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SEMIOLOGIA RENAL 1. CONCEITOS A. Oligúria o Excreção de um volume urinário inferior a 400ml/dia ou menos de 20ml/h, decorrente de redução do fluxo sanguíneo renal (ICC, hemorragia, desidratação) ou por lesões renais (necrose tubular aguda e glomerulonefrite aguda). B. Anúria o Volume urinário inferior a 100ml/24h o Ocorre na obstrução bilateral das artérias renais ou dos ureteres e na Insuficiência Renal Aguda Grave (IRA) C. Poliúria o Volume urinário superior a 2500ml/dia o Maior número de micções, inclusive noturna o Fundamental a medida do volume urinário de 24h D. Disúria o Micção associada à sensação de dor, queimor ou desconforto o Ocorre na cistite, prostatite, uretrite, traumatismo geniturinário, irritantes uretrais, reação alérgica E. Urgência Urinária o Necessidade súbita e imperiosa de urinar F. Polaciúria o Caracteriza-se pelo aumento da frequência miccional, com (menor) intervalo entre as micções inferior a 2h, e sem que haja aumento do volume urinário o Sintoma provocado por redução da capacidade da bexiga, dor a distensão vesical ou por comprometimento da uretra o Causas: Infecção, cálculo, obstrução, alterações neurológicas e em condições psicológicas e fisiológicas como frio e ansiedade G. Nictúria/Noctúria o Caracteriza-se quando o ritmo de diurese se altera, havendo necessidade de esvaziar a bexiga durante a noite H. Incontinência Urinária o Eliminação involuntária da urina o Muito presente em gestantes e multíparas (bexiga arriada/solta) I. Hesitação o Ocorre quando há um intervalo maior, maior esforço para que apareça o jato o Dificuldade de iniciar o jato urinário J. Retenção Urinária o Incapacidade de esvaziar a bexiga, que fica distendida e palpável na região suprapúbica (Globo Vesical/Bexigoma) 2. ALTERAÇÃO DA COR DA URINA A. A urina normal é transparente e tem uma tonalidade que varia de amarelo-claro ao amarelo-escuro, conforme esteja diluída ou concentrada B. PROVÁVEIS CAUSAS o Hematúria o Hemoglobinúria o Mioglobinúria o Porfirinúria C. Hematúria o Presença de sangue na urina, podendo ser macro ou microscópica D. Hemoglobinúria o Presença de hemoglobina livre na urina, condição que acompanha as crises de hemólise intravascular (malária, leptospirose, transfusão incompatível, icterícia hemolítica) E. Mioglobinúria o Decorre da destruição muscular maciça por traumatismos e queimaduras, e após exercícios intensos e demorados como maratonas e nas crises convulsivas. o Atletas costumam ter o Lesão muscular + perda de proteínas 3. ALTERAÇÃO DO ASPECTO DA URINA A. Urina Turva o Formando depósito esbranquiçado o Quase sempre com odor desagradável o Associada a infecção urinária, seja cistite, pielonefrite, abcesso renal, perirrenal, uretral ou prostático B. Piúria o Ocorre quando há presença de quantidade anormal de leucócitos na urina. As infecções urinárias são as causas mais comuns de piúria, mas também pode ser encontrada em pacientes com glomerulonefrite aguda. 4. PRINCIPAIS TIPOS DE DOR ORIGINADA DO SISTEMA URINÁRIO: o Dor Lombar e no Flanco (nome da parte do abdome) o Dor vesical o Estrangúria/Tenesmo Vesical o Cólica Renal o Dor perineal 5. CARACTERÍSTICAS DA DOR: o Localização o Irradiação o Caráter ou Qualidade (aperto, peso, opressão) o Duração o Intensidade o Fatores desencadeadores ou agravantes o Fatores atenuantes o Sintomas associados 6. DOR LOMBAR E NO FLANCO: o Distensão da cápsula renal, obstrução urinária aguda o Sensação profunda, pesada, de intensidade variável que piora com posição ereta e agrava ao fim do dia o Aumento da dor ao se locomover pela reação inflamatória perinefrética o Diagnóstico diferencial com enfermidades da coluna vertebral 7. CÓLICA RENAL o Obstrução do trato urinário alto, com dilatação súbita da pelve renal ou uretra o Dor lombar QI do abdômen do mesmo lado, lancinante com mal-estar geral, sudorese, náusea e vômito com inquietude o Dor em cólica o Desaparecimento súbito da dor por desobstrução natural 8. DORES A. DOR HIPOGÁSTRICA OU VESICAL o Dor originada no corpo da bexiga que geralmente é percebida na região suprapúbica B. ESTRANGÚRIA o Percebido quando há inflamação vesical intensa podendo provocar emissão lenta e dolorosa de urina C. DOR PERINEAL o Decorrente normalmente da infecção aguda da próstata, causa dor perineal intensa, sendo referida no sacro ou no reto. Pode causa também, estrangúria. 9. EDEMA o O edema é definido como um aumento do volume do líquido intersticial. Quando maciço e generalizado é chamado anasarca (presença de ascite, edema periorbitário e edema de membros inferiores. Quando leve a moderado, apresenta-se mais comumente como edema de membros inferiores, identificado através do sinal do cacifo. Realiza-se uma pressão digital sobre a pele por cinco segundos. Se o edema estiver presente haverá́ a formação de uma pequena depressão na região pressionada que não se desfaz imediatamente após a descompressão. Uma variedade de condições clínicas está associada ao desenvolvimento de edema, incluindo insuficiência cardíaca, cirrose, síndrome nefrítica e nefrótica, doenças venosas e linfáticas. 10. SINAL DO CACIFO o Grau: I a IV o Magnitude: 2mm a 8mm o Cruzes: 1 a 4 o Extensão do sinal na pele 11. ANASARCA o Edema distribuído por todo o corpo = IRA o Acúmulo de fluido no espaço extracelular 12. FEBRE E CALAFRIO o Nas infecções agudas acometendo o trato urinário, a febre costuma ser elevada acompanhando-se de calafrios, dor lombar ou suprapúbica. As principais causas de pielonefrite e prostatite. o Nas infecções crônicas, a temperatura está discretamente aumentada ou com elevações intermitentes, às vezes acompanhadas de calafrios. 13. EXAME FÍSICO DO SISTEMA URINÁRIO A. Inspeção do abdome, flancos e costas B. Ausculta abdominal C. Palpação D. Percussão – Punho 14. INSPEÇÃO o A inspeção é o ato de observar e inspecionar o Iluminação adequada, de preferência com luz natural o Expor apenas o segmento do corpo a ser inspecionado o Posição do paciente 15. PALPAÇÃO o Os rins normais são praticamente inacessíveis à palpação pela sua localização retroperitoneal o Em crianças e em adultos magnos com musculatura abdominal delgada, o polo inferior pode ser palpável o Os rins podem ser palpados em casos de tumor renal, hidronefrose e malformações congênitas 16. PALPAÇÃO BIMANUAL o Paciente em decúbito dorsal, uma das mãos posicionada transversalmente na região lombar enquanto a outra se apoia longitudinalmente sobre a parede abdominal, à altura do flanco (esquerdo e direito). o A mão esquerda exerce pressão suave na região lombar direita, com a finalidade de projetar o rim para frente, tornando-o mais acessível à palpação. o Ao final da inspiração e início da expiração, intensifica-se a pressão exercida por ambas as mãos, ocasião em que se percebe o deslocamento súbito do rim em direção ascendente. 17. MANOBRA DE ISRAEL o Paciente em decúbito lateral e membros superiores por sobre a cabeça o Palpar anteroposteriormente com as duas mãos em pinças 18. PERCUSSÃO RENAL o Sensação dolorosa aguda desencadeada pela punho-percussão ou com a borda ulnar da mão na região lombar, mais especificamente na altura da loja renal, entre a 12ª vértebra e a 3ª lombar. o Processo inflamatório agudo: pielonefrite ou litíase urinária. o SINAL DE GIORDANO: ▪ Sensação dolorosa aguda desencadeada pela punho-percussão ou com a borda ulnar da mão na região lombar, mais especificamente na altura da loja renal, entre a 12ª vértebra e a 3ª lombar. ▪ Processo inflamatório agudo: Pielonefrite ou litíase urinária. ▪ Dor à percussão costovertebral, levando o paciente a ir para a frente (não é somente um desconforto, é DOR). ▪ Pode significar:Pielonefrite, mialgia e cálculo renal. ▪ Percussão com a mão em forma de punho no dorso (ou aberta lateralmente) do paciente no nível da 11° e 12° costela, com uma mão realizando o amortecimento. Caso o paciente apresente uma infecção renal, ao ser realizado o teste, ele irá rapidamente se deslocar para frente sentindo muita dor. 19. AUSCULTA o Identificação de sopros abdominais, sugestivo de estenose da artéria renal. 20. BEXIGA o A bexiga vazia não é palpável, porém pode haver hipersensibilidade na área suprapúbica ao se fazer a palpação. o Retenção urinária aguda ou crônica levando à distensão vesical pode ser percebida pela inspeção, palpação e percussão da região suprapúbica. o Se houver retenção urinária, observam-se reação dolorosa intensa e presença de um abaulamento no hipogástrio. o À palpação observa-se massa lisa e firme na linha média (globo vesical/bexigoma). DIVISÃO ABDOMINAL
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