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Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Principais Sintomas em Nefrologia 1. Distúrbios Miccionais Disúria Estrangúria Polaciúria Urgência Dor ou sensação de queimação durante a micção Eliminação lenta e dolorosa de urina em consequência de espasmo uretral ou vesical. Micções em intervalos anormalmente breves (aumento da frequência) Sensação exagerada de urinar Poliúria Oligúria Anúria Alteração do jato Aumento do volume urinário Resposta a sobrecarga hídrica, osmolar ou sódica, diabetes insipido, insuficiência renal crônica ou aguda, tubulopatias. Fármacos diuréticos como furosemida, hidroclorotiazida, etc. Eliminação de volume urinário abaixo do qual a carga de resíduos metabólicos não pode ser excretada- diurese Principais causas: redução do fluxo sanguíneo (desidratação, hemorragia, insuficiência cardíaca) ou por lesões renais (glomerulonefrite aguda, necrose tubular aguda). Eliminação da urina<100mL/24h. Principais causas: obstrução bilateral das artérias renais ou dos ureteres, necrose cortical bilateral e insuficiência renal aguda grave. Força e/ou calibre- geralmente há esforço miccional. Retenção Urinária Incontinência Noctúria Pauraurese Incapacidade de esvaziar a bexiga, apesar de os rins estarem produzindo urina normalmente e o paciente apresentar desejo de esvaziá-la. Aguda: sensação de distenção da bexiga, associada à tensão e dor. Crônica: gradual dilatação da bexiga, queixa de polaciúria, hesitação, gotejamento. Perda involuntária de urina- contínua ou intermitente, com ou sem micções preservadas, relacionada ou não ao esforço abdominal. Causas: incompetência esficteriana, retenção urinária. Presença de desejo miccional noturno (com interrompimento do sono). Nictúria: maior frequência de micções durante a noite. Incapacidade de urinar diante de pessoas ou em ambientes estranhos. . Enurese Micção involuntária, inconsciente, que não deve ser confundida com incontinência- fisiológica até os 3 a 4 anos de idade. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina 2. Dor e Edema Dor lombar (flanco) Cólica renal ou dor uretral Edema Sintoma frequente e, quando relacionado a doença renal, costuma ser unilateral, com localização entre a 12ª costela e a crista ilíaca e irradiação para o hipocôndrio ou em direção ao ligamento inguinal ou região genital, em cólica e sem posição de alivio- pode piorar com a posição ereta e se agravar no fim do dia. Principais causas: síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda, nefrite intersticial, pielonefrite aguda, obstrução urinária. Obstrução súbita do trato urinário, com dilatação súbita da pelve renal ou do ureter- dor tipicamente em cólica, com fases de espasmos dolorosos seguidos de alivio, costuma iniciar no ângulo costovertebral e acometer a região lombar e flanco, seguido de irradiação para a fossa ilíaca e região inguinal, alcançando o testículo e pênis (m) e grandes lábios (f). Principais Causas: Cálculos urinários, coágulos sanguíneos. Aumento do volume intersticial- quando ocasionado por doenças renais, costuma ser generalizado, decorrente de proteinúria maciça ou retenção hidrossalina. Principais causas: glomerulonefrite aguda, síndrome nefrótica, insuficiência renal aguda e crônica; Manifestações: ganho de peso, face e extremidades inchadas, aumento na circunferência abdominal e depressão cutânea após a pressão sobre a mesma (cacifo). 