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Semiologia renal (1)

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Rins 
 
- Função: manter volume e composição química dos 
líquidos no organismo adequados ao funcionamento 
das células. 
 
• Homeostasia; 
 
• Poupar água e sais minerais; 
 
• Excreção de resíduos tóxicos (ureia, ácido 
úrico e creatinina); 
 
• Excreção de fármacos e seus metabólitos; 
 
• Secreção de hormônios; 
 
• Produção de glóbulos vermelhos 
(eritropoietina); 
 
• Regulação cálcio e fósforo séricos (vitamina 
D); 
 
• Regulação hemodinâmica renal → sistema 
renina-angiotensina-aldosterona. 
 
- Costumam ser em par e em formato de feijão. 
 
- Rim adulto: mede cerca de 11 cm de comprimento, 3 
cm de espessura e 5 cm de largura. 
 
- Ocupa o espaço entre a 12ª vértebra torácica e a 3ª 
vértebra lombar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- É importante saber a dimensão dos rins para a 
identificação de alterações do órgão no estudo de 
ultrassonografia. 
 
Anamnese e exame físico 
 
- Anamnese: parte dos pacientes com lesão renal 
apresentam queixas que não guardam relação direta 
com os rins ou TGU. Estão relacionadas à função do 
rim – excretora e retenção de escórias. 
 
• Astenia; 
• Náuseas; 
• Vômitos; 
• Anorexia; 
• Anemia; 
• Irritabilidade neuromuscular. 
 
- Em contrapartida, os pacientes costumam atribuir aos 
rins sintomas que não decorrem de lesões no sistema 
urinário. 
 
• Dor lombar → alterações da coluna; 
 
• Poliúria → devido hiperglicemia em pacientes 
diabéticos; 
 
• Hematúria → causada por distúrbios de 
coagulação. 
 
Sinais e sintomas 
 
Alterações da micção e do volume urinário 
 
- Condições normais: volume urinário é de 700 a 2000 
mL/dia. 
 
- Capacidade normal da bexiga: 400 a 600 mL de urina. 
 
- Esvaziamento vesical quando o volume atinge 
aproximadamente 200 mL. 
 
- Uma dieta normal requer eliminação de pelo menos 
800 mL de urina pelos rins para excretar ureia, 
eletrólitos e outros metabólitos. 
 
• Oligúria 
 
- Diurese < 400 mL/dia ou < 20 mL/hora. 
 
- Costuma ocorrer por redução do fluxo sanguíneo 
renal → desidratação, hemorragia, insuficiência 
cardíaca. 
 
- Também pode ocorrer por lesões renais → 
glomerulonefrite aguda, lesão tubular aguda. 
 
Semiologia do Sistema Urinário 
- A excreção urinária é inferior às necessidades de 
excreção de solutos. Logo, há retenção de escórias 
nitrogenadas. 
 
• Anúria 
 
- Diurese < 100 mL/24h. 
 
- Ocorre na obstrução bilateral das artérias renais ou 
ureteres. 
 
- Necrose cortical bilateral. 
 
- Insuficiência renal aguda grave. 
 
• Poliúria 
 
- Diurese > 2500mL/24h. 
 
- Mensurada pela urina de 24h. 
 
- Ocorre aumento do número de micções. 
 
- Mecanismo básico: 
 
Diurese osmótica → excreção aumentada de solutos, 
como a glicose no paciente com DM descompensado. 
 
Incapacidade de concentração urinária → diabetes 
insipidus – central (diminuição da produção de ADH) e 
nefrogênico (o rim não responde ao ADH secretado 
pela hipófise). 
 
- Devido ao grande volume de líquido perdido, o 
paciente pode apresentar sinais como aumento da 
sede, desidratação e hipotensão. 
 
• Disúria 
 
- Micção associada à dor, queimor ou desconforto. 
 
- Ocorre nas infecções do TGI: cistite, prostatite, 
uretrite, traumatismos geniturinários, ação de irritantes 
uretrais e reações alérgicas. 
 
• Urgência miccional 
 
- Necessidade súbita (e imperiosa) de urinar. 
 
• Polaciúria 
 
- Aumento da frequência miccional – intervalo entre as 
infecções inferior a 2 horas e sem que haja aumento do 
volume urinário. 
 
- Irritação vesical causada por: infecção, cálculo, 
obstrução. 
 
- Frio e ansiedade também são causas. 
 
Poliuria (volume) ≠ polaciúria (nº de micções) 
 
• Hesitação 
 
- Intervalo maior para que apareça o jato urinário. 
 
- Geralmente indica obstrução do trato de saída da 
bexiga. Ex.: cálculo, coágulo etc. 
 
• Nictúria ou noctúria 
 
- Alteração do ritmo de diurese e necessidade de 
esvaziar a bexiga à noite. 
 
• Retenção urinária 
 
- Incapacidade de esvaziar a bexiga. 
 
- Aguda: paciente urinava normalmente e passa a sentir 
a bexiga distendida, tensa e dolorosa. 
 
- Crônica: existe gradual dilatação vesical, geralmente 
indolor. A bexiga torna-se palpável na região supra 
púbica. 
 
Completa: incapacidade de esvaziar a bexiga. 
 
Incompleta: permanência de urina na bexiga 
depois de finalizado o ato miccional. 
 
- Causas: obstrução da uretra ou colo vesical; 
hipertrofia e hiperplasia prostática; bexiga neurogênica. 
 
• Incontinência urinária 
 
- Eliminação involuntária de urina. 
 
- Ocorre na bexiga neurogênica, cistites e ao esforço 
físico, por frouxidão do assoalho pélvico. 
 
- Comum em mulheres multíparas → frouxidão da 
musculatura do assoalho da pelve. 
 
 
Cor e aspecto da urina 
 
- Urina normal: transparente com tonalidade de 
amarelo claro a amarelo escuro (conforme esteja 
diluída ou concentrada). 
 
- Urina avermelhada: hematúria, hemoglobinúria, 
mioglobinúria ou porfinúria. 
 
• Hematúria 
 
O aspecto da urina depende da quantidade de sangue 
e pH. 
 
- pH ácido: urina com aspecto escuro. 
 
- pH alcalino: a Hb conserva sua cor vermelha por mais 
tempo. 
 
- 1 cm3 de sangue em 1,5L de urina lhe confere cor 
avermelhada - hematúria microscópica → o paciente 
consegue ver e relata a hematúria. 
 
- Hematúria maciça: presença de sangramento vivo e 
coágulos. 
 
- Hematúria microscópica: detectada por meio de fitas 
reagentes. 
 
- Hematúria total: o sangue é visível durante todo ato 
miccional. 
 
- A origem do sangramento é renal, ureteral ou 
das paredes da bexiga. 
 
- Os sintomas que acompanham a hematúria 
ajudam a suspeitar de sua causa: 
 
 Hematúria + febre, calafrios e disúria → ITU 
 
Hematúria + cólica renal → litíase urinária 
(cálculo). 
 
- Hematúria inicial: lesões da uretra distal e colo 
vesical. 
 
