (a que o paciente traz sobre relacionamento castelo de areia) ele constrói uma aliança terapêutica tao frágil quanto o relacionamento que o paciente trouxe como pauta • a necessidade de aparentar, de ser uma imagem perfeita impossibilita intimidade • a felicidade trazida pelo sucesso é proporcional as dificuldade vencidas • se não houver intimidade, se o individuo não mostrar seu lado frágil, feio, não vivera o amor verdadeiro, porque nunca mostrara sua essência, apenas seu falso brilho, e pessoas perfeitas não existem, tampouco relacionamentos perfeitos • Greenson acredita no fato de o entusiasta não ser satisfeito, porem, experimentou uma certa satisfação em determinado momento, e busca novas satisfações, esquecendo das privações, tornando-se dependente, e o entusiasmo vulnerável, o entusiasta procura cumplices entusias- tas, diz Greenson • Greenson também diz que uma pessoa amada e favorecida não apresenta necessidade de provar isso a ninguém, pessoa confiante • entusiasta nega motivo de vergonha e dor • casal que nega, casal superficial, que atua, enquanto um atua, o outro pode procurar refúgios clínicos como: criar filhos sintomáticos, casos extraconjugais, consumismo, excesso de ativi- dades, etc • uniões idealizadas são frustrantes, a vida, as pessoas e os relacionamentos não são ideais • para formar aliança mito felicidade, precisa ter acordo inconsciente entre o casal, acordo ins- pirado na história familiar de cada um deles, Elkaim denomina isso de “mapa mundo”. Tera- peuta desvenda mapas do marido, mulher e do próprio terapeuta ao menos, assim, os envol- vido aprendem a se manifestar na terapia, sem fugas, abandonando o que destrói • busca terapêutica hodierna indica multiplicidade de recursos, especialidades diversas se unem num proposito PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG • conflitos e emoções compõem a natureza humana, essencial saber reconhecer, aceitar e ad- ministrar tais situações • quando a solidão é fruto de medos, vaidades, barreiras, gera limitações, possibilidades restri- tas • solidão é natural em determinados momentos, não é normal o constante medo de ser rejeita- do, escassez de confiança • Leahy diz “não reconhecer a importância da emoção do próprio parceiro é viver vidas parale- las, que nunca se tocam verdadeiramente” • Leahy e a “terapia do esquema emocional”, terapeuta deve “enfatizar o desconforto intuitivo”, a vida é uma batalha que vale a pena lutar • casais com entornos festivos, que na verdade tentam compensar uma negação de solidão, portanto, essa realidade está mudando, com aceitação das diferenças e diálogos respeitosos PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 3: A PRIVACIDADE E O SEGREDO : REFLEXÕES DE ORDEM CLÍNICA PRIVACIDADE TEM A VER COM AQUILO QUE NÃO É PÚBLICO, MANTENDO-SE NA ESFERA DA INTIMIDADE OU EM TERRENO PARTICULAR. Particular refere-se a algo incomum, raro, singular e, por isso mesmo, reservado, de propriedade ou uso exclusivo de alguém, não sendo aberto ao uso geral ou público. Intimo representa as fantasias inconscientes e aqueles aspectos mais pessoais, que ficam res- guardados dos olhares alheios quando não, até mesmo, do próprio olhar. Privado tem uma relação direta com aspectos interpessoais que merecem ser resguardados do mundo externo. A incapacidade de proteger a própria privacidade é fruto de processos em grande parte tornados inconscientes. O segredo está mais próximo do tabu, envolvendo áreas intocáveis, não apenas por serem inti- mas ou privadas, mas por serem tacitamente proibidas e passiveis de penalizações caso sejam descobertas. Fronteiras difusas: indicam senso de unidade deficiente, baixa autoestima, desmotivação ou inca- pacidade de defesa. X Fronteiras rígidas e cerradas: jogos de poder, manipulação, imposições de toda a natureza, inclu- indo a guarda de segredos. Uma excessiva ligação intrassistêmica. Crenças e valores encon- tram-se diretamente vinculados a preconceitos. X Fronteiras permeáveis: permitem informações e afeto. A existência de fronteiras claras e bem definidas protege a diferenciação do sistema e de suas subunidades, bem como regula o fluxo de informação. Tabu: implica em um bloqueio tanto na comunicação como na ação, sendo determinado pela cul- tura, que prescreve restrições com o objetivo de manter a ordem que lhe é típica. A resistência em revelar segredos em psicoterapia pode perfeitamente estar a serviço de resis- tências a psicoterapia em si, mas este não é necessariamente o imperativo. Confiança é algo que se conquista. Cabe ao terapeuta, de maneira atenta e delicada, ir tecendo uma trama de intervenções que, a um só tempo, cativam a confiança, abrem o espaço a revelação e engajam seu paciente a traba- lhar todos os conteúdos revelados. PSICOLOGIAMÉDICA II VANESSA LUDWIG A busca de alternativas para responder a estas indagações tratará do conflito dos princípios da autonomia individual, da privacidade e da confidencialidade com os princípios da beneficência e da não maleficência, devendo a decisão ser dada após a análise de cada caso em sua individua- lidade e especificidade. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG ATIVIDADE 02 TEXTO 1: REAÇÕES E CRISES - DESEQUILIBRIO ENTRE O INDIVÍDUO E O MEIO - • Reações psicológicas normais também merecem ser cuidadas, pois a pessoa sofre sem rece- ber tratamento adequado • Qualquer internação causa um forte impacto, hospital não é lar, causa estranheza STAIN INDICOU 8 CATEGORIAS DE ESTRESSE PSICOLÓGICO DO PCTE INTERNADO: 1. AMEAÇA BÁSICA A INTEGRIDADE NARCÍSICA 2. ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO 3. MEDO DE ESTRANHOS 4. CULPA E MEDO DE RETALIAÇÃO 5. MEDO DA PERDA DE CONTROLE 6. PERDA DE AMOR E APROVAÇÃO 7. MEDO DE PERDA DE, OU DANO A, PARTES DO CORPO 8. O MEDO DA MORTE, DA DOR acrescentaram 9. Medo de perder o lugar na cadeira produtiva • grau de afrouxamento= regressão de quem interna, de quem é ajudado, aflora aspectos in- fantis do pcte, conjuntura natural, que facilita para todos envolvidos • A fase de negação, por exemplo, precisa ser respeitada, os mecanismos de defesa de muitos pacientes, podem conter raiva, a fim de afastar a fase da tristeza e projetar na equipe medica • tristeza e desesperança são esperados, facilmente confundidas com depressão, porém preci- sam ser bem distinguidas Pré e pós cirúrgico é esperado que o paciente se sinta preocupado, triste ou adverso num geral, fantasias sobre o pós, sobre dores. Desse modo os profissionais da saúde devem for- necer informações e sanar todas as dúvidas do paciente a fim de que ele se sinta tranquilo. O transplante não é a primeira opção, se necessário, é importante dar suporte emocional an- tes e depois do transplante; pode gerar tristeza e ansiedade. – sinais de estabilidade emocio- nal – historia pregressa de alcoolismo e/ou drogas – forte desejo de viver, uma energia para a vida – relações familiares. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Sensação de abandono/solidão quando estão na lista de espera, agressividade é sinal de que a confiança depositada na equipe medica está abalada, no pós sentimento de euforia, mix de emoções O processo de diálise causa tristeza, desânimo, pode deixar o paciente frustrado e deprimido, transplante de rim é diferente dos outros porque necessita de muita responsabilidade de doa- dor e do receptor, porque quando não ocorre como esperado, ambos se sentem mal. - doa- dor vivo, personalidade influencia na resposta imune - Na ala da oncologia, os pacientes devem ser acompanhados de psiquiatra e psicólogo, por- que o diagnostico vem com sinônimo de morte—período de incertezas e instabilidade emoci- onal –. A força familiar é de extrema valia durante o processo do paciente. Devendo a equipe multi- disciplinar, lidar com ambos, com delicadeza, compreensão e explicar as etapas com cuida- do, esclarecendo e informando ambos a fim de atingir confiança. Infelizmente, a relação da equipe com os familiares é vista como estressante e pouco esforço se faz a fim de melhorar essa relação. Também há necessidade do cuidado da família, pois, ela que ajudara a orientar o familiar/paciente, tranquiliza-lo, facilitando a trajetória, e cuidando também do internado. Levantamento realizado no Hospital São Paulo indica que os familiares querem ser informa- dos, se preocupam, querem saber se seus entes estão recebendo o melhor tratamento, abrem mão do conforto para acompanhar seus familiares durante a internação, portanto, in- cluir os familiares também traz melhor adesão ao tratamento. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 02– CAPÍTULO 06—DEFESAS DO EGO — ATIVIDADES DEFENSIVAS PARA AJUDAR NA REPRESSÃO - TÓPICO 01- ANULAÇÃO DESACONTECER, ‘’APAGAR’’ O SIGNIFICADO DO ATO A ‘’expiação’’ é uma forma de anulação. A compulsão da simetria de formas e números tam- bém. Prazeres simultâneos são formas de anulação. A mudança também, pois o indivíduo conquis- ta para se desfazer. Compulsão por fazer e desfazer. TÓPICO 02— CONVERSÃO ATIVIDADE DEFENSIVA Deslocamento das energias para os órgãos do sentido e da musculatura resultando disfun- ções: - tremores, paralisia, paresia, anestesias e contraturas. -> A conversão explícita de uma musculatura voluntária. A síndrome de Ganser—modo semiconsciente de fingir-se doente— TÓPICO 03—DESLOCAMENTO MEDIDA DEFENSIVA COMUM Postergação de afetos Linguística à metonimia Metáforas / analogias / semelhanças PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 04—DISSOCIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA EXEMPLO DE ATIVIDADE DEFENSIVA ESTADO ALTERADO DA CONSCIÊNCIA, ESTADOS SEGUNDOS, DUPLA PERSONALIDADE NA CLÍNICA AS FORMAIS MAIS COMUNS SÃO: ESQUECIMENTO (AMNÉSIA), ESTADOS SONAMBÚLI- COS E ESTADOS DE FUGA—PACIENTE VIVE AÉREO/DISTRAÍDO, EVITA ‘’SITUAÇÕES’’ DESAGRADÁVEIS. TÓPICO 5—ESCOTOMIZAÇÃO ACONTECIMENTOS ÓBVIOS NÃO SÃO VISTOS—DECISÃO CONSCIÊNTE TÓPICO 6—HUMOR FORMA DE DEFESA DENTRO DA EXTENSA MENTE HUMANA A FIM DE FUGIR DA COMPUL- SÃO DE SOFRIMENTO Fazer humor é fugir da perplexidade e do medo da temática. RIR DOS PRÓPRIOS DEFEITOS SERIA UMA FORMA SAUDÁVEL DE DEFESA. TÓPICO 7– INIBIÇÃO—BURRICE EMOCIONAL- BLOQUEIO EMOCIONAL O silêncio excessivo—bloqueio do falar. A importância da educação doméstica dada—chamar atenção—ordens + positivas - PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 8—ISOLAMENTO TENTATIVA OBSESSIVA DE DISTANCIAR-SE DAS EXPERIÊNCIAS AMEAÇADORAS - ideias filosóficas complicadas—proteção de impulsos instintivos –. TABU DO CONTATO : impulsos de índole sensual, agressiva ou amorosa que são impedidos evitando o contato com pessoas, objetos ou animais. AUTISMO—forma psicótica de isolamento TÓPICO 9—LEMBRANÇA ENCOBRIDORA SUBSTITUIR RECORDAÇÕES PROTEGER, ESCONDER. Rir para apagar uma tristeza A mentira (lembrança verdadeira e a necessidade de nega-la) Autopiedade—vitimismo TÓPICO 10— NEGAÇÃO E DENEGAÇÃO ORIGINÁRIO DA REPRESSÃO—OPORTUNIZAR A NEGATIVIDADE Dar chance para a consciência nega-lo Negação frente à realidade contundente. O negador cria falsas situações para não enfrentar a realidade O negador mente para si próprio—prometendo que da próxima vez será diferente PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 11—POSTERGAÇÃO DE AFETOS SITUAÇÃO DE LUTO, MEDO, RAIVA, VERGONHA E NOJO Explosões retardadas de sentimentos EGO—durante o período de perigo é corajoso mas após o período de calmaria, é tomado por medo. TÓPICO 12– RACIONALIZAÇÃO/INTELECTUALIZAÇÃO AGIR POR NECESSIDADE, MOTIVAÇÃO E DESEJO NECESSIDADES: ligadas a faltas fisiológicas. Ex: fome MOTIVAÇÕES: energias psicológicas que estimulam o organismo ir em direção a uma meta. Ex: teologia—teoria das causas finais DESEJO: Três formas: ANSEIO: ao querer, à cobiça, conscientes. MATÉRIA-PRIMA DAS EMOÇÕES: ancorada a pulsão sexual inconsciente. DESEJO ANALÍTICO: eterna e incessan- te busca do misterioso objeto, que segundo Freud—nunca será encontrado/surgirá. MECANISMO DEFENSIVO DA RACIONALIZAÇÃO: quando a mente percebe o conflito entre os princípios—ameça/dinâmica insuportável. INTELECTUALIZAÇÃO: entender ou negar um conflito, sem propor ou aceitar mudanças PENSAMENTO RACIONAL: razões boas—justas. ex: o que foi feito x RACIONALIZAÇÃO: bo- as razões—justificativas. Ex: do que é feito O raciocínio deve estar sempre acima da racionalização distinguindo verdade e mentira. TÓPICO 13—SURDEZ EMOCIONAL ‘’OUÇO MAS NÃO ESCUTO, SE ESCUTO NÃO QUERO ENTENDER’’ PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG CAPÍTULO 7– PARA MANTER A REPRESSÃOFormação reativa/dos contrários As formações reativas seriam compromissos transformados em traços de caráter, capazes de se constituírem numa barreira defensiva constante contra a volta das tendências reprimidas. A capacidade de admirar alguém deve denotar a grandeza moral de quem o faz. A formação reativa muitas vezes é consciente—intolerância desproporcional à causa –. A formação reativa permite manter um comportamento socialmente aprovado e útil para a convivência humana, com papéis sociais saudáveis. CAPÍTULO 8—REGRESSÃO E FIXAÇÃO: ALMAS GÊMEAS TÓPICO 1: REGRESSÃO ESTRUTURA NEUROPSÍQUICA ESTÁ CONECTADA A TRÊS MOMENTOS DO DESENVOLVI- MENTO HUMANO: NEUROBIOLÓGICO, AFETIVO-EMOCIONAL E INTER-RELACIONAL. Movimento contrário ou inverso ao caminho tomado pela maturidade, com retorno á estágios anteriores do pensamento, do sentimento, do comportamento e da libido. Exemplos: PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG A maior presença das atividades regressivas está na infância, quando a ansiedade permane- ce em luta com o avanço das tendências genitais em crescimento. Ex: urinar na cama. Já no adulto, há uma mistura de traços da personalidade -> traços infantis—visão de uma fi- gura desarmônica ou boquirrota. Comportamentos regressivos -> experiências frustrada. Ex: doenças, cirurgias, provas, per- das afetivas ou qualquer estresse propício. Tipos de regressão provindos do Ego: sono, sonho, relação sexual plana, brincar, atividades artísticas e dramatizações. REGRESSÃO E FIXAÇÃO SÃO ‘’ALMAS GÊMEAS’’, ambas se complementam.—perigos amea- çadores ao desenvolvimento afetivo-sexual iniciado no nascimento. - exigências de gratificação imatura e infantil no comportamento adulto. TÓPICO 2: FIXAÇÃO TENDÊNCIA EM SE MANTER CRISTALIZADO, CRONIFICADO. SENTIMENTOS, FANTASTIAS OU CONDUTAS REFERENTES A DETERMINADA ÉPOCA DOS DESENVOLVIMENTOS PSICO- LÓGICOS NEUROPSICOMOTOR, LIBIDINAL E SOCIAL, DITOS REGRESSIVOS. CAPÍTULO 10— ATIVIDADES DEFENSIVAS ENVOLVENDO A RELAÇÃO COM O OUTRO TÓPICO 1: PROJEÇÃO Projeção como uma operação estrutural do aparelho psíquico Projeção como um mecanismo de defesa do Ego. - Para a projeção existir, deve existir o outro, a quem um primeiro sujeito atribui qualidades se- melhantes às qualidades do seu mundo anímico, interior. A mitologia, a superstição, as religiões e o animismo são campos férteis para a expressão de projeções -> anjos e demônios, deuses e espíritos recebem poderes e qualidades dos desejos inconscientes do homem. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Depositação TRANSFERIR PARA UM TERCEIRO A RESPONSABILIDADE PRÓPRIA. Ex: -> professora x aluno -> médico x doente Fantasias projetivas PROJEÇÃO COMO FORMA DE SONHAR ACORDADO, DO DEVANEIO, -> plano consciente e subconsciente. Mundo visto pela lente da imaginação e da poesia. -> psicodrama. Generalização projetiva (‘’como vejo o mundo’’) Cosmovisão -> PERTURBADA POR UMA VISÃO MESQUINHA E EGOCENTRADA NO MODO DE OBSERVAR O MUNDO. Pensamento reverberante Projetados nos sonos da natureza, nos ruídos das máquinas—vozes alheias—. Ex: cachoeiras— ideiais abissais.—chuveiro—vozes prosaicas. -> Transferência de culpas Projeção em que a pessoa nega a assumir a realidade de seus conflitos, responsabilizando a ou- trem por dificuldades de sua dinâmica pessoal e existencial. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 2: INTROJEÇÃO ATIVIDADE DEFENSIVA PELA QUAL O APARELHO PSÍQUICO NORMAL ASSIMILARIA ATRIBU- TOS E QUALIDADES DE OBJETOS EXTERNOS AO EGO: PESSOAS, COISAS E ANIMAIS. Na infância: a introjeção serve como elemento de crescimento da criança No adulto: a introjeção serve como caráter defensivo, nem sempre útil TÓPICO 3: IDENTIFICAÇÃO FENÔMENO PSICOLÓGICA QUE PERMITE A HUMANIZAÇÃO DO SUJEITO -> CRESCIMENTO AFETIVO, INTELECTUAL, SOCIAL E ESPIRITUAL. Identificação como estimulação do psiquismo humano Identificação como atividade defensiva do Ego. Para Freud -> relação afetiva que mais cedo aparece em nossa vida. É PASSAGEIRA, não incorpora elementos da personalidade alheia. Diferente da imitação, que é chamada de identificação adesiva ou mimetismo -> patológica => ‘’falso self’’. Identificação primária: ocorre na fase indiferenciada do recém-nascido—este sendo depen- dente e amalgamado com a mãe Identificação secundária: ocorre ao longo da vida, a partir da fase do reconhecimento do ou- tro. Tipo especial de identificação: Identificação com o agressor. -> Ao defrontar-se com uma agressão vinda do exterior, a pessoa, passa a identificar-se com o agressor a ponto de assumir não só a sua ideologia ou atitude agressiva, mas também o compor- tamento social, seus conceitos morais, o simbolismo de suas vestes ou de sua postura física. -> atinge as pessoas mais fracas -> filhos violentos resultam de pais violentos PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 4: IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA Melanie Klein—concepção sobre a formação da personalidade. Na identificação projetiva, o Ego coloca fontes suas dentro do outro. Sejam essas, atributos e funções—boas ou ruins—nas pessoas ou coisas para se livrar delas ou preserva-las ou até mes- mo para controlar ou agredir o outro. (projeção) Quando o Ego recebe de volta a projeção realizada (introjeção) -> recebe-as com modificações ocorridas por ter-se integrado aos sentimentos alheios. Como mecanismo de defesa: encontrada em situações que se configurem fenômenos de vá- rias ordens, como: mecanismo de comunicação humana, negação da realidade psíquica, controle onipotente do outro, defesa contra a inveja, relação parasitária. Em termos clínicos, no adulto -> boderlines -< em casos de despersonalização, claustrofobia grave e certas orga- nizações psicóticas -> patologias narcísicas. CAPÍTULO 11—ATIVIDADES DEFENSIVAS PARA A SUPERAÇÃO DE CONFLITOS TÓPICO 1: ELABORAÇÃO CAPACIDADE DE REVIVER CRITICAMENTE AS VIVÊNCIAS ATÉ QUE ELAS PERCAM O EFEITO PSICOGÊNICO E O POTENCIAL PATOGÊNICO. Os mecanismos são usados com êxito em todas as formas de psicoterapias. -> INVERSÃO DE PAPÉIS—conflitos interpessoais atingindo a dinâmica intrapsíquica. TÓPICO 2: IDEALIZAÇÃO DEFESA QUE FAZ ACREDITAR NA BONDADE E NA BELEZA DOS OBJETOS (COISAS, PESSO- AS E IDEIAS). Trata-se de atividade defensiva que ajuda na superação de conflitos e se bem clareada atuará a favor da saúde mental—formação e ideias e valores. TÓPICO 3: RENÚNICA ALTRUÍSTICA FORMA DE SUBLIMAÇÃO—INDIVIDUO USA PARA ESTABELECER RELAÇÕES AFETIVAS E CONSOLIDAR OS VÍNCULOS POSITIVOS. Nome vem da renuncia da pessoa à desejos instintivos, narcísicos e de interesses egoísticos. Generosidade do jovem—socialmente aplaudido. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TÓPICO 4: REPARAÇÃO CAPACIDADE DE PEDIR DESCULPAS E ARREPENDER-SE POR ATOS SACADOS CONTRA TERCEIROS E SOCIALMENTE OU MORALMENTE CONDENADOS. Reparação é o que dá grandeza à personalidade—reconhece no outro atributos que mere- cem respeito e encaminham o sujeito para uma boa relação humana. Defesa de crescimento do Ego organizada de modo lento e por meio de valores como o da gratidão. TÓPICO 5: SIMBOLIZAÇÃO Na psicologia, símbolo é a imagem que traduz as tendências inconscientes. Como mecanismo de defesa, a simbolização é a capacidade do Ego de usar símbolos tradu- tores de suas forças afetivas, muitas vezes inconscientes. Os símbolos podem ter sentido universal—folclore—lendas, mitos, provérbios.. Sentido parti- cular—pensamentos. CAPÍTULO 12: DESTAQUE ESPECIAL: SUBLIMAÇÃO TÓPICO 1: SUBLIMAÇAO Fenichel -> todas as atividades capazes de fazer cessar o móvel do perigo; Desejos já reprimidos no inconsciente não podem ser sublimados. Laplanche -> é uma das ‘’cruzes’’ da psicanálise. Lato sensu -> triunfodas pulsões da vida sobre as pulsões da morte. Para haver sublimação é necessário que o instinto se dessexualize ou perca a agressividade e se subordine à disciplina do Ego sem estar reprimido e sim livre para a criação. Na prática—são mecanismos substitutivos da atividade sexual PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG ATIVIDADE 3. LIVRO PSICOLOGIA MÉDICA: A DIMENSÃO PSICOSSOCIAL DA PRÁTICA MÉDICA CAPÍTULO 16: SOMATIZAÇÃO NA PRÁTICA CLÍNICA Pacientes somatizantes Pacientes funcionais—alguns extremamente preocupados com a saúde—queixas somáticas inespecíficas e variadas—outros, relativamente incapacitados—trazendo exames e diagnósti- cos sem necessidade prévia, com quadros clínicos de longa duração, sinais e sintomas não compatíveis com a patologia sugerida. Consultar novos médicos ou mudar de profissional frequentemente—doctor shopping—são atitudes corriqueiras destes pacientes, além de insistirem nas solicitações por exames e en- caminhamentos a especialistas. Segundo uma perspectiva histórica, os conceitos vigente sem cada época sobre mente, fun- cionamento mental e relações corpo/mente, temos: Nos primórdios da civilização—investigar corpo e mente significava profanar território sagrado. No renascimento: distinção de termos e domínios. A mente como interesse filosófico. A alma co- mo assunto religioso. As emoções são ignoradas. No século 19: as concepções que desvincula, corpo e mente continuam predominando no saber e na prática médica. Freud: formulou a hipótese de conversão de uma excitação endógena em inervação somática—histeria. Na década de 1930: desenvolveu-se a concepção da ‘’causalidade psicológica’’: doenças psi- cossomáticas. Atualmente: a medicina reconhece que não há como separar as dimensões biológicas, psicológi- cas e sociais no processo saúde/doença. SENTIR PRAZER OU DOR É SER AFETADO NO CORPO. SENTIMENTOS SÃO FETOS E IMPLI- CAM UM REGISTRO DA SÉRIE PRAZER/DESPRAZER NA DUPLA FACE MENTAL E CORPORAL. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Os estudos antropológicos apontam que o profissional da saúde deve atentar para o fato de que em determinados grupos, o corpo se constitui como meio de expressão preferencial para qualquer sofrimento. Nessa maneira, acrescenta-se que os padrões de atendimento sem o estabelecimento de vín- culos entre médico e paciente incentivam a desvalorização do olhar clínico e sua substituição pela tecnologia no exame do corpo, favorecendo a somatização. As contribuições da psicanálise se referem ao fato de que a realidade externa e a interna pas- sam a ser ‘’a realidade daquele sujeito’’ registrada mentalmente a partir do estímulo da reali- dade e das palavras utilizadas para a sua nomeação. Esses pacientes, têm sido atendidos e estudados tanto pela medicina interna quanto pela psi- quiatria. Em ambos os campos, foram encontrados dificuldades para incluí-los nas categorias diagnósticas elaboradas apontando para questões conceituais. Antes diagnosticados em portadores de disfunções orgânicas -> racionalidade da medicina moderna. Quando nenhuma doença pode ser diagnosticada, o paciente é considerado portador de uma síndrome funcional e não de uma doença. TRANSTORNOS SOMATOFORMES -> TRANSTORNOS DE SOMATIZAÇÃO: polissintomático, com início antes dos 30 anos. Trata-se de uma condição crônica—melhoras e recaídas coincidentes com períodos de estresse emocio- nal. -> TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO INDIFERENCIADO: queixas físicas inexplicadas, com me- nos de 6 meses de duração. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TRANSTORNO DE DOR: dor persistente, grave e angustiante. TRANSTORNO CONVERSIVO: sintomas ou déficits inexplicados que afetam uma função sensori- al ou o sistema motor voluntário, sugerindo uma doença neurológica ou sistêmica. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL: caracteriza-se por preocupação ao imaginar ou exa- gerar um defeito preexistente na aparência física. HIPOCONDRIA: preocupação persistente com a possibilidade de ter um ou mais transtornos físi- cos graves TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO: caracteriza-se como um transtorno somatoforme que não preenche os critérios para nenhum dos anteriormente descritos. TRATAMENTO: A orientação normalmente é recusada pelo paciente, que ao se sentir mal atendi- do, sai a procura de atendimento em outros lugares. DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFISSIONAIS AO TRATAR PACIENTES SOMATIZANTES: PACIENTES SOMATIZANTES AGUDOS PACIENTES SOMATIZANTES CRÔNICOS CARACTERIZAM-SE POR QUEIXAS FÍSICAS INEXPLICADAS E SINTOMAS SOMÁTICOS ISOLADOS, COM DURAÇÃO INFERIOR A 6 MESES. QUEIXAS FREQUENTES: palpitação, cansaço, fadiga, fraqueza nas pernas, ardor na cabeça, coração acelerado, coração quase parando, suspiros, boca e mãos secas, zumbidos no ou- vido, sensação de bolo na garganta. CARACTERIZAM-SE POR MÚLTIPLOS SINTOMAS, COM DURAÇÃO HÁ MAIS DE 6 MESES. SÍNDROMES SOMÁTICAS FUNCIONAIS Se caracterizam mais pelo sofrimento e incapacida- de do que por uma patologia com mecanismo fisio- patológico específico, e a gravidade dos quadros impõe abordagens terapêuticas específicas. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Conclui-se que: Os pacientes somatizantes são de difícil manejo clínico e constituem como um problema com- plexo e instigante tanto para a medicina interna quando para a psiquiatria. Embora os conhe- cimentos sobre esta pratica esteja avançado, inúmeras questões permanecem sem resposta. Na prática, o trabalho integrado de psiquiatra e clínicos tem produzido melhores resultados quanto à superação das dificuldades encontradas na assistência. Entretanto, sua implemen- tação pressupõe uma adequação da prática assistencial que possibilite o diálogo entre os profissionais envolvidos. Assim, em parceria com o psiquiatra, considera-se pertinente que o clínico seja o responsável pela prescrição medicamentosa para os pacientes que rejeitam o atendimento psiquiátrico. Afirma-se que o sofrimento psíquico do paciente, tanto em sua configuração como somatizan- te agudo quanto crônico, pode ser adequadamente abordado no atendimento clínico. Recomenda-se criteriosa prescrição de medicações sintomáticas para o controle dos sinto- mas. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 02 LIVRO DA EMOÇÃO À LESÃO: UMA GUIA DE MEDICINA PSICOSSOMÁTICA CAPÍTULO 17: CLÍNICA MÉDICA E EMOÇÕES As emoções podem influir na saúde mais do que algumas atitudes culturalmente recomenda- das como saudáveis. O componente emocional em relação aos transtornos da psicomotricidade— queixas que li- mitam a movimentação, causam dor ou invalidez. esses transtornos causam ansiedade e frustrações na equipe multidisciplinar, pois há um para- digma: o paciente está simulando ou é real? Será que ele não quer trabalhar? Quer se aposen- tar? A depressão emocional está associada a um número expressivo de quedas em todas as ida- des e em ambos os sexos. FIBROMIALGIA - FIBROSITE Síndrome de causa desconhecida e quadro clínico bem definido. —> dores generalizadas pelo corpo todo, rigidez e cansaço. Pode haver limitação ao caminhar, subir escadas. -> dores expressadas em: pontadas, queimação, sensação de peso e anestesia. —> é agravada por estado emocional -> doença psicossomática Sentida nas articulações, nervos ou ossos. Mulheres são mais afetadas do que os homens. Algumas causas prováveis: má qualidade do sono, falta de condicionamento físico, vida sedentá- ria, estresse físico ou emocional, algumas doenças crônicas e, depressão. Vínculo bioquímico: serotonina e noradrenalina, alteração do sono REM, hipofunção das glându- las supra-renais. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIGFADIGA CRÔNICA: Fadiga prolongada e debilitante, acompanhada de vários sintomas inespecíficos: dores de cabe- ça, musculares e nas articulações, perturbações cognitivas: lapsos de memória e dificuldades de concentração. -> Fadiga surge repentinamente e de maneira implacável—exaustão, falta de energia. -> Alteração do sono, depressão, dores, distúrbios intestinais, dores de garganta e febre baixa. Causa desconhecida, suspeita=se de um agente infeccioso; baixo nível de cortisona; Tratamento: psicoterapia e tratamento com antidepressivos. Ansiosos e depressivos -> quadros psiquiátricos clássicos. DORES NAS COSTAS: Lombalgia -> tensão muscular, trauma, deformidade. Grande maioria provocadas por estados emocionais -> repercute sobre a contratura muscular. Causas não emocionais: hérnia, postura inadequada, queda, acidente, obesidade, problemas congênitos. Velhice -> artrose ou osteoporose. Jovem: postural, maneira de sentar, deitar ou car- regar peso; prática física excessiva e incorreta. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 03 LIVRO DA EMOÇÃO À LESÃO: UMA GUIA DE MEDICINA PSICOSSOMÁTICA CAPÍTULO 06: ESTRESSE E ESGOTAMENTO Estresse: ocorrência fisiológica e normal. Atitude necessária para a adaptação a uma nova situa- ção. -> Ocorre quando o organismo é submetido a uma nova situação: cirurgia, trauma, infecção ou algo que ameaça ou deixa inseguro. É UM MECANISMO ESSENCIAL PARA A ADAPTAÇÃO E MANUTENÇÃO DA VIDA Ansiedade é um reflexo emocional do estresse e se trata de uma atitude fisiológica. A natureza atribui à ansiedade o objetivo primordial de favorecer a adaptação. Porém, ao ocorrer uma desadaptação, ocorre o esgotamento da capacidade adaptativa. A ansiedade aparece como um sentimento de apreensão, sensação de algo que está para acon- tecer, um contínuo estado de alerta. Proporciona estado de tensão e prontidão. No esgotamento há alterações significativas -> hipófise, glândulas suprarrenais (secretoras de adrenalina e cortisona) e diversas alterações endócrinas, enzimáticas e eletrolíticas. -> pressão arterial, alteração do ritmo cardíaco, níveis de glicose no sangue; Surgimento do estresse: Estimulados por questões externas e internas. Internas: conflitos pessoais -> refletindo a tonalidade afetiva. Externos: ameaças concretas do cotidiano. Natureza inata, adquirida, intuída ou deduzida. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG -> Conflitos íntimos (estímulos internos para o estresse) -> É essencial para a compreensão dos sintomas e transtornos emocionais, da ansiedade patoló- gica, da angústia, da depressão, do pânico e de fobias. -> Querer, dever, conseguir. -> questões praticas, objetivas e sentimentais. É QUASE IMPOSSIVÉL UMA PESSOA COSNCIENTE VIVER SEM NENHUM CONFLITO Os conflitos podem ser inconscientes. -> pessoas muito ativas, que nunca refletem sobre suas vidas -> suportam tudo, acreditam serem fortes e consideram as emoções uma trivialidade banal. Os conflitos íntimos, elaborados às custas das frustações e dos traumas presentes e passados, e os complexos, que é escondido, compõe causas subjetivas ou internas para as reações vivencia- das não-normais. Procepção: capacidade de perceber e conhecer o mundo proporcionando a percepção pessoal da realidade. -> realidade é representada intimamente e de acordo com o filtro afetivo pessoal. PERCEPÇÃO PESSOAL DA REALIDADE -> engloba a maneira de ver e sentir o mundo Envolve a concepção das coisas e os conceitos existentes dentro dele. Inclui também a imagem que a pessoa tem dela mesma (autoestima). A autoestima pode ser representada positivamente ou negativamente. Sempre que a idéia sobre nós mesmos for desfavorável e perturbadora, poderá estimular estresse e ansiedade. ESGOTAMENTO Origina-se de duas ocasiões: 1) Quando a pessoa deve se adaptar (estímulo externo ou interno): ocorre esgotamento por falência adaptativa—grandes esforços emocionais—. 2) Quando a pessoa não dispõe de estabilidade emocional sufici- ente para adaptar-se a alguns aspectos da vida cotidiana. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Dessa forma, o esgotamento pode surgir em duas circunstâncias: 1) Decorrentes daquilo que o mundo traz a pessoa (destino) 2) Decorrentes daquilo que a pessoa traz ao mundo (sensibilidade pessoal) RESPOSTA ORGÂNICA AO ESTRESSE Ação conjunta de três sistemas: nervoso, endócrino e o imune. Elevado nível da cortisona -> substância conhecida como catecolamina (adrenalina e noradrena- lina) Catecolaminas afetam as reações imunes— fisiologicamente (contração do órgão através de es- tímulos adrenérgicos). Podem ser liberadas por fatores neuropsicológicos. Os níveis aumentados influenciam diretamente o sistema imune. Através da substância CRF estimulante secretora da ACTH, ficou descrito que o fator estimulador da liberação de corticotrofina ACTH - é essencial a resposta ao estresse, por atuar sobre as glândulas suprarrenais. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 04 LIVRO DA EMOÇÃO A LESÃO: UMA GUIA DA MEDICINA PSICOSSOMÁTICA CAPÍTULO 7: ANSIEDADE A ansiedade tem dois patamares: Essencial a vida: adaptar-se às exigências da vida (ANSIEDADE NORMAL) Patológico: exigências qualitativas e quantitativas (ANSIEDADE PATOLÓGICA) Pode manifestar-se em três níveis: neuroendócrino, visceral e de consciência. CADA PACIENTE TEM SEU PADRÃO DE ANSIEDADE, PODEM VARIAR OS SINAIS E SINTOMAS FÍSICOS E VISCE- RAIS; PSICOLOGICAMENTE É SEMELHANTE, AFINAL A ANSIEDADE MONOPOLIZA AS ATIVIDADES PSÍQUICAS E COMPROMETE DESDE A ATENÇÃO E A MEMORIA ATE A INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE. Neuroendócrino 1) Substâncias secretadas pelo cérebro, como os neuro-hormônios ou glân- dulas. 