3. Principais Doenças dos Rins e das Vias Urinárias Síndrome Nefrítica: Decorre de processo inflamatório do capilar glomerular. Disfunção renal de inicio abrupto, por graus variáveis de hematúria, cilindros hemáticos, edema, hipertensão arterial, oligúria, proteinúria subnefrótica, além de piúria. Glomerulonefrite Aguda Glomerulonefrite rapidamente progressiva Glomerulonefrite crônica Aparecimento súbito de urina escura, hipertensão arterial, edema e azotemia. Outros sinais/sintomas: falta de ar e tosse podem ocorrer devido a congestão de líquido nos pulmões, além de sintomas sistêmicos decorrente de processo infeccioso como artralgia, mialgia, febre e perda de peso. Causas: infecções bacterianas e virais, deposição de imunocomplexos e anticorpos circulantes que lesam a membrana base glomerular (síndrome de Goodpasture). Rápida perda de função renal (dias- semana), geralmente acompanhada de oligúria ou anúria e alterações urinárias características de glomerulonefrite (hematúria, cilindros hemáticos e proteinúria). Manifesta de modo insidioso- normalmente não há queixas do paciente e a doença é descoberta em exames de rotina em pacientes com hipertensão ou que relatam apenas edema discreto. Via final comum de todas as glumerulopatias que evoluem para cronicidade e insuficiência renal terminal (com necessidade de diálise e transplante) Na evolução da doença, o paciente costuma apresentar episódios de proteinúria maciça, que leva a síndrome nefrótica. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Síndrome Nefrótica: Caracterizada pela presença de proteinúria maciça, edema, hipoalbuminemia, dislipidemia, além de estado de hipercoagulabilidade (sendo a trombose venosa a manifestação mais comum) e suscetibilidade a infecções (perda de imunoglobulinas e componentes do sistema complemento pela urina). Sinais e sintomas: • Edema palpebral/periorbital (matinal) • Edema de membros inferiores • Edema generalizado (anasarca) • Ascite • Derrame pleural Litíase Urinária • Denominada também, doença calculosa renal • Massa cristalina que se forma nos rins, possui tamanho clinicamente detectável • Também pode acometer ureter, bexiga e uretra • Maior prevalência em homens jovens e caucasianos Principais manifestações clínicas: 1. Dor (cólica renal)- pode irradiar-se para o flanco, seguindo para a fossa ilíaca e região inguinal (com fases de espasmos dolorosos seguidos de alívio) 2. Hematúria 3. Disúria 4. Obstrução (pode haver interrupção súbita do jato urinário) 5. Predisposição a infecções urinárias Parâmetros Síndrome Nefrítica Síndrome Nefrótica Quadro Clínico Edema, hipertensão, hematúria Edema, proteinúria, Hipoalbuminemia Exame de urina Hematúria, Cilindros hemáticos Proteinúria, Cilindros hialinos Complemento sérico Baixo Normal Antecedente estreptocócico SIM NÃO Fisiopatologia Hipervolemia Hipovolemia Recidivas NÃO SIM Tratamento Diuréticos Corticosteroides Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Anamnese Exame físico Investigar histórico de doença pregressa: Má absorção intestinal (doença de Crohn, cirurgia bariátrica), gota, hipertensão, DM2, hiperparatireoidismo primário, obesidade, infecções do trato urinário crônicas ou recorrentes. Investigar fatores de risco: Histórico dietético ; ganho de peso; volume urinário- debito urinário <1L/dia (aumenta o risco de litíase); ocupação (observação: trabalhar em ambiente quente ou não ter fácil acesso á agua ou a um banheiro). • Avaliação do peso • Pressão arterial • Presença de hipertensensibilidade no ângulo costovertebral (punho percussão lombar) • Ocorrência de edema nos membros inferiores • Sinais de outras condições sistêmicas Uropatia Obstrutiva • Interrupção ou diminuição do fluxo normal de urina • Pode ser congênita ou adquirida, uni ou bilateral, completa ou incompleta • Ocorre em qualquer nível do trato urinário • Principais causas: litíase, neoplasias, cicatrização de infecção, anomalias congênitas. Em mulheres → gravides e câncer uterino. Em homens→ câncer de próstata. • Há aumento da pressão hidrostática → dilatação da pelve renal e túbulos → hidronefrose • Redução do fluxo sanguíneo renal → isquemia renal → necrose → destruição papilar • Pode causar dados renais agudos ou crônicos: Agudo: injúria renal reversível; Crônico: isquemia, dano glomerular e fibrose. Manifestações Clínicas: 1) Obstrução aguda: Dor (distensão da cápsula); Azotemia; Oligúria ou anúria. 