- Hematúria terminal: lesões do trígono vesical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Hemoglobinúria 
 
- Hb livre na urina. 
 
- Causas: hemólise intravascular (malária), 
leptospirose, transfusão incompatível, icterícia 
hemolítica. 
 
• Mioglobinúria → há mioglobina no exame de 
urina. 
 
- Destruição muscular maciça por traumatismo e 
queimaduras, exercícios intensos, crises convulsivas. 
 
• Porfirinúria 
 
- Urina com coloração vermelho vinhosa algumas 
horas APÓS a micção → presença de porfirina na 
urina. 
 
Corantes, medicamentos e fluxo menstrual podem 
causar falsa hematúria. 
 
• Urina turva 
 
- Depósito esbranquiçado, odor desagradável → ITU 
 
- Piúria: quantidade anormal de leucócitos na urina 
(infecção). 
 
- Cilindros leucocitários: sugere infecções dos rins. 
 
• Urina com aumento de espuma 
 
- Eliminação aumentada de proteínas na urina → 
glomerulonefrites, nefropatia diabética. 
 
Dor 
 
- Dor lombar e no flanco, cólica renal (cíclica e em 
aperto), dor vesical (bexiga), estrangúria e dor perineal. 
 
• Dor lombar 
 
- Entre a 12ª costela e a crista ilíaca; pode ocorrer 
irradiação para a parede anterior do abdome. 
 
- Ocorre por distensão da cápsula renal. 
 
- Característica: profunda, em peso, fixa e persistente, 
intensidade variável, piora com a posição ereta. Não 
costuma associar-se a náusea ou vômitos. 
 
- Ocorre na síndrome nefrótica, glomerulonefrites, 
pielonefrites e obstrução ureteropélvica por cálculo. 
 
• Cólica renal 
 
- Obstrução do trato urinário com dilatação súbita da 
pelve renal ou ureter → ocorre contrações da 
musculatura lisa destas estruturas. 
 
 
- A dor da cólica renal também pode irradiar para a raiz 
da coxa do mesmo lado da obstrução. 
 
 
• Dor vesical 
 
- Dor originada no corpo da bexiga. Dor suprapúbica. 
 
• Estrangúria ou tenesmo vesical 
 
- Ocorre na inflamação intensa da bexiga com emissãolenta e dolorosa da urina (estrangúria). Espasmo da 
musculatura do trígono. 
 
• Dor perineal 
 
- Infecção aguda da próstata → dor em períneo e 
região sacral → geralmente associado a disúria. 
 
 
Edema 
 
- Pode ocorrer em quatro situações clínicas: 
 
• Glomerulonefrite aguda; 
 
• Síndrome nefrótica; 
 
• Insuficiência renal aguda; 
 
• Insuficiência renal crônica. 
 
- Pode manifestar-se com edema periorbitário pela 
manhã (frequente nas glomerulonefrites). 
 
- Anasarca ocorre principalmente na síndrome 
nefrótica e na insuficiência renal aguda. 
 
Febre e calafrios 
 
- Nas infecções agudas do trato urinário; 
 
- Febre alta acompanhada de calafrios, dor lombar ou 
suprapúbica. 
 
- Ocorre em pielonefrites, cistite e prostatite. 
 
Exame físico 
 
- Inspeção do abdome, dos flancos e dorso com o 
paciente sentado. 
 
- Palpação dos ângulos costovertebrais (entre as 
costelas e a coluna). 
 
- Palpação renal. 
 
- Palpação da região suprapúbica e pontos ureterais. 
 
- Percussão com a face interna da mão fechada (punho-
percussão ou manobra de Giordano) → extremamente 
dolorosa nos casos de pielonefrite e 
 
- Ausculta do abdome para verificação de sopros 
(estenoses de artérias renais). 
 
- Geralmente, os rins não são palpáveis. Contudo, o rim 
direito, por ser mais ptótico, pode ser palpado em 
indivíduos muito magros. 
 
- É importante realizar a palpação renal, pois o rim 
aumentado é palpável e, geralmente, é patológico. 
 
 
 
 
 
Pielonefrite ou cálculo renal → punho-percussão 
extremamente dolorosa. 
 
Exame dos ureteres 
 
- Palpação dos pontos ureterais. 
 
• Superiores D e E: pontos localizados no 
encontro da linha imaginária horizontal 
passando sobre a cicatriz umbilical com as 
bordas laterais dos músculos retos do abdome. 
 
• Inferiores D e E: pontos localizados no 
encontro da linha imaginária horizontal 
passando sobre as cristas ilíacas 
anterossuperiores com as bordas laterais dos 
músculos retos do abdome. 
 
Exame da bexiga 
 
- A bexiga vazia não é palpável. 
 
- Em casos de retenção urinária, pode ser percebida à 
inspeção, palpação e percussão da região suprapúbica. 
 
- Na palpação da bexiga distendida, observa-se uma 
massa lisa e firme na linha média → globo vesical. 
 
Exames complementares 
 
• Exame simples de urina 
 
- Amostra da primeira urina da manhã. Jato urinário 
médio após higiene da região uretral. 
 
- Análise da cor, turvação e odor da urina. 
 
- Teste para: análise da densidade e do pH, pesquisa de 
proteínas, glicose e cetonas. 
 
- Análise microscópica do sedimento urinário (após a 
centrifugação da amostra). 
 
- Densidade urinária: varia entre 1,001 à 1,040. Reflete 
a concentração urinária de solutos. 
 
- pH: varia entre 4,5 a 8,0. pH > 8,0 sugere infecção 
urinária ou alcalose sistêmica. 
 
- Glicosúria: reflete níveis de glicose sérica acima de 
180mg/dL. 
 
- Cetonas: jejum prolongado, cetoacidose alcoólica e 
descompensação metabólica do diabetes mellitus. 
 
- Nitrito: presença de bactérias gram-negativas com 
capacidade para metabolizar nitrato em nitrito. 
 
- É necessário que a urina fique cerca de 4 horas na 
bexiga para que ocorra esta transformação. 
 
- Exame do sedimento urinário: identificar células, 
cilindros e bactérias. 
 
- Hemácias 
 
- Normal: até 2 por campo de grande aumento. 
 
- > 2 por campo de grande aumento → hematúria 
microscópica. 
 
- Necessário investigar origem da hematúria → 
pesquisa de dismorfismo eritrocitário (renal ou 
extrarrenal). 
 
- Hemácias eumórficas → origem extraglomerular. 
 
- Hemácias dismórficas → doenças glomerulares 
(passaram pelos capilares glomerulares e foram 
deformadas). 
 
- Leucócitos 
 
- Até 3 por campo. 
 
- Podem ter origem em qualquer parte do sistema 
urinário. 
 
- Aumentados em infecções → leucocitúria/piúria – 
chegando a ser incontáveis. 
 
Células epiteliais: oriundas de descamação. 
Encontradas ocasionalmente em mulheres. Sem 
significado clínico importante. 
 