2) Envolvidos na ansiedade adrenalina, noradrenalina, glucagon, hormônio anti- diurético e cortisona Visceral 1) S.N.C (autônomo) reage excitando o organismo (simpático) para a reação de alarme, ou relaxando (vagal) na fase de recupe- ração Consciência (nível) Dois sentidos desagradáveis 1) Consciência das sensa- ções fisiológicas de sudo- rese, palpitação, inquieta- ção 2) Consciência de estar ner- voso ou amendrontado PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TRANSTORNO DE AJUSTAMENTO (OU ADAPTAÇÃO) E ESGOTAMENTO: Dificuldades emocionais do dia-a-dia; -> pacientes que apresentam certos comportamentos mal adaptados ou mudanças no estado de ânimo como resposta a um estímulo estressor. -> característica: sintomas emocionais ou comportamentais significativos em resposta a um ou mais estressores identificáveis. Nervosíssimo, preocupação exagerada, medo sem objeto ou motivo definido e qualquer dificulda- de no funcionamento professional, escolar, social ou familiar decorrente de algum estado emocio- nal. NA REALIDADE É O QUADRO QUE MELHOR REFLETE A IDÉIA DE DIFICULDADE EMOCIONAL ADAPTATIVA À VIDA, POIS NELE A REAÇÃO EMOCIONAL DA PESSOA AOS ESTRESSORES DE SUA VIDA CARACTERIZA-SE POR ACENTUADO SOFRIMENTO -> a predisposição e a vulnerabilidade pessoal desempenham um papel importante no desenvol- vimento do transtorno de adaptação ou ajustamento. Os estressores podem afetar um único indivíduo, toda uma família, um grupo maior ou uma co- munidade. Pode vir relacionado com depressão ou ansiedade, misto ou com uma perturbação da conduta— antissocial, com violação dos direitos alheios ou de normas e regras—. Compromete o funcionamento social, com severo prejuízo no desempenho. Acomete todas as faixas etárias e gêneros. TRANSTORNO POR ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: Maior prejuízo não material que a violência da sociedade impõe ao cidadão. Relacionado com a qualidade de vida. ESTRESSOR é intenso e tem uma natureza ameaçadora ou catastrófica, que provoca sintomas de perturbação. REAÇÃO: é aguda, aparece em poucos dias. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Na psiquiatria o que dificulta o tratamento é saber exatamente o que pode ser considerado uma vivência suficientemente traumática para justificar este tipo de estresse; ex: medo da morte, doença, sofrimento, uma série de estressores, componente econômico, familiar, social ou ocupacional. Cada região têm características e agentes causais específicos. No caso dos brasileiros, pare- ce ser a violência urbana, os sequestros, os assaltos e a sensação de insegurança. O paciente costuma apresentar pesadelos e pensamentos invasivos e negativos. Passa a evi- tar situação relacionadas (sair, falar com estranhos, caminhar no escuro). Aumenta a excita- bilidade, perturbação do sono, hipervigilância. CID-10: para um paciente ser considerado neste quadro, ele deve ter vivenciado um estresse de tal magnitude que seria traumático a qualquer pessoa. TRANSTORNO DO PÂNICO -> ansiedade intensa é consequência. Sintomas: falta de ar, enjoo, palpitações, tremores, náuseas, coceiras, sensações e medo de descontrole, desmaio.. Tem início súbito, Podem durar vários minutos ou horas. Marcados por crises de medo agudo e intenso, extremo desconforto e sensação de morte iminente. -> pode coexistir com outros distúrbios depressivos. -> portadores costumam ter tendencia a preocupação excessiva com problemas do cotidiano, tem bom nível de criatividade, necessidade excessiva de estar no controle da situação, altas ex- pectativas e pensamento rígido. -> FOBIAS. Querem estar sempre acompanhados ou ao mesmo tempo sozinhos, medo e desejo urgente de fugir. MEDO E FOBIAS Medo—é uma emoção natural e também pode ser de natureza psico-orgânica. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Medo é de algo que se aplica. Que está presente. Está visível. -> gera diversos desconfortos—altera o tubo digestivo, as glândulas suprarrenais liberam grande quantidade de adrenalina e os vasos se contraem—aumentando a pressão arterial. Deixa marcas profundas e persistentes na consciência humana. As fobias são medos persistentes, desproporcionais e absurdos de objetos ou situações específi- cas, o que faz a pessoa evita-lo. Se divide em três tipos: FOBIA SOCIAL E O ALCOOLISMO -> relaxante em ocasiões. -> aliviar a ansiedade antecipatória. FENÔMENOS IMPULSIVO-COMPULSIVOS: Seja por obsessões-compulsões, seja por compulsão em mentir, comprar, comer, jogar, roubar. Comportamentos compulsivos: relacionados ao transtorno do esquema corporal. Ex: anore- xia nervosa, bulimia, vigorexia e hipocondria. Em todos esses estados compulsivos as pessoas acabam desenvolvendo comportamentos compulsivos, repetitivos, com o objetivo de aliviar pensamentos obsessivos desconfortáveis. Alguns pacientes sentem prazer e buscam alívio da ansiedade se automutilando. OBSESSÕES: ideias, impulsos, imagens, cenas que intrometem na consciência de forma repetiti- va e persistente, seguidos ou não de rituais destinados a alivia-los ou aliviar suas angustias. COMPULSÕES: comportamentos repetitivos ou atitudes mentais automáticas. AGORAFOBIA -> quando a pessoa se en- contra em locais ou situações das quais sair ou escapar po- deria ser difícil ou embaraço- sa. -> pode ser antecipatória. FOBIA ESPECÍFICA -> medo acentuado e persis- tente de objetos ou situações específicas. -> imediata resposta da ansi- edade com sintomas físicos. Ex: animais FOBIA SOCIAL (MEDO DO OUTRO) -> ameaça ao bem-estar -> medo acentuado de situa- ções em que avalia o desem- penho pessoal -> receio ao ser avaliada pelos demais. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Didaticamente pode-se dizer que existe uma grande semelhança entre os comportamentos com- pulsivos e a dependência química. QUADROS PATOLÓGICOS: TRANSTORNO OBSSESSIVO-COMPULSIVO (TOC) Frequentes e recorrentes pensamentos, ideias ou imagens persistentes na consciência, por atos e atitudes repetitivas, realizadas pela pessoa para controlar sua intensa ansiedade. -> Para diagnóstico: o TOC deve ser responsável por dificultador o funcionamento ocupacional, escolar , social ou familiar normal. Os pensamentos são intrusivos, impositivos, inapropriados ou estranhos. Pessoas portadoras de TOC comumente adotam condutas excêntricas, motivadas pela obsessão da contaminação ou pelo medo continuado de contágio. JOGADOR COMPULSIVO (JOGO PATOLÓGICO) Prática inverterada de jogos que envolvem aposta em dinheiro. Ex: bingo, cassinos, cartas, loteri- as, corridas de cavalo. Comportamento de jogo mal adaptativo, recorrente e persistente que perturba os empreendi- mentos pessoais, familiares ou ocupacionais. ATIVIDADE FÍSICA COMPULSIVA (VIGOREXIA) - síndrome de Adônis ‘’Escravização’’ por conta dos padrões de beleza impostos pela sociedade. Transtorno no qual as pessoas realizam práticas esportivas de forma contínua, com uma valoriza- ção praticamente religiosa (fanatismo) ou a tal ponto de submeter constantemente o corpo a es- forços exagerados. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL Inicialmente manifesta-se pelo prazer e relaxamento, sentimento de saúde e beleza. Liberando serotonina. A pessoa considera-se um objeto de observação. As pessoas estão dispostas a manter dietas rigorosas, tomar fármacos e treinar excessivamente. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG COMPRAR COMPULSIVO (SHOPHOLIC) O comprador é dependente do comportamento de comprar, precisando fazê-lo continuadamente para se sentir bem, pelo menos no devido momento (arrependimento pode vir depois). A pessoa perde o controle da situação. Não tem necessidade do objetivo que é consumido, mas sim pelo fato de consumir. Grande maioria são mulheres. Entre 30 a 40 anos. Solteira ou divorciada. TRABALHAR COMPULSIVO (WORKAHOLIC) A busca pelo sucesso. Vencer profissionalmente. Ganhar dinheiro. Sobressair-se socialmente. Trabalho sendo um escudo protetor. -> passa a ser prejudicial ao bem estar físico, familiar, psicológico e social do indivíduo. São severas, isoladas, inflexíveis, perfeccionistas, amargas e exageradamente realistas. Ocultam seus próprios sentimentos. São ambiciosos. -> cobram dos outros a mesma produtividade em que estão acostumados. Essa obsessão provém de conflitos e insatisfações, servindo como mecanismo de defesa (SUBLIMAÇÃO) e ofuscando razões que geram angústia e mágoa. TRANSTORNOS ALIMENTARES Desvios do comportamento alimentar que levam ao emagrecimento extremo ou à obesidade. Anorexia nervosa e bulimia nervosa.