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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 234 de ter sofrido uma desumidificação pseudo-adiabática. Para o caso de θSE o nível final seria 1000 mb, naturalmente. Nas duas últimas equações, T não é a temperatura inicial da parcela de ar úmido (To), mas aquela em que ocorreu a saturação (por resfriamento não isobárico). Dividindo, membro a membro, VI.8.2 por VI.8.1 e tendo em conta VI.5.7, pode-se escre- ver: TSE/θSE = T/θ = (p/1000) R/ (cpaMa) (VI.8.3) Comparando-a com VI.5.19, resulta a equivalência: T/θ = TV/θV = TSE/θSE, (VI.8.4) evidenciando que TSE mantêm para com θSE a mesma proporção que a temperatura (T) guarda relação à temperatura potencial (θ) e que a temperatura virtual (TV) apresenta com respeito à temperatura potencial virtual (θV). 9. Equilíbrio atmosférico. Para o estudo das condições de equilíbrio da atmosfera será adotado o chamado "mé- todo da parcela", que analisa o comportamento de uma parcela de ar (tal como anteriormente conceituada) em relação à atmosfera que a circunda. Em todo o desenvolvimento deste as- sunto será adotado, como referência, o centro da parcela, unicamente com o intuito de eliminar os indesejáveis efeitos decorrentes de eventuais misturas de ar em sua periferia. Em outras palavras, isso significa que a temperatura (T), a pressão (p) e a massa específica (ρ) serão sempre referidas à porção central da parcela. Por outro lado, as expressões "atmosfera adja- cente", "ar adjacente" e "ar ambiente" serão empregadas para designar o ar que se encontra em torno da parcela, mas na mesma superfície isobárica em que se localiza o seu centro, em um dado instante. Como de hábito, admite-se que, em um certo instante, uma dada camada da atmosfera se encontre praticamente em equilíbrio hidrostático. Imagine-se que uma parcela de ar dessa camada, tendo as mesmas características (p, T, q), sofra um impulso infinitesimal qualquer que a obrigue a um pequeno deslocamento vertical. É o caso, por exemplo, do ar que, após atravessar lentamente uma planície, é forçado a subir ao longo de uma encosta, até atingir o topo da elevação. Outro exemplo seria o movimento subsidente do ar associado a um centro anticiclônico. Ao deslocar-se verticalmente, a parcela experimenta uma mudança de temperatura, que se processa à razão adiabática seca, ou à razão pseudo-adiabática, conforme a parcela esteja úmida ou saturada, respectivamente. É evidente que essa mudança de temperatura resulta do trabalho de expansão (se o movimento for ascendente), ou de compressão (caso seja descen- dente) e, portanto, está condicionada a uma variação na densidade do ar da parcela. Uma vez cessada a causa que obrigou a parcela a se deslocar, sua densidade poderá ser maior, igual ou menor que a da atmosfera adjacente (no novo nível de pressão atingido) daí resultando sua
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