Bactérias e fungos: contaminação durante a coleta ou 
infecção do trato urinário. 
Cristais 
 
- Ácido úrico – mais comuns. 
 
- Fosfato – se formam em urinas alcalinas. 
 
- Estruvita – litíases associadas às infecções urinárias 
por bactérias produtoras de urease: Klebisiella e Proteus. 
 
Cilindros 
 
São corpos proteicos que assumem a forma do 
segmento do néfron em que são formados. 
 
- Cilindros hialinos: formados pela precipitação 
proteica no lúmen tubular. São encontrados em 
ausência de lesão renal. 
 
- Cilindros granulosos: indicam lesão tubular e 
glomerular, presentes na necrose tubular aguda. 
 
- Cilindros céreos: ocorrem na doença renal crônica, 
necrose tubular aguda, glomerulonefrite aguda. 
 
- Cilindros leucocitários: vistos na pielonefrite. 
 
 
- Cilindros hemáticos: indicam glomerulonefrite em 
atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- O exame de urina simples é feito através de tira 
reagente. A análise (densidade, pH, presença de 
proteínas, glicose e corpos cetônicos) é feita por meio 
da tabela de cores. 
 
Exame de urina simples (urina I) - EAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interpretação do exame de exemplo: infecção do trato 
geniturinário. 
 
• Aspecto ligeiramente turvo → urina turva 
indica infecção / presença de leucócitos. 
 
• Presença de nitritos → bactérias. 
 
• Contagem de leucócitos aumentada → 
leucocitose → infecção urinária. 
 
• Bactérias abundantes. 
 
 
• Proteinúria 
 
- Presença de mais de 150 mg/dia na urina → 
anormalidade. 
 
-Pesquisa de microalbuminúria em diabéticos e 
hipertensos é marcador precoce de comprometimento 
renal. 
 
- Indicado quando se observa presença persistente de 
proteína em exames de urina. 
 
- Avaliado pela proteinúria na urina de 24 horas. 
 
- A proteinúria decorre de três principais mecanismos: 
 
1. Glomerular: por aumento patológico da 
permeabilidade glomerular e ocorre filtração 
de macromoléculas como albumina 
(geralmente não filtráveis). 
 
Causa mais comum de proteinúria → 
glomerulonefrites e síndrome nefrótica. 
 
2. Tubular: incapacidade de o túbulo proximal 
reabsorver proteínas que geralmente são 
filtradas. 
 
- Síndrome de Fanconi 
 
3. Hiperproteinemia: doenças que produzem 
proteínas de baixo peso molecular em excesso. 
Ocorre filtração pelos glomérulos e eliminação 
na urina. Exemplo: imunoglobulinas de cadeias 
leves → mieloma múltiplo. 
 
Proteína de Bence Jones 
 
Precipita quando a urina é aquecida em uma proveta 
em temperatura entre 45º e 60ºC para depois se 
redissolver à temperatura de fervura da urina. Presente 
no mieloma múltiplo. 
 
 
• Provas de função renal 
 
- Dosagem de creatinina e ureia: 
 
Creatinina: sua fonte de produção é constante e 
oriunda do tecido muscular. É livremente filtrada pelo 
glomérulo e secretada pelo tubo proximal. 
 
- Nível sérico normal: entre 0,6 e 1,2 mg/dL. 
 
Quanto maior o nível de creatinina sérica, menor a 
filtração glomerular. 
 
- Clearance de creatinina: estipulado pela equação de 
Cocrokft e Gault. Demonstra o ritmo de filtração 
glomerular, ou seja, o quanto de creatinina é depurada 
por ml/kg. 
 
Clearance de creatinina = (140-idade) x peso (Kg)/ 
creatinina x 72 
 
Mulher: resultado x 0,85 (subtrair 15% do valor 
encontrado, devido a menor massa muscular em 
relação aos homens). 
 
Ureia: a concentração de ureia depende de sua 
produção pelo organismo, da ingesta de proteínas, do 
índice de filtração glomerular e do estado de hidratação 
do paciente. 
 
Ureia aumentada → menor filtração glomerular. 
 
- Formada no fígado, eleva-se com a ingesta proteica 
ou com o aumento do catabolismo proteico (febre, 
estado séptico) e com a presença de sangramento no 
trato digestivo → nestas situaçõesa ureia sanguínea 
eleva-se independente da filtração glomerular. 
- Ocorre diminuição da ureia quando há redução do 
catabolismo proteico → desnutrição, alcoolismo. 
 
• Exame bacteriológico de urina; 
 
- Compreende a microscopia direta e a cultura. 
 
- A urina deverá ser examinada ou preparada para 
cultura em tempo inferior à 30 minutos. 
 
- A análise do sedimento urinário com bactérias e mais 
de 10 leucócitos por campo indica infecção urinária. 
 
Cultura: 
 
- Inoculação da urina em meio próprio. 
 
- Número maior ou igual a 100.000 colônias/mL → 
infecção. 
 
- Discos contendo antibiótico → quanto maior o alo, 
maior a sensibilidade da bactéria ao antibiótico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ultrassonografia 
 
- Recurso não invasivo para avaliação renal, vesical 
(bexiga) e prostática. 
- Identificação de obstrução, diagnóstico diferencial de 
lesões sólidas e císticas, avaliação de insuficiência renal 
aguda e crônica e guia para procedimentos invasivos, 
como a biópsia. 
 
Ex.: rim diminuído → sugere lesão crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A. Rim normal; 
 
B. Rim diminuído de tamanho e com parênquima 
afilado; 
 
C. Dilatação do sistema coletor urinário → cálices 
e pelve renal bem dilatados. Ocorre quando há 
obstrução na pelve renal, no ureter ou mesmo 
na bexiga. 
 
• Exame radiológico; 
 
- Radiografia convencional: método de baixa acurácia, 
porém disponível no atendimento de emergência. É 
muito utilizada para a pesquisa de cálculo renal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Na radiografia acima: cálculos no rim esquerdo e no 
interior da bexiga. 
 
- Nem todos os cálculos aparecem na radiografia, a 
exemplo dos cálculos de cristais de ácido úrico 
(aparecem na US). Os cálculos radiopacos são 
compostos de oxalato de cálcio. 
 
• Urografia excretora 
 
- Foi por muitas décadas a principal modalidade de 
imagem para a investigação do trato urinário. 
 
- O exame baseia-se na capacidade renal de filtrar e 
concentrar substâncias radiopacas (contraste iodado) 
→ verifica-se obstruções e a anatomia renal. 
 
• Tomografia computadorizada 
 
- Com o advento da TC computadorizada, a urografia 
excretora deixou de ser padrão-ouro para a análise da 
anatomia renal. 
 
- Padrão-ouro para a investigação de litíase urinária 
(TC sem contraste). 
 
- TC com contraste iodado é o método de escolha para 
a avaliação da maioria das lesões focais renais. 
 
 
- Imagem acima: ureter direito dilatado e um cálculo 
impactado na transição do ureter para a bexiga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ressonância magnética 
 
- Melhor definição de unidades pielocalicinais e 
ureteres. 
 