— preocupação excessiva com o peso, representação alte- rada da forma corporal e o medo patológico de engordar. padrões de beleza * ANOREXIA NERVOSA Transtorno emocional que consiste em uma perda de peso derivada de um intenso temor de obe- sidade. Mulheres entre 14 e 18 anos. Sintomas mais frequentes: medo intenso de ganhar peso, dietas severas... BULIMIA NERVOSA Transtorno emocional que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de ali- mentos em um curto espaço de tempo. Sintomas mais frequentes: vômitos compulsivo, uso de laxantes e diuréticos e prática excessiva de exercício físico. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG SÍNDROME DO GOURMET Obsessivas pela preparação, compra, apresentação e ingestão de pratos especiais, diferentes e exóticos. Busca posição de destaque, dedicando-se ao preparo de pratos especiais. Quando agravada: contribui para a obesidade; TRANSTORNO ALIMENTAR NOTURNO Leva o paciente à obesidade. Causa dependência. Sonambulismo gastronômico. Atitude ansiosa em relação à comida. Combinação de transtorno alimentar, desordem do sono e uma desordem do humor. Falta de apetite pela manhã, grande ingestão de comida durante a noite e insônia. COMEDORES COMPULSIVOS Episódios de voracidade fágica, sem utilizar métodos purgativos. Não há preocupação com o peso e a forma corporal. A grande maioria, obesos. TRANSTORNOALIMENTAR E TRANSTORNO DO HUMOR Ocorrência simultânea de transtornos de ansiedade e do humor, concomitantes à depressão. CLEPTOMANIA Impulsionado a furtar objetos alheios. Características: ausência o planejamento do ato; Valor do objeto insignificante. Não destinados a uso pessoal. O objeto furtado se torna parte de coleção ou é dado a alguém ou até mesmo, devolvido. Mais frequente em mulheres. Não se arrisca quando há chance de ser pego em flagrante. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TRANSTORNOS DE ANSIEDADE GENERALIZADA Conjuntos de sintomas globais do organismo. Tensão motora, excitação, tensão muscular, fadiga e hiperatividade autonômica -> falta de ar, palpitações, sudorese, enjoo, nervosismo e irritabilidade. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE CAUSADOS POR OUTROS PROBLEMAS Dor incontrolável, estados metabólicos anormais, distúrbios no metabolismo do cálcio e da glico- se nos tumores produtores de hormônios. Os corticóides podem produzir excitação motora, nervosa ou até euforia podendo precipitar ansi- edade. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 05 LIVRO PSICOLOGIA MÉDICA: A DIMENSÃO PSICOSSOCIAL DA PRÁTICA MÉDICA CAPÍTULO 18: O PACIENTE DEPRIMIDO Deixa de sentir prazer em coisas que antes, eram prazerosas. Acorda fraco e cansado. Mal-estar abdominal, cefaleia, dores musculares ou no peito. -> É comum que o paciente se sinta perdido, vive um desalento e desesperança com a sua ‘’doença’’. Julga a atitude do médico como incompetente ou de desinteresse pelo seu estado. Mobiliza familiares na tentativa de novos meios de tratamento. Algumas doenças físicas podem contribuir para uma síndrome depressiva Trabalho multidisciplinar é necessário para beneficiar o paciente e seus familiares além do ´medico e a sociedade como um todo CAPÍTULO 8: DEPRESSÃO ESTADO DE HUMOR -> Pode significar um sintoma (distúrbios emocionais), uma síndrome (vários sintomas psíquicos e somáticos) ou uma doença (marcantes alterações afetivas). Rebaixamento do humor, com manifestação de tristeza, choro, abatimento moral, desinteresse. O diagnóstico é difícil, ainda mais quando acompanhado de outras patologias emocionais. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG A tríade sintomática da depressão, se compõe de: SOFRIMENTO MORAL INIBIAÇÃO GLOBAL ESTREITAMENTO VIVENCIAL SOFRIMENTO MORAL Sentimento de menos-valia Fenômeno marcante e desagradável. Sentimento de autodepreciação, autoacusação, inferioridade, incompetência, pecaminosidade, culpa, rejeição, feiura, fraqueza e fragilidade. Grau variados—pode apresentar uma sutil sensação de inferioridade até mesmo profundos senti- mentos depreciativos. -> a dificuldade da pessoa aceitar o sofrimento moral. Pessoas irritadas e agressivas -> se manifestam com mais agressividade e superioridade. Pessoas naturalmente retraídas e introvertidas - > se retraem ainda mais. Isolam-se e tem dificul- dade de expor sentimentos. Pessoas ansiosas -> opiniões dos outros são ameaçadoras, julgam e avaliam negativamente. Pessoas depressivas -> delírio humor-congruente. Paranoias. O SOFRIMENTO MORAL DEVE SER CONSIDERADO O MAIOR RESPONSÁVEL PELO DESFECHO SUICIDA DAS DEPRESSÕES SEVERAS. INIBIÇÃO GLOBAL Sintoma básico de depressão e se manifesta como um ‘’freio’’ ou lentificação dos processos físi- cos e psíquicos. Depende o grau, pode tornar o indivíduo apático, desinteressado, lerdo, desmotivado, com difi- culdade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda na capacidade de to- mar inciativas. Campo de consciência e da motivação estão comprometidos. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG INIBIÇÃO GLOBAL É CONSEQUENCIA DA DEPRESSÃO ESTREITAMENTO VIVENCIAL Perda progressiva da capacidade em sentir prazer; ANEDONIA -> incapacidade em sentir prazer por todas as coisas COMO SE MANIFESTA A DEPRESSÃO Cada pessoa apresenta uma manifestação depressiva. -> forma típica: tristeza, choro ou desinteresse. -> forma atípica: somatizações, pânico, ansiedade, fobia e obsessões. Episódio depressivo (leve, moderado ou grave) DEPRESSÃO E ANSIEDADE Podem apresentar sintomas somáticos, acompanhados ou não de sintomas emocionais de triste- za, angústia e medo—dores vagas e imprecisas, tonturas, cólicas, falta de ar.. -> Paciente tem dificuldade em pensar, se concentrar e tomar decisões. -> Queixam-se de enfraquecimento da memória ou da facilidade de distração. -> Pensamentos sobre a morte durante quadros depressivos. (ideação suicida típica). Duas modalidades sintomáticas que possuem a mesma afecção. -> tratamento com antidepressi- vos. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG ATIVIDADE 04 TEXTO 1: O LUGAR DA EXPERIÊNCIA DO ADOECIMENTO NO ENTENDIMENTO DA DOENÇA: DISCURSO MÉDICO E SUBJETIVIDADE • Subjetividade é primordial para avançarmos na ideia de atenção integral à saúde. • Dentre as possibilidades de reconhecimento dos efeitos da subjetividade, podemos enunciar a não adesão ao tratamento, a crença na cura e até o choro discurso do paciente, como ten- tativa de contextualização do adoecimento, pode representar a resistência à supressão da subjetividade. trata-se aqui de refletir sobre o lugar da compreensão da patologia e da experi- ência do adoecimento, por si mesmas necessariamente relacionadas e no cerne da sustenta- ção de todas as práticas clínicas. • Ao invés de tratar a fala do paciente como incorreta, faz-se necessário reconhecer sua pre- sença como integrante do processo de adoecimento e cura. • Caminho do diálogo interdisciplinar, que é condição fundamental para que os serviços presta- dos na área da saúde possam estar mais em sintonia com as pessoas que demandam aten- ção. • Qualquer tentativa de excluir a subjetividade do processo de adoeci- mento e cura – por des- cuido ou imposição técnica – mostra-se mal sucedida. • O aparato teórico requer generalizações que não conseguem abarcar a variabilidade implícita nas práticas terapêuticas, • O desenvolvimento técnico e científico não alcança a amplitude da experiência subjetiva. • Abordar este campo de ação e reflexão através de noções como clínica ampliada, educação permanente, humanização e acolhimento, pode nos dar subsídios para romper com práticas reducionistas, tão abundantes no percurso histórico e epistemológico denunciado até aqui. • Isso vai no sentido de propor a reestruturação da prática clínica, dentro da qual é preciso considerar a fundamental importância da formação dos profissionais, na proposta de equipes interdisciplinares, pautadas em relações horizontais • É preciso um modelo que perceba as relações e as di- nâmicas estabelecidas dentro de um funcionamento es- pecífico e de uma nova chave de compreensão. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 2: A EXPERIÊNCIA COMPLEXA E OS OLHARES REDUCIONISTAS -> Demanda por olhares não reducionistas ao complexo mundo da experiência. -> No campo da saúde o reducionismo mais visado é o do saber biomédico, que reduz saúde a ausência de doença. -> Para Tesser et al. (1998) a atual crise da atenção à saúde está ligada ao exercício cotidiano desse saber biomédico, cuja racionalidade procura “fatos” numa relação de causalidade linear e mecânica. -> A objetivação científica das doenças instaurou um novo objeto para a medicina ocidental: é a doença o que interessa ao médico – muito mais do que o sujeito doente -> Uma das consequências desastrosa desse paradigma é a “medicalização”da vida -> Binômio saúde-doença: a psicologização – exemplo de casos de “depressão”, que podem ter origem na falta de nutrientes, e por esse reducionismo passam a ser tratados com terapias e me- dicamentos. -> Mesmo reunidos, o saber biológico e o psicológico não esgotam todas as questões constituti- vas do “adoecimento” dos sujeitos. -- sua cultura, seu entorno social e ambiental são questõesque devem ser consideradas. -> A importância da interdisciplinaridade e de como ela se operacionaliza no campo da assistên- cia e da promoção da saúde. Relato de caso A médica foi a primeira que “acreditou” no resultado negativo do teste de HIV. Sua consulta foca- lizava a doente e não a doença. Percebeu que a mulher não se alimentava a um ano, depois de seu primeiro marido se casar novamente e tê-la afastado da filha. Sua conduta foi: “Cuide-se, alimente-se e fique forte para lutar pelos teus direitos como mãe”. E a resolução do caso foi a nível jurídico. Discussão: A experiência analisada permite entrever seus significados existenciais, sociais, culturais, psicoló- gicos, biológicos e simbólicos tanto para a paciente quanto para sua comunidade e na relação com esta última. A expectativa inicial de diagnóstico e intervenção puramente biológicos foi modifica- da através de um único atendimento que teve a função terapêutica de ampliar a compreensão da experiên- cia para fora dos limites de uma “objetivação científica” e o processo de cura acabou tendo seu ponto de resolução no nível jurídico. Múltiplas ordens de determinação que podem estar presentes nos fenômenos do adoecimento e da cura: Social e econômico Ético, moral e simbólico Emocional, psicológico e físico Comportamental, clínico e jurídico PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 3: A EXPERIÊNCIA DO ADOECER: UMA DISCUSSÃO SOBRE SAÚDE, DOENÇA E VALORES -> Termo experiencia da enfermidade, a noção de saúde e doença como fenômenos complexos que conjugam fatores biológicos, sociológicos, econômicos, ambientais e culturais -> Para a OMS (1946) saúde = “um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doença” – pensamento utópico e muito abrangente -> Dejours: a saúde como um processo vivido pelas pessoa sdingularmente, em nível orgânico e psíquico. -> O Normal e o Patológico (Canguilhem) – norma do discurso médico para enquadrar os pacien- tes nos diagnósticos de modo que as doenças possuam fronteiras rígidas. 1. normal aquilo que é como deve ser 2. normal como aquilo que a maior parte dos casos (constitui uma média) -> O exercício da clínica necessita de critérios objetivos para fundamentar sua prática, contudo, existe a “irracionalidade humana”, apresentado por Nietzsch por uma perspectiva de valores. Significado de valor = passar bem; e não valor = estar doente (um desvalor, uma perda do pró- prio valor) -> As rotinas diagnósticas tornam-se marcadas pela mecanização na caracterização de doenças, a terapêutica pelo método do “ensaio e erro” e prescrição de sintomáticos – por vezes mal em- pregados incentivados pela indústria farmacêutica. -> Médico utiliza do arsenal tecnológico para lidar com cada fragmento do ser humano, mas não consegue lidar com a unicidade; isso se deve a racionalização da medicina moderna baseada em abordagens objetivas e quantificáveis, subestimando os aspectos biopsicossociais. -> Relação assimétrica médico-paciente nas vivencias do sofrimento, essa relação pode variar de passiva ou numa negociação compartilhada -> A doença passou a ser considerada um desvio do que se espera do organismo normal, uma perturbação passível de ser diagnosticada e tratada = método clínico - A Medicina Centrada na Pessoa é definida como um método clínico que, por meio de uma es- cuta atenta e qualificada, objetiva um entendimento integral da vivência individual daquele padecimento, a fim de construir conjuntamente um plano terapêutico, estimulando a autonomia da pessoa no processo. RELATO DE CASO O olhar do médico em reconsiderar a suspensão total de atividades físicas para proteger patolo- gias cardíacas nesse paciente, foi de extrema importância para a saúde mental do Sr.Joaquim, que apresentou extrema mudança de humor, princípios de depressão e sede de vida após perder suas atividades. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Considerando a idade elevada do paciente, um quadro de "desgosto" da vida por estar estagna- do poderia levar o mesmo a uma morte mais acelerada por muitos outros fatores psicológicos que viriam a desencadear. O manejo médico em auxílio com a família, em liberar com cautela e moderação atividades para que o mesmo pudesse retornar à prática de algumas atividades sob observação e cuidado dos familiares promoveu um equilíbrio considerável entre a cardiopatia e a saúde mental do Sr. Joaquim. O que se conclui é que, o paciente é individual, único, independente da patologia recorrente ou frequente a forma de abordar e a humanização com o caso de cada um é singular. "Nessa perspectiva, apresentou-se a Medicina Centrada na pessoa como um dos métodos clíni- cos de abordagem integral e humanística, que mantém a resolubilidade das ações dos profissio- nais, respeitando a autonomia das pessoas." Necessita de uma doação integral não só a patologia e sintoma apresentado fisicamente, mas como o lado humano e emocional, condição em que se vive, o que rodeia o paciente, a realidade em que vive, uma série de análises que não se apresentam de forma padronizada e visível aos olhos. Pouco a pouco, o sr. Joaquim foi retomando seu humor habitual, e, mesmo com o coração fora do ritmo, sua vida pôde voltar ao ritmo normal -> Há uma flexibilidade em relação às condições individuais, e a fronteira entre o normal e o patológico pode ser perfeitamente precisa se considerada para um único indivíduo. Portanto, estar doente passa a ser uma norma individual -> Desta forma, o indivíduo é quem avalia a transformação do normal em patológico, porque é ele quem sofre as consequências no momento em que se sente incapaz de realizar as tarefas que a nova situação lhe impõe. É a partir do julgamento individual de estar doente que cada pes- soa sente a necessidade de procurar assistência -> Para determinar suas normas, a medicina busca fundamentar-se em evidências, que costu- mam ser tomadas como verdades atemporais, determinadas pela ciência. Mattos considera a intervenção médica cientificamente fundamentada como a mais confiável. Contudo, o autor assegura que nada garante que o cientificamente fundado seja o melhor. -> A Medicina Centrada na Pessoa, como um método clínico que propõe uma humanização das ações dos profissionais. Constitui uma proposta para uma prática que não admite a doença como foco da intervenção do profissional e traz o sujeito e suas necessidades individuais ao pri- meiro plano da relação terapêutica. -> Escuta atenta e qualificada, construir conjuntamente um plano terapêutico, estimulando autonomia da pessoa PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG ATIVIDADE 05 TEXTO 01: O LUGAR DA EXPERIÊNCIA DO ADOECIMENTO NO ENTENDIMENTO DA DOEN- ÇÃO: DISCURSO MÉDICO E SUBJETIVIDADE -> A prática clínica visa uma melhor compreensão dos processos de adoecimento e cura e do aperfeiçoamento dos procedimentos. -> Além de dificuldades que poderiam ser atribuídas a questões estruturais ou contextuais, a pró- pria perspectiva dos processos de adoecimento e cura interferem no modo como nos dirigimos aos pacientes e usuários dos serviços de saúde -> O objetivo do fator psicológico ressalta o lugar da subjetividade, sugerindo também a dimen- são psicossocial. -> Dentre as possibilidades de reconhecimento dos efeitos da subjetividade, podemos enunciar a não adesão ao tratamento, a crença na cura e até o choro. Nesse sentido, o discurso do pacien- te, como tentativa de contextualização do adoecimento, pode representar a resistência à supres- são da subjetividade. -> Apesar de a doença reter o caráter de entidade quase independente que acomete alguém e modifica sua existência, há ainda um efeito estrutural do adoecimento na necessidade de se compreender tal experiência. SE A CIÊNCIA MÉDICA DESTACA A NEUTRALIDADE, A CLÍNICA TEM QUE LIDAR COM O SUJEITO POR IMPOSI-ÇÃO PRÁTICA -> Na dicotomia criada entre ciência médica e clínica médica, a prática foi sendo dominada pela técnica – como aplicação de um saber, dando especial ênfase ao diagnóstico e ao conhecimento acerca de doenças. Em contrapartida, a crescente busca por práticas complementares e alterna- tivas retoma a importância da relação estabelecida entre paciente e médico, em sua dimensão simbólica. -> A necessidade de retornar o vínculo entre médico x paciente, perpetua cada vez mais na sociedade. Neste contexto, a inclusão da subjetividade, como elemento perturbador da relação terapêuti- ca, é de fundamental importância se a pensarmos também como índice de relativização dos saberes cristalizados nas práticas, con- tribuindo assim como eixo de análise dos desacordos fundamentais entre teorias e práticas; entre estratégias de bom acolhimento e a forma como esse acolhimento é recebido. Qualquer tentativa de excluir a subjetividade do processo de adoecimento e cura – por descuido ou imposição técnica – mostra-se mal sucedida. -> priorizar estratégias que aproximem ao invés de romper canais de troca e comunicação – tan- to no plano epistemológico quanto no mais concreto dia a dia das práticas terapêuticas – incluin- do, primordialmente, as condutas de base que sustentam as racionalidades profissionais. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 03: ONCOLOGIA E EMOÇÕES A influência das emoções na imunidade, sendo esta, o ponto-chave para o desenvolvimento de qualquer tipo de câncer. O tipo da personalidade, como fator importante na origem, na manutenção ou no desencadea- mento da doença tem relação direta com à evolução da doença maligna. Personalidade tipo C: maior tendencia ao câncer. Características: Uso excessivo da negação e da repressão (mecanismo de defesa) Infidelidade Desenvolvimento de metástases de um câncer já tratado Luto -> Tentatively sugere que a perda de uma relação importante (pai, mãe, filho ou cônjuge) e após uma dificuldade em expressar sentimentos ou uma liberação de emoção, tem-se mostrando fre- quente no aumento do câncer. Fatores psicossociais do risco: INDIRETOS (atitudes—personalidade, emocional—a pessoa trou- xe ao mundo); DIRETOS (situações ocasionais e circunstanciais - estressores—o mundo trouxe a pessoa) A resposta emocional sobre o diagnóstico: sentimentos de incredulidade, rejeição ou desespero. Desde a tristeza, até um transtorno de adaptação depressivo ou se agravar para uma depressão. Período de disforia—confusão emocional crescente—transtornos no sono e no apetite, ansieda- de, humor... Critérios para uma boa adaptação: Manter-se ativo nos afazeres/ Reduzir o impacto da doença no cotidiano/ controlar as emoções. Depressão Diagnóstico: sentimento de inutilidade ou culpa/ humor deprimido/ interesse e prazer diminuídos/ insônia ou hipersonia/ irritabilidade/ inquietação/ pensamentos recorrentes de morte/ fadiga/ ca- pacidade diminuída de concentrar-se/ apetite diminuído/ ideação suicida Como diagnosticar: Que tipo de pensamentos tem? Você se sente culpado? Com que frequên- cia? Está preocupado ou sente desesperança? Quando tratar? Antecedentes pessoais de depressão/ sistema precário de respaldo social/ cren- ças persistentes e irracionais/ prognóstico grave/ disfunção orgânica consequente ao câncer/. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG Para o paciente, o cancer pode ser sempre sinônimo de morte dolorosa e muito sofrimento. Des- ta forma, cabe a equipe multidisciplinar, orientar o paciente e a família do mesmo. Sugerir grupos de apoio a fim de reduzir o isolamento e se expressar. Ideação suicida: até dez vezes maior em pacientes com câncer do que do resto da população. Método mais comum: superdose de analgésicos e sedativos. A ideação provém de pessoas com histórias prévias de problemas mentais, antecedentes familiares suicidas, depressão, toxicoma- nia, morte recente de pessoas próximas e escassez de apoio social. A dor deve ser considerada e conscientizada ao paciente sobre a necessidade e vontade de utili- zar ou não analgésicos. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 05: COMPORTAMENTO SUICIDA / ASPECTOS DA PSICOLOGIA MÉDICA Durkheim, no inicio do século 20 lançou sua obra fundamental, a fim de examinar o padrão das taxas de suicídio em diversos países, relacionando com o grau de coesão social em diversas cul- turas e grupos sociais. Afirmando a perda da integração social após a revolução industrial, ainda, preconizando o suicídio egoístico entre esses indivíduos, os quais não se encontraram mais sob influencia da família, sociedade ou religião. O suicídio anômico -> indivíduos que vivem em uma sociedade em crise -> faltam padrões de or- dem e de comportamento O suicídio altruísta -> individuo sacrifica sua vida pelo bem do grupo A existência de um transtorno mental (depressão, transtorno do humor bipolar, dependência de álcool e de outras substâncias psicoativas) é considerado o principal fator para o suicídio. Avaliação de risco: sociodemográficos/psicológicos/psiquiátricos. Qualquer ato de autoagressão implica um risco de suicídio. Alguns pacientes omitem suas intenções. A desesperança é mais associada ao risco, do que o humor deprimido. A ansiedade aumenta o risco. Manejo: Aliança terapêutica, avaliação do risco, escuta ativa, descoberta de soluções, investiga- ção, busca por recursos, postura acolhedora, aconselhar, combinar planos de ação.. Evitar o afastamento aversivo, pois este, afasta a sinto- mia empática, instalando uma dissonância afetiva e o terapeuta e o paciente acabam desconectados, deste modo, o paciente sente-se abandonado aumentando o risco suicida. Pode ocorrer o contrário: a superproteção, ferindo o profissional também e fugindo da racionalida- de. PSICOLOGIA MÉDICA II VANESSA LUDWIG TEXTO 06: O CUIDADO FAMILIAR NA SITUAÇÃO CRÔNICA DO ADOECIMENTO A família (cuidadora primária dos seus entes) buscando cuidar de seus entes, para promover e reestabelecer a saúde. A vivência do adoecimento crônico, via de regra, implica afetamentos diversos no cotidiano da pessoa adoecida e de sua família, demandando mudanças em seus hábitos de vida e exigindo gerenciamento da saúde por um período de tempo dificilmente delimitável. Também, nem sem- pre tal experiência se mostra sustentável, visto que, sendo a família a principal cuidadora, possui potenciais de cuidado que precisam ser apoiados. Dessa forma a rede de apoio como uma rede de sustentação, que busca garantir a manutenção do cuidado na esfera familiar. Situação crônica: envolve o adoecimento ou muitos cuidados requeridos. -> Considerando que a família produz e mobiliza, de modo continuado, o cuidado para manuten- ção da vida diária de seus entes, a demanda de cuidados personalizados pode ser ampliada na situação de adoecimento, dada as necessidades próprias da pessoa adoecida. Portanto, as es- pecificidades da pessoa adoecida e do seu adoecimento também pesam na constituição do nú- cleo de cuidado familiar, modelando-o conforme sua natureza e tempo de permanência. Rosácea do cuidado: O adoecimento crônico exige cuidados prolongados, mais intensos e permanentes, escasseando ou exaurindo os potenciais de cuidado familiar. E, à medida que os serviços e profissionais de saúde ofereçam respostas pouco resolutivas às suas necessidades, mais amplo se mostra o es- forço da família em tecer redes que possam lhe garantir a efetividade do cuidado; -> Ao tratarmos dos recursos para o cuidado, sendo estes: sentimentos, afetos, artefatos e sabe- res são necessários para que possa ser produzido e ter a disposição tais recursos, na medida da necessidade da pessoa adoecida, conforma uma intrincada trama de providências que demanda muito esforço da família, além daquele já exigido para modelá-los em cuidado na vida cotidiana. -> O cuidado à saúde na situação crônica de adoecimento não é feito apenas pela família, assim
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