2) Obstruçãocrônica: Azotemia, Hipertensão, Poliúria, Natriurese. Anamnese Exame físico • Dificuldade para urinar • Disúria • Hematúria – sugere obstrução por cálculos • Dor no flanco durante a micção- indicativa de refluxo vesicouretral • Infecção urinária ou retenção vesical • Alteração do volume urinário Palpação: • Procurar massas palpáveis que possam sugerir a altura da obstrução no trato urinário; • Bexiga distendida pode sugerir obstrução; • Rim palpável sugere existência de obstrução ureteral com hidronefrose associada. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Insuficiência Renal Aguda • Síndrome caracterizada pelo rápido declínio da filtração glomerular com retenção de escórias nitrogenadas e outros produtos residuais eliminados normalmente pelos rins, de caráter potencialmente reversível. • Causas gerais: desidratação, insuficiência cardíaca grave, traumatismo, uso de medicamentos nefrotóxicos e estados de insuficiência cardiocirculatória; • Síndrome frequente em paciente hospilazados. IRA é classificada em 3 categorias. 1) Insuficiência renal aguda pré-renal: • Condição mais comum • Não há defeito estrutural nos rins e a taxa de filtração é rapidamente restabelecida após a correção da perfusão renal • Causas: distúrbios hemodinâmicos com comprometimento da perfusão sanguínea renal (baixa ingestão hídrica, desidratação intensa, hemorragia, insuficiência cardíaca grave, etc) → hipovolemia, baixo débito cardíaco, diminuição hídrica do fluxo sanguíneo renal. • Manifestações clínicas: Hipovolemia, oligúria, diminuição da pressão arterial, hipotensão ortostática, veias periféricas colabadas. Anamnese Exame físico • Investigar histórico de IC ou insuficiência hepática • Verificar histórico de ingestão e perdas hídricas • Investigar uso de medicamentos (inibidores da ECA, inibidores de angiotensina) • Em pacientes hospitalizados, investigar hipotensão • Extremidades frias • Pulso rápido • Ausculta pulmonar (evidência de edema pulmonar) • Taquicardia • Membranas mucosas secas • Olhos encovados • Diminuição do turgor da pele • Estase jugular • Alterações da pressão arterial ortostática 2) Insuficiência renal aguda pós-renal: • Ocorre por meio de obstrução bilateral ou unilateral com rim único- possui a menor prevalência entre os 3 tipos de IRA • Somente a desobstrução possibilita o restabelecimento da função do órgão • Principais causas: Litíase, tumores, coágulos, gravidez, bexiga neurogênica, malformações congênitas, traumatismo urinário, hipertrofia prostática. • Manifestações clínicas: Obstrução aguda: dor, azotemia, oligúria ou anúria; Obstrução crônica: azometia, hipertensão, poliúria, natriurese. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Anamnese Exame físico • Dificuldade para urinar • Disúria • Hematúria • Dor no flanco durante a micção • Alteração do volume urinário • Infecção urinária ou retenção vesical • Procurar massas palpáveis que possam sugerir a altura da obstrução no trato urinária • Bexiga distendida pode sugerir obstrução • Rim palpável sugere existência de obstrução ureteral com hidrofonese associada. 3) Insuficiência renal aguda intrínseca: Lesões recentes ao parênquima renal em que não há reversão imediata após a remoção da causa inicial Principais causas e manifestações clínicas associadas: • Necrose tubular aguda: forma mais frequente de IRA intrínseca. Pode ser isquêmica, nefrotóxica ou por pigmentos. Manifestações clínicas: oligúria, vômitos, tremores, edema pulmonar, derrame pleural, edema periférico, confusão mental, apatia, aumento de peso. • Glomerulonefrites: Manifestações clínicas: oligúria, edema, hipertensão. • Vasculopatias: Manifestações clínicas: isquemia digital, placas retinianas, livedo reticularis, dor no flanco associada a filtrilação atrial e nódulos subcutâneos. • Nefrite intersticial aguda (fármacos, hipercalcemia, infecções): Manifestações clínicas: febre, rash cutâneo, artralgia, exantema. Anamnese • Uso de drogas ilícitas • Acidentes com animais peçonhentos • Manejo de metais pesados e/ou solventes orgânicos • Procedimentos com contrastes radiológicos • Medicamentos • Investigar IC, doença renal prévia, desidratação ou hipovolemia, DM, HAS, hipotensão, mieloma múltiplo. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina 4) Insuficiência Renal Crônica (IRC): Perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais (glomerular, tubular e endócrina). • Causas: DM, HAS, doença renal policística, amiloidose renal, pielonefrite crônica, nefroesclerose hipertensiva, etc. • Quadro Clínico Discreto e inespecífico: nictúria, oligúria, fadiga, sonolência, anorexia, emagrecimento, náuseas, vômitos,edema, prurido, palidez cutânea. • Quando Urêmico: anemia, mal-estar, prurido, fraqueza, astenia, fadiga fácil, noctúria, poliúria, pernas inquietas, impotência e perda de libido, dispneia progressiva, anorexia, náuseas e vômitos, soluços e sangramento digestivo. IRC é dividida em 5 estágios: Estágio 1-2 Estágio 3 Estágio 4 Estágio 5 Fase de insuficiência renal funcional Fase de insuficiência renal crônica laboratorial Fase de insuficiência renal crônica clínica Fase terminal de insuficiência renal crônica Os rins conseguem manter razoável controle interno- não há sinais ou sintomas clínicos importante de IR. Níveis normais de creatinina plasmática e ureia. Sinais e sintomas ligados á causa básica (DM, infecção urinária, HAS, etc). Sinais e sintomas da uremia podem estar presentes de maneira discreta. Níveis elevados de ureia e creatinina plasmática. Sinais e sintomas de uremia (anemia, hipertensão arterial, edema, fraqueza, mal-estar e sintomas digestivos). Faixa de função renal na qual os rins perderam o controle do meio interno- incompatível com a vida. Paciente intensamente sintomático. Opções terapêuticas: hemodiálise ou dialise peritoneal, transplante renal Anamnese Exame físico • Investigar doenças sistêmicas (DM, HAS, LES) e uso de medicamentos. • Investigar complicações associadas a uremia • Pressão arterial • Avaliação do precórdio • Fundo de olho (DM) • Edema periférico • Neurológico alterado: polineuropatia sensorial • Diminuição da massa corporal magra • Rins policísticos palpáveis • Anormalidades de pele Caroline S. de Araujo Lima| Medicina 5) Infecção do Trato Urinário (ITU) Infecção Urinária: Considera-se que há infecção quando ocorre proliferação de microorganismo, com invasão tecidual, em qualquer parte do trato urinário. • A maioria das infecções são agudas e de curta duração (mas podem ter complicações quando passam para o trato urinário superior) • Aquisição: na comunidade ou hospitalar • Maior incidência em mulheres- uretra curta e proximidade vagina/anus • Gravidez e menopausa estão associadas a altas taxas de infecções no trato urinário devido a redução de estrogênio, que leva a redução da população de lactobacilos. Classificações: 1. ITU alta: quando os rins estão envolvidos 2. ITU baixa: bexiga, uretra, próstata, epidídimo 3. Complicada: infecção associada a alterações estruturais do trato urinário, imunossupressão ou infecção urinária na mulher grávida 4. Não-complicada: episódios de cistite ou pielonefrite principalmente em mulheres sem fatores de risco predisponentes a infecção 5. Infecção aguda: caso sintomática inicial 6. Recaída/recidiva: recorrência de bacteriúria ocasionada pelo menos microrganismo com urocultura positiva no controle de cura 7. Reinfecção: ocorre após cura aparente por nova cepa. Anamnese Exame físico • Investigar número de ITUs por ano • Tratamentos anteriores e duração • Atividade sexual: frequência e parceiro • Hospitalizações prévias • Patologia nefro-urológica prévia • Hipertemia • Exame abdominal inferior e região suprapúbica/pélvica, punho percussão leve (pielonefrite). Caroline S. de Araujo Lima| Medicina 6) Infecção do Trato Urinário Superior Pielonefrite:Infecção do trato urinário superior (rins e pelve renal). Pielonefrite aguda Pielonefrite crônica Invasão bacteriana aguda do rim e da pelve renal- costuma ser bilateral. Manifestações clínicas: • Calafrios • Náuseas e vômitos • Febre súbita (39-40ºC) • Prostração, taquicardia e hipotensão arterial (também pode ocorrer) • Disúria, polaciúria, urgência e eliminação de urina turva • Dor no flanco (com irradiação para a fossa ilíaca e região púbica) Predisposição: Obstrução do trato urinário, cálculos, neoplasias, mal formações anatômicas. Infecção: via ascendente do TGU- E.coli (75% dos casos); Pode haver também infecção pela via hematogênica. Surge geralmente após um episódio inicial de pielonefrite aguda ou cistite. Manifestações clínicas: • Perda de peso • Hipertensão arterial • Sintomas associados á uremia • Fraqueza geral, apatia • Bacteriúria • Polaciúria, dor lombar Predisposição: obstrução urinária, presença de cálculos, hipertrofia prostática, bexiga neurogênica e refluxo vesicouretral. 7) Infecção do Trato Urinário Inferior Cistite e Uretrite Prostactite Infecção urinária restrita á bexiga e/ou uretra Quadro clínico: • Disúria, polaciúria, piúria • Dor lombar • Hematúria macroscópica • Urina turva e fétida • Desconforto e sensação dolorosa na região suprapúbica • Bacteriúria, corrimento uretral purulento entre micções (uretrite aguda) Predisposição: atividade sexual, gravidez, DM, bexiga neurogênica, instrumentação e cateterização urinária. Caracteriza-se por dor na região sacra e perineal, que acompanha desconforto retal e testicular; piúria e hematúria costumam ocorrer. Prostactite bacteriana aguda: febre alta e calafrios, acompanhando-se de disúria e polaciúria- toque retal com dor intensa, devido ao aumento de volume da glândula. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Neoplasias dos Rins e do Trato Urinário 1. Adenoma renal: Neoplasia benigna mais comum • Normalmente assintomática • Possuem >5mm de diâmetro • Acometem a papila renal ou a arquitetura tubular 2. Adenocarcinoma renal: neoplasia maligna mais frequente • Mais prevalente em homens (afeta 2x mais) • Fatores de risco: tabagismo, manejo de cádmio, asbesto e subprodutos do petróleo, hipertensão, obesidade, ... • Manifestações clínicas: Metástases em pulmões, fígado e ossos; Hematúria, cólica renal; Febre alta de longa duração; Perda de peso, fadiga; Dor no flanco, massa abdominal palpável. 3. Tumor de Wilms (neofroblastoma ou embrioma renal) • Tumor renal maligno que ocorre quase que exclusivamente em crianças com <5 anos • Normalmente acomete apenas 1 dos rins • Causas: genéticas (?) • Fatores de risco: etnia (negros possuem maior risco), histórico familiar, indivíduos com gemi-hipertrofia, má formação do aparelho urinário e/ou genital e aniridia (ausência de íris) • Manifestações clínicas: Massa abdominal palpável, febre, hematúria, anemia, mal-estar, constipação, anorexia, náusea, vômito, dor abdominal, inchaço abdmonial, ... 4. Carcinoma urotelial de trato urinário superior (UTUC): • Acomete a pelve renal e os ureteres • Pacientes com UTUC têm maiores chances de desenvolver tumores de bexiga e vice-versa • Fatores de risco: sexo masculino, caucasianos, tabagismo, idade avançada (>70 anos), exposição a aminas aromáticas. • Manifestações clínicas: Dependem da localização e do tamanho da neoplasia, hematúria, anorexia, perda de peso e dor óssea, edema periférico/dor lombar/em flanco (em caso de obstrução), hematúria. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina 5. Carcinoma urotelial de trato urinário inferior (LTUC) • Acomete a bexiga. • O principal fator de risco é o tabagismo • Manifestações clínicas: hematúria, enfraquecimento do jato urinário, dor/desconforto suprapúbico, irritabilidade vesical. Anamnese e Exame físico das neoplasias dos rins e do trato urinário: Anamnese Exame físico • Investigar histórico familiar de câncer • Mudanças no hábito urinário • Questionar sobre súbita perda de peso e febre constante • Fatores de risco associados • Presença de massa abdominal palpável • Pressão arterial elevada • Bexiga distendida pode sugerir obstrução neoplásica • Neoplasia vesical raramente é palpável Cisto e Doença Policística Renal Doença Renal Policística: Distúrbio genético que pode ter caráter dominante ou recessivo (ambos os rins são progressivamente afetados). Doença Renal policística autossômica dominante (DRPAD) Cistos Renais Simples Doença renal cística adquirida (DRCA) • Enfermidade renal hereditária mais comum em seres humanos. • Há destruição do parênquima renal que leva a perda de função renal. • Manifestações clínicas: Hipertensão arterial, Hematúria acompanhada de discreta proteinúria, Infecção urinária de repetição, progressão de insuficiência renal crônica, nefromegalia bilateral, noctúria, poliúria, isostenúria. • Anamnese: Investigar histórico familiar de doença renal policística; Pesquisae por diverticulite (maior incidência em pacientes com doença policística renal); Investigar sintomas associadas á uremia. • Exame Físico: rins palpáveis com superfície nodular, Dor/desconforto lombar ou em flancos. • Desordem herdada rara, com dilatações císticas nos ductos coletores • Acomete principalmente crianças • Fetal no primeiro ano de vida • Manifestações clínicas: nefromegalia, hipertensão, nefrolitíase, insuficiência renal, colangite, icterícia, trombocitopenia, sangramento gastrointestinal, ruptura de varizes esofágicas, esplenomegalia. • Geralmente se desenvolve em pacientes que já tem outros problemas renais • Mais comum em pessoas com insuficiência renal ou que estão em diálise • Normalmente ocorre em pessoas com idade avançada • Aumenta a chance de câncer renal • Em geral não há nefromegalia DRCA pode ser diferenciada de DRPAD pela ausência de história familiar, aparecimento após a instalação da uremia e pela presença de rins de tamanho normal ou diminuído. Caroline S. de Araujo Lima| Medicina Cistos Renais Cistos Renais Simples • Cavidade revestida por epitélio, repleta de líquido, em meio ao parênquima renal. • São distúrbios heterogêneos compreendendo formas hereditárias, desenvolvimentais, e ainda formas adquiridas. • São razoavelmente comuns • Ocasionalmente são confundidas com tumores malignos • Estão entre as principais causas de doença renal crônica • Apresentam paredes finas e reguladas; conteúdo líquido • São considerados benignos • Presentes em rins normais • Podem ser solitários ou múltiplos e bilaterais • Possui maior incidência em homens e em indivíduos >50 anos • Manifestações clínicas: assintomático na maioria das vezes • Cistos renais simples não evoluem para malignidade Doença cística da medula: Rim esponjoso medular Cistos Renais Simples • Doença rara caracterizada por anormalidades na região dos túbulos coletores medulares renais; • Ocorre ectasia e formações císticas dando um aspecto de esponja. • Distúrbio benigno que pode permanecer assintomático ao longo da vida ou ser diagnosticado mais tardiamente na meia-idade • Complicações clínicas: nefrolitíase de repetição, hematúria e infecção urinária recorremte. • Anomalia renal hereditária caracterizada por fibrose túbulo- intersticial associada a rins de tamanho reduzido e múltiplos cistos medulares • Doença evolui para rins em fase terminal ao longo de 5-10 anos • Manifestações clínicas: poliúria, polidipsia, anemia, hipertensão grave, retinite pigmentosa.
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