- Informações sobre tumores, estenoses e obstruções. 
 
• Cintigrafia renal 
 
- Radiomarcador é injetado por via endovenosa e é 
captado pelas células renais. 
 
- A principal indicação é para detectar anormalidades 
corticais relacionadas à infecção renal → sensível tanto 
na pielonefrite aguda quanto na crônica. Avaliação de 
sequelas corticais. 
 
- Para detectar rins ectópicos e exclusão funcional de 
rins multicísticos. 
 
- Cistocintigrafia: avaliação de refluxovesicoureteral. 
 
 
 
 
 
 
• Biopsia renal 
 
• Endoscopia 
 
- Citoscópio e ureteroscópio. 
 
- Visualização interna da uretra, da bexiga e porções 
iniciais dos ureteres. 
 
- Identificação de neoplasias, cálculos, realização de 
biópsias e extração de cálculos. 
 
- Realização de pielografia ascendente – injeção de 
contraste. 
 
- Confirmar refluxo vesicoureteral, ou seja, o refluxo de 
urina do interior da bexiga de volta para o ureter → 
causa importante de infecção do TU. 
 
- Na imagem acima: divertículo (invaginação da parede 
da bexiga) e lesão vegetante na parede da bexiga 
(neoplasia). 
 
 
 
 
• Angiografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síndrome nefrítica 
 
Edema + HAS + hematúria (tríade clássica) 
 
- Processo inflamatório do capilar glomerular → 
comprometimento da filtração glomerular, retenção de 
líquido e formação de edema, perda de hemácias e 
proteínas na urina → insuficiência renal de grau 
variável. 
 
- Quadro clínico: disfunção renal de início abrupto, por 
graus variáveis de: 
 
• Hematúria; 
 
• Cilindros hemáticos; 
 
• Edema; 
 
• Hipertensão arterial; 
 
• Oligúria; 
 
• Proteinúria subnefrótica. 
 
Causas 
 
- Infecções bacterianas (estreptococcias, endocardite 
bacteriana). 
 
- Deposição de imunocomplexos nos capilares 
glomerulares (lúpus eritematoso sistêmico). 
 
- Anticorpos circulantes que lesam a membrana basal 
glomerular (síndrome de Goodpasture) → anticorpos 
anti membrana basal glomerular → geram processo 
inflamatório no capilar → comprometimento da 
filtração glomerular. 
 
Caso clínico 
 
FSS, 4 anos, feminina, branca, natural e residente de 
Xonim de Baixo. 
 
- Criança apresentou quadro de piodermite há cerca de 
3 semanas. Há 2 dias está apresentando edema 
generalizado progressivo e urina escura. 
 
- Foi atendida na emergência de um serviço de saúde, 
sendo detectado PA=150 x 100 mmHg e observado 
edema de face e MMII. 
 
- Exame físico: demais aparelhos e sistemas sem 
alterações. 
 
- Exames laboratoriais: 
 
Exame de urina: proteinúria +, numerosas hemácias e 
leucócitos. 
 
ASLO: 300 ui Todd (pesquisa de anticorpos contra 
Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A de 
Lancefield). 
 
- Referência: > 250 ui Todd. 
 
Creatinina: 0,5 mg/dL (função renal preservada). 
 
Suspeita: histórico de piodermite → síndrome nefrítica 
por estreptococcia (edema + HAS + hematúria). 
 
- Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica → é uma 
causa de síndrome nefrítica. 
 
- As manifestações clínicas dessa glomerulopatia 
costumam ter início súbito, com aparecimento de 
hematúria macroscópica e edema cerca de 1 a 3 
semanas após uma infecção estreptocócica da 
garganta ou de pele. 
 
- É mais comum em crianças de 2 a 6 anos, mas pode 
ocorrer em pessoas de -qualquer idade. 
 
- A patogênese da glomerulonefrite aguda pós-
estreptocócica é representada por uma reação 
inflamatória dos glomérulos renais em resposta à 
infecção por cepas nefritogênicas de estreptococos 
beta-hemolíticos do grupo A de Lancefield. 
 
- O período de latência entre a infecção e o 
aparecimento das lesões corresponde ao tempo de 
formação e posterior deposição dos imunocomplexos 
nos glomérulos. 
 
- Em 80% dos pacientes, é possível caracterizar a 
resposta imunitária do organismo à infecção 
estreptocócica, pela determinação do título de 
antiestreptolisina O (ASLO). 
 
• Enzima produzida pelo estreptococo beta-
hemolítico. Quando positiva, indica uma 
infecção recente por este microrganismo. 
 
 
Doenças dos rins e vias urinárias 
Investigação laboratorial 
 
• Exame de urina: 
 
- Hematúria (dismórfica) – a hemácia perdida pela 
urina passa pelo capilar glomerular, sendo deformada. 
 
Normalmente as hemácias não passam nos 
capilares glomerulares, mas o processo 
inflamatório culmina no aumento da 
permeabilidade desses capilares. 
 
- Proteinúria – também devido ao aumento da 
permeabilidade dos capilares. 
 
- Leucocitúria 
 
- Cilindros hemáticos 
 
- Ureia e creatinina – a depender da gravidade do 
quadro. 
 
- ASLO 
 
Quadro Clínico 
 
- Edema 
 
- Hipertensão arterial 
 
- Hematúria 
 
- Oligúria: insuficiência renal (nos casos mais graves). 
 
- Congestão circulatória: ICC 
 
- Antecedente estreptocócico 
 
Tratamento 
 
- Dieta hipossódica 
 
- Restrição hídrica: em razão do menor funcionamento 
renal. 
 
- Diuréticos: furosemida (escolha). 
 
- Anti-hipertensivos 
 
- Penicilina Benzatina – casa ainda haja foco infeccioso. 
 
 
SíndromeNefrótica 
 
Consiste na associação das seguintes manifestações: 
 
- Proteinúria: superior a 3,5 g/24 h → 
 
- Hipoalbuminemia: albumina sérica inferior a 3,5 g/dL 
→ edema (por descontrole da pressão oncótica). 
 
- Alterações da permeabilidade da membrana basal 
glomerular são responsáveis pela perda de proteínas na 
urina, fator determinante das manifestações clínicas da 
síndrome nefrótica. 
 
- Na síndrome nefrótica o comprometimento da 
permeabilidade glomerular é muito maior do que o 
comprometimento inflamatório que ocorre na 
síndrome nefrítica. Portanto, na síndrome nefrótica há 
uma perda muito grande de proteínas pela urina que 
não acontece na síndrome nefrítica. 
 
- Na tentativa de equilibrar a pressão oncótica, o 
organismo lança mão de alguns mecanismos 
compensatórios, como a hiperlipidemia. 
 
- Quando a proteinúria é superior a 3,5 g/24h, a 
excreção urinária de albumina ultrapassa a capacidade 
do fígado de sintetizar essa proteína, ocasionando 
hipoalbuminemia. 
 
- A diminuição dos níveis plasmáticos de proteínas 
ocasiona também redução das substâncias 
transportadas ligadas à albumina. 
 
- Desse modo, os níveis de tiroxina, vitamina D, 
transferrina e antitrombina III podem estar baixos, 
causando distúrbios metabólicos como: 
 
• Hipotireoidismo; 
 
• Hiperparatireoidismo; 
 
• Anemia; 
 
• Hipercoagulabilidade. 
 
 
 
 
 
 
Caso clínico 
 
- RVS, 5 anos, masculino, negro, natural e procedente 
de Xonim de Cima. 
 
- Criança apresentou edema de face há 7 dias, que 
progrediu para MMII e anasarca. Refere urina escura e 
com volume diminuído. 
 
- Foi atendida na emergência de um serviço de saúde, 
sendo observada anasarca, PA = 90 x 40 mmHg (não 
há hipertensão). 
 
Exames laboratoriais: 
 
- Sumário de urina: proteinúria +++/4+, cilindros 
hialinos. 
 
- Ureia: 60 mg/dl – função renal preservada. 
 
- Creatinina: 0,5 mg/dl - função renal preservada. 
 
- Proteína total / albumina - 4,5 / 1,5 g% 
 
- Colesterol total - 335 mg/dL (até 200 mg/dL). 
 
- Triglicerídios - 240 mg/dL (até 150 mg/dL). 
 
- Protenúria 24 horas: 3,850mg/24 horas (até 3,5 mg). 
 
- Aguardando procedimento de biopsia renal → para 
identificar a etiologia da síndrome nefrótica. 
 
Lembrar: “A síndrome nefrótica é o conjunto de sinais 
e sintomas secundários ao aumento da permeabilidade 
renal à filtração de proteínas”. 
 
Etiologia da síndrome nefrótica 
 
Causas primárias – relacionadas ao funcionamento dos 
glomérulos renais. A etiologia não é bem esclarecida. 
 
• Lesão Mínima 
 
• Glomeruloesclerose segmentar e focal 
 
• GN proliferativa mesangial 
 
• GN membrano proliferativa 
 
• GN membranosa 
 
• Esclerose mesangial difusa 
 
Insuficiência Renal Aguda 
 
- A insuficiência renal aguda (IRA) ou lesão renal aguda 
(LRA) é uma síndrome que se define: 
 
• Rápido declínio da taxa de filtração glomerular 
(FG); 
 
• Acúmulo no sangue de produtos do 
metabolismo nitrogenado, como a ureia e a 
creatinina; 
 
• Incapacidade de manter o equilíbrio 
hidroeletrolítico e acidobásico; 
 
• Acompanhada ou não de redução da diurese. 
 
- As síndromes nefrítica e nefrótica são causas de 
insuficiência renal aguda. 
 
Mecanismos de insuficiência renal 
 
• IRA pré - renal 
 
- É a etiologia mais comum de lesão renal aguda - LRA 
(55 a 60%); 
 
- Não há defeito estrutural nos rins → a insuficiência é 
causada pela diminuição do fluxo sanguíneo que chega 
aos rins, de modo que eles não têm o que filtrar. 
 
- A filtração glomerular é rapidamente restabelecida 
após correção da perfusão renal. 
 
História clínica: 
 
- Vômito intenso → desidratação, hipotensão; 
 
- Diarreia intensa → desidratação, hipovolemia; 
 
- Hemorragia, como nos politraumas; 
 
- Sepse e/ou diminuição da ingestão oral; 
 
Resultado: hipovolemia associada à oligúria; 
 
Achados do exame físico: em razão da hipovolemia 
 
- Taquicardia, membranas mucosas secas, olhos 
encovados, alterações da pressão arterial ortostática e 
diminuição do turgor da pele. 
 
Rim não tem o que filtrar → redução do débito urinário, 
retenção de escórias nitrogenadas etc. 
 
• IRA renal: 
 
- Incluem-se todas as manifestações de lesões recentes 
ao parênquima renal (glomérulo, túbulo, interstício ou 
vasos). 
 
- A LRA mais frequente é a necrose tubular aguda 
(NTA). 
 
- A NTA, pode ser desencadeada por isquemia (igual a 
LRA pré - renal) ou nefrotoxinas (meios de contraste, 
antibióticos, ciclosporina, quimioterápicos, 
paracetamol, rabdomiólise intensa). 
 
- Difere da LRA pré - renal por não reversão imediata 
após a remoção da causa inicial, já que houve agressão 
direta do tecido renal. 
 
• IRA pós-renal 
 
- Obstrução no trato urinário: cálculo, coágulo, tumor, 
aumento importante da próstata, por exemplo. 
 
- Somente a remoção da causa obstrutiva possibilita o 
restabelecimento da função do órgão. 
 
- Como o paciente tem uma obstrução depois do rim, 
como no ureter ou na uretra, vai cursar com: 
 
- Anúria; 
 
- Dor suprapúbica ou em flanco (a depender do 
local da obstrução); 
 
- Polaciúria; 
 
- Hesitação urinária na obstrução prostática. 
- A palpação e a percussão suprapúbica podem revelar 
bexiga distendida e dolorosa se o sítio de obstrução for 
o óstio uretral. 
 
- À palpação abdominal, é possível identificar aumento 
dos rins devido a hidronefrose → a urina não consegue 
escoar, se acumulando na bexiga e acarretando 
distensão de todo o sistema coletor. 
 
- O diagnóstico da obstrução é, em geral, feito pela 
ultrassonografia, com sensibilidade e especificidade de 
98% e 78%, respectivamente. 
 
- Apresenta a menor prevalência dentre os 3 tipos de 
LRA (< 5%). 
 
- Para que uma obstrução resulte em LRA, é necessária 
a ocorrência de obstrução com repercussão renal 
bilateral, ou unilateral com rim único. 
 
- A obstrução de colo vesical é a causa mais comum, 
em geral decorrente de doenças prostáticas e bexiga 
neurogênica. 
 
Caso clínico 1 
 
- A.C.M., 4 anos, natural e procedente de Alpercata. 
 
- QP: febre há 5 dias. 
 
- Criança iniciou quadro de diarreia há 6 dias, associado 
a vômitos esporádicos. Há 5 dias associou-se quadro 
de febre de 38 - 39° C, taquidispneia e sonolência. Mãe 
procurou assistência na Unidade Básica de origem que 
encaminhou ao Hospital Municipal. 
 
- Deu entrada no HMGV com desidratação grave, 
respiração acidótica, extremamente sonolenta. 
 
- Feito hidratação venosa vigorosa. 
 
- Colhidos exames laboratoriais com gasometria 
arterial (pH 6,9; bicarbonato 9) → acidose metabólica. 
 
- Iniciada a antibioticoterapia com Ceftriaxon 
(tratamento da infecção intestinal) e a correção da 
acidose metabólica. 
 
- Indicado UTI: criança em estado grave. 
 
Resultado dos exames laboratoriais 
 
- Leucócitos aumentados → diarreia bacteriana. 
 
 15.900 (72 segmentados, 07 bastonetes, 17 linf, 02 
 meta) 
 
- Ureia: 117 (até 50). 
 
- Creatinina: 5.1 (0,6 até 1,2). 
 
Urina I: 
 
- Densidade: 1.030 – urina bem concentrada, 
traduzindo quadro de desidratação, no qual o 
organismo tenta poupar líquidos. 
 
- Cor escura – relacionada ao aumento de soluto. 
 
- Cilindros: ausentes 
 
- Leucócitos: ausentes 
 
- Hemácias: ausentes 
 
- Flora bacteriana: normal 
 
Após a hidratação venosa vigorosa e a 
antibioticoterapia a criança evoluiu bem, com 
reestabelecimento da volemia → os rins voltaram a ser 
perfundidos adequadamente → função renal 
reestabelecida → insuficiência renal aguda de causa 
pré - renal. 
 
Após 24h → melhora completa da função renal. 
 
 
Caso clínico 2 
 
- A. M. S., 73 anos, natural e procedente de São Vitor. 
 
- QP: Dificuldade de urinar. 
 
- HMA: Paciente refere que há 3 semanas começou 
com hesitação e jato urinário fino. Relataurina clara e 
com odor característico. 
 
- APP: hipertenso controlado em uso irregular de 
Hidroclorotiazida. 
 
- Relata acompanhamento com urologista devido 
crescimento da próstata, mas não realiza consulta há 1 
ano. 
 
Exame físico: 
 
- Bem, corado, hidratado, acianótico, afebril, eupneico, 
bastante irritado e durante o exame pediu várias vezes 
para urinar. Jato diminuído, diurese em gotas, de cor 
clara. 
 
- Aparelho respiratório: sem alterações. 
 
- Aparelho cardiovascular: sem alterações. 
 
- Abdome: flácido, plano, doloroso em hipogástrio, 
presença de massa palpável em região supra púbica em 
linha média, cerca de 3 cm abaixo da cicatriz umbilical 
(globo vesical). 
 
Exames complementares: 
 
- Ureia: 120 - prejuízo da filtração renal. 
 
- Creatinina: 2,5 - prejuízo da filtração renal. 
 
- Urina I: sem alterações 
 
- Realizada sondagem vesical de alívio com 
esvaziamento da bexiga e desaparecimento da massa 
em região suprapúbica. 
 
- Paciente encaminhado ao exame de ultrassonografia 
que confirmou aumento prostático. 
 
- Realizado cateterismo vesical de demora → paciente 
apresentou novamente retenção urinária. 
 
- Aguardando avaliação pelo urologista. 
 
- Melhora da função renal nos exames subsequentes. 
 
Paciente com obstrução da uretra por aumento da 
próstata → prejuízo no escoamento da urina → 
diminuição do débito urinário → urina retida em 
bexiga, ureter e até nos rins → rim deixa de filtrar o 
sangue, já que o gradiente de pressão se iguala, ou seja, 
a pressão exercida pelo sangue ao entrar no capilar 
glomerular e a pressão de saída do filtrado se igualam 
→ diurese e função renal reestabelecidas após a 
sondagem → insuficiência renal aguda de causa pós - 
renal. 
 
 
Caso Clínico 3 
 
- Paciente feminina, 60 anos, picada por animal 
peçonhento desconhecido, procurou atendimento 
médico apenas 24h após acidente → vômitos, dor; 
edema discreto no local da picada. 
 
 
- Realizado apenas tratamento sintomático e 
hidratação endovenosa. 
 
- Paciente com diagnóstico prévio de hipertensão e 
diabetes controlado. 
 
- Aproximadamente 40h após, o médico assistente faz 
contato com Centro de Informação Toxicológica que, 
de acordo com história, levantou a hipótese de 
acidente botrópico, orientando avaliação dos exames 
da coagulação e função renal. 
 
- Resultados do TP e TTPA incoaguláveis, plaquetas 
5.000/mm3 e creatinina de 4,39 mg/dL. 
 
- Paciente transferida para o hospital de referência para 
receber tratamento específico com soro antiveneno. 
 
- Chegou ao hospital com hematúria. 
 
- Presença de cilindros granulosos e dor moderada no 
local da picada. 
 
- Recebeu 8 ampolas de soro antibotrópico (SAB) cerca 
de 50h após a picada. 
 
- Os exames de 12h após o SAB apresentavam uma 
recuperação da coagulação, mas uma piora da função 
renal, TAP 54%, plaquetas 40.000/mm3, creatinina 
6,3mg/dL. 
 
- Exames de 24h: TAP 84,46%, plaquetas 32.000/mm3 
e creatinina 6,9 mg/dL. 
 
- Somente 72h após o SAB, com piora progressiva da 
função renal (creatinina 8,5mg/dL), foi iniciada a 
hemodiálise. 
 
 
 
- Realizadas 7 sessões de hemodiálise durante a 
internação, evoluindo com melhora clínica e 
laboratorial. Recebeu alta após 26 dias com creatinina 
de 1,8 mg/dL e acompanhamento ambulatorial. 
 
- Veneno nefrotóxico → lesão glomerular → 
insuficiência renal aguda → hemodiálise → causa 
renal. 
 
 
Curiosidade! 
 
- Acidente botrópico. 
 
- Possuem cauda lisa, não tem chocalho e as suas cores 
variam muito, dependendo da espécie e da região onde 
vivem. 
 
- São popularmente conhecidas como jararaca, 
ouricana, jararacuçu, urutu-cruzeira, jararaca do rabo 
branco, malha de sapo, patrona, surucucurana, 
combóia e caiçaca. 
 
- Sua peçonha possui importantes atividades 
fisiopatológicas, com lesões locais e destruição tecidual 
(ação proteolítica). Ativa a cascata da coagulação, 
podendo induzir incoagulabilidade sanguínea por 
consumo de fibrinogênio (ação coagulante), promove 
liberação de substâncias hipotensoras e provoca lesões 
na membrana basal dos capilares por ação das 
hemorragias (ação hemorrágica), que associada à 
plaquetopenia e alterações da coagulação, promovem 
as manifestações hemorrágicas, frequentes neste tipo 
de acidente. 
 
Doença Renal Crônica 
 
- Doença renal crônica (DRC) é definida como: 
 
1. Lesão do parênquima renal - evidenciada por 
anormalidades histopatológicas ou por 
marcadores de lesão renal. 
 
2. FG menor que 60 mL/min, por um período 
igual ou superior a 3 meses. 
 
Fórmula de Cockcroft-Gault: 
 
Depuração de creatinina = 140 - idade (anos) x peso 
(Kg) / 72 x creatinina (x 0,85 se mulher) 
 
- Pacientes com IRC (FG menor que 15 mL/min) 
necessitarão de diálise ou de transplante renal para 
sobreviver. 
- IRC tende a evoluir durante anos, e mesmo décadas, 
até chegar ao estágio terminal da função renal. 
 
- As causas mais frequentes são: 
 
• Diabetes melito (nefropatia diabética); 
 
• Hipertensão arterial (nefroesclerose); 
 
• Glomerulonefrite crônica; 
 
• Doença cística dos rins; 
 
• Uropatia obstrutiva. 
 
- A síndrome urêmica é a manifestação clínica de 
falência renal grave e resulta na retenção de 
substâncias tóxicas (toxinas urêmicas) que afetam o 
funcionamento das células, envolvendo os sistemas 
cardiovascular gastrintestinal, hematopoiético, imune, 
nervoso e endócrino. 
 
Quando a filtração glomerular atinge os estágios 4 ou 5 
e as escórias nitrogenadas estão muito acumuladas no 
sangue, há um prejuízo do funcionamento das células 
→ colapso cardiovascular, sintomas gastrintestinais, 
anemia, irritabilidade → síndrome urêmica. 
 
• Estágios 1 e 2: os pacientes são assintomáticos 
e ureia e creatinina são normais. Há lesão renal 
sem comprometimento grave da sua função, 
sendo observado, principalmente, a redução 
da taxa de filtração glomerular. 
 
• Estágio 3 (3A e 3B): os pacientes costumam ser 
assintomáticos, mas já é possível observar 
elevação de ureia e creatinina, aparecimento 
de anemia e alterações do cálcio, fósforo e 
paratormônio, além de hipertensão arterial. 
 
- O rim é responsável pela produção de EPO 
→ deficiência de EPO causa anemia. 
 
- A vitamina D é sintetizada pelos rins → 
alteração do metabolismo de cálcio e fósforo. 
 
- Desequilíbrio do sistema renina-angiotensina-
aldosterona → hipertensão arterial. 
 
• Estágio 4: os sinais e sintomas são mais 
evidentes com anemia mais grave, acidose 
metabólica, hipocalcemia, hiperfosfatemia e 
hiperpotassemia. 
• Estágio 5 (fase final): FG < 15 ml/min, os 
pacientes estão sintomáticos, com sinais e 
sintomas evidentes de síndrome urêmica. 
 
Sintomas: 
 
• Fraqueza, adinamia e fadiga fácil; 
 
• Queixas de prurido, edema e pele seca; 
 
• Anorexia, náuseas e vômitos, soluços; 
 
• Sangramento digestivo; 
 
• Dispneia progressiva, por retenção hídrica e 
edema pulmonar; 
 
• Dor retroesternal pode estar presente devido à 
pericardite – o paciente também pode cursar 
com edema pericárdico; 
 
• Noctúria; 
 
• Dor, dormência e cãibras nas pernas; 
 
• Impotência e perda da libido; 
 
• Irritabilidade fácil, dificuldade de 
concentração, distúrbio do sono, em especial a 
inversão do ciclo sono-despertar; 
 
• Pernas inquietas; 
 
Sinais: 
 
- Podem ocorrer alterações ungueais do tipo unha meio 
a meio (ou unhas de Lindsay) → o leito ungueal distal 
apresenta tonalidade vermelho-rósea à castanha por 
hiperpigmentação melânica. 
 
 
- A neve urêmica, uma das mais raras apresentações 
descritas na uremia, apresenta-se como um depósito 
branco na superfície cutânea, secundário à deposição 
de cristais de ureia excretada pelo suor, podendo 
ocorrer também em fases avançadas. 
 
 
 
 
 
 
 
- 
 
 
 
- Hálito com odor de urina. 
 
- Xerodermia.Infecção Urinária 
 
- A infecção do trato urinário é de ocorrência muito 
comum na prática diária. 
 
- Elevada incidência em mulheres de todas as idades e, 
no homem, nos extremos da vida. 
 
- A infecção pode apresentar-se de diversas maneiras, 
localizações e modos de evolução. 
 
- O termo pielonefrite aguda indica infecção bacteriana 
do trato urinário alto (rins e pelve renal), ocasionando 
síndrome clínica caracterizada por: 
 
• Febre alta de aparecimento súbito; 
 
• Calafrios; 
 
• Dor no flanco. 
 
- As infecções do trato urinário baixo (cistite, uretrite, 
prostatite) caracterizam-se por disúria, polaciúria e 
urgência. 
- Cistite e pielonefrite aguda podem ocorrer 
conjuntamente. 
 
Há duas formas de infecção do trato urinário 
alto: 
 
- Chegada da bactéria nos rins pela via 
hematogênica. 
 
- Ascenção da bactéria pela uretra, bexiga, ou 
ureteres, por exemplo, até os rins → mais 
comum em mulheres, devido a uretra menor. 
 
- Recidiva: recorrência de bacteriúria ocasionada pelo 
mesmo microrganismo, a despeito do tratamento, nas 
3 semanas após o tratamento. 
 
- Reinfecção: ocorre após a cura aparente, mas com 
cepas diferentes. 
 
- No sexo feminino, a pielonefrite é comum na primeira 
infância ou no início da fase de atividade sexual, porque 
a uretra, sendo mais curta e sujeita a traumas, toma-se 
mais vulnerável à infecções. 
 
- O germe mais frequentemente encontrado é a 
Escherichia coli, presente em 75% dos casos. 
 
- A pielonefrite caracteriza-se pelo aparecimento súbito 
de febre (39 a 40°C), calafrios, náuseas e vômitos. Além 
disso, o paciente pode evoluir com prostração, 
taquicardia e hipotensão arterial. Logo, o paciente 
pode ter uma sepse de origem urinária. 
 
- Dentre os dados laboratoriais, destaca-se, ao exame 
de urina, a presença de piócitos, cilindros leucocitários 
e bactérias. 
 
- Cistite e uretrite: infecção urinária restrita à bexiga 
e/ou uretra. 
 
- Caracterizada por polaciúria, disúria, urgência e 
piúria. A cistite provoca desconforto e sensação 
dolorosa na região suprapúbica. 
 
- A irritação da parede vesical causa contração 
espasmódica da bexiga, fazendo com que o paciente 
apresente desejo intendo de urinar acompanhado de 
dor mesmo quando o órgão está vazio ou 
imediatamente após a micção (estrangúria). 
 
- A urina pode apresentar-se turva e com odor 
desagradável. Piócitos, hemácias, células epiteliais e 
bactérias são encontrados no exame do sedimento 
urinário. 
 
- Na uretrite aguda, observa-se queimor intenso ou dor 
durante a micção. 
 
- Observa-se, também, corrimento uretral purulento 
entre as micções. 
 
• Na mulher, é complicado diferenciar cistite de 
uretrite devido a uretra ser curta → uretrite e 
cistite são quase que concomitantes. 
 
• No homem, a uretra é mais longa. Sendo 
assim, na uretrite, a queixa é mais voltada para 
a uretra (queimor intenso, dor, disúria e 
corrimento ureteral purulento entre as micções 
→ pode ser causada por DST’s como clamídia, 
gonorreia, por exemplo. 
 
Prostatite 
 
- Caracteriza-se por dor na região sacra e perineal, 
acompanhada de desconforto retal e testicular. 
 
- No exame de urina há presença de piúria e hematúria. 
 
- A prostatite bacteriana aguda produz manifestações 
sistêmicas de bacteremia com febre alta e calafrios, 
acompanhando-se de disúria e polaciúria. 
 
- O toque retal acompanha-se de dor intensa, devido 
ao aumento de volume da próstata, o que toma a 
cápsula tensa. 
 
Caso Clínico 
 
- Jovem, 16 anos, acompanhada pelo pai, deu entrada 
no ambulatório para consulta médica. 
 
- Refere intenso ardor ao urinar, sensação de urgência 
e aumento da frequência urinária, que interfere no 
padrão de sono. Nega dor lombar, comorbidades e 
tratamento medicamentoso. 
 
História 
 
- Relata hábito de retardar a micção quando está 
ocupada. 
 
- Estima ingestão hídrica inferior a 800 ml/dia. 
 
Exame físico 
 
- Abdominal: plano, flácido e doloroso na região 
suprapúbica 
 
- Ruídos hidroaéreos (RHA) presentes. 
 
- PA = 110 x 70mmHg 
 
- FC = 102 bpm 
 
- FR = 20 irpm 
 
- T º= 36,8º C (sem febre). 
 
- Demonstra irritabilidade e inquietação. 
 
Hipótese diagnóstica 
 
- Infecção do trato urinário baixo: cistite 
 
Exames 
 
- Urinálise: leucocitúria 
 
- Urocultura: Escherichia Coli 
 
Analisando 
 
- A infecção de trato urinário é o termo utilizado para 
descrever colonização por agentes infecciosos, com 
invasão tecidual, em qualquer parte do trato urinário. A 
cistite bacteriana é a síndrome clínica caracterizada por 
resposta inflamatória do urotélio vesical à invasão 
bacteriana. 
 
- Em cerca de 80% dos casos de ITU, o agente 
etiológico encontrado é a Escherichia Coli. 
 
- A incidência é maior em mulheres, uma vez que a 
uretra (via de acesso comum para a entrada de micro-
organismos na bexiga) tem trajeto relativamente curto 
e reto. 
 
 
- Bactérias provenientes da flora intestinal e da área 
genital colonizam a região periuretral, ascendem pela 
uretra e alcançam a bexiga, onde podem proliferar e 
invadir o tecido vesical. 
 
Sinais e sintomas 
 
- Disúria – dor e ardor à micção. 
 
- Polaciúria – micção frequente. 
 
- Urgência urinária – vontade imperiosa de urinar 
 
- Dor suprapúbica 
 
- Odor forte na urina 
 
 
Litíase urinária 
 
- Chama-se de litíase urinária a formação de 
concreções calculosas nos rins e vias urinárias. 
 
- Em cerca de 70 a 80% dos casos, são formadas por 
sais de cálcio (oxalato, fosfato), e os 10%, por ácido 
úrico e outros sais; 
 
- A tomografia computadorizada helicoidal sem 
contraste é o exame de escolha por apresentar alta 
sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de 
litíase urinária. 
 
• O cálculo renal, a cólica renal e a dor em flanco 
pode irradiar para a região anterior do abdome, 
bolsa escrotal, raiz da coxa ou grande lábio do 
mesmo lado. 
 
• No exame de urina, além dos cristais de 
oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio, por 
exemplo, pode aparecer hematúria, provocada 
pelo deslocamento dos cálculos pelo rim, pelve 
renal e ureter. 
 
• Não há bactérias, cilindros ou leucócitos. 
 
Uropatia obstrutiva 
 
- O impedimento ao livre fluxo da urina causa 
alterações dos rins e vias urinárias. 
 
- Geralmente, a origem da obstrução é mecânica, 
podendo ocorrer em qualquer segmento do trato 
urinário. 
 
- Mais frequentemente, é ocasionada por afecções do 
próprio trato urinário, como litíase, neoplasias, 
cicatrização de infecções e anomalias congênitas; 
 
- Podem decorrer também de causas extrínsecas como 
neoplasias e fibroses (intra ou retroperitoneal). 
 
- Pode ser consequência de distúrbios funcionais, como 
é o caso da bexiga neurogênica, observada em traumas 
com lesões neurológicas, e de diabetes melito. 
 
- Os efeitos da obstrução do fluxo urinário sobre a 
função renal decorrem do aumento da pressão 
hidrostática que é transmitida à pelve renal e aos 
túbulos, provocando dilatação e achatamento da papila 
renal. 
 
- A elevação da pressão intratubular, sem 
correspondente aumento da pressão intraglomerular, 
resulta na redução do índice de filtração glomerular 
com elevação dos níveis de ureia, creatinina e ácido 
úrico. 
 
- A doença obstrutiva pode ser causa de insuficiência 
renal aguda ou crônica. 
 
- A desobstrução das vias urinárias é muito importante 
para recuperação da função renal. 
 
- Quando a lesão está acima da bexiga, geralmente é 
unilateral, produzindo hidroureter (dilatação limitada 
ao ureter), ou hidronefrose (quando a dilatação chega 
aos cálices renais). 
 
- Se a obstrução estiver localizada no colo vesical ou 
na uretra, a dilatação é bilateral. 
 
- A dor é um sintoma comum devido à distensão da 
cápsula e dos cálices renais. 
 
- A obstrução ureteral aguda determina dor tipo "cólicarenal'. Quando a obstrução é crônica, causando 
hidronefrose, o paciente relata dor contínua ou peso no 
flanco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tuberculose renal 
 
- A tuberculose renal é o 3° tipo mais frequente de 
tuberculose extrapulmonar. 
 
- Deve ser considerada em todos os casos de piúria 
sem bacteriúria e em casos de ITU não responsiva ao 
tratamento. 
 
 
- A tuberculose renal é sempre secundária à 
tuberculose pulmonar, na qual o bacilo alcança o rim a 
partir do pulmão pela via hematogênica. 
 
- A lesão inicial é glomerular com glomerulite 
assintomática; a porção medular é afetada, 
provocando inflamação granulomatosa, necrose 
caseosa, formando, às vezes, grandes cavidades 
caseosas. 
 
- Os principais sintomas são disúria (34%), hematúria 
(27%), dor no flanco (lO%) e piúria (5%). É 
assintomática em 1/5 dos casos. 
 
 
Doença Renal Policística 
 
- Os cistos renais simples são lesões renais benignas, 
ocorrendo em aproximadamente 25% da população 
→ não há com o que se preocupar! 
 
- No adulto, a doença renal policística autossômica 
dominante → histórico familiar. 
 
• Múltiplos cistos nos rins, invadindo o 
parênquima e causando compressão dos 
glomérulos → prejuízo à filtração glomerular. 
 
- Constitui uma anormalidade da estrutura tecidual 
renal, que pode associar-se a outras anormalidades 
congênitas, como fígado policístico. 
 
- Néfrons são comprimidos pelos cistos, ocorre 
deterioração da função renal, e as manifestações de 
insuficiência renal crônica passam a dominar o quadro 
clínico. 
 
- O diagnóstico é feito por ultrassonografia e